Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

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Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul

JORNAL DOS BAIRROS Maio/2016 | Ano 20 | Nº 03

Filiada à FRACAB e à CONAM

ASSISTÊNCIA

MAIS BELA COMUNITÁRIA

Centro Educativo Esperança está desativado PÁGINA

Confira entrevista com a simpatia Ingrid Bonatto PÁGINA

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ESPECIAL

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PERFIL

Os desafios da segurança pública em Caxias do Sul Com a colaboração da comunidade, autoridades apostam em novas estratégias para driblar dificuldades, como a falta de efetivo, equipamentos precários e baixa remuneração. Bairros querem mais núcleos de policiamento comunitário | Páginas 8 e 9

CONHEÇA A HISTÓRIA DO LÍDER VALDIR “NEGRÃO”, UM DOS COMUNITARISTAS MAIS QUERIDOS DA CIDADE Contracapa

FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Atenção comunitaristas: 31 de julho de 2016 é a data limite para reativação e fundação de Amobs Informações através dos números 3219.4281 (UAB) e 9686.5892 (Diretoria de Formação)


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JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016

EDITORIAL

Espaço do leitor

Uma nova cara ao seu JB

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ercebeu mudanças em nosso jornal? Pois é. Ousamos e mudamos. Da primeira à última página, você poderá perceber claramente um visual mais colorido, moderno e popular no Jornal dos Bairros. O esforço foi grande, mas através de uma nova diagramação conseguimos deixar o JB ainda mais atrativo aos olhos do leitor. Com essa proposta, as matérias estão mais objetivas e valorizadas. A dedicação não foi diferente com o conteúdo editorial do jornal. Na página 7, a notícia do fechamento de um centro educativo no bairro Montes Claros gera preocupação entre a comunidade. Acreditamos que, quando um serviço é passado do poder público a outras iniciativas filantrópicas, podemos nos perguntar para onde estão indo os recursos provenientes de nossos impostos. E mais: qual a real competência da administração pública quando o assunto é o cuidado assistencial a nossos jovens? Já nas páginas 8 e 9 trazemos uma matéria especial sobre segurança pública. Abordamos os esforços da Brigada Militar em aten-

der os anseios da comunidade, mesmo enfrentando as carências de sempre, em especial, o baixo efetivo da corporação. Dialogamos com algumas comunidades que já possuem o Policiamento Comunitário e outras, que, através de seu próprio empenho, conseguem driblar as dificuldades e garantir uma relativa tranquilidade aos seus bairros. Na seção bairros, poderão ser conferidas as principais necessidades das comunidades do Morada do Sol, Ballardin e Colina do Sol. Ah! Também não deixe de conhecer um pouco da história de Valdir “Negrão”, um líder comunitário pra lá de carismático, na contracapa do jornal. Queremos que você folheie à vontade seu JB, pois tem muito mais nessa edição. E, fique atento, pois neste mês, novos pontos de distribuição vão permitir que o jornal chegue às mãos também de um público que pode, em muito, ajudar na construção do movimento comunitário! Até à próxima!

Retrato do Cotidiano PAULA DA ROSA

Democracia, o poder que emana do povo Roberto Carlos Dias* Democracia. Que palavra é essa que entrou com força no nosso dia a dia nos tempos atuais? No contexto teórico, é uma expressão que vem do grego e significa: demo = povo e cracia = governo. Ou seja, um regime de governo que emana do povo e para o povo. Democracia é um sistema que permite ás pessoas a participar da vida política. A participação ocorre por meio de eleições, plebiscitos e referendos. Dentro de uma democracia, as pessoas possuem liberdade de expressão e de manifestações de suas opiniões. Apesar de ter surgido na Grécia Antiga, a Democracia foi pouco usada pelos países até o século XIX. Já no século XX, a Democracia passou a ser predominante no mundo. O Brasil é um exemplo desse regime, embora nossa Democracia seja muito jovem, com 31 anos. Esse regime no Brasil permitiu ao povo escolher seus representantes, como vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidente por meio de eleições. Quando tentam silenciar nossa voz e retirar nossos direitos, usando a repressão, estamos perdendo a Democracia. Lutar por moradia digna, saúde, educação, direitos trabalhistas e sociais é um exercício vital da Democracia. Quando esse poder nos é retirado, retrocedemos no tempo. O modelo de educação pública, por exemplo, passa por uma grave e aguda crise, em especial na rede estadual. Senão revertermos esse quadro, as consequências futuras serão gravíssimas. Escolas sucateadas, sem merenda, professores, material didático, giz, caneta e sem valorização dos docentes nos remeterá ao abismo nos campos do ensino e da aprendizagem. Alunos, pais e professores só podem ocupar escolas, como estamos assistindo no RS, e reivindicar melhorias e direitos quando há Democracia. A história marcará a educação dos nossos filhos sobre os fatos de agora com o processo de impeachment contra a primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Essa situação não pode enfraquecer lutas por mais espaços de igualdade entre homens e mulheres, negros, índios e comunidade LGBTs. *Roberto Carlos Dias é jornalista, historiador e pós-graduado em Jornalismo Político

Praticantes mirins de capoeira aos olhos de Paula da Rosa

Agenda comunitária 21/05 - 14h | Reunião de diretoria - UAB 21/05 - 19h30 | Abertura Campeonato Interbairros de Futsal - Enxutão 04/06 - 14h | Assembleia Geral - UAB 11/06 - 14h | Fórum dos Usuários - UAB

JORNAL DOS BAIRROS

EXPEDIENTE Veículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UAB Rua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo – 95080-000 – Caxias do Sul Filiada à FRACAB e à CONAM uab@gmail.com | Comercial: 54 9219.8267 Presidente: Flávio Antônio Fernandes Diretora de Imprensa e Comunicação: Paula da Rosa

Editor: Alan Matos MTb. 18.178 alan_juliano2000@hotmail.com Reportagem: Alan Matos Editoração e Design Gráfico: Viviane Martins Conselho Editorial: Antonio Pacheco de Oliveira, Flávio Fernandes, Joce Barbosa, Paula da Rosa, Paulo Sausen e Valdir Walter

E-mail: jornaldosbairroscx@gmail.com Telefone: 3238.5348 Tiragem: 8.000 exemplares Impressão: Grupo RBS Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.


Movimento

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ASSEMBLEIA GERAL

Líderes comunitários questionam vereadores Câmara vai aos Bairros foi uma das pautas de encontro mensal da UAB e lotou auditório da entidade A Assembleia Geral da União das Associações de Bairros (UAB), realizada dia 7 de maio, lotou o auditório da entidade. O encontro teve como uma das pautas, o projeto da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul “Câmara Vai aos Bairros”, no qual os vereadores entram em contato direto com a população em espaços comunitários. Na oportunidade, os vereadores se apresentaram e se colocaram à disposição para prestarem atendimento às demandas dos comunitaristas. Em seu pronunciamento, o presidente da UAB, Flávio Fernandes agradeceu a iniciativa do legislativo caxiense em realizar o projeto “Câmara vai aos Bairros” na

MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Comunitaristas tiveram oportunidade de se manifestarem demandas em frente aos vereadores

UAB. “Esta é uma grande iniciativa. Fizemos o convite em outra ocasião para que o projeto fosse realizado aqui na UAB, nesta que também é a casa do povo. Temos muito para elogiar este projeto”, enfatizou. O presidente da Câmara de Vereadores, Edi Carlos Pereira (PSB) salientou a importância da realização do “Câmara Vai aos Bairros em um local como a UAB. “Nada mais justo do que encaminhar todas as solicitações através dos presidentes de bairros. Aqui é o local certo, pois a UAB representa os moradores dos bairros. Aqui as pessoas trazem as reivindicações. O povo tem que cobrar, nós temos que ouvir”, afirmou.

CONFIRA ALGUMAS MANIFESTAÇÕES:

“O prefeito Alceu teve coragem de priorizar o transporte público. Olhem a magnitude da obra que foi feita e os bairros que estão sendo contemplados” (Paulo Kovaleski,bairro Caravaggio II) “O SIM Caxias está indo muito bem. Em nome da região Kaiser, gostaria que reestudassem a parada que é feita no Ópera pelo ônibus da linha vermelha (troncal. Por quê para no Ópera não na parada do Hospital Pompéia?” (Cleusa Moraes, secretária-geral da UAB) “Os moradores têm que entender que quando havia duas faixas para carros, um estacionamento e outra faixa para ônibus, ninguém criticava. Agora, que tem duas para ônibus e duas para carros estão dando-lhe pau. O que é isso?” (Edson Stecanella, bairro São Salvador) “O SIM Caxias tinha projeto que outros fizeram. Eles só botaram em prática. Não foi só esse prefeito. Várias pessoas têm que ser elogiadas. O SIM Caxias veio de onde? Quem fez? Foi Caxias, a prefeitura? Ou veio dinheiro do governo federal?” (Vilma de Oliveira Leite, diretora da Terceira Idade da UAB) “Estão sendo feitos ajustes. Está indo muito bem um projeto que começou pelo então prefeito Pepe Vargas e que nosso prefeito está encerrando. está funcionando. Precisa de uma linha a mais no centro.” (Cláudio de Carvalho, bairro Recanto dos Pássaros)

