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NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO

"As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".

A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido.

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Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.

Tecedores De Manh S

O labor e a luta dos professores estão muito bem expressos no poema ”Tecendo a manhã”, de João Cabral de Melo Neto:

“Um galo sozinho não tece a manhã: Ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele lança e o lance a outro; de um outro galo que apanhe um grito que um galo antes lançou e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia ténue, se vá tecendo, entre todos os galos.”

Por favor, caríssimos professores, não percam a coragem de persistir em tecer a manhã de um novo tempo!

COIMBRA: GRATIDÃO

Coimbra irradia encanto e magia na hora da chegada e maravilhamento durante a estadia. Não admira que seja de agridocenostalgiaomomentodapartida.Aquisempresevoltaparaalimentarecoloriraalmainquietaeenamorada da insaciável necessidade de renovar a vida.

Como não imitar os poetas de antanho e testemunhar cantante e dulcíssima gratidão?! Bendito seja quem, nestes dias, acrescentou ao meu tamanho muitos palmos de ilusão!

Religi O E Neg Cio

Em política, o que parece é. No resto sucede o mesmo. Ora parece que a Câmara de Lisboa, o Banco do Vaticano e aBusinessSchoolda Universidade Católicalêem epropagamamesma cartilha.Estoutentadoa segui-lae investir em ações do altar de Lisboa. Até porque está garantido um retorno muito maior do que o investimento, tudo sob a bênção eclesiástica do cardeal Carlos Moedas Notas e Milhões. Espero que os jovens, tão devotos destas lojas de obediência, não se adiantem e açambarquem todas as ações. Por favor, lembrem-se de mim; também sou crente!

A Cobra E O Pirilampo

Certa feita, uma serpente encontrou um pirilampo na floresta. Sem olhar para ele, disse-lhe de supetão: Vou comerte.

O pirilampo exclamou surpreendido: Como assim?! Eu não faço parte da tua cadeia de alimentação!

A víbora retorquiu, sibilando com a língua venenosa: Isso não importa nem vem ao caso. Decidi devorar-te, ponto final.

O vaga-lume implorou: Já que vais comer-me, podes referir, ao menos, o motivo da tua decisão.

O réptil foi curto e grosso na resposta: O teu brilho incomoda-me.

Não faltam por aí criaturas assim. Em vez de admirar o brilho do Outro e ver nele uma fonte de inspiração, maquinam para o condenar à destruição. Há porém um impensado e grave senão: ao optar por andar no caminho da diabolização, ficam com as entranhas queimadas pelo fogo da inveja e maldição.

Estado De Exaust O E Submiss O

A luta dos professores não está nada fácil de travar. Não é de estranhar que eles estejam fatigados e o adversário tudo faça para os desgastar e levar à exaustão. Os docentes do ensino superior não ajudam nem um pouquinho, embora pudessem e devessem fazê-lo. A maioria ganha mal e tem fechadas as portas de progressão na carreira. Ademais, está em curso a discussão da revisão do RJIES, instrumento que os trata como rebanho de submissos e lhes impõe uma governação com rédea e trela controladas por forças alheias e avessas à sua missão. Mas não tugem nem mugem; preferem calar e consentir a condução para o cadafalso, e levar a forca nas próprias costas. Eis o desolador estado da arte!

ANTÍPODAS DA DECÊNCIA: TRABALHA-SE PARA QUÊ?

Todos quantos amamos a democracia, a liberdade e a dignidade humana devíamos corar de vergonha perante a constatação exarada por Carmo Afonso num dos seus textos na última página do jornal Público: “O nosso modelo económico e social conforma-se bem com a existência de pessoas que passam frio e não têm forma de se aquecer. Os pobres fazem parte natural da equação. Reparem que em Portugal é possível trabalhar a tempo inteiro e, mesmo assim, não ganhar o suficiente para ter uma vida digna. O sistema, neste momento, não garante que a pobreza se resolve com o trabalho.”

Apuremos o olhar e a consciência: esta chaga não atinge somente uma minoria; tende a afetar a maioria, por ser cada vez maior o número dos que resvalam para a pobreza. A este mal nem muitos professores escapam! Eis um retrato fidedigno da situação e do enregelamento dos princípios humanistas e democráticos. Afinal, trabalha-se para quê e para quem? É manifesto o aviltamento do valor do trabalho.

Carmo Afonso tem razão: “Quando o trabalho não é solução para a pobreza, está tudo errado. Gostava que concordássemos nisto.” Quantos estão disponíveis para assumir a concordância e agir em consonância?

