Medoere

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Bem vindos, aventureiros. Estamos diante de grandes problemas, em nosso reino, e talvez a luz do Príncipe de Prata não tenha iluminado sua mente para as questões de grande risco que estamos próximos de enfrentar. Como se não bastasse os problemas da própria terra, como os monstros que teimam em surgir nos arredores das províncias, atacando nossos pontos mais frágeis, corremos risco de entrar em guerra. Uma guerra entre homens.

Tendo conosco os olhares de nosso deus, que nos guiou para a libertação, precisamos de homens de armas para compor nossas fileiras, bem como arcanos para aumentar nosso poderio mágico. A mágica celestial dos clérigos nos guiará diante do perigo iminente e espiões serão nossos olhos à frente, seguindo os passos do inimigo. Guerreiros da fé também estarão conosco e patrulheiros vigiarão as matas. Assim, tudo que o inimigo fizer, nós veremos. Tudo o que o inimigo disser, nós saberemos. E se tudo se consolidar, precisaremos de mais do que força, pois eles são superiores em número.

Aos corajosos e interessados, sejam bem vindos. Nossa vitória depende do esforço de cada um de vocês. Altaweir Enlien Patriarca da Nona Magia de Alamier


Convoca-se homens: Dispostos a trabalhar nas docas* Dispostos a servir de guardiões de comitiva* Dispostos a combater na fronteira* *Mulheres somente sob avaliação. Outros serviços: Ajudante de Padeiro Ajudante de Construtor Serviçal de limpeza de latrina Camareira/Aia Seleção feita por Twir Doltrin, no distrito comercial de Braeme. Somente hoje e amanhã.



Baseado no Cenรกrio


Capítulo 1 – Golpe Baixo <Narradora> Ao som do rio Adele, que recortava a cidade de Braeme, Taerin seguiu seu desejo crescente no peito. Longo era o caminho até Diemed e carregar todo aquele equipamento pareceu mais simples no seu pensamento do que pela experiência das primeiras horas. Atravessar tantas milhas, porém, não era para ser de um dia para o outro e ela sabia de todos os problemas que poderia encontrar no caminho. A tarde estava bem próxima de terminar quando os portões da cidade foram deixados para traz e o caminho até Milltown parecia ser o mais prudente. Era a última cidade da fronteira, antes da enorme ponte Celestial, que cruzava o rio de mesmo nome. Celestial, inclusive, estava em muitas nomenclaturas que os humanos, devotos ao deus da Lua, usavam. Parando para comer e descansar, Taerin notou no horizonte quase todo tomado pela noite, que alguém parecia vir da estrada a qual ela passara. Como estava na planície, se recostando numa pedra musgosa, que para ela pareceu bem aconchegante, não tinha tanta cobertura. Seus pés, sem as botas e em repouso, ainda doíam e correr ou se esconder nunca foi uma boa estratégia anã. Enquanto ela pensava no que fazer, o negrume se intensificava ainda mais e a silhueta, embora parecesse muito com a de um homem, aparentemente viajante, estava cada vez mais camuflada na noite. Mesmo sua visão noturna privilegiada, necessitava de maior proximidade. <Taerin Deladar> Suspirou de alívio ao ver os dedos dos pés mais uma vez enquanto descansava ali naquela pedra. Girou e estalou o pescoço com os olhos fechados e, por puro instinto, tocou sua mochila para certificar-se de que ainda estava ali, armazenando todos os seus pertences. Coçou as costeletas e se preparava para deitar a cabeça um pouco quando ouviu o barulho vindo no fim da estrada. Depois de esconder-se por precaução, Taerin empunhou sua espada e escudo, mesmo não tendo intenções de entrar em combate, mas aprendera a nunca abaixar a guarda, ainda mais sozinha e numa estrada praticamente deserta. Tentou não fazer barulho e arrastou sua mochila até entre as pernas, aguardando a passagem do sujeito para poder identificá-lo. <Narradora> Sua visão, de fato, se fazia muito útil nesses casos e com a aproximação do homem, mesmo a distância e naquela noite escura, já que a lua ainda não estava no auge de sua iluminação, ela pode ver melhor os trejeitos do viajante. Por consequência, ela não soube precisar, de fato, se ele a estava seguindo ou se estava de passagem, embora suas dúvidas tenham diminuído quando este começou a traçar o mesmo rumo que ela. Taerin não era boa com conjecturas e avistar o homem portando um escudo de madeira reforçado, ligeiramente maior que o seu, não a deixou tão segura, embora o homem não estivesse com arma alguma na mão. Esperando alguns segundos mais, ela pode notar algo curioso: O homem não tinha uma das mãos, exatamente a do braço em que carregava o escudo, preso ao antebraço. De qualquer forma, ele se aproximava cada vez mais de onde ela estava.


