Jornal Dez 29

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“FELIZ NATAL”

Nº29


“Quem vai ser titular? Depende de como me levante no Domingo� Toschack

publicidade@jornaldez.com


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COM PÉZINHOS

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DE LÃ

exto: Eduardo Pereira Fotos: Getty Images

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á a entrar em modo de Natal, o Benfica estreou-se na Taça da Liga na semana passada, batendo o Olhanense por duas bolas a uma no reduto dos algarvios. Depois de terem superado o mesmo adversário em finais de Novembro, em jogo do campeonato, os encarnados apresentaram um onze bastante remodelado. As semelhanças resumiram-se a Rodrigo e... ao desfecho: vitória, três pontos e, neste caso, a liderança isolada do grupo D. De regresso a uma casa onde viveu parte da sua carreira de futebolista, Jorge Jesus voltou a mexer no onze benfiquista, optando por entregar a baliza a Paulo Lopes e formar um quarteto defensivo com André Almeida, Jardel, Sidnei e Luisinho. André Gomes surgiu na posição de trinco, atrás de Gaitán, Enzo Pérez, Bruno César e Nolito. Na frente de ataque, desta vez sem companhia, alinhou o espanhol Rodrigo, o único que também tinha sido titular, na Luz, frente aos comandados de Sérgio Conceição. Havia alguma curiosidade para ver que tipo de exibição iria rubricar este Benfica, em particular diante de um Olhanense aguerrido e que não costuma ser um adversário macio quando joga em sua casa. O encontrocomeçou numa toada dividida e em ritmo elevado, prometendo um bom espectáculo de futebol. A formação algarvia foi a primeira a poder inaugurar o marcador, ainda antes do primeiro minuto, mas Paulo Lopes negou o golo aos homens de Olhão. Pouco depois, foi a vez de Rodrigo desperdiçar boa oportunidade para fazer o primeiro da noite, rematando forte mas sobre a barra da baliza de Ricardo. O Olhanense não se amedrontou e nunca deixou de

procurar levar o perigo até à área benfiquista, mas algo falhava no momento da concretização - ora Paulo Lopes se antecipava aos dianteiros e interceptava os cruzamentos, ora a falta de pontaria levavam a bola a passar longe do alvo. Do outro lado, o Benfica não fazia melhor, faltando sempre um elemento rematador para corresponder aos cruzamentos atrasados que iam surgindo na linha de fundo. O nulo que se registava ao intervalo era condizente com a escassez de reais oportunidades de golo. O Olhanense apresentava-se como um conjunto trabalhador mas com falta de argumentos para chegar ao golo, ao passo que o Benfica adoptava uma atitude mais relaxada, como que se limitando a esperar que o golo, de alguma forma, aparecesse. O início da segunda parte trouxe, porém, uma interessante reviravolta. Num lance em que o guardião Paulo Lopes saiu da grande área para cortar uma iniciativa dos algarvios, aos 47 minutos, a bola acabou nos pés de Evandro que, a cerca de 30 metros da baliza, rematou rasteiro para o 1-0. Infelicidade do guardaredes benfiquista, que até estava a demonstrar bastante segurança e a ser um dos melhores em campo do lado do conjunto lisboeta. Obrigado, uma vez mais, a dar a volta a um resultado adverso, o Benfica arregaçou as mangas e fez pela vida. Ao minuto 55, Jesus lançou Salvio e Lima para os lugares de André Gomes e Bruno César e, de imediato, se percebeu que a equipa ganhou nova alma. Os lances de perigo junto da área olhanense passaram a ser recorrentes e o empate começava a adivinhavar-se. Sobre o minuto 69, Jardel aproveitou uma bola dada como perdida por um defesa da turma da casa e cruzou atrasado, sobre a



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linha, para a emenda de Rodrigo, dentro da perca pontos diante do Olhanense. pequena área. Sem perder na Taça da Liga desde 2007, os encarnados não abrandaram e foram em busca de um golo que lhes garantisse os três pontos. Mas a tarefa não foi fácil. A equipa trabalhou bastante, porfiou quase até à exaustão, só que os caminhos do golo permaneciam inacessíveis. Já dentro dos últimos 10 minutos, percebia-se que algum desânimo estava apoderar-se da equipa e o Olhanense estava a conseguir aguentar a bola por mais tempo longe do seu último reduto. Foi a três escassos minutos dos 90 que a contenda se resolveu para o lado dos da Luz. Lima apareceu completamente solto sobre a linha de golo para aproveitar uma bola perdida após cruzamento de Salvio e, com toda a calma, confirmou uma vitória que estava em vias de fugir à equipa encarnada. No outro encontro do grupo, Moreirense e Académica empatarm a duas bolas, o que significa que o Benfica ocupa já um lugar privilegiado para se apurar para as meiasfinais da competição, dado que esta fase de grupos se disputa numa única volta. No próximo domingo, às 16h00, os homens de Jorge Jesus despedem-se do ano futebolístico em Moreira de Cónegos, repetindo um embate a que já se assistiu nesta temporada. Na noite de 16 de Novembro, os encarnados visitaram e bateram o Moreirense por 2-0, com golos de Matic e Óscar Cardozo. A formação minhota colocou alguns entraves à organização de jogo de Jorge Jesus e espera-se que, desta vez, o mesmo volte a suceder, já que o técnico deve dar continuidade à política de rotatividade que tem aplicado, esta época, nas diferentes provas. A Taça da Liga, apesar de recente, já começa a ser um troféu emblemático para a turma da Luz, que conquistou as quatro últimas edições, tendo apenas deixado fugir a primeira, para o Vitória de Setúbal. Por esse motivo, o Benfica já assumiu que é seu objectivo carimbar de novo o passaporte para a final de Coimbra e, nesse trajecto, o próximo jogo pode mesmo ser vital: uma vitória no Minho pode dar já luz verde para a próxima fase, caso a Académica