Curso De Gest O Do Luxo

Este mundo já não oferece ilusões; vende-as a preços inflacionados. Por isso só alguns jovens frequentam as católicas Business Schools, garantidoras de excelência, prestígio, sucesso e competências exclusivas e inovadoras sobre o marketing de sonho e o Mercado do Luxo. A maioria não tem dinheiro para pagar o Programa Executivo de Gestão do Luxo. Se não fosse trágico, dava para zombar, mas está proibido rir do deus mercado; ademais, ele é assaz vingativo. Não sei o que pensa disto o Filho de Deus e do Homem. Fazendo fé nos evangelhos e noutros relatos das Suas pregações e posições, não gostará de ver o Seu nome invocado pelas inefáveis entidades que se comprazem em exibir a opulência e entregam à rapina de dinheiro. Crescem os tentáculos da obra (em latim). A aridez de afetos e misticismo, a hipocrisia e a safadeza tomaram conta da alma e do coração da humanidade. Ergam-se, pois, altares às divindades do negócio e confessionários de perdão para os que faltam ao paradigma neoliberal e não alcançam a prosperidade!

Quadr Pede

Era tão prudente, tão prudente e de tão contidas maneiras que não se pronunciava nem tomava posição sobre nada. Quando ofendido e prejudicado, não reagia; preferia ficar calado e agachar-se. Esqueceu-se de que o hábito faz o monge. Um dia, a metamorfose aconteceu: deixou de ser bípede e tornou-se quadrúpede. Não mais conseguiu erguer-se.

Dies Irae

A carnificina continua e recrudesce hora-a-hora. Cortejos de promessas, ramalhetes de sorrisos, exibições de fingimentos indecorosos, representações de farsas inqualificáveis e propaganda de mentiras deslavadas tentam encobrir o rio de sangue e limpar a sujeira da alma e a culpa da consciência. É em vão, porquanto o circo trágico não aplaca a ira e a insaciabilidade de Ares e Marte; estes exigem cada vez mais sacrifícios de vidas. Resta a loucura para simular otimismo; ainda bem que a temos.

TRABALHA-SE PARA QUÊ? ESTÁ TUDO ERRADO!

Todos quantos amam a democracia, a liberdade e a dignidade humana deviam corar de vergonha perante a constatação de que trabalhar a tempo inteiro não confere a muita gente um salário suficiente para aceder a uma vida digna. O sistema socioeconómico, em vigor, não garante que a pobreza seja eliminada mediante o trabalho. Apuremos o olhar e a consciência: esta chaga não atinge somente uma minoria; tende a afetar a maioria, por ser cada vez maior o número dos que resvalam para a pobreza. A este mal nem muitos professores escapam! Eis um retrato fidedigno da situação e do enregelamento dos princípios democráticos. Afinal, trabalha-se para quê e para quem? É manifesto o aviltamento do valor do trabalho. Trabalhar não assegura o direito a não ser pobre. Vivemos nos antípodas da decência.

Ora, se o trabalho não é condição para erradicar a pobreza, então está tudo errado. Podemos concordar nisto? Quantos estão disponíveis para assumir a concordância e agir em consonância?

PS: Leia-se o texto de Carmo Afonso, A nitidez do inverno, jornal Público, 30 de janeiro de 2023.

Por Uma Nova Ordem Global

A ordem global, construída paulatinamente a partir do final da II Guerra Mundial, chegou ao ocaso. Mas... será benfazeja para o mundo a inexistência de uma arquitetura política universal? Nem por sombras! O vazio será ocupado por tragédias descontroladas e pelo caos da insânia, da força, da prepotência e violência. Logo, isso não nos serve; leva-nos de volta às eras de luta cega pela sobrevivência

Necessitamos urgentemente de uma ordem internacional multipolar e integradora de países e continentes até agora desconsiderados, postos fora de jogo. Se não encetarmos esse caminho largo, seguiremos o da corrida desabalada para o abismo da humanidade e do planeta. Só com a sublimação dos erros do passado pode ser delineado um futuro aberto e esperançoso para todos

BOÇAIS E BRAÇAIS, PERNILONGOS E PATUDOS

Agimos, sobretudo, mediante a boca, os braços e as pernas. Quando a cabeça e a estesia faltam para nos orientar, tornamo-nos patas. Não deixamos, por isso, de ser pessoas; porém somente o somos na forma boçal e braçal, pernilonga e patuda. Deste jeito ficamos muito aquém da condição de Seres Qualitativos.

