Jornal Interação Diagnóstica #101 Dez/Jan 2018

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PREVENÇÃO Da Redação

Cobertura mamográfica em São Paulo é insuficiente Pesquisa revela que menos de 30% das mulheres do Estado de São Paulo na faixa etária indicada pelo governo realizou a mamografia. Os números mostram que os atendimentos às pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda estão longe do aceitável.

O

estudo realizado por pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa constatou que a cobertura mamográfica em 2016 de mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos que residem no estado foi de 28,6%, ou seja, bem abaixo dos 70% recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Passado o Outubro Rosa, a SBM faz o alerta sobre

esse cenário na maior estado da federação do país, alertando que a preocupação com o tema deve ser o ano todo. De acordo com o presidente da SBM, Antônio Frasson, a maior dificuldade para conseguir realizar a mamografia e iniciar o tratamento quando existe uma queixa mamária ainda é a falta de acesso. “Se em São Paulo que é o estado mais desenvolvido do país há essas dificuldades, o que podemos esperar de outras regiões mais carentes e longínquas desse país com dimensões continentais?”, indaga o presidente. Segundo Frasson, a preocupação constante com o desenvolvimento de novas estratégias diagnósticas e terapêuticas infelizmente deixa de ser aplicada em nosso país pela falta de acesso e de recursos. A distância entre o conhecimento e a sua utilização para o bem de pacientes oncológicos é cada vez maior. “Trabalhamos em prol da população brasileira, especialmente

as mulheres. Nosso objecâncer de mama de acordo tivo é sempre oferecer o com as necessidades de melhor atendimento, mas cada paciente, adequando para isso elas precisam ter a tendência de reduzir a acesso. Se não estão tendo extensão do tratamento é preciso lutar por isso. sempre que for possível, Os direitos delas também tanto do ponto de vista da são a nossa luta”, afirma o cirurgia quanto da quimioterapia e radioterapia, vem mastologista. sendo muito debatida com Frasson lembra que o os especialistas da área, papel da SBM é ajudar na tentando buscar caminhos conscientização da mulher para um atendimento mais sobre a importância de se eficiente. cuidar, disseminando informação qualificada. “Não Dr. Antonio Frasson, presidente da “São temas de extrema Sociedade Brasileira de Mastologia podemos de forma alguma importância para a qualidade de vida das pacientes”, lembra. O avanço ignorar os altos índices de casos e óbitos por da avaliação genética dos tumores e as teraconta da doença. Isso é uma realidade que pias personalizadas de acordo com cada perprecisa ser considerada”, diz o presidente. fil genético do câncer estão trazendo novos Destaca, também, o dr. Antonio Frasson, caminhos na luta com o câncer de mama.” que “a personalização do tratamento do

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