TANGO ARG


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GENTINO Nuno Almeida Fotos: Getty Images

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epois de três jogos com exibições menos conseguidas, que resultaram em duas derrotas (Braga e Paris Saint-Germain) e numa vitória magra frente ao Moreirense, o F. C. Porto tinha de mostrar que continuava forte, unido e motivado para o que ainda falta disputar a época de 2012/2013. Talvez por isso e pelo facto de já estarem afastados da Taça de Portugal, os bicampeões nacionais tenham apresentado a sua equipa titular, apenas com a troca de Helton por Fabiano na baliza e deixando Maicon e Fernando no banco fruto de terem recuperado recentemente de lesões. Os portistas entraram em campo com um ritmo muito elevado, dispostos a resolver o jogo cedo e demonstrando que apesar de ser um jogo da Taça da Liga (prova normalmente desvalorizada pelo F.C. Porto), estavam ali para conquistar os três pontos e principalmente para regressarem às boas exibições. Do outro lado apresentou-se um Nacional da Madeira bem estruturado e cuja missão era dificultar ao máximo o primeiro golo portista. Com João Moutinho e Lucho Gonzalez, muito bem apoiados por Defour, a imporem a sua supremacia no meio-campo e com Danilo pela ala direita e Varela pelo lado esquerdo a darem uma grande largura ao ataque portista, o F.C. Porto criou inúmeras oportunidades de golo logo nos primeiros 15 minutos. Após este inicio fortíssimo dos azuis e brancos, o Nacional começou a dar um ar da sua graça, dispondo mesmo de duas oportunidades de golo, bem

anuladas por Fabiano. O primeiro golo da partida surgiu aos 32 minutos, através de um cabeceamento, à ponta-de-lança, de Lucho Gonzalez, após um excelente cruzamento do suspeito do costume, James Rodriguez. Estava quebrada a resistência nacionalista. Com o Nacional a tentar reagir à desvantagem, o jogo passou a ser disputado perto das duas áreas, com as duas equipas a criarem várias chances de golo. O intervalo chegou e apesar do F.C. Porto estar mais forte, a vantagem pela diferença mínima, não garantia os 3 pontos à equipa da Invicta. Essa incerteza pairou apenas durante os primeiros 5 minutos da segunda parte, uma vez que Otamendi (o seu último golo tinha sido marcado há mais de um ano) com um bom remate de pé esquerdo e de fora da área terminou com as dúvidas que podiam existir. Gottardi nada podia fazer para evitar o golo do central portista, mas a defesa do Nacional demonstrou grande passividade a permitir que os atacantes do F.C. Porto trocassem a bola até esta ter sobrado para Otamendi. A partir daqui assistiu-se a um jogo mais cerebral dos azuis e brancos a uma velocidade mais lenta, controlando a partida e que até podia ter chegado à goleada, não fosse a grande exibição do guarda-redes do Nacional. O que não se percebeu foi a atitude dos homens da Madeira, que a partir dos 0-2, baixaram os braços e desistiram do jogo, esperando apenas que este terminasse. O rumo do jogo até permitiu ao treinador portista realizar algumas experiências, como por exemplo jogar durante 8 minutos com



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uma táctica de 4-4-2, em que o meio campo foi composto por Fernando (entrou aos 58 minutos para o lugar de ”El Comandante”), Castro (substituiu “El Bandido” aos 64 minutos), Defour e Moutinho (que saiu aos 72 minutos para a entrada de Atsu), mas devido ao escasso tempo, não deu para perceber se foi algo momentâneo, ou se será para repetir em futuros jogos. Apesar dos golos terem sido marcado por Lucho e Otamendi (mais uma grande exibição), o grande destaque da partida vai para Danilo (sim, esse mesmo) que decidiu ser um verdadeiro lateral direito, com várias incursões pelo seu corredor e cruzando muitas vezes com bastante perigo, mas que os avançado portistas não conseguiram aproveitar para marcar. E ainda teve tempo para demonstrar uma faceta menos conhecida com a cobrança de um livre, a uma distância considerável da baliza, mas que levou muito perigo. Do lado do Nacional da Madeira a estrela foi Gottardi, que com algumas magníficas defesas, foi adiando os golos dos portistas e evitou que a sua equipa fosse humilhada com uma goleada. No ataque dos madeirenses, apenas Mateus e Candeias demonstraram serviço, criando algum perigo à defesa dos azuis de brancos, que foram resolvendo as situações com relativa facilidade. Com esta exibição, os homens de Vítor Pereira ofereceram uma excelente prenda de Natal aos seus adeptos e calando ao mesmo tempo os críticos que afirmam que o F.C. Porto estava desmotivado e em baixo de forma. Graças ao empate a zero registado entre Estoril e Vitória de Setúbal (as outras duas equipas do grupo), esta vitória quase que garante ao F.C. Porto a passagem às meias finais da competição. Afastado da Taça de Portugal, com um campeonato muito equilibrado e com

uma Liga dos Campeões cada vez mais difícil de conquistar, uma vitória na Taça da Liga pode representar um conquista muito importante na época dos dragões.