Romagem A Mafra

Cheguei à Escola Prática de Infantaria, em Mafra, numa segunda-feira do final de abril de 1967. A viagem noturna de comboio, iniciada em Campanhã, seguiu pela Linha do Norte até Alfarelos, onde ocorreu a mudança para a Linha do Oeste.

A entrada na caserna foi como se tivesse deixado para trás o mundo e a vida. Sem fazer bem ideia do que me esperava e com uma frontal oposição ao que provavelmente viria pela frente, iniciei, a contragosto, o curso de oficial miliciano. A primeira semana correu muito mal. E a segunda ainda pior; no teste efetuado na sexta-feira colhi o merecido resultado: o meu nome figurava na lista dos punidos com o corte de fim-de-semana, devido a ter obtidonota negativa.Nãopodia,pois,nosábado,apósomeio-dia,viajardeónibuspara o Porto.Perceberãomelhor o choque, se revelar que tinha começado a namorar em fevereiro. Todavia, aconteceu um milagre: graças à vinda do Papa Paulo VI a Fátima, os reprovados foram amnistiados.

Na altura não sabia nada de José Saramago e do Memorial do Convento. Já conhecia a invenção do Padre Bartolomeu Lourenço Gusmão e as dificuldades dele para fazer voar a Passarola; desconhecia as ajudas que lhe deram Baltazar Sete Sóis e Blimunda Sete Luas. Porém, jurei que não voltaria a reprovar em nenhum teste. Por mais que me desagradasse ‘O Calhau’ (era assim que nomeávamos a colossal estrutura), convoquei a vontade e concluí o curso classificado em primeiro lugar. Isto valeu-me não ter ido para a guerra colonial, porquanto as mobilizações começavam pelas piores classificações.

Voltei ontem a Mafra, acompanhado da jovem que outrora em todos os fins de semana me oferecia uma caixinha de chocolates, bolachas e outros mimos, para tornar menos amargos os dias castrenses. Percorri agora, com os olhos da admiraçãoe doespanto,o PalácioNacional,a Biblioteca e a Basílica.E contemplei com incontida emoção o exterior da Escola Prática de Infantaria, atualmente chamada Escola das Armas. Os tempos e os valores mudam, mas há algo cuja validade não caduca: é com as asas e o combustível da vontade que levantamos voo. Blimunda fez essa descoberta; se necessário, pode contar com o meu testemunho.

DESISTIR OU NÃO DESISTIR?!

Não me recordo de ter entrado numa luta por motu próprio. Mais, se lutasse somente por mim, muitas vezes desistiria; e sem um custo de maior. Como assim?! A resposta é fácil: a firmeza das minhas posições não se edifica em cima de qualquer cabouco do orgulho; assenta em razões ponderosas que transcendem o âmbito pessoal e particular. Porisso, a possibilidade da desistência coloca uminsolúvel problema de consciência: lutotambém pelos outros. Ora, eles não me autorizam a desistir e, muito menos, a traí-los.

Posicionamento

Esforço-me por fazer jus ao estatuto de ‘espírito livre’, ciente dos custos que isso tem e da facilidade de cair em contradição. Nesta conformidade declaro simpatia pela posição do Presidente do COI. E lamento que não cause estranheza geral o fato de o ministro do desporto da Ucrânia assumir simultaneamente o cargo de Presidente do Comité Olímpico, função antes exercida pelo lendário Sergey Bubka.

Não ignoro a histórica conduta imperial russa no tocante aos povos vizinhos, nem a invasão da Ucrânia em clara violação do direito internacional. Mas também não pactuo com a russofobia, hoje em alta no dito ‘ocidente alargado’. Ela é incapaz de distinguir entre o regime autocrático (tendente a ser regra no cenário global!) e as admiráveis obras da literatura, da ciência, da música, do desporto, do teatro, da dança, do balé etc., enriquecedoras do património cultural mundial. Acresce que as oligarquias políticas e económicas (e até as intelectuais) de vários países estão mais empenhadas em zelar pelos seus interesses do que em cuidar do bem-estar e da soberania das suas nações.

Lembro ainda que há no mundo 206 comités olímpicos. Os europeus andam na casa dos 50; alguns vão causar dano aos Jogos de Paris. Contribuirão, com esse passo, para o enfraquecimento da Europa no conceito universal.

ABOLA.PT

«Ucrânia deve parar com ameaça de boicote a Paris-2024» (Olimpismo)

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VIVER NÃO É PRECISO!

