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CIÊNCIA

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PORTUGUÊS

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UMA VIAGEM NO TEMPO

“Um território onde se ensina e aprende!”

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ANA GONÇALVES, BEATRIZ FERNANDES, BRUNA RUANO, RITA GALEGO (11ºA) ISAURA PERES

Nos dias 21 e 22 do mês de abril, os alunos do 10.ºA e 11.ºA, da Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro, fizeram uma visita ao Geopark das Terras de Cavaleiros, no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia, acompanhados pelas professoras Carla Martins e Isaura Peres. A Associação do Geopark das Terras de Cavaleiros (AGTC) disponibilizou três dos seus melhores guias para nos proporcionar uma experiência animada e educativa, levando-nos a explorar um dos contextos mais icónicos da geologia de Portugal, o Geopark, que integra o Maciço de Morais, também conhecido como "Olho de Portugal”, pela configuração que a cartografia desta região apresenta na carta geológica (Fig.1). Este é considerado um território protegido devido à sua geodinâmica única. Acompanha-nos na nossa viagem!

"O Geopark Terras de Cavaleiros é uma área geográfica bem definida, coincidente com os limites administrativos do Concelho de Macedo de Cavaleiros, com um importante património geológico ao qual se soma um grande património de biodiversidade, um notável património históricocultural, os produtos locais, a rica gastronomia e a arte de bem receber das suas gentes."

Dia 1

Às oito horas da manhã, acompanhados pelos professores, saímos de Miranda do Douro e, após uma longa viagem, chegámos ao Miradouro da Estação da Biodiversidade de Santa Combinha, recebidos pelos guias da AGTC. Iniciamos com uma breve introdução sobre o relevo da região, condicionado pela ação da falha da Vilariça, com cerca de 250 km de extensão. Associado ao movimento desta falha, ocorreu o levantamento de blocos, como as Serras de Bornes (1199 m) e a Serra da Nogueira (1320 m), e o abatimento de outros, como as depressões de Santa Combinha, onde se localiza a albufeira do Azibo. Aqui, percorremos o Percurso da Biodiversidade de Santa Combinha (Fig. 2), tendo oportunidade de observar algumas espécies da fauna e flora autóctones, bem como um afloramento rochoso que dá o nome ao Geossítio dos Metavulcanitos.

Figura 2-Percurso da Biodiversidade de Santa Combinha

Os metavulcanitos são rochas de origem vulcânica muito antigas, com cerca de 430 Ma, com origem em vulcanismo nas margens de um oceano primitivo, que se encontra representado na geologia do Monte de Morais. As rochas vulcânicas originais sofreram metamorfismo e evoluíram para rochas metamórficas pelo que se designam agora por metavulcanitos.

Depois de um agradável almoço na praia fluvial do Azibo, dirigimo-nos ao Geossítio: Cromite de Morais (Fig.3), localizado no Monte de Morais, onde pudemos observar os dunitos, rochas ultrabásicas genericamente designadas por peridotitos. Estas rochas, com origem no manto, pertenceram ao substrato do antigo oceano Galiza Trás-os-Montes e podem agora ser aqui observadas devido à colisão entre os continentes que constituíam as suas margens. Possuem elevados teores de crómio e níquel, conferindo características únicas ao solo, que influenciam o crescimento e reprodução da flora nesta região e permite a ocorrência de endemismos, como é o caso da Armeria langei. A toxicidade desses solos torna a agricultura impraticável, de modo que o Monte de Morais também é conhecido, pelos habitantes locais, como Monte Maldito.

A seguinte paragem foi o Miradouro das Descontinuidades, numa vertente do rio Sabor, na freguesia de Lagoa. Para além de rochas pouco comuns, aqui pudemos observar as Descontinuidades sísmicas de Conrad e a de Moho, bem evidenciadas no relevo por determinarem a ocorrência de três colinas (Fig. 4). Neste local, observa-se, à superfície, o que normalmente ocorre apenas a dezenas de quilómetros de profundidade, em resultado do processo de fecho do oceano Galiza Trás-os-Montes e consequente empilhamento de diversas partes das crustas oceânica e continental sobre as rochas autóctones da margem passiva. A descontinuidade de Moho corresponde à separação entre rochas do manto e a crusta inferior e a de Conrad, entre a crusta inferior e superior .

