2 minute read

COLUNA DO PRIMO

Profissional de experiências diferentes e com vivência profunda nas áreas de Gestão de Pessoas e Educação. Movido a desafios e resultados tenho trabalhado em empresas que me ofereceram as condições para que a motivação me levasse a superar limites. Durante período de 7 anos trabalhei como consultor de empresas onde adquiri vivência em ramos diferentes de negócio, do comércio ao industrial. Em 2003 comecei a trabalhar como professor universitário vindo a exercer cargos de gestão como diretor de faculdade, pró-reitor de ensino presencial e reitor do Grupo Uniasselvi. Atualmente o desafio está no cargo que ocupo como Secretário de Educação de Indaial. Também executei trabalho em Cuba, onde atuei na implantação da área de Gestão de Pessoas na fábrica Brascuba Cigarrillos, subsidiária da Souza Cruz.

Brasil! Que futuro nos espera?

Advertisement

"O problema é complexo e crônico no país onde a Educação nunca foi prioridade governamental; as causas são inúmeras e sucedem-se governo após governo"

As informações recebidas pelos meios de comunicação assustam. No Brasil, que vive neste momento o auge do bônus demográfico, 11 milhões de jovens entre 15 e 39 anos nem trabalham, nem estudam e, mais crítica aindasão as informações dequesó 7 entre 10estudantesbrasileiros concluem oensino médioe500 mil jovens abandonam o estudo por ano. A pandemia só agravou o problema e os sindicatos profissionais paralisaram a Educação no país por quase 2 anos. Este custo será eterno!

O problema é complexo e crônico no país onde a Educação nunca foi prioridade governamental; as causas são inúmeras e sucedem-se governo após governo, pois parece existir um interesse em manter o povo na ignorância e assim manter o “status quo” de pessoas interessadas.

Interessante analisar os dados apresentados a partir da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. O Brasil investe anualmente, em média, 6,6% no sistema educacional brasileiro. A média dos países que participam da OCDE é de 5,6% portanto, o problema brasileiro não é de dinheiro,deinvestimento.Quandocomparamosresultados,oquadroquese vêéoseguinte:os10%dosalunos pobres de Xangai (China) obtém resultados superiores, no exame de Pisa, aos 10% dos alunos mais ricos do Brasil; Pior é que, quando se compara o nível de escolaridade das populações, no Brasil somente 33% da população tem ensino médio completo enquanto a média dos países da OCDE é de 44%. O problema passa por gestão, preparação dos professores e envolvimento das famílias que, ainda não entenderam a importância cada vez mais significativa da Educação no futuro de seus filhos.

Escolas sucateadas, algumas não têm sequer acesso à água, currículos estudantis que pararam no tempo e reforçam a “decoreba” e não o aprender a pensar, a resolver problemas complexos, a colocar em prática os conceitos aprendidos; a primeira preocupação é preparar os jovens para serem bem sucedidos nos vestibulares que enfrentarão a seguir. Triste escola que se mantém no passado com professores mal preparados, formados aos milhares em cursos que não aprofundam o conhecimento e, principalmente, a prática de dar aula em tempos em que as crianças já nascem com equipamentos tecnológicos em lugar de cérebros.

No ensino superior a realidade se repete. Cursos envelhecidos e que não oferecem mais aplicabilidade, massificados através de cadernos de estudos que se perpetuam através do tempo com pouca ou nenhuma atualização, ementas ultrapassadas, lentidão do Ministério da Educação e burocracia paralisante, transformam as universidades em fornecedoras de diplomas para estudantes que não encontrarão, no mercado de trabalho, oportunidades que justifiquem o esforço (quando existe) dispendido.

Em pesquisa recente realizada por Laureate International Universities, 54% dos estudantes de curso superior no Brasil não confiam na qualidade do ensino que recebem. Na mesma pesquisa 85% dos mesmos estudantes dizem que o curso superior é imprescindível.

Conscientes do problemaestãotodos queseenvolvemcom aEducação; por que,então,nadasefazparamudar o quadro que o país vive atualmente? Vamos continuar a formar analfabetos funcionais? Vamos continuar acreditando que o país será uma potência mundial com formação inadequada de seus jovens?

Importantelembrarqueajaneladobônusdemográficofecha-seem2034.Otempoquenosrestaparaacumular riqueza é muito pequeno; depois a pobreza será o destino do país e seu povo. Para pensar!