A condução da vida, filosoficamente boa, correta e virtuosa, exige que tiremos ilações suficientes dos acontecimentos do quotidiano. Mas para esse exercício só dispomos de premissas insuficientes. Afinal, o poeta tem razão, embora não resolva a contradição, nem nos dispense de insistir esforçadamente na procura da solução. Colhe-se pouco para tão ingente esforço; mas é no processo da indagação que reside a satisfação.

FALAR É PRECISO!

A sabedoria humana manifesta-se na criação de instituições que difundem princípios e valores influenciadores do aprimoramento da existência e da sociedade. Merecem, pois, saudação os organismos que se dedicam a proclamar a prevalência da axiologia e da moral sobre a indecência e imoralidade, em todos os campos do agir social. Enquadro nesta finalidade as organizações surgidas em torno do território desportivo, como, por exemplo, a Academia Olímpica ou o Clube Panathlon. É bom que acordem e renovem causas e ideais; aquilo que não é nomeado tende a desaparecer.

Dito isto, importa separar as águas e não fazer concessões à fragilidade concetual. O desporto não precisa de qualquer plano ético específico, porquanto configura uma visão axiológica da vida. Constitui uma representação das regras do jogo implícito no facto de vivermos em sociedade, dos conflitos que isso comporta e dos freios para os aquietar. A sua estrutura de exigências, permissões e proibições encarna um esforço civilizatório. Dispensa, pois, importações e bondosas pregações de ética. Basta que seja interpretado, ensinado e praticado de acordo com a sua matriz e idiossincrasia. Não ganha nada em dar palco a indivíduos que, na profissão e cidadania, viram costas a imperativos éticos. Em vez de o exaltar, servem-se dele para tentar, em vão, lavar a consciência. Ora, a par de pessoas esclarecidas, generosas e movidas pelo sentido de serviço público, nãofalta gente a andar na via do engano e da simulação, posta em bicos de pés para adquirir visibilidade.

Pr Tica Sist Mica

O Evangelho de Jesus, segundo São Mateus, é inequívoco: “Aquele que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se o submergisse nas profundezas do mar.” Se esta prédica fosse cumprida, provavelmente o mar estaria encalhado.

A verdade não consente tergiversação. O abuso de menores por padres não é ocasional, nem se elimina com a divulgação de casos e com pedidos-de-desculpa esfarrapados. O fenómeno é sistémico, ou seja, inerente a um sistema que apregoa as ‘virtudes’ do celibato. Este é um mal e raiz de outros males. O verdadeiro arrependimento e remédio consiste em pôr-lhe fim, sob pena de constantes recaídas. Ponto final.

Sábios e escarmentados eram os homens das terras de Miranda do Douro. Quando vinha um novo pároco, davamlhe três semanas para ter em casa uma mulher, apresentada como irmã, prima ou criada. Se não agisse assim, corriam com ele. Deste jeito evitavam sarilhos. Ora, a sabedoria não prescreve.

Admira O E Idolatria

Não há coisas belas tão difíceis de realizar como as que são feitas com os pés e as mãos, disse Homero. Os atletas e outrosartistassão,pois,merecedoresdeadmiração.Mas...nãosedegradeesta emidolatria!Aprimeirareconhece e enaltece o valor das obras e dos feitos; a segunda tem implícita a aceitação das besteiras, diatribes e incivilidades praticadas pelo ídolo. Não faltam casos desta confusão nos dias correntes, nomeadamente no concernente a futebolistas. Alguns destes usam e abusam da falta de clarividência dos adeptos; e até se dizem vítimas das prevaricações que cometem.

Peti O Para Explorados Conformados

A perda real e gradual do salário da esmagadora maioria dos investigadores e docentes do ensino superior público e privado ocorre desde o final dos anos 90 do século passado. Ela agravou-se nos últimos meses num contexto de inflação crescente. Feitas as contas, as perdas do poder de compra, entre 2004 e 2023, atingem valores variáveis de 22% a 27%, dependendo do nível remuneratório. Face à situação, circula uma petição que apela à reparação da gritante injustiça. Por incrível que pareça, a maior parte dos docentes no ativo não tuge nem muge sobre este assunto, nem sobre outro, seja ele do setor ou da ordem geral. Parece até que gosta de albarda e cabresto. Enfim, quem vive fechado na redoma do snobismo não consegue descer à terra.

ATIVIDADE OU AGITAÇÃO?!