Para concluir o dia, visitamos os gnaisses de Lagoa. Estas rochas, com cerca de 500 Ma, resultaram do metamorfismo de granitos da antiga Armórica, um pequeno continente perdido com a formação da Pangeia. São rochas constituídas por grandes minerais claros e alongados de feldspato, que resultaram da elevada pressão e do movimento a que a rocha foi submetida ao longo de milhões de anos. A forma alongada dos minerais de feldspato permite determinar a direção do movi-

Figura 3- Dunitos de Morais e Armeria langei Figura 4- Descontinuidades de Conrad e Moho

Figura 5- Gnaisses de Lagoa

mento a que foram sujeitas estas rochas, sendo por isso importantes para localizar o continente Armórica no passado. (Fig.5)

Dia 2

No segundo dia da viagem, começamos por visitar a sede da AGTC. Com a ajuda dos guias, foi possível fazer uma breve contextualização dos geossítios visitados no dia anterior. Abordando temas como falhas, carreamentos, minerais e tipos de rochas, que afloram no Geopark, ficámos a entender melhor a formação do relevo desta região bem como a diversidade de seres vivos e a sua distribuição geográfica.

Devido à adversidade das condições atmosféricas, a exploração de outros geossítios foi-nos impossibilitada. Por isso, aproveitamos o resto da manhã para conhecer um pouco mais sobre a história da cidade onde nos encontrávamos. Visitámos o Museu de Arqueologia, onde nos foi dado a conhecer o passado da região, na Idade da Pedra e no tempo dos Romanos; no Museu Martim Gonçalves de Macedo, explorámos os acontecimentos da Batalha de Aljubarrota e as técnicas de guerra do século XIV. Depois do almoço na Escola Básica e Secundária de Macedo de Cavaleiros, fomos conhecer o Convento de Balsamão (Fig.6) onde podemos observar o uso de rochas de origem local na arquitetura do próprio convento.

Demos, assim, por concluída a visita de dois dias que nos deu a oportunidade de desfrutar e aprender no Geopark Terra de Cavaleiros.

Figura 6- Convento de Balsamão

Plano de Atividades do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais

Atividades

No dia 22 de março, celebrou-se “O Dia Mundial da Água”. Para comemorar este dia, os alunos do 7.ºA, do 7.ºB e do 8.ºB, de Miranda do Douro, realizaram alguns trabalhos e algumas atividades sobre a água e a “A importância da preservação da água”.

Os alunos das turmas dos 7.º A e B expuseram no átrio da escola trabalhos/maquetes sobre as energias renováveis e os alunos das turmas do 8º A e B caleidoscópios/periscópios, construídos por eles, inserido na temática da Energia e da reflexão da luz, respetivamente abordadas em Físico-Química.

Alguns alunos dos 7.º A e B, durante o mês de maio, participaram numa Campanha de “Caça aos Asteroides”, promovido pelo NUCLIO - Núcleo Interativo de Astronomia e Inovação em Educação -, visando ajudá-los a desenvolver e promover a construção de significados, a envolver-se e a perceber como se faz ciência, a desenvolver competências científicas, observando e analisando, e a desenvolver soft skills, participando no projeto de ciência cidadã com dados reais, que lhes darão competências e que os acompanharão ao longo da vida.

Os alunos das turmas do 8.º A e B expuseram, no átrio da escola, instrumentos musicais, construídos por eles, acompanhados por uma pesquisa sobre o modo como é produzido o som, temática abordada em Físico-Química.

Os alunos das turmas do 9.º A e B, na época natalícia decoraram o átrio da escola.

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