MAIS UM EM


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MPATE Francisco Baião Fotos: Getty Images

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arítimo e Sporting deram, no passado dia 18 de dezembro, início à fase de grupos da Taça da Liga, disputando a partida inaugural do Grupo C onde, para além das duas equipas envolvidas nesta partida, estão também Rio Ave e Paços de Ferreira. O técnico Franky Vercauteren promoveu várias alterações no onze leonino com a chamada do guarda-redes brasileiro Marcelo Böeck, o espanhol Jeffrén e o argentino Viola. E foi mesmo o argentino que, logo nos primeiros instantes da partida, depois de um bom lance ofensivo por parte da formação do Sporting coloca, com um remate espectacular, uma bola no poste direito da baliza defendida por Ricardo Ferreira. O Marítimo respondeu e Marcelo, com uma intervenção de recurso, evita o golo de Héldon. Mas seria o Sporting, aos 29’, pelo inevitável Wolfswinkel que chegaria à vantagem com um fantástico golpe de cabeça a cruzamento da direita de Cédric que, poucos dias depois de ter assinado um extraordinário golo frente ao Nacional da Madeira, fazia a assistência para o golo inaugural frente ao Marítimo. O Marítimo procurou reagir ao golo e foi, sem grande surpresa que, aos 40’, Héldon restabeleceria a igualdade na sequência de um pontapé de canto onde toda a defensiva leonina é mal batida, com a assistência de Rafael Miranda a ser efectuado de cabeça, num lance em que o brasileiro do Marítimo nem tirou os pés do chão para assistir o seu colega. Era com a igualdade a uma bola que se atingiria o intervalo. Para a segunda parte, o Marítimo procurou chegar ao golo que lhe daria vantagem no marcador e a primeira grande oportunidade pertenceu mesmo aos insulares com David Simão, com um belo remate fora da área, a acertar no mesmo poste onde Viola tinha acertado no início da partida. Mas o Marítimo chegaria mesmo à vantagem, em mais um lance de bola parada e num momento em que a equipa do Sporting estava reduzida a dez elementos por lesão de Boulahrouz. Foi

mais um erro colectivo inacreditável da defensiva leonina ao ser facilmente batida pelo futebol aéreo da equipa contrária, com o livre a ser batido para o segundo poste onde Márcio Rozário saltou completamente sozinho, assistindo Rafael Miranda que atirou para o fundo da baliza de Marcelo que, mais uma vez, não tinha como evitar o golo. Mas se o Sporting teve azar em defender o lance do 2-1 com menos um elemento, também teve sorte pois a saída de Boulahrouz promoveu a entrada de Xandão que, aos 87’ e a passe de Viola, fazia o 2-2 final, evitando que o Sporting começasse, desde a primeira jornada da competição, a depender de terceiros para seguir em frente na competição. O empate foi um mal menor para o Sporting que, a bem dizer, tal como o Marítimo, não mereciam vencer esta partida, pelo que o empate assenta bem e castiga as duas equipas pelo pouco futebol apresentado e pelos muitos erros cometidos. Este empate, associado ao triunfo do Paços de Ferreira, por 2-3, no terreno do Rio Ave, deixa Sporting e Marítimo nas 2ª e 3ª posições, atrás dos pacenses e à frente dos vila-condenses. Na próxima jornada do grupo, a disputar a 29 e 30 de dezembro, o Sporting voltará a jogar fora de portas (deslocase a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave) enquanto o Marítimo viajará até à capital do móvel para defrontar o Paços de Ferreira.


ADEPTOS ALEMÃES: CASTIGÁ-LOS OU PRESERVÁ-LOS? Texto: João Silva Fotos: Getty Images


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s campeonatos alemães de futebol são particularmente conhecidos pelos espetáculos que envolvem os jogos. Os adeptos são considerados uma parte essencial da festa que se vive um pouco por todo o país. Ao contrário de Portugal, onde há cinco clubes com uma massa adepta vincada (SL Benfica, FC Porto, Sporting CP, SC Braga e Vitória de Guimarães), na Alemanha, cada região tem a sua falange de apoio. Na verdade, trata-se do suporte de cada cidade à equipa local, razão pela qual, em média, estão nos estádios da Bundesliga 35 a 40 mil adeptos por jornada. À exceção do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund, dificilmente se encontrarão adeptos de outros clubes que não o da sua cidade. Para quem assiste aos espetáculos deste campeonato, nada melhor do que ver a animação e alegria na cara de sócios e simpatizantes, que vão, incentivam, gritam, choram e celebram com a sua equipa. Certamente que já muitos terão tido oportunidade de visualizar o vídeo de entrada no jogo da Liga dos Campeões entre Borussia Dortmund e Manchester City. É apenas um exemplo do amor por um clube. Contudo, o apoio, sendo exacerbado, pode ser levado a extremos como a violência. Se é verdade que as claques organizadas, praticamente todas reconhecidas pelos seus clubes, são a alma das partidas, também não deixa de ser verdade que se podem tornar numa ameaça à segurança pública. O fenómeno de violência nos estádios não vem de agora, mas, no último ano e meio, a Alemanha tem vivido alguns dias muito tristes na história do seu futebol. Assim, a título de exemplo, no ano passado, a claque organizada do Köln, que agora está na 2. Bundesliga, esteve envolvida em quatro momentos muito problemáticos:1º em março deste ano, sócios da equipa e membros da claque Wilde Horde procuraram agredir adeptos de um dos rivais, o Borussia Mönchengladbach. Deste modo, no final de uma jornada da Bundesliga, onde ambas as equipas jogaram como visitantes, hooligans do Köln, que seguiam em carros individuais, tentaram fazer parar um autocarro com adeptos do Borussia Mönchengladbach em plena autoestrada. Mais tarde, numa estação de serviço, indivíduos com a cara tapada atacaram o autocarro com pedras e marcos da estrada. A salvação dos adeptos do Borussia foi a coragem do condutor para pôr “prego a fundo” e conseguir fugir até à cidade de Köln. O responsável pelos adeptos manifestou desagrado com o ato e o clube desculpou-se oficialmente junto