Sobre a atuação dos vereadores: “Quais foram os projetos de lei criados e aprovados pelos vereadores que tiveram grande impacto e retorno à sociedade? Em função da crise, quais as medidas que o legislativo está encaminhando para amenizar os impactos do desemprego e quais os projetos que têm relação ao desenvolvimento econômico da cidade?” (Paula da Rosa, diretora de Comunicação e Imprensa da UAB) “Gostaria que as sessões da Câmara fossem de menos degladiações e mais envolvimento com o povo. Às vezes me sinto envergonhada de assistir as sessões. A baixaria que acontece é lamentável. Precisamos nos respeitar. Na Câmara tem gente que faz carreira. Gostaria que vocês (vereadores) tivessem mais projetos para o povo.” (Joce Barbosa, diretora de Formação da UAB) “Não vão nas comunidades oferecer coisas que não serão cumpridas. Muitos vereadores vão lá e prometem ruas. Ruas não são com vereadores. São encaminhadas pelo Orçamento Comunitário. Tentamos unir a comunidade e os vereadores tentam dividir a comunidade. Eles põem seus cabos eleitorais lá. (Alexandre Silva, bairro Vale da Esperança) “Quero dizer aos vereadores frequentem também a UAB, porque têm que saber os problemas que existem. Vi poucos aqui elogiarem a administração. “ (Luiz Pizetti, presidente de honra da UAB)

Sobre regularização fundiária:

Sobre o SIM Caxias:

Sobre o Orçamento Comunitário (OC): “Gostaria de pedir para os vereadores e vereadoras, que fizessem um pedido de informações sobre as obras do orçamento comunitário. Nós temos obras de 2011, com verbas acumuladas para fazermos pavimentações de menos de 300 metros. Na última reunião do OC, o representante da prefeitura nos afirmou que tínhamos R$ 348 mil e essa verba é suficiente para a pavimentação prioritária desses trechos. Nas últimas vezes que nós fomos no OC, nos disseram que as obras só sairiam se fossem comunitárias. Por quê esperaram cinco anos pra dizerem isso?” (Maria Claudete, bairro Rosário II) “O governo Alceu teve uma preocupação muito grande com a saúde educação. O OC sempre respeitou todas as demandas. Aliás, todas as secretarias a pedido do prefeito têm respeitado as demandas de vocês (comunitaristas). Pavimentamos 132 ruas. Não deu para fazer tudo. Não vai dar pra fazer tudo nesse governo. Até porque os recursos estão menores, escassos. Vamos acolher todas as demandas. Vamos fazer o saneamento de 12 ruas nos próximos meses. Vi vários questionamentos sobre loteamentos irregulares, embargados. O Executivo está se reunindo com várias secretarias há muitos meses para criarmos uma Coordenadoria de Regularização. Não é possível que todos os governos que vieram esbarraram na burocracia. Então teremos uma Coordenadoria de Regularização para abreviarmos muitas questões que estão acontecendo na cidade.” (José Dambroz, coordenador do Orçamento Comunitário)

“Gostaria de convidar os vereadores para a luta da regularização fundiária. quando fui vereador foi apontado que mais de 96 locais irregulares. Acho que a casa legislativa tem não só o dever e o direito de ajudar essas comunidades porque entra e sai vereador, entra e sai prefeito,a desculpa sempre é a mesma. Está na hora de mais vereadores se agregarem para termos um resultado positivo.” (Cassiano

Fontana, bairro Altos de Galópolis) “Gostaria de pedir aos nossos vereadores que apresentem projetos que realmente precisem. Principalmente para as comunidades que estejam irregulares. Temos que regularizar estes bairros. “ (Valdir Walter, diretor de Participação Popular da UAB


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Religião

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CELEBRAÇÃO

Mais de 400 pessoas participam de Procissão Ecumênica Evento reúne fiéis e simpatizantes da Umbanda, além de adoradores de São Jorge Ogum Caxias do Sul reuniu no doConforme um dos diretomingo, dia 24 de abril, aproxi- res do Departamento Ecumêmadamente 400 pessoas na Pro- nico da União das Associações cissão Ecumênica a Ogum. É a de Bairros (UAB), que também terceira edição da celebração na é cacique de Umbanda e Babacidade, que ocorreu no centro lorixá, Luis Carlos de Mello, a da cidade. Durante o evento, fo- cada celebração é demonstrada ram entoadas rezas cantadas em a força da Umbanda no municíhomenagem a orixás africanos. pio. “Estamos mostrando o nosso Depois de momentos de ora- verdadeiro trabalho, que é passação na praça Dante Alighieri, o do de geração a geração. Caxias grupo saiu em do Sul merece procissão pela e é com união Rua Pinheie participação ro Machado que a cada ano Estamos mostrando e retornou estamos reuo nosso verdadeiro à praça pela nindo centenas trabalho, que é Rua Sinimbu. de pessoas em passado de geração Os princinossos evena geração pais objetivos tos”, avalia. Luis Carlos de Mello do evento, orAinda conganizado pela forme Luis CoordenadoCarlos, as proria de Igualdade Racial do muni- cissões reúnem pessoas que não cípio, em parceria com a Associa- têm a mesma religião, o que é ção dos Alabês de Caxias do Sul considerado positivo. “Estávae apoio do Departamento Ecu- mos em um grande número de mênico da União das Associações praticantes e contamos também de Bairros (UAB), foi promover com pessoas que não cultuam o a religião Afro Umbandista em mesmo credo, mas adoram São Caxias do Sul e homenagear o Jorge Ogum. Estamos no camipadroeiro da cidade, “Ogum”. nho certo”, comenta.

Crescimento da Umbanda O crescimento da Umbanda em Caxias do Sul é uma tendência, segundo Luis Carlos. “Caxias do Sul é a 2ª maior cidade com casas abertas do Rio Grande Sul. Contamos hoje com mais de 660

casas e muitos adeptos. A tendência é só crescer, pois nossa religião tem também um lado social. Apoiamos quem chega às nossas casas e também fazemos diversos eventos beneficentes”, aponta.

FOTOS MUITO AXÉ, DIVULGAÇÃO

Homenagem a Ogum reuniu centenas de pessoas no centro da cidade

QUEM É OGUM? Ogum, conhecido na igreja católica como São Jorge, é uma antiga divindade yorubá, senhor da guerra e do ferro, privilegiado com o dom de dominar os metais. Foi um dos primeiros Orixás a descer para a terra e encontrar habitação adequada para os humanos no futuro. Trabalhava dia e noite em sua forja para servir todos os humanos. Suas mãos hábeis transformaram tudo que foi colocado diante dele. Sua capacidade de criar surpreendeu os outros Orixás. Ogum também é ligado à agricultura, mas no Brasil é mais conhecido como deus dos guerreiros. Ogum, além de ser deus da metalurgia e da tecnologia, é o patrono da força produtiva que retrabalha a natureza, que transforma através do calor e das repetidas batidas um mineral bruto (ferro) no aço laminado e suas manifestações práticas (como lança e escudo), aplicadas por extensão, a qualquer transformação que o homem provoca na natureza para deixá-la, produtivamente, à sua disposição.


Política

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GOVERNO INTERINO

Ministério de Temer motiva críticas Nova composição política do executivo federal gera descontentamento em vários setores da sociedade A gestão já se iniciou, mas a composição do ministério de Temer ainda causa dor de cabeça para o novo presidente do Brasil, Michel Temer (PMDB). Com sete ministros citados pela Operação Lava Jato da Polícia Federal e sem negros nem mulheres no primeiro escalão, o governo interino segue motivando críticas e protestos em vários setores da sociedade brasileira. Uma das ações mais recentes que também gerou uma onda de críticas, foi a extinção do Ministério da Cultura (MinC) - como parte da medida de corte de cargos no governo federal implementada pelo presidente, que reduziu o número de ministérios de 32 para 23. Manifestações da classe artística consideram que a su-

FLAVIO RODRIGUES POZZEBOM, AGENCIA BRASIL, DIVULGAÇÃO

tornar réus. “Quem é investigado pela Operação Lava Jato não pode ser ministro de Estado, sob o risco de ameaçar a chance que o Brasil tem de trilhar melhores rumos. Faço o alerta de que a nomeação de investigados contraria os anseios da sociedade e não deveria ser feita”, disse Lamachia em nota.

Artistas Michel Temer tem ministros citados na Operação Lava Jato pressão da pasta foi um grande retrocesso para o país.

OAB O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, criticou a

nomeação de ministros investigados ou citados na Operação Lava Jato pelo presidente interino, Michel Temer, e disse que poderá avaliar o uso de instrumentos jurídicos para pedir o afastamento de ministros que venham a se

Vários segmentos da sociedade ligados à arte e a cultura se mobilizaram contra a extinção do MinC - que havia se emancipado do Ministério da Educação em 1985, durante o governo de José Sarney. Desde o anúncio da medida, artistas realizaram vários atos pelo Brasil, inclusive com ocupa-

ções a órgãos ligados à antiga pasta. Cerca de 60 pessoas estão acamparam na noite do dia 16 de maio a sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte) em Belo Horizonte em protesto contra o afastamento de Dilma Roussef da Presidência da República e contra o governo do presidente interino Michel Temer. No Rio de Janeiro, o Palácio Gustavo Capanema, sede da extinta pasta e da Funarte, foi tomada por centenas de manifestantes nesta manhã. No dia 13 de maio, cerca de 30 artistas ocuparam, em Curitiba, a sede do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Manifestantes também se mobilizam para um ato na representação da Funarte em Recife.

ANÁLISE/ELEIÇÕES MUNICIPAIS

O prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT) utilizou o Salão Nobre do Centro Administrativo Municipal, na manhã do dia 6 de maio para anunciar que não concorrerá à reeleição. Os motivos são, segundo ele, a dedicação à família e a coerência com seu posicionamento sustentado há tempos de ser contrário à reeleição. Com a decisão, o quadro político para a sucessão da prefeitura, mudou significativamente.

O chefe do Executivo defendeu, durante seu anúncio, o nome de Edson Nespolo (PDT) - atual presidente da Festa da Uva como seu candidato.

Novos caminhos Um dos fatores que pesarão nas eleições municipais é a manutenção da base governista, de 19 partidos, que se tornou desafiante. O PR - que foi tomado de assalto pelo vereador Renato

Nunes - já saiu da base do governo e junto com o PRB terão candidato a prefeito. O PCdoB também saiu da base e terá candidato. Recentemente o PEN tomou o mesmo caminho e vai se coligar com PRB e PR. Uma mudança na lei eleitoral deverá influenciar também o caminho de várias siglas que contribuíram para mais tempo de televisão e rádio na campanha eleitoral de 2013. Segundo a nova legislação, apenas os seis maiores parti-

dos da coligação contam no cálculo do tempo. Isso fará com que o poder de negociação com muitos partidos fique comprometido. Também o PP, que já sinalizava com vontade de lançar um candidato, pode confirmar essa tendência. Por fim, o PMDB, partido do governador José Ivo Sartori, pode lançar candidato próprio – Antônio Feldmann ou Mauro Pereira – desconstituindo a dobradinha com o PDT.

ÍCARO DE CAMPOS, DIVULGAÇÃO

Alceu não concorre e muda cenário


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Inclusão

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CURSOS DE CAPACITAÇÃO

UAB tem novo Telecentro de Informática Espaço reformado possibilita aprendizado digital Um novíssimo Telecentro de Informática, à disposição da comunidade caxiense, está instalado na União das Associações de Bairros. Inaugurado no dia 19 de abril, o espaço possui dez novos computadores acompanhados de mobiliário moderno. Os recursos utilizados para a aquisição dos equipamentos são provenientes do convênio que a entidade mantém com a prefeitura. A solenidade de entrega contou com a presença do prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho, do secretário do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego (SDETE), Francisco Spiandorello, da coordenadora dos Centros de Inclusão Digital (CIADS) na SDETE, Tânia Suzin, do presidente do Legislativo, vereador Edi Carlos Pereira de Souza, o presidente de honra da UAB, Luis Pizzetti. Além disso, se fizeram presentes alunos e ex-alunos do Telecentro e integrantes do movimento comunitário. De acordo com o presidente da UAB, Flávio Fernandes, a nova sala é fruto de um investimento realizado com cautela. “Pesquisamos muito para adquirir os novos equipamentos e mobiliário, porque sabemos que são recursos públicos, que devem ser usados com sabedoria. E é nessa sabedoria que estamos investindo com esse Telecentro”, destaca. O prefeito destacou a importância de inaugurar um laboratório de informática. “Conhecimento é poder. Quanto mais informação tivermos, mais conhecimento e concepção das coisas vamos ter. A importância disso é dar acesso às pessoas que não tem condições de pagar um curso em uma escola particular. Nosso papel está sendo cumprido, por isso valorizo muito esse tipo de ação. O significado desse espaço para os alunos é imenso”, afirma.

MÁRIO ANDRÉ COELHO

Facilidades

Instalações de Centro de Inclusão Digital foram reinauguradas dia 19 de abril

‘Desejo falar pela tela do computador’ Cenira Lopes, 63 anos, ficou sabendo dos cursos de informática na UAB através de uma amiga. Cuidadora de idosos, ela já tinha iniciado as aulas em 2015, no entanto não concluiu o curso por causa de sua atividade profissional. Ela diz que se empolga com a possibilidade de conversar com pessoas através da internet. Tenho irmãos que moram no exterior. Desejo falar com eles pela tela do computador”, diz. Para Cenira é muito importante a disponibilidade de estudar informática gratuitamente. “Falei para familiares sobre fazer cursos gratuitos de computação. Todos ficaram encantados com a ideia, afirma”.

‘Vou compartilhar o aprendizado’ Foi através de um amigo que já trabalha no movimento comunitário que Marizete Pereira, 43 anos, ficou sabendo dos cursos de informática oferecidos pela UAB. Ela, que é autônoma, garante que levará os conhecimentos adquiridos a outras pessoas. “Cuido de um grupo da terceira idade e compartilharei o aprendizado com eles”, assegura. Conforme Marizete, que recém comprou um notebook, para o aproveitamento do curso, é necessário esforço também por parte dos alunos. “Deve haver interesse em querer aprender”, frisa.‘Vou compartilhar o aprendizado’, diz.

‘Usarei informática no cotidiano’ Uma das diretoras da 3ª Idade da UAB, Vilma de Oliveira Leite, 55 anos, viu no curso de informática, uma oportunidade única de aprender conteúdos que serão úteis para seu trabalho no movimento comunitário. “Não tinha nenhum conhecimento, não sabia nem o básico. Agora usarei informática no cotidiano”, fala. Vilma ainda diz que já possuía computador em casa, mas que dependia de outras pessoas para usar. “Agora estou muito alegre. O curso é muito importante para todas as pessoas que não têm acesso, tanto da terceira idade, como também os jovens”, enfatiza.

A diretora de Inclusão Digital da UAB, Juliana Maciel, enfatiza as facilidades e os benefícios que os alunos têm ao realizarem o curso. “Todo o curso é gratuito. As pessoas devem apenas ligar para a UAB. Também está aberto aos líderes comunitários para que tirem dúvidas ou façam trabalhos com o auxílio da professora”, informa. Juliana também diz que as novas instalações de informática na UAB foram realizadas levando em consideração os valores mais acessíveis. “Fizemos vários orçamentos para que os valores fossem otimizados”, explica. O telecentro de informática da UAB foi idealizado e inaugurado ainda em 2008 com o objetivo de oportunizar aos cidadãos, acesso à inclusão digital. Por meio de recursos municipais, os novos equipamentos proporcionarão mais qualidades aos cursos oferecidos na sede da entidade.

COMO FAZER INFORMÁTICA NA UAB O Centro de Inclusão Digital da União das Associações de Bairros (UAB) oferece à toda a comunidade (pessoas acima de 12 anos) cursos de informática gratuitos, incluindo os programas Word (editor de texto), Excel (planilha eletrônica), Power Point (apresentação de slides) e internet (navegação). Para inscrever-se, basta ligar para a UAB pelo fone (54).3219.4281. A cada dois meses são formadas novas turmas, totalizando 36 vagas. O curso é ministrado de segunda à sexta-feira, na entidade. Novas vagas serão abertas para o mês de junho.


Assistência Social

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FECHADO PARA REFORMAS

Centro Educativo Esperança está desativado O antigo Centro Educativo Alda Lundgren, o pátio do CenEsperança, localizado no bairro tro alagava e o prédio tinha infilMontes Claros, na região sul da trações. “O prédio era praticacidade, está fechado. Isto porque mente igual à casa deles”, compao prédio que abrigava o serviço ra. Alda esclarece que o remaneestava quase sem condições de jamento das crianças e adolescenatender os 30 jovens de 6 a 15 tes foi oferecido à toda a comuanos matriculados nas atividades nidade que usufruía do Centro. da instituição. O serviço oferecia “Todos tiveram essa oportunidaoficinas de tede”, afirma. atro, música, Ainda secanto, artesagundo Alda, nato, literatuem uma reuO prédio era ra duas a três nião realizapraticamente vezes por seda na primeiigual à casa mana. ra quinzena de deles Praticamarço, as famente todas mílias foram Alda Lundgren as crianças e avisadas de adolescentes que o serviço foram direcioseria transfenados pela Fundação de Assis- rido temporariamente. “Muitos tência Social (FAS) à Casa do não compareceram. Isso é de resAdolescente, da Legião Francis- ponsabilidade da família”, esclacana de Apoio aos Necessitados rece. “Alguns não estavam mais (Lefan), no bairro Consolação e frequentando o centro educativo também ao Centro SOS Vida, no e outros simplesmente não quibairro Jardelino Ramos, mantido seram mais as vagas”, acrescenpelo Conselho Municipal dos ta. Conforme a diretora, o novo Direitos da Criança e do Ado- prédio será ampliado e o pátio, lescente (COMDICA). consertado. No entanto, as noDe acordo com a diretora de vas instalações não têm previsão proteção social básica da FAS, de serem entregues.

FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Serviço atendia a jovens em situação de risco no bairro Montes Claros. Crianças e adolescentes foram direcionadas a outras instituições

Atualmente desativado, Centro Esperança não tem previsão de data para ser reaberto

CONTRAPONTO O diretor do departamento da Criança e Adolescente da União das Associações de Bairros (UAB), Claudiomiro Paim, atribui o fechamento do Centro Esperança à falta de repasse de verbas para a área assistencial por parte do município, estado e do governo federal. “Se o município não recebe estas verbas, não há como manter o serviço. O município já tem uma carga muito grande, mantendo praticamente sozinho a saúde e ajudando na segurança pública. Estes recursos sobrariam se o governo do Estado e o governo federal fizessem a parte deles”, afirma.

Comunidade elogia Centro de Convivência no Salgado Filho Localizado na mesma região que o Centro Esperança, outro serviço de assistência de Caxias do Sul motiva elogios da comunidade. Administrado pela Lefan e com capacidade para atender 30 usuários no turno da manhã e 30 usuários no turno da tarde, o Centro de Convivência Capuchinhos (CCC) atende a idosos na modalidade “Centro Dia”. O atendimento do Centro Capuchinhos consiste no acompanhamento ao idoso e sua família, no enfrentamento de situações de violações de direitos para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários. “Sabemos que se trata de uma entidade filantrópica, sendo que os idosos lá são bem tratados,

com profissionais especializados e que valorizam seu bem-estar, ao contrário do modelo privado, que visa fins lucrativos”, ressalta a diretora do departamento de Terceira Idade, Vilma Oliveira Leite. No CCC, os idosos recebem atendimento de uma equipe multidisciplinar nas áreas de psicologia, assistência social, terapia ocupacional, além de atividades socioeducativas e socioculturais. O serviço é mantido com recursos da Associação Literária São Boaventura, doações de pessoas físicas e jurídicas, voluntários, eventos e recursos do Fundo Municipal do Idoso. O CCC está localizado na Rua Eugênio Nicoletti, nº 878, Bairro São Caetano.


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Especial

JORNAL DOS BAIRROS

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FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

SEGURANÇA PÚBLICA

Confira os núcleos

Os desafios do policiamento comunitário

- Exposição - Lourdes - Sagrada Família - Petrópolis - Bela Vista - Santa Catarina - São Pelegrino

M

O QUE É O COMANDO ITINERANTE? O Comando Itinerante é uma nova estratégia do 12º BPM para fortalecer o vínculo com a comunidade. Em sua 2ª edição, realizada na região do bairro Cruzeiro, foram deslocados 33 policiais para a comunidade. Durante todo o dia, eles patrulharam o bairro a pé, com viaturas, a cavalo ou de bicicleta. Conforme o comandante Buss, essa também é uma forma de aproximação do comando da corporação com a população. Os bairros escolhidos para ação são aqueles em que os índices de criminalidade vem aumentando.

exercida através das associações de moradores (AMOBs) e da União das Associações de Bairros (UAB)”, afirma. Para Buss, a possibilidade dos PMs morarem em determinadas comunidades, facilitam sua identificação com a comunidade. “Com efeito, o fato de um Policial Militar residir e trabalhar em um determinado bairro ou comunidade proporciona uma inserção muito mais significativa deste profissional à realidade daquele lugar e pessoas, tornando-o empático e sensível às demandas locais”, analisa.

Comando da BM tem implementado novas estratégias para driblar dificuldades da corporação, como falta de efetivo, equipamentos precários e baixos salários

Boa relação com a BM no Solar do Prado

Novas estratégias A necessidade de mais núcleos da Polícia Comunitária na cidade é defendida por muitos líderes comunitários. Apesar disso, o comando da Brigada Militar (BM) tem apostado em um novo instrumento e aproximação com a comunidade: o Comando Itinerante. Em sua 2ª edição, a estratégia se baseia em levar um grande efetivo à determinada comunidade de Caxias do Sul que tenha índices de criminalidade em elevação durante um dia para realizarem patrulhamento e intervenções locais.

- Serrano - Desvio Rizzo - Planalto - Fátima - Esplanada - Ana Rech - Forqueta

- Vila Cristina - Fazenda Souza - Vila Seca - 1ª Cia - 2ª Cia

Poucas alternativas discutidas em audiência pública

Comunidade anseia por mais núcleos. Comando da Brigada Militar aposta em novas estratégias para fortalecer vínculos com a comunidade uitos dos problemas crônicos vividos pela Segurança Pública no estado do Rio Grande do Sul já são conhecidos de todos: falta de efetivo, equipamentos precários, baixa remuneração, entre outros. No entanto, um dos instrumentos que vem sendo utilizado pela população e pela Brigada Militar (BM) em Caxias do Sul para combater a criminalidade, mesmo com estas dificuldades, é o Policiamento Comunitário. Exercido em 26 bairros de Caxias do Sul, O modelo permite que policiais militares residam nas comunidades e bairros onde atuam conhecendo melhor a realidade local e interagindo com a população. Isto é viabilizado através de um convênio em que o município arca com o aluguel. Mas além da residêcia em sua área de trabalho, os desafios para a implantação e o êxito do Policiamento Comunitário nos bairros da cidade passam pelo envolvimento da comunidade e participação popular. Ao menos é o que assegura o comandante do 12ª Batalhão da Polícia Militar (BPM), Ronaldo Buss. “A Polícia Comunitária se desenvolve em comunidades cujas características possibilitam a interação, em regiões onde predominam populações residentes, e onde a participação popular é mais efetiva,

- Floresta - Rio Branco - Santa Lúcia - Cruzeiro - Cinquentenário - Universitário - Marechal Floriano

Plenária debate segurança no São José Mais uma comunidade que anseia por um núcleo de policiamento comunitário na cidade, o bairro São José se encontra em mobilização constante pela segurança pública. Exemplo disto foi uma reunião organizada pela Associação de Moradores do Bairro (AMOB), com representantes da Brigada Militar (BM) em meados de abril. O encontro reuniu cerca de 150 pessoas motivadas pela ocorrência preocupante de assaltos, furtos e outros delitos no bairro e nas redondezas. “Essa reunião foi o resultado de várias demandas da população inconformada com a situação. Mobilizamos toda a comunidade, igrejas, escolas, clubes de mães, empresas, comércio e outras lideranças da região, além de representantes do governo”, relata o presidente da AMOB São José, Ivan Froes. Entre os encaminhamentos da reunião, ficou acertada maior vigilância nos redores da Escola Estadual de Ensino Médio Evaristo de Antoni, no posto de saúde São José e em outros pontos críticos do bairro. Para Ivan Froes, a responsabilidade sobre segurança pública também está com a população. “A responsabilidade não é só das entidades representativas e sim de todos que compõem a comunidade”, enfatiza.

Pouca participação comunitária, furtos e arrombamentos a sobrados e apartamentos eram o desafio do bairro Solar do Prado. Sem que os moradores quisessem identificar os infratores,a situação só se agravava entre a comunidade. Conforme a presidente do bairro, Osmarina Braghini, foram necessários alguns poucos encontros com o comando da Brigada Militar para que um policiamento mais efetivo fosse realizado no bairro. “As ocorrências diminuíram graças ao estreitamento das relações com a BM. O bairro tem que contribuir, ter conhecimento de causa e apoiar”, enfatiza Osmarina. Conforme ela, hoje há três policiais que atendem o bairro e há uma relação de cooperação entre a comunidade e os soldados. “Já fizemos um almoço beneficente para a compra de equipamentos. Na época, conseguimos cerca de R$ 2 mil e 500 para a compra de capacetes, luvas, telefones”, descreve a líder do bairro. DIVULGAÇÃO

Núcleo não funciona no Planalto Frente Roubos, assaltos e tráfico de drogas em alguns pontos do bairro têm se tornado rotina entre os moradores do bairro Planalto Frente. É o que assegura Eoci Ribeiro, presidente da AMOB local. Para ele, o núcleo de policiamento comunitário, implantado ainda em 2014 no bairro, não tem funcionado como deveria. “Vimos funcionar durante os dois primeiros meses, depois não se viu mais os policiais por lá. Os moradores ligam, ligam e ninguém atende”, descreve. O núcleo de policiamento do bairro Planalto deveria atender os bairros Planalto, São Victor, Vila Mari, Coesp, Vitória, Monte Reale, Pinho Verde e Assunção abrangendo uma população de aproximadamente 25 mil pessoas. “Não sabemos mais se o núcleo está em operação. A impressão é a de que não está”, diz Ribeiro.

