Intervenção Urbana - Campus Samambaia UFG

Introdução ao Urbanismo

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Docentes Erika Kneib Olmo Borges Discentes Andressa Pina Izadora Matos Júlia Nogueira Outubro / 2021

Universidade Federal de Goiás Introdução ao Urbanismo Profª Erika Kneib Goiânia, Outubro de 2021 Andressa Pina Izadora Matos Júlia Nogueira

SUMÁRIO Introdução

04

Metodologia

05

Diagnóstico

06

História do Campus Área de Intervenção Escala cidade (Macro) Escala Entorno (Meso) Escala Área de Intervenção (Micro) Problemas e Potencialidades

Referencial Teórico

23

Referencial Projetual

25

Eixos de Intervenção

29

Proposta de Diretrizes

31

Considerações Finais

41

Referências Bibliográficas

42

Relatório de Atividades dos Membros

45

de fazer o usuário participar do processo de projeto, à medida que ele entende suas

INTRODUÇÃO

necessidades e assim possam exigi-las no cenário político, garantindo, assim, o direito à cidade.

O Campus II da Universidade Federal de Goiás,

Diante disso, e através de estudos realizados na

denominado

fica

área do Campus Samambaia e seu entorno, o

localizado na região norte da cidade de Goiânia,

trabalho aqui desenvolvido tem por objetivo

capital de Goiás. Concebido como local de

realizar intervenções no Campus, capazes de

formação profissional com cursos de graduação

modificar a maneira de enxerga-lo, priorizando a

em licenciatura e bacharelado e de pós-

escala humana e a experiência, de forma a

graduação com mestrados e doutorados, o

incentivar a vivência dos espaços públicos, a

campus funciona também como espaço de

integração entre os usuários e a criação de laços

promoção

afetivos.

Campus

à

arte,

Samambaia,

cultura

e

pesquisa, oficinas,

Para tanto, propõe-se uma série de intervenções

palestras, congressos e feiras de diversas áreas

em diferentes escalas, como a reformulação e

do conhecimento. Sua localização mais afastada

redistribuição

do centro da capital goiana, o permite manter

revitalização das calçadas, melhorias no sistema

uma relação próxima da vegetação do cerrado,

de transporte interno e externo, diversificação de

apresentando um grande potencial biofílico.

usos do solo, aproveitamento do potencial

A partir de conceitos estudados ao longo da

ambiental e ainda utiliza a arte como forma de

disciplina de Introdução ao Urbanismo com a

criação de identidade do espaço, conectando,

Professora Doutora Erika Kneib e Professor

em especial o público jovem, ao local que se

Olmo Borges, compreende-se o exercício de

torna quase um lar para alguns durante longos

caminhar por espaços públicos, desfrutando

anos de uma fase importante da vida.

apresentando,

frequentes

eventos,

tudo que eles possam oferecer, como a maneira

Figura 01: Totem do Campus Samambaia.

Fonte: ufg.br

04 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

do

mobiliário

urbano,

a

METODOLOGIA Devido ao contexto de pandemia, no qual

Diante do estudo realizado, mapas foram

estamos vivendo, a Universidade Federal de

gerados pelos componentes do grupo de

Goiás está aplicando a proposta de ensino

trabalho sobre centralidades, mobilidade, fluxo

emergencial, para a promoção das atividades

de pessoas, população, aspectos ambientais e

acadêmicas, por meio da utilização de diferentes

a

recursos tecnológicos, a fim de garantir o

investigação, a escala macro, a escala meso e

distanciamento social, o qual é fundamental e

escala micro.

segurança

nas

diferentes

escalas

de

recomendado pelas autoridades sanitárias e de

Isso foi feito para ilustrar os problemas e

saúde diante da Pandemia da Covid-19. Nesse

potencialidades identificados em cada caso.

sentido,

Mais tarde, foram traçados eixos de intervenção

o

seguinte

estudo

foi

realizado

predominantemente de forma remota.

orientados

pelos

A princípio, fizemos um estudo dos dez modelos

estudados

na

urbanísticos

de

subsequentemente fossem apresentadas as

Introdução ao Urbanismo, sendo eles o modelo

propostas de diretrizes, que foram ilustradas

Progressista,

com projetos executáveis ou já executados

propostos

na

Culturalista,

disciplina

Naturalista

Tecnotopia, Atrópolis, Novo Urbanismo ,

modelos disciplina,

urbanísticos para

que

como referencial.

Urbanismo Sustentável, Urbanismo Ecológico, DOT e Urbanismo Pós Pandemia.

Posteriormente, tendo em vista o objetivo realizar intervenções no Campus, capazes de modificar a maneira de enxerga-lo, priorizando a escala humana e a experiência, de forma a incentivar a vivência dos espaços públicos, a integração entre os usuários e a criação de laços afetivos, fomos analisar a área de intervenção, seu entorno e sua relação com as demais áreas da cidade.

Para esse efeito, dividimos a análise em tópicos de

investigação,

os

quais

geraram

os

diagnósticos. Essas análises foram feitas por meio de consultas ao Google Street View, Mapa Fácil e

trabalhos acadêmicos, como o livro

Projeto e Cidade Mobilidade e Acessibilidade em Goiânia, desenvolvido pela Professora Doutora Erika Kneib.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 05

DIAGNÓSTICO História do Campus A criação do Campus Samambaia tem suas

Foi em 1962, mais de 15 anos depois, que

raízes

de

finalmente foi possível iniciar os planos de

Agronomia e Veterinária, primeira a se instalar

criação das escolas de Agronomia e Veterinária,

na Fazenda Samambaia, área doada pelo

a partir da transferência da escola de Agricultura

governo estadual ao Ministério da Agricultura.

para

Desde 1945, tentava-se instaurar em Goiás,

intermediada pelo reitor da época, Colemar

aproveitando seu potencial hídrico, climático e

Natal e Silva. Um ano depois, autoriza-se o

tipográfico, uma escola voltada para atividades

funcionamento dos cursos de Agronomia e

agropastoris. Joaquim Machado de Araújo,

Veterinária na Fazenda Samambaia, mas as

então interventor federal, elaborou, inclusive, um

escolas ainda não. Apesar da novidade, os

estatuto, um plano e um programa para uma

novos cursos enfrentaram várias dificuldades de

Escola Superior de Agricultura em Goiás, mas

adesão, devido suas instalações precárias, falta

nenhum foi executado. Com a doação da

de

Fazenda Samambaia, construíram, enfim, a

funcionários e ainda a distância do centro da

Escola Agrotécnica de Goiânia, com o objetivo

cidade, que fazia os alunos depender de

de formar técnicos agrícolas de 2º grau, mas por

caronas nas carrocerias de caminhões, isso

falta de recursos, logo a escola parou de

quando tinham sorte.

diretamente

ligadas

à

Escola

a

Universidade

laboratórios,

funcionar.

Figura 02: Foto da Escola de Agronomia e Veterinária na década de 1960.

Fonte: Jornal UFG.

06 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Federal

pouco

de

Goiás,

professores

e

Finalmente, em 1966, Humberto Castello Branco

Um grupo de trabalho analisou a região e chegou

assinava a lei nº 5139, que criava a Escola de

à conclusão de que ela não oferecia nenhuma

Agronomia e Veterinária (EAV) da Universidade Federal de Goiás, unificando os dois cursos já existentes e contrariando a vontade de criar escolas

separadas

que

respeitassem

as

diferentes áreas de conhecimento, ciências

condição de abrigar um campus universitário. O Setor Universitário estava cheio de vícios de nascimento. O caos no trânsito era irremediável.

As unidades da UFG que funcionavam no local se encontravam isoladas, sem diálogo umas com as outras. (IRINEU BORGES)

exatas e ciências biológicas, respectivamente.

Mais tarde, em 1981, essa cisão será legitimada

Para a realização das obras, Irineu Borges visitou alguns campus universitários espalhados

pelo Ministério da Educação.

Foi apenas em 1971, que iniciaram as obras das primeiras instalações do Campus II da UFG. Até

pelo país, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e na cidade de Brasília:

então, a EAV seguia sozinha na antiga Fazenda Samambaia, enquanto a maioria das unidades que integravam a UFG estavam dispersas pelo

Meu objetivo era trazer para Goiás o que esses campus tinham de bom em termos de área física.