do Borussia pelo sucedido. 2º em abril, o jogador checo Michael Kadlec, que atua no Bayer Leverkusen, mais um rival do Köln, foi identificado, com a sua namorada, numa discoteca e, à saída, foi injuriado e mesmo agredido por dois homens identificados como adeptos do clube local, tendo fraturado a cana do nariz. O caso seguiu para tribunal e foi determinado que os agressores teriam de pagar uma indemnização de 120 00 € ao clube e ao hospital pelos danos provocados em Kadlec, prestando o mais novo (20 anos) 80 horas de ação social e ficando o mais velho 10 meses em liberdade condicional. 3º em maio, na sequência da última jornada da Bundesliga, que carimbou a quinta descida do clube, os adeptos da claque do Köln acenderam muitas bombas de fumo, criando uma enorme nuvem negra sobre o próprio estádio, o que levou o árbitro a terminar o encontro com o Bayern de Munique aos 89:30 minutos. 4º Pezzoni, que era jogador do Köln, foi atacado por adeptos da própria equipa. Na sequência de um péssimo arranque na 2. Bundesliga desta temporada, em setembro, o atleta foi culpabilizado e ameaçado de morte pelos próprios adeptos, chegando a ver hooligans à porta de sua casa a pedir a sua cabeça. Perante a criação de um grupo no Facebook com o intuito de linchar o atleta, a solução encontrada pelo clube foi aceitar o pedido de rescisão de Pezzoni, libertando-o do tormento. O futebol alemão ficou muito abalado com tudo isto, tendo chovido muitas críticas sobre a forma como o Köln (não) protegeu o seu jogador. Com o Wolfsburg, também houve casos de perseguição a jogadores. Contudo, além das peripécias do Köln, houve um episódio lamentável no final da última temporada. Na disputa da Relegação, que opunha, em Düsseldorf, o Fortuna local ao Hertha Berlin, durante a segunda mão, os adeptos visitantes lançaram bombas de fumo para o relvado. A cerca de 30 segundos de terminar o tempo de compensação, os adeptos do Fortuna invadiram o campo, prontos a festejar a subida, sem que o árbitro tivesse concluído o desafio. No seguimento, houve uma grande batalha jurídica com muitos castigos à mistura, incluindo a redução para metade dos lugares no estádio do Fortuna na primeira jornada da temporada seguinte. Sempre que ocorrem incidentes com os adeptos, as equipas em causa são castigadas com multas muito severas. Porém, à medida que o tempo passa, dá a sensação de que as claques organizadas estão cada vez mais descontroladas.


REPORTAGEM Um outro caso que ilustra esta problemática é a atitude dos adeptos do Dynamo Dresden, clube da zona leste da Alemanha, e, por isso, muito marcado pela extremadireita. Na última edição da Taça da Alemanha, em Dortmund, frente ao Borussia local, os adeptos do Dynamo Dresden envolveram-se em confrontos com os polícias antes do jogo, atrasaram o início do mesmo em 15 minutos e obrigaram o árbitro Peter Gagelmann a interromper a partida em três ocasiões. Durante o encontro, quando Mario Götze se preparava para bater um pontapé de canto, choveram isqueiros para cima dele. Na sequência dos desacatos, a Federação alemã de futebol (DFB) determinou a exclusão do Dynamo Dresden da Taça deste ano. Após a defesa do clube, a decisão cingiu-se a uma multa bastante severa. Mostrando não ter aprendido a lição, o mesmo clube voltou a estar envolvido em problemas já nesta edição da competição. Na deslocação a Hannover para defrontar o Hannover 96, antes do encontro, os adeptos visitantes tentaram atacar os visitados. Além disso, depois de provocarem desacatos nos locais de controlo, 400 prevaricadores entraram de forma ilegal no estádio. Como se não fosse suficiente, no final do desafio, alguns adeptos do mesmo clube invadiram o campo e acenderam lá very-lights, obrigando a polícia a intervir. Sem quaisquer rodeios, a DFB excluiu o clube de leste da próxima edição da Taça da Alemanha. O Dynamo Dresden recorreu da decisão, pelo que o processo ainda pode sofrer algumas alterações. A acrescentar a toda esta onda de pura violência há ainda a componente política. Considerando que o país foi claramente marcado pela divisão após a Segunda Guerra Mundial, é natural que haja muitos ideais políticos. Todavia, esse facto nada deverá ter que ver com o futebol. No entanto, não é assim que pensam pequenas fações de alguns clubes. Por exemplo, no jogo de abertura da 50ª edição da Bundesliga, frente ao Werder Bremen, alguns adeptos presentes na Südtribune, bancada mais famosa do Borussia Dortmund e conhecida em toda a Alemanha, levantaram tarjas com referências a um partido alemão de extremadireita. Graças a um novo sistema de videovigilância, o campeão germânico conseguiu identificar os autores e entregou-os às autoridades locais, demarcando-se daquela referência política. Face a todos estes e a outros cenários, os governos dos vários estados foram obrigados a entrar em ação. Na verdade, o Ministro do Interior do governo federal exigiu mesmo que os clubes fossem mais severos no combate a todas as ações que pudessem redundar em violência nos estádios. De forma a garantir a colaboração de todos os clubes das duas principais

