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PROJETOS
O mundo do trabalho
Um problema que virou projeto
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ELISABETE BARROSA E MARISA ALVES
Os projetos interdisciplinares, que integram o Domínio da Autonomia Curricular, devem partir da identificação de um problema. Chegados ao final do 9º ano, os alunos deparam-se com a necessidade de escolher uma oferta formativa que vai ditar o seu percurso académico e até mesmo o seu percurso profissional. É aí que escolher se torna um problema.
Para facilitar as escolhas, o SPO (Serviço de Psicologia e Orientação) da EBS, orientado pela Dr.ª Natália Vara, proporciona, todos os anos, aos alunos do 9º ano, várias sessões ao longo das quais constroem o seu Caderno de Orientação Vocacional, onde estão refletidas as suas preferências, interesses, a exploração realizada, informação sobre o acesso às diversas opções formativas, associadas às escolhas profissionais, médias, provas de ingresso ou condições de acesso a determinadas ofertas educativas.
E foi em momentos informais de partilha de ideias e de boas práticas, no início do ano letivo 21-22, que não só confirmamos que era importante a continuidade da Orientação Vocacional no 9.º ano, como também verificamos que os currículos das disciplinas do 9.º ano apresentavam temas relacionados com o mundo do trabalho e que este estava, por sua vez, relacionado com os ODS, Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, documento orientador de uma cidadania consciente e responsável.
Fizeram-se, então, algumas reuniões de trabalho entre os docentes dos conselhos das turmas A e B do 9.º ano da EBS e o SPO e considerou-se que tínhamos “pano para mangas”, isto é, podíamos proporcionar aos alunos uma caminhada por vários caminhos com o mesmo fim: preparar o seu futuro.
O problema e a sugestão do projeto “Pensar o meu futuro” foram apresentados aos alunos que concordaram em avançar, os pais e Encarregados de Educação foram informados e também replicaram o seu acordo, e o “pontapé de saída” foi dado nas áreas de Área de Projetos e de Cidadania e Desenvolvimento: iniciaram-se as sessões de Orientação Vocacional e a reflexão sobre o mundo do trabalho e o trabalho digno. A maioria das disciplinas deu o seu contributo ao longo dos 1.º e 2.º períodos com a planificação, execução – sempre que possível simultânea quando se tratava do mesmo tema - e avaliação de trabalhos, que foram compilados num portfólio digital (para aceder ao portfólio clicar em https://padlet.com/elisabetebarrosa/DAC9 ou ler o QRCode – figura 1) e expostos no bloco de aulas da EBS, no final do 3.º período. Fig. 1





A construção dos produtos nas várias disciplinas permitiu o desenvolvimento de muitas das competências previstas no Perfil do Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, nomeadamente na área da linguagem e textos, informação e comunicação, relacionamento interpessoal e desenvolvimento pessoal e autonomia.
O culminar deste projeto aconteceu no dia 5 maio de 2022, com a atividade “Quando os profissionais vêm à escola”, no auditório da EBS de Miranda do Douro, que contou com a presença de 13 profissionais (que representavam as áreas profissionais de interesse dos alunos), permitindo uma interação direta, já que os alunos tiveram oportunidade de colocar questões e aprofundar informações sobre particularidades das profissões e dos respetivos percursos académicos.
De acordo com os dados da avaliação final do projeto, a atividade com os profissionais foi considerada, pela maioria dos alunos, como muito e bastante útil no seu processo de tomada de decisão. Os alunos avaliaram muito positivamente a forma como os profissionais explicaram o seu trabalho e percursos académicos. Na perspetiva dos alunos, este projeto, integrado no DAC, permitiu ainda a aplicação e o desenvolvimento de competências, especialmente ao nível do trabalho autónomo, da interação com colegas e profissionais, da pesquisa e da aplicação das línguas em contextos autênticos. Por fim, as sessões de orientação vocacional foram também avaliadas muito positivamente por todos os alunos, que salientaram a utilidade das informações sobre os cursos, profissões, médias e condições de acesso, sobre as áreas onde se concentravam os seus interesses profissionais, sobre a forma como está organizado o sistema educativo e sobre as opções que lhes eram oferecidas, após o 9.º ano.
Esta missão foi cumprida, agora o “por fazer” é só com os nossos pequenos grandes alunos!

