Jornal dos Bairros / Edição 09 / Outubro de 2016

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Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul

JORNAL DOS BAIRROS Outubro/2016 | Ano 20 | Nº 09

Filiada à FRACAB e à CONAM

MAIS BELA COMUNITÁRIA

ELEIÇÕES 2016

Ex-rainhas falam sobre como atuação comunitária ref letiu em suas vidas

O que pensam os candidatos neste 2° turno?

PÁGINAS

ANIVERSÁRIO

10 e11

PÁGINA

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ESPECIAL

JORNAL DOS BAIRROS COMEMORA 19 ANOS Página 05 UAB

REATIVAÇÃO DAS AMOBS Página 15

As dúvidas do SIM Caxias MÁRIO ANDRÉ COELHO

ESPORTE

CONHEÇA QUEM SÃO OS HOMENAGEADOS DA SÉRIE PRATA E CATEGORIA FEMININO DO INTERBAIRROS Página 13

OUTUBRO ROSA

SAIBA COMO PREVENIR O CÂNCER DE MAMA E CONHEÇA A ESTRUTURA PARA TRATAR A DOENÇA Página 06

Novo sistema de transporte público é apontado como futuro para a mobilidade urbana da cidade. No entanto, retirada de paradas, mudança de itinerários e outras alterações sem discussão com a comunidade motivam críticas dos usuários. Páginas 8 e 9


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JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

EDITORIAL

Para andar melhor e mais depressa

O

lá, caro leitor! Outubro chegou e com ele, já começam a surgir as expectativas para o final do ano. É tempo de pensar, se planejar e tomar fôlego para o último trimestre de 2016. É com esse espírito que preparamos mais uma edição do Jornal dos Bairros. Sem nos deixar levar ainda pelo clima nostálgico característico desta época, trazemos as principais novidades que influenciam não só o movimento comunitário, como também a vida dos moradores de nossa cidade. Assim, nesta edição, você poderá conferir o que pensam os candidatos que pretendem governar Caxias do Sul pelos próximos quatro anos em uma entrevista na qual eles avaliam o primeiro turno e como projetam sair ganhadores na segunda etapa do pleito. Já em nossa reportagem especial abordamos o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM Caxias), que impacta diretamente, cerca de 41 mil usuários do transporte coletivo. A modalidade já está em operação há cerca de seis meses e de

acordo com as avaliações colhidas pela equipe do JB, você verá que o sistema ainda pode e deve ser aperfeiçoado para o desenvolvimento do município. Também reservamos um espaço de destaque para o concurso Mais Bela Comunitária. Em duas páginas, você poderá ficar sabendo como o evento influenciou as ex-rainhas. O relato delas certamente é um incentivo para que as garotas da edição 2016 do concurso participem com ainda mais entusiasmo. Ainda é importante ressaltar, desta vez, a falta de respostas do poder público municipal quanto às demandas dos bairros da cidade apuradas pelo Jornal dos Bairros. Esta postura frustra as expectativas das lideranças ouvidas pela equipe do JB, assim como o conjunto dos moradores destas localidades. Acreditamos que nesses casos está em jogo a valorização e o respeito ao movimento comunitário, que detém o conhecimento das reais necessidades da população. Até a próxima!

Retrato do Cotidiano

RODRIGO POSITIVO

O registro do fotógrafo, jornalista e professor, Rodrigo de Oliveira Santos (Positivo).

Espaço do leitor

Sou administrador, não sou político Marco Morsch

A grave crise política, econômica e moral que vem devastando o país nos últimos anos suscita a discussão sobre a necessidade de líderes capazes de promover as diversas mudanças estruturais e profundas que o Brasil precisa fazer. A voz das urnas demonstrou que a população brasileira não quer mais do mesmo. As pessoas estão cansadas da inoperância e ineficiência administrativa em diversos níveis do setor público, dos ranços culturais do Brasil velho e da carência de virtudes morais de boa parte dos homens públicos. Desejamos transformações que já poderiam ter sido feitas nos últimos dez anos. Se analisarmos os governos dos três últimos presidentes da república, encontraremos vários indicadores positivos de crescimento e desenvolvimento nas mais diversas áreas, mas também proliferarão inúmeros e graves casos de retrocesso. Os grandes avanços que poderiam ser implementados e as grandes mudanças estruturais que o país requer, como reforma política, reforma fiscal, reforma da previdência e transformações profundas no sistema penal, no combate à violência, à corrupção e no fim do atraso na saúde e educação ficaram para depois. Mais de 25 milhões de eleitores (17,5%) se abstiveram de votar no último pleito. Terá sido por descontentamento, por perder a esperança, por desistir de lutar pela cidadania e pela nação? Ou terá sido uma outra forma de dizer “basta”, como a bateção de panelas por alguns? De volta à questão inicial: os governantes brasileiros, em sua maioria, não fazem acontecer por que são políticos incompetentes ou por que são gestores ineficazes? É “apenas” uma questão de gestão pública! Embora tenhamos muitos casos de boas práticas de gestão pública em todos os cantos do país, ainda estamos longe de sermos o Brasil que queremos e podemos ser. Primeiro, precisamos olhar no espelho. Fazer uma autocrítica. As pessoas que costumamos eleger são o ref lexo do povo que nós somos como nação, com as mesmas crenças, valores e comportamentos. A nossa cultura nos faz assim, alguém poderá justificar. Mas a boa notícia, e como educador eu acredito, estamos gradualmente conseguindo transformar e construir a cultura que desejamos. Tudo começa e termina na educação e na cidadania. Agora (e em 2018) talvez seja uma ótima oportunidade de reinventarmos o país e evoluirmos no patamar da nossa cidadania.

Agenda comunitária 22/10 – 14h | Reunião da diretoria | sede da UAB 22/10 – 19h | Finais Interbairros Série Prata e categoria Feminino | Ginásio Enxutão 24/10 – 18h | Abertura da Exposição “A Voz da Comunidade”, do Jornal dos Bairros | Câmara de Vereadores 05/11 – 14h | Assembleia Geral | Sede da UAB 19/11 – 20h30 | 3° Jantar Dançante da Rádio UAB FM | Centro Comunitário Jardim Eldorado 26/11 – 8h às 17h | Congresso da UAB | sede da UAB

EXPEDIENTE Veículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UAB Rua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo 95080-000 – Caxias do Sul Filiada à FRACAB e à CONAM uabcaxias@gmail.com | Comercial: 54 9219.8267 Presidente: Flávio Antônio Fernandes Diretora de Imprensa e Comunicação: Paula da Rosa

Mestre em Adm. de Empresas

Editor: Alan Matos MTb. 18.178 alan_juliano2000@hotmail.com Reportagem: Alan Matos Editoração: Rodrigo de Oliveira Santos

E-mail: jornaldosbairroscx@gmail.com Telefone: 3238.5348 Tiragem: 8.000 exemplares Impressão: Grupo RBS

Conselho Editorial: Antonio Pacheco de Oliveira, Flávio Fernandes, Joce Barbosa, Paula da Rosa, Paulo Sausen e Valdir Walter

Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.


Geral

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

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ASSEMBLEIA GERAL

Candidatas do Mais Bela Comunitária 2016 são apresentadas na assembleia da UAB Meninas falaram sobre suas motivações para participar do concurso FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

Reunidas, candidatas já deram demonstração de seu envolvimento com o movimento comunitário

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União das Associações de Bairros (UAB) promoveu no dia 1° de outubro a Assembleia Geral da entidade. Como tema principal, esteve a apresentação das candidatas inscritas para o Concurso Mais Bela Comunitária 2016, que ocorre no próximo dia 11 de novembro no Ginásio Enxutão. Na ocasião as meninas que participaram do encontro acompanharam as lideranças comunitárias dos bairros em que residem. Em um segundo momento elas tiveram a oportunidade de entrar individualmente no auditório da entidade, dando assim mostras do alto nível que caracterizará o evento. Em seguida as candidatas se apresentaram aos participantes da Assembleia. Elas tiveram a oportunidade também de falar sobre quais os fatores que as levam participar do concurso. Entre as principais motivações colocadas pelas meninas, foi

Contas aprovadas O balanço financeiro da UAB referente ao terceiro trimestre de 2016 também foi apresentado durante a Assembleia Geral. Na ocasião os comunitaristas presentes aprovaram os números que dizem res-

peito aos meses de julho, agosto e setembro. “Fazemos um grande esforço para que tudo ande bem e nos traga bons resultados. Chegamos à unanimidade. Isso é muito satisfatório, fico emocionada”, avaliou a tesoureira da UAB, Maria de Cesaro Bonilla.

SEMMA falta ao encontro destacada a vontade de demonstrar a força da mulher e o desejo de se envolver com o movimento comunitário caxiense. “Conseguimos um bom número bom de candidatas. Estas meninas aceitaram o desafio. A partir de agora, elas já fazem parte dessa grande família que é a UAB”, frisou a diretora do Departamento de Organização da Mulher, Ângela Córdova. O presidente de honra da UAB, Luís Pizetti contou com um espaço durante a Assem-

bleia especialmente para falar às candidatas do concurso. “Este é um trabalho não apenas de apresentação, mas sim de transformação da sociedade. Futuramente vocês levarão esse projeto para as suas comunidades.”, enfatizou. Ele ainda destacou a importância das Associações de Moradores do Bairro (Amobs) para um processo de transformação social. “Este é um projeto que temos de união comunitária”, ressaltou.

Na Assembleia Geral do dia 1° de outubro estava prevista a participação da secretaria municipal do Meio Ambiente (SEMMA). A finalidade seria apresentar o projeto do Ecoparque, recém lançado pela prefeitura. No entanto nenhum representante do Executivo compareceu à Assembleia, frustrando a expectativa dos comunitaristas que haviam sido convocados com o obje-

tivo de avaliar o novo espaço de lazer que será implantado no município. O presidente da Assembleia Geral, Paulo Sausen, manifestou a insatisfação da entidade com a postura da prefeitura. “Eles não justificaram sua falta à Assembleia. Assim vamos redigir um ofício que será enviado ao prefeito, manifestando nosso não-conformismo com essa atitude”, ressaltou.


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Voluntariado

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

INCLUSÃO

ASSISTÊNCIA

Esperança aos mais carentes através da SOS Vida

CAPC traz benefícios a pacientes

Ações da entidade visam fortalecer convivência, socialização e reinserção social de crianças e adolescentes FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

Um grupo de profissionais e voluntários em uma casa do bairro Sagrada Família tem transformado o dia a dia de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Se trata do trabalho da SOS Vida, entidade com cerca de quinze anos de existência, dedicada a trazer até este público a esperança por dias melhores. A entidade atende mensalmente cerca de 105 crianças e adolescentes que são vítimas da situação socioeconômica ou que passaram por situações de negligência e violência. Conforme a coordenadora da SOS Vida, Gabriela Ghellere, os principais objetivos da entidade são proporcionar convivência, socialização e reinserção social deste público. “Trabalhamos com jovens de até 15 anos. Observamos seu desempenho escolar e suas fragilidades. É feito um plano de atendimento individual”, ressalta. Assim, o trabalho desenvolvido inclui assistência social, psicológica por profissionais e atividades nas áreas de arte, cultura, esporte, lazer e cidadania promovidas por oficineiros. Também são realizadas palestras sobre empreendedorismo, visando a entrada dos jovens no mercado de trabalho. O tempo de permanência nas atividades da SOS Vida é indeterminado. “Varia de acordo com as necessidades apresenta-

Fundado em 2012, o Centro de Auxílio às Pessoas com Câncer (CAPC) realiza um trabalho especialmente voltado aos pacientes mais carentes do município. Através da dedicação de profissionais e voluntários são oferecidos atendimento assistencial, psicológico, além de serem disponibilizadas medicações e suplementos. A entidade promove assistência a pacientes 18 a 60 anos trabalhando também com familiares e pessoas próximas. Os pacientes são encaminhados através da rede hospitalar e passam por uma triagem realizada pela equipe do CAPC. Eles têm a oportunidade de participar de oficinas de artesanato, cabelo e reiki. “Fazemos o cadastro das pessoas que nos são encaminhadas e realizamos um levantamento do grau de carência dela e de sua estrutura familiar. Todo nosso trabalho com o paciente e com seus familiares é realizado a partir disso”, informa o presidente do CAP, Márcio Allend. “Sabemos

que o governo leva um tempo para conseguir as medicações e os pacientes também possuem famílias desassistidas. Assim, muitas vezes disponibilizamos cestas básicas, encaminhamos passagens do transporte coletivo”, acrescenta Márcio. Ele afirma ainda que outra importante frente de trabalho da entidade é no trabalho de conscientização. “Além do auxílio e dos benefícios que encaminhamos, trabalhamos com palestras e outros eventos levando informação e orientações”, ressalta. Os recursos para a manutenção e para o trabalho assistencial do CAPC são angariados através de campanhas de telemarketing. Mas a entidade também aceita contribuições da comunidade na forma de medicamentos ou alimentos para os pacientes, além de doações em dinheiro. Basta entrar em contato pelo fone 54 – 3029.9600 ou através do email capc.cxs@hotmail.com. O CAPC fica na Rua Rodolfo Braghiroli,n° 666, no bairro Cinquentenário. MÁRIO ANDRÉ COELHO

LEGENDA: Crianças participam de oficinas desenvolvidas na entidade

das por cada um deles”, enfatiza Gabriela. Segundo ela, o encaminhamento pode ser feito através do Conselho Tutelar ou da rede de assistência do município. “A procura também pode ser espontânea, ou seja, as pessoas interessadas podem se dirigir diretamente a SOS Vida”, destaca. Para compor o grupo de trabalho da entidade como voluntário, é necessário entrar em

contato através do fone 54 – 3419.0342. “É importante que o candidato a voluntário apresentante algum projeto”, frisa a coordenadora. A SOS Vida também aceita doações de alimento, materiais em geral e doações em dinheiro. A conta é do Banrisul, agência 0873, número 06.856810.06. A entidade está localizada na rua Irma Zago, n° 994.

Entidade atende pacientes de 18 a 60 anos


Aniversário

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

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IMPRENSA

Jornal dos Bairros comemora 19 anos Veículo de comunicação comunitária leva informação e conhecimento à população de forma gratuita e democrática

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MÁRIO ANDRÉ COELHO

este mês de outubro o Jorfoi modificado. As manchetes e nal dos Bairros está comeas fotos ganharam maior destamorando 19 anos de existência. que e a diagramação dos textos Ao longo de todo este período, ficou mais atraente e agradável foram produzidas 200 edições aos olhos de quem lê. levando informação ao leitor so“Com o novo design do jorbre temas importantes que muinal, tivemos o intuito de evoluir, tas vezes, não ganham espaço na tanto do ponto de vista editorial mídia tradicional. como de sua concepção gráfica, Fundado em outubro de acompanhando as novas ten1997, o Jornal dos Bairros é um dências da comunicação”, afirveículo de comunicação demoma Alan Matos, atual editor do crático e popular. As matérias e Jornal dos Bairros. reportagens que são publicadas Futuro mensalmente falam diretamente aos interesses das comunidades Para um futuro próximo, o dos bairros. Assim, os assuntos Jornal dos Bairros ganhará uma que mais inf luenciam o dia a dia página na internet e disponida população, tais como saúde, bilizará conteúdo jornalístico educação, habitação, econonas redes sociais. A finalidade é mia, política são abordados com conquistar mais agilidade e demaior profundidade. mocratizar a informação, além Diretora de Imprensa e Comunicação Social da UAB, Paula da Rosa e atual editor Alan Matos O JB também é um veículo de permitir maior contato dique funciona como porta-voz UAB”, salienta Paula da Rosa, com antecedência pelo Con- feriu maior dinamismo e qua- reto com o leitor. Com isto a da União das Associações de diretora de Imprensa e Comu- selho Editorial, do qual fazem lidade ao trabalho jornalístico. equipe busca colher mais rapiBairros (UAB), o órgão máximo nicação Social da UAB. O visual das páginas também damente as opiniões do público parte vários integrantes da dide representação do movimenpassou por profundas modifi- leitor e aproximar-se das novas Atualmente, a equipe do JB retoria executiva da UAB. to comunitário caxiense. Des- conta com um jornalista, um foO jornal é distribuído gra- cações. Com o objetivo de tra- gerações. "A interatividade é ta forma, as comutuitamente em pon- zer mais modernidade e leveza, a palavra de ordem dos novos nidades têm no jortos da cidade, como todo o projeto gráfico do jornal tempos", finaliza Paula. nal um grande aliado Unidades Básicas para dar visibilidade de Saúde, Postão Trabalhamos com muita dedicação e carinho às suas reivindicações Ações demarcam a passagem da data 24HS, Biblioteca cada edição do Jornal dos Bairros, pois e causas. Pública, prefeituO Departamento de Imprensa e Comunicação Social da UAB acreditamos que ele é uma ferramenta “Trabalhamos com ra, Câmara de Vepromove, a partir de segunda-feira, dia 24 de outubro, uma exestratégica para levar informação jornalística posição alusiva ao aniversário do Jornal dos Bairros na Câmara muita dedicação e careadores, Fórum, com uma visão aprofundada de matérias que de Vereadores de Caxias do Sul. A solenidade de abertura ocorre rinho cada edição do Hospital Pompéia, influenciam a vida da população. às 18h, no Espaço Cultural Mário Crosa. Jornal dos Bairros, Hospital Geral, insPaula da Rosa No ambiente estarão expostas capas e matérias de edições pois acreditamos que tituições de ensihistóricas do jornal, além de depoimentos de pessoas que conele é uma ferramenno e entidades retribuíram para a história do veículo de imprensa comunitária. O ta estratégica para lepresentativas, como objetivo é remontar a trajetória e a evolução do jornal, através var informação jornalística com tógrafo e um diagramador, que sindicatos. das notícias que marcaram a comunidade caxiense. A exposição uma visão aprofundada de ma- trabalham com a orientação da segue até o dia 28 e a entrada é franca. Reformulação Outra iniciativa do Departamento é a promoção da campanha térias que inf luenciam a vida diretoria de Imprensa e ComuEm maio de 2016, o JB pasde arrecadação “#OQueVocêTemNaCabeça – Solidariedade e Atida população. O JB também nicação Social da UAB. Além tude”. A finalidade é arrecadar lenços, bonés, chapéus, toucas, contribui de modo importante disso, cada edição é planejada sou por uma ousada reformuboinas e perucas para crianças e adultos que estão em tratalação. A equipe profissional foi para a comunicação insmento do câncer. ampliada, o que contitucional da

Ao longo de 200 edições, Jornal dos Bairros evoluiu sempre com o objetivo de qualificar a informação

A arrecadação ocorre nos seguintes pontos: UAB Caxias (rua Luís Antunes, bairro Panazzolo), Felippi’s Lanches (rua Antônio Ribeiro Mendes, 2475, bairro Santa Catarina), Lojinha da Ana (Rua Marechal Floriano, 1166, loja 39, Centro Comercial Estação), Artigianalle Pizzeria Avenida Júlio de Castilhos, 545, bairro Lourdes e na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul (rua Alfredo Chaves, 1323, bairro Exposição). A arrecadação prossegue no mês de novembro, alusiva à Campanha do “Novembro Azul”.


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Saúde

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

OUTUBRO ROSA

Diagnóstico precoce é principal aliado contra o câncer de mama Número de casos vêm aumentando na cidade e no país. Hospital Geral é referência na região para o tratamento

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câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve ter 57.960 novos casos da doença em 2016. O câncer de mama também pode atingir homens, mas apenas 1% dos casos da doença correspondem a eles. Em Caxias do Sul, aproximadamente 350 pacientes com câncer de mama estão em tratamento na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) do Hospital Geral (HG). A instituição é referência no tratamento do câncer para a maioria dos municípios que compõem a 5ª Coordenadoria Regional da Saúde (5ª CRS). Segundo dados fornecidos pela UNACON, há um sensível crescimento dos pacientes diagnosticados com a doença. Foram 65 novos casos em 2015, com projeção de 67 para 2016. “Isto se deve também graças à conscientização das mulheres na realização de exames preventivos e diagnóstico precoce”, afirma Geraldo de Freitas, coordenador administrativo da UNACON. A maior incidência da doença está entre as mulheres com faixa etária de 50 a 65 anos, somando 35% dos casos. Pacientes com idade de 60 a 70 anos vêm em seguida, registrando um índice de 21% nos casos de câncer de mama. No entanto, a faixa dos 40 aos 45 anos é a que apresentou maior crescimento, chegando a 18%. “O número de casos tem um discreto crescimento anual”, analisa Freitas.

Campanha O Inca e o Ministério da Saúde lançaram, no dia 6 de outubro, uma campanha do Outubro Rosa, movimento de prevenção ao câncer de mama celebrado este mês, chamada “Câncer de mama: vamos falar sobre isso?”. A ideia é divulgar a informação de que todas as mulheres de 50 a 69 anos façam a mamografia a cada dois anos. Apesar disso, especialistas têm alertado para a necessidade do auto-exame antes mesmo desta faixa etária, pois muitos casos surgem em pessoas mais jovens. Em Caxias do Sul, diversas entidades promovem ações durante o Outubro Rosa, tais como palestras sobre saúde da mulher, distribuição de folders orientativos e abertura das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em dias especiais para a realização de exames. O município também ilumina alguns prédios públicos com a cor alusiva à campanha. Para a médica oncologista do Hospital Geral, Janaina Brollo, as campanhas têm se mostrado eficientes no sentido de contribuir cada vez mais para o diagnóstico precoce do câncer de mama. “Estamos diagnosticando a doença em estágios mais iniciais onde as chances de cura podem chegar à 95%”, ressalta.

Tratamento

A partir da inauguração da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) no Hospital Geral ainda no ano de 2014, os pacientes passaram a ter uma assistência mais qualificada, com maior planejamento, integração e humanização dos tratamentos.

A oferta de consultas também foi ampliada e as filas de espera para o tratamento foram reduzidas ou zeradas. Para se ter uma ideia, a nova estrutura permite que todos os profissionais - médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais - que trabalham com o paciente com câncer atuem em um mesmo espaço, planejando os tratamentos de forma integrada. “Antes tínhamos uma assistência fragmentada, com unidades de quimioterapia e radioterapia isoladas e hospitais que propunham o tratamento cirúrgico. Todas estas facetas de tratamento não ‘conversavam’ entre si”, explica André Reiriz, diretor de ensino e co-

FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

UNACON permitiu qualificar e humanizar tratamento a pacientes

ordenador médico da unidade de oncologia do HG. Ainda segundo Reiriz, esta integração fez com que o tempo de espera para encaminhamento do paciente às diversas etapas do tratamento diminu-

ísse significativamente. “Isto otimizou a qualidade dos tratamentos, ref letindo em melhores resultados. São tempos em que não mais se compromete a saúde do paciente”, destaca.

Voluntários realizam trabalho no Banco de Perucas Um trabalho desenvolvido por voluntários no Hospital Geral tem ganhado notoriedade entre a comunidade. Inaugurado em 2014, com o empenho de voluntárias do grupo “Peito e Alma”, o Banco de Perucas do Hospital Geral realiza o acolhimento e contribui para a autoestima das pacientes. A ideia surgiu da equipe de Oncologia do Hospital, com o objetivo de humanizar ainda mais o atendimento. São disponibilizadas perucas, lenços e toucas conforme a necessidade da paciente. E tudo foi confeccionado com recursos advindo de campanhas, com doações. “Estamos registrando uma aceitação muito grande. As pacientes retornam para nos dizer que se sentem bem por poderem contar com este espaço dedicado a elas. Somos todas todas ex-pacientes de câncer, que já passamos também pelo tratamento”,

Doações de perucas, lenços e toucas são realizadas pela comunidade

enfatiza Clementina Giacomelli, uma das coordenadoras do Banco. Ela diz ainda que o trabalho voluntário é uma forma de levar alento às pacientes. “É uma oportunidade e experiência única. Damos de nós e recebemos muito mais. É gratificante podermos dar um pouco de carinho e conforto para quem precisa num momento difícil como é o diagnóstico de câncer”, ressalta.


Política

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

ELEIÇÕES 2016

O que pensam os candidatos a prefeito neste 2° turno Prefeituráveis avaliam resultados da corrida eleitoral até o momento e projetam o futuro FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

Caxias do Sul foi às urnas no último dia 2 de outubro e definiu o quadro eleitoral para a disputa do segundo turno na cidade. Edson Néspolo (PDT), que teve 102.044 votos enfrenta nesta fase do pleito Daniel Guerra (PRB), que conquistou 68.214 votos. Para ajudar o eleitor a decidir seu voto no próximo dia 30 de outubro, data do segundo turno, o Jornal dos Bairros elaborou quatro questões para cada candidato responder. Assim, eles fizeram uma avaliação sobre o resultado do primeiro turno; disseram o que consideram o diferencial de suas candidaturas em relação à do adversário e manifestaram o que pensam em relação ao convênio que a prefeitura tem com a União das Associações de Bairros (UAB) para a manutenção financeira da entidade. Por último, eles revelaram quais serão as primeiras medidas implementadas no governo, caso eleitos. A ordem das entrevistas obedeceu o critério de ordem alfabética. Confira o que pensa cada candidato:

Daniel Guerra (PRB) Desempenho no 1° turno Avalio de forma muito positiva. Mesmo com muito menos tempo de TV que nosso adversário nesse segundo turno, conseguimos mostrar para as pessoas que somos a renovação que Caxias precisa e merece. Mostramos propostas e como torná-las realidade. A população se identificou com nosso modo de pensar a cidade e fazer o bem para as pessoas. Diferencial da candidatura A nossa principal diferença é o compromisso e a seriedade. Nosso compromisso é com a população, e não com partidos ou pequenos grupos que querem a cidade para si. E a seriedade que tratamos os temas é a de quem realmente se coloca no lugar da população, que infelizmente sofre com a incompetência e a insensibilidade do poder público. Convênio com a UAB Com certeza será um debate muito importante para que possamos viabilizar leis que garantam a autonomia e o funcionamento das diversas entidades do terceiro setor. A comunidade, em especial nos bairros, é quem conhece a realidade e enfrenta diariamente as necessidades e demandas que tem esses locais. Apenas com o diálogo e a parceria muito forte com essas entidades e com as pessoas que moram no bairro, poderemos melhorar muito a nossa cidade. Caxias pode e merece muito mais, e é por isso que nos colocamos à disposição das pessoas para juntos fazermos isso. Primeiras medidas de governo A primeira medida será abertura da UPA Zona Norte. Outra ação imediata será a redução dos Cargos em Comissão em, no mínimo, 50%. A gestão atual e as anteriores aumentaram muito esses cargos para dar conta das negociatas políticas e, dessa forma, quem paga a conta é a população. Também iremos realizar as adequações necessárias para melhorar o trânsito e a mobilidade de nossa cidade, muitas ações simples que poderão ser realizadas logo no primeiro mês de gestão. E, em especial, traremos a comunidade para o diálogo e interação ininterrupta com a prefeitura. Não podemos admitir que as pessoas só sejam consultadas e ouvidas às vésperas de eleições. Caxias do Sul é das pessoas e é para elas que iremos governar.

Edson Néspolo (PDT) Desempenho no 1° turno Vencer no primeiro turno da eleição com 102.044 votos, o que corresponde a 43,54% dos votos válidos, nos encheu de orgulho. Nossa primeira ação, minha e do Toninho Feldmann (PMDB), foi agradecer muito a quem nos ajudou nessa conquista e confiou na nossa proposta de governo. No início da campanha, pesquisas nos colocavam em quarto lugar. Trabalhamos muito e conseguimos mais de 100 mil votos. Essa é uma demonstração de que nosso plano de governo atende a vários segmentos da sociedade, e que com honestidade e responsabilidade soubemos mostrar à população nossa proposta de renovação com experiência. Diferencial da candidatura Desde o início nosso projeto de campanha foi baseado em fatos e verdades. Buscamos sempre mostrar uma campanha transparente, com foco na renovação com experiência e segurança. Sendo sinceros e apresentando propostas reais e factíveis, conquistamos a confiança de um número impressionante de eleitores no 1º turno. Com a mesma estratégia de transparência, trabalhamos novos eleitores para o 2º turno. Convênio com a UAB O movimento comunitário em Caxias serve de modelo a muitas outras cidades de porte igual ou maior. Isso se deu por meio de um diálogo constante entre representantes de bairros e o poder público. Nos últimos três anos e meio, foram realizadas 750 reuniões em loteamentos e bairros de Caxias e 24 reuniões para prestação de contas. Temos consciência de que as demandas são constantes, então propomos aprimorar a relação e o diálogo com as Amobs para definir prioridades e urgências. Queremos um trabalho em conjunto com o movimento comunitário, afim de reforçá-lo e atender às suas expectativas. Sobre o convênio vir a se tornar uma lei, precisamos discutir e dialogar muito para encontrar os prós e contras dessa proposta. Primeiras medidas de governo Será readequar a máquina pública, fundindo secretarias, reaproveitando o potencial humano e, com isso, tendo a possibilidade de cortar CCs. Vamos chamar segmentos representativos da sociedade para começarmos ver as prioridades.

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Especial

JORNAL DOS BAIRROS

FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

TRANSPORTE PÚBLICO

SIM Caxias ainda gera questionamentos Em operação na cidade há seis meses, novo sistema é defendido pelo secretário de Transportes mas usuários apontam falhas na implantação

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novo sistema de transporte público coletivo em Caxias do Sul, o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM Caxias) já se encontra em operação há seis meses na cidade e os efeitos das mudanças propostas se fazem sentir em diversas regiões. Projetado para tornar mais eficiente, ágil e barata a locomoção pela cidade, o SIM Caxias abrange, aproximadamente, uma população de 41 mil usuários do transporte coletivo. Isto porque o projeto está apenas em sua primeira fase de implantação, que contou com a construção de duas Estações Principais de Integração (EPIs) e outras obras na malha viária, permitindo assim a troncalização do transporte público nos eixos leste e oeste da cidade. Neste primeiro momento, são 17 bairros contemplados. No entanto, mesmo em sua fase inicial, o SIM impacta profundamente o cotidiano dos caxienses de diferentes regiões, despertando elogios e críticas dos usuários do transporte coletivo. O secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana, Manoel Marrachinho, faz

a defesa do novo sistema com números: “Tivemos em média um aumento de quase 20% na oferta de horários. O tempo de deslocamento para percorrer o eixo leste-oeste da cidade que, no pico era de 40 minutos, hoje passou para uma média de 22 minutos. Também houve uma redução de 36% na frequência média do intervalo dos ônibus que atendem aos bairros que estão dentro do sistema. Isto significa que antes nós tínhamos uma média de 1 ônibus a cada 25 minutos. Hoje temos um ônibus a cada 16 minutos”, cita. Nova lógica Outro avanço, segundo o secretário Marrachinho, é uma inversão de “lógica” no sistema. Ou seja, os usuários podem passar a se guiar pela “frequência” da passagem dos ônibus nos locais de embarque e não mais pelo “horário”. Conforme Marrachinho, isto é permitido devido ao menor intervalo de tempo entre cada carro. “Isso faz com que as pessoas tenham mais domínio sobre o des-

tino de suas próprias vidas. É difícil para as pessoas perceberem isso em um primeiro momento, mas com o tempo elas irão perceber”, salienta. Críticas Mas apesar dos benefícios citados pelo secretário, o sistema têm recebido críticas. Entre elas, estão questionamentos sobre as mudanças nos itinerários dos ônibus e sobre a retirada de paradas no centro e nos bairros sem discussão com a comunidade. É o caso do bairro Cidade Industrial, localizado na Zona Oeste. O presidente da Associação de Moradores do Bairro (AMOB), Hugo Trindade, revela que a retirada de duas paradas de ônibus do Cidade Industrial estão trazendo transtornos à população local. “Os moradores agora ficam concentrados em menor número de paradas para embarcarem, sendo que os abrigos são pequenos”, descreve. “Além disso, já demos a sugestão de um itinerário que daria maior agilidade aos ônibus, em 10 minutos fa-

'OS ÔNIBUS VÊM SEMPRE LOTADOS' Luís Carlos de Oliveira, presidente da Associação de Moradores do Bairro (AMOB) Esplanada avalia negativamente os impactos do SIM Caxias no bairro. Ele descreve que as linhas que realizam o trajeto bairro-centro percorrem um itinerário menor, o que surpreendeu os moradores. “Anteriormente as pessoas conseguiam se dirigir até o Imigrante com as linhas que passam por aqui, como o Monte Carmelo, Jardim Teresópolis e Consolação. Agora, o fim da linha fica na parada do Habibs (Avenida Sinimbu com rua Coronel Flores). Os moradores descem ali e precisam se virar com o resto do caminho. A passagem deveria baratear para nós, já que são menos quilômetros rodados”, fala. E apesar do menor percurso, a frequência dos ônibus não tem melhorado, de acordo com Luís Carlos. “Os horários são os mesmos. As linhas atendem muitos bairros nessa região. Assim, os ônibus continuam vindo sempre lotados”, critica.

ria todo o trajeto dentro do bairro. A Visate até aceitou, mas barrou na secretaria, não sabemos o porquê”, afirma. O secretário Marrachinho justifica que o processo de retirada de paradas em bairros serve para dar agilidade ao sistema de transporte público. “Uma das essências do sistema é dar velocidade comercial. Para darmos velocidade comercial ao sistema temos que fazer que as linhas “se cortem”, ou seja, que elas não percorram o mesmo local. É uma perda para o sistema, é uma pressão inadequada para o futuro cálculo tarifário que fazemos todo o final de ano”, enfatiza. Ainda assim, ele pondera que estas alterações estão sendo revistas pela secretaria. “Estamos reavaliando as paradas de bairros. Estamos recebendo as demandas e readequando várias delas”, diz. O Jornal dos Bairros percorreu algumas comunidades de Caxias do Sul que foram afetadas pelo SIM Caxias. As situações constatadas revelam alguns questionamentos sobre a implantação do novo sistema. Confira:

População de 41 mil usuários do transporte coletivo foram impactadas na primeira fase do sistema

'NÃO TEVE DISCUSSÃO COM A COMUNIDADE' A supressão de duas paradas de ônibus no centro da cidade tem trazido contratempos aos moradores do Vila Lobos. É o que revela Aurora Jesus de Oliveira, uma das lideranças comunitárias do bairro. Ela conta que diversas linhas que percorrem a região, tais como Vila Lobos, Santa Corona, Galópolis e outras tiveram duas paradas reduzidas. “Nossos ônibus paravam na Catedral e também na Borges de Medeiros, entre a Sinimbu e Os 18 do Forte. Agora, precisamos descer na parada que fica na Sinimbu com a Visconde de Pelotas ou atrás do Eberle”, relata. Dessa forma, segundo Aurora, os moradores precisam percorrer mais algumas distâncias a pé para cumprirem seus compromissos no centro da cidade. Temos Pessoas Portadoras de Deficiência (PPDs) que moram aqui no bairro. Para eles, andar duas quadras a mais é bastante difícil”, afirma. “Já protocolei pedido na secretaria para que uma dessas paradas retornem, mas até agora nada”, diz. A condução das mudanças também é questionada por Aurora. “Não teve discussão alguma com a comunidade. E só não retiraram paradas de ônibus aqui do bairro, porque em uma reunião que a secretaria dos Transportes fez com a AMOB, fomos contrários”, lembra.

'NÃO REFLETIU EM MELHORIA NENHUMA' A estudante de Administração Darlene Rodrigues dos Santos é moradora do bairro Cidade Industrial. Ela está na expectativa de cursar disciplinas à noite na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e mostra preocupação com o horário de saída na instituição, já que deverá pegar três ônibus com a integração para voltar para casa. “A aula termina às 22h40. São quinze minutos até a EPI Imigrante. Depois embarco no vermelhinho (troncal) que me leva até a EPI Floresta. De lá, pego o Cidade Industrial”, narra. Conforme Darlene, a integração proposta pelo SIM não trouxe benefícios a ela. “Todo o meu percurso dará aproximadamente uma hora, o mesmo tempo que eu levava anteriormente com uma linha que saía da UCS direto para cá”, descreve. “Penso que outros bairros da nossa região possam estar sendo prejudicados, como o Cidade Nova e o Desvio Rizzo”, avalia.

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| Outubro 2016 |

Diretores de Mobilidade Urbana da UAB avaliam novo sistema Tânia Menezes, uma das diretoras de Mobilidade Urbana da UAB, avalia vários aspectos do SIM Caxias. Na opinião dela, questões como a redução no tempo de deslocamento, uma das premissas do novo sistema, precisam melhorar. “Isto não está se concretizando. As pessoas estão perdendo tempo nas Estações de Transbordo, para fazerem a integração. É questão de minutos de espera”, relata. Outro avanço, na opinião de Tânia, seria a implantação de “EPIs abertas”, estruturas de menor porte que permitiram a integração também em outros bairros da cidade. “Poderia haver uma na Zona Norte e outra na região do Serrano, por exemplo. Já há discussões sobre isso. Assim, uma população maior seria beneficiada pelo SIM”, afirma. Tânia comenta que outro problema constatado está relacionado à superlotação. “Os relatos que tenho recebido são de que os usuários ainda sofrem com superlotação tanto das linhas alimentadoras quanto nas troncais, em horários de pico”, observa. A diretora ainda coloca que não estão mais havendo reuniões sistemáticas para discutir com os presidentes dos bairros e avaliadores populares o novo sistema. “Estes encontros aconteceram apenas antes da implantação”, salienta.

Já o diretor Sérgio Campos diz que um dos grandes problemas na implantação do SIM Caxias é a falta de contato e de diálogo com as lideranças comunitárias. “Este foi o maior ‘calcanhar de Aquiles’ do novo sistema, desde o início de sua implantação. Devia ter havido maior preparo da secretaria (dos transportes) para fazer a apresentação das alterações para os presidentes de bairros, que por sua vez fariam a divulgação em suas comunidades. O líder comunitário é um multiplicador”, avalia. Para Campos, o conhecimento técnico da equipe responsável pela implantação do projeto em Caxias não substitui o conhecimento da população. “É impossível fazer a implantação de um projeto dessa envergadura sem que os líderes comunitários sejam consultados e sem o apoio da população. Eles possuem o conhecimento de causa. Sem isto, fica difícil e compromete a eficiência no transporte público buscada com o novo sistema”, afirma. No entanto, Sérgio pondera que as mudanças trazem mais benefícios: “Foi uma atitude positiva, necessária, corajosa. Sem o SIM Caxias ainda estaríamos tentando resolver diversos problemas históricos no transporte público”, ref lete.

e vice-versa.

AL24 – FORQUETA AL44 – CIDADE NOVA AL48 – SANTA TEREZA AL55 – CIDADE INDUSTRIAL AL56 – REOLON/MARIANI AL65 – VERONA AL69 – PARQUE DAS ROSAS

O que é o SIM Caxias? O que é o SIM Caxias? O SIM Caxias é um sistema planejado pelo poder público com o objetivo de melhorar a mobilidade das pessoas, qualificando o transporte coletivo na cidade e o integrando com pedestres e ciclistas. Como funciona o SIM? A primeira fase do SIM Caxias funciona com duas Estações Principais de Integração (EPI): Floresta e Imigrante, no eixo leste/oeste. O usuário embarca no seu bairro, em uma linha alimentadora, vai até uma das EPI’s, e nela embarca em uma linha troncal, que faz o trajeto pelo centro da cidade até a out-

ra EPI, ou ainda embarca em uma coletora, que leva para as Perimetrais. Nesses casos se utiliza apenas uma passagem, pelo sistema de integração. O que é a linha troncal? A linha troncal faz o trajeto entre as Estações Principais de Integração (EPI). O ônibus segue em direção a EPI Floresta pela rua Pinheiro Machado, e para a EPI Imigrante pela rua Sinimbu. A linha troncal está identificada com a cor vermelha. O que são as linhas alimentadoras? As linhas alimentadoras levam os usuários dos bairros para as EPI's

O que são as linhas coletoras? As linhas coletoras fazem o trajeto nas Perimetrais e também por algumas ruas do centro. Elas são identificadas pelas cores amarelo, azul, verde e roxo. Essas linhas já funcionavam e mantém o mesmo itinerário. Quais linhas estão na primeira fase do SIM? As linhas alimentadoras que operam na primeira fase do SIM Caxias são: EPI Floresta AL14 – DESVIO RIZZO AL22 – JARDIM DA LAGOA

EPI Imigrante AL04 – CRUZEIRO AL17 – BELA VISTA AL19 – PLANALTO/SANTOS ANJOS AL42 – PLANALTO/SÃO VITOR AL46 – VILA LEON AL49 – VILA MARI AL66 – VITÓRIA AL83 – DE ZORZI/SÃO LUIZ/CAMPOS DA SERRA


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Mulheres

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

MAIS BELA COMUNITÁRIA

Como elas estão hoje em dia Ex-rainhas falam sobre a experiência que tiveram à frente da corte. Concurso é dia 11 de novembro

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altam poucos dias para Caxias do Sul conhecer a corte da 15ª edição do Mais Bela Comunitária. A expectativa é cada vez maior entre as candidatas inscritas e também entre a comunidade que elas representam. Todas as meninas inscritas já estão participando desde o mês de outubro de atividades promovidas pela União das Associações de Bairros (UAB) com a finalidade de conhecerem mais a realidade da cidade e da trajetória do movimento comunitário caxiense. Cleusa Moraes, atual secretária-geral da UAB foi uma das idealizadoras do Mais Bela nos anos iniciais do concurso. Ela enfatiza que a evolução do evento foi significativa. “Começamos com cinco ou seis candidatas. Ao longo de duas gestões da UAB, entramos em contato com os bairros e o concurso cresceu, registrando mais de 25 candidatas inscritas. Aprendemos bastante e acredito que deixamos um legado importante para quem está levando em frente esse trabalho. Nossos critérios sempre foram beleza, simpatia e conhecimento comunitário”, rememora. E, para demonstrar como a participação no concurso é uma experiência enriquecedora, nesta edição o Jornal dos Bairros traz o relato de ex-rainhas que conquistaram o título de Mais Bela Comunitária em anos anteriores. Elas falam sobre a emoção de terem participado e como o movimento comunitário inf luenciou suas vidas.

Fernanda Ribeiro Pedrotti de Brito

Rosana Rabelo

Mais Bela 1994 - 1995

Mais Bela 1995 - 1996

O título representa um grande orgulho de poder representar meu bairro, minha cidade e na época poder colocar nossas ideias e objetivos. Hoje eu coloco em prática muitas coisas que aprendi com a UAB, luto por meus direitos como cidadã, cobro da mesma maneira que sou cobrada, mas a acima de tudo estou sempre à disposição para ajudar o próximo. Atualmente, moro em São Paulo e tenho uma família maravilhosa. Sou formada em Psicologia e a minha passagem pela a UAB foi uma base para me tornar a pessoa que sou hoje.

Vanessa Bossi de Lima

Fiquei muito honrada com o título de Mais Bela Comunitária. Era um sonho que eu vinha alimentando há uns dois anos antes do concurso. Na época representei o bairro Aeroporto, onde eu morava. Foi um sonho realizado, pois eu já fazia alguns trabalhos sociais no bairro. Fiz faculdade de Direito. Escolhi esta profissão justamente por gostar de atuar em público. Com o concurso me tornei conhecida na cidade. Até hoje faço alguns serviços sociais junto aos clubes de mais alguns bairros.

Mais Bela 1996 - 1997

O concurso Mais Bela Comunitária não foi apenas um concurso de beleza. Foi um momento muito especial em que pude entender os trabalhos desenvolvidos dentro das comunidades. O comunitarismo é um movimento de extrema importância no qual se busca interesses comuns dos moradores com objetivo de buscar de soluções junto ao poder executivo municipal. Sou médica Ginecologista e obstetra, atuo no SUS e em consultório particular. Sempre que possível atuo em campanhas em benefício da comunidade.

Fabiana Fontana Mais Bela 1998 – 1999

Lembro até hoje da emoção sentida no dia da escolha do Mais Bela. Foram muitos aprendizados. Porém o que marcou minha vida foi o ajudar o outro sem esperar nada em troca. Hoje sou Pedagoga com Pós-Graduação em Artes. Atuo na rede privada como educadora nas disciplinas de Arte e Música. O Mais Bela influenciou a minha vida pessoal. Tive a influência do querido Daltro da Rosa que através da sua vivência, me mostrou que o sorriso acolhe mais que um abraço. Que o importante é ser e não ter. E que a bondade é a arma mais poderosa do mundo!

Denise Gazzola Mais Bela 1997 - 1998

A experiência de ter sido Mais Bela Comunitária foi única. Levo comigo até hoje essa experiência e conhecimentos que adquiri durante o concurso e após ele. Aprendi muito sobre nossa cidade e sobre os bairros que dela fazem parte. Sou formada em Administração de Empresas e estou cursando Psicologia na UCS. Juntamente com meu marido, administro uma empresa. Sou realizada profissionalmente pois amo muito o que eu faço e estou adorando cursar Psicologia, pois aprendo a teoria de algo que sempre me identifiquei.

Greice Munari Vanessa

Mais Bela 2000 – 2001

de Souza Cedro Mais Bela 1999 - 2000

Ganhar o título de Mais Bela Comunitária. Consegui superar dificuldades, medos e me preparar e representar meu bairro com amor. Minha formação inicial é de Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior. Realizei diversos cursos na área das Terapias Naturais e Complementares. Hoje atuo como Terapeuta Holística e Psicoterapeuta Reencarnacionista. Ter participado do concurso me ajudou a entrar em contato com o meu potencial, assumir minha força e ir atrás do que realmente toca a minha alma.

Ser Mais Bela foi a realização de um sonho. Muitas coisas mudaram na minha vida. Fiz muitas amizades, passei a desenvolver trabalhos voluntários motivada pelos exemplos dentro da UAB. Entrei para o meio político. Participei da escolha da Rainha da Festa da Uva. Foi um orgulho representar a UAB na nossa maior festa. Mas principalmente o envolvimento com o movimento comunitário e as amizades foram as coisas mais importantes. De lá para cá fiz curso de gestão empresarial, mas trabalho há 10 anos na política e sem dúvida a UAB contribui para essa vontade de estar nesse meio e trabalhar com isso.


Mulheres

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

Cíntia Ferreira

Andréia Vargas

Mais Bela 2002 – 2004

Mais Bela 2001 - 2002

Foi uma honra representar minha entidade no concurso e representar também a cidade no estadual. Sempre estarei à disposição das comunidades. Aprendi a me comunicar frente às câmeras para dar entrevistas a canais. Estudei Administração de Empresas. Trabalhei por 12 anos em uma instituição de ensino. Criei projetos, ganhei premiações, troféus e medalhas graças a um trabalho a educação, o aprendizado e o futuro da comunidade. Hoje sou proprietária de uma pequena empresa de vendas e produção de eventos. Procuro trabalhar a caridade nos eventos, sob influência da época.

Foi uma grande honra ter representado a mulher Comunitária de Caxias do Sul e do estado do Rio Grande do Sul entre os anos de 2001 e 2002. Trabalho há mais de 10 anos na gestora na área de qualidade, com os mais variados perfis de pessoas. Amo lidar com pessoas, assim como quando fui A Mais Bela Comunitária, amava estar próxima das diferentes pessoas que tive oportunidade de conhecer e me sentia grata por ter a oportunidade de aprender, participando do trabalho comunitário realizado pela UAB.

Leoni Grisson Mais Bela 2006 – 2008

Paloma Erthal

Para mim ter ganho este título foi uma conquista muito importante, pois participei de diversas atividades, onde tive o prazer de conhecer os bairros de Caxias do Sul, suas lutas, suas dificuldades, assim como o papel desempenhado pela UAB no auxílio das buscas de cada comunidade. Foram dois anos onde aprendi muito e levo a experiência para a vida. Com o trabalho comunitário aprendi que temos muitas barreiras e que se não sairmos da zona de conforto não conseguimos nada. Hoje atuo no mercado automotivo. Ajudei a desenvolver algumas atividades beneficentes e concursos de pré-candidatas à Mais Bela.

Mais Bela 2008 - 2010

Para mim o título Mais Bela Comunitária significou reconhecimento por todo esforço e aprendizado que tive a oportunidade de ter durante o pré-concurso. Atualmente leciono como professora na Educação Infantil do Município. Estou cursando Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Caxias do Sul. Escolhi Arquitetura pois gosto de projetar e idealizar espaços para os diversos usos humanos. Acredito que estas escolhas tiveram influências do Movimento Comunitário, pois estas duas áreas sempre me cativaram desde a minha atuação no meu bairro como também na UAB, tendo a visão de um todo.

Shania Pandolfo Mais Bela 2010 - 2012

O título de Mais Bela Comunitária me proporcionou um maior conhecimento sobre o movimento comunitário, bem como a convivência com a “verdadeira realidade” da nossa cidade e a criar laços de amizade. Minha profissão atual é promoção de eventos, onde as habilidades que foram aprendidas na minha atuação no movimento, são utilizadas no cotidiano da minha função. Creio que seja a paixão e curiosidade sobre as relações humanas, e sobre a dinâmica das comunidades; que me fazem seguir no movimento comunitário.

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Letícia Carvalho Mais Bela 2012 - 2014

O título de Mais Bela Comunitária de Caxias do Sul representou para mim muito mais do que uma faixa e uma coroa. Foi uma grande honra poder representar o movimento comunitário e a força da mulher. Hoje em dia estudo Direito e também já me formei como Técnica em Segurança do Trabalho. Sou voluntaria do Centro de Auxilio as Pessoas com Câncer. Acredito que o movimento comunitário está muito presente em minha vida.

Nathalia Trindade Mais Bela 2014 – 2016

Conquistar o título de Mais Bela Comunitária 2014\2016 marcou muito minha vida, pois trouxe experiências e conhecimentos comunitários que agregaram e fizeram-me amadurecer muito. Dentre várias coisas que aprendi, ressalto as lutas diárias de cada líder comunitário e moradores para o crescimento de suas comunidades. Atualmente participo da atual direção da Amob do bairro, porque acredito que ainda temos muitas lutas a ser conquistadas juntamente com a força da mulher. Sem dúvida vou levar comigo para sempre cada momento vivenciado. Foi gratificante!

"A rainha do Mais Bela Comunitária de 2004 foi Priscila dos Santos Leite. A soberana desta edição do concurso não foi encontrada pela equipe do Jornal dos Bairros."


Bem estar

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JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

QUALIDADE DO SONO

Prepare seu quarto para dormir muito melhor Uma cama bem-feita, silêncio e escuridão são alguns dos segredos do ambiente perfeito

O

que antes era uma suposição da medicina virou uma certeza nas últimas décadas: quem consegue dormir com profundamente tem grandes chances de viver mais e melhor. Além de descansar a mente e o corpo, dormir bem afasta o estresse, regula a pressão arterial, controla o peso e mantém longe o perigo de doenças cardiovasculares. Por outro lado, distúrbios como a insônia, a apneia e o ronco dificultam a concentração e o repouso e ainda são considerados um perigo ao coração. Muitas pessoas não observam o próprio quarto ou não dão importância a ele na hora de analisar as razões do sono deficiente que possuem, mas especialistas garantem que um ambiente perfeito pode curar muitos casos de insônia. O especialista em sono Maurício Bagnato, explica que, em muitos casos, a qualidade do ambiente é mais importante do que a própria quantidade de horas dormidas. “É preciso levar em conta a ambientação onde se dorme. O sono precisa ter um ambiente bom, bem escuro, silencioso e um colchão adequado ao seu peso”, afirma. Preparando a cama Na própria cama, a melhor indicação é a de produ100 tos naturais, como o algodão. 95 O toque macio dá mais sensação75de bem-estar. Eliminar os sintéticos ajuda no sono e tem inf luência até no bom humor ao 25despertar. Outra coisa é a limpeza das peças. Troque a 5 roupa de cama a cada semana para deixar o ambiente chei0 roso e aconchegante.

DIVULGAÇÃO

Distúrbios do sono podem ser combatidos com medidas simples

Além disso, o travesseiro que assume o papel do seu apoio para cabeça é fundamental para se ter uma boa noite de sono. Na hora de escolher, você precisa considerar o material de que ele é feito e a posição em que é colocado. A melhor posição para dormir é de lado. Assim, a coluna fica longe das dores e os músculos também. Outra dica é colocar um travesseiro entre as pernas na hora de dormir. Esse simples procedimento ajuda a estabilizar a coluna e diminui as chances de desconfortos dorsais durante o sono. O colchão ideal para um sono tranquilo não pode ser muito macio nem muito firme, ou seja, deve simplesmente se amoldar ao corpo confortavelmente. Prefira os de látex, que tem como benefício principal o fato de se adaptarem com perfeição aos contornos do corpo, aliviando os pontos de pressão. Temperatura e ar puro A qualidade do ar dentro do ambiente é outro fator crucial para a melhora da noite dormida. Um ar seco, cheio de

poluentes, afeta a respiração e prejudica o sono. A não circulação do ar no quarto pode deixar a pessoa com o nariz congestionado e a garganta irritada. Por conta disso, há a possibilidade de o indivíduo acordar no meio do pernoite e não conseguir mais dormir. A temperatura também deve ser controlada, pois um ambiente abafado não favorece o descanso. Contudo, o uso de aparelhos de ar-condicionado deve ser feito com moderação e cuidado. Os objetos e móveis Por fim, é aconselhável evitar a utilização de muitos produtos sintéticos na própria mobília e confecção do quarto. A madeira é natural e faz melhor ao organismo, pois acumula baixa quantidade de poeira. A cerâmica no piso também é uma recomendação. A televisão, outra vilã do descanso noturno, deve estar a uma distância significativa da cama. Se o quarto for pequeno, não se recomenda a utilização de aparelho televisivo, para evitar uma carga eletromagnética que é nociva à saúde.


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Esporte

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

INTERBAIRROS

Reta final da série Prata e categoria Feminino Jogos acontecem dia 22 de outubro. Personalidades ligadas ao movimento comunitário são homenageadas no campeonato

T

odos os olhares do futsal caxiense se voltam para o Enxutão na noite deste sábado, dia 22 de outubro. A partir das 19h, a quadra será o palco das partidas finais da série Prata e da categoria Feminino do Interbairros 2016. As disputas se darão entre as equipes do São Luíz e do Arco Baleno pela copa Maria de Cesaro Bonilla (categoria Feminino). Já as equipes do Santa Fé e do Victório Trez jogam pela copa Avelino Luiz de Azevedo (série Prata). Um dos organizadores do Interbairros 2016, o diretor do departamento de Esportes da União das Associações de Bairros (UAB), Josmar dos Santos faz uma avaliação do campeonato: “O campeonato foi caracterizado pela tranquilidade e pela disciplina. Percebemos que todas as equipes se esforçaram e treinaram sério. Agradecemos a todos os atletas e equipes que se engajaram neste que é o principal campeonato de futsal de Caxias do Sul", diz. Ele ain-

da analisa as equipes que chegaram às finais. Confira: Série Prata “Um dos finalistas da série Prata, a equipe do Victório Trez é estreante no campeonato, mas sua intensa dedicação permitiu o bom desempenho verificado em quadra. A equipe do Santa Fé, que entrará na disputa, também se afirmou no campeonato com muita garra e determinação” avalia. Categoria Feminino “O São Luiz é uma equipe que vem se destacando há algumas edições do Interbairros, dentro da categoria Feminino. O Arco Baleno também conseguiu surpreender a todos no decorrer do campeonato. São meninas novas, mas se empenharam bastante chegando à final”, descreve Josmar.

Confira ao lado os homenageados:

Atenção categorias de base Todas as comunidades interessadas em participar das categorias de base do Interbairros 2016 devem inscrever suas equipes até o próximo dia 26 de outubro, na UAB. O campeonato será realizado durante o mês de novembro. Mais informações na secretaria da UAB ou com o departamento de Esportes da entidade.

Maria de Cesaro Bonilla – categoria Feminino Maria é tesoureira da UAB. Ela exerce o cargo que ocupa pelo terceiro mandato (gestões 2009/2011, 2011/2013 e 2015/2017). Também é diretora administrativo financeira da Associação Rádio Difusão da UAB 87,5, desde a responsabilidade pela administração a cargo da UAB (08/2012). Também é vice-presidente do Loteamento Villa Verde, desde seu ingresso no Movimento Comunitário (2007). Nasceu em serafina Corrêa em 16 de outubro de 1949. Estudou naquela cidade até os 16 anos. Após continuou os estudos em Casca e Passo Fundo.

Foi professora de belas artes, música, geografia e ciências por um período de três anos em Nova Bréscia. Em janeiro de 1974 veio a Caxias do Sul. Cursou Técnico em Contabilidade no Colégio São Carlos e após ingressou na UCS. Profissão que exerce até hoje. A convite do então presidente da UAB, Daltro da Rosa Maciel, ela aceitou participar do Movimento Comunitário em 2007. Está prestes a viver oficialmente sua aposentadoria assim que o mandato 2015/2017

MÁRIO ANDRÉ COELHO

chegar ao seu término. “Foi uma grande experiência. Uma bagagem que substitui novelas, filmes e até mesmo livros. Sou muito grata pelo reconhecimento do departamento de Esportes da UAB pela indicação e ser homenageada no FUTSAL Feminino/2016, diz.

Avelino Luiz de Azevedo – série Prata (in memoriam) ARQUIVO - CÂMARA DE VEREADORES

Avelino Luiz de Azevedo faleceu aos 59 anos, no dia 10 de maio, vítima de câncer. Natural de Muçum (RS), morava há 40 anos em Caxias do Sul. Além de exercer a profissão de pintor, Azevedo era muito participativo na comunidade do bairro Mariani. Ele atuou por diversas vezes no grupo de gestão da Associação de Moradores do Bairro (AMOB). Durante os anos em que se dedicou à comunidade, Avelino Luiz de Azevedo também esteve à frente do Conselho Comunitário Municipal e representou sua região no Conselho Municipal da Saúde. Para o bairro que dirigiu, conquistou obras como

os módulos da Escola Paulo Freire, a Unidade Básica de Saúde, o centro comunitário, quadra poliesportiva e pavimentação de diversas ruas. Também é fundador da Sociedade Esportiva Recreativa Mundo Novo, time de futebol amador de Caxias do Sul. Avelino foi jogador do Dinamo de Santa Rosa e se destacou em Caxias no Futebol como técnico do Mundo Novo, Bevi-

laqua, Trentino, São Francisco e São Cristóvão. É lembrado pela família como um homem prestativo e atencioso. Azevedo tinha a solidariedade como forte característica. Adorava ajudar as pessoas e, nas horas livres, jogar futebol com a gurizada do bairro.


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Bairros

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

FISCALIZAÇÃO

São Luiz da 6ª Légua necessita de atenção da prefeitura Uma ampla área verde no bairro São Luiz da 6ª Légua tem necessitado da atenção do poder público. O local fica na rua Roger Bertoluz e é considerado como sendo de preservação ambiental. Mesmo assim tem sido alvo de pessoas que querem delimitar terrenos irregulares para venda posterior. O relato da situação foi feito pelo presidente do bairro, Jair Neto. Ele descreve que já foram feitos vários trabalhos de terraplanagem sem autorização, denegrindo a área verde. “Já andei de secretaria em secretaria da prefeitura em busca de orientação para este problema e por fim, me encaminharam à Guarda Municipal. Precisamos de informações corretas por parte do poder público”, critica Jair.

Ele relata ainda que já foi realizada denúncia no Ministério Público (MP) e também protocolado pedidos de fiscalização na prefeitura. “Deve haver uma fiscalização forte do município naquele local”, reivindica. Na mesma rua em que se localiza a área de preservação ambiental, também existe um pequeno esgoto à céu aberto. São apenas três metros que necessitam de tubulação. No entanto, a falta deste trabalho já traz transtornos à população local, como mau-cheiro. O presidente Jair enfatiza que equipes da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (CODECA) já estiveram na região para fazer o serviço, mas não localizaram o problema.

FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

Área verde precisa ser fiscalizada pelo poder público para coibir terrenos irregulares


Bairros

JORNAL DOS BAIRROS | Outubro 2016

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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

FALTA DE OBRAS

Parada Cristal está embargado

Loteamento Pinheiros sofre com alagamentos

Comunidade reivindica processo desde 2009 FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

O bairro Pinheiros, localizado nas proximidades da Mecatrônica do SENAI, tem se mobilizado para encontrar a solução para os sucessivos alagamentos que atormentam os moradores. A região possui um valão, próximo ao final da rua Stefano Vergani, com tubulação que não suporta a quantidade de água que vem com as chuvas. São aproximadamente 100 metros de galeria que deveriam ser ampliados em capacidade para conseguir dar vazão adequada à água. O presidente do bairro, José Bresolin, descreve a gravidade do problema: “Há casas com dois andares, sendo que nesses dias (de chuva) um deles fica só para a água”, enfatiza. Segundo estimativa do

presidente, seriam necessários cerca de R$ 1 milhão e meio para a execução da obra, o que inviabiliza aguardar a conquista dos recursos pela participação popular. “Nossos netos e bisnetos terão que vir para as reuniões do Orçamento Comunitário (OC) conquistar recursos para as obras. Tem que ser uma obra com recursos da prefeitura”, ressalta Assim, os imóveis atingidos pelas águas vão sendo desvalorizados a cada ocorrência. O problema também compromete a segurança e saúde dos moradores, conforme Bresolin. “A área está ficando perigosa e condenada. Para o ano que vem, vamos partir para o Ministério Público”, afirma o presidente do bairro. ALAN MATOS

Após embargo de 2014, novas construções e outras obras estão impedidas no bairro

A

regularização fundiária é reivindicação bastante antiga da comunidade do Parada Cristal. Os moradores começaram a se mobilizar ainda em 2009 para o processo, embora haja registros em atas da Associação de Moradores do Bairro (AMOB) que no ano de 2000 já se constatava essa necessidade. Em 2014 veio o embargo jurídico do bairro e só então a comunidade foi chamada na secretaria do Desenvolvimento Urbano (SDU) para receber orientações. De lá para cá ficaram impedidas obras de calçamento e novas construções no bairro. “Precisava que a prefeitura nos desse um rumo. Foi somente com o embargo que eles nos deram uma luz”, relata o presidente da AMOB, Agostinho Tomiello. Assim a comunidade contratou um escritório de advocacia para conseguir a liberação das matrículas dos terrenos

do bairro, procedimento necessário para encaminhar a regularização junto à prefeitura. O presidente Agostinho lembra ainda que no ano de 2007 o bairro passou a ser considerado área urbana no município. Ele questiona os motivos de, mesmo assim, o processo de regularização ser tão lento. “Creio que muito se deve à burocracia da prefeitura. Assim, como pensam em organizar a cidade?”, indaga. Agilidade Segundo o advogado responsável pelo encaminhamento do processo de regularização do Parada Cristal, Marciano Correa, a expectativa é positiva, especialmente com a criação de uma nova lei municipal chamada “Regulariza Caxias”. “Regulamentada em 2016, esta lei deverá agilizar os processos na prefeitura”, projeta. No caso do Parada Cristal,

ele salienta que já foram realizados diversos procedimentos para dar o andamento ao processo. “O Parada Cristal tem 130 lotes. Já foi feito o levantamento topográfico da área, projeto urbanístico, retificações administrativas e o descritivo das matrículas. O que aguardamos agora é o trabalho de uma comissão criada na prefeitura para analisar o processo”, destaca. “Nossa estimativa é de que 40% da cidade se encontra irregular. Acreditamos que quando a prefeitura se organizar, com a comissão de análise para estes processos, teremos maior agilidade”, enfatiza Marciano.

A reportagem do Jornal dos Bairros entrou em contato com a assessoria de imprensa do executivo municipal, porém não obteve retorno sobre os problemas apresentados.

Valão alaga a cada ocorrência de chuva na região, trazendo inúmeros transtornos à população

ATENÇÃO COMUNITARISTAS Prazo para reativações e fundações de AMOBs:

De 01 a 20 de novembro de 2016 Informações: Departamento de Formação da UAB Fone: 54 – 9686.5892


JORNAL DOS BAIRROS

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Filiada à FRACAB e à CONAM

Outubro/2016 | Ano 20 | Nº 09 FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

Perfil

Um novo tempo para a comunidade Dona Marlene representa mais de 360 famílias que foram para o Loteamento Victorio Trez e região Marlene Carneiro de Jesus, 57 anos, mora no Loteamento Victorio Trez desde 2010. Foi eleita presidente da Associação de Moradores do Bairro (AMOB) local em 2015, mas sua dedicação à causa comunitária já vem de muito tempo. Ela lutava por melhores condições de vida desde quando morava no Fátima Baixa, nos anos 2000. Ela foi uma das defensoras da remoção das famílias que habitavam o antigo “Valão dos Braga”, região de Caxias que era conhecida pelos sucessivos alagamentos e baixa qualidade de vida. Por iniciativa própria se integrou como tesoureira na AMOB da comunidade, onde adquiriu conhecimentos e princípios característicos do seu trabalho. “Sempre tive de vontade de trabalhar para as pessoas, de poder ajudar meu semelhante. Sabia que existia uma AMOB, que existia um presidente de bairro, mas não sabia o significado disso. Chegada a Caxias

Foi por dias melhores que a líder comunitária veio para Caxias há cerca quarenta anos. Natural de Lagoa Vermelha, ela teve de lutar muito para conquistar a qualidade de vida que almejava na nova cidade. Ela passou por sucessivos empregos, em malharias, metalúrgicas e casas de famílias. A intensa dedicação ao trabalho rendeu frutos. Além de ter criado os seis filhos, Dona Marlene conquistou a casa própria no bairro Fátima, onde começou a se sensibilizar com os problemas da comunidade. “Víamos as famílias sofrerem e perderem tudo em função dos alagamentos. Eu também morava lá e muitas vezes perdi tudo o que tinha, porque a água levava”, descreve emocionada. E o problema sentido na própria pele foi uma das principais motivações que dona Marlene teve para se envolver com o movimento comunitário. Segundo ela, essa participa-

Líder comunitária comemora as recentes conquistas ção inicial no movimento comunitário trouxe grande aprendizado. “Fui conhecendo aos pouquinhos como funcionava cada secretaria (da prefeitura). Fui conhecendo as pessoas e ajudando a buscar as soluções junto com o presidente do bairro na época. Foi muito gratificante”, coloca. Postura Dona Marlene destaca que seu relacionamento com o poder público se dá principalmente através do diálogo. “Nada é fácil, mas com muita conversa, explicando a situação para as pessoas, conseguimos o objetivo. Se trata de um trabalho de formiguinha, mas é um trabalho que dá certo se sabemos trabalhar com o povo. Se levarmos com briga e discussão não conseguimos

nada”, avalia ela. E seu trato com a população se desenvolve de uma maneira ética. Conforme dona Marlene, a melhor maneira de prestar contas de seu trabalho na AMOB é por meio da sinceridade. "Temos de estar com os pés no chão e muito firmes daquilo que vamos passar para a comunidade, porque a comunidade não quer saber. Ela quer a melhoria. Se você entrou como presidente do bairro, você entrou para trabalhar, você tem que fazer alguma coisa”, observa. Victorio Trez As conquistas que Dona Marlene já obteve para o Loteamento Victorio Trez ainda são sutis, porém revelam o empenho dela à frente da AMOB. “Quando

assumi, foi com o compromisso de trazer algo para o bairro. Levei muitos ‘nãos’, ‘não há condições’, ‘não tem dinheiro’, mas graças a Deus nunca desisti”, descreve. Assim, as mais de 360 famílias já podem desfrutar de uma praça com brinquedos para as crianças recém-instalada, além de uma Horta Comunitária e da segurança proporcionada por um quebra-molas na principal avenida do bairro. “Eu também tinha o sonho de trazer algo para as crianças aqui do bairro até o final do ano. Perdi muito o sono pensando. Quando me chamaram, disseram: ‘olha, nós temos isto aqui para te oferecer. É pegar ou largar’. Eu disse: ‘vamos agarrar com as duas mãos’”, diz.

FOTOS: MÁRIO ANDRÉ COELHO

AMOBs EM AÇÃO

'Atendimento Itinerante' no Canyon O Centro Comunitário do bairro Canyon abriga desde julho deste ano uma importante ação que visa trazer mais qualidade de vida aos moradores do bairro. É o “Atendimento Itinerante”, que proporciona à comunidade assistência à saúde local a cada quinze dias, sempre nas quintas-feiras, a partir das 13h30. Por meio deste trabalho, são oferecidas ações de atenção básica à saúde, através da atuação de Agentes Comunitário de Saúde, profissionais da área de enfermagem, nutrição, clínico-geral e dentista. De acordo com o presidente do bairro Canyon, Marciano Corrêa, a localidade já comportaria a construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). No

entanto, enquanto a instalação do posto não se concretiza, o “Atendimento Itinerante” contribui também para desafogar a demanda da UBS Vila Ipê, que é a unidade de referência da comunidade do Canyon. “Esta ação foi uma conquista de nossa população como um todo”, enfatiza o líder comunitário Marciano. Ele destaca que, em média, são quase quarenta pessoas que procuram quinzenalmente o “Atendimento Itinerante”. “Tivemos um investimento de cerca de R$ 12 mil para reformar o Centro Comunitário. Assim ficamos

com um espaço mais adequado para este tipo de ação. Futuramente teremos a instalação de uma cadeira odontológica”, ressalta Marciano.


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