ligas, esses membros falaram em vigilância individual e mais apertada fora e dentro dos estádios, bilhetes mais caros, no fim das regalias para as claques organizadas e, pior do que isso, na abolição das bancadas com lugares em pé, uma das imagens de marca dos campeonatos alemães. Na iminência de perder a soberania sobre o futebol, a DFB e a DFL (Liga alemã de clubes) convocaram uma reunião com os 36 clubes dos dois principais clubes e com o governo federal para o dia 12 de dezembro em Frankfurt. O objetivo era claro: assinar, por mútuo acordo, um papel que visasse a existência de controlos corporais completos, castigos coletivos, formações de forças de segurança e videovigilância. A resposta a tais propósitos não se fez esperar e as organizações de adeptos pediram o diálogo com os dirigentes e com as entidades responsáveis antes do referido encontro. No entender de Michael Gabriel, diretor da Koordinationsstelle Fanprojetke (KOS – em português, posição de coordenação de projetos dos adeptos) era importante perceber como é que “nós, enquanto adeptos, seremos vistos e tratados – como espetadores, consumidores, prevaricadores ou como apoiantes respeitados.” Deste modo, como medida de protesto, entre a 14ª e a 16ª jornadas das duas principais ligas, os adeptos ficaram silenciados durante 12 minutos e 12 segundos, o que simbolizava a reunião a 12 de dezembro. Nesse tempo, não havia qualquer manifestação de apoio, numa medida para provar que o sal do futebol eram os adeptos. No referido dia, a reunião mencionada avançou mesmo. No final, face à maioria absoluta obtida na reunião (31 clubes votaram a favor), nem a onda de protestos em frente ao local conseguiu parar a consumação de um novo acordo de segurança no futebol alemão e que vigorará a partir da próxima temporada. À saída da reunião, o presidente da DFL, também presidente do Borussia Dortmund, Reinhard Rauball, afirmou que “o futebol profissional saiu como vencedor deste encontro. É uma muito boa notícia que a Liga de clubes seja capaz de fazer os seus trabalhos de casa. Em função dos constantes problemas, até o sindicato dos polícias (DPolG) ficou satisfeito com o acordo: “Já não era sem tempo que a crescente violência nos e em redor dos estádios de futebol fosse combatida com medidas concretas”, afirmou o diretor federal do sindicato, Rainer Wendt. Entre outros pontos, determinou-se o reforço dos responsáveis pelos adeptos, o controlo das entradas nos estádios será maior, o número de bilhetes para os visitantes em jogos de risco podem, em conformidade com o clube e a federação, ser limitados e o material


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“Trabalho como um preto, para viver como um branco” Samuel Eto’o


pirotécnico deixará de ter acesso aos recintos. O presidente da Liga de clubes afiançou que os adeptos não seriam prejudicados e que a sua privacidade não seria invadida na sequência deste novo acordo de segurança. Detentores de uma opinião claramente distinta, alguns extremistas não encontraram outra forma de expressar o seu desagrado e atiraram sacos de tinta à loja oficial do Borussia Dortmund e ao escritório do Reinhard Rauball. A polícia socorreu-se das imagens das câmaras presentes nas imediações do sucedido para iniciar a investigação do ato. Segundo alguns meios de comunicação alemães, o delito foi provocado por cinco a seis desconhecidos. No fim de semana que marcou o fim da primeira volta da Bundesliga, entre 14 e 16 de dezembro, os adeptos aproveitaram para demonstrar, uma vez mais, o seu desagrado. Jan-Henrik Gruszecki, porta-voz da iniciativa dos adeptos “12:12”, prometeu reações mais vincadas nos próximos tempos: “Com esta decisão, confirmam-se

os pontos mais difíceis que dizem que nós temos que atuar de forma mais radical. Isso seria o mais estúpido que poderia acontecer. Por que razão nos devemos conter, quando, eles, de qualquer das formas, fazem conosco o que querem?” Entre outras medidas, os adeptos pensam seriamente no prolongamento do boicote ao ambiente nos estádios e, no pior dos cenários, no boicote a uma jornada. A propósito do poder que os adeptos podem ter sobre as equipas, na última jornada deste ano, o campeão germânico, na deslocação ao estádio do Hoffenheim, sentiu na pele a falta de apoio. Durante 90 minutos, o Borussia Dortmund ficou sem qualquer tipo de incentivo da parte da claque organizada, que, desde sempre, está presente em grande número nos diferentes estádios onde a equipa atua. Claramente afetados por tal atitude, dirigentes, equipa técnica e plantel principal endereçaram uma carta aberta muito sentida aos adeptos do clube, pedindo-lhes que não esquecessem o melhor ano na vida do Borussia e que, por isso, não deixassem de o apoiar nos jogos,


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sobretudo, na partida para a Taça da Alemanha (19 de Futebol (FPF) têm a obrigação de castigar severamente dezembro), mesmo estando contra o que foi acordado as equipas em causa, porque só assim se poderá criar no dia 12. A verdade é que, no dia em que o clube fez um clima favorável a mais assistências. 103 anos, os adeptos não faltaram à chamada e criaram um ambiente fabuloso, como acontece habitualmente. No fundo, este novo acordo é o exemplo claro de que é necessário atuar para limitar os perigos para a segurança pública. Num país civilizado como a Alemanha e mesmo como Inglaterra, os adeptos têm uma palavra a dizer, pelo que se esperam novas ondas de protesto. Regra geral, os adeptos alemães querem que não se chegue a um extremo, dado que os desacatos não serão provocados por todos. Contudo, só uma medida mais genérica poderá ajudar a combater um verdadeiro flagelo. Em Portugal, não há o problema de extremismo político, o que alivia a situação. Todavia, em cenários de violência como os que são presenciados nos jogos entre FC Porto, SL Benfica, SC Braga, Sporting CP e Vitória de Guimarães, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e a Federação Portuguesa de


“Quando marcas és grande, quando falhas é porque estás gordo“ Ronaldo

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JESUALDO: REMÉDIO OU CURA Texto: Bruno Miguel Espalha Fotos: Google Images