Somos Homo Mobilis. Sim, todos - crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos - precisamos de agir e de nos movimentar, ou seja, de praticar 'atos' corporais. Estes são axiológicos e simbólicos, determinados por intenções e finalidades de aprimoramento pessoal. Se forem meros gestos, caímos num acionismo semelhante ao do rabo cortado de uma lagartixa, que no seu agitar e mexer se esvai e esgota. Ah, os rebanhos andam muitíssimo, mas fazem pouco caminho e não exercitam o aprumo!

Necess Rio Descer Rua

As garrafas de champanhe estoiram nas fábricas da morte e nas lavandarias do dinheiro roubado e ensanguentado. A festa é rija e o foguetório vai continuar, sem fim à vista. Não se descortina um movimento de contraponto aos Ali Babás e falcões que impõem o espírito do tempo. A maioria dos cidadãos, embora tenha os olhos abertos, opta por manter o intelecto adormecido, faz-se desentendida e cuida da vidinha. Por vezes, alguns assinam petições e mobilizam-separa adefesa dosinteressesdoseugrupo;masvoltamcostasaassuntose causasde ordemabrangente e geral. Fingem ignorar que os maiores inimigos da decência e da justiça social e económica são, nesta era, as mafiosas oligarquias supranacionais. Os governos obedecem às suas ordens. Haverá pessoas disponíveis para encher as praças e tomar posição contra as sanguessugas e aves de rapina? É na rua, ao lado dos outros, que se luta por um mundo melhor.

Comendas E Prebendas

Quando vejo um general com o peito cravejado de medalhas, ponho-me a pensar e dizer aos meus botões: esteve em muitas batalhas, na linha da frente, aolado dos jovens que mandoulutar e morrer pelo país, e cometeu inúmeros atos heroicos; as condecorações são o reconhecimento da sua bravura, coragem e intrepidez.

Pensamento idênticoassalta-me, quando o nosso venturoso Presidente da República pendura comendas no pescoço de venerandas criaturas: são pessoas que, certamente, se distinguem pela exemplaridade da conduta e pela entrega desinteressada à causa pública, praticam o bem e prestam relevantes serviços à Comunidade e à Humanidade. Obviamente, isto não está ao alcance de todo o cão e gato, mas unicamente de cidadãos excecionais e impolutos, imprescindíveis para alumiar e inspirar o caminho dos outros. É, pois, justíssimo que sejam homenageados e gratificados, que façamos genuflexão e lhes beijemos o anel e a mão.

Conversa Com Agostinho Da Silva

Vim novamente visitá-lo na Barca d'Alva. O diálogo foi breve, porquanto o meu caminho é feito de pressas.

- Como estás, Amigo velho e sábio?

- Sinto-me de bem comigo, embora com muitas saudades de estar no mundo nestes dias desalentados.

- Continuam a falar de ti e dizem que foste o último sebastianista.

- Dizem corretamente, se entenderem o sebastianismo como um olhar para o futuro e não para o passado.

- E D. Sebastião virá ou não?

- Isso não depende de mim; depende da vossa ação.

Despedimo-nos. Ele ficou lá meditabundo e com os olhos fixos nas águas do Douro que, estancadas aqui e ali, correm para o mar.

No Penedo Dur O

Neste rincão vive desterrado o mistério da beleza depurada e sem escala. A boniteza reside na cidade, enredada na aparência das impressões imediatas. Nestas encostas e ladeiras, nestes cumes e vales habita a estesia feita de elegia a tudo quanto de sublime o Humano opera, por mais pequeno que seja, na dureza das circunstâncias.

Sempre que aqui venho, contemplo a arquitetura do deslumbramento e da poesia, escuto o apelo de cânticos gregorianose renovoa necessidadee vontade de memaravilhar.Fora domaravilhamento,nãohá vida.Sea houver, é numa versão de míngua e penúria.

Alma Encantada

O Nordeste Transmontano é sempre surpreendente. Viemos ver as amendoeiras em flor; mas, quando ontem nos levantamos em Freixo de Espada à Cinta, fomos agraciados com a queda de neve. Ao longo da viagem até Mogadouro, os campos e montes estavam cobertos por um espesso manto branco que se estendia até aos confins do horizonte. As ruas e os telhados da vila dos Templários e de Trindade Coelho resplandeciam de uma alvura sem mácula. Revivi os nevões dos tempos da infância. Há muitos anos que não usufruía um espetáculo assim. Para encantar ainda mais a alma, o José Magalhães (natural de Brunhoso) levou-nos a uma esmerada oficina de requintadossabores:OLagardoNicolau,emAzinhoso!NãoadmiraqueosreisD.DiniseD.JoãoItenhamvisitado amiúde a terra. Acreditem, a elevação do espírito implica o insistente bom trato do corpo. Por isso prometemos voltar a este santuário, onde a boca entoa cânticos que acordam os deuses do Olimpo.