<Taerin Deladar> Podendo observá-lo com mais detalhes, Taerin percebe que ele não poderia estar seguindo-a, caso contrário seria mais prudente em não ser descoberto. De qualquer maneira, embainhou a espada com cuidado e manteve o escudo preso ao antebraço esquerdo, não queria parecer hostil. Com o pouco auxílio dos resquícios da luz do dia ela reencontrou as botas que havia retirado e as calçou novamente, seus pés pareceram agonizar nesse momento, mas manteve-se firme. Tomou mais algumas medidas cuidadosas e apanhou uma porção de grama e gravetos para camuflar a mochila atrás da rocha coberta de musgo. Taerin pôs-se de pé e sentou sobre a rocha, fazendo barulho propositalmente. <Narradora> O homem pareceu esboçar o que parecia ser um sorriso no rosto, mas talvez fosse só impressão. Os cabelos negros e longos sobre seu rosto bem composto davam a ele uma característica um tanto nobre em sua face pouco experiente e ao encontrar seu olhar com o da anã, ele fez uma breve e pacífica reverência. Esse gesto fez com que Taerin notasse um machado de mão, preso á mochila de viajem dele, e após o gesto, ele disse com um tom neutro: ** NPC: <Homem> -- Boa noite, senhora, anã... Ele pareceu pouco a vontade com os termos que escolhia para o início da conversa -- Espero não estar incomodando seu descanso, mas

ouso dizer que estava na taverna do meio-elfo, Brit, quando ele lhe disse as mesmas palavras que muitos procuravam naquela noite... Se pareço invasivo, minhas sinceras desculpas, mas devo evitar que você cometa um ato impensado, se dirigindo para as fronteiras de Alamier.. E seu olhar final foi sério e ponderado

<Taerin Deladar> Ela assentiu em resposta ao cumprimento do homem. Manteve o rosto sério o tempo todo e, com a mão livre, talvez pelo tensão da situação, brincava quase que involuntariamente de remover o musgo da pedra em que estava sentada com os dedos. Ela umedeceu os lábios antes de replicar: -- Boa noite, viajante.. Retribuiu a saudação e, quando ele já havia terminado, tornou a falar. -- Acho que está enganado, senhor. Já estou

na estrada há algum tempo e não me lembro de ter feito uma parada em taverna alguma, creio que possa ter me confundido com outro anão, senhor, não seria a primeira vez que isso acontece.

** NPC: <Homem> *Franziu o cenho ante a resposta de Taerin e pareceu tentar dizer uma ou duas coisas arrogantes, mas se conteve e respirou fundo por alguns segundos. Só então, ele disse. -- Se quer mesmo comprovar com seus próprios olhos ótimo, senhora, anã. Mas eu tive sorte de perder só a minha mão esquerda.. Ele se manteve diante de Taerin, com os olhos fixos nos seus. Pareceu não ter gostado do comentário dela.


<Taerin Deladar> Ficou em silêncio por algum momento e tocou o cabo da espada com um dedo indicador, mas logo tratou de distanciar sua mão dali, estava cansada e não pretendia iniciar um duelo. -- Creio que começamos com o pé esquerdo, humano. Chamo-me Taerin. Ela estendeu sua mão direita, deixando a pedra e ficando de pé. Apesar de sua baixa estatura, os ombros largos e as pernas grossas davam uma aparência mais robusta aos anões, e Taerin admirava essa característica de sua espécie.