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esualdo. Em alemão significa ‘refém do rei’. Em hebraico significa ‘o mesmo que Jesus’. Em português significa ‘refém dos resultados’ e para ser o mesmo que Jesus tem que conseguir pôr o Sporting a jogar o dobro. Não me parece. Até porque segundo consta o treinador não vai ser ele… Foi contratado para o cargo de Manager do Sporting, que engloba a gestão de todo o futebol do Sporting. Godinho Lopes disse que ele seria o seu braço direito e o seu braço esquerdo. Eu digo que ele terá que ser muito mais. Parafraseando John Toshack, o Sporting joga e é gerido como uma galinha sem

cabeça. O projecto de Godinho Lopes a três anos, já foi recauchutado quatro vezes todas elas com o mesmo resultado. Falhanço total. Diz-se que Jesualdo já está a preparar a próxima época do Sporting e que tem seis meses para o fazer antes de substituir o treinador actual. Francky Vercauteren já sabia que seria sempre um treinador a prazo quando aceitou o cargo. A sua única esperança era conseguir no que faltava da época lutar por todos os objectivos que ainda restavam ao Sporting. Até agora tem sido pior que Sá Pinto. Resta saber como vai reagir à pressão de saber que


REPORTAGEM


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o seu sucessor já está dentro do clube. No entanto, não se avizinham fáceis os próximos tempos de Jesualdo Ferreira no Sporting. No clube despedemse directores desportivos quase à mesma velocidade que se despedem treinadores. AS URGÊNCIAS DE JESUALDO Diminuir a massa salarial. Na última entrevista televisiva de Godinho Lopes, o presidente do Sporting deixou implícita a primeira e mais premente tarefa de Jesualdo Ferreira: diminuir a massa salarial do plantel. Com despesas mensais na ordem dos 5 milhões de euros e com 9 meses ainda a faltarem para o final da época, conseguir vender/emprestar jogadores com salários elevados como Gelson Fernandes, Boulharouz, Elias ou Pranjic seria uma enorme benção para o Sporting. Outra das tarefas principais de Jesualdo será aumentar os níveis de moral dos jogadores do Sporting. Toda a gente reconhece méritos ao Professor nas camadas jovens como grande potenciador de talentos e isso poderá ser uma mais-valia ao nível psicológico. Gerir a relação com Vercauteren. Outra questão que vai ter que gerir com punhos de renda vai ser a relação com Franky Vercauteren. O belga vai sempre ver Jesualdo como uma potencial ameaça ao seu lugar já durante esta época. Vai sentir o bafo de Jesualdo na sua nuca sempre que errar. A margem de manobra será muito curta e a sentença já está lida. Só falta a assinatura. Tendo o seu destino já traçado, há dois cenários possíveis para o Sporting. No primeiro, Vercauteren tenta mostrar o melhor que sabe e pode para sair de cara lavada do Sporting e põe a equipa a jogar bastantes furos acima do que está neste momento. No segundo, Vercauteren desliga-se por completo do projecto que assumiu interinamente e a equipa do Sporting afunda-se ainda mais. Para mim este é o cenário mais provável de acontecer pois ninguém gosta de trabalhar com os dias contados e muito menos já com o seu sucessor contratado. Preparar a próxima época. Se o Sporting não conseguir renegociar a dívida com os principais credores, Banco Espírito Santo e Banco Comercial Português, nem arranjar um investidor para a SAD, Jesualdo vai ter extremas dificuldades em preparar a próxima época. Sem dinheiro para investir na equipa, vai ter de procurar jogadores na Equipa B ou em final de contrato. Como já vimos esta época, alguns revelam-se bons - Pranjic - mas outros revelam-se um desastre - Boulharouz.

Godinho Lopes já o tinha apresentado e anunciado no Domingo à noite. Segundo porque com a sua experiência e currículo, o manager do Sporting dispensa apresentações. No entanto, é precisamente na questão do currículo que reside a minha maior dúvida em relação a Jesualdo Ferreira. Por muito experiente que seja, com experiências no estrangeiro, no Benfica como adjunto e no Porto como treinador principal, no Braga que ajudou a crescer, o agora manager leonino nunca teve um cargo de gestão. A sua função era principalmente treinar, desenvolver e potenciar jogadores e ganhar títulos. Essa é outra das lacunas de Jesualdo. Nos clubes onde esteve como treinador principal apenas teve sucesso no Futebol Clube do Porto. Como todos sabemos, por trás de qualquer treinador do Futebol Clube do Porto há uma grande estrutura bem montada e bem oleada que permite ao treinador concentrar-se apenas na sua única e exclusiva função: treinar e ser campeão. Nos outros clubes por onde passou, o sucesso desportivo, que no futebol se mede em títulos foi ZERO. O MAL DO SPORTING CONTINUA DENTRO DO CLUBE

Infelizmente para o Sporting, os homens que estão à frente da estrutura do futebol são o menor dos seus problemas. Enquanto existirem Godinhos Lopes a serem eleitos para cargos directivos o clube não vai sair do marasmo em que se encontra. Godinho Lopes representa o ‘Velho do Restelo’ dos sportinguistas. Todos estes presidentes que são eleitos/nomeados por uma estrutura invisível para alguns, composta por pessoas obscuras que se movimentam dentro do clube tal e qual como numa corte, movidas por interesses pessoais e empresariais estão a comer o Sporting por dentro. Estas pessoas que se servem do Sporting para promoção pessoal, arrogam-se de um grande sportinguismo mas não são mais do que verdadeiros parasitas de um dos maiores clubes de Portugal. Como em qualquer relação entre parasita e hospedeiro, o parasita retira do hospedeiro os meios necessários para a sua sobrevivência prejudicando normalmente o hospedeiro levando-o muitas vezes à morte. Em suma, terá de existir no Sporting uma revolução completa a nível de cargos da estrutura directiva, com a entrada de sangue novo com vontade de SERVIREM O SPORTING e não de SE SERVIREM DO SPORTING. Jesualdo pode ser um paliativo, mas não é de certeza a cura. A sua contratação é um A APRESENTAÇÃO DE JESUALDO - OUTRO TIRO mal menor, dentro de um mal muito maior que está NO PÉ instalado há muitos anos no clube. A conferência de apresentação de Jesualdo foi dejasustada e inadequada. Primeiro porque


