Governador Eugênio Barros, teve seu nome lembrado por um dos convencionais, quando agradeceu e redargüiu: ainda não estou preparado para governar o meu Estado (artigo Milson Coutinho – Diário da Manhã). Reelegeu-se nas eleições de 30 de outubro de 1958, retornado à Câmara Baixa com a consagrada votação de vinte e quatro, setecentos e sessenta e sete votos, o único a alcançar o quociente eleitoral. Durante todo esse mandato ocupa a Secretaria do Interior, Justiça e Segurança, do Governo Matos Carvalho, quando alicerça e fortalece sua candidatura ao Governo do Estado ao pleito de outubro de 1960, apoiado pelo PSD (Partido Social Democrático), coligado com a UDN (União Democrática Nacional). Vitorioso, planeja tecnicamente um programa com assessores capazes, moderniza as autarquias e outros órgãos e cobra metas. Embora tenha enfrentado sucessivas crises políticas, iniciadas com o rompimento da UDN, liderada pelo deputado federal José Sarney, em que resulta entrave com o Presidente Jânio Quadros, seguida do conflito e desapoio dos sete deputados federais que trocaram o PSD pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), do presidente João Goulart. Finalmente o advento da Revolução e o rompimento com o Senador Vitoriano Freire. Com todos esses impasses, desassistido da administração central, sem receber recursos federais, realiza uma profícua gestão, visíveis no incremento à produção primária, recuperação das finanças com a alavancada do Banco do Estado, apoio à Educação via CNEG, proteção às áreas produtivas, amparo aos universitários, ajuda a fundação da Faculdade de Medicina, criação e financiamentos às cooperativas, fomentação do setor hidroelétrico. Em se tratando de que esta palestra não tem por objetivo biografar o meu homenageado, com ênfase as realizações do seu governo em todo o Estado, peço vênia para louvar o seu empenho e como seu conterrâneo, enaltecer as obras que, como bom são-bentuense da gema, ele operou no chão que o viu nasceu. Mais o faria, não fosse à politicalha nociva, odiosa, processada por parte de seus liderados, somado à inoperância de seus correligionários, protagonista de uma maléfica disputa interna, ainda assim, quando Governador realiza no município em São Bento de grandes feitos, numa fase de franco desenvolvimento, com as importantes obras: Escola Normal Rural, Maternidade Santa Maria, iluminação elétrica, ACAR, Posto do Fundo de Revenda, barragem Alegre e do Porto Grande, Banco do Estado, Fomento Agrícola, 10ª Região Escolar, Grupos Escolares Condessa Carneiro e Estado da Bahia, Escolas em Belas Águas, Olho D’água e Poleiro, Praça Carlos Reis, Cooperativa dos Livros. Distribuição constante de fardamentos escolar, implementos agrícolas e produtos alimentares. Transforma São Bento, em sede de Governo como Capital do Maranhão, com a transferência de todas as Secretarias de Estado e principais repartições quando enfatiza no discurso de instalação “Quero que a minha terra governe o Maranhão por uma semana como o seu filho fará quatro anos”. Desses benefícios, a duas dedicou maior interesse: a Maternidade Santa Maria, a quem fartamente abastecia de tudo e da melhor qualidade; a outra, a Escola Normal, condicionava às autoridades nomeadas com ela colaborasse. Em visita as alunas da 1ª turma, em ato de emoção, o que lhe era comum em São Bento, afirma: quero encerrar o meu governo assinando com caneta áurea, meu último ato – as vossas nomeações. Cumpriu – proibido de nomear sem concurso, mandou fazê-lo em São Bento para essa finalidade. Revogado pelo sucessor – Dr. Seguins o representou na festa da formatura. Em reconhecimento ao progresso implantado, por inspiração de seu amigo, o advogado Joaquim Trinta, tem seu nome gravado na antiga Rua Grande, e posteriormente, por influência do deputado Isaac Dias, no estádio de futebol, lembrando o desportista que foi diretor, jogador e capitão do time Luso Brasileiro, e das peladas no campo supracitado. Tão grande era o desejo de trabalhar pelo progresso de sua terra que, no afã de ter um prefeito capaz de ajudá-lo nessa empreitada, estende as mãos para um de seus mais ferrenhos e antigos adversários – o Dr. Fernando Viana, gesto que o povo não entendeu. Politicamente é o mais importante filho de São Bento e o que mais a beneficiou o município. Faleceu dia 9 de abril de 1976. Esse notável político conterrâneo é considerado o melhor governador do Maranhão entre as duas últimas ditaduras: Revolução de 30 e a de 31 de Março. Em mais um ato de força, teve cassado seus direitos políticos pela Revolução. A Academia Sambentuense no cumprimento de suas obrigações estatutárias fez, solenemente, aposição de uma placa memorativa na casa de nascimento e escolheu como Patrono da Cadeira 6, fundada pelo médico e poeta Joaquim Ribeiro Melo.