** NPC: <Homem> Mudou sua postura e inclinou-se, levemente, para cumprimentar a anã -- Gaelath... Respondeu ele num tom seco, mas continuou. -- Gaelath Shieldleft, como sou conhecido. E depois de findar o aperto de mão, ele voltou a uma postura mais neutra, dizendo. -- Vim atrás de ti, pois achei que precisasse de melhores explicações. Sobretudo a não confiar em todos os boatos de estalagem, ainda mais vindo de um meio-elfo. E ante a isso ele fez uma expressão de desdenho. -- Me desculpe o palavreado, mas é o que eu acho. <Taerin Deladar> Sentiu-se um pouco aliviada por ele não ter intenções malignas, pelo menos até onde Taerin sabia. Apesar de questionar a preocupação do tal Gaelath para com sua integridade. Coçou distraidamente uma das costeletas, talvez precisasse de um banho, e tornou a falar: -- É, talvez sim, não que eu tenha acreditado em tudo o que foi dito, mas uma segunda opinião seria bem vinda. Comprimiu os lábios e soltou o ar pelo nariz -- O

que tens em mente, Gaelath?

** NPC: <Gaelath Shieldleft> -- Tenho para mim que esta não é a melhor hora para conversarmos e também não é o melhor local. Ele pareceu preocupado com os arredores, pois olhava para os dois lados, discretamente. -- Milltown não está tão longe daqui e talvez

fosse melhor conversamos numa estalagem, num local reservado. Claro, isso pode nos custar umas moedas extras de prata, mas não vejo problemas quanto a isso. Essa estrada é perigosa, á noite, já que os esforços da vigilância estão todos nas fortificações das cidades e na fronteira. Podemos ser surpreendidos aqui... e por criaturas traiçoeiras. Creio que seja o melhor a fazer. Gaelath não quis demostrar medo ou receio, mas Taerin via o suor brotando em sua testa, devido a sua visão privilegiada.

<Taerin Deladar> Taerin olhou para os lados tentando notar a presença de mais alguém, mas logo acompanhou o raciocínio de Gaelath e percebeu que o homem estava certo. --

Tem razão, seguiremos até Milltown. O preço da estadia não é tão importante desde que fiquemos seguros, pelo menos é o que penso. Ela foi até a parte de trás da pedra e retirou a

vegetação de cima de sua mochila e a pendurou nas costas, sem antes retirar um besouro que ficara preso à fivela. -- Vamos indo? Disse, tentando decifrar a linguagem corporal do sujeito e, apesar de estar ardendo de curiosidade, não ousou perguntar sobre a mão amputada.


<Taerin Deladar> Ficou em silêncio por algum momento e tocou o cabo da espada com um dedo indicador, mas logo tratou de distanciar sua mão dali, estava cansada e não pretendia iniciar um duelo. -- Creio que começamos com o pé esquerdo, humano. Chamo-me Taerin. Ela estendeu sua mão direita, deixando a pedra e ficando de pé. Apesar de sua baixa estatura, os ombros largos e as pernas grossas davam uma aparência mais robusta aos anões, e Taerin admirava essa característica de sua espécie.

** NPC: <Homem> Mudou sua postura e inclinou-se, levemente, para cumprimentar a anã -- Gaelath... Respondeu ele num tom seco, mas continuou. -- Gaelath Shieldleft, como sou conhecido. E depois de findar o aperto de mão, ele voltou a uma postura mais neutra, dizendo. -- Vim atrás de ti, pois achei que precisasse de melhores explicações. Sobretudo a não confiar em todos os boatos de estalagem, ainda mais vindo de um meio-elfo. E ante a isso ele fez uma expressão de desdenho. -- Me desculpe o palavreado, mas é o que eu acho. <Taerin Deladar> Sentiu-se um pouco aliviada por ele não ter intenções malignas, pelo menos até onde Taerin sabia. Apesar de questionar a preocupação do tal Gaelath para com sua integridade. Coçou distraidamente uma das costeletas, talvez precisasse de um banho, e tornou a falar: -- É, talvez sim, não que eu tenha acreditado em tudo o que foi dito, mas uma segunda opinião seria bem vinda. Comprimiu os lábios e soltou o ar pelo nariz -- O

que tens em mente, Gaelath?

** NPC: <Gaelath Shieldleft> -- Tenho para mim que esta não é a melhor hora para conversarmos e também não é o melhor local. Ele pareceu preocupado com os arredores, pois olhava para os dois lados, discretamente. -- Milltown não está tão longe daqui e talvez

fosse melhor conversamos numa estalagem, num local reservado. Claro, isso pode nos custar umas moedas extras de prata, mas não vejo problemas quanto a isso. Essa estrada é perigosa, á noite, já que os esforços da vigilância estão todos nas fortificações das cidades e na fronteira. Podemos ser surpreendidos aqui... e por criaturas traiçoeiras. Creio que seja o melhor a fazer. Gaelath não quis demostrar medo ou receio, mas Taerin via o suor brotando em sua testa, devido a sua visão privilegiada.

<Taerin Deladar> Taerin olhou para os lados tentando notar a presença de mais alguém, mas logo acompanhou o raciocínio de Gaelath e percebeu que o homem estava certo. --

Tem razão, seguiremos até Milltown. O preço da estadia não é tão importante desde que fiquemos seguros, pelo menos é o que penso. Ela foi até a parte de trás da pedra e retirou a

vegetação de cima de sua mochila e a pendurou nas costas, sem antes retirar um besouro que ficara preso à fivela. -- Vamos indo? Disse, tentando decifrar a linguagem corporal do sujeito e, apesar de estar ardendo de curiosidade, não ousou perguntar sobre a mão amputada.


<Narradora> O caminho até Milltown foi seguido com tranquilidade, sem que nenhum dos dois precisasse se preocupar tanto com os arredores. O silêncio se manteve por quase todo o caminho, sendo quebrado apenas quando chegaram próximos dos portões da cidadela. Gaelath sugeriu seguir na frente, sem dar tempo de Taerin responder, e falou com um dos guardas à frente dos portões, que trajavam lanças e uma armadura simples de couro castanho. Após uma conversa breve, a qual Taerin nem teve muita oportunidade de ouvir, já que seus passos não eram tão longos quanto ao do humano, chegou com o guarda aceitando a entrada dos dois e ambos passaram sem ser revistados para dentro da cidade. Mesmo não se fazendo necessário perguntar sobre a conversa, Taerin pareceu ouvir o nome do deus, Ruornil, que apesar de não ser uma devota, conhecia por experiência, ao longo de sua vida quando na companhia de humanos. Logo os dois chegaram na Taverna do Moinho, uma das poucas da cidade. O nome, claro, deveria ser uma homenagem ao grande moinho da cidade, a poucos metros dali. O moinho garantia certa imponência ao local e seu som parecia embalar a noite e o sono dos homens da cidadela. Ao adentrar o salão, iluminado por alguns lampiões de acabamento muito simples, se depararam com um lugar quase vazio. Havia apenas dois homens conversando numa das mesas, próximas do balcão, um taverneiro taciturno e careca, aparentando ter meia idade, e uma auxiliar ligeiramente mais jovem, com cabelos presos e um vestido sob um avental pouco limpo. Gaelath olhou para Taerin, como se perguntasse mentalmente o que ela iria fazer. <Taerin Deladar> Cidades construídas por obreiros humanos sempre atraíam a atenção da jovem anã, admirava o fascínio desta espécie em construir seus edifícios sempre o mais alto possível, como o famoso moinho não muito longe dali, que ela teve o prazer de observar à certa distância. Quando entrou no estabelecimento, Taerin dirigiu-se até o balcão, deu uma breve espiada nos rostos das outras pessoas dentro da taverna e por fim sentou num banco disponível, o que não seria tão difícil de fazer. Suspirou, tendia a fazer muito isso em momentos de descanso. -- Uma cerveja. Disse com uma voz rouca e baixa, já que ficara um bom tempo sem pronunciar coisa alguma. Pouco lhe importava se fosse imprudente beber naquela ocasião, seu paladar clamava por uma bebida. <Narradora> Gaelath fez um sinal para a assistente trazer mais uma para ele e, deixou sua mochila pousar junto a perna da mesa, sentando-se na cadeira de maneira pouco cordial. Parecia estar tão cansado quanto Taerin, talvez até um pouco mais e quando enfim a cerveja chegou, trazendo um aspecto malte muito atraente, ao menos para aqueles apreciadores do sabor, o humano finalmente falou, depois do primeiro gole, que rendeu alguns segundos de admiração ao líquido:


** NPC: <Gaelath Shieldleft> - Nunca conheci muito bem os anões, Taerin. Mas isso não

vem ao caso... o importante é você saber sobre o controle que essa província tem sobre novas ideias... Gaelath não conseguiu buscar palavras melhores e desejou que Taerin entendesse o que ele queria dizer. - A gratidão ao príncipe de prata vem primeiro, na escala de prioridade, para eles, e por isso é bom você entender um pouco sobre isso. E deu mais um gole demorado, soltando o ar de satisfação, quando terminou.

<Taerin Deladar> Ao dar o primeiro gole na cerveja e sentir o líquido umedecendo sua garganta e saciando a sede, Taerin lembrou por um instante de Erelm dizendo que "o primeiro gole é o mais importante", e deixou um leve sorriso escapar no canto de sua boca enquanto observava o líquido movendo-se no interior da caneca. -- Eu entendo. Disse ao ser despertada de seus pensamentos. Olhou rapidamente para os dois homens conversando e por fim direcionou seus olhos para Gaelath. -- Parece que você já esteve por lá, conte-me

um pouco sobre você.

<Narradora> Enquanto os dois conversavam, Taerin empregou um pouco de sua atenção a eles, enquanto Gaelath falava em tom baixo sobre quando ele tentou fugir do reino, de carroça. A estratégia havia sido estúpida e ele pareceu envergonhado em determinada parte da história, mas usou a pouca idade como desculpa. Agora, já com 25 anos, ele já tinha certa experiência sobre como funcionava a proteção do reino e perder qualquer homem para a vizinha e inimiga, Diemed, era inadmissível. Aliados eram importantes, mas inimigos, jamais. Na época ele fora levado até a prisão em Braeme e como punição, perdeu sua mão esquerda. Desde então, ele treinou com seu tio um estilo próprio de combater e serviu de mercenário em algumas ocasiões. Em todo esse tempo de conversa, Taerin notou que um dos homens próximos parecia exaltado com algo e pelo que seus ouvidos, ligeiramente avantajados de anã, puderam captar eles tramavam emboscar alguém naquela mesma noite. Dentre todas as palavras, uma frase despertou mais sua percepção: "O curandeiro não merece mais viver". <Taerin Deladar> Ela ouvia com atenção os relatos do homem, uma história e tanto, certamente estava falando a verdade. De quando em quando golicava sua cerveja e mantinha um dos ouvidos na conversa da dupla sentada à mesa. Após conseguir identificar uma frase, Taerin conta a Gaelath o que ouviu, caso o próprio não tenha escutado e apoia um de seus braços no balcão para se inclinar e falar em voz baixa, mais próximo do humano. -- Você sabe alguma coisa sobre esse curandeiro?