LA LIGA Francisco Baião Fotos: AP

Na Liga Espanhola desenrolou-se, este fim-de-semana, a 17ª jornada marcada pela quarta derrota do Real Madrid que, em apenas 17 jogos, já perdeu o dobro das vezes da temporada anterior e já perdeu pontos em mais jogos (7 contra 6) que na época que o levou ao título. Indiferente a tudo isto esteve o Barcelona que somou a 16ª vitória em 17 jogos alargando para 16 pontos a vantagem sobre um Real Madrid que terá que virar atenções para as restantes competições (e para a tentativa de chegar aos segundo posto), uma vez que o campeonato estará irremediavelmente perdido para os catalães. Quem regressou aos triunfos foi o Atlético Madrid que, ao bater o Celta por 1-0, reforça a segunda posição, aumentando para sete os pontos de vantagem sobre o Real, apesar de não conseguir reduzir a diferença para a liderança da prova. Em vésperas da quadra natalícia, a jornada começou na quinta-feira com o Rayo 3-0 Levante num confronto que colocava, frente-a-frente, o 10º e o

6º classificado, equipas em luta por um lugar europeu, apesar da diferença pontual ser, à partida para a jornada, já de cinco pontos. Depois do nulo ao intervalo, a equipa da casa resolveria o jogo na última meia hora de jogo com golos de Martínez (aos 60’), Medina (aos 80’) e Vasquez (aos 90’), resultado que permitiu ao Rayo saltar para a oitava posição a apenas dois pontos do sexto que continua a ser o Levante. Também na quinta-feira jogariam Real Sociedad e Sevilha, equipas separadas por apenas 3 pontos mas com momentos de forma bem diferentes, uma vez que os bascos não perdiam há sete jogos (seis deles para o campeonato) enquanto os andaluzes tinham apenas dois triunfos nos últimos cinco jogos, sendo que nenhum dos triunfos era para Liga mas sim para a Taça. A equipa da casa chegaria ao intervalo a vencer por 1-0 com golo de Vela e, apesar de consentir o tento da igualdade logo no início do segundo tempo por Medel, acabaria mesmo por


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somar os três pontos ao chegar ao 2-1 final com um golo de Alberto de la Bella. Com os três pontos somados, a Real Sociedad sobe ao sétimo posto a dois pontos do sexto lugar, lugar que dará acesso às competições europeias. O Sevilha mantém o 14º posto mas está mais perto dos lugares de despromoção. À mesma hora, em Barcelona, Espanyol e Deportivo lutavam para fugir à lanterna vermelha que as equipas partilhavam com 12 pontos e faziam-no com 4 portugueses em campo, com Simão a titular pelos da casa enquanto Bruno Gama, Diogo Salomão e Pizzi alinhavam de início pelos galegos, a que se juntava o brasileiro Evaldo, emprestado pelo Sporting. Para além dos 4 titulares, havia mais 3 portugueses sentados no banco de suplentes, sendo que Roderick Miranda foi o único a não entrar. Nélson Oliveira (entrou aos 60’) e André Santos (entrou aos 71’) foram os restantes portugueses em acção. A equipa da casa venceria por 2-0, com um golo em cada parte, cabendo a Simão o golo inaugural da partida e Stuani fez o 2-0 final que permitiu ao Espanyol subir à 18ª posição, ainda assim abaixo da linha de água. Quanto ao Deportivo, é cada vez mais último e está cada vez mais difícil a vida José Luis Oltra no

comando técnico dos galegos. Para sexta-feira estavam agendados mais dois jogos e, à semelhança dos jogos de quinta-feira, resultaram em triunfos das equipas da casa com destaque, mais uma vez, para um jogador português. Foi na partida Valencia 4-2 Getafe, confronto entre o 11º e o 7º classificado da Liga, separados por apenas 3 pontos que se esfumaram neste jogo, que o central Ricardo Costa apontou o 3º golo da equipa da casa, fazendo o 3-1 com que se atingiria o intervalo. A partida começaria praticamente com o primeiro golo do Valencia, apontado por Soldado e, ainda antes dos 10 minutos, já Jonas tinha feito o 2-0. Numa partida em que, para além de Ricardo Costa, também João Pereira foi titular, o Getafe reduziria para 2-1 aos 13 por Vásquez, cabendo a Ricardo Costa o 3-1 à passagem da meia hora de jogo. Na segunda parte Ruano fazia o 3-2 cabendo a Valdez o 4-2 final em cima do minuto 90. Com este resultado o Valencia sobe ao nono posto e o Getafe desce à décima posição, ambos com 24 pontos. Logo depois, o Atlético Madrid, com Tiago a cumprir os 90 minutos, regressaria aos triunfos ao receber e vencer o Celta de Vigo por 1-0 com o golo do triunfo a ser apontado por Adrián López, aos 77’,


