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VOCÊ CORTA A ETIQUETA?

Margarida de Mello Mooser Comunicação e Protocolo

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TU CÁ... TU LÁ TU CÁ... TU LÁ

Na verdade, nada será como dantes, nem mesmo no quartel-general em Abrantes.

O mundo mudou. As pessoas vão tornar-se melhores, porque um tornado desta dimensão só pode trazer um mundo melhor, dizia-se nos longínquos meses de Março e Abril deste longo ano. Olhando para tràs, como essas vozes se enganaram redondamente! Temos visto tantos exemplos ...

O protocolo e a etiqueta social sofreram uma transformação radical. Cumprimentar já é só cotovelar. Que saudades de um vigorante aperto de mão, de um repenicado beijo, ou de um beijo, simplesmente, de um apertado abraço. Que saudades de um sorriso rasgado, uma gargalhada estrondosa, um palmadão nas costas ....

A cordialidade, a civilidade, as boas maneiras, parecem coisa pouca, sem qualquer importância. A mim, parece-me, que são mais importantes do que nunca. De facto, ninguém anda à vontade mas, em contrapartida, há gente de mais a andar à vontadinha.

As empresas tratam os clientes por tu, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, nuns casos, noutros, tratam-nos pelo nome próprio, como se se tivessem conhecido desde pequeninos ...

Que pretensa intimidade! Que coisa mais desagradável! É um tratamento agressivo, ofensivo, que parece querer obrigar-nos a ter um relacionamento informalissimo para o qual nunca estivémos virados. E, sim, protesto. Não estou apenas a desabafar. Reclamo ao telefone, por mensagem, por correio electrónico ... E reclamo pessoalmente, constantemente e vezes de mais.

O mundo está virado do avesso. Mas temos que bater o pé. Só porque sim, não vamos deixar de ser quem

somos, não vamos deixar que os outros tomem decisões por nós, não vamos deixar que nos destratem. É isso que estamos a sentir todos os dias, vezes de mais.

Sem máscara, aqui me comprometo a continuar a pensar o que penso, a dar a opinião que é a minha, a defender as minhas convicções, a achar o que acho, verdadeiramente. Não me ofende que pensem diferente, apenas não aceito ser obrigada a pensar o que os outros acham que devo pensar.

Dito isto, e respondendo à pergunta que aqui está sempre pendente: “você corta a etiqueta?”, posso dizer que cada vez menos isso acontece, porque cada vez mais se vê a importância do protocolo social ou etiqueta. Cada um de nós deve, devia, ocupar o seu lugar, porque afinal de contas não é possível que duas pessoas ocupem ao mesmo tempo, o mesmo lugar - e está tudo dito.

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