<Narradora> Gaelath fez que não e ficou, de certo modo, surpreso com a observação de Taerin. De qualquer maneira, ele não teve muito tempo de falar, pois os homens se levantaram e sacaram suas armas com grande habilidade. O mais baixo apontou uma besta leve para o taverneiro, exigindo saber dele onde estava o "Curandeiro", enquanto o outro, com duas espadas curtas, rendeu a mulher que limpava uma mesa e a virou para os dois de maneira a mantê-la como refém. -- Não quero ouvir nenhum ruído e nenhum movimento ou ela morre. Exigiu ele de Taerin e Gaelath, que crispou os lábios e evitou se levantar, olhando hora ou outra para Taerin, que estava quase de costas pra situação. O taverneiro pareceu dizer o número do quarto e o homem com a besta ordenou que ele o levasse até lá. A emboscada estava sendo ali, na própria estalagem... <Taerin Deladar> Taerin se assustou e contraiu os músculos quando a confusão teve início. Instintivamente, sua mão desceu até a cintura e procurou o cabo de sua adaga, mas não haveria como parar aqueles dois sem sacrificar a moça que trabalhava na taverna, e por isso desistiu, erguendo as palmas das mãos alguns centímetros acima do balcão, demonstrando não ter interesse em interferir nos assuntos deles. No mesmo instante, perguntou-se o que teria envolvido um curandeiro com aqueles sujeitos, provavelmente mercenários. De qualquer maneira, eles não pareciam ser pessoas de bem, uma vez que fizeram de pessoas inocentes seus reféns. A anã pensou e resolveu que seria melhor deixar os dois se separarem, ou simplesmente deixar a coisa toda se desenrolar por conta própria, afinal, até o momento, ela e Gaelath não têm motivos para arriscarem suas vidas por tão pouco. Taerin olhou rapidamente para o rosto de seu parceiro na tentativa de decifrá-lo. <Narradora> Taerin notou que Gaelath estava nervoso, mas um tipo de nervosismo diferente do que ela poderia imaginar. Talvez o homem estivesse se sentindo impotente por não poder nada que pudesse por em risco a vida da mulher, sendo feita refém, e ele, ao notar o olhar da anã, respirou fundo demoradamente e também colocou sua mão sobre o balcão, mantendo o silêncio. Enquanto os dois mantinham-se calmos, aguardando o fim daquela situação tensa, o homem com a refém se moveu para próximo da escada e pareceu estar intranquilo com a demora lá em cima. Nessa brecha de desatenção do homem para com os dois à mesa, Gaelath sussurrou: ** NPC: <Gaelath Shieldleft> - Ele está nervoso, Taerin. Se ele fizer algo com aquela mulher eu não vou conseguir me controlar... E Gaelath tentava não olhar na direção do agressor, embora seus olhos se movessem pra lá instintivamente. Ele procurou parecer neutro ante a situação, mas não tinha a frieza da anã, a sua frente.


<Taerin Deladar> Apreensiva, Taerin fez um muxoxo e esperou uma boa oportunidade para sussurrar uma resposta para Gaelath. – Não tome nenhuma ação precipitada, podemos segui-los caso levem o curandeiro daqui. Ela mantinha os olhos no homem que fazia a mulher de refém e investigou suas vestimentas em busca de alguma arma oculta, ou outro item qualquer. Caso realmente fosse mercenários, poderiam ter algum tipo de mandato ou folheto com eles. Percebendo a inquietação do estranho, Taerin tenta distraí-lo para que não execute a pobre mulher num susto ou algo parecido: - O que está havendo, senhor? Creio que há uma razão para tudo isso. Perguntou, agora com as mãos abaixadas e as sobrancelhas franzidas. <Narradora> Gaelath concordou com Taerin e se manteve mais calmo e no momento que a anã passou a observar o homem com a refém ele não notou nada que chamasse a atenção em suas vestimentas. O agressor manteve as espadas curtas envoltas da mulher e encarou os dois com bastante agressividade. Quando Taerin falou-lhe sobre o que poderia estar acontecendo, este se mostrou bem mais hostil e apertou um pouco mais a lâmina contra o pescoço da moça, o que fez um singelo filete de sangue começar a brotar naquela região, deixando a mulher ainda mais nervosa e apreensiva, começando a chorar silenciosamente. O agressor reafirmou: ** NPC: <Homem> -- Sem conversa! Quero silêncio ou ela morre! <Narradora> E Taerin nem precisou olhar para Gaelath para sentir que o nervosismo dele cresceu exponencialmente. A mão do guerreiro maneta fez tanta força na madeira na mesa que esta chegou a ranger e o agressor fez um gesto com uma das espadas curtas para que Taerin parasse de encará-lo. No andar de cima, o silêncio permanecia e talvez isso deixasse o homem com a refém ainda mais preocupado. <Taerin Deladar> Taerin assentiu e passou a concentrar-se no que poderia estar acontecendo lá em cima, talvez escutar sons de um possível confronto por parte do curandeiro. Ignorou o choro da mulher, se ficasse muito preocupada com ela poderia acabar tomando a escolha errada, e, para que Gaelath não o fizesse, a anã fez um gesto discreto com uma das mãos, para que eles acalmasse os ânimos. Sabendo que não haveria outra opção, a anã permanece em silêncio até que os indivíduos dessem seu próximo passo e talvez cometessem um erro. <Narradora> A situação se manteve tensa e o agressor ordenou que os dois à mesa não se movessem. Ele, arrastando com ele a mulher feita refém, moveu-se para alguns degraus no primeiro lance de escadas, antes de dobrar para o segundo que subia para o andar seguinte. O silêncio permanecia intenso, cortado apenas pelas voltas do moinho ao longe, que rompia a quietude da madrugada. Ali, na taverna, a respiração funda de Gaelath chegava a atrapalhar a percepção de Taerin e ele parecia querer se levantar de pronto e arremessar sua arma na direção do homem. Talvez só não o tivesse feito ainda pelo fato de não querer colocar a vida da mulher em risco. De qualquer maneira, Gaelath sussurrou:


** NPC: <Gaelath Shieldleft> - Aconteceu algo lá em cima, Taerin... alguma coisa não deve ter dado certo... E a anã quase pode ver um sorriso aparecer no rosto do homem. <Taerin Deladar> Com o homem distante, Taerin agora falava mais à vontade: – Certo, é nossa hora de agir. Vou subir e pegá-lo por trás. Ela saca sua adaga, segurando-a de forma invertida e levantando-se do banco cautelosamente. Não costumava usar a adaga com a finalidade de apunhalar alguém pelas costas, mas este era um caso à parte. Fazendo esforço para pisar com leveza, Taerin dá o um passo na direção da escada e sobre no primeiro degrau, uma gota de suor escorreu pelo contorno de seu rosto, perdendo-se nas costeletas salientes. Poderia ter pedido Gaelath para executar o sujeito, mas o nervosismo do homem poderia levar tudo por água abaixo. Deu o segundo passo e seus olhos buscaram enxergar as sombras estampadas na parede do segundo lance de escadas, que poderiam revelar alguma coisa que estivesse acontecendo no corredor do andar de cima. <Narradora> Taerin poderia não acreditar no que sua visão privilegiada pode enxergar quando terminou de subir calmamente os degraus da escada. No corredor onde ficavam os quartos dos hóspedes, uma criatura muito maior que a anã, talvez com mais de dois metros e meio, peluda e com um rosto que emanava pura fúria e selvageria, tendo características intensas de lobo, estava com suas garras cravas no meio do corpo da mulher, antes refém e estas garras atravessavam seu corpo e atingiam o agressor, que parecia ter sido pego de surpresa. Diante desta cena de terror intenso, o corredor ainda mostrava o outro agressor e o taverneiro caídos diante da porta de um dos quartos e mesmo com toda essa agressividade, nenhum som pode ser escutado, nem de grito e nem de corpo tombando. Taerin chegou no momento em que os dois corpos deslizavam no antebraço do monstro para o chão, calmamente e sem vida e a criatura pareceu sentir o cheiro de algo diferente e, olhando para o lado, pareceu notar a presença de alguém. Taerin instintivamente tinha se retraído e dentro dela brigavam a coragem e o senso de autoproteção. Suas pernas tremeram levemente quando a criatura começou a se mover na sua direção... <Taerin Deladar> Assustada com tamanha monstruosidade, Taerin cambaleou para trás e escorregou alguns degraus abaixo, grulando suas costas contra a parede da interseção entre o primeiro e o segundo lance da escada. Piscou algumas vezes e cenas do que havia acontecido lá em cima piscaram em sua cabeça: o sangue vermelho, a bocarra peluda, os corpos mutilados. Não que estivesse desacostumada ao presenciar a morte de outras pessoas, mas ficou impressionada com a facilidade e rapidez com que elas morreram. Embainhou a adaga às pressas e puxou a espada longa para fora do compartimento de couro. Com a respiração ofegante e suor brilhando na testa, Taerin tenta chamar pelo humano que a acompanhava: – Ga-Gaelath... Gaelath. Tentava não chamá-lo em voz alta, transformando sua voz num misto de gagueira, sussurro, e grito.


<Narradora> Taerin teve sua segunda surpresa do dia, pois Gaelath já estava bem próximo quando a anã começou a chamá-lo. A criatura se moveu rapidamente e algo passou por sobre a cabeça de Taerin, vinda da direção de Gaelath. Taerin notou que a criatura rosnou ante ao que foi arremessado na direção dela, mas se afastou com extrema agilidade e correu na direção do final do corredor. Por mais que Taerin tentasse ser ágil, não alcançaria a criatura nem que fosse a anã mais veloz de Cerília. Enquanto via a criatura correr na direção da janela e estilhaçá-la com um salto voraz, Gaelath chegou ao lado de Taerin, parecendo se lamentar por ter errado o arremesso do que quer que tivesse arremessado. Só depois da adrenalina baixar é que Taerin viu no chão uma espécie de erva de cheiro forte, mas não conseguiu reconhecer. Só depois disso, Galetath falou: ** NPC: <Gaelath Shieldleft> -- Me desculpe Taerin, não consegui atingi-lo... jamais imaginei que pudesse encontrar um lobisomem numa cidade como Milltown. E foi na direção da erva e a apanhou, guardando-a de volta num saco de couro bem velho. Depois se levantou e disse: -- Não que eu tenha conhecido outra anã, mas você é corajosa Taerin. Outros teriam saído correndo. <Taerin Deladar> Taerin baixou a guarda, suas mãos estavam tão fortemente fechadas envolta do punho da espada que chegou a doer. Ao ver Gaelath investindo contra a besta, a guerreira ameaçou assumir uma posição de ataque e enfrentar o lobisomem, mas o mesmo já estava bem longe, lançando-se para as ruas de Milltown através da janela. Taerin abaixou a guarda e cuspiu no chão: – Merda – Disse para si mesma. – Obrigada, Gaelath, você também demonstrou sua coragem aqui. – Disse ao vê-lo se explicando – Podemos ir

atrás dele, uma montanha de pelos e músculos como aquela vai deixar um rastro de destruição nessa cidade. E... – Ela se agachou ao lado daquelas ervas no chão as analisou – Sabe o que é isso? – Perguntou, intrigada, enquanto ajeitava a espada que acabara de depositar na bainha.

** NPC: <Gaelath Shieldleft> -- Se chama acônito. Respondeu Gaelath enquanto guardava a erva e, em seguida, retirou o saco de couro preso ao cinto e ofereceu a anã. -- Tome, eu

tenho mais. Essas ervas causam irritação nessas criaturas e podem auxiliar no combate contra elas. De qualquer forma, tivemos sorte. Não sei se sobreviveríamos para esta conversa se houvesse um duelo. E só agora a visão do humano conseguiu se acostumar com a escuridão e o sangue que escorria dos corpos mortos no chão já se aproximava dos pés dos dois.

<Narradora> Enquanto Taerin buscava entender o que havia acontecido e recebia de Gaelath o acônito, dois homens apareceram na porta de entrada da estalagem, portando lanças. Notando o uniforme, Taerin pode concluir que deveriam ser guardas e pode prever que muitas perguntas viriam na sequência. A noite não estava sendo o que a anã esperava e não demorou muito para que um dos guardas perguntasse:


** NPC: <Guarda> -- Ouvimos o barulho da janela se quebrando... o que está acontecendo aqui? Algum problema? E observando o ambiente o outro questionou. -- Onde está o

taverneiro?

<Taerin Deladar> Ela pega as ervas, cheira-as e as devolve para o humano sem demora, nunca nutrira nenhuma curiosidade por herbalismo, apesar de reconhecer a utilidade de tais estudos. Ela observou os corpos e não soube o que fazer com eles, talvez devesse apenas deixá-los ali até que alguma autoridade local os encontrasse. Além disso, Taerin não estava disposta a responder um questionário de perguntas que provavelmente seriam feitas para ela e Gaelath. Tarde demais. A voz do guarda soou como uma pancada nos ouvidos da anã, que girou os calcanhares e olhou para os guardas que acabaram de chegar. Apressou-se para explicar a situação, odiava ser interrogada. – Um lobisomem. Chegamos aqui há

pouco tempo e um dos hóspedes estavam sendo procurado por ser um monstro disfarçado, não estou à par da história completa, mas a resolução do caso está aqui bem diante de seus olhos. Taerin estende os braços na direção dos corpos e dos litros de sangue que jorraram para todos os lados. [Continua...]




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