Jornal Regional de Contagem - Edição 252

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Ano XVII - Nº 252 - 16 a 23 de Maio de 2014 - Contagem e Região Metropolitana - Tel.: (31) 3042-0034 / 3041-5473 - www.jornalregionaldecontagem.com.br - email: gruporegionalcontagem@gmail.com EXEMPLAR CORTESIA - VENDA PROIBIDA

CONTAGEM PARTICIPA DA 12ª SEMANA DE MUSEUS Cidade vai ganhar o Centro de Memória do Trabalhador da Indústria, primeiro no país

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Casa da Cultura Nair Mendes Moreira/Museu Histórico de Contagem participa mais uma vez da Semana Nacional de Museus, atividade promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Em sua 12ª edição, o evento traz como tema nacional “Museus: as coleções criam conexões. Para dialogar com esse tema, o Museu Histórico de Contagem propõe uma reflexão sobre a criação do “Centro de Memória do Trabalhador da Indústria de Contagem”. As atividades com mostra de filmes, exposição, debates e visitas guiadas serão realizadas até o dia 29, na Casa da Cultura Nair Mendes Moreira/ Museu Histórico de Contagem. A Semana Nacional de Museus faz parte da agenda de eventos permanentes do Ibram e ocorre sempre no mês de maio, em comemoração ao Dia Internacional dos Museus (18/5). O propósito é mobilizar os museus brasileiros a aderirem ao tema da Semana, a partir de um esforço de ações integradas e compartilhadas de suas programações por um período específico, intensificando a relação desses com a sociedade. Em Contagem, este ano, haverá um destaque especial. No dia 13 haverá um debate sobre o projeto museológico do centro. Já no dia 22, o prefeito Carlin Moura vai assinar o projeto de lei para a criação do “Centro de Memória do Trabalhador da Indústria de Contagem” e determinar o início das obras, num galpão da antiga sede da empresa Lafersa, na Cidade Industrial. O museu será o primeiro do gênero em todo o país e irá resgatar a história de vida, o perfil, o cotidiano, a cultura de homens e mulheres operários que já passaram e ainda passam pelas fábricas de Contagem, cidade conhecida pela importância do seu setor industrial, pelas máquinas e chaminés que impulsionam a área produtiva de Minas e do Brasil. De acordo com o coordenador de Políticas de Memória e Patrimônio Cultural da Fundação de Cultura de Contagem (Fundac), Tiago Alves, o espaço será mais do que um olhar sobre o trabalho. “Vamos recuperar a história das pessoas que trabalharam e trabalham no município. Será um espaço para conhecer as primeiras vilas operárias, suas práticas culturais, conhecimentos e contribuições para o desenvolvimento da cidade ao longo das décadas”, observa Alves.

PR OGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO

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DIA

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De segunda a sexta, das 8h às 17h - Exposição: “Cidade Industrial”, do artista convidado Olister Barbosa. Dia 13 (terça) - Das 20h às 22h - Mesa redonda. Tema: “Centro de Memória do Trabalhador da Indústria de Contagem: construindo o plano museológico”. Debatedores: arquiteto do Museu do Trabalhador da Indústria de Contagem, coordenadora do departamento de Museologia da UFMG, Letícia Julião; presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem, Ibirité, Sarzedo, Ribeirão das Neves, Nova Lima, Raposos e Rio Acima (Sindimetal), Geraldo Valgas de Araújo. Dia 15 (quinta) - 19h às 22h Cineclube do Trabalhador. Filme: Peões (2004 Eduardo Coutinho) - 1h25min Sinopse: A história pessoal de tra-

balhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país. Dia 22 (quinta) - 18h às 19h Entrega do Projeto de Lei para a criação e lançamento do início das obras do Centro de Memória do Trabalhador da Industria de Contagem. Convidados: prefeito de Contagem, Carlin Moura; presidente da Câmara Municipal, vereador Teteco; representante do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac), Felipe Gonçalves de Moura Bicalho e o representante da Direcional Engenharia, Guilherme Diamante. 19h às 22h - Cineclube do Tr abalhador balhador.. Filme: Tempos Modernos (Charles Chaplin 1936) 1h23min Sinopse: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma “máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não tem mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar. Dia 29 (quinta) - 19h às 22h - Cineclube do Trabalhador. Filme: Eles Não Usam Black-Tie (Leon Hirszman 1981) 2h14min. Sinopse: Em São Paulo, em 1980, o jovem operário Tião (Carlos Alberto Riccelli) e sua namorada Maria (Bete Mendes) decidem casar-se ao saber que a moça está grávida. Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria metalúrgica. Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, Otávio (Gianfrancesco Guarnieri), um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime militar. Dias 20, 22, 27 e 29 - (terças e quintas) - das 9h às 11h e das 14h às 17h - Visitas guiadas. Os participantes poderão visitar a Cidade Industrial Juventino Dias, percorrendo o traçado hexagonal passando pelas primeiras fábricas instaladas nas décadas de 1950 e 1960. Os interessados em participar das visitas devem agendar na Casa da Cultura Nair Mendes Moreira-Museu Histórico de Contagem, de segunda a sexta, das 8h às 17h. Praça vereador Josias Belém, nº 1, centro. Telefones: (31) 3352 5323 / 3398 7350 casa.cultura@contagem.mg.gov.br

PROJETO TRILHAS DA LEITURA ATINGE 100 MIL LIVROS DOADOS

o próximo domingo (18/5), será realizada a edição especial em comemoração aos três anos do projeto Trilhas da Leitura - construindo cidadania. As atividades serão realizadas das 9h às 14h, na rua VL6, ao lado da Casa de Apoio, em Nova Contagem, em parceria com a Fundac. Além da distribuição de livros de literatura, didáticos, revistas e apostilas, serão oferecidas à comunidade atividades culturais, como dança e música, e sociais como corte de cabelo e apoio para a mediação de conflitos. O programa está comemorando a marca dos 100 mil livros doados. O projeto, que nasceu no Parque Ecológico Eldorado com o objetivo de estimular o hábito da leitura entre crianças, jovens e adultos e que agora percorre as ruas e praças de Contagem, por pouco não encerrou suas atividades. Mas o apoio da Policia Militar, por meio da 26ª Cia da PM-MG, viabilizou a continuidade da iniciativa. Um grupo de policiais militares - formado pelo sargento Baltarney, tenente Wellington e o comandante major Cleber Augusto - disponibiliza uma sala ao lado do Centro Social Urbano, no Eldorado, onde são recebidos e armazenados os livros a serem doados. Outra parceria muito importante foi feita com a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Contagem (Asmac). A entidade é responsável pelo manejo do material que não pode ser doado para leitores, como livros deteriorados, revistas, jornais e papeis. Cerca de sete toneladas

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de recicláveis já foram retiradas de locais de doações pelos caminhões da associação e o valor obtido com a venda do papel foi destinado aos catadores da Asmac. Nestes três anos, o projeto conquistou outros parceiros importantes, como o Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB6), OAB Subseção/ Contagem, CDL/Contagem, Juizado de Conciliação, Academia Uniart, grupo Jazz&Cia, Copasa/Seção Contagem, Livraria Espírita Ponto de Luz, Art -Técnica Gráfica e Editora, Central Loc, Guarda Municipal e Livraria Leitura do Shopping Contagem, além de pessoas que voluntariamente atuam no projeto. AMPLIANDO FRONTEIRAS Em abril, o Trilhas da Leitura realizou a primeira edição na cidade de Betim. O evento teve o apoio da Fundação Ar tístico Cultural de Betim (Funarbe) e de bibliotecas da cidade. Todos podem ajudar a viabilizar novas edições do Trilhas da Leitura. Livros, apostilas e revistas podem ser entregues na 26ª Cia da Policia Militar- Centro Social Urbano (CSU), na rua Senegal, 229, Eldorado; na Academia Uniart, na avenida José Faria da Rocha, nº 4875, Eldorado; Ponto de Luz Livraria Espírita e Papelaria, na rua Manoel Teixeira de Camargos, nº 470, Eldorado e na OAB Contagem, na rua Edmir Leão, nº 454, centro. Informações: Leandra: 8442-0498/ Cadinho: 9254-5268 contato@trilhasdaleitura.com.br / www.trilhasdaleitura.com.br


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Cidade sedia Copa Sudeste Contagem recebe o Partida de futebol de Futsal para Cegos Campeonato Estadual de auxilia na reinserção Participam da copa times de Minas, Rio de Ginástica de Trampolim psicossocial Janeiro e Espírito Santo Ação faz parte da política intersetorial de promoção à saúde

Nesta sexta-feira (16/5), o ginásio Poliesportivo do Tropical recebeu quatro times que disputam a Copa Sudeste de Futebol de Salão para Cegos. O primeiro jogo foi entre as equipes UNICEP, do Espírito Santo, e ADVC, do Rio de Janeiro. Já a segunda disputa, foi entre a equipe de BH, ADEVIBEL, e a CEIBC, do Rio. A copa é organizada e acompanhada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), em atividade desde 2008. Os atletas recebem apoio do Comitê Olímpico Brasileiro e da Caixa Econômica Federal, por meio da Lei Agnelo Piva, que garante aos deficientes uma porcentagem de sua arrecadação. "Nosso maior objetivo é poder proporcionar aos deficientes visuais a oportunidade de conviver e participar ativamente do esporte", declara Tadeu Casqueira, assessor de imprensa da CBDV. "Acompanhar o resultado desse trabalho nas copas que realizamos é nossa maior satisfação", acrescenta Casqueira.

Nesta copa, participam três atletas da Seleção Brasileira de Futebol de Cegos; Juliano Lopes, do ADEVIBEL (BH); Liwisgton Costa e Eduardo Júnior, ambos do URECE (RJ). Os atletas que participam da Copa Sudeste também têm a oportunidade de integrar a Seleção, caso sejam destaque durante o campeonato, ou se apresentarem para as fases de treinamentos. Felipe Sabino, de 16 anos, é jogador do ADVC (RJ) há quatro anos e também vencedor de campeonatos escolares. "Minha maior dificuldade foi aprender a dominar a bola, me esforcei para poder entrar no time", contou o garoto. Felipe afirma que quer seguir em frente com os treinamentos, e seu objetivo é participar da Seleção Brasileira de Futebol de Cegos. Outros jogos da copa serão disputados no sábado (17/5), às 9h, e no domingo (18/5), às 8h, no ginásio do Tropical. A copa vai até o dia 18 de maio.

Atletas de cinco cidades de Minas Gerais disputaram, na sexta-feira (6/5), o segundo dia do Campeonato Estadual de Ginástica de Trampolim (GTR). A cerimônia oficial de abertura também ocorreu no Ginásio do Riachão. Na sexta-feira (16/5), as categorias pré-infantil, infantil, infantojuvenil e juvenil disputaram as quatro modalidades do campeonato. A ginástica de Trampolim divide-se nas modalidades duplo mini trampolim, trampolim individual, trampolim sincronizado e tumbling. Os atletas de cada categoria serão premiados por suas performances nestas modalidades em 1º, 2º e 3º lugares, no masculino e feminino. A atleta representante de Contagem, Andressa Sandes, foi premiada na quinta-feira (15/5) em 2º lu-

gar na categoria duplo mini trampolim. "Treinamos intensamente, e continuaremos assim com foco no Campeonato Brasileiro que se aproxima", declarou o treinador da equipe de Contagem, André Henrique. A equipe de Contagem possui vários títulos mineiros e brasileiros. Além disso, disputaram, no ano passado, o Campeonato Mundial de GTR na Bulgária, e o Sul-Americano na Colômbia. No sábado (17/5), serão realizadas as últimas etapas do campeonato, a premiação e a cerimônia de encerramento. O prefeito Carlin Moura e o secretário de Esporte, Lazer e Juventude, Paulo Prado, estarão presentes durante a solenidade. O evento acontece no poliesportivo do Riacho, a partir das 8h.

Os usuários do serviço de saúde mental dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Eldorado e da Sede participaram, na quarta-feira (14/5), de uma partida de futebol no Ginásio Poliesportivo Califórnia, próximo ao Mercado Central de Contagem. A atividade, parceria entre as secretarias de Saúde, Esportes e Educação, faz par te da política intersetorial de promoção à saúde da Prefeitura de Contagem. A articulação dos trabalhos foi da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde. Adriano Gonçalves, referência técnica de saúde mental da pasta, falou da importância do evento. "Essa é uma ação cuja impor tância está sedimentada na inserção social do usuário da saúde mental, garantindo o trabalho intersetorial para integralidade do cuidado", explicou. O gerente do Caps do Eldorado,

Renato Ávila, pormenorizou os avanços proporcionados pelos trabalhos. "Atividades que promovem a interação social desenvolve os laços entre eles próprios e oferece a eles a possibilidade de circular por outros espaços públicos, neste caso, com a prática desportiva", explicou.

1º ANIVERSÁRIO DO CAPS DO ELDORADO No próximo dia 18 de maio, junto com a celebração do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, o Centro de Atenção Psicossocial do Eldorado (CAPS) completa o primeiro ano de funcionamento. "Com a inauguração do CAPS do Eldorado, a atual gestão marcou a prioridade que seria dada à saúde mental do município. Em um ano, Contagem saltou de zero para 18 leitos na saúde mental", apontou o secretário municipal de Saúde, Luciano Novaes.


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Maternidade recebe PROJETO TUDOAVER representantes do EM MAIO O CORPO HUMANO Ministério da Saúde E SEUS LIMITES

Fotografias de Lúcio Dias revelam festa tradicional da Comunidade dos Arturos

Visita é a segunda etapa do curso de aprimoramento para enfermeiros obstetras

O cuidado com o corpo sempre foi, ao longo dos séculos, uma obsessão da humanidade, traço que se perpetua até os tempos atuais. Desde a antiguidade, o homem busca tornar o seu corpo adequado valendo-se de diversos recursos, sendo que a prática esportiva sempre foi, por excelência, a melhor forma de modelar o corpo e torná-lo apto também a vencer competições, em provas de resistência e força. E assim colecionamos diversos exemplos de verdadeiros guerreiros: até hoje é lembrado o soldado ateniense Feidípedes, que teria percorrido 40 quilômetros e morrido de exaustão para cumprir uma missão, que era avisar os cidadãos da cidade da vitória dos exércitos atenienses contra os persas. E o que falar de Emil Zátopek, único homem a vencer os 5.000 metros, 10.000 metros e a maratona numa mesma Olimpíada. Este feito aconteceu nos Jogos de 1952, em Helsinque, na Finlândia. O fácil acesso na atualidade às academias de ginástica, conjuntamente com uma alimentação balanceada, propicia meios a uma grande parte da população brasileira para manter-se com a saúde em dia. Saúde? Será? Desde sempre o homem foi um voyeur, movido a observar o outro e torná-lo muitas vezes objeto de desejo. E com o acesso fácil à informação, é fácil adotar famosos e atletas como ícones de referência em nossas vidas. E nossa busca incessante pelo corpo perfeito ou pelo melhor desempenho pode alcançar limites que nunca imaginaríamos. O atleta, por si só, já é auto motivado a vencer, em sua busca pelos resultados: o foco do treino é o alcance da vitória nas competições, sejam individuais ou em equipe. Já o ser humano comum busca saúde e, porque não, uma adequação estética dentro do que a sociedade estabelece como um físico adequado e atraente. Esta regra vale para homens e mulheres, independente de raça ou credo. O que vale é, além da saúde, se olhar no espelho e ver um resultado capaz de chamar a atenção. E o limite para a prática de atividade física? Existe? Podemos pressupor que o limite varia de indivíduo para indivíduo, sendo que diversos fatores serão limitadores: fatores hereditários, nível de sedentarismo, alimentação balanceada, biótipo,

dentre outros. Todos estes fatores, aliados a uma avaliação médica rigorosa, irão proporcionar uma análise que servirá de base para que a atividade física seja conduzida da forma mais adequada, de forma a que os limites estejam dentro das condições do momento.E o que dizer dos falsos limites? Querer ir além do que o corpo permite? Ir além do cansaço físico, do stress muscular? Na obsessão pelo corpo perfeito, muitos praticantes de atividade física se valem de suplementos alimentares, que buscam suprir o organismo das substâncias que irão repor e reconstruir músculos, nervos e ossos. Muitas destas substâncias são verdadeiros inibidores da dor muscular, pois reduzem a produção do ácido lático pelo organismo. Desta forma, o praticante consegue esticar séries e forçar mais os músculos, com risco de sérias lesões. A pior versão destes suplementos vem na forma de esteroides, onde hormônios são injetados ou ingeridos para um ganho muscular rápido. Câncer é uma realidade bem próxima para quem usa, porém, ignorado pela maioria dos usuários. Equilíbrio é a chave para o sucesso de qualquer prática física, seja para competição ou não. Estabelecido o objetivo, o praticante deve ter em mente que somente com um acompanhamento adequado de profissionais poderá alcançar sucesso, sendo que dentre estes destacamos os médicos, os nutricionistas e os profissionais do meio esportivo. A persistência é uma aliada importante na busca por melhores resultados e somente esta deverá ser uma baliza do esforço que deverá ser gasto no alcance dos objetivos pretendidos. A vitória poderá vir de várias formas, mas uma coisa é certa: tem de ser limpa, sem a utilização de subterfúgios nocivos, sem ceder à tentação dos atalhos fáceis. Você, que está lendo esta coluna agora, para um pouco e reflita: a tentação estará sempre à porta, mas tenha sempre em mente que o nosso corpo possui limites individuais que devem ser respeitados e o organismo dá a resposta ao menor sinal de violação destas regras básicas. Cedo ou tarde estas regras prevalecem. Saúde no final é o que mais importa, o resto é balela. * Eduardo Rocha de Matos Borba Administrador, auditor e escritor nas horas vagas

A Maternidade Municipal de Contagem recebeu, na quinta-feira (8/ 5), dois representantes do Ministério da Saúde. A visita faz parte da segunda etapa do curso de “Aprimoramento para as Enfermeiras (os) Obstétricas (os), com Enfoque no Componente Parto e Nascimento”, do Programa Rede Cegonha, estratégia do Ministério da Saúde para implementar uma rede de cuidados que assegura às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, parto e ao puerpério. Também assegura às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Em todo o país, 64 profissionais participam deste trabalho de fomento à implantação de um novo modelo de atenção à saúde da mulher. Contagem tem três representantes no curso. Acompanhados da enfermeira obstetra Ângela Fátima Vieira, representante do município no curso, e da diretora da Maternidade Municipal de Contagem, Dulcineia Cordeiro Carvalho, o professor da Universidade Federal Fluminense (RJ) Audrey Vidal, e Denise de Paula Parreira da Silva, diretora de enfermagem da Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Holanda (RJ), conhece-

ram as dependências da maternidade de Contagem. “Estamos constatando aqui um bom espaço físico, passíveis de pequenas melhorias apenas. Também pudemos constatar o comprometimento da equipe com os trabalhos desse novo conceito de maternidade que estamos construindo, já nos moldes preconizados pela Rede Cegonha”, atestou Denise de Paula. O professor Audrey Vidal também teve um impressão positiva da maternidade. “Estou tendo uma boa sensação com a instituição. Observamos mudanças na estrutura física que oportunizam uma nova forma de dar à luz e de nascer. Foram implantadas salas que acoplam a assistência à mulher e à criança no mesmo espaço físico e isso é uma questão que vem sendo preconizada pelo Ministério da Saúde”, afirmou. A enfermeira obstetra Ângela Fátima Vieira concluiu destacando as potencialidades dos trabalhos da maternidade. “Contagem é um campo frutífero para a formação de enfermeiras obstetras no município e até para atender toda a RMBH. Recebemos o apoio da secretaria que nos inspira a trabalharmos com metas mais audaciosas”, pontuou.

Aprovar projetos de edificações em Contagem será mais rápido

“João do Mato - A festa de capina dos Arturos”. Esta festa, trazida por Arthur Camilo, representa um ritual de capina na Comunidade. Consiste na expulsão do João do Mato, que simboliza o mato, a erva maligna, que deve ser contido para que a colheita seja far ta. Os capinadores, em mutirão, com enxadas “arrancam todo o mato e o mal”, entoando cantos alegres ou lamentos da vida diária fundindo mito e brincadeira. O ritual configura positivamente o valor da enxada (símbolo do trabalho) sobre o mal (a erva daninha), mantendo o ciclo da vida em constante renovação: a semeadura, o cuidado com a plantação e a colheita. O registro fotográfico foi realizado em 1997 por Lúcio Dias. O fotógrafo é natural de Tabuleiro, Mi-

Curso prepara profissionais para ampliar educação integral Em Contagem, mais de 5 mil estudantes já são contemplados com atividades educativas em jornada ampliada Cerca de 85 educadores da Rede Municipal de Ensino, incluindo professores, gestores, agente de educação infantil e instrutores, estão recebendo formação específica sobre educação integral. Eles tiveram a oportunidade de fazer o curso “Escola e Cidade: Políticas Públicas Educacionais”, ministrado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio do grupo Teia - Territórios, Educação Integral e Cidadania. Com duração de 180 horas e ofer tado na modalidade semipresencial, o curso prossegue até novembro. Os encontros presenciais ocorrem uma vez por mês, aos sábados, no auditório da Faculdade de Educação (FAE), no campus Pampulha, em Belo Horizonte.

Benefícios

Processo de análise simplificada entra em vigor a partir do dia 10/6

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José Antônio Borba REGJPMG09675 Rua das Acácias, 1137 - Conj. 401 - CEP: 32310-370 Eldorado - Contagem -TEL.: (31) 3042-0034/3041-5473 E-mail: gruporegionalcontagem@gmail.com www.jornalregionaldecontagem.com.br

PÚBLICO ALVO: 100.000 LEITORES Os artigos e matérias assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião deste jornal.

Agilidade na aprovação de projetos de construção civil. Esse é o objetivo do decreto municipal nº 260 e da instrução normativa nº 01/2014 da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, que estabelece novas normas e procedimentos para a análise simplificada de projetos de edificações na cidade. Com as novas diretrizes e tendo em vista a importância do desenvolvimento econômico para o crescimento do município, a análise simplificada foi ampliada também para os empreendimentos comerciais, industriais e de serviços. A entrada em vigor deste instrumento tem como objetivo principal acelerar os processos de aprovação de projeto de obras, tais como residências, edifícios e empreendimentos industriais, comerciais e de serviços. Com isso, espera-se reduzir as construções irregulares e possibilitar a rápida

emissão de alvarás e certidões. Os projetos serão examinados limitando-se à verificação da documentação e cumprimento dos parâmetros de uso e ocupação do solo estabelecidos pela legislação municipal. Ficará a cargo do responsável técnico e do proprietário garantir integralmente o atendimento às legislações, principalmente o Código de Obras do Município, ao assinar o termo de responsabilidade junto ao órgão competente. Para o enquadramento no processo de análise simplificado, que passará a vigorar a partir de 10/6, os responsáveis técnicos poderão sanar suas dúvidas no plantão de atendimento realizado pela Diretoria de Edificações, entre 13h30 e 16h30, de segunda a sexta-feira, na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, localizada na avenida João César de Oliveira, nº 1.410, Eldorado.

nas Gerais, e mora em Contagem desde 1975. Fotografou as tradições culturais e o cotidiano da Comunidade dos Arturos entre 1993 e 2002, totalizando aproximadamente mil fotos. Seu acervo de negativos, provas fotográficas e slides foi doado à Comunidade, e vem recebendo tratamento de digitalização, higienização e acondicionamento adequado por meio do projeto de extensão “Etnomusicologia Aplicada”, da Escola de Música da UFMG. A exposição está em cartaz até 31 de maio, na Galeria do Centro Cultural (Casa Amarela), na rua Dr. Cassiano, 130, Centro. Visitação de segunda a sexta, das 9h às 19h. No último sábado de cada mês das 14h às 20h. Informações: (31) 3352 5347 - projetotudoaver@gmail.com

A participação dos educadores no curso é uma das estratégias para a ampliação da Educação Integral no município. Atualmente, mais de 5 mil estudantes de 42 unidades da rede municipal de Contagem são contemplados com atividades educativas em jornada ampliada, por meio do Mais Educação, programa viabilizado em parceria com o governo federal. Além do ensino regular em salas de aula, eles participam, no contra turno escolar, de atividades esportivas, culturais e de lazer em Espaços Alternativos e Educartes localizados nas comunidades. Os estudantes são beneficiados ainda com três refeições

ao dia, incluindo o desjejum, lanche e almoço. A coordenadora do Mais Educação, na Escola Municipal Vereador José Ferreira de Aguiar, no Bairro Icaivera, Lílian Fabrízia Marquezini, elogia a possibilidade de ampliação da jornada de ensino para outras unidades da rede da Prefeitura. “A permanência do estudante por um tempo mais longo no ambiente escolar é altamente positiva, principalmente em comunidades de maior vulnerabilidade social, onde crianças e jovens dispõem de poucas oportunidades de lazer e cultura. Na nossa escola, por exemplo, os meninos atendidos pela educação integral têm aulas de taekwondo, dança, futsal, preservação ambiental e, ainda, reforço de matemática. Além disso, garante a tranquilidade dos pais que não têm com quem deixar os filhos ao sair para o trabalho”, enfatizou a educadora, também participante do curso ministrado pela UFMG.

Formação Dentro da política de oferecer formação continuada aos servidores, esta é a primeira sobre educação integral, observa o secretário de Educação, professor Ramon. “Esperamos envolver os educadores na perspectiva de ampliar interfaces educativas para além dos muros da escola, com vários espaços da comunidade e assim contribuir para que Contagem seja, cada vez mais, uma cidade educadora”, enfatiza o secretário.


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Deputado Sargento Rodrigues cobra punições mais severas para adolescentes que cometerem crimes violentos

A redução da maioridade penal, alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o aumento da medida de internação para os menores que cometerem crimes violentos contra pessoas foram discutidos durante o Debate Público da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a requerimento do deputado Sargento Rodrigues. Durante a reunião, o deputado afirmou que acompanha, há tempos, a discussão sobre o assunto. Ele, que é ferrenho defensor da redução da maioridade penal, principalmente nos crimes violentos contra pessoas, disse que o tema é extremamente oportuno. “Nós precisamos construir uma legislação onde as pessoas responderão pela gravidade do crime”, disse. O parlamentar deu o exemplo da morte do rapaz de 19 anos, Victor Hugo Deppman, que foi morto no dia 09 de abril de 2013 quando voltava para casa. O estudante foi abordado pelo assaltante na entrada de seu prédio. Entregou o celular e, logo depois, foi baleado por um adolescente, que faria 18 anos a três dias e apenas cumprirá punição de, no máximo, três anos. “Se fosse um rapaz de 19 anos que tivesse cometido o crime, ele poderia sofrer uma pena de até 30 anos. Será que esses menores, que tem entre 15 e 16 anos, merecem ser protegidos de forma exagerada? Eu acho que não. Deveria ter medidas céleres e severas, independente da idade”, afirma. No debate, Sargento Rodrigues apresentou dados que, em 2011, 1529 adolescentes foram atendidos por medida socioeducativa em Minas Gerais. Já em 2012, o número aumentou para 1709 e, em 2013, para 1751. O deputado afirmou que não consegue entender como a legislação estabeleceu uma norma tão branda. “É muito difícil para um cidadão entender esta medida cautelar, esta punição tão branda, contra adolescentes”, ressalta. O especialista em segurança pública, ex-oficial do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e consultor do filme Tropa de Elite, Paulo Roberto Storani, explicou de onde vem as punições relacionadas aos crimes cometidos por menores. “Nós temos a Carta de Pequim, que foi uma primeira reunião para falar sobre isso. Nessa carta, quando os países se reuniram para falar da questão do jovem, ele estabeleceu três condições básicas em relação a questão do cometimento de um ato anti-social, tipificado e que deveria culminar com uma pena. Ela não estabelece a questão de idade, a partir de que idade isso vai ser avaliado. Ela faz uma abordagem que não pode ser uma idade baixa demais, mas que a norma que vai tratar do tema nos países signatários dessa carta, deve considerar a questão da maturidade emocional, afetiva, psicológica e intelectual. Estabeleceu estas três dimensões interessantes a respeito da questão de como se deve tratar o jovem. Ela fala que a cultura das nações é que deve estabelecer que idade isso

pode se dar”, explica. Storani também questionou se o que afeta mais a sociedade é a questão relacionada a punição ou a idade que o menor tem para tomar a decisão. “Se nós pensarmos o Estatuto da Criança e do Adolescente, que determina para casos graves a detenção, que é no máximo três anos, até que ponto isso é suficientemente forte para o reparo social necessário? mas também a medida necessária para que esse jovem não volte a fazer a mesma coisa? Não volte a delinquir, a cometer um ato infracional? O que realmente queremos?”, questiona. Já o Promotor de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude do MPMG, Márcio Rogério de Oliveira, afirmou que o Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser alterado. “Temos que trabalhar na discussão da reforma do ECA. Vamos discutir o tempo de internação para adolescentes que matarem ou deixarem pessoas inválidas. E diminuir o tempo daqueles que cometerem crimes menos graves”, disse. Segundo Wellington Gomes da Silva, que está paraplégico há um ano e meio, e foi vítima, atingido por dois menores, cumprir três anos de internação é pouquíssimo. “Três anos é muito pouco. É muito fácil a gente falar de uma situação de fora. Eu acho que é preciso fazer algo, mudar alguma coisa, porque tem muita gente sofrendo, que precisa de ajuda. Enquanto tiver essa impunidade toda, muita gente vai sofrer”, disse. Concordando com o deputado Sargento Rodrigues, a Juíza Titular da Vara Infracional da Infância e da Juventude do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIABH), Dra. Valéria da Silva Rodrigues, afirmou que o período de internação de cada adolescente deve ser estabelecido em relação ao crime praticado. “Temos que aplicar o tempo de internação de acordo com o crime cometido. A gente percebe a insatisfação da sociedade com a legislação atual, pois o ECA foi criado há 23 anos, quando não havia menores cometendo crimes”, explica. Ainda segundo a Juíza, a população deve exigir das Casas Legislativas estas mudanças na legislação. Ela afirmou, ainda, que são apreendidos cerca de 20 a 30 adolescentes por dia, chegando a 9 mil apenas em 2013. Como previsto, uma carta de Minas Gerais, como fruto do debate, será entregue pelos parlamentares da Comissão de Segurança Pública da ALMG aos deputados da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados e, também, a Comissão Especial que está analisando todas propostas de lei que dizem respeito ao assunto. Ao final, o deputado Sargento Rodrigues reafirmou o compromisso de continuar lutando pela mudança da legislação, no sentido de buscar uma punição mais severa, para os adolescentes que cometerem crimes violentos contra pessoas, especialmente a Lei nº8.069/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Durval participa da cerimonia de início das obras da BR-381

Na última segunda-feira (12), a presidenta Dilma Rousseff assinou, em Ipatinga, a ordem de serviço para início da duplicação da rodovia BR-381/MG. O investimento total será de R$2,5 bilhões do Orçamento Geral da União. O deputado estadual Durval Ângelo (PT), acompanhou a presidenta durante a cerimônia. O parlamentar lembrou os vários acidentes que ocorrem na BR, conhecida como rodovia da morte, e ressaltou a satisfação da população com a obra. “O sentimento de toda a população do Vale do Aço, do Leste de Minas e de todos os mineiros é de alegria, satisfação e agradecimento. Estamos virando uma página da tragédia em Minas. Dilma está transformando a rodovia da morte na rodovia da vida”. O deputado lembrou ainda que a cerimonia para dar inicio a duplicação da 381 foi marcada por muita emoção. Ele ressaltou o depoimento do Padre Willian, que falou em nome dos usuários da BR e perdeu seus pais em 2013 em um acidente na rodovia. “O padre fez uma fala muito emocionante para a presidenta Dilma, dizendo que todo aquele dinheiro que será investido não traria a vida dos seus pais de volta, mas, em um olhar para frente, ele estava satisfeito porque muitos órfãos seriam evitados e viúvas não existiriam.

O coordenador da caravana da participação, ex-ministro Fernando Pimentel também compareceu a cerimonia. “É um momento dos mais importantes para nós, mineiros, tanto para o cidadão comum, como para os empresários do nosso estado. Enfrentamos todos os contratempos de uma obra monumental como essa, mas conseguimos avançar e colocar na rua a duplicação da BR381. É a reafirmação do nosso compromisso com o povo mineiro”, afirmou. Segundo cálculos da FIEMG, serão cerca de 6 mil empregos diretos e indiretos na duplicação da rodovia. Considerando somente esse pessoal, há uma imensa oportunidade para as empresas locais no fornecimento de uniformes, refeições e equipamentos de segurança. A estimativa da entidade é de que a cada R$ 1 investido na obra sejam gerados outros R$ 3 em negócios. A BR-381 é o principal eixo de transporte do leste de Minas Gerais. Ipatinga, com 250 mil habitantes, é pólo central da região. Fica na cidade a sede da Usiminas, a maior siderúrgica de Minas Gerais, que movimenta cerca de 500 caminhões por dia na rodovia. A duplicação também facilitará o acesso ao complexo portuário de Tubarão (ES) e o fluxo de importação/exportação.

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Prefeito participa do 31º Brigada da Limpeza Exposição gratuita sobre Congresso Mineiro de retira 864 toneladas história do automobilismo no ItaúPower Shopping Municípios de entulho na Ressaca

“Maiores Campeões do Automobilismo” traz carro de campeão mundial, pódio oficial para público tirar fotos, troféus exclusivos e vídeos, entre outras atrações.

Evento estimula o diálogo e a participação na definição das políticas públicas

O prefeito de Contagem, Carlin Moura, foi um dos gestores municipais que participou, na quinta-feira (8/5), do painel “Propostas para melhorar a relação federativa entre estado e municípios”, que encerrou a programação do 31º Congresso Mineiro de Municípios. As palestras foram ministradas pelo prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, os ex-ministros Fernando Pimentel e Pimenta da Veiga e o senador Clésio Andrade. O primeiro a discursar foi o précandidato ao governo de Minas, Fernando Pimentel (PT). Ele trouxe para o debate as regras de distribuição de impostos e recursos que são destinados aos municípios e sugeriu uma reflexão em torno delas, em especial, no âmbito estadual. “Vamos trabalhar para aumentar o bolo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e melhorar o critério de distribuição do ICMS”. Pimentel questionou alguns pontos do formato de distribuição e discorreu sobre a necessidade de revisá-los. “Ainda que a Lei Robin Hood tenha sido útil no seu nascedouro e durante um bom tempo tenha produzido bons resultados, acho que é hora de revê-la, simplificála e torná-la mais efetiva para compensar o poder concentrador do Valor Adicionado Fiscal (VAF), que beneficia cidades economicamente mais ricas. Acho que podemos fazer isso e acredito que todos os municípios agradeceriam um esforço nessa direção”, declarou Pimentel. Para o prefeito Carlin Moura, uma simplificação nas regras e um possível abono ao FPM são fundamentais para o crescimento da economia dos

entes federados. “Estou otimista em relação a esse aporte. Estive em Brasília com o ministro Berzoini essa semana e, na oportunidade, fiz um pleito para que houvesse abono ao fundo já na próxima marcha de prefeitos a Brasília”, disse o prefeito, enfatizando que espera um posicionamento positivo em relação a esta reivindicação. Depois do discurso do ex-ministro petista, foi a vez do também précandidato ao governo estadual, Pimenta da Veiga (PSDB), discursar. Ele foi seguido pelas palestras de Lacerda e Clésio Andrade. Tanto Pimentel quanto Pimenta da Veiga sinalizaram a intenção de fazer, se eleitos, governos em parceria e ouvindo os prefeitos.

O CONGRESSO O 31º Congresso Mineiro de Municípios foi realizado pela Associação Mineira de Municípios (AMM) e, nesta edição, teve como tema “Federação e o Pacto das Ruas - Diálogo, Participação e Transparência”. Segundo o presidente da AMM, Antônio Carlos Andrada, a escolha pelo tema foi feita após as mobilizações que aconteceram em praticamente todas as cidades do Brasil no último ano. “A população de forma inconsciente gritava nas ruas: Municipalismo Já”, ressaltou. “Os prefeitos estão há anos reivindicando e fazendo marchas para cobrar recursos e a revisão do pacto federativo para atender as demandas mínimas de seu povo. O congresso veio, então, para promover essa discussão por meio de debates e conferências, bem como tratar dos principais desafios dos gestores públicos”, explicou Andrada.

Frente Parlamentar Mista de Combate ao Roubo de Cargas será instalada no Congresso A Câmara dos Deputados instalará na próxima terça (20), às 17 horas, no auditório Freitas Nobre, a Frente Parlamentar Mista de Combate ao Roubo de Cargas, que será presidida pelo deputado e líder republicano George Hilton (PRB/MG). A frente foi subscrita por 187 parlamentares e tem como objetivo principal a elaboração e o acompanhamento da legislação ligada ao setor, além da fiscalização das políticas públicas de combate ao roubo de cargas. George Hilton afirma que este tipo de crime figura entre os que mais crescem no país, e que “os bandidos estão cada vez mais especializados e praticando sofisticadas operações que resultam no prejuízo de bilhões de reais. Queremos propor a este segmento a nossa parceria no sentido de aprimorar a legislação para punir de forma rigorosa e rápida a ação desses delinquentes. O foco deve

ser a repressão e a investigação para neutralizar o receptador. Sem o receptador, obviamente não haverá o criminoso”, explica o parlamentar. Já confirmaram presença no evento, representantes do Ministério da Justiça, do Ministério do Transporte, da Federação Interestadual de Empresas de Transporte de Cargas/DF, da Agência Nacional de Transpor te Terrestre (ANTT), da Polícia Rodoviária Federal e da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros de São Paulo, bem como o presidente do Partido Republicano Brasileiro, Marcos Pereira, a coordenadora de Transporte do PRB, Sula Miranda, a vereadora republicana e coordenadora do PRB Mulher Minas, Greyce Elias, e os deputados Guilherme Campos (PSD/SP) e Armando Vergílio (SDD/GO).

Mais de 864 toneladas de entulho e lixo foram recolhidos na região da Ressaca, na última edição da Brigada da Limpeza, no dia 10 de maio. O programa, que amplia as ações de limpeza e combate à dengue no município, chegou em sua sexta edição com mais de 2 mil toneladas de resíduos recolhidos pela cidade. A próxima edição será no sábado (17/5), também na Regional Ressaca, na Praça do Divino. Foram disponibilizados nove caminhões e quatro retroescavadeiras para retirar os entulhos dos pontos de descartes irregulares. Além disso, cerca de 30 agentes de Zoonoses participaram na mobilização do combate à dengue, também identificando os focos do mosquito aedes aegypti na região. No total, foram limpos 28 pontos de descartes irregulares, em todo o município 170 pontos estão sendo monitorados. Paralelamente à ação de limpeza, foi realizado, na avenida Alterosa, o Dia da Cidadania. Os moradores da região tiveram acesso a serviços sociais e a oficinas culturais, ambientais, esportivas e de lazer. O evento contou com a parceria da equipe de educação ambiental da Copasa. O prefeito Carlin Moura ressaltou a importância da contribuição da população na limpeza da cidade. “Se cada pessoa compreender qual o seu papel em relação à limpeza da cidade, não teremos mais problemas com lixo e entulho. Essa é uma construção coletiva e o propósito da brigada é conscientizar para isso. Separar o lixo de maneira adequada, no dia e horário da coleta, utilizar os ecopontos para descartar materiais maiores, fazer a coleta seletiva, manter o lote capi-

nado e limpo, tudo isso é fundamental para garantirmos a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável da cidade”, afirmou. O secretário municipal de Meio Ambiente, Ivayr Soalheiro, destacou que na região da Ressaca a ação também auxilia na despoluição da Lagoa da Pampulha. “Os resíduos lançados nos córregos da bacia contribuem para o assoreamento da lagoa. Para conseguirmos despoluir a Lagoa da Pampulha, não podemos deixar que entulho e lixo sejam depositados de maneira irregular, principalmente próximo aos córregos e às nascentes”, disse. A moradora do bairro Milanês há 30 anos, Idalva Guedes, aprovou a Brigada da Limpeza. “No meu bairro nós fazemos questão de separar o lixo da maneira certa e cada morador cuida da limpeza do seu passeio, mas, em muitos lugares, falta ter essa consciência dos próprios proprietários. Gostei muito deste evento, pois além de ter a questão social e do meio ambiente, pude me divertir e fazer um pouco de ginástica”, disse.

O PROGRAMA O programa Brigada da Limpeza possui quatro pilares: Ecoponto (local específico para recebimento de pequenos volumes de entulho da construção civil, pequenas podas de árvore e mobiliários e madeiras, dentre outros); Agente Comunitário da Limpeza (vai de casa em casa orientar e conscientizar a população); Car roceiro Legal (cadastramento e orientações aos carroceiros da cidade para o descarte correto do lixo) e combate à dengue.

Dia dos Namorados 2014 Ainda da tempo de participar dos sorteios de Vales– Compra de R$2.000,00 e um carro Vowksvagen UP! O Big Shopping realizou esta semana o primeiro sorteio de vale-compra de R$2000.00 da promoção Curto te Amar. A cliente Janaina Peron recebeu o prêmio e aproveitou para presentear sua mãe. Janaina diz que foi a primeira vez que participou de uma promoção! “Com o vale-compra além do presente da minha mãe agradei toda a família, além de comprar coisas para mim.” A ganhadora comprou também uma bicicleta e distribuiu suas compras em lojas de eletroeletrônicos, vestuários, calçados e perfumaria. Quem quiser ser o próximo ganhador desta promoção é só participar da Campanha ‘Cur to te Amar’ Dia das Mães e Namorados 2014 realizando compras que somem no total R$200,00. Para os próximos sorteios os períodos de compras são os realizados entre os dias 08 de maio a 12 de junho que poderão ser convertidas em cupons para sorteios de cartões de compras e de um carro Zero. Serão sorteados mais 5 (cinco) cartões no valor de R$2.000,00 (dois mil reais) e um carro zero Volkswagen Up! estimado em R$30.000,00 (trinta mil reais). A expectativa é um aumento de 9% nas vendas desse período em relação ao ano passado. A promoção teve inicio dia 28 de

abril. Para a gerente de Marketing do shopping Katia Andrade, com sete semanas de promoção o cliente ganha mais tempo para par ticipar e tem mais chances de ganhar. A promoção, intitulada ‘Curto te amar’, tem grande direcionamento emocional e homenageia o amor em todas as relações: amor de mãe, de marido, de filho, de namorada...

A PROMOÇÃO Para participar da promoção o cliente precisa ser pessoa física residente e domiciliada no estado de minas gerais. Além disso, deve realizar compras até o dia 12 de junho que somem no mínimo R$200,00 (duzentos reais) nas lojas participantes. Os sorteios dos vales-compras serão semanais (*) e o sorteio final será no dia 13 de junho quando o Big entregará o UP! VW ao cliente premiado. Além dos dados pessoais, o participante deve responder à pergunta da promoção: “Em qual Shopping você tem chances de g anhar um car w a gem UP carrr o Volks olksw e seis vale-compras de dois mil r eais?”. Um detalhe importante: os cupons depositados na urna são cumulativos até o fim da promoção, quando concorrerá ao carro Volkswagen Up!.

Para os apaixonados pelo automobilismo, o ItaúPower Shopping traz a exposição “Maiores Campeões do Automobilismo”, de 13 de maio a 1º de junho, de segunda-feira a domingo, das10h às 22h, no 1º piso. A mostra é uma homenagem às comemorações de 20 anos de morte de um dos maiores ídolos do automobilismo brasileiro. Com curadoria do designer oficial da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Paulo Soláriz, e produção do publicitário e historiador Ricardo Courel, a exposição contará com painéis com fotografias e textos de corridas realizadas nos circuitos profissionais, informações e curiosidades, além de inúmeros troféus, entre eles do GP Brasil de F1, vídeos que contam a história do espor te, esculturas estilizadas de escuderias consagradas, memorial aos tricampeões mundiais, miniaturas

de carros históricos e réplicas de bicos dos carros usados na F1. Também será exposto um carro de Fórmula Indy, usado em circuitos internacionais. Os itens que integram a exposição são, em sua totalidade, originais e exclusivos da VeloCult, única exposição com a “Chancela Oficial” da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Para o curador Paulo Soláriz, é indispensável falar da grandiosidade do automobilismo no mundo e no Brasil. “O Brasil é o berço de vários ícones deste segmento e o segundo maior detentor de campeonatos na principal categoria, a F1”, afirma. A exposição “Maiores Campeões do Automobilismo” no ItaúPower Shopping tem como objetivo levar ao conhecimento do público a história, os grandes fatos e seus protagonistas do automobilismo brasileiro, além de promover o esporte aliado à cultura.

Arquidiocese de BH prepara ações para a Copa do Mundo A abertura da programação especial da Arquidiocese de Belo Horizonte para o período em que o Brasil receberá a Copa do Mundo será no próximo domingo, 18 de maio, na Igreja São José, Centro de Belo Horizonte. Logo após a Missa dos jovens, celebrada às 19h, serão hasteadas na escadaria principal da Igreja as bandeiras dos 32 países participantes da Copa do Mundo e dos 12 Estados brasileiros que sediarão os jogos. O bispo auxiliar dom João Justino de Medeiros Silva presidirá a solenidade. Durante os dias de jogos, a Arquidiocese de Belo Horizonte promoverá seminários e campanhas educativas para ajudar no combate ao tráfico humano. Essas atividades serão oportunidade para a formação cidadã de fiéis, em paróquias e comunidades de fé, a partir da Campanha da Fraternidade 2014, que tem como tema “Fraternidade e Tráfico Humano”. Também estão previstas ações de proteção aos jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e à população em situação de rua. A Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte, em parceria com outras instituições que representam esta parcela da população, vai realizar plantões de atendimento e de acolhimento aos que buscam um abrigo. Essas instituições também organizam, para o dia 9 de junho, um Fórum da População em Situação de Rua, que será realizado na Praça da Rodoviária. No dia 23 de maio, a Conferência dos Religiosos do Brasil, Regional Minas Gerais, realiza um ato público na Praça da Rodoviária, Centro

de Belo Horizonte, contra o tráfico de pessoas. Em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2014 e no momento em que o Brasil recebe um grande número de turistas para os jogos da Copa do Mundo, a CRB quer sensibilizar e informar a sociedade civil, sobretudo os grupos mais vulneráveis, sobre o tráfico de pessoas e os riscos do seu crescimento durante o período da Copa. Também objetiva promover a cultura do respeito e da valorização da vida. Além dessa mobilização na Praça da Rodoviária, a CRB está organizando outro ato público para o dia 23 de junho, no Aeroporto de Confins, a partir da mesma temática. A juventude católica também está preparando iniciativas para o período da Copa. De 6 a 13 de julho, no Centro da Capital, serão promovidas atividades artísticas e de evangelização em áreas estratégicas da cidade, como nos lugares onde se concentram pessoas para o consumo de drogas. Para moradores de rua, serão oferecidos serviços como corte de cabelo e alimentação. Nos dias 11, 12 e 13 de julho, os jovens farão um ato público pela paz em três praças com grande movimentação de Belo Horizonte: Praça Sete, Praça da Estação e Praça da Liberdade. Atividades como danças, mímicas e teatros também estão previstas. Igrejas e Santuários da Arquidiocese de Belo Horizonte terão programação especial de Missas, inclusive com celebrações em outros idiomas. Algumas paróquias vão receber apresentação de orquestras sinfônicas.


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É UMA REVOLUÇÃO C–

om a raiva crescendo, punho no ar e mão fechada, um homem xinga o outro: Refrigerado! Aquele responde, pronto, num escárnio: – Um, dois, três. Galo é freguês! Faz mais de uma semana que a cidade, diaa-dia, vem esquentando pelos jornais, pelo rádio, pela televisão e pela boca do povo nas ruas, uma velha rixa, a maior de Belo Horizonte. Essa raiva explodirá domingo à tarde. Até lá, todos se preparam. – Gaaallô! Assim, como uma intimidade especial, os homens se cumprimentam em volta da kombi escancarada, no centro da cidade, toda fantasiada de preto e branco, entupida de quinquilharias, lembranças e penduricalhos. Passa, um automóvel, um tipo que os xinga, no deboche agressivo: – Aí cachorrada! Dois se viram e gritam, fulos da vida, para o que vai dentro do carro: – Refrigerado! Refrigerado! A kombi continua centralizando o interesse e o vozerio dos fanáticos, basbaques e curiosos na Praça 7 de Setembro. Das lapiseiras às bandeirolas, dos pentes aos cinzeiros, tudo está marcado como símbolo do Galo. – Quem ganha amanhã? A resposta pula com ódio, passional, elétrica: – O Galo e bem sossegado. Quatro e um. A menos de cinqüenta metros, descendo a Rua Rio de Janeiro, uma faixa azul e branca está amarrada e dois postes e outra kombi expõe um símbolo diferente: uma raposa aparece em todos os objetos. A mesma gana do inimigo vai na boca desses outros homens: – Ganha a Raposa, tranqüilo. A calçada do Bar Nice se estica até o trechinho chamado Esquina dos Milhões, concentrando grupinhos de dois, três homens que, de comum, tratam de assuntos ligados a dinheiro, política e futebol, misturando arrivistas, homens públicos ou apenas executivos, paletó e gravata, comerciários, vendedores de bilhetes de loteria. Os que mexem com futebol trazem, quase todos, um caderninho e vão anotando, furtivamente, os seus palpites. Apostadores, atilados e finórios, acertam até minúcias de números e cifras. Apostam quase tudo e quem marcará o primeiro gol, quem cobrará a primeira falta, a quem favorecerá o primeiro escanteio. Silenciosos, minuciosos, desconfiados, sérios, eles vão tomando toda a calçada.

AO

INIMIGO , A PIOR SORTE POSSÍVEL

Positivada a escrita, a aposta recebe uma taxação áspera, os adversários crispados, desejando ao outro a pior sorte possível. Os homens são secos; concluem baixo, com raiva, na fala mineira: – Então, está feito, uai! Às dez da noite, no Bico de Lacre, que tem luminosos de confeitaria e é uma mistura de cabaré, restaurante e casa de chope, os ares são decandentes. Tipos marginalizados, anônimos, homossexuais, prostitutas, estão ao lado do donjuans melancólicos e homens que bebem sozinhos, calados. Os instrumentos dos músicos podem atacar, barulhentos, de rumba, iê-iê-iê, samba. Os homens e as mulheres, lado a lado, mas ilhados, prosseguem na mesma solidão. No seu ensimesmamento, as pessoas chegam a ser sinistras; e no ar há um estado de espírito de depressão pesada. Tocam Granada, fora do tempo, do ritmo e da moda. A mulata mineira passa, ancas generosas, uma tonalidade típica na pele, de quem nunca viu o mar. Os garçons transitam, quietos, caras fechadas, enquanto as prostitutas passeiam, banhudas. No corredor, os boca-abertas calados espiam, desconfiadamente. Uma guitarra elétrica e um órgão gemem, se acompanhando. Alguém liga a televisão, que agora mostra futebol; antecipa o que virá amanhã. Então, todos os olhos vão para o vídeo e homens e mulheres parecem sair de dentro de si, para viver, afinal, algo coletivo. É o momento esperado, o maior jogo do Estado de Minas Gerais: Cruzeiro Esporte Clube, a Raposa, versus Clube Atlético Mineiro, o Galo. DE REPENTE, TUDO MUDA. A CIDADE PERDE A CALMA. A sete quilômetros de Belo Horizonte, no bairro da Pampulha, preparado para abrigar cento e trinta mil pessoas, o Mineirão começa a receber os primeiros sofredores, os que vão torcer, e que disputam com os pipoqueiros e os vendedores de garapa, laranjas, comilanças e bugigangas, quem chega primeiro. Na praça principal do segundo estádio brasileiro e segundo coberto do mundo, o assobio do avião vai fazendo a alegria do aeromodelismo dos meninos. Outros, também madrugadores, já pulam portões para entrar de graça. O aviãozinho levanta vôo. Rodopia, faz piruetas, zunindo. No passado, nos fins de semana de Belo Horizonte, antes da inauguração do Estádio Magalhães Pinto, todos sentiam a falta do mar. Ajudando leitores a vencer o sem-que-fazer dos sábados e domingos, os jornais publicavam roteiros turísticos. Mas sempre aconselhavam as mesmas coisas. Dar um pulo a Ouro Preto, ver as obras do Aleijadinho em Congonhas, visitar a Gruta de Maquiné. Não querendo viajar, o mineiro ia escolher um de dois ou três filmes em cartaz ou, então, ficava em casa, vendo pela televisão os jogos do campeonato carioca, em transmissão direta. Carros com alto-falantes percorriam as ruas convidando o povo para ver, por exemplo, um jogo Atlético versus Cruzeiro, no Estádio Independência, do Sete de Setembro Futebol Clube, onde o torcedor tinha a sensação de estar numa caixa apertada. Somente os muito apaixonados iam a futebol. A grande maioria, prudente, achava melhor ver Guarrincha ou Didi, em casa. Ainda assim, em 1963, a seleção de Minas foi campeã do Brasil, seus jogadores foram recebidos com muita festa e fogos. Poucos dias depois, os onze titulares % do goleiro Marcial ao ponta esquerda Ari % eram vendidos a times do Rio e São Paulo. Consolando torcedores, os cronistas esportivos, todos com mais de 45 anos, escreviam: “Minas pode se orgulhar ser um grande celeiro de craques”. O Estádio Independência continuava qua-

se vazio e as grandes rendas da época não passavam de vinte milhões antigos. Era fácil contar o número de mulheres. Também as crianças ficavam jogando bola nas ruas ou nos campinhos, e os ídolos, estrelas de segunda grandeza, não eram reconhecidos nas ruas nem andavam em carros de último tipo. Belo Horizonte, antes do Mineirão, era uma cidade pacata, capital de um Estado importante mas em declínio econômico. Cidade de estudantes e burocratas, sem grande poder industrial. Os resíduos da cultura rural eram bem fortes, quase determinantes. O espírito era ainda mais provinciano e pequeno-burguês. Depois do Mineirão, as modificações foram rápidas: a população trabalhadora cresceu; a classe média estendeu-se; o crescimento demográfico deu um salto. NOVE HORAS Chegam torcedores com bandeiras e chegam famílias inteiras acompanhadas de suas babás. Carrinhos se agrupam nas entradas do Mineirão, para vender garapa, frutas, pipoca, amendoim e muita carne de porco – traço típico da terra. Uma mulher vem vindo com um pastor alemão. As kombis vão vendendo promoções dos clubes e têm de tudo – lápis, bandeirolas, canetas, abotoaduras, broches, pentes, chaveiros, copos, frascos, cinzeiros. A igreja de São Francisco, lá embaixo, entre águas e coqueiros, recebe o sol de chapa e brilha. Lá dentro, os quadros de Portinari. Cá fora, sol, refrescos, gelo entre laranjas, almofadas dos clubes, amendoim. E chegam mais sofredores. O grande estádio proporciona conforto ao público. Quarenta bares, cozinha industrial e refeitório para sessenta refeições simultâneas. Noventa instalações sanitárias, serviço médico completo, masculino e feminino. Vestiários com duchas, banheiras térmicas e aparelhagem de oxigênio. Capela e alojamentos compostos de apartamentos individuais e coletivos, para duzentos e cinqüenta pessoas. Vinte e quatro cabinas de rádio e televisão. Dois placares eletromecânicos. Duzentos e cinqüenta e dois refletores embutidos, para os jogos noturnos. Um sistema perfeito de alto-falantes. Além do campo de futebol, o estádio tem pista para atletismo, pista para salto tríplice, salto com vara e salto à distância, pista para lançamento de dardo, local para lançamento de martelo, área para lançamento de peso. Completamente lotado, o público pode sair em dez minutos. O parque de estacionamento, ao lado, comporta cinco mil automóveis. De igrejas e monumentos, o que Belo Horizonte terá de maior, mais importante e mais concorrido que o Mineirão? Domingo, dia de jogo, do maior encontro de rivalidades da cidade e do Estado % o Cruzeiro versus Atlético. Já foram instalados, às nove da manhã, oito postos médicos, no meio da torcida; quatro com médicos e outros quatro com enfermeiros. Um canzarrão de andar macio avança para o portão. A mão firme da mulher não larga a coleira. Ela traz óculos e é imperturbável, não enxerga outra coisa além do portão fechado. Sua passagem levanta comentários. – Uai, cachorro também entra? - estranha um homem magro. – Se for cruzeirense, entra - responde, num ataque, o garotinho atleticano mirrado, sujo e rasgado, com a bandeira preta e branca nas mãos. Uma família está tirando retratos. A mãe obesa, consciente de sua responsabilidade, não rasga a ruga da testa e segura com força o braço da menina loura e do menino gordo. O pai ajeita com o indicador os óculos que escorregam pelo nariz pontudo, abotoa o único botão do paletó já gasto, curto. Um rapazinho dá um salto, mete o olho no visor da máquina, se agacha bem em frente da família. Chega um ônibus carregado de cabeças curiosas e morre-não-morre na subidinha meio rampa, rumo ao estádio. O menino maltrapilho se agarra atrás, para pegar uma rabeira. Mas não agüenta. Alguém lá de dentro berra, xingando de cruzeirense: – Vai morrer aí, ô refrigerado! Mas ele já salta, rápido, no asfalto, joga uma praça e faz um gesto obsceno: – Refrigerado é a mãe. Sou do “Atrétz”, viu? Depois do Mineirão, até a crônica esportiva de Belo Horizonte mudou. Ficou mais inventiva, criou um vocabulário, logo assimilado pelo povo. Os termos novos proliferam – cabeça de bagre (o mau juiz), despingolar (sair correndo, evadir-se, desvencilhar-se), tá no filó (gol, bola na rede), destramelar (abrir, libertar), FAO (força Atleticana de Ocupação) – e são usados por todos. Há muitos anos, o caricaturista Mangabeira escolheu alguns animais para representar cada clube do campeonato. Esses símbolos, depois do Mineirão, adquiriram uma força nova, ganhando em definitivo o domínio público e o arsenal lingüístico dos demais jornalistas. O Cruzeiro é a Raposa, o Atlético é Galo. A frase “Galo Duro” é gritada pelas ruas e pichada nos muros. Chamar o Atlético de Galo é uma facilidade para o torcedor. Há certo embaraço para pronunciar a palavra Atlético, que costuma sair Atrético, Atrétz e até Acrésio. A palavra “massa” já não tem mais o sentido sociológico ou habitual de outros tempos. Massa é a torcida atleticana, pelo que contém de multidão, maior número e povo-povo. O Cruzeiro, para os cruzeirenses, não é apenas um clube, um time. É a academia, a universidade. Não tem presidente; tem reitor, catedráticos e acadêmicos. POPULAÇÃO DIVIDIDA. SÓ SE FFALA ALA NISSO NISSO.. Uma hora antes da missa no gramado do Mineirão, Dom Serafim Fernandes de Araújo, bispo auxiliar de Belo Horizonte, já está preparado. Na sotaina preta, mais alto que baixo, é ainda jovem. Não vai rezar apenas missa, fará também batizado do campo. E dois anjinhos negros, magros, caminham carregados de velas para o portão central do estádio: – Que é isso, gente? – Coisa de Dom Serafim. Vai ter missa antes do jogo. – É. Mais não adianta trazer anjo. O Atlético não ganha nem com a ajuda de Deus.

Dom Serafim foi o responsável durante muito tempo por uma coluna popularíssima na cidade, a “Coluna do Bispo”. Atleticano, ele era muito lido principalmente pelo atleticanos. Trinta minutos antes da missa, com ar pensativo, Dom Serafim olha as maquetes do Mineirão. Dele se aproxima o presidente do Conselho de Administração do Estádio: – O senhor sabe que o Natal (ponta do Cruzeiro) ganhou três milhões na loteria, sexta-feira? O bispo faz que não com a cabeça. Não sabe de coisa alguma. – Pois é. Ganhou com um bilhete do galo, terminação cinqüenta e um. Como a gente sabe, toda sexta-feira, antevéspera do jogo Atlético e Cruzeiro, só dá galo na loteria. Dom Serafim não esconde a contrariedade: – Dar galo na loteria não adianta. Quero ver dar Galo é lá no campo. O comentário é triste, seco, descoroçoado, de quem não acredita mais numa vitória do seu time. A realidade é clara: 1965, 1966, 1967, 1968, o Cruzeiro foi pulando de bi para treta. Para campeão da invencibilidade, esmagando todos. Mas especialmente espezinhando a maior torcida da cidade, a atleticana. Sessenta por cento dos que torcem em Belo Horizonte. Enquanto isso, a raiva crescendo. – Faz quatro anos que Belo Horizonte está de luto. Isto aqui é um velório. Depois do Mineirão, a cidade está dividida. Não foi um desastre de automóvel envolvendo um bancário e um comerciante % foi um atleticano que atropelou um cruzeirense. Há atleticanos e cruzeirenses, apenas. Ou melhor, há os que torcem a favor do Atlético e há o resto das torcidas mineiras, os que estão contra o Atlético. O Mineirão é exatamente o palco da maior rixa da cidade. Isso, na aparência, porque um jogo Cruzeiro versus Atlético significa muito mais. Está, numa partida de futebol, maior e possivelmente a única válvula de um povo calado, crispado, desconfiado. Para o psiquiatra Paulo Saraiva, o desespero coletivo, as brigas e as turras das partidas Cruzeiro versus Atlético têm como principal motivo a necessidade de purgação do sentimento de culpa geral. A psicanálise do estádio termina, quase sempre, desembocando na figura da mãe, na necessidade de carinho ou na nostalgia da infância. Também, segundo ele, há no fundo de cada torcedor o desejo de encontrar alguma ternura ou aconchego na multidão, uma fuga estranha ao anonimato, através de um sentimento de fraternidade com a massa torcedora. Para os sociólogos, a dilatação da capacidade esportiva, a atração de maior número de pessoas, a concentração dos interesses na área de lazer, coincidem com uma situação de mudança social na capital mineira e fortificamna. É a cidade passando de uma sociedade pré-capitalista para uma fase capitalista de relações econômicas e sociais. Como lazer, a procissão, os congados, as festas e danças folclóricas foram aos poucos abandonados. A ênfase passou a recair no comércio, de que os concursos de miss e a instituição dos dias do “papai”, da “mamãe” não passam de manifestações singelas. A primeira das diversões a se expandir, devido à preferência popular, foi o cinema. Como não houvesse outras recreações e nem lugares agradáveis, o povo recebeu com entusiasmo o futebol do Mineirão, enquanto a televisão aprofundava a popularização de alguns ídolos do jogo. LUGAR PARA HOMENS, MULHERES, CRIANÇAS. Depois daquela tarde de 5 de setembro de 1965, conhecido como “dia da independência do futebol de Minas”, o público ganhou um lugar para ver futebol com muito conforto. Os homens, as mulheres, as crianças descobriram a paixão do futebol, ganhando, enfim, um programa para o fim da semana. Os mineiros que não queriam discutir política transferiram para Atlético e Cruzeiro quase todas as suas preocupações. Não apenas as maiores rendas do Brasil começaram a acontecer no Mineirão. Novos ídolos apareciam, circulando em automóveis da moda. Tostão, Raul, Natal, no Cruzeiro. Buião (enquanto esteve em Minas) e Djalma Dias, no Atlético. De repente, ser jogador de futebol em Minas, principalmente no Cruzeiro, era como ganhar na loteria. Vendo a bola correr no Mineirão, Ubaldo Miranda, o maior ídolo do Atlético na época do Estádio Independência, sente vontade de voltar a jogar. Mas está gordo e quase com quarenta anos. Se eu jogasse meu futebol agora, estaria milionário e não precisava andar de lotação, nem nada. Em 1963, a renda total dos jogos do Cruzeiro pelo campeonato foi de apenas dezoito milhões, seiscentos e sessenta e dois mil cruzeiro velhos. No campeonato de 68, líder das arrecadações, sua cota líquida atingiu setecentos e oitenta e nove milhões, quinhentos e vinte e seis mil cruzeiros velhos. Só para reformar os contratos de Tostão e Piazza, o Cruzeiro gastou cerca de trezentos milhões. A situação econômica é um segredo, mas o clube vai bem, tanto que comprou uma casa de campo na Pampulha por oitenta milhões e fez um investimento incrível numa vila olímpica, no mesmo local ¯ quinhentos milhões antigos. O Cruzeiro funciona como uma empresa e até os ovos e verduras que os jogadores comem são das galinhas e das hortas do próprio clube. Explica o segundo homem do Cruzeiro, Carmine Furletti, que seu time não deve nada e até tem dinheiro no banco. (Quanto ao segredo da situação econômica cruzeirense, significa apenas uma manobra política desenvolvida por todos os clubes grandes no Brasil. No Rio, por exemplo, esse dado é proverbial entre os cariocas ¯ “é mais fácil conhecer um segredo de Estado do que a situação do Flamengo”). Enquanto isso, o presidente do Atlético, arquiteto Carlos Alberto Naves, levou vários banqueiros para o clube: Quero fazer do Atlético uma indústria. Só que, em vez de vender carros, vamos vender gols. O presidente do Cruzeiro, Felício Brandi, tem quarenta e cinco anos, é o maior fabricante de macarrão de Belo Horizonte e praticamente dono do trigo em Minas Gerais. Suas massas Orion dominaram o mercado durante muito tempo. Mas um atleticano poderoso, dono de uma agência de publicidade, lançou na praça novo macarrão com um nome esmagador ¯ Galo. E a torcida

UM

atleticana, em peso, só compra o seu. Felício Brandi, do Cruzeiro, compra a cervejaria que fabrica as marcas Ouro Branco e Ouro Fino. Os atleticanos ameaçam não beber mais essas marcas. A rivalidade entre Atlético e Cruzeiro faz crescer as pequenas indústrias de flâmulas, bandeiras, chapéus. Para conquistar torcedores, principalmente crianças, eles acham que só os gols e os ídolos não bastam. Muito bem organizados, os serviços de relações públicas do Cruzeiro e do Atlético distribuem réguas, lápis, cadernos, borrachas, bandeiras e discos aos meninos do grupo escolar. Tostão ou Piazza fazem as entregas pelo Cruzeiro e o uruguaio Cincuneggi ou Djalma Dias vão às crianças em nome do Atlético. A chefe de relações públicas do Cruzeiro, jornalista Inês Abreu, conta que só num ano distribuiu quatrocentas mil réguas e quatrocentas mil borrachas, todas com o escudo do clube, às crianças de Minas. Colégios e escolas primárias convidam jogadores e cronistas para palestras e debates. Os estudantes fazem perguntas inteligentes: “O senhor acha que o futebol é um fator importante para a emancipação do negro no Brasil?”. Ainda no setor do ensino, há o caso das professoras primárias que cobram ingresso nos treinos do Cruzeiro e do Atlético em benefício de caixas escolares ou para subvenção de seus movimentos. Pesquisas tipo Ibope dizem que os programas de tevê preferidos atualmente em Belo Horizonte são os tapes dos jogos do Mineirão, juntamente com musicais e novelas. Quando as grandes lojas querem aumentar as vendas, contratam jogadores como Tostão, Raul e Piazza, do Cruzeiro, e Vander, Ronaldo e Vanderlei, do Atlético. Eles são os garotos-propaganda mais eficientes de Minas. A passeata como forma de protesto chegou a ser utilizada pelo futebol. A torcida feminina do América, uniformizada, já fez um contra o sr. Mendonça Falcão, presidente da Federação Paulista de Futebol, que impediu a entrada do clube no torneio Robertão. A torcida feminina do Cruzeiro só não fez a sua para defender o goleiro Raul, maliciosamente caluniado pelos atleticanos, porque não foi autorizada pelo presidente do clube. Outro resultado da rivalidade Cruzeiro-Atlético é a tendência de se relacionar com sua briga todas as outras paixões e contrastes. Depois de proibido por vários anos, em Belo Horizonte, o filme Os Cafajestes foi liberado. Os espectadores projetavam nos dois protagonistas masculinos as categorias de cruzeirense e atleticano. E, numa seqüência em que os dois tentam as conquista de duas mulheres, houve no cinema uma torcida, tal qual no Mineirão, para ver quem chegava primeiro. Numa entrevista de televisão, um secretário de Segurança de Minas Gerais, respondia sobre problemas estudantis e outros, quando teve que falar da invasão da polícia à casa de um médico. O caso era delicado, o médico fora presidente da associação de classe. Tinha havido muito comentário e protesto. Depois de reconhecer o engano da polícia, o secretário saiu-se com esta: - O Dr. Francisco é um agitador. Eu também. E no próximo Cruzeiro e Atlético nós dois estaremos juntos, agitando a bandeira do Galo. Alguns alunos da Escola Superior de Cinema da Universidade Católica sentem a necessidade de levar os personagens de seus filmes para o Mineirão, porque, se o personagem é de Belo Horizonte, ele vai ou já foi ao Mineirão, e ali tudo pode acontecer. A verdade, no entanto, é que muita gente nunca foi ao Mineirão. Mas o espetáculo que se presencia à margem das entradas de acesso ao estádio mostra que não se pode ignorar o futebol em dia de jogo. Grupos, carregando bandeiras e gritando gritos de guerra, compõem uma platéia especial que conversa, insulta e açula os privilegiados que vão ao campo. Para esses grupos, deve ser uma experiência única, a de assistir ao jogo. Nos bairros, não é diferente. Há berros, há bandeiras, e há futebol para os que não podem vê-lo no estádio. Alguns, no entanto, vão a pé até a Pampulha, às vezes andam dezoito quilômetros, a lá mendigam um ingresso. S ÃO

CEM MIL PESSOAS GRITANDO

Há um menino almoçando na marmita junto às grades do Mineirão. Come à mineira ¯ arroz, tutu de feijão e uma carninha. Se lhe perguntarem quem ganha ou perde, ele dirá: – Futebol tem hora. Tenho de vender as minhas coisas. Ele é vendedor de garapa e na sua barraca há uma inscrição fugindo ao furor do futebol: “Pobre só fica de barriga cheia quando morre afogado”. Outro garoto, negrinho, está nadando nos papéis que o vento espelha na praça. Gente sem dinheiro, que chegou ao estádio de manhã, come sanduíche. São muitos, maioria. Mas há os outros, que descem do Mineirão, antes da missa do campo, para almoçar nos restaurantes da Pampulha, nas mesinhas ao ar livre, debaixo dos guarda-sóis. Ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, estão os restaurantes com uma multiplicidade de coisas ¯ viveiros de pássaros, muitas mesas rústicas, balões coloridos das crianças, churrascos, tudo à sombra de mangueiras. Velhos, crianças, famílias inteiras, namorados povoam a Pampulha ao lado da Igreja. Nela, o painel de Portinari, muito azul, variando até quase o preto. Discutem-se todos os assuntos, desde preço de lavanderia até literatura e arte. O recheio, porém, é um só: futebol. E sempre há alguém que, aproveita as palavras de um jornalista, fala da importância psicológica da cor amarela da camisa do goleiro Raul, do Cruzeiro. Esta tarde foi preparada desde as oito da manhã; é aguardada há mais de uma semana, há quase seis meses. Vai explodir daqui a pouco, numa cidade que não tem mar nem turfe, habitada por pessoas arredias, introvertidas. Agora são cem mil pessoas gritando e torcendo no Mineirão. Agitando bandeiras, estourando fogos, esperando o início da pequena guerra civil mineira. Quando o juiz soprar o apito, estará em jogo a sorte de dois partidos políticos, os mais fortes de Minas Gerais ¯ o Atlético e o Cruzeiro. Por enquanto, dura a espera e até um pombo, que voa sem saber onde pousar, divide opiniões. Voando, é aplaudido por uns e vaiado por outros. Começando o jogo, em todas as partes do

estádio as mulheres mineiras fazem uma rebelião de noventa minutos. No Mineirão, elas cantam, xingam, vaiam, fumam, choram, usam os palavrões e têm os chiliques que jamais poderiam ter no centro de Belo Horizonte. Jovens, poucas têm quarenta anos, em nada se parecem com a mulher mineira tradicional. Em lugar dos terços de suas mães, seguram as bandeiras do Atlético ou do Cruzeiro. Durante o jogo, têm os mesmos direitos dos homens. O goleiro Raul que usa camisa amarela e cabeleira grande, aparece na boca do túnel e pisa o gramado. As mulheres atleticanas, ironizando, fazem “fiu-fiu” e gritam: Wanderléia, Wanderléia! As mulheres cruzeirenses, em coro, respondem à provocação, glorificam Raul: – Liiin-doooô! A consagração levanta novo ataque atleticano: – Refrigerados! Refrigerados! Mas os cruzeirenses respondem: – Cachorrada! Cachorrada! Não é só o encanto ou entusiasmo das mulheres que conta. Na balança econômica do futebol mineiro, elas são importantes. Na maior renda do Mineirão, um jogo Atlético versus Cruzeiro, que deu quatrocentos e oitenta e um milhões, setecentos mil cruzeiros velhos, havia cento e dez mil pessoas, das quais vinte e seis mil eram mulheres. A paixão feminina pelo futebol ajuda os clubes de Minas, que fabricam milionários. Djalma Dias recebeu do Atlético cem milhões antigos de luvas. Para reformar o contrato de Wilson Piazza, o Cruzeiro, tal como fez a Tostão, lhe deu um posto de gasolina de cento e cinqüenta milhões antigos. No Mineirão, há brigas de um lado, feitas e atiçadas, e solenidades de outro. O Exército no campo, o desfile das charangas (bandinhas) dos clubes e os desfiles especiais mostram que a cidade toda se enfeita, concentra o melhor que tem para Atlético e Cruzeiro. Nas arquibancadas, a briga pela divisão das áreas das torcidas expõe cenas de barbaridade, com bofetões e murros. A PM entra de cassetete, não poupa pancadas e acaba separando as torcidas não pela pancadaria, mas graças às duas fileiras compactas de soldados, ocupando de alto a baixo, em corte transversal, todos os degraus de concreto. B ANDEIRAS , FOGOS , BARULHO , LOUCURA Entra em campo o Cruzeiro, debaixo de fogos, confete, um mar azul de bandeiras. Mas o barulho só ensurdece mesmo, ganha a loucura, quando as bandeiras preto-e-brancas se agitam nervosas, tomando tudo: são os onze jogadores do Atlético que apontam na boca do túnel. E o Mineirão parece agitar-se e mugir demorado, ecoando longe, para além das paredes de cimento armado: – Gaaa-lô! As charangas, rápidas e nervosas, estão como que procurando a desforra de algo indefinível, talvez a popularidade do adversário. Atacam dos dois lados, juntamente com bumbos, apitos, gritos, buzinas, que se confundem com as canções populares, com os palavrões em voz gritada e os fogos de artifício pipocando. Os foguetes são proibidos, mas continuam a entrar no estádio. Sobre o palavrão, já falou um psicólogo: O espectador de futebol deve falar o palavrão, senão pode chegar ao enfarte. Os bares, em toda a volta das arquibancadas, continuam entupidos de gente. A maioria é de homens que bebem muita cerveja gelada. Os preços, altos: três cruzeiros por uma cerveja; um ovo cozido, um cruzeiro e trinta centavos; um bolinho de feijão, oitenta centavos, e um pastel, um cruzeiro e vinte centavos. Já se fez um cálculo de quanto um torcedor gasta no estádio. Concluiu-se que cada jogo representa para ele uma despesa de cinco a oito por cento do seu salário, que é, quase sempre, mínimo. Muitos almoçam no estádio e gastam ainda mais, pagando três cruzeiros e cinqüenta centavos por um prato popular, chamado Caol (C de cachaça, A de arroz, O de ovo e L de lingüiça). Outros trazem sanduíches, bananas e laranjas de casa. Alguns vêm ao estádio com o refresco numa vasilha própria, procurando gastar o mínimo possível. Chega à torcida do Atlético um paraplégico chamado Josías, carregado por alguém, nos braços. Outra pessoa ergue a cadeira de rodas por cima das borboletas de entrada das arquibancadas. Um grito: – Gaaa-lô! O desgraçado vira a cabeça e baba, patético, a boca aberta: – Gaaa-lô! Gaaa-lô! - a voz lhe sai como pode, tremida. Na massa compacta debaixo do sol, nos sessenta por cento do Mineirão, os atleticanos sofrem, vibram, xingam, gritam. Há médicos, advogados, gente rica e dona de cadeira cativa, preferindo o sacrifício e o desconforto da arquibancada para ficar junto à massa e ao calor humano. O sol está queimando, mas o atleticano resiste, sua, tira a camisa. Há bermudas e até shorts. As mulheres se misturam ¯ mocinhas, velhas, prostitutas. E a multidão de bandeiras preto-e-brancas de todos os tamanhos comparece; amarradas até em caniços de pesca. A charanga, violenta, toca sem parar com seus músicos pobres, mulatos e negros, molhados, gritando alto a ira atleticana. E toda a torcida, provocada, espezinha pelos cruzeirenses (“Um, dois, três, Galo é freguês!”), berra uníssona: – Gaaa-lô! Gaaa-lô! – como um urro sacudindo o estádio. Se uns poucos cruzeirenses ingênuos tentam atravessar a torcida contrária, são despojados, para começar, de qualquer pertence azul, bandeira, chapéu, almofada ou camisa. Camisas, blusões são arrancados à força e estralhaçados. O dono, o intruso, vai levando uma surra exemplar, enquanto corre buscando proteção na torcida de seu clube. Para escapar, tem de correr uns trinta metros debaixo de murros, pontapés, pauladas, tudo. Se cair, provavelmente será batido até morrer. Se o invasor é mulher, apanha menos. Mas o seu corpo é desrespeitado por mil mãos, fora os palavrões infames. Um velho forte passa com uma fita azul no chapéu de palha. Os atleticanos não perdem tempo: – Pau nele!

J OÃO ANTÔNIO (1937-1996) Pulam sobre o homem, os braços já levantados para as pancadas. Mas param: ele leva uma menina de três anos. Sorri, calmo, e anda. Os quatro médicos do posto central estão tendo muito trabalho. Um deles garante que, se o Atlético estivesse vencendo, não haveria tanto caso. O movimento, que aumenta de jogo para jogo, já está sendo maior que o normal. Um moreno magro, torcedor do Atlético, cortou a mão, no momento em que seu time marcou. Deu um salto maluco e bateu a mão contra a boca de outro torcedor, que teve dois dentes quebrados. Outro cruzeirense, olhos injetados, sem dois dentes da frente, chegou ao Departamento Médico com a boca ensangüentada e um corte de faca nas costas. Disse, com uma bandeira azul e branca nas mãos: – O melado (sangue) tá correndo, mas não tem importância, não. Pelo Cruzeiro, eu sofro todo satisfeito. Um funcionário estadual sofreu colapso cardíaco e outro levou uma cadeirada no joelho. Mas de dez moças e mulheres estão sendo atendidas no posto central, a maioria desmaiada. Uma foi atingida por um copo, levou cinco pontos no supercílio. S ANGUE , MURROS , COLAPSO , DESMAIOS . Proliferam brigas, com homens, mulheres e até velhos, estupidamente. Dois, agora, estão rolando no chão e se xingando de “refrigerado” e “cachorrada”. A multidão berra e os velhos vão aos socos e pontapés. A polícia surge e os separa. Djalma Dias amacia uma bola na coxa, lá no gramado, e uma crioula espremida na multidão escancara o corpo e grita para ele: – Aí, meu preto! Me pega, me rasga! É como se o povo não existisse e ela estivesse tendo um diálogo íntimo com ele, pedindo amor, gritado, gemido. Na massa que torce, as inibições desaparecem. O torcedor pratica os atos que entende: bate, xinga, agride, chora. Na condição nova, a do homem que torce, ele inclui o direito até de matar, se houver necessidade. É livre. O bojo do Mineirão está arfando. No espírito do torcedor, um ponto crítico, um misto de medo, insegurança, angústia. Sente-se no ar, que a torcida parece achar que o jogo não deveria ter começado nunca e, já que começou, não deveria chegar ao final. Cinco-cinco e meia da tarde. Enquanto ferve o Mineirão, Belo Horizonte se esvaziou quase toda. Ruas, praças, centro e bairros fazem silêncio para ouvir a imposição de voz dos locutores esportivos, que vão comendo os minutos de luta lá no estádio. Aquela alegria de meninos, moças, rapazes, velhos e velhas, quando iam para o campo, com bandeiras, foi substituída. Uma tensão varre a cidade. Andando depressa, cabeça baixa, rádio de pilha colado aos ouvidos, o homem que não foi ao Mineirão , circunspecto, demonstra ódio contra alguma circunstância que o impediu de ver o jogo. Cruzeiro versus Atlético eqüivale a um dia de carnaval carioca, é sagrado para o homem de Belo Horizonte. Entre as raras pessoas que andam na cidade, não há palavras. Nesse momento, elas se fazem mais egoístas, seguram o rádio com força e não dão informações sobre o resultado do jogo. O rádio é só seu e apenas o dono pode ouvir a transmissão. Se alguém se aproxima, querendo filar um pedaço de irradiação, o remédio é andar mais depressa ou sair para outros lados. Um gol. Nas casas e apartamentos há alegria, abraços, o vozerio aumenta. Os torcedores dizem palavrões, xingados de corpo e alma. No Café Palhares, o bar mais antigo da cidade, os que não foram ao estádio e nem têm rádio de pilha escutam o grito do locutor pelo auto-falante. O

JUIZ APITA .

A CABOU

O JOGO .

O pedreiro desempregado por causa da crise de cimento, alto, negro, sem dentes na frente da boca, de chapéu de palha e camisa do Atlético, desabafa: Eu, tava sem dinheiro para ir ver o jogo. Hoje anda tudo muito caro. Como não tinha rádio no barracão, vim aqui pro Palhares, pensando no carnaval que estamos preparando há quatro anos, se o Atlético ganhar. Como ele, os desempregados de Belo Horizonte só escutam a transmissão do jogo pelo auto-falante do bar, no meio da rua ou debaixo de árvores. Há os que preferem o auto-falante do Parque Municipal, no centro. Deitados ou sentados na grama, sozinhos ou com as namoradas, eles torcem e gritam como se estivessem no Mineirão, no meio da festa. Tudo ali é gente pobre, domésticas, pedreiros, que só têm o domingo para se encontrar. Também os cinemas se esvaziaram. Ingresso se compra à vontade, sem fila, e apenas vinte pessoas foram assistir a Os Condenados. – A gente adora futebol, mas preferimos o cinema, porque não queremos brigar, logo hoje, que estamos completando dez anos de casados. Ela é do Cruzeiro e eu sou do Atlético. Não ia dar certo, né? Uma velhinha não perde a missa das seis horas da tarde, todos os domingos, na Igreja São José. Só por isso não vai ao Mineirão. Mas sustenta, orgulhosa, que é atleticana “há mais de trinta anos”. Ela vai subindo as escadarias com um terço na mão esquerda e um rádio de pilha na outra. De repente, aumenta o volume, desliga o rádio e senta no degrau, sem se dar conta das pessoas que passam. O Cruzeiro acaba de empatar o jogo. O menino estudante, quatorze anos, conhecido no colégio pelo apelido de “Cruzeirense”, estava contente da vida, passando por um grupo de atleticanos. Agitou a bandeira azul e branca e gritou: – Aí, cachorrada! Não viu nada, um tiro o pegou, caiu sem sentidos. Sangrava muito no pescoço, foi levado ao Hospital do Pronto Socorro e operado. Salvou-se. Duas horas depois, lúcido, perguntou com aflição: – Quem ganhou? * Do livro MALHAÇÃO DO JUDAS CARIOCA (1981).


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Nome:Jéssica Rodrigues Idade: 20 anos Cidade:Betim Altura:1,67 Manequim:36 Busto:82 Quadril:91 Cintura:68 Sapatos:36 Olhos: Castanho Claro Cabelos: Castanho Música: Pink, Just in Give Um dom que possui: Ser fotografada Filme inesquecível:Um Amor Pra Recordar Prato favorito: lasanha Hobby:Dançar Frase marcante:Nunca Desista daquilo que ti faça feliz O que tem medo? Perder meus pais Se você não estivesse respondendo essa entrevista, o que estaria fazendo?Estudando O que você sabe fazer melhor? Aconselhar a quem precisa E no que você é muito ruim? Ser falsa,com quem se faz de falsa comigo Se você não fosse você mesma, quem você gostaria de ser? Gosto de ser eu mesmo Qual música sempre te faz dançar? Axé e Eletrônica O que nunca pode faltar na sua geladeira? Frutas Você preferia ser mais rica, mais bonita ou mais inteligente? Ser mais inteligente pois com a inteligência adquirimos a sabedoria de conquistar os dois itens acima Qual é o melhor lugar do mundo? Meu quarto Qual é o seu sonho de consumo? Ter um carro Você não poupa dinheiro na hora de...? Comprar sapatos O twitter serve para? Interagir com as pessoas O Face serve para? Fazer novas amizade, divulgação de imagem E seu maior defeito? Ser ansiosa Qual a característica mais importante em uma mulher? Ter personalidade O que você mais aprecia em seus amigos? Sinceridade Qual é sua ideia de felicidade? Construir uma família ao lado de quem eu gosto Qual sua viagem preferida? Rio de Janeiro E a sua cor favorita? Vermelha Uma flor: lírio Um animal: águia Se pudesse viajar no tempo, para onde iria? Infância

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DEPUTADO CABO JÚLIO ENTREGA CAMINHÃO À ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO BAIRRO NOVO PROGRESSO II

O Deputado Cabo Júlio entregou, um caminhão à Associação dos Moradores do bairro Novo Progresso II (AMONP). A iniciativa foi resultado da parceria entre o Deputado e o Presidente da AMONP e colega de farda da ROTAM, Sargento Paulo Roberto, que assinaram convênio em dezembro de 2013, no valor de R$ 100 mil. O montante resultou na compra do utilitário Kia Bongo, veículo que vai atender às diversas necessidades de uso diário da associação. Durante a entrega do veículo, que contou com a participação de moradores do bairro, em um almoço especial, com direito à apresentação teatral e dança, Cabo Júlio parabenizou a todos os voluntários envolvidos com o projeto. "Vi aqui o belíssimo trabalho desenvolvido por vocês, com seriedade e dedicação. Contem comigo não só neste projeto, mas em outros também. Parabéns a todos que doam seu tempo para ajudar a tanta gente", disse. Conhecimento e dedicação Há quase 10 anos à frente da associação, o Sargento Paulo Roberto doa parte de seu tempo e conhecimento para realizar um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo, como às suas próprias motivações pessoais. Ele se orgulha dos valores que ele e todo voluntariado passa diariamente, sobretudo, para as crianças. ''Você não vê um muro pichado neste lugar", enfatiza o presidente que garante, ainda, a cordialidade entre os voluntários e as famílias atendidas. ''Não há desrespeito em nosso ambiente'', afirmou. Na parede do escritório da AMONP, Paulo Roberto se orgulha das dezenas

de homenagens que recebeu ao longo dos anos em que vem presidindo a entidade. O militar já recebeu o Título de Cidadão Honorário e Mérito Legislativo concedidos pela Câmara Municipal de Contagem, de Colaborador Benemérito concedido pela Polícia Militar e o título de Cidadão do Mundo, por duas vezes, em 2009 e 2011, concedidos pelo Centro de Apoio ao 3º Setor (CAOTS) do Ministério Público em parceria com o Jornal Hoje em Dia, entre outros. "Graças ao Deputado Cabo Júlio podemos continuar nosso trabalho com mais tranquilidade e com perspectiva de melhorias para nossa associação e, principalmente, de melhorias sociais para a comunidade", disse. Quarenta e um anos A AMONP nasceu em julho de 1973 fruto de uma mobilização popular dos moradores do bairro Novo Progresso II, região do bairro Ressaca, com população estimada em 100 mil habitantes. Quarenta e um anos depois, a entidade já atendeu cerca de 30 mil pessoas entre crianças, jovens adultos e idosos. Entre as ações desenvolvidas, há 22 projetos sociais de atendimento à comunidade local, entre eles, o projeto Acolher - Segurança Alimentar que atende famílias com subsistência alimentar, além de atendimento, orientação e encaminhamento a serviços públicos, escolinha de futebol, biblioteca, artesanato, ginástica, dança, reforço escolar, atendimento jurídico e psicológico e um núcleo de atendimento às mulheres e familiares encarcerados. São 32 funcionários, entre cozinheiros, professores, psicólogos, estagiários, assistentes sociais, técnicos em enfermagem e educadores.

Jairzinho e Luciana Melo farão tributo ao pai, Jair Rodrigues, em Contagem

Apesar da triste notícia do falecimento de Jair Rodrigues, um dos maiores cantores e compositores brasileiros, quem iria abrilhantar a 12ª edição do Chá da Solidariedade, as produtoras do evento, As Amigas de Contagem, comunicam que os filhos desse grande artista irá comandar a festa, que será realizada no próximo dia 29 de maio. Nesta semana, a produção de Jair Rodrigues informou que seus filhos, Jairzinho e Luciana Melo, farão um tributo ao pai no Chá da Solidariedade. Será uma noite emocionante em que os presentes poderão relembrar as canções de Jair Rodrigues na voz e violão de seus filhos, além de curtir as composições dos herdeiros de um dos maiores artistas do Brasil. Os convites para o Chá da Solidariedade, que acontece no Espaço Alvina Bittencourt, em Contagem, estão à venda e podem ser adquiridos com as patronesses do evento. CHÁ DA SOLIDARIEDADE O Chá da Solidariedade, organizado pelo grupo As Amigas de Contagem, tem o intuito de arrecadar fundos para beneficiar instituições de nossa cidade. Por isso, desde sua primei-

ra edição, muitas instituições receberam o apoio resultante desta iniciativa, a qual começou a partir de um grupo de amigas que, inquietas com a morosa política no que tange o social, uniram-se na certeza de que podiam fazer algo melhor. Como acontece todos os anos, as Amigas de Contagem irão homenagear quatro entidades da cidade, que receberão a verba arrecada com os patrocinadores e a venda de ingressos. São elas o Lar Maria Clara, a Comunidade Terapêutica Ele Clama, a Creche Bom Pastor e a Casa de Amparo a Mãe e Filhos. Inúmeros ingredientes consagraram o evento e o colocou no calendário anual da cidade: pessoas bonitas, animadas, de bem com a vida, com o coração aberto e vontade de ajudar; produção e decoração impecáveis, buffet de extremo bom gosto e grandes atrações. No evento, haverá sorteio de dezenas de prêmios, oferecidos por empresas de Contagem e região, que vão desde roupas até viagens e cosméticos. E, além da grande presença feminina, visto que o chá começou como um encontro de amigas, os homens também estão convidados, o que já acontece há alguns anos.

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Mais de 600 pessoas participam da Marcha contra o Racismo

Mais de 600 pessoas entre estudantes, professores, comerciantes e representantes do poder público, participaram da Marcha contra o Racismo, em comemoração ao Dia da Abolição da Escravatura, no último sábado (17/ 5). Para disseminar a cultura do respeito e da tolerância, a marcha encerrou a Semana de Enfrentamento e Combate ao Racismo, promovida pela Prefeitura de Contagem, por meio das secretarias de Direitos Humanos e Cidadania e de Educação. A concentração foi às 9h, na praça Paulo Pinheiro Chagas, no Eldorado. A passeata seguiu pela avenida João César de Oliveira até a praça do Iria Diniz, com manifestações contra o preconceito racial. A Marcha de Enfrentamento e Combate ao Racismo contou com a participação das escolas municipais Ana Guedes Vieira, Professor Geraldo Basílio, Maria do Carmo Orechio e José Lucas Filho, das Funec´s Nova Contagem e Cruzeiro do Sul, além da população que também aderiu as atividades realizadas durante a semana. Desde segunda-feira (12/5), foram realizadas atividades da Semana de

Enfrentamento e Combate ao Racismo com conscientização das pessoas em vários pontos da cidade. A programação incluiu capacitações e seminário sobre racismo institucional, sessão de filmes comentadas, palestras, eventos comemorativos, blitz de combate ao racismo, além da divulgação das políticas públicas de promoção da igualdade racial. Segundo o secretário-adjunto de Direitos Humanos e Cidadania, Érico Nogueira, o racismo é evidente na sociedade. “Essa luta pela dignidade humana é constante. A Semana de Enfrentamento e Combate ao Racismo teve como foco a consciência de que são inúmeros os atos descriminatórios. Temos o dever de realizar ações educativas, para que as pessoas tenham sua integridade respeitada”, disse. A gestora da Igualdade Racial, Maria Zenó Soares da Silva, explica que a marcha não foi simplesmente um evento, mas teve um papel importante para dar visibilidade à luta anti-racista, em favor da equidade e da diversidade. “O povo negro está sendo atacado e assediado constantemente, as notícias, fatos e estatísticas exemplificam essas condições”, informou.

Defesa Civil capacita Grupamento Ambiental seus profissionais da Guarda Municipal se apresenta a Agenda 21 LEONARDO ROCHA

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A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 ocorrida no Rio de Janeiro. A Agenda 21 é um documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual, governos, empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade, poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). Ocorreu em (30/4), no parque Gentil Diniz, Contagem, mais um evento sobre a agenda 21. Marcaram presença a iniciativa privada, secretarias do governo, população, dentre outros. Na ocasião, foi apresentado o Grupamento Ambiental da Guarda Municipal de Contagem, suas diretrizes, ações e atuações. Os guardas Municipais integrantes do respectivo grupamento receberam a certificação do curso de Legislação

Ambiental, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Prefeitura de Contagem. O Chefe de Grupamento, Paulo Inácio Loureiro, enfatiza a satisfação de estar atuando no grupamento. “Sabemos da importância e das particularidades do nosso ecossistema no município de Contagem, onde o Grupamento ambiental atua. Agora, o cidadão contagense pode contar com mais um serviço de policiamento ambiental de preservação de nossas áreas verdes patrimoniais, fiscalizando, autuando e orientando o cidadão”, salienta. O Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Ivayr Soalheiro, comenta sobre a inovação da Guarda Ambiental. “É mais uma ferramenta que a cidade de Contagem ganha em proteção do meio ambiente, dando suporte à Secretaria de Meio Ambiente, juntamente com a polícia ambiental do município. Estão capacitados para intervir junto às autuações que podem fazer, e orientar o público em geral nas questões da defesa do meio ambiente”, conclui.

Integrantes da Defesa Civil de Contagem participaram na primeira semana de maio do Curso de Gestão de Recursos Federais de Defesa Civil, 2º Congresso Brasileiro sobre Desastres Naturais e 12º Seminário Claudio Peres de Práticas de ensino e Geografia Aplicada. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), em parceria com o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres de Santa Catarina promoveu a capacitação em Gestão de Recursos Federais de Defesa Civil. Este visou ampliar a capacidade de Gestores integrantes da administração pública estadual e municipal no processo de capacitação, aplicação e prestação de contas de recursos federais. Com o propósito de produzirem projetos passíveis de aprovação pela Sedec, e Consequente aprimoramento nas

transferências de recursos federais para ações de Proteção e Defesa Civil. A Gerência de Redução e Prevenção de Riscos participou da 2º edição do Congresso Brasileiro sobre Desastres Naturais e da 12º edição do Seminário Claudio Peres de Práticas de ensino e Geografia Aplicada. Neste, foi abordado o tema dos Desastres Naturais no mundo, inclusive (Japão e Portugal), com técnicas de prevenção e redução de riscos geológicos, realizado na Pontifícia Universidade Católica, unidade Coração Eucarístico. O Coordenador da Defesa Civil de Contagem, Coronel João Batista, disse que o curso foi muito importante e poderá ser aplicado na Defesa Civil. “Agora, após o curso, a Defesa Civil amplia as condições de contribuir para melhorias no município”, conclui.

Publicação de requerimento de licença Antônio Antoninho Valeriano - ME, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente torna público que solicitou através do processo Nº7121/01-13 Licença Ambiental Sumaria para AtividadeFabricação de Maquinas e aparelhos para indústria de artigo de plástico, maquinas de exaustor solda, prensar e semelhanteLocalizada na AV. Marco Aurélio Rabelo, 274 Loja A - Flamengo Contagem – MG. CEP 32.240-600


Ano XVII - Nº 252 - 16 a 23 de Maio de 2014 - Contagem e Região Metropolitana Tel.: (31) 3042-0034 / 3041-5473 - www.jornalregionaldecontagem.com.br - email: gruporegionalcontagem@gmail.com

Fundação Hemominas convoca doadores sangue Queda de comparecimento resulta em 90% de baixa nos estoques de sangue do grupo “O” Positivo

O Hemocentro de Belo Horizonte registrou queda no comparecimento de voluntários na última semana e enviou aos hospitais comunicado de suspensão, até segunda-feira (19/05/14), das cirurgias eletivas. Segundo o coordenador da unidade, Marcelo Froes, a ausência dos doadores na unidade resultou em baixa de estoques de maneira crítica. “Para se ter uma ideia, o grupo sanguíneo “O”, Rh positivo – que pode ser transfundido em pacientes de todos os grupos sanguíneos positivos (“A” Positivo, “B” Positivo e “AB” Positivo) -, apesar de ser mais presente na população em geral, está com estoques 90% mais baixo do que o ideal. Sendo assim, precisamos reservar os 10% para as emergências, por isso o pedido de suspensão de cirurgias eletivas”, alerta o médico. Ainda segundo dados do Hemocentro de Belo Horizonte, os resultados dos dois dias do Tour do Carinho, ação que está sendo desenvolvida esta semana na Praça Sete, também está impactando nos estoques. “Conseguimos efetivar, nos dois dias da campanha, a coleta de 70 bolsas de sangue em média por dia, mas ainda não é su-

ficiente para manter os estoques de segurança”, salienta Froes. Segundo o coordenador, o Hemocentro de Belo Horizonte pode agendar, ao longo da manhã, entre 7h e 12h, de 130 a 150 doações, mantendo sua capacidade de acolher aqueles voluntários que chegam à unidade, com previsão de tempo de atendimento, o que pode facilitar para o cidadão a organização de suas outras atividades. “O agendamento distribui melhor os horários ao longo do dia, das 7h às 18h, diariamente. Para que o hemocentro possa distribuir hemocomponentes e regularizar os procedimentos cirúrgicos programados nos hospitais, precisamos de imediato chegar a 200 (duzentas) coletas por dia, o que ainda não é o bastante para manter os estoques ideais de segurança. Para podermos atender totalmente a demanda das complexidades médicas – cirurgias, ambulatórios e emergências – e mantermos estoques ideais, deveríamos estar coletando 350 bolsas de sangue por dia, independente do período da Copa do Mundo, quando teremos a vinda de turistas para a capital. É uma situação em que, sem o doador voluntário, não te-

mos como oferecer os diversos grupos sanguíneos necessários para as transfusões. Além do grupo “O” Positivo, todos os grupos negativos estão praticamente zerados, o que aumenta nossa preocupação e nossas ações administrativas para mobilizar o doador em casa, convidando-o a vir doar sangue”, ressalta Froes. Hemorrede estadual – estoque em rede A Fundação Hemominas tem 25 unidades em Minas, sendo que 21 delas são unidades que coletam sangue. Em todo o Estado, a queda de 40% no comparecimento de doadores está afetando os estoques de hemocomponentes de todos os grupos sanguíneos, com criticidade para o grupo “O” Positivo e os grupos RH Negativos. A melhoria das coletas em quaisquer unidades da Fundação Hemominas contribui para a regularização das cirurgias em Belo Horizonte. Para ser atendido em qualquer unidade, o doador pode, preferencialmente, agendar seu horário no 155 (ligação sem custos para o cidadão). Em Belo Horizonte, além do hemocentro da região dos hospitais, existem outras duas unidades coletoras (região do Barreiro e Venda Nova). Unidade de Coleta do Hospital Júlia Kubitschek Avenida Dr. Cristiano Rezende, 2505, bairro Araguaia Posto de Coleta Estação BH (Estação Vilarinho do Metrô) Av. Cristiano Machado 11.833 – loja 4002 B, bairro Vila Clóris Para mais informações sobre os critérios para doação de sangue e o cadastro de medula óssea, ligue 155 o acesse www.hemominas.mg.gov.br

Com o apoio de mais de 4 mil pessoas, que lotaram o Ginásio do Clube do Cruzeiro, Dinis Pinheiro, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi lançado como pré-candidato a vice-governador do estado, compondo chapa ao lado do ex-ministro Pimenta da Veiga. O presidente da Assembleia fez um discurso inflamado, conclamando os mineiros a realizar uma mudança pujante nos rumos do Brasil.

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