cinco minutos depois de ter saído do banco. O Atlético alcançou a 13ª vitória em 17 jogos e passou a somar 40 pontos, reforçando o segundo posto da classificação. Para sábado estavam reservados os restantes cinco jogos da jornada e, se até aqui, só tinha havido triunfos caseiros, o sábado só não trouxe o pleno de triunfos forasteiros porque o Real Madrid perdeu em Málaga, acabando os restantes quatro jogos com triunfos para os homens que atuavam fora do seu terreno. O primeiro jogo opôs o Bétis (Salvador Agra apenas entrou aos 63’) ao Maiorca (Nunes alinhou os 90 minutos) e a surpresa trouxe o triunfo do 18º classificado no terreno do 5º por 1-2, resultado que provocou o atraso do Bétis relativamente ao Málaga (4º classificado) permitindo, ao mesmo tempo, que o Maiorca voltasse a sair dos lugares de despromoção ocupando agora a 16ª posição. O Bétis até esteve em vantagem mas a equipa insular conseguiria dar a volta ao marcador e alcançava a 4ª vitória na temporada. Seguiu-se o Valladolid (8º) – Barcelona (1º) com os catalães, sem Tito Vilanova no banco de suplentes, a somarem mais um triunfo, desta feita por 1-3, onde o destaque vai mesmo para o facto de Messi ter “apenas” marcado um dos golos da equipa. Numa partida onde o português Sereno alinhou os 90 minutos, o Barcelona só chegaria à vantagem aos 43’ com um golo de Xavi, cabendo a Messi o 0-2 aos 59’. A equipa da casa reduziria a desvantagem em cima do minuto 90 por Javi Guerra mas Tello, já em descontos, fazia o 1-3 final, permitindo à equipa catalã alcançar os 49 pontos e 57 golos marcados em 17 jogos. Já o Valladolid caiu para a 11ª posição continuando a cinco pontos dos lugares europeus. Se a jornada punha em confronto os dois últimos classificados, também os dois clubes que estavam imediatamente acima da linha de água se debatiam em Pamplona, com o Osasuna (16º) a receber o Granada (17º). Tal como o jogo de Sevilha entre Bétis e Maiorca, a equipa da casa até esteve em vantagem mas o Granada conseguiria dar a volta ao marcador, alcançando um importante e precioso triunfo por 1-2, resultado que mantém o Granada acima da linha de água (subiu para o 15º) mas com apenas 1 ponto de vantagem sobre a primeira equipa abaixo da linha indesejável, enquanto o Osasuna caiu para o 19º e penúltimo lugar, já em posição de despromoção. À mesma hora, em Málaga, o jogo grande da jornada, colocava, frente-a-frente, o Málaga (4º) e o Real Madrid (3º), separados por cinco pontos e com três portugueses no onze titular (Eliseu pelos da casa e Pepe e Ronaldo pelos forasteiros) e outros dois no banco (Duda pelos da casa e Ricardo Carvalho pelos merengues). O jogo começou logo a causar bur-

burinho nos meios de comunicação espanhóis pela ausência de Casillas do onze titular, com Mourinho a coloca-lo no banco de suplentes por uma decisão “puramente técnica” que causou estranheza. Depois de uma primeira parte sem golos, a segunda teve 5 (3 para os da casa e 2 para os forasteiros), resultado que deixa os de Mourinho mais longe dos dois primeiros e mais preocupado com o quarto classificado que está agora a apenas dois pontos. A jornada terminaria com a deslocação do Saragoça (13º) ao terreno do Athletic Bilbau (12º) e com mais um triunfo forasteiro e mais um português em destaque. O Saragoça venceria por 0-2, resultado feito ainda durante o primeiro tempo com o segundo golo a ser apontado por Hélder Postiga, que apontou o 8º golo no campeonato. A próxima jornada acontece só em 2013 (entre os dias quatro e sete de janeiro) e terá como ponto de interesse o dérbi da Catalunha com o Barcelona a receber o Espanyol que, apesar de separados por mais de trinta pontos, é sempre uma partida especial. As restantes equipas da frente jogarão fora de casa (Saragoça – Betis, Deportivo – Málaga e Maiorca – Atlético Madrid) à exceção do Real Madrid que receberá a Real Sociedad. 1º 2º 3º 4º 5º

Barcelona (49 pontos) Atlético Madrid (40 pontos) Real Madrid (33 pontos) Málaga (31 pontos) Betis (28 pontos)


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INTERNACIONAL

PREMIER LEAGUE Pedro Pinto Fotos: Getty Images

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dia seguinte ao Natal é para descansar dos doces, dos pratos recheados e de consoadas repletas de calorias, certo? Não para quem decidiu seguir o futebol como carreira profissional em Inglaterra. No tradicional Boxing Day, houve muita acção na Premier League, com grande destaque para um jogo fabuloso em Old Trafford, um deslize dos azuis de Manchester e para festejos de André Villas-Boas. A loucura em Manchester foi muita, semelhante até à que se vê na cara das crianças a abrir presentes nesta época natalícia. Mas foi tudo dentro de campo, fruto de uma partida de cortar à respiração. Partida essa que ditou a 11ª recuperação do United nesta temporada, desta feita ao derrotar o Newcastle por 4-3, depois de ter corrigido desvantagem por duas vezes ao longo dos 90 minutos. E o final bem que podia ter sido escrito para um filme de Hollywood, tal como o final da temporada passada: em cima dos 90 minutos para júbilo dos adeptos em Old Trafford. O United, que até vinha de um deslize diante do Swansea (1-1), apresentava-se sem Wayne Rooney, sem Ashley Young e com um meio-campo com

Ryan Giggs e Paul Scholes, meio-campo esse onde o avançar dos anos tirou velocidade aos processos ofensivos. Mas foi por culpa de De Gea, um jovem, que o Newcastle chegou à liderança logo aos 4 minutos por intermédio de James Perch, numa recarga. No entanto, mesmo sem brilhar, os red devils chegariam ao empate aos 25 minutos quando foi a vez de os magpies não conseguirem afastar um primeiro remate de Chicharito Hernandéz, bem aproveitado por Jonny Evans. E estava na hora da controvérsia. Evans voltou a estar no centro das atenções mas devido a um auto-golo, que foi anulado à primeira vista por ter sido assinalado fora-de-jogo a Papiss Cissé aos 29 minutos. A questão é que, depois de muita discussão, os árbitros decidiram que o avançado não estava a interferir na jogada, logo o auto-golo seria válido, algo que, naturalmente, enfureceu Sir Alex Ferguson. Pior ainda para Ferguson era que o United não conseguia estabelecer-se ofensivamente e ainda teria de ver Sylvain Marveaux atirar à barra antes do intervalo. Voltava-se do descanso e Patrice Evra assumia o papel de capitão aos 58 minutos, