Jornal do São Francisco - Edição 146

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20 Ed. 146, de 7 a 13 de fevereiro 2013 coordenador técnico do Programa Fitossanitário, a utilização destas ferramentas é criteriosa e precisa da orientação de técnicos experientes. “Como aplicar é algo bastante técnico, não é tão fácil como o controle químico, por isso precisamos dar este suporte aos agricultores familiares. Colocamo-nos à disposição dos agricultores do Vale para ministrar cursos e treinamentos”, disse. Orientações aos produtores Os produtores presentes aproveitaram para esclarecer suas dúvidas acerca do controle biológico. Sobre o uso de vespas, o agricultor Inácio da Silva, do município de Luís Eduardo Magalhães, buscou informações sobre onde encontrar o inseto e como utilizá-lo. Breda explicou que as vespas podem ser adquiridas nas revendas e que o custo varia de R$ 35 a R$ 50 por aplicação. Cada aplicação “inundará” a lavoura com cerca de 100 mil vespinhas que vão parasitar os ovos das lagartas e

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JSFRURAL promover um controle de 50 a 90%. Na oportunidade, Breda anunciou que a partir de 2015, a Fundação Bahia vai passar a produzir vespas em grande escala. O agricultor familiar José Alberoni, do Assentamento Oscar Niemeyer, município de São Desidério, ficou surpreso com as orientações. “Eu já tinha ouvido falar da lagarta, mas não sabia como identificá-la. Confesso que aprendi muito neste encontro e, a partir de agora, munidos de novos conhecimentos, ficaremos atentos e vamos trabalhar em conjunto, buscando o controle desta praga”, avaliou. Sobre o desempenho do Governo do Estado diante desta situação, o agrônomo e ex-secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles,

Faeb apresentará plano de agropecuária Ivana Dias com informações Faeb

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Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb) apresentará a proposta do plano de governo da agropecuária a todos os pré-candidatos ao governo da Bahia. O projeto será elaborado pelo ex-secretário Estadual da Agricultura, Eduardo Salles, que foi contratado para coordenar a comissão criada. “Salles foi convidado com este objetivo em função do trabalho importante realizado por ele à frente da Seagri e por ser uma pessoa da área, com experiência e amplo conhecimento da agropecuária baiana”, disse o presidente da Faeb, João Martins. Além do convite da Faeb, o ex-secretário foi convidado, ainda, pela Associação Comercial da Bahia (ACB), para coordenar a Comissão de Agropecuária. A entidade também deverá discutir políticas públicas e ações de governo para o setor de agropecuária com os candidatos. “Como secretário, iniciamos a estruturação do setor, criando 24 câmaras setoriais, encarregadas de elaborar planos estratégicos para os próximos 20 anos. Além disso, durante os últimos três anos, estive em 302 municípios e verifiquei in loco os problemas e demandas dos pequenos, médios e grandes produtores. Considero ter o preparo necessário para contribuir para a elaboração do plano de governo que o setor necessita”, disse. De acordo com Salles, a agropecuária baiana é muito importante para o desenvolvimento do Estado, sendo responsável por 24% do PIB estadual, além de gerar 30% dos empregos e 42% das exportações. “A Bahia concentra o maior contingente da agricultura familiar do País, com 665 mil famílias e, além disso, 30% da população do Estado está no campo. Com essa dimensão, a agropecuária merece prioridade e atenção especial”, concluiu. Eduardo Salles é engenheiro agrônomo de formação e no mês de janeiro deste ano deixou a Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri) para se candidatar a deputado estadual. ■

falou das ações no combate à lagarta e parabenizou pela iniciativa na realização do evento. “Um encontro de formação de agricultores familiares desmistifica a indiferença existente entre agricultura empresarial e agricultura familiar. É importante saber que a Helicoverpa veio para acabar com diversas culturas, não importa se é pequena ou grande produção e, talvez, esta praga penalize mais o agricultor familiar do que o empresarial. Está na hora de unirmos forças. Os organizadores do evento estão de parabéns por entenderem a importância desta união para resolver um problema em prol de toda a região”, disse. O evento contou com a participação do deputado federal, Oziel Oliveira, do presidente da União dos Municípios do Oeste da Bahia (UMOB), Humberto Santa Cruz, de secretários de Agricultura dos municípios de Barreiras, Luís Eduardo e São Desidério e de vereadores de Barreiras. ■

EDITAIS

PEDIDO DE LICENÇA DE OPERAÇÃO CANDINHEIRO INDÚSTRIA, COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO LTDA, inscrita no CNPJ: 02.097.552/0001-95 torna público que está requerendo ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA a Licença para fabricação de óleo vegetal em bruto e adubo simples extraídos da mamona, localizada na AV. Vicente Cristo, nº 681 no bairro de Planaltina no município de Iuiu - Bahia.

Responsável Técnico: Ariston Neves Santos Júnior Eng. Agrônomo: CREA: 19.032/D

POLÍTICA AMBIENTAL A Candinheiro Indústria Comercio e Exportação LTDA, inscrita no CNPJ: 02.097.552/0001-95, situada na AV. Vicente Cristo, nº 681 no bairro de Planaltina, município de Iuiu – Bahia, na busca da melhoria contínua das ações voltadas para o meio ambiente, assegura que está comprometida em. • Promover o desenvolvimento sustentável, protegendo o meio ambiente através da prevenção da poluição, administrando os impactos ambientais de forma a torná-los compatíveis com a preservação das condições necessárias à vida; • Atender à legislação ambiental vigente aplicável e demais requisitos subscritos pela organização; • Promover a melhoria contínua em meio ambiente através de sistema de gestão estruturado que controla e avalia as atividades, produtos e serviços, bem como estabelece e revisa seus objetivos e metas ambientais; • Garantir transparência nas atividades e ações da empresa, disponibilizando as partes interessadas informações sobre seu desempenho em meio ambiente; • Praticar a reciclagem e o reuso das águas do processo produtivo, contribuindo com a redução dos impactos ambientais através do uso racional dos recursos naturais; • Promover a conscientização e o envolvimento de seus colaboradores, para que atuem de forma responsável e ambientalmente correta;

A DIREÇÃO

Quase um século de litígio Produtores acusam polícia goiana de intimidar trabalhadores que realizavam o plantio em fazenda localizada no município de Jaborandi, próxima à área do conflito Virgília Vieira

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briga judicial em que os Estados da Bahia, do Goiás, do Tocantins e do Piauí pleiteiam a determinação e demarcação de terra vem tirando o sono de muitos produtores rurais do Oeste da Bahia. Recentemente o Jornal do São Francisco foi procurado por produtores que afirmam terem sido alvos de policiais civis fardados do Estado do Goiás. De acordo com os agricultores, que preferiram não ser identificados, no dia 21 de novembro do ano passado, policiais tentaram intimidar trabalhadores que realizavam o plantio em uma fazenda de propriedade privada, localizada no município de Jaborandi. Com esta ação, o receio dos trabalhadores e dos proprietários das terras é de que possa haver nova invasão, não só pela Polícia Civil de Goiás, mas por milícia armada, como aconteceu em 2012, conforme aponta o boletim de ocorrência nº179/2012. Na oportunidade, a invasão da propriedade foi feita por homens armados que trocaram tiros com a Polícia Militar do Estado da Bahia, resultando em duas mortes. Segundo os produtores, o medo de novos conflitos é constante, principalmente com o início da colheita se aproximando. No relato feito ao JSF, os empresários contaram que os policiais ameaçaram retornar no momento da colheita, deixando claro que “os trabalhadores estavam plantando, mas não iriam colher”. O Litígio Em primeira mão, o Jornal do São Francisco noticiou na edição 114, a possibilidade de a Bahia perder as suas terras em um litígio envolvendo os Estados do Goiás, do Tocantins, de Minas Gerais e do Piauí, que reivindicavam uma fatia considerável – em torno de um milhão de hectares - do território baiano, na região da Serra Geral, Garganta e Rosário, região com alta produtividade nas culturas de soja, milho e algodão. A Ação Constitucional 347 tramita no Supremo Tribunal Federal desde 1986, mas a disputa territorial tem origem no ano de 1919 e inclui hoje os Estados do Piauí e do Goiás. Em 2013, os Estados de Minas Gerais e do Tocantins entraram em acordo junto ao Estado da Bahia. As terras em litígio situam-se na região do município de Luís Eduardo Magalhães, opondo, como fundamento principal, as fronteiras traçadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e aquelas definidas por um parecer do Serviço Geográfico do Exército Brasileiro. Atualmente considera-se como limite a escarpa da Serra Geral. ■


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