Lado A #76

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#Editorial

Todo excesso faz mal: do amor à política A s pessoas que tendem a ter opiniões consolidadas

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parecem que vivem com mais amor as suas verdades. Seja o pessoal do Lula Livre ou o pessoal do atual presidente, ambos possuem argumentos que, para eles, dão sentido às suas posições às vezes extremadas. Ninguém é santo, muito

menos salvador. Vamos parar de colocar nosso destino nas mãos alheias. Sim, houve uma ruptura na Democracia brasileira. Sim, teremos que lidar com isso. Os últimos anos foram difíceis e revelaram muito sobre os seres que nos cercam


e sobre nós. O desejo pelo poder, muito mais do que o desejo por fazer, vem dominando a nossa política. E fazer, sempre poderemos, principalmente no trato diário de uns com os outros.

lítico tomou caráter pessoal e as pessoas estão cheias de verdades vazias e partindo para a agressão mútua. As instituições estão sendo atacadas como se elas tivessem personalidade própria. Ambos os lados atacam os poderes como se eles fizessem parte de um jogo sórdido. A destruição do outro parece mais necessária do que a possibilidade de diálogo. O ódio toma conta de todos os lados e isso não parece nada saudável.

Mas tanto no amor quanto na política as pessoas tendem a achar que é melhor aquilo que não possuem. Criam fantasias do relacionamento que acabaram, que não valorizaram quando os tinham, e colocam a responsabilidade no outro, no inimigo invisível, ou mes- Cuide dos excessos que mo em uma teoria da cons- você traz para a sua vida: piração. são ilusões. Pense muito bem naquilo que você deseSe tem uma coisa da qual ja: nem sempre o novo, ou a não podemos responsabi- ruptura, é a solução. A vida é lizar o outro é o nosso fra- feita de ciclos que precisam casso. Sim, as vitórias serão ser abertos e fechados. Insiscompartilhadas, mas os tir no erro não parece sábio. fracassos serão sempre e Mas para perceber o erro é apenas nossos. A dor é sen- preciso deixar as paixões de tida de maneira própria, já a lado e buscar o equilíbrio, euforia da vitória é coletiva. um novo ponto de vista. Nosso modo de lidar com os Tudo tem um fim, ou mefracassos irão mostrar quem lhor, uma necessidade de realmente somos, quem recomeço, todos os dias. são os amigos verdadeiros, como vamos dar a volta por Vamos viver e amar, um dia cima. por vez, e sem desesperos. O país enfrenta um momento de polarização. O jogo po-

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#Índice eDITORIAL eNTREVISTA

Ensaio

COLUNA SOCIAL literatura CULTURAL comportamento BLOG DO JOHAN GUIA LGBTI CURITIBA

04 07 12 20 24 28 32 35 38 CAPA Diego Harmuch Foto/Concept: Nina Eilisa Villanueva

REVISTA LADO A #76 Out. Nov. Dez. de 2019 Tiragem 5 mil

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CONTATO REDAÇÃO contato@revistaladoa.com.br

CORRESPONDÊNCIAS CP 10321 CEP 80730-970 Curitiba - PR As matérias assinadas não expressam a opinião editorial da Revista Lado A. Proibida a reprodução total ou parcial de conteúdo sem autorização prévia.


#Entrevista

Maria Leticia Fagundes Uma vereadora que nos entende


A

vereadora e médica Maria Leticia é uma das caras da renovação da Câmara de Curitiba e traz consigo uma proximidade grande com a comunidade LGBT e defesa das minorias. Ela chegou a ser uma das donas de um famoso bar LGBT da cidade e entende muito bem o que é lutar por direitos. Sempre acessível, ela conversou com a Lado A sobre a sua carreira política, direitos humanos, feminismo e saúde LGBTI.