Procuramos também nos informar sobre as

Setor Universitário, funcionando, por muitas

instalações de universidades estrangeiras, como

vezes, até mesmo de maneira imprópria para as

a de Harvard, nos Estado Unido, a do México e a

atividades previstas pelos cursos.

da Nigéria. A partir daí, montamos uma pequena equipe de profissionais para compor a nova sede

O Plano Diretor da capital daquela época previa um bairro para abrigar as instituições de ensino da Universidade Católica de Goiás e da Universidade Federal de Goiás. O bairro em questão, o Setor Universitário, porém, já no início dos anos 60, já havia passado por uma ocupação desordenada e não possuía condições estruturais

de

receber

um

novo

campus

da UFG. (IRINEU BORGES)

Inspirado, portanto, no Campus da Universidade de Brasília (UnB), em que se enfatizava a integração das unidades, inicia-se a construção do Campus II da UFG, em meio a uma vegetação de Cerrado, em um terreno de cerca de 130 mil metros quadrados, localizado no km 12 da rodovia Goiânia-Nerópolis.

universitário.

Foi então, que uma comissão de Engenheiros e Arquitetos do Estado avaliou, a partir de análises de projeções do crescimento da demanda de cursos superiores, que a UFG precisaria de mais espaço físico para crescer e construir suas instalações

definitivas,

engenheiro

Irineu

como

Borges

de

defende

o

Nascimento,

principal encarregado pelo estudo e execução do

planejamento

Samambaia:

das

obras

do

Campus Figura 03: Foto da área do Campus II (1964).

Fonte: Revista UFG Afirmativa 3.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 07

Os

sete

primeiros

blocos,

que

seriam

Mais tarde, em 1977, também se mudariam para

responsáveis por abrigar as cinco unidades das

o novo campus, a Reitoria, a Biblioteca e uma

áreas de conhecimento básicos, começaram a

extensão do Restaurante Universitário. Além

ser construídos em 1972. No ano seguinte, já se

desses, fazia parte do projeto, a construção das

instalava no novo campus, o Instituto de

seguintes

Ciências Humanas e Letras (ICHL), o pioneiro,

médica

seguido pelos Institutos de Matemática e Física

Convivência,

(IMF), de Química e Geociências (IQG) e de

Acústica, Serviços Gerais, Museu, Prefeitura,

Ciências Biológicas (ICB). Enquanto o Instituto

Habitação e Estacionamento, como mostra o

de Artes permaneceu, por mais um tempo, no

projeto arquitetônico a seguir:

instalações: e

de

áreas

humanidades,

Praça

de

tecnológicas, Centro

Esportes,

de

Concha

Setor Universitário.

Figura 04: Projeto arquitetônico para o Campus Samambaia idealizado na década de 1970.

Fonte: Jornal UFG e Revista UFG Afirmativa 3.

Então em 4 de maio de 1971, no evento em que

A nossa universidade não se formou sob

se lançava a pedra fundamental da obra, o reitor

regência de qualquer plano preestabelecido. Não

da época, Farnese Dias Maciel Neto, justifica o ousado empreendimento, que transfere do centro da cidade para um local mais afastado, um complexo universitário:

é mais do que um amontoado desconexo de prédios escolares, correspondentes a unidades de formação surgidas como que uma geração espontânea, fertilizada pelo idealismo de grupos de pessoas com idênticos objetivos profissionais.

(FANERSE DIAS)

08 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

DIAGNÓSTICO Cidade Entorno Área de Intervenção

UFG - Campus Samambaia Chácaras de Recreio Samambaia Região Norte Goiânia-GO

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 09

Polo Estudantil: O Setor Universitário possui atualmente três das maiores Universidades goianas, a demanda residencial, de produtos e

DIAGNÓSTICO Escala cidade (macro)

há uma grande demanda de residência para estudantes. Além disso, este setor ainda possui dois grandes hospitais. O Campus II da UFG fica

Centralidades As centralidades de uma cidade são regiões, ou bairros, que concentram determinados tipos de produtos e serviços, os quais atraem grande fluxo de pessoas, de forma contínua. Estas centralidades costumam surgir de acordo com a demanda daquela região ou podem ser criadas de forma planejada. Na região metropolitana de Goiânia há inúmeras centralidades, no mapa abaixo estão destacadas algumas das principais

na região norte, diariamente, nos períodos letivos, é um importante local de fluxo de estudantes

e

servidores,

além

de

ofertar

serviços à comunidade.

Polo comercial: Setor Fama e AV.44 são setores conhecidos em todo o Brasil pelo comércio de roupas, e concentra inúmeras lojas, confecções e shoppings voltados para esse mercado.

Polo Empresarial: O Setor Bueno tem passado

delas.

Centro de Goiânia: Primeira centralidade da cidade,

serviços se intensificou nos últimos anos, pois

muitas

atividades

públicas

e

administrativas do governo concentram-se neste setor, possui grande influência no comércio( lojas e serviços) e acaba contribuindo também com o transporte público, servindo muitas vezes como “ponte” entre diferentes regiões, gerando grande fluxo de pessoas.

por uma grande verticalização, a criação de edifícios comerciais atraem muitos escritórios e empresas para esta região supervalorizada.

Nos últimos anos, o Setor Central tem deixado de ser o único polo de atividades, produtos e serviços, agora Goiânia conta com inúmeras outras centralidades que tentam suprir os anseios dos cidadãos, tentando diminuir também o tempo de deslocamento até estas regiões.

10 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

DIAGNÓSTICO Escala cidade (macro) Mobilidade

A maioria dos ônibus da rede pública que

"Dentre os deslocamentos com destino para o

atendem o campus seguem o fluxo de pessoas e

campus Samambaia o meio mais utilizado é o

atendem principalmente as regiões norte, centro

transporte público, que representa 51% das

e sul.

viagens geradas. É importante ressaltar a

Nos horários de pico essas linhas costumam

presença significativa de outros meios de

estar sempre lotadas, tanto indo para o Campus

deslocamento, como a bicicleta, a carona, o

II quanto voltando do mesmo. O setor central e

modo a pé e por motocicleta" (M.N.P.A.

suas imediações são os principais pontos de

Alcântara e E. C. Kneib, 2018 )

partida/ chegada, e seus usuários fazem pontes com os demais setores de Goiânia.

Com a pandemia a utilização das linhas que partem/chegam no campus caiu drasticamente, pois os principais usuários eram os estudantes.

Gráfico 01: Gráfico transportes mais utilizados para chegar ao Campus II Fonte: Projeto e Cidade Mobilidade e Acessibilidade

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 11

DIAGNÓSTICO Escala cidade (macro) Fluxo de Pessoas Tendo como referencial analítico a pesquisa feita

tanto no ambiento que tange a questões de

em 2015, pelos membros envolvidos no Projeto

educação, transporte, trabalho, saúde e lazer.

Cidade, para saberem qual era a origem do

As regiões noroeste, oeste, sudoeste e leste são

deslocamento

Campus

as com menor infraestrutura e desenvolvimento,

Samambaia, alguns dados foram considerados e

logo os habitantes dessas regiões encontram

utilizados, uma vez que estes são os mais

maiores dificuldades para terem acesso ao

atualizados e relevantes nesta neste estudo.

campus II. Ademais, as regiões sudoeste e leste

Diante disso, a pesquisa identificou que 60% do

encontram-me muito distante do mesmo.

fluxo dos indivíduos da cidade de Goiânia com

Em

destino

são

importância do Câmpus Samambaia para o

das regiões

tecido urbano do município de Goiânia e mostra

ao

dos

usuários

Campus

do

Samambaia

predominantemente provenientes

suma,

essa

avaliação

comprova

a

norte ,centro e sul da cidade.

que o centro universitário é um potencial gerador

Entende-se que essa ocorrência se da pelo fato

de viagens levantando questões quanto a

de que estas são as regiões com maior

mobilidade e transporte da cidade.

infraestrutura e desenvolvimento do município, logo os cidadãos tem melhores recursos para terem acesso ao centro universitário,

12 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Como já foi dito, a cidade de Goiânia é compreendida como uma das cidades mais arborizadas do Brasil, entretanto através dos

DIAGNÓSTICO Escala cidade (macro)

estudos feitos nessa pesquisa, percebe-se que a metrópole precisa investir mais em espaços públicos de parques, bosques e praças.

A capital de Goiânia possui mais de 680 setores,

Aspectos Ambientais Tendo como objetivo a análise das condições que tangem aos aspectos ambientais do centro

sendo que 73% destes não possuem área pública de lazer.

municipal de Goiânia, a qual é considerada a capital brasileira que possui o maior número de metros

quadrados

de

áreas

verdes

por

habitantes, algumas conclusões foram geradas.

Nos estudos realizados foi visto que a região metropolitana de Goiânia tem mais de 200 nascentes distribuídos ao longo de todo seu território, sendo que 6 dessas nascente ficam no entorno da área de intervenção, o Campus Samambaia.

Na análise também foi visto que a cidade possui várias áreas

com adensamento de massa

arbórea com vegetação típica do cerrado, bioma

Figura 05: Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh) Fonte: Jornal Opopular

predominante da região, além de áreas de preservação

permanente,

principalmente

às

margens dos recursos hídricos que ela dispõe.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 13

Além disso, há também, fora da área do campus, restaurantes, que muitas vezes são optados pela comunidade universitário, inclusive

DIAGNÓSTICO Escala entorno (meso) A partir de uma análise do uso e ocupação do solo e dos pontos de interesse do entorno do Campus Samambaia, é possível depreender que em suas proximidades há, em sua maioria, área residencial e chácaras, muitas destinadas a eventos. Nesse sentido, o comércio e os serviços presentes na região são locais e oferecem o básico para atender os seus respectivos bairros. Portanto, as necessidades específicas do público frequentante do campus provavelmente,

não

serão

realizadas no seu entorno, mas alimentação e mercado,

por

exemplo,

são

atividades

O próprio campus oferta em sua jurisdição de

restaurantes

Outro ponto importante a se considerar é o fácil acesso pelo público universitário por meio de automotivos ou bicicletas, e que se configura como um grande polo comercial, de serviços e lazer, aumentando o leque de possibilidades dos estudantes e servidores dos Campus II. O campus, porém, encontra-se em desfalque de farmácias

e

atendimento

médico

e

lanchonetes,

programas de atividades físicas, com academia, salas de dança, piscina, pista de corrida e outros, caixas eletrônicos, serviços de impressão e biblioteca.

14 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

nas

proximidades, apresentando apenas um Centro de Saúde da Família (CSF Itatiaia). Além disso, os espaços de convivência da Universidade ficam, em sua maioria, dentro de instituições, como as sinucas do DCE, os pufss da biblioteca e as redes da FAV, carecendo, portanto, de um local que atenda toda a comunidade.

tranquilamente atendidas. opções

o público majoritariamente jovem. surgimento do Shopping Passeio das Águas, de

Uso e Ocupação de Solo

samambaia,

por servirem como opção de lazer, considerando

A

iluminação

adequada

desses

locais

de

constante evolução criminal é um fator de relevância para o combate destas ocorrências.

DIAGNÓSTICO Escala entorno (meso)

Assim como a implantação de câmeras de vigilância para a população, assim como é feito no área de intervenção, o Câmpus Samambaia.

Desse modo, a segurança dos usuários do

Segurança Sobre a segurança do entorno do Campus Samambaia, foram levados em consideração as pesquisas feitas para a dissertação de mestrado

entorno do centro universitário fica assegurada qualificando o uso da área e as experiências dos usuários do polo.

do Mestre Rodrigo Santos realizadas no ano de 2016, onde foi analisado a criminalidade em Goiânia com as pessoas vivendo no

contexto

social do ano de 2010 a 2014.

Visualizando os dados levantados desde o ano de 2010 ao ano de 2014, percebe-se que com o passar dos anos a ocorrência de crimes vem aumentando

gradativamente

nos

bairros

residenciais do entorno da área analisada. No ano de 2010 não havia nenhuma ocorrência de homicídio doloso no entorno, entretanto no cenário de 2014 no mapa ilustra-se a realidade de um 1-5 ocorrências nos bairros do entono.

A ausência de postos policiais no entorno é um dos

fatores

que

culminam

na

evolução

Tabela 01: Tipos de Ocorrência na Ouvidoria UFG, em 2012 e 2013

Fonte: NECRIVI Núcleo Criminalidade e Violência

de

Estudos

Sobre

Ocorrência

de

exponencial dessas ocorrências, uma vez que não há uma fiscalização do problema.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 15

DIAGNÓSTICO Escala Área de intervenção (micro) Uso e Ocupação de Solo De acordo com o mapa a direita, pode-se entender como é feita a distribuição do espaço físico

do

Campus

Samambaia.

Nas

proximidades da rua principal, a Alameda Palmeiras, há maior concentração dos edifícios, enquanto que adentrando mais à área do campus, há ainda alguns solos ociosos, que podem ser melhor aproveitados.

Abaixo segue um mapa com o detalhamento das edificações presentes no Campus II da UFG.

Figura 06: Mapa geral UFG Campus II Samambaia Fonte:Ufg.br

16 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Ademais, percebe-se a ausência de ciclovias ou ciclofaixas no interior do Campus, assim como nota-se a ausência de sinalização adequadas

DIAGNÓSTICO Escala Área de intervenção (micro)

para possíveis ciclistas e locais para esses deixarem suas bicicletas.

Quanto ao transporte público, viu-se que no interior do Câmpus passam apenas duas linhas,

Mobilidade A mobilidade é a questões que mais se faz necessária observar no Centro Universitário e do seu entorno, uma vez que ele é um potencial gerador de viagens na região Norte da capital

sendo elas a 105 Eixo Câmpus-Centro e a 270 Eixo Campínas-Câmpus. Estas linhas circulam apenas em uma das vias principais da área (rua Alameda

Flamboyant),

logo

uma

melhor

disposição do transporte coletivo deve ser

goiana.

No estudo de diagnóstico para levantar quais

implementada.

são as condições do área de intervenção percebe-se que o Campus II, tendo vias predominantemente

locais

cujo

limite

de

velocidade é 30km/h, possui essas devidamente asfaltadas, com caixa das ruas vareando de 78,5m de largura.

Entretanto, nota-se também que no Campus Samambaia há vários locais que necessitam da implantação de calçadas e a inserção de mais passeios cobertos, uma vez que de acordo com as pesquisas feitas pelos pesquisadores do Projeto e Cidade, o modo de deslocamento predominante no interior do campus é à pé.

Diante de mais investigações, sabe-se que 40% dos usuários do Campus tem disposição para usarem novas modalidades de locomoção.

Gráfico 02: Deslocamento por modo dentro do Câmpus Samambaia Fonte: Projeto e Cidade Mobilidade e Acessibilidade

Gráfico 03: Está disposto em adotar novas práticas de locomoção

Fonte: Projeto e Cidade Mobilidade e Acessibilidade

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 17

DIAGNÓSTICO Escala Área de intervenção (micro) Aspectos Ambientais A UFG, em especial, o Campus II, apresenta um

Fora dos bosques, há ao longo de todo o

grande potencial ambiental. Nele, há o Bosque

campus, uma distribuição da massa arbórea,

Auguste de Saint-Hilaire, dividido em três

possibilitando áreas de sombra e locais de

grandes complexos, no qual, apresenta em suas

convivência em meio a natureza, sendo assim, o

proximidades, uma interferência animal maior,

Campus II da UFG apresenta um importante

principalmente de macacos, sendo necessária

potencial biofílico, diretamente relacionado com

uma atenção por parte do público, para evitar

a saúde física e mental dos alunos e servidores.

qualquer

tipo

de

problema,

seja

para

o

frequentante, seja para o animal. Dentro do complexo do Campus Samambaia, não há recurso hídricos, o que diminui os níveis de preocupação com as implantações de áreas urbanas.

18 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

DIAGNÓSTICO Escala Área de intervenção (micro) População

Gráfico 05: Formação Profissional dos servidores

O Campus Samambaia apresenta atividades de maneira

integral,

mantendo

um

da regional Goiânia.

grande

Fonte: Analisa UFG.

movimento ao longo de toda sua área durante o dia, e à noite concentra-se, principalmente, nas proximidades da Alameda Palmeiras.

Gráfico 06: Faixa etária dos servidores da regional Goiânia.

Fonte: Analisa UFG.

O perfil dos servidores, segundo o site Analisa UFG, em uma amostra de 4226 pessoas da regional Goiânia, é de maioria com estado civil casado, tem um elevado grau de formação profissional,

a

idade,

concentra-se,

principalmente, na faixa de 40 a 60 anos e são, Gráfico 07: Sexo dos servidores da regional

prioritariamente, mulheres.

Goiânia.

Fonte: Analisa UFG.

Gráfico 04: Estado civil dos servidores da regional Goiânia.

Fonte: Analisa UFG.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 19

Já o perfil dos alunos de graduação, segundo dados do mesmo site, em uma amostra de 12926 pessoas dos cursos presenciais do anel do Campus Samambaia, é de maioria brancos ou pardos, com idade variando na faixa etária entre 18 a 30 anos, majoritariamente homens, e concentrando-se

nos

cursos

de

Educação

Física, Ciências Biológicas e administração.

Gráfico 11: Quantidade de alunos por curso de graduação presencial do anel do Campus II. Fonte: Analisa UFG.

Gráfico 08: Cor/Raça dos alunos de graduação presencial do anel do Campus II. Fonte: Analisa UFG.

Gráfico 09: Faixa etária dos alunos de graduação presencial do anel do Campus II. Fonte: Analisa UFG.

Gráfico 10: Sexo dos alunos de graduação presencial do anel do Campus II. Fonte: Analisa UFG.

20 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Nos estudos foram levantados a presença de uma estação de seguranças na portaria sudeste do Câmpus, onde ficam alguns guardas a

DIAGNÓSTICO Escala Área de intervenção (micro) Segurança Na área do Câmpus Samambia, quando foi feito a análise sobre as questões de segurança da área, foi analisado a questões da qualidade da iluminação da área, as condições dos sistemas de segurança, questões de ocorrências criminais e os horários que há maior fluxo de pessoas.

Quanto a iluminação da área percebe-se que o

disposição da comunidade universitária com viaturas e motos para a locomoção de emergêm.

Além disso, há a presença de um sistema interno da UFG de monitoramento por meio de câmeras de seguranças dispostos nos pontos de ônibus e no interior de alguns prédios. A implantação desse sistema em mais locais da área de intervenção é compreendido como uma possível estratégia de combate às ocorrência criminais registradas por meio das ouvidorias da comunidade.

Câmpus II apresenta uma certa infraestrutura de postes de iluminação ao longo de toda a área, no entanto, como é visível no mapa de análise da área, os postes dispostos no Câmpus são predominantemente postes de iluminação alta situando nas proximidades de onde há a presença de massa arbórea. Esse fator foi visto como um problema, uma vez que as folhagem das árvores bloqueiam a difusão da iluminação para o entorno do postem, gerando zonas de sombreamento onde não deveria.

Tabela 01: Tipos de Ocorrência na Ouvidoria UFG, em 2012 e 2013 Fonte: NECRIVI Núcleo Criminalidade e Violência

de

Estudos

Sobre

Ocorrência

de

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 21

DIAGNÓSTICO Problemas Desfalque de farmácia e atendimento médico nas proximidades; Poucos espaços de convivência, lazer e descanso, proporcionalmente comparado à dimensão da comunidade acadêmica; Insegurança gerada pela menor movimentação noturna nas dependências do campus mais afastadas, ocasionada por uma menor densidade de edifícios nessas regiões; Falta de mobiliário urbano adequado degradação de bancos, pontos de ônibus, marquises e ausência de estacionamento de bicicletas; Calçadas irregulares ou inexistentes; Ausência de ciclofaixas no interior e região do entorno do campus; Rota de transporte público mal feita no interior do campus; Não há disponibilidade de bicicletas ou patinete compartilhado; Ausência de postos policiais; Pouca iluminação na altura dos pedestres.

22 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Potencialidades Áreas extensas ociosas, que podem ser melhor aproveitadas; Grande potencial ambiental; Vias largas e asfaltadas; Espaços livres ao lado das ruas para calçar e implantar ciclofaixas; Usuários dispostos a usar diferentes tipos de transporte; Região com o mesmo nível de criminalidade, possibilitando a aplicação uniforme das estratégias de combate; Câmeras de segurança em locais públicos; Espaço com identidade própria desenvolvida pela apropriação do espaço pelo seus usuários;

Para ele, as pessoas e suas atividades são tão importantes como as partes físicas permanentes de uma cidade e é fundamental que a paisagem

REFERENCIAL TEÓRICO

Com o objetivo de fundamentar as propostas de

urbana seja legível para funcionar como base para o desenvolvimento individual, além de defender a criação de uma identidade para possibilitar que a sociedade reconheça o espaço e crie um laço e sentimento de pertencimento.

intervenção, foi adotado um referencial teórico, que

abrange

os

princípios

urbanísticos

utilizados. As ideias aqui apresentadas foram sustentadas por estudos de profissionais que se dedicaram

a

buscar

novas

soluções

urbanísticas, revolucionando o cenário das Para deixar claro, portanto, a origem das diretrizes propostas e a maneira que se relacionam, é que será apresentado a seguir breve

Segundo

Farr,

em

seu

livro

“Urbanismo

Sustentável: desenho urbano com a natureza”, "o urbanismo sustentável é aquele com um bom sistema

de

transporte

público

e

com

possibilidade de deslocamento a pé integrado

cidades.

uma

Urbanismo Sustentável

descrição

de

cada

referencial

com

edificações

e

infraestrutura

de

alto

desempenho. A compacidade (densidade) e a biofilia (acesso à natureza) são valores centrais do urbanismo sustentável."

Baseando-se nos princípios do crescimento

adotado.

urbano inteligente, do Novo Urbanismo e das edificações

Antrópolis A

antrópolis

vem

como

uma

ideia

de

planejamento urbano que mantém o homem no centro, assim, os urbanistas, sociólogos e outros profissionais que defendem essa maneira de conceber cidades fazem uma crítica àquelas que não valorizam a escala humana.

Jane Jacobs, em seu livro “Morte e Vida das

sustentáveis,

Sustentável

busca

respeitar

o

Urbanismo o

pedestre,

apresentar uma variedade de usos do solo a fim de

aproximar

os

destinos,

priorizando

o

deslocamento a pé ou de bicicleta, manter uma relação

com

o

meio

ambiente,

promover

edifícios sustentáveis e possuir um bom sistema de transporte público.

Grandes Cidades”, defende o conceito de “olhos da rua”, que diz respeito à importância do movimento das pessoas nas ruas e espaços públicos como forma de gerar vida e promover segurança nas cidades. As ruas e calçadas, portanto, são entendidas como órgãos vitais, responsáveis pela integração e convivência de uma sociedade.

Outro importante autor que dá vida à Antrópolis é Kevin Lynch com seu livro “A Imagem da Cidade”, em que realiza um estudo da imagem mental que os habitantes fazem de sua cidade.

Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT) O Desenvolvimento Orientado ao Transporte – DOT - é uma estratégia de planejamento urbano que busca integrar o uso e ocupação do solo e a infraestrutura

de

transporte

coletivo.

Essa

articulação é uma estratégia urbana com grande potencial para a construção de cidades mais eficientes

e

prósperas,

atingindo

a

sustentabilidade nos aspectos econômico, social e ambiental.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 23

Os princípios do DOT são:

Contudo, frente a necessidade de se adequar ao

Compactar: Combater a ociosidade do uso

contexto pós pandêmico a forma das cidades

do solo.

compactas deve mudar, os urbanistas terão

Densificar: Intensificar o adensamento e o

mais trabalho para repensar essa questão, em

uso do solo.

virtude de não mais ser viável termos espaços

Transportar:

Articular

e

conectar

os

que gerem aglomeração de pessoas.

equipamentos sociais à rede de transporte

Em

coletivo .

individual,

Conectar: Integrar o espaço privado ao

alternativas plausíveis.

espaço público em favor do pedestre.

Dessa forma, com a pandemia as seguintes

Misturar: Diversificar o padrão de moradia e

práticas foram instauradas na sociedade, além

comércios.

Promover

contrapartida,

o

priorizando

foco os

na

mobilidade

pedestres

são

de alterar a forma de se visualizar o modo de mudanças:

Desestimular

a

vida urbana:

utilização do automóvel.

As pessoas tiveram que começar a trabalhar

Pedalar: Fomentar espaços de suporte ao

com home office;

transporte cicloviário.

Notou-se a importância do acesso a serviços

Caminhar: Promover espaços públicos de

essenciais, como água, habitação e saúde ;

permanência e áreas verdes estratégicas.

O combate a desigualdade no acesso a serviços e infraestruturas urbanas, foi mais

Esses princípios buscam contribuir para cidades

visionado.

3C (Compacta, Conectada e Coordenada ), para

Ressurgiu o debate e a preocupação com

que todos os cidadãos tenham acesso de à

moradias dignas;

infraestrutura urbana de qualidade.

A implantação de mais parques urbanos, foram entendidos como emergenciais;

Urbanismo no Pós Pandemia

A construção de espaços públicos abertos

O Urbanismo no Pós Pandemia ainda não é um

maiores dentro da malha urbana, com áreas

modelo de urbanismo propriamente, com muito

verdes;

material desenvolvido sobre, uma vez que a

Melhor gerenciamento de água;

chegada da pandemia apreendeu a todos de

Restrição de viagem e uso de espaços

forma súbita. No entanto, para que pudéssemos

fechados para determinada quantidade de

sobreviver a esse mal estratégias foram sendo

pessoas;

criadas e novos feitos na gestão urbana foram

Cuidado com frotas de higienização dos

gerados.

espaços públicos e sistema de transporte

Segundo Richard Rogers, arquiteto e urbanista

coletivo;

italiano,

Aumento da possibilidade de deslocamento

"uma cidade compacta pode ser o

caminho parar pensar cidades nas quais as

pedonal

comunidades

cotidiano.

mobilidade

prosperem, individual

e

com

foco

priorizando

em quem

caminha, para que se alcance qualidade de vida."

24 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

para

executar

atividades

do

REFERENCIAL PROJETUAL

Campus UFscar – Sorocaba Localizado na Rodovia João Leme dos Santos (SP 264), km 110, o Campus fica fora da malha urbana, há 10 km do centro da cidade. O seu entorno

é

considerado

pelo

zoneamento

municipal como zona de Chácaras Urbanas, restringindo a vizinhança a sítios, loteamentos residenciais e a comércios pontuais. A região do município de Sorocaba apresenta uma formação ambiental a se considerar, com a presença de mata atlântica e cerrados.

Figura 07: Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba, gleba de implantação, Escritório

Com

uma

proposição

didático-pedagógica

voltada para sustentabilidade, a qual norteou o projeto urbano e arquitetônico, as relações

de Desenvolvimento Físico – EDF. Fonte: Vitruvius.

projetuais do campus UFscar Sorocaba buscam desenvolver

um

campus

que

valorize

a

capacidade ambiental da área e estimule uma relação das áreas livres com os usuários.

Para isso, relacionou-se a apropriação do espaço com a função de cada atividade, de forma a gerar um dinamismo no fluxo de pessoas

pela

área.

Assim,

atividades

administrativas ficaram próximas aos acessos, objetivando uma facilidade de percurso para esses

usuários,

que

muitas

vezes

não

permanecem longos períodos na universidade. A moradia buscou uma fácil locomoção para os estudantes. Já os setores de ensino foram distribuídos pelas extensão do campus. Por fim, para gerar vivacidade e criar uma dinâmica no Figura 08: Universidade Federal de São Carlos,

espaço, os equipamentos de uso coletivo, como

Campus

Biblioteca, Restaurante Universitário e Vivência,

Sorocaba,

plano

diretor,

Escritório

de

Desenvolvimento Físico – EDF.

foram concentrados no centro da área, marcado

Fonte: Vitruvius.

pela praça e nó viário.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 25

Os edifícios, portanto, moldaram os espaços

Em Providence, Rhode Island, nos Estados

delimitados

foram

Unidos, realizou-se pinturas de sinalização e

agrupados formando pátios internos. Buscou-se

montaram praças de pedestres com cadeiras e

manter uma proximidade entre eles, além de

mesas, com o objetivo de promover uma maior

realizar uma comunicação através de passagens

visibilidade aos pedestres e ciclistas, reduzir a

cobertas e áreas com arborização, de forma a

velocidade dos automóveis e de que as pessoas

estimular o caminhar pelo campus e a não

pudessem sentar e assim apreciar e vivenciar a

recorrer ao uso de automóveis. O projeto

cidade.

pelo

sistema

viário

e

também favorece o convívio entre os usuários através da criação de áreas mais agradáveis para a permanência.

Urbanismo Tático Com uma ideia de vivenciar a cidade, buscando relacionar e apropriar o espaço público, de forma a estimular a troca de ideais, a procura por harmonia e a viver menos entre muros e mais entre pessoas, é que o urbanismo tático propõe intervenções pontuais, a baixo custo, rápida implementação, participação popular e soluções temporárias, as quais permitem ver o impacto causado, antes de sua implantação definitiva.

Essa forma de intervir nas cidades promove a reapropriação do espaço urbano por seus principais usuários: as pessoas. O objetivo é trazer mudanças a partir de experiências de aproximação com as ruas, promovendo o direito à cidade. As ações pontuais e de pequena escala, aqui pensadas, têm uma ambição maior: gerar transformação de comportamento e cultura a longo prazo.

Nesse sentido, há a seguir algumas propostas de intervenção pensadas para valorizar a escala humana e que serão úteis no desenvolvimento das propostas de diretrizes desse trabalho.

26 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Figura 09: Urbanismo tático em Rhode Island ajuda na segurança/ travessia de pedestres.

Fonte: Imagem de Tactile Urbanism em Todeschini.

Na Rua Mateus Grou, em São Paulo, foi

O Colectivo Microurbanismo (MU) atua em

projetado o Parklet Suri, resultado de uma

Bogotá, juntamente com organismo públicos e

elaboração

da

privados, visando priorizar a escala do pedestre

comunidade do entorno, através de uma oficina.

em espaços de alto fluxo de veículos e com

Nela, foi levantado interesses como biblioteca

conflitos de mobilidade, criando situações de

colaborativa, arquibancada para shows, espaço

encontro, comunicação e

e equipamentos para animais de estimação,

como no 17 x 17 e no 18 x 18, que foram

bicicletário, guarda sol e paisagismo com plantas

iniciativas

aromáticas e comestíveis, que resultaram em

Mobilidade

uma grande arquibancada voltada para calçadas

Participação e Acción Comunal (IDEPAC), em

com estantes, integrando todos os usos e

que se buscaram apropriar o espaço público de

promovendo interação e convivência através de

maneira

sua forma, que permite pessoas sentarem a

pedestrianização da via Carreira Séptima, além

diferentes alturas.

de ativarem a ciclovia. Além dessas, foi feita

coletiva

com

participação

organizadas e

lúdica,

pelo

reflexão conjunta,

pela

Secretaria

de

Distrital

de

Instituto

gerando

socialização

e

uma proposta urbana de ativação temporária de um micro-parque em frente à Praça de Mercado El Restrepo, que contou com a participação dos comerciantes interessado em ativar o espaço público fora do mercado, com empréstimos de parte dos materiais usados. A implantação do micro-parque foi feita em uma área onde diariamente estacionam veículos irregularmente, Figura 10: Parklet participativo ‘Suri’ na Rua Mateus

a fim de transformar o espaço invadido por

Grou, São Paulo.

carros em uma iniciativa comunitária.

Fonte: Zoom Arquitetura.

Figura

11:

Biblioteca

comunitária

do

parklet

participativo ‘Suri’ na Rua Mateus Grou, São Paulo.

Fonte: Zoom Arquitetura.

Figura 12: 17 x 17, proposta de intervenção do Colectivo Microurbanismo, em Bogotá.

Fonte: Imagem de Sharon Figueroa / Camilo Amézquita (Colectivo Microurbanismo) em Archdaily.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 27

Nas vias do bairro Santana, em São Paulo, também foi realizada intervenções com pinturas e espaços de convivência, as quais resultaram em uma redução de 75% no número de pessoas atravessando fora da faixa e um aumento de 40% no respeito de motoristas à preferência dos pedestres, segundo o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil).

Figura 13: 18 x 18, proposta de intervenção do Colectivo Microurbanismo, em Bogotá.

Fonte: Imagem de Sharon Figueroa / Camilo Amézquita (Colectivo Microurbanismo) em Archdaily.

Figura 15: Antes da intervenção temporária e implantação definitiva do projeto no bairro de Santana, em São Paulo.

Fonte: fotos por Thomas Cavallieri / WRI e Thiago Diz em Archdaily.

Figura 16: Depois da intervenção temporária e implantação definitiva do projeto no bairro de Figura 14: Micro-parque, proposta de intervenção do Colectivo Microurbanismo, em Bogotá.

Fonte: Imagem de Sharon Figueroa / Camilo Amézquita (Colectivo Microurbanismo) em Archdaily.

28 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Santana, em São Paulo.

Fonte: fotos por Thomas Cavallieri / WRI e Thiago Diz em Archdaily.

Texto retirado, na integra, do site da Câmara

O Artesanato destaca-se nos domínios da

Municipal de Coimbra:

cerâmica, tecelagem, latoaria, vidro, madeiras, jogos tradicionais e contemporâneos, cestaria,

Feira Cultural de Coimbra: “A

Feira

Cultural

de

esteiraria, trapologia e patchwork, calçado, Coimbra

acontece

vestuário em lã e burel, bordados, ourivesaria e

anualmente, no início do mês de junho, no

filigrana,

instrumentos

musicais

de

corda,

Parque Dr. Manuel Braga. É um projeto

acessórios de moda, entre outros, mostrando

pluridisciplinar que a Câmara Municipal de

aos visitantes o que de mais interessante se

Coimbra criou a pensar em públicos diversos,

produz no âmbito do artesanato português.

reflexo de uma política cultural diversificada, que cruza áreas como a literatura, o artesanato, a gastronomia, as edições musicais, as artes plásticas,

a

cultura

e

criatividade

e

as

representações institucionais.”

Figura 19: Camerata de Violão Infantil Fonte: Barrados.net

O Colectivo MicrourbA aposta nas áreas da Figura 17: Brincadeira Dinâmica com Jovens.

Cultura e Criatividade, Edições Musicais e Artes

Fonte: Barrados.net

Plásticas abre a Feira à participação de

Durante cerca de dez dias, toda a área do

empresas e associações ligadas à criação

Parque Dr. Manuel Braga é dividida por áreas

cultural e oferta de conteúdos. A área da

temáticas, procurando dar a conhecer ao público

Gastronomia, distribuída por vários pontos do

a totalidade do recinto e motivando os visitantes

recinto da Feira, conta com a presença dos

a circularem por toda a Feira. A área do Livro

produtos e sabores das Beiras, da doçaria

espelha a realidade da edição portuguesa, do

regional

livro técnico à poesia, das grandes livrarias às

rotativamente vão contribuindo com as iguarias

pequenas editoras.

das Freguesias de Coimbra, aos quais se junta a

e

de

grupos

folclóricos

que

presença de restaurantes, de street food e de zonas privilegiadas de lounge.

A área Institucional conta com a participação de algumas das principais instituições protagonistas da vida de Coimbra que se associam a esta iniciativa.

Figura 18: Exposição de quadros ao ar livre.

Fonte: Barrados.net

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 29

A vitalidade da Feira Cultural de Coimbra devese

também

à

complementaridade

de

um

programa de animação cultural atrativo e aliciante. Inscrevem-se neste registo os diversos espetáculos que sobem aos palcos instalados no espaço, proporcionando várias descobertas ao público da feira. Entre as múltiplas atuações, muitas são protagonizadas por agentes do vasto movimento associativo do concelho, como tunas, coros,

grupos

folclóricos

e

etnográficos,

estruturas de índole instrumental e teatral.

Figura 20: Apropriação do espaço livre com mobiliário público confortável.

Fonte: Barrados.net

Mas não é tudo. Colóquios, workshops, oficinas de escrita criativa, de ilustração e de pintura, poesia, teatro de rua e outras atividades de carater lúdico fazem parte da programação habitual do certame, que oferece uma série de atividades variadas dirigidas ao público infantil.

O evento 24 Horas Culturais traz, ainda, durante um dia, aos espaços do Parque, manifestações e atividades culturais e criativas ininterruptas.

A Feira Cultural oferece a Coimbra dias de promoção, divulgação e incentivo às atividades culturais nas suas vertentes tradicionais e contemporâneas, indubitavelmente

apresentando-se como

uma

plataforma,

acolhedora e estimulante, da vida cultural e artística da cidade, da região e do país.

30 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

EIXOS DE INTERVENÇÃO Priorizar o Pedestre Entendendo a importância de pensar cidade a partir da experiência do usuário e não mais de cima para baixo, como nos antigos projetos urbanísticos, é que se busca, nas intervenções que virão a seguir, colocar o homem no centro do planejamento. Para tanto será proposto uma revitalização das calçadas, reforma e ampliação das marquises, aumento da densidade para encurtar distâncias e redistribuição do mobiliário urbano.

Promover Integração e Identidade Visando criar nos usuários do campus um sentimento de pertencimento

e

compreendendo

o

espaço

como

desenvolvedor da personalidade e sociabilidade, em especial pelo perfil jovem da maioria dos frequentantes, em idade de desenvolvimento e formação não só intelectual, como pessoal, pensou-se na necessidade de tornar o campus um espaço atrativo e integrador, através da criação de um centro de convivência atrelado à natureza e da formação de percursos chamativos, com artes nas ruas e fachadas, mobiliários urbanos interativos e distribuição de parklets.

Aumentar a Densidade A partir da compreensão de compacidade como princípio fundamental da pedestrianização, à medida que aquela promove

encurtamento

das

distâncias,

computando

algumas carências de usos no entorno do campus e sabendo da existência de solos ociosos na jurisdição do campus, é que é proposto a criação de um centro de convivência que atenda toda a comunidade acadêmica juntamente a uma cafeteria, a implementação de um hospital universitário acoplado a uma farmácia e construção de uma papelaria.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 31

EIXOS DE INTERVENÇÃO Aproveitar o Potencial Ambiental O Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás apresenta um contato direto com a natureza em seu domínio. Diante disso, buscou-se incorporar o princípio de biofilia nas diretrizes propostas, de forma a promover nos usuários uma maior integração com o espaço e trazer sensações de bem estar. Para isso, os

espaços

propostos, como centro de convivência, uma segunda unidade de saúde para urgências, e parklets, além do mobiliário urbano, serão diretamente relacionados com a natureza já existente e com as demais incorporadas aos respectivos projetos.

Melhorar a Mobilidade Pensando em melhorar a experiência do usuário do campus, possibilitando o deslocamento interno e externo com maior facilidade e agilidade, foram levantadas diretrizes como revitalização das calçadas, reforma e ampliação das marquises, implantação de serviço de aluguel e pontos de estacionamento de bicicletas e patinetes

elétricos,

implantação

de

ciclofaixas,

revitalização dos pontos de ônibus e aumento de pontos na linha Circular 725, aumento da frota de ônibus e exigência de pontualidade.

32 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

PROPOSTAS DE DIRETRIZES

Centro de Convivência

A área localizada entre a EMAC e o edifício que

Figura 21:

contém a agência do Banco do Brasil encontra-

escritório 3XN.

se sem um uso definido e muitas vezes é apropriada pelos próprios alunos com cadeira ou tecidos e transformada em um espaço de convívio, aproveitando a sombra de algumas árvores. Nesse sentido, propõe-se aproveitar a área ociosa com um centro de convivência e cafeteria,

considerando,

principalmente,

a

carência que os usuários possuem de mais espaços que permitam não só a interação entre as pessoas, mas também o relaxamento e lazer.

A ideia é aproveitar a vista para o Bosque Auguste

de

Saint-Hilaire

e

desenvolver

o

potencial biofílico do espaço, de modo a gerar não só a integração dos usuários entre si, mas também com a natureza, promovendo a saúde e o bem estar. cadeiras, destinados à cafeteria, um local de descanso com puffs e balanços suspensos e uma sala de jogos.

Paris,

do

Fonte: architizer.

A referência projetual a cima, adotada como inspiração para o Centro de Convivência do Campus Samambaia, apresenta uma escala muito maior e conta com um programa de necessidades mais amplo do que o planejado para este trabalho. Porém, funciona como um bom referencial a medida que propõe um espaço de convívio com cafeteria atrelado aos conceitos biofílicos.

Mobiliário Urbano O

Campus

Samambaia

até

conta

com

mobiliários urbanos, porém, os bancos, por exemplo, além de estarem degradados, possui um acesso ruim, inclusive por falta de poda da

região,

pontos de ônibus também não se encontram nas condições

ideais

de

uso,

apresentando

ferrugens e falhas na cobertura, sem contar na dificuldade de contenção de chuvas, quando se

A presença de um espaço de convívio, como nessa

Playground/Reinvent

grama. Acrescidos a eles, as marquises e

O Centro contará com um espaço com mesas e

esse,

The

irá

promover

a

movimentação das áreas mais afastadas do campus, inclusive no período noturno, gerando maior segurança para os transeuntes, que

venta um pouco mais. Além disso, falta proteção de sol e chuva em alguns percursos realizados pelos

usuários

diariamente

e

carece

de

estacionamentos de bicicletas, dificultando a opção por esse meio de transporte.

precisam chegar à EMAC, Biblioteca ou FAV, durante à noite.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 33

Pensando nisso, é

que

se

reformulou

o

mobiliário urbano e redistribuiu ao longo do campus. A ideia não é reformar os bancos, marquises e pontos de ônibus já existentes, mas criar novos, de forma que os bancos sejam interativos, atrativos, propiciem a convivência e relaxamento, as marquises e pontos de ônibus apresentem um avanço da cobertura a fim de gerar maior proteção de chuvas, e ainda, que todos eles ajudem na criação de identidade do local. Para a execução do projeto é importante também

pensar

na

acessibilidade

dos

mobiliários, a fim de garantir segurança e direto

Figura 23: Instalações interativas inspiradas em piões, no Parque Discovery Green, em Houston, nos Estados Unidos.

Fonte: Jonathan Hillyer.

de usufruir o espaço por todos.

Ademais,

o

projeto

estacionamento

de

contará bicicletas

também e

com

patinetes

elétricos e um sistema de aluguel dos mesmos, a fim de possibilitar que aqueles que queiram ir das suas casas ao campus por algum desses transportes

tenham

a

onde

estacionar,

e

também que os demais, que forem por meio de outros transportes, mas quiserem se locomover internamente ou nas proximidades, também tenham estes como opções de deslocamento.

Figura 24: Mi casa su casa por Hector Esrawe e Ignacio Cadena, em Atlanta, nos Estados Unidos.

Fonte: One Million Photo Blogspot.

As referências adotadas reforçam a ideia de interação, atratividade, integração, relaxamento e identidade, que se almeja alcançar nas Figura 22: Instalações interativas inspiradas em piões, no Parque Discovery Green, em Houston, nos Estados Unidos.

Fonte: Jonathan Hillyer.

34 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

intervenções propostas.

Figura 25: Parada de Ônibus premiada com menção

Figura 28: Serviço de aluguel de bicicletas e de

honrosa no concurso de ideias para estudantes.

patinetes da empresa Yellowem em Porto Alegre.

Fonte: concursosdeprojeto.org

Fonte: Foto por Alina Souza, em Correio do Povo.

Mantendo paradas

a de

linguagem ônibus

e

estabelecida nos

percursos,

nas os

estacionamentos de bicicletas também utilizarão ondas como forma de trazer leveza para o espaço.

Parklets Os parklets surgiram a partir de um movimento criado para repensar os espaços e promover Figura 26: HOME-FOR-ALL em tsukihama por

discussões sobre a distribuição de lugares

kazuyo sejima + ryue nishizawa / SANAA

dedicados a carros e lugares dedicados a

Fonte: Designboom.

pessoas. Dessa forma, trazer para a realidade Para as propostas de Marquises e Pontos de Ônibus, os quais adotarão a mesma linguagem, buscou-se referências que trouxesse leveza e jovialidade para os percursos e espaços de permanência, de forma a garantir o essencial, a proteção solar e contra chuvas, a partir do avanço

da

cobertura,

e

também

gerar

atratividade no caminhar pelo campus.

do campus projetos de parklets é promover um diálogo com a comunidade acadêmica através do convite para reflexão e uso de espaços talvez antes apenas vistos por ponto de vista de motoristas.

A ideia é estender aos usuários o entendimento do campus como lugar deles e incentivá-los a usufruir e vivenciar esse espaço. Os parklets, portanto, irão funcionar como ponto de encontro e lazer, além de contar com uma biblioteca colaborativa, uma horta pública e espaços e equipamentos para animais.

Figura 27: WAVE-curl, projeto de estacionamento de bicicletas, que traz a ideia de leveza e força ao mesmo tempo.

Fonte: cyclespaces.com

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 35

A intervenção a ser realizada aqui é para apenas desenvolver

ainda

mais

esse

potencial

identitário, através de propostas de grafites em muros, que ainda não tiverem arte ou naqueles que o tempo tenha degradado ela; pintura nas ruas, em especial de faixas de pedestre, a fim de chamar

atenção

garantindo

para

a

segurança,

e

escala de

humana, ciclofaixas,

Figura 29: Parklets da incorporodora Melnick Even,

possibilitando um espaço excusivo para o ciclista

em sua sede em Porto Alegre.

e incentivando o uso de transportes alternativos;

Fonte: Foto Melnick Even (Divulgação), em Jornal do Comércio.

além de dedicar espaços a um cinema a céu

A proposta de parklet a cima foi idealizado como mais um espaço urbano público e qualificado de convivência para seus colaboradores e a comunidade, e conta com café, água, jornais, revistas,

wi-fi,

carregadores

de

celular

e

segurança 24 horas, além de estações para

aberto e exposições de arte ao ar livre, promovendo o acesso a cultura, incentivando trabalhos de alunos e desenvolvendo espaços de lazer e convívio, sem contar em todo o processo de criação de uma identidade por trás de tudo isso.

deixar patinetes elétricos e bicicletas. Dessa forma,

a

referência

desenvolvimento

dos

colabora parklets

para

o

próprios

do

campus, em busca de integração e valorização da escala humana.

Arte A arte, em sua natureza própria, desperta nas pessoas atração e identificação. O Campus II da UFG já foi, em grande parte, apropriado por seus usuários, de forma a desenvolver, inclusive a partir de arte e trabalhos dos próprios alunos, uma identidade, que faça seus frequentantes se sentirem parte do espaço.

Figura 31: 'Genial é andar de bike', obra de Eduardo Kobra, na rua Oscar Freire, em São Paulo.

Fonte: Foto: ACMF / Blog Tirando Férias.

Figura 30: 'Brasília Iluminada', exposição de fotos ao ar livre de Bento Viana em homenagem aos 100 anos de Oscar Niemeyer.

Fonte: Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil, em G1.

36 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

"UPA: É a unidade de urgência e emergência para serviços de média a alta complexidade, um meiotermo entre centro de saúde e hospitais, com mais recursos do que um posto de saúde. A gravidade do risco, e não a ordem de chegada, determina a rapidez com que o paciente será atendido."

A ideia é manter o HC e criar uma Unidade de Saúde

de

Urgência

e

Emergência,

nas

dependências do Campus Samambaia, mais especificamente próximo a FAV e Biblioteca, que Figura 32: "Trilha" de desenhos feita para ciclistas na Broad Street em Providence.

Fonte: Imagem: Sam Goater, em followthecolours.

atenda, por meio de internos e preceptores, desenvolvendo, inclusive, o aprendizado dos estudantes de medicina, situações de saúde de média e alta complexas ou de primeiros socorros para depois serem encaminhadas a outras unidades, a fim de garantir atendimentos para comunidade

acadêmica

e

dos

bairros

do

entorno.

Figura 33: Cinema a céu aberto na Silverland Middle School, nos Estados Unidos. Projetada por Tate Snyder Kimsey.

Fonte: Imagem: Tom Bonner, em Archdaily.

Novos Usos A fim de diversificar o uso do solo, utilizar espaços ociosos, encurtar distâncias, promover o movimento integral do campus e ainda suprir a carência de alguns usos, a intervenção urbana do Campus II da UFG, além, é claro, do centro de convivência já falado anteriormente.

Unidade de Saúde de Urgência e Emergência e Farmácia Apesar da UFG já possuir o Hospital das Clínicas de Goiânia, ele fica localizado no Setor Universitário, distante do Campus Samambaia.

A Unidade de Saúde existente no campus Samambaia, perto da escola de Educação Física, não atende urgências, sendo necessário marcar horário para encontrar um médico.

Portanto, a proposta da unidade de saúde é inspirada no sistema de saúde SUS.

Figura 34: Na imagem, UPA do Pinheirinhio. Curitiba, 13/03/2019. Foto: Lucilia Guimarães/SMCS Fonte: https://www.df.gov.br/quando-devo-procurar-uma-upa-umposto-de-saude-ou-um-hospital/

Para que a proposta seja mais completa, também irá contar com uma farmácia, que servirá as necessidades da Unidade e também as do dia a dia dos usuários do campus.

Papelaria Devido a existência de apenas comércios locais nas proximidades do campus, sente-se falta de uma

papelaria,

essencial

no

contexto

universitário, que será pensada para atender as demandas de materiais usados diariamente e para confecção de trabalhos.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 37

Calçadas

A imagem apresentada anteriormente é a

Como foi apontado pelos estudos realizados na

referência projetual, na qual onde se ilustra a

área de intervenção, o modo de deslocamento

primeira cidade a instalar uma ciclovia solar que

predominante entre os usuários do Câmpus

brilha à noite. A cidade de Neunen, nos Países

Samambaia é o deslocamento peatonal. Esse

Baixos, onde viveu o artista Vincent van Gogh.

modo de locomoção é vencido por das calçadas

Deste

dispostas ao longo das vias e espaços de

pedestres serão facilmente avistados à noite, ao

transação no interior do Câmpus, no entanto as

caminhar ou pedalar pelas novas vias localizada

condições que eles se encontram não são as

ao lado das pistas para automóveis.

ideais para a segurança e o conforto desses

O elemento que torna essa iluminação possível

usuários.

é o fósforo, que durante o dia é carregado com

Várias calçadas pré-existente necessitam passar

os raios solares e, durante a noite, emite a luz

por uma intervenção de reforma para ser feita a

por até 10 horas. Este elemento também pode

restauração dos desgastes existentes, como a

ser alterado para emitir luz de alguma cor

presença de

específica, como a azul, que a utilizada no

buracos, tricas, rachaduras e

deslocamento de placas devido o crescimento

modo,

tanto

os

ciclistas

como

os

projeto.

das raízes de algumas árvores no entorno, assim como é preciso que seja feita a implantação de pisos táteis, para assegurar às questões de acessibilidade dos utentes do local.

Além disso, para melhorar ainda mais a experiência destes, o investimento em ciclovias solares que acendem à noite servirá como uma das formas sinalizações dessas vias sendo uma soluções

práticas e sustentável entendidas

como de grande valia, uma vez que por meio dessas sinalizações há a complementação das

Figura 36: Dandenong Lonsdale St.John Gollings.

Fonte: Archdaily.

sinalizações as quais também devem ser

Feito isso, para completar a proposta é que

implementadas ao longo de todo o percurso e a

também seja implantado boulevard memoráveis,

utilização de energia limpa para sanar a

onde os usuários do Câmpus possam ter

demanda com outro tipo de

condições adequadas para possíveis paradas, tendo mobiliários urbanos adequados, dispostos ao longo do percurso, a presença de fileiras de árvores de especes ideais para o local de implantação, além altura dos pedestres.

Figura 35: Calçadae e Ciclovia que brilha à noite.

Fonte: Archdaily.

38 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

da

devida iluminação na

Feira Cultural Estudantil

Transporte Público

A feira é um tipo de evento que permite

O transporte público é um pilar importantíssimo

exposições, em geral, de produtos e serviços,

para a mobilidade, tanto para os alunos que

mas também pode agregar atrações artísticas,

chegam e saem do Campus II, quanto para o

conectando vendedores e compradores, artistas

deslocamento interno, por sua grande extensão.

e público. São locais onde há venda de

Pensando nisso, seria interessante que a frota

artesanatos, alimentos, roupas, brechós, dentre

de ônibus aumentasse (linhas 269, 268, 270,

outras inúmeras possibilidades. Tudo isso em

302 e 263) diminuindo o tempo de espera e

um ambiente descontraído e popular que

também de descolamento até o campus nos

permite conectar pessoas com os mais variados

horários de Pico, para que os alunos não

tipos e gostos.

precisassem andar em ônibus lotados.

Nas feiras culturais o objetivo principal é

Quanto a locomoção interna, a proposta seria

promover a arte, o que daria oportunidade aos

ampliar os pontos em que a linha Circular do

alunos

Campus (725) passa. Levando esta linha até a

de

se

inscreverem

para

fazer

apresentações e/ou vender produtos de sua

FAV, Biblioteca e Reitoria.

autoria ou revenda. Seria um espaço perfeito para

promover

momentos

de

diversão

e

descontração conectando pessoas de diferentes cursos em um mesmo lugar.

A ideia é que esta feira aconteça uma vez na semana, entre o final da tarde e o início da noite, na quinta ou sexta-feira. Haveria uma lista de inscrição tanto para as apresentações artísticas quanto para usar as barraquinhas para vender produtos, mercadorias e oferecer serviços.

Por toda a UFG é possível encontrar pessoas vendendo produtos, geralmente em locais com maior fluxo de pessoas, mas na feira isso poderia ser potencializado, pois as pessoas iriam já com o objetivo de comprar algum produto, comer alguma coisa e prestigiar seus colegas artistas.

Figura 37: 3ª edição da Feira Cultural “Céu de Arte”.

Fonte: Barrados.net

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 39

MAPA SÍNTESE DAS DIRETRIZES Mobiliário Urbano Pontos de Ônibus a serem revitalizados Papelaria à Céu Centro e Cinema Aberto Convivência Proposta de nova rota para Circular 725

Redário

Feira Cultural Estudantil

Aluguel de Bicicletas e Patinetes + Propostas de Ciclovias

Pontos de Ônibus a serem construídos

Parklets Entender Cobertura Solar Exposição a Céu Aberto

40 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

Unidade de Emergência

CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer desse estudo observou-se que o

Dessa forma, o espaço urbano dos usuários do

Câmpus II da Universidade Federal de Goiás,

centro de atividades acadêmicas, arte, cultura,

denominado

Campus

Samambaia,

é

um

pesquisa e eventos, poderão obter

melhores

potencial polo de atividades e gerador de alto

experiência, condições de uso e maior conforto

fluxo de deslocamento, localizado na região

ao desfrutarem dos recursos que a infraestrutura

norte da cidade de Goiânia.

do Câmpus oferecer.

Por

mais

foram

Podendo assim, também promover a economia

percebidos ao longo da pesquisa, no que tange

do local e ser um plano urbano referência para

as questões de haver a necessidade de uma

outras universidade tanto no Brasil, como no

preocupação maior com a segurança da área, a

mundo.

restauração

que

diversos

dos

problemas

mobiliários

urbanos,

o

melhoramento dos usos e meios de transporte existente, entre outros que foram levantados, entendemos que a área de intervenção tem um potencial enorme, o qual sobressai todos os problemas mencionado anteriormente.

Diante dos estudos aqui desenvolvidos pelo grupo, através dos eixos de intervenção e as propostas de diretrizes apresentadas acredita-se que a metodologia de estudo aqui aplicada foi suficiente para que as potencialidades do Câmpus II sejam aproveitada.

O material aqui desenvolvido são apenas propostas feitas previamente para as questões identificadas no decorrer do mesmo, desse modelo ele não é compreendido como finalizado.

Mais investigações podem ser feitas, além das que fizemos, bem como o desenvolvimento das propostas

podem

ser

mais

trabalhadas.

Ourtrossim, é válido ressaltar que esse estudo não chegou ao nível de projeto.

Logo, compreende-se que as propostas são vistas como ideias fortes que podem ser implementadas no centro universitário.

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 41

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44 Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia

RELATÓRIO DE ATIVIDADES POR MEMBRO ANDRESSA PINA DE MELO

JULIA NOGUEIRA DE OLIVEIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Faculdade de Artes Visuais Curso de Arquitetura e Urbanismo andressapina@discente.ufg.br @pinarquiteta

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Faculdade de Artes Visuais Curso de Arquitetura e Urbanismo julia_nogueira@discente.ufg.br @julia.o.n

Capa e Sumário Mapas Bases (Cidade, Entorno e Área de Estudo) Diagnóstico < Escala Macro: Centralidades Diagnóstico < Escala Macro: Mobilidade Diagnóstico < Escala Micro: Uso e Ocupação do Solo Referencial Teórico < DOT Referencial Projetual < Feira Cultural de Coimbra Propostas de Diretrizes < Transporte Público, Feira Cultural Estudantil e Novos Usos Mapa Síntese Referências Bibliográficas Relatório de atividades por membro

IZADORA G. P. S. MATOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Faculdade de Artes Visuais Curso de Arquitetura e Urbanismo izadora_matos@discente.ufg.br @izamatos_

Introdução Diagnóstico < História do Campus Diagnóstico < Escala Meso: Uso e Ocupação do Solo Diagnóstico < Escala Micro: Uso e Ocupação do Solo Diagnóstico < Escala Micro: Aspectos Ambientais Diagnóstico < Escala Micro: População Problemas e Potencialidades Referencial Teórico < Antrópolis e Urbanismo Sustentável Referencial Projetual < Campus UFscar – Sorocaba e Urbanismo Tático Eixos de Intervenção Propostas de Diretrizes < Centro de Convivência, Mobiliário Urbano, Parklets, Arte e Novos Usos Referências Bibliográficas

Metodologia Diagnóstico < Escala Macro: Fluxo de Pessoas Diagnóstico < Escala Macro: Aspectos Ambientais Diagnóstico < Escala Meso: Segurança Diagnóstico < Escala Micro: Mobilidade Diagnóstico < Escala Micro: Segurança Problemas e Potencialidades Referencial Teórico < Urbanismo PósPandemia Propostas de Diretrizes < Calçadas Considerações Finais Referências Bibliográficas

Intervenção Urbana UFG - Campus Samambaia 45