Li O De Filosofia

Quem vem em romagem aos planaltos de Trás-os-Montes e Alto Douro, nesta época do ano, não apenas fica deslumbrado com o florescimento das amendoeiras plantadas em terrenos de pedras esborraçadas. Recebe também uma lição de sabedoria: é no labor inspirado pela criação de beleza que reside a salvação, a nossa, a da humanidade e a do planeta. O inóspito pode ser transformado na novidade da esperança. Assim agem as criaturas das plagas transmontanas. Vergadas pelo peso das cargas que esmagam o corpo e com o passo sustido face ao pasmo do nada, assumem o desafio de não perder a dignidade. Plantam, semeiam e colhem a utopia do espanto.

NÚMEROS PUBLICADOS:

VOLUME 81 – JANEIRO 2023

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VOLUME 80 - DEZEMBRO 2022

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VOLUME 79 - NOVEMBRO 2022

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VOLUME 78 - OUTUBRO 2022

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VOLUME 77 – SETEMBRO 2022

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Volume 76 – agosto 2022

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VOLUME 75 – JULHO 2022

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VOLUME 72 – ABRIL 2022

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VOLUME 71 – MARÇO 2022

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VOLUME 70 – FEVEREIRO 2022

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VOLUME 69 – JANEIRO 2022

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VOLUME 67 – NOVEMBRO 2021

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VOLUME 66 – OUTUBRO DE 2021

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VOLUME 65 – SETEMBRO DE 2021

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VOLUME 44 – JULHO - 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_44_-_julho__2020

VOLUME 43 – JUNHO /SEGUNDA QUINZENA - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_43_-segunda_quinzen

VOLUME 42 – JUNHO 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_42_-junho__2020/file

VOLUME 41-B – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41-b_-_maio___2020

VOLUME 41 – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41_-_maio__2020

VOLUME 40 – ABRIL 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_40_-_abril___2020.d

VOLUME 39 – MARÇO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_mar_o___2020

VOLUME 38 – FEVEREIRO DE 2020 – EDIÇÃO ESPECIAL – PRESENÇA AÇOREANA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_fevereiro___2020

REVISTA DO LÉO - NÚMEROS PUBLICADOS

A PARTIR DESTE NÚMERO, CORRIGIDA A NUMERAÇÃO, COM SEQUENCIAL, DOS SUPLEMENTOS E EDIÇÕES ESPECIAIS:

VOLUME 37 – edição 24.1, de setembrp de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: I. XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec

VOLUME 36 – edição 23.1, de agoto de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_-

VOLUME 35 – edição 22.1, de julho de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed

VOLUME 34 - edição 20.1, de maio de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-

VOLUME 33 – edição 16.1, de janeiro de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20

VOLUME 32 – edição 15.1, de dezembro de 2018 ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/44ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201

VOLUME 31 – edição 8.1, de maio de 2018 EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra

VOLUME 30 – edição 6.1, de março de 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_

VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo_-_maranhay__29-_fevereiro___2020b

VOLUME 28 – JANEIRO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__28_-_janeiro____2020b

VOLUME 27 – DEZEMBRO DE 2019 – https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27_-_dezembro___2019

VOLUME 27.1 – DEZEMBRO DE 2019 – suplemento – OS OCUPANTES DA CADEIRA 40 DO IHGM https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27.1_-_dezembro___2019

VOLUME 26 –NOVEMBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__26_-_novembro__2019

VOLUME 25 –OUTUBRO DE 2019 –https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__25_-_outubro__2019

VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec

VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec

VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__23-_agosto_2019

VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_-

VOLUME 22 – JULHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__22-_julho_2019

VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed

VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019

VOLUME 20 – MAIO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__20-_maio_2019

VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-

VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019

VOLUME 18 – MARÇO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__18_-_mar_o_2019

VOLUME 17 – FEVEREIRO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_17_-_fevereiro__2019

VOLUME 16 – JANEIRO DE 2019 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__16_-_janeiro_2019

VOLUME 16.1 – JANEIRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20

VOLUME 15 – DEZEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revisdta_do_l_o_15_-_dezembro_de_20?

VOLUME 15.1 – DEZEMBRO DE 2018 – ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018