Como é ser uma das poucas vereadoras em Curitiba? Não é fácil! Assim como em qualquer profissão, por ser mulher, precisamos ter o dobro de dedicação e esforço para sermos respeitadas e reconhecidas. Das 38 cadeiras do legislativo municipal, apenas oito são ocupadas por mulheres. Mas isso

também não significa dizer que as oito lutam pelos direitos das mulheres e das minorias. Quais as principais bandeiras do seu mandato? Sou presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara e esta é a minha ban-


deira: o respeito e direito às minorias. Trato de questões ligadas a uma cidade segura e inclusiva para mulheres, em defesa da comunidade LGBTI+, contra o racismo e o preconceito e também, atuo em pautas que prezam por um mundo mais sustentável, dentro da bandeira do Ecofeminismo. Um dia poderemos ter uma prefeita? Um dia devemos ter uma prefeita! Mulheres podem e devem ocupar os lugares de poder. Passou da hora de decidirmos por nós e pelos nossos corpos. No que a saúde da mulher lésbica e da mulher trans diferem do resto da população? Como médica há mais de 30 anos, posso afirmar que primeiro é preciso combater o preconceito dos profissionais de saúde, que muitas vezes podem julgar, por não conhecer a especificidade do caso. Mulheres lésbicas e trans correm o mesmo risco na transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo. Porque estas infecções são transmitidas

na troca de secreções vaginais em mãos e objetos. Além disso, por não tomarem contraceptivos hormonais e por a maioria das mulheres lésbicas não ter passado por gestação, os riscos de desenvolvimento do câncer de ovário são maiores. Vale lembrar, que a vacinação contra o HPV deve ser oferecida independentemente da orientação sexual. E dos homens trans? Homens trans que possuam útero e ovários, devem fazer os mesmos preventivos que uma mulher. O problema é sempre o preconceito do profissional de saúde e o medo do paciente em ser julgado. Como foi a sua ascensão profissional desde a adolescência? Você sonhava com a política? Eu me inspiro muito na minha mãe, que era professora. Quando eu era criança, ela me levava para as reuniões sindicais e grevistas e esta foi minha primeira noção de luta por direitos. Desde a infância, eu queria ser médica. Mais tarde, já

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formada, fui trabalhar no Instituto Médico Legal e foi um caso de feminicídio, que me abriu os olhos para a desumanidade que é uma mulher morrer, apenas por ser mulher. Então minha vida política começou como presidente da Associação dos Médicos Legistas do Paraná, onde fundei uma ONG contra a violência de gênero, a Mais Marias. Depois da ONG, eu percebi que fazer políticas públicas, enquanto legisladora, era um caminho para lutar de maneira concreta pelas minhas bandeiras. Agora, estou no meu primeiro mandato como vereadora e já são mais de 15 projetos de lei aprovados. Sou a pessoa que mais aprovou projetos nesta gestão. Por que a comunidade LGBT não conta com representantes assumidos? Porque vivemos num país extremamente agressivo com esta comunidade. Por exemplo, uma mulher trans tem expectativa de 35 anos no Brasil. É difícil que a comunidade LGBTI+ se assuma, por medo de preconceito e violência. 10

Qual o seu sonho? Meu sonho, a curto prazo, é que as vagas do legislativo sejam iguais para homens e mulheres, num traço de 50% de reservas. A longo prazo é que as minorias cheguem aos cargos de poder, não só na política, mas nas instituições e empresas privadas. Existe algum projeto da Câmara que você considere mais importante? Acho que todo projeto que seja pelo bem coletivo é válido. Posso falar dos meus em defesa de proteção às mulheres, por exemplo: vagas prioritárias em creches e escolas municipais para crianças vítimas ou filhas de vítimas de violência; proibição da nomeação para cargos em comissão de condenados pela Lei Maria da Penha; Instituição da Semana da Conscientização da Saúde Sexual Reprodutiva; Obrigar bares e restaurantes a prestarem ajuda a mulheres em situação de risco; Obrigação de afastamento remunerado às mulheres vítimas de violência; Criação da Procuradoria da Mulher; disponibilizar na rede pú-


blica de saúde o Implanon ção de minoria, sabe melhor Contraceptivo e tantos ou- que ninguém quais são seus problemas e quais seriam tros. possíveis soluções. No enQual a importância da representa- tanto, o diálogo entre todas ção de minorias sociais dentro da as partes, inclusive com as partes de conhecimento política da cidade? A importância é o lugar de técnico, ainda é a melhor fala de cada um. Uma pes- solução para que haja um soa que viva em uma situa- senso comum.

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#Ensaio





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#ColunaSocial

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#ColunaSocial

Verdant

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Fotos: Gabriela Nassif



#Literatura

Um conto sobre a Parada Gay Por Camila Mossi

M uita gente questiona a necessidade de se fazer

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uma parada gay. Pessoas boas. Dessas que ouvem Pabllo Vittar. Que gostam de cabeleireiro gay. Que assistem pornô lésbico. Mulheres que treinavam beijo com as amigas na

adolescência. Homens que adoram divas pop. Que assumem que até pegariam a Pabllo Vittar. São os simpatizantes, sim, aqueles da velha sigla GLS. Aqueles que até têm amigos gays, mas que realmente não veem


necessidade de sair esfregando isso na cara das pessoas. Que não tratam ninguém diferente, mas acham que gays não devem ter privilégios. Pessoas justas. Por isso, acho que é válido responder às suas principais dúvidas. Lá vai.

Fábio Assunção, que isso é coisa de hétero. Mas, esse lance de “se dar ao respeito” é meio antiquado, que em 97, quando meu pai quebrou minha costela porque eu estava brincando com as maquiagens da minha mãe, usou esse mesmo bordão. Se atualize, mona!

Rosa, 32 anos, comerciante, cuja saia jeans não combina muito com o tênis esportivo, pergunta:

Oswaldo, 51 anos, militar aposentado, que conhece todas as lojas que ainda vendem trim e calças sociais bege pergunta:

– Não entendo porque na parada gay as pessoas sempre vão fantasiadas, espalhafatosas. Esses dias, mesmo, vi um homem de saia, outro vestido de unicórnio. Acho que deveriam que se dar ao respeito, né? William, 28 anos, professor, cuja barba com glitter combina com seu arquinho de unicórnio e cuja saia de tule reluz com o brilho do sol, responde: – O seu questionamento é muito bom. Na verdade, a parada gay da cidade faz lobby com os fornecedores de festa para liquidar o estoque que sobrou do carnaval. Menos as máscaras do

– Ah, dizem que é um movimento por direitos, mas eu só vejo farra. Todo mundo seguindo um trio elétrico, com som alto. Tudo desculpa para fazer bagunça, até porque, a constituição garante a todos os mesmos direitos, não? Carol, 38 anos, freelancer porque, apesar de seu MBA e de suas roupas estilosas, o cabelo curto faz com que não seja bem o perfil das empresas, responde: – Não é bem desculpa para fazer bagunça, é tudo lobby da indústria automobilística. Veja bem, o trio elétrico é um caminhão. Ele

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serve para sinalizar para as sapatas caminhoneiras que aqui elas podem calibrar os pneus e trocar o óleo de suas scanias, polir a lataria, afinar a buzina. Mas em um ponto o senhor tem razão: somos todos iguais perante a Constituição. Tentei argumentar isso com o juiz que anulou o meu casamento ano passado, mas ele disse que família é homem e mulher e que estava fazendo o trabalho de Deus. Acho que ele não gostou muito das fotos do meu caminhão estacionado em frente ao cartório. Alex, 30 anos, personal trainner na academia que ganhou do pai quando se casou, pai de família que tem foto das filhas na capa das redes sociais, pergunta: – Aqui na minha cidade, a parada se chama parada do orgulho L-B-C-G- T? S? Ah, tem aquele monte de letra, mas é parada do orgulho gay, sabe? Eu não sei porque alguém tem orgulho de ser gay. Eu mesmo, nunca tive orgulho de ser hétero. Não somos todos iguais? Por que gay tem que ter orgulho?

Gabriel, 30 anos, maquiador, que não pode colocar foto de capa do casamento nas redes sociais porque pode perder clientes e quer adotar crianças, mas já foi hostilizado por dois assistentes sociais, responde: – Realmente, não há de que se ter orgulho. Pelo contrário, nossa vida é uma grande vergonha. Era vergonha que eu sentia quando era criança e apanhava todo dia na escola para deixar de ser bichinha. Daí tomava bronca em casa por ser frouxo e não me defender. Quando era adolescente e vivi meu primeiro amor, também foi uma vergonha. O pai dele descobriu, me ameaçou de morte, contou para o meu pai. Ele foi mandado pra uma escola militar. Eu fui expulso de casa. Dormi na rua umas vezes, vergonhoso. Trabalhei por comida. Fiz carreira. Venci. Mas ano passado, me casei e nenhum parente foi à cerimônia. Nem minha mãe. Meu pai não deixou ela fazer essa vergonha de celebrar a felicidade do filho. A parada deveria se chamar Parada da vergonha gay.


Norma, 70 anos, jornalista aposentada, que após tomar umas broncas na ditadura, porque era de boa família, passou a escrever apenas sobre trivialidades, mas hoje acha que intervenção militar é uma boa, pergunta: – Tenho a impressão de que os gays têm preconceito contra os héteros. Querem que seja tudo sobre eles. Beijo gay na novela. Só falam de gay na mídia. Não é mais importante lutarmos pelos direitos humanos, ao invés de lutar pelos direitos de um segmento específico? Sônia, 65 anos, comerciante, sem previsão de aposentadoria porque nunca foi registrada, responde: – Sim, acho que temos que lutar pelos direitos humanos, não só sobre os direitos dos gays. Precisamos lutar pelo direito dos humanos em geral! A nossa luta não vai acabar até que os adultos que se amam possam se casar com direito à festa, à alegria, um problema recorrente entre os héteros. Outro problema humano

que precisamos resolver é o medo de andar de mãos dadas com seu cônjuge na rua. Tão recorrente um rapaz e uma moça de mãos dadas sofrerem espancamento. Sofrerem estupro corretivo. E a aceitação da família? Temos que trabalhar esse drama hétero. É tão desesperador quando um rapaz hétero vem apresentar a primeira namorada para os pais. Ouve absurdos, como: “esse é meu garoto, garanhão igual ao pai!”. E quando a moça hétero conta para a família que foi pedida em casamento? Ouve coisas dramáticas como: “finalmente meu sonho vai se realizar! Vai se vestir de noiva! E eu ainda ganhei um filho, não só um genro!”. Não vamos parar de lutar até que essas pequenas coisas se tornem direitos humanos. Camila Mossi é gaúcha, cronista, lésbica, casada com a Nádia, amor da minha vida. Ela é a mais nova colunista do site da Revista Lado A!!! Doutoranda em Letras pela UEM, mestre, especialista e licenciada em Letras pela UEL. Pedagoga pela Unifil. Ministra palestras e oficinas de escrita criativa e de incentivo à leitura. Autora premiada, adora receber e-mails: camilamossi@yahoo.com.br 27


#Cultura

50 personalidades LGBT+ da música brasileira A na Carolina, Silva, Pabl- e trabalhando para sua aslo Vittar, Gloria Groove e censão. É o caso de cantores muitos outros artistas compõem o cenário musical brasileiro hoje. A cultura da música está a cada dia mais abrindo suas portas para a diversidade e vários artistas fazem de seu trabalho uma forma de passar a mensagem do respeito e resistência. Embora muitos se destaquem, outros artistas LGBT+ continuam surgindo

como Urias, MC Trans, Aíla, Thiago Pethit, Diego Moraes, entre outros.

Além dos artistas LGBT+, muitos outros cantores e atores no Brasil e no mundo, mesmo que não façam parte da comunidade, defendem a causa. Mas nos últimos anos, no Brasil, com o avanço das discussões sobre


gênero e sexualidade, mui- Por isso, separamos uma listos artistas começaram a se ta com 50 personalidades mostrar e, além de defender LGBT+ da música brasileira. a sua bandeira, espalham talento e arte.

Já consagradxs

Ana Carolina: A cantora começou sua carreira em 1999 e nos anos 2000 alavancou muitas músicas famosas. As canções Garganta, Quem de nós Dois e Encostar na Tua fizeram o sucesso da artista nas paradas musicais brasileiras. Lésbica, Ana Carolina namora a italiana Chiara Civello com quem se relaciona desde o passado. Anitta, Pabllo Vittar, Angela Rô Rô, Adriana Calcanhoto, Ney Matogrosso, Lulu Santos, Maria Gadu, Daniela Mercury são outros nomes famosos que aparecem na nossa lista!

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Artistas da quebrada Kaya Konky: Ígor Ferreira é Kaya Conky, a mais nova cantora brasileira do meio queer. Sua primeira canção foi a “E Aí Bebê”, lançada em novembro de 2016 e que ganhou o Brasil. Antes de sua carreira como cantora, Kaya se dedicava ao trabalho de DJ em festas LGBT+ de sua cidade, Fortaleza. Gay assumido, Ígor sempre quis seguir carreira artística como cantor e drag queen. Lulu Monamour: considerada a primeira rapper transexual brasileira, Lulu Monamour nasceu em Goiânia e apresenta uma aparência excêntrica. Em 2011 ela compôs a sua primeira música “Madame do Povo” e logo depois lançou o CD “Futuro da Rima”. A artista começou a fazer rap com a intenção de inspirar outras pessoas, principalmente da comunidade LGBT+. Lia Clark, Murillo Zyess, Rico Dalasam, Danna Lisboa, Mc Linn da Quebrada, Mulher Pepita, Lia Clark, Tchelo Gomez, Ludmilla, Mc Xuxu, Mc Trans, Triz, entre outrxs representam a música queer feitas nos subúrbios e que conquistaram as pistas. 30


A nova MPB Urias: Pablo Urias é mais uma brilhante artista da cena LGBT+ brasileira. De origem humilde, fez alguns trabalhos ao lado de Pabllo Vittar com quem compartilha experiências de luta e resistência. Fiel amiga de Vittar, as duas artistas apoiam a carreira uma da outra. Além de atuar no mundo da música, Urías também é muito ligada à moda e já chegou a lançar sua própria grife. Johny Hooker, Jão, Liniker, Jaloo, Silva, Renan Cavolik, Renato Enoch, entre outros reescrevem a MPB com suas composições ou interpretações cheias de estilo próprio e amadurecimento artístico.

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Diversidade Musical

Ellen Oleria: Natual de Taguatinga, do Distrito Federal, Ellen ficou famosa após participar de um programa de competição entre jovens talentos. Após interpretar a música Anunciação, o Brasil se encantou com a voz da artista que canta MPB. Fundou anda a banda Pret. utu que contou com artistas como Célio Maciel, Paula Zimbres e Rodrigo Bezerra. Thiago Pethit, Diego Moraes, Todrigo Ciampi, Almério, Filipe Catto, Aíla, Lan Lan, Chamaleo tem um estilo próprio. Do blues aos batuques, a cena queer brasileira é diversa

No site da Lado A você confere um por um dos artistas da nossa lista e mais um pouco de suas histórias!


Coletivos Quebrada Queer: Primeiro grupo de rap gay do Brasil, o Quebrada Queer aposta em letras que fazem rimas com questões sociais, homofobia e transfobia. Além disso, a banda se dedica a falar sobre racismo. A primeira música lançada, de mesmo nome da banda, foi o início e ao mesmo tempo e estopim da carreira do grupo formado por seis integrantes. Os compositores do grupo são todos LGBT+ e de origem periférica que seguem suas composições sobre essas questões no âmbito do rap, considerado machista e excludente com homossexuais. Quebrada Queer, Não Recomendado, As Bahias e a Cozinha Mineira são alguns nomes que surgiram com uma proposta de grupo


Sempre em alta

Lan Lan: Elaine Silva Moreira é vocalista e compositora brasileira. Nos últimos anos assumiu um relacionamento com a atriz Nada Costa. A artista é autora dos álbuns Com ela, Jussara Silveira, Mi, Batuque e Entre o Amor e o Mar. Durante sua carreira musical tocou com Marisa Monte e foi percussionista da grande artista Cássia Eller. E tem os artistas LGBTQI que nunca sairão de moda como Candy Mel, Mateus Carrilho e Davi Sabbag, da Banda Uó, Bemti, Lindsay Paulino, Byanka Nicoli, Aretuza Lovi, Bruno Gadiol, entre outros engajados! 34