A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores promoveu, na tarde do dia 16 de maio, a audiência pública “Segurança: Diagnósticos e Alternativas”. O encontro reuniu o chefe do Comando de Policiamento Ostensivo da Serra (CRPO/ Serra), Antonio Osmar da Silva, a juíza Milene Dal Bó, o secretário municipal da Segurança José Francisco Barden, o comandante do 12° Batalhão de Polícia Militar, Ronaldo Buss e o delegado Marcelo Grolli. Entre as manifestações, foram apontadas poucas alternativas para os desafios na área da segurança que Caxias apresenta. “Sabemos que a segurança pública é o último elo. Quando as coisas não dão certo, estouram na segurança. Por isso, trabalhamos na prevenção”, afirmou Barden. “Tivemos 4 mil pessoas que ingressaram no universo prisional. Estamos estudando a instituição de uma central de penas alternativas”, declarou a juíza Milene. Para um possível diagnóstico da área da segurança, o comandante Buss trouxe números. “Caxias do Sul é a 9ª colocada no estado na taxa de homicídios. Atendemos 33 mil chamados de ocorrências por mês. A população de Caxias do Sul aumenta

oito mil pessoas por ano. Por isto, temos ações repressivas significativas”, disse. “Pensamos que o estado não tem conseguido reprimir aquele indivíduo que fez do crime o seu meio de vida. O perfil do criminoso é do bandido profissional, que faz cálculos de eventuais prisões que aconteçam com ele. Ele acha que mesmo se for preso, ainda assim valerá a pena”, avaliou o delegado Marcelo Grolli. “Sabe-se das limitações de efetivos, dos salários parcelados. Nossos homens fazem mais com muito menos. Estamos trabalhando com muito mais criatividade, sem sermos aventureiros”, elogiou o chefe do CRPO/Serra, Antônio Osmar. Para o presidente da Comissão, vereador Rodrigo Beltrão (PT), o saldo da audiência foi positivo. “Tivemos uma ocasião de aproximação das instituições que tratam da segurança pública com a comunidade. Percebemos que o comando do 12° BPM possui o espírito comunitário, mesmo reconhecendo as dificuldades da falta de efetivo. A crítica cabe ao representante do estado na reunião, o chefe do CRPO/Serra, que não sinalizou com mais efetivo para a cidade, nem horas-extras e ficou no terreno da filosofia”, avalia.

Houveram poucas propostas concretas em encontro


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Especial

JORNAL DOS BAIRROS

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| Maio 2016 |

FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

SEGURANÇA PÚBLICA

Confira os núcleos

Os desafios do policiamento comunitário

- Exposição - Lourdes - Sagrada Família - Petrópolis - Bela Vista - Santa Catarina - São Pelegrino

M

O QUE É O COMANDO ITINERANTE? O Comando Itinerante é uma nova estratégia do 12º BPM para fortalecer o vínculo com a comunidade. Em sua 2ª edição, realizada na região do bairro Cruzeiro, foram deslocados 33 policiais para a comunidade. Durante todo o dia, eles patrulharam o bairro a pé, com viaturas, a cavalo ou de bicicleta. Conforme o comandante Buss, essa também é uma forma de aproximação do comando da corporação com a população. Os bairros escolhidos para ação são aqueles em que os índices de criminalidade vem aumentando.

exercida através das associações de moradores (AMOBs) e da União das Associações de Bairros (UAB)”, afirma. Para Buss, a possibilidade dos PMs morarem em determinadas comunidades, facilitam sua identificação com a comunidade. “Com efeito, o fato de um Policial Militar residir e trabalhar em um determinado bairro ou comunidade proporciona uma inserção muito mais significativa deste profissional à realidade daquele lugar e pessoas, tornando-o empático e sensível às demandas locais”, analisa.

Comando da BM tem implementado novas estratégias para driblar dificuldades da corporação, como falta de efetivo, equipamentos precários e baixos salários

Boa relação com a BM no Solar do Prado

Novas estratégias A necessidade de mais núcleos da Polícia Comunitária na cidade é defendida por muitos líderes comunitários. Apesar disso, o comando da Brigada Militar (BM) tem apostado em um novo instrumento e aproximação com a comunidade: o Comando Itinerante. Em sua 2ª edição, a estratégia se baseia em levar um grande efetivo à determinada comunidade de Caxias do Sul que tenha índices de criminalidade em elevação durante um dia para realizarem patrulhamento e intervenções locais.

- Serrano - Desvio Rizzo - Planalto - Fátima - Esplanada - Ana Rech - Forqueta

- Vila Cristina - Fazenda Souza - Vila Seca - 1ª Cia - 2ª Cia

Poucas alternativas discutidas em audiência pública

Comunidade anseia por mais núcleos. Comando da Brigada Militar aposta em novas estratégias para fortalecer vínculos com a comunidade uitos dos problemas crônicos vividos pela Segurança Pública no estado do Rio Grande do Sul já são conhecidos de todos: falta de efetivo, equipamentos precários, baixa remuneração, entre outros. No entanto, um dos instrumentos que vem sendo utilizado pela população e pela Brigada Militar (BM) em Caxias do Sul para combater a criminalidade, mesmo com estas dificuldades, é o Policiamento Comunitário. Exercido em 26 bairros de Caxias do Sul, O modelo permite que policiais militares residam nas comunidades e bairros onde atuam conhecendo melhor a realidade local e interagindo com a população. Isto é viabilizado através de um convênio em que o município arca com o aluguel. Mas além da residêcia em sua área de trabalho, os desafios para a implantação e o êxito do Policiamento Comunitário nos bairros da cidade passam pelo envolvimento da comunidade e participação popular. Ao menos é o que assegura o comandante do 12ª Batalhão da Polícia Militar (BPM), Ronaldo Buss. “A Polícia Comunitária se desenvolve em comunidades cujas características possibilitam a interação, em regiões onde predominam populações residentes, e onde a participação popular é mais efetiva,

- Floresta - Rio Branco - Santa Lúcia - Cruzeiro - Cinquentenário - Universitário - Marechal Floriano

Plenária debate segurança no São José Mais uma comunidade que anseia por um núcleo de policiamento comunitário na cidade, o bairro São José se encontra em mobilização constante pela segurança pública. Exemplo disto foi uma reunião organizada pela Associação de Moradores do Bairro (AMOB), com representantes da Brigada Militar (BM) em meados de abril. O encontro reuniu cerca de 150 pessoas motivadas pela ocorrência preocupante de assaltos, furtos e outros delitos no bairro e nas redondezas. “Essa reunião foi o resultado de várias demandas da população inconformada com a situação. Mobilizamos toda a comunidade, igrejas, escolas, clubes de mães, empresas, comércio e outras lideranças da região, além de representantes do governo”, relata o presidente da AMOB São José, Ivan Froes. Entre os encaminhamentos da reunião, ficou acertada maior vigilância nos redores da Escola Estadual de Ensino Médio Evaristo de Antoni, no posto de saúde São José e em outros pontos críticos do bairro. Para Ivan Froes, a responsabilidade sobre segurança pública também está com a população. “A responsabilidade não é só das entidades representativas e sim de todos que compõem a comunidade”, enfatiza.

Pouca participação comunitária, furtos e arrombamentos a sobrados e apartamentos eram o desafio do bairro Solar do Prado. Sem que os moradores quisessem identificar os infratores,a situação só se agravava entre a comunidade. Conforme a presidente do bairro, Osmarina Braghini, foram necessários alguns poucos encontros com o comando da Brigada Militar para que um policiamento mais efetivo fosse realizado no bairro. “As ocorrências diminuíram graças ao estreitamento das relações com a BM. O bairro tem que contribuir, ter conhecimento de causa e apoiar”, enfatiza Osmarina. Conforme ela, hoje há três policiais que atendem o bairro e há uma relação de cooperação entre a comunidade e os soldados. “Já fizemos um almoço beneficente para a compra de equipamentos. Na época, conseguimos cerca de R$ 2 mil e 500 para a compra de capacetes, luvas, telefones”, descreve a líder do bairro. DIVULGAÇÃO

Núcleo não funciona no Planalto Frente Roubos, assaltos e tráfico de drogas em alguns pontos do bairro têm se tornado rotina entre os moradores do bairro Planalto Frente. É o que assegura Eoci Ribeiro, presidente da AMOB local. Para ele, o núcleo de policiamento comunitário, implantado ainda em 2014 no bairro, não tem funcionado como deveria. “Vimos funcionar durante os dois primeiros meses, depois não se viu mais os policiais por lá. Os moradores ligam, ligam e ninguém atende”, descreve. O núcleo de policiamento do bairro Planalto deveria atender os bairros Planalto, São Victor, Vila Mari, Coesp, Vitória, Monte Reale, Pinho Verde e Assunção abrangendo uma população de aproximadamente 25 mil pessoas. “Não sabemos mais se o núcleo está em operação. A impressão é a de que não está”, diz Ribeiro.

