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Cidade

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BAGÉ, 10, 11,12 E 13 DE FEVEREIRO DE 2018 Tiago Rolim de Moura

José Carlos Teixeira Giorgis

Jaqueline Muza/ Especial JM

jgiorgis@terra.com.br

Rivera

O Uruguai venera José Gervásio Artigas; os irmãos João Antônio e Manuel Lavalleja, ambos integrantes dos Trinta e Três Orientais; Manuel Oribe; e Fructuoso Rivera, todos seus grandes heróis. Domingo Faustino Sarmiento, clássico autor de Facundo, diz que o último fez guerra às autoridades, como contrabandista; depois aos contrabandistas, como empregado do rei e patriota; aos patriotas, mais tarde como montonero; aos argentinos, como chefe brasileiro; aos brasileiros, como general argentino; a Lavalleja, como presidente; ao presidente Oribe, como chefe proscrito; a Rosas, aliado a Oribe, como general oriental. Rivera combateu em campos uruguaios contra os portugueses, mas vencido por Lécor incorpora-se às tropas lusitanas como coronel e comandante; embora líder “colorado”, na revolta da Independência, une-se a seu compadre Lavalleja no exército dos 33; é derrotado por Bento Ribeiro, mas vence Mena Barreto, Gomes Jardim e Bento Gonçalves; fica inimigo de Lavalleja; é escolhido como 1º Presidente Constitucional do Uruguai e saindo do cargo enfrenta Manuel Oribe, que fora seu ministro, chefiando um movimento pró-Argentina; exila-se no Brasil, mas auxiliado por Bento Ribeiro volta ao Uruguai onde reorganiza o Exército e derrota Oribe, voltando à Presidência, ocasião em que muito ajuda aos farroupilhas (1834); aliado a Rosas, Oribe retorna ao poder e vence Rivera no Arroio Grande (1842); derrotado, refugia-se novamente no Brasil e passa a colaborar com os farrapos, sendo rendido pelo Duque de Caxias; tenta várias vezes voltar à sua pátria, mas é preso e outra vez é exilado para o Brasil (1847); finda Guerra Grande, é escolhido e chamado pelos compatriotas para assumir a presidência com Lavalleja e Venâncio Flores. Quando regressa

ao Uruguai detém-se em Jaguarão; doente, corresponde-se com sua mulher, que morava em Montevidéu, a quem muito desejava rever; todavia, mesmo sem condições de viajar prossegue a jornada, vindo a falecer já nos arredores de Melo em 13 de janeiro de 1854. O médico que assiste sua agonia decide embalsamar o corpo, sendo encomendado esquife de lata que é colocado dentro de outro, de madeira. Depois de gasto o pequeno estoque de álcool que havia na vila decide-se misturar cachaça para completar o processo de aromatização do cadáver. O caixão é conduzido por antigos soldados trajados de preto, montados em cavalos pretos, companheiros de antigas refregas; que, para homenagear um líder e amigo, muitos deles bebem goles do líquido do ataúde por acreditar que assim se fica mais valente, episódio confirmado pelo historiador Oscar Padrón Favre como sendo da” tradição uruguaia”. Alerta o escritor Euclides Torres que um dos projetos de Rivera era criar um Grande Uruguai, integrado pelo Estado Oriental, as Províncias de Entre Rios e Corrientes e mais o Rio Grande do Sul, intenção vista como perigosa tanto pelo Império Brasileiro como pela Confederação Argentina que também reivindicava o Uruguai como parte do Vice- Reinado da Prata, o que muitos caudilhos platinos continuaram a sonhar. A Cisplatina, hoje o atual território uruguaio, pertenceu ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves; e depois ao Império do Brasil, que a manteve para defesa das províncias do Sul até 1825, quando o solo de Artigas conquista a Independência. Fontes: 1. Torres, Euclides. Bento Manoel Ribeiro, o Caudilho Maldito. Porto Alegre: Edigal, 201; 2. H.D. Ensayo de Historia Patria. Montevidéu: Barreiro y Ramos, 1913. 3. Wikipédia.

Nicole e Deibler devem finalizar e encaminhar projeto ao Ministério da Cultura Estrutura deverá receber revitalização

Com necessidade de intervenção, Ponte Seca receberá vistoria na próxima semana O perigo iminente vem tomando conta da Ponte Seca, situada na avenida Presidente Vargas. Algumas madeiras que cobrem a estrutura que serviu de trilho estão quebradas, outras queimadas e, ainda, há pontos vazios. Ciente da demanda e com a meta de melhorar a estrutura, a Secretaria de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos (Geplan) programou, para a próxima quarta-feira, a realização de uma vistoria junto ao local. A ideia é avaliar possíveis intervenções. De acordo com o titular da Geplan, Eduardo Deibler, já foi realizada a limpeza e o fechamento do local para que as pessoas não realizem a travessia. Ele entende, contudo, que ainda há perigo, visto que os dormentes estão desgastados. “Temos que encontrar uma forma de intervir, porque é tombada como patrimônio histórico e precisa de liberação”, disse. Deibler ressalta que a Geplan está remodelando e ampliando o projeto realizado pela arquiteta Joelma Silveira para apresentar ao Ministério da Cultura e Turismo. Ele conta que em razão da persistente defesa daquela área pelo radialista Edgar Muza, há mais de 30 anos, visando transformá-la num restaurante panorâmi-

co, o núcleo técnico da secretaria irá acrescentar tal possibilidade dentro do rol de possíveis medidas a serem executadas. O que, se viabilizado, conforme sua análise, poderá auxiliar na manutenção e preservação do espaço. Segundo o secretário, já foi encaminhado um pedido de apoio para a Rumo Logística, solicitando o apoio para a criação de um museu ferroviário no local e também a instalação de um vagão para a implantação do restaurante.

Projeto O projeto inicial foi apresentado ao Ministério da Cultura em 2011 e prevê a conservação e restauração da ponte seca e dos dois largos onde se encontra, um deles com acesso pela rua Marechal Deodoro e outro pela rua José Otávio. No espaço, devem ser agregadas espécies nativas, a promoção da acessibilidade e funcionalidade, além do embelezamento do entorno para valorizar a história da cidade. A responsável pela ampliação do projeto é a arquiteta e engenheira civil da Geplan Nicole Bergamo. De acordo com ela, já está sendo realizada uma avaliação sobre como inserir novos elementos no projeto inicial. Segundo a pro-

fissional, a estrutura de ferro está intacta e uma das ideias é formatar uma passarela panorâmica para unir as duas entradas. “Devemos encaminhar o projeto ainda em fevereiro”, ressalta. Serão dois acessos, pelas ruas José Otávio e Marechal Deodoro, em frente ao Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), até a Ponte Seca. A ideia é manter a ponte como está, sendo inserida, ali, uma passarela em vidro. Os barrotes serão recuperados. De um lado, será construída uma área infantil, com brinquedos, trenzinho para crianças e uma série de equipamentos.

Histórico da Estação Ferroviária de Bagé A primeira Estação Ferroviária de Bagé foi inaugurada em 12 de dezembro de 1884 e consistia num terminal da linha que se iniciava em Rio Grande. Segundo registros históricos, o prédio foi destruído por um incêndio em 1926. De acordo com relatório da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, no ano de 1929, a antiga estação foi demolida para a construção da nova, que, hoje, abriga o Centro Administrativo.


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