#Blog_do_Johan

Era uma vez um serial killer de relacionamentos Por Allan Johan

Tdeemnamorar gente que tem medo Mas há um tipo muito curioou dizer eu te amo. Seja por traumas passados próprios ou de amigos, tem gente que não confia mais nos outros. Pelo menos não para estabelecer o vínculo de namoro ou casamento. São pessoas que passaram por situações que na maioria das vezes envolvem traição, rejeição e amores não correspondidos. Faz parte da vida sofrer, mas não justifica o que eles fazem.

so nesse zoológico humano comportamental. Há aqueles que beiram a psicopatia e se envolvem em relações apenas para acabar com elas. São pessoas que traem, somem ou simplesmente param de responder o namorado ou a namorada. Alguns voltam, outros não, mas o principal é a faceta que eles demonstram com essas crises. Que a relação, até então boa, ficou para

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segundo plano naquele pe- e jamais assumem que eles sentem prazer com isso: em ríodo. machucar os outros. Sim, eles premeditam e fazem. Haja paciência do outro Eu já vi gente pedir em na- Acabam com uma relação, moro, fazer o outro chorar, com a auto estima alheia, para minutos depois ter a com a esperança no amor. primeira discussão de re- Por vezes de forma rápida, lacionamento fatal e fazer por outras ao longo de seo coitado chorar outra vez, manas, meses e anos. Enagora pelo final da relação. quanto um rema para um Se foi tristeza ou raiva eu lado, o outro faz força connão sei, mas provavelmen- tra. Não entendem que as te era um choro de raiva. fases ruins devem ser supeAssim, sem motivo, se jus- radas. tificando que “cometeu um erro”, o cara acabou com Interprete os sinais que mal começou. E como Faz parte da vida ter relatem gente que troca aliança ções que não dão certo, mas e trai na primeira semana de saiba interpretar quando namoro, ou vive dando des- não vão dar certo por mais culpas para o não compa- que você seja taurino e tenrecimento. Tem os famosos te muito. Se foi rápido decasos do pai de família que mais, desconfie. Se demofoi comprar cigarro e nun- rou demais para o próximo ca mais voltou. Namoro ou passo, algo deve estar erracasamento é compromisso do. Se a pessoa mente muie comprometimento, sem to, não tem muitos amigos, isso, a relação já nasce com não tem uma rotina, ou não te apresenta o círculo social os dias contados. dela, acredite: ela é uma E não adianta pressionar ou colecionadora de emoções. questionar, os serial killers Talvez ela sinta prazer em de relacionamentos têm variar círculos de amizade e discurso pronto, ou melhor, não enfrentar a realidade, a dizem sempre que não estar de que ela acredita que não prontos. Botam a culpa nos amará de volta, a de que exs, nos pais, na juventude, ela não quer largar o pasnos estudos, na economia, sado. Pessoas equilibradas


resolvem seus problemas. mana de uma relação quase As pessoas complicadas não sempre é a mais gostosa de sabem fazer isso. viver. Eles se viciam nela e terminam antes dos probleEnfim… mas começarem. Mais uma Você pode estar sendo ape- vez, será um trabalho árduo nas um brinquedinho para que exige dedicação, paciênque a pessoa continue com cia e persistência, mas semseu intuito de começar e não pre valerá a pena. persistir em seus relacionamentos. Terapia ajuda, ami- Viver é apostar nas possibiligos podem ajudar também. dades e ter medo de arriscar Mas essas pessoas precisam não é viver plenamente, por desenvolver algo que talvez isso, sempre haja com caunão tenham nunca: empatia. tela e segurança, sabendo e Devem saber se colocar no assumindo os riscos envollugar do outro e ao invés de vidos. O coração vai se curar querer recriar a dura realida- um dia. de da vida que passaram, ou fantasiar momentos mági- Allan Johan é jornalista, fundador da cos que não existem, devem revista Lado A e atualmente assessor de se permitir a ter esperança Políticas da Diversidade Sexual da Prenovamente. A primeira se- feitura De Curitiba


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