A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores promoveu, na tarde do dia 16 de maio, a audiência pública “Segurança: Diagnósticos e Alternativas”. O encontro reuniu o chefe do Comando de Policiamento Ostensivo da Serra (CRPO/ Serra), Antonio Osmar da Silva, a juíza Milene Dal Bó, o secretário municipal da Segurança José Francisco Barden, o comandante do 12° Batalhão de Polícia Militar, Ronaldo Buss e o delegado Marcelo Grolli. Entre as manifestações, foram apontadas poucas alternativas para os desafios na área da segurança que Caxias apresenta. “Sabemos que a segurança pública é o último elo. Quando as coisas não dão certo, estouram na segurança. Por isso, trabalhamos na prevenção”, afirmou Barden. “Tivemos 4 mil pessoas que ingressaram no universo prisional. Estamos estudando a instituição de uma central de penas alternativas”, declarou a juíza Milene. Para um possível diagnóstico da área da segurança, o comandante Buss trouxe números. “Caxias do Sul é a 9ª colocada no estado na taxa de homicídios. Atendemos 33 mil chamados de ocorrências por mês. A população de Caxias do Sul aumenta

oito mil pessoas por ano. Por isto, temos ações repressivas significativas”, disse. “Pensamos que o estado não tem conseguido reprimir aquele indivíduo que fez do crime o seu meio de vida. O perfil do criminoso é do bandido profissional, que faz cálculos de eventuais prisões que aconteçam com ele. Ele acha que mesmo se for preso, ainda assim valerá a pena”, avaliou o delegado Marcelo Grolli. “Sabe-se das limitações de efetivos, dos salários parcelados. Nossos homens fazem mais com muito menos. Estamos trabalhando com muito mais criatividade, sem sermos aventureiros”, elogiou o chefe do CRPO/Serra, Antônio Osmar. Para o presidente da Comissão, vereador Rodrigo Beltrão (PT), o saldo da audiência foi positivo. “Tivemos uma ocasião de aproximação das instituições que tratam da segurança pública com a comunidade. Percebemos que o comando do 12° BPM possui o espírito comunitário, mesmo reconhecendo as dificuldades da falta de efetivo. A crítica cabe ao representante do estado na reunião, o chefe do CRPO/Serra, que não sinalizou com mais efetivo para a cidade, nem horas-extras e ficou no terreno da filosofia”, avalia.

Houveram poucas propostas concretas em encontro


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Mulheres MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016

ENTREVISTA

‘Me proporcionou um crescimento indescritível’ Jornal dos Bairros inicia série de entrevistas com meninas do concurso Mais Bela Comunitária. Garotas falam do aprendizado que tiveram à frente da corte

Simpatia Comunitária acredita que o concurso é uma forma de desenvolver novas lideranças femininas O que mais admira nas pessoas? A naturalidade e a humildade de cada um. O que mais te causa indignação? As injustiças que ocorrem tão próximo a nós e ficamos muitas vezes de mãos atadas. O que mais gosta em Caxias do Sul? Sempre tento ver o lado positivo, de tudo que ocorre em minha vida. Não é ao contrário com Caxias. Gosto muito das pessoas, creio que não é por acaso que estudo Recursos Humanos. Vejo que o povo caxiense é perseverante e luta pelos direitos, um exemplo disso é a nossa UAB, que é uma das maiores uniões de bairro do Estado. Quais os problemas que gostaria de ver solucionados em nossa cidade? Gostaria que a injustiça e falta de interesse com o próximo fosse realmente solucio-

O Jornal dos Bairros inicia, nesta edição, uma série de entrevistas com as meninas da corte do concurso Mais Bela Comunitária. As garotas falam de sua experiência com o título e dos principais aprendizados que tiveram à frente da corte, além de revelarem um pouco do seu estilo de vida e do que mais admiram em Caxias do Sul, cidade que representam. Ingrid Bonatto, 22 anos, possui o título de Simpatia Comunitária é a primeira menina a ser entrevistada pela reportagem do JB. Filha de Leonardo e Jaqueline Bonatto, ela estuda Recursos Humanos e trabalha como auxiliar administrativo. Em seu tempo livre se dedica ao estudo de literatura brasileira, assiste a filmes no estilo suspense e seriados. Além disso, Ingrid se diz fã de muitos estilos musicais, que vão desde o sertanejo ao samba de raiz. Talvez todos os seus gostos deem uma mostra da sua desenvoltura na corte Mais Bela Comunitária. Em entrevista, a bela diz ter uma afinidade muito grande com pessoas em geral, não gostar de injustiças e que o concurso é fundamental para o surgimento de lideranças femininas na comunidade. Confira a entrevista:

nado, não só em nossa cidade Quais os principais aprenConforme tudo o que como no país. Que não preci- dizados que você obteve du- você viu nesse período, quais sássemos ficar horas nas filas rante o mandato? os desafios que enxerga para dos postos de saúde ou hosTive um grande crescimen- o desenvolvimento da cidapitais para sermos atendidos. to pessoal, pois conheci pesso- de? Gostaria que todos tivessem as com a verdadeira essência de Vejo que Caxias ainda está um mínimo de concom um pensamento dições básicas para de cidade de interior. sobreviver, como Mas o seu crescimenpor exemplo direito aponta o contrário. to à moradia, à aliTemos que começar a Ser Mais Bela é mostrar a mentação, trabalho idealizar novas formas beleza que existe nos bairros digno. de desenvolvimento de nossa cidade para o crescimento O que você contínuo da cidade. Ingrid Bonatto sentiu ao ganhar o título Simpatia O que você diria Comunitária? para as garotas que Foi algo incrível, que me vida. Que, com suas experiên- desejam participar do conproporcionou um crescimento cias mostraram o quão genuí- curso? de vida indescritível. Com esse na é vida. É necessário muito comprotítulo tive o prazer de represenmetimento e iniciativa. Somos tar Caxias do Sul e a UAB no Qual é a importância da tratadas igualmente, com muiConcurso Mais Bela Comuni- realização do concurso para to carinho e respeito. Vejo que tária RS. O concurso ocorreu o movimento comunitário de ser Mais Bela é mostrar a beleza na cidade de Cidreira, junta- Caxias do Sul como um todo? que existe nos bairros de nossa mente com 14 meninas de diA sua importância está em cidade e que essas belezas poversas uniões de bairros de vá- desenvolver novas lideranças dem e devem estar auxiliando o rias cidades do Rio Grande do comunitárias femininas, para seu bairro. Pois beleza, comuSul. Neste concurso obtive o os bairros, para Caxias e para o nitarismo e voluntariado pode título de Primeira Princesa Co- estado. Pois vemos cada dia me- sim estar interligados, mostranmunitária do estado. nos lideranças femininas. do a forças das mulheres.

PARTICIPE DO CONCURSO MAIS BELA COMUNITÁRIA 2016! Você, garota, que tem entre 15 e 26 anos, tem uma chance de mostrar a força da juventude feminina na construção do movimento comunitário! As inscrições para o concurso seguem até o dia 30 de setembro, na União das Associações de Bairros. Mais informações nas Associações de Moradores de seu bairro, na UAB, ou pelo telefone 54 – 3219.4281.


Mulheres

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016

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CONCURSO

Millenium já tem Mais Bela Bairro realizou evento no dia 15 de maio com grande participação da comunidade local Foi difícil para os jurados tomarem sua decisão, mas o bairro Millenium já tem sua representante mais Bela Comunitária: Paola Padilha de Oliveira, de 17 anos foi a escolhida para representar a comunidade no concurso Mais Bela Comunitária, promovido pela União das Associações de Bairros (UAB). O concurso do Millenium, com o objetivo do evento de incentivar a integração e a inserção da juventude feminina ao trabalho comunitário, teve boa participação da comunidade. Realizado dia 15 de maio, o evento contou com seis garotas que desfilarem na AMOB local. Com muita desenvoltura, simpatia e beleza, as meninas concorreram aos títulos de Mais Bela e 1ª e 2ª princesas nas categorias teen e acima de 14 anos. “Senti muita emoção no momento de receber um título tão importante. Eu não esperava. Ser Mais Bela teen não é só beleza. Temos que fazer muito pelo bairro. Pretendo continuar trabalhando no movimento comunitário”, diz a nova rainha teen do bairro Millenium, Ana Luíza de Siqueira, de 12 anos. “A emoção foi muito grande. Espero representar bem o nosso bairro daqui para diante. Nos outros anos ninguém representou o Millenium. Quero

Participação comunitária Clovis Barbosa, diretor da AMOB Millenium, enfatiza a importância do evento como forma de incentivo ao trabalho comunitário. “Com a realização do concurso local, sempre procuramos mostrar às meninas uma forma de participação do movimento comunitário”, afirma. A diretora do departamento de Organização das Mulheres da UAB, Angela Córdova agradece as participantes. “Parabenizo as meninas que participaram do evento, pois percebi que elas procuraram ajudar a comunidade em um evento que era destinado a elas. Isso é ter o espírito comunitário”, salienta. “Faço um chamado aos presidentes das outras AMOBs para que façam as escolhas nos seus bairros, pois esta movimentação é positiva para as entidades. Descobre-se grandes pessoas querendo aderir ao movimento comunitário”, conclui.

Confira as vencedoras: CORTE DAS MENINAS ACIMA DE 14 ANOS Mais Bela Comunitária Paola Padilha de Oliveira, 17 anos 1ª princesa - Ana Carolina Goulart de Oliveira, 15 anos 2ª princesa -Talita Nascimento da Rosa, 16 anos CORTE TEEN

MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

trabalhar ainda mais para o movimento comunitário que, para mim, significa união. Temos que agir em conjunto. Agradeço à toda comunidade e também aos jurados que me concederam essa honra”, fala a nova rainha acima de 14 anos do Millenium, Paola Padilha de Oliveira, de 17 anos.

Mais Bela Comunitária - Ana Luiza de Siqueira, 12 anos 1ª princesa - Letícia Michele da Rosa Plahano, 13 anos 2ª princesa - Andrelize de Sousa Duarte, 14 anos CORPO DE JURADOS: - Nathalia Trindade – Mais Bela Comunitária de Caxias do Sul - Alexandro Armeno - VISATE

Participantes do concurso desejam levar adiante o trabalho comunitário

- Rúbia Frizzo – Secretária municipal da Cultura licenciada - Morone de Lima – Instituto Leonardo Murialdo - Raquel Finco – Contabilidade MELHOR TORCIDA Letícia Michele da Rosa Palhano Ana Carolina Goulart de Oliveira


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Bem estar

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DIVULGAÇÃO

ALIMENTAÇÃO

Consumo regular de ômega 3 pode trazer melhoria na concentração, reflexos e memória

Nutricionista fala sobre os benefícios do ômega 3 “Gordura do bem” pode combater estresse, ampliar concentração e trazer melhorias ao sistema circulatório Difundida cada vez mais entre a comunidade médica e a população como forma de prevenir problemas de saúde, a alimentação saudável é fundamental para manter e aprimorar a qualidade de vida. Uma das provas disso é a existência do ômega 3, conhecida de alguns como “gordura do bem”. Encontrada largamente em peixes, frutos do mar, linhaça e alguns tipos de óleos, além de outros alimentos, o Ômega 3 pode trazer benefícios para o funcionamento do cérebro, coração, sistema circulatório e na prevenção de doenças. As vantagens do ômega 3 também envolvem neutralização do estresse, melhoria na concentração, reflexos e memória. É um anti-inflamatório, 100 a pressão arterial, a taxa de reduz triglicérides no sangue, previne 95 diabetes, artrite e câncer, além de 75 beneficiar o humor, a defesa do organismo e o aprendizado. De acordo com a nutricionista e25pesquisadora Débora Vargas, os benefícios do ômega 3 já fo5 ram demonstrados na prevenção 0 de diversas doenças, como hipertensão, diabetes tipo 2, artrite

O QUE É ÔMEGA 3? O ômega 3 é uma gordura poli-insaturada, ou melhor, um ácido graxo essencial que não pode ser produzido pelo nosso organismo, necessitando assim ser adquirido pela alimentação.

Alimentos ricos em Ômega 3 - Frutos-do-mar: camarões, mariscos, lagostas; - Peixes: como cavala, truta, arenque, atum, bacalhau, sardinha e salmão; - Linhaça, amêndoas, nozes e castanha, - Óleos: azeite e óleo de canola

reumatóide, colite ulcerativa, doença de Crohn, doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras. No entanto, Débora alerta para a propriedade preventiva do ômega 3. “O efeito da suplementação de ômega 3 é preventivo, quando a doença já está instala-

da, só poderá substituir o uso de remédios, quando for indicação médica”, informa.

Consumo adequado Débora comenta ainda sobre algumas dificuldades para se obter a quantidade adequada de ômega 3 na alimentação diária. “É muito difícil fornecermos as quantidades adequadas de ácidos graxos ômega 3 apenas através da dieta, pois no estado do Rio Grande do Sul se come mais carnes de gado, porco e frango, que são pobres nesta gordura”, descreve. A nutricionista orienta para uma alimentação adequada e com consumo regular de peixes para a obtenção dos benefícios do ômega 3: “Os peixes que são ricos em fonte de ácidos graxos ômega 3 são sardinha, atum e salmão de águas frias. Cada vez mais as pessoas se queixam da falta de tempo para seguir uma alimentação balanceada. Então devemos refletir, queremos envelhecer com saúde? A prevenção continua sendo o melhor remédio” salienta.


Esporte

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CAPOEIRA

Projeto atende mais de 180 crianças Grupo Abadá realizou curso, batizado e troca de cordas para jovens praticantes O grupo Abadá Capoeira, através da Aercs (Associação Esportiva Recreativa Cultural Semear realizou, nos dias 6 e 7 de maio em Caxias do Sul, um curso de capoeira gratuito. Voltado para crianças e adolescentes dos bairros Pioneiro, Jardim Iracema, Bom Pastor II, Coesp e Beltrão de Queiroz, as atividades foram ministradas pelos mestres Montanha, de Porto Alegre e Morcego, do Rio de Janeiro. O curso foi finalizado com a cerimônia de batizado e troca do cordas no Centro de Cultura Ordovás, com a presença dos alunos, seus mestres, pais e familiares. A solenidade faz parte do projeto “Capoarte – Capoeira para Cidadania”, que o grupo desenvolve o ano todo para os jovens em turno inverso ao da escola. Viabilizado em parte com o apoio do Financiamento de Arte e Cultura Caxiense (Fi-

ALAN MATOS

Cerimônia contou com demonstrações de mestres e alunos participantes do projeto “Capoarte - Capoeira para Cidadania” nanciarte), o projeto está com vagas abertas. Para participar, os jovens devem manifestar interesse junto às AMOBs, es-

tar regularmente matriculados na escola e realizarem teste de saúde física. Conforme afirma um dos idealizadores, Wagner

Padilha, é feito um controle pedagógico no curso. Fazemos avaliações semestrais do desenvolvimento da criança ou ado-

lescente”, ressalta. Mais informações pelo fone: 9114.1591, com Wagner (graduado Tuca).

ATLETISMO

Centenas participam de rústica do Millenium Mais de 500 atletas de Caxias do Sul e região, participaram da 13ª edição da rústica do Millenium. O já tradicional evento é realização da AMOB do bairro em conjunto com a Escola Municipal Zélia Rodrigues Furtado e foi viabilizado através do Financiamento Municipal de Desenvolvimento do Esporte e Lazer de Caxias do Sul (Fiesporte). Durante o percurso, os corredores, divididos nas categorias “fraldinha”, “minirrústica” e “adulto”, percorreram uma distância de aproximadamente 6,5

Km. Os atletas premiados, com troféus e medalhas, também foram divididos em categorias por idade. Com caráter beneficente, a rústica arrecadou 338 Kg de alimentos repassados ao projeto “Mão Amiga”. Para Clóvis Barbosa, presidente da AMOB Millenium, o evento esportivo superou todas as expectativas. “Estamos surpresos positivamente. A rústica vem crescendo ano a ano. Preciso agradecer ao trabalho da Associação de Moradores e da Escola”, ressalta.

MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Confira a classificação geral Masculino 1° lugar – Marcelo Cysko 2°lugar – Alceu da Silva 3° lugar – Fabiano Gomes de Lima

Feminino 1° lugar – Josiane Barbosa 2° lugar – Denize Basso 3° lugar – Tatiane Maciel Machado

XIII Rústica do Millenium reuniu mais de 500 atletas que percorreram cerca de 6,5 km


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Bairros

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OBRAS ATRASADAS

Morada do Sol necessita de pavimentações Bairro segue com rua precária mesmo com verbas conquistadas via Orçamento Comunitário A poeira ou o barro são rotina de quem trafega pela rua Izidoro Dias Zorzi, no bairro Morada do Sol. A rua dá acesso à Escola Estadual Professora Ivone Lucia Triches dos Reis, com cerca de 470 alunos. Sem pavimentação, a sujeira causa transtornos às crianças que estudam na instituição e também aos moradores. O prédio da escola, que é um dos principais prejudicados com a falta da pavimentação, também é utilizado pelo município para abrigar os alunos da Escola Municipal Nandi. Assim, a obra se torna ainda mais importante para Caxias do Sul, conforme destaca a diretora da instituição estadual, Laura Jane Borges:

“É questão de prioridade. Na frente de uma escola, não há como dizer que isso não deve ser feito. O prédio também é utilizado pelo município”, reivindica. Conforme o presidente da Associação de Moradores do Bairro (AMOB), Waldemar Correa, há uma verba para realizar as obras na ordem R$ 70 mil, conquistada através do Orçamento Comunitário (OC) nos anos 2013, 2014 e 2015. “Nos passaram que ia haver uma licitação em novembro do ano passado, mas que em função da situação econômica do país disseram que não fariam mais esse tipo e obra no momento”, afirma.

ALAN MATOS

Poeira e barro prejudicam prédio de escola estadual

Centro Comunitário Waldemar também diz que há a necessidade urgente de cercar o

Centro Comunitário com a verba conquistada via OC. “Temos equipamentos ali dentro. Precisamos de maior segurança”, fala.

De acordo com José Dambrós, Coordenador do OC, a verba conquistada pela população não é o bastante. “Os recursos aprovados nas reuniões do OC são insuficientes para realizar as obras de pavimentação da rua Isidoro Dias Lopes e o cercamento do Centro Comunitário”, afirma. Já para a pavimentação da rua Alexandre Luciano, o coordenador diz que será feita “pavimentação prioritária”, que ocorre quando há área verde no local, e envolve liberação ambiental. O atraso se deve, ainda segundo ele, à queda de arrecadação. “Os recursos são destinados prioritariamente para saúde e educação” alega.


Bairros

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15 FOTOS ALAN MATOS

SANEAMENTO

Loteamento Ballardin sofre com falta de obras Embargo jurídico impede que melhorias sejam realizadas As cerca de 300 famílias que moram no Loteamento Ballardin convivem com um cenário de precariedade. Ruas sem pavimentação, esgoto a céu aberto, lixo acumulado em lixeiras estragadas e trânsito perigoso nos horários de pico fazem com que o dia a dia dos moradores seja um constante desafio. A situação é visível já na principal via de acesso de acesso ao bairro, a rua Ângelo Ballardin. Nela, é possível constatar todas as consequências da falta de saneamento.

Mau-cheiro, sacos de lixo espalhados e barro, entre outros transtornos. A presidente da Associação de Moradores do Bairro (Amob) do Ballardin, Maria Joelma Bernardes argumenta que tanto a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) como a prefeitura já foram procurados para solucionarem os problemas. “A Codeca diz que não consegue subir as ruas do bairro pois estão intransitáveis. Já a prefeitura alega que o bairro está ‘embargado’”, afirma.

A secretaria municipal do Urbanismo confirma que o Loteamento Ballardin encontra-se embargado. Segundo o titular interino da pasta, Rafael Toigo, o parcelador do loteamento não foi localizado pelos fiscais da secretaria para ser notificado. “Uma reunião com a comunidade será marcada para esclarecer que o parcelador é quem deve regularizar o loteamento. Assim, sendo irregular, a Prefeitura não pode realizar melhorias solicitadas pelos moradores”, informa.

Ruas com esgoto a céu aberto causam transtornos à comunidade

TRÂNSITO PERIGOSO

Colina do Sol necessita de passeio público chamento desta edição.

Lixão

Caminhada de pedestres se dá lado a lado com os carros na rua Miguel Madalosso A convivência com o perigo do trânsito é constante no loteamento Colina do Sol. Em especial, na rua Miguel Madalozzo, onde não há passeio público dos dois lados. A via, que dá acesso à Escola Ilda Barazetti, possui grande fluxo de veículos e de pedestres e os horários de entrada e saída dos alunos da instituição e ensino se tornam os mais críticos. A caminhada dos pedestres é

lado a lado com os carros e os riscos são grandes. A solução para o problema já vem sendo buscada desde 2015, com os encaminhamentos dados pelo presidente da Associação de Moradores do Bairro Colina do Sol, Valdecir da Silva. “Dizem que a Codeca só trabalha se houver uma ordem da secretaria municipal de Obras, que também já procurei, mas

até agora nada foi feito”, relata. O presidente Valdecir comenta ainda que já se dirigiu até a pasta três vezes. “Foram extremamente solícitos. O secretário já veio até aqui conferir o problema. Mas nada de solução até agora”, lembra. Procurada pela reportagem do Jornal dos Bairros, a prefeitura não se manifestou sobre o problema, até o momento do fe-

Outro problema crônico enfrentado pela comunidade do Colina do Sol é um lixão, localizado às margens da continuação da rua Miguel Madalozzo. Este trecho da rua dá acesso ao bairro pela RS-122. Segundo Valdecir da Silva, equipes da Codeca já efetuaram trabalhos no local, como recolhimento e aterramento do terreno. No entanto, não demorou muito para que o lixo voltasse a ser depositado na via. “Não sabemos quem deposita lixo ali, se são moradores ou não”, diz Valdecir. Conforme o

gerente do departamento de limpeza urbana da Codeca, Mauro Cavagnollo, a limpeza no local é realizada regularmente. “Nossas equipes vão até o local e fazem o trabalho mensalmente. É importante salientar que o lixo ali acumulado não é doméstico, mas sim de pequenas empresas que depositam o material à noite, nos finais de semana ou feriados. Assim fica mais difícil identificar os infratores”, afirma. Cavagnollo ressalta que informações sobre quem leva lixo ao local devem ser repassadas para o setor de fiscalização da secretaria municipal do Meio Ambiente (SEMMA), através do fone: 3901.1445.


JORNAL DOS BAIRROS

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Filiada à FRACAB e à CONAM

Maio/2016 | Ano 20 | Nº 03

Valdir da Silva, o “Negrão”, não escolhe onde trabalha pela comunidade. Seja como carnavalesco, presidente de Amob ou como diretor da UAB, todos podem contar com ele

FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Perfil

Valdir “Negrão” diz que conquistou amizades no movimento

Samba, suor e luta comunitária A espontaneidade e a ligação afetiva com o movimento comunitário não deixam dúvidas: Valdir Negrão é uma das lideranças mais carismáticas da cidade. Os fortes laços que unem Valdir Negão às lutas comunitárias têm origem, em grande parte, na sua trajetória como carnavalesco. Ele foi presidente, durante dez anos, da Escola de Samba Império da Zona Norte. Também assumiu, a convite de outros comunitaristas, o departamento de Cultura da União das Associações de Bairros (UAB) na gestão do então presidente Daltro da Rosa Maciel Hoje, ele é um dos diretores do departamento de Etnias da UAB. Valdir se emociona ao lembrar da ocorrência de dois problemas de saúde que limitam, hoje em dia, parte de sua atuação comunitária. Um acidente vascular cerebral (AVC) e uma isquemia fizeram com que diminuísse o ritmo de sua atuação comunitária. “Mesmo assim, agradeço muito a Deus por estar vivo. Gosto do prazer de poder ajudar as pessoas”, fala Valdir. Pai

de duas filhas, Jennifer Cristiane (28) e Nadiele Ariane (21), Negrão recebe muito carinho da família, assim como percebe o afeto vindo por parte da comunidade.

Amizades como recompensa Tanto à frente da AMOB Belo Horizonte, como da Escola de Samba Império da Zona Norte e do trabalho na UAB, Valdir afirma que os maiores frutos de seu empenho e dedicação comunitárias são as amizades. “Percebo o modo como me tratam, não só aqui no meu bairro, como também em toda a cidade. Sou recebido muito bem em todos os lugares. É impressionante o carinho que recebo”, afirma, com gratidão.”

Críticas Passando por cima das críticas que, muitas vezes, diz receber por parte de alguns segmentos da população, Valdir não guarda mágoas afirmando que

os julgamentos o fazem evoluir “Mesmo quando dizem alguma coisa que chateia, isto indica que nem tudo pode estar bem coisa está bem e aí penso que posso prosseguir cada vez melhor”, diz, determinado. “Todos que participam das atividades, das reuniões, das assembleias, podem falar alguma coisa e são meus amigos, agora quem não foi e vem dizer algo, não acho correto”, acrescenta, com convicção.

Avanços da comunidade Morador de uma humilde casa no bairro Belo Horizonte há 15 anos, ele viu o bairro crescer em população e desenvolvimento. “Em todo esse tempo, obtivemos muitas conquistas, como a Escola Tancredo Neves, a Unidade Básica de Saúde do bairro (UBS), o Complexo Esportivo da Zona Norte e as diversas pavimentações que foram importantes para a ampliação do bairro”, descreve, com satisfação.

AMOBs EM AÇÃO

Trabalho com jovens é destaque na comunidade Tirar crianças da rua, proteger o patrimônio conquistado e envolver cada vez mais os jovens são os objetivos do trabalho da Associação de Moradores do Bairro (AMOB) Diamantino. Isto se deve, em grande parte, à conquista de um terreno pela AMOB, que se tornará campo de futebol sete. O espaço, cedido através de contrato pela iniciativa privada, também deverá abrigar quadra de vôlei, parque infantil e pista para salto à distância. “Nossa ideia é tirar os jovens das ruas”, frisa o presidente da AMOB, Dante Pinguelo. A Associação ainda trabalha em outras frentes visando tornar os jovens cidadãos de bem. O Centro Comunitário tem aulas de capoeira duas vezes por semana, oferecidas de forma gratuita a 25 crianças da comunidade.

Guarda Mirim O vandalismo observado em árvores recém-plantadas por equipes da prefeitura, em uma área verde do Diamantino, deu origem a um projeto inédito em comunidades de Caxias do Sul: o “Guarda Mirim”. A AMOB cuidou de reunir cerca de 25 crianças para cuidarem das plantas como se fossem suas.

“Cada árvore foi ‘batizada’ com o nome de uma criança. Assim, elas passaram a cuidá-las de um modo especial. Deu muito resultado. Não observamos mais depredações do meio-ambiente”, observa Dante. Outro trabalho desenvolvido pela Guarda Mirim também é a distribuição, através das mãos da garotada, de material orientativo contra a Dengue. As pessoas se sensibilizam e ficam atentas aos cuidados com a doença”, enfatiza.

Mais esporte O departamento de Esportes da AMOB Diamantino é mais um motivo de orgulho para a comunidade. A associação incentiva os atletas locais através da participação em mais de um campeonato. A equipe do Diamantino já disputou o citadino (organizado pelo município) em 2015 e prepara os jogadores para 2016, com a inscrição da equipe feminina também no certame. Entre as conquistas do time masculino, está o 3° lugar na série prata do campeonato comunitário Interbairros, em 2012. “Já Estamos treinando, queremos subir para série ouro”, destaca o diretor do departamento de esporte, Evandro Andrade.

Trabalho da AMOB incentiva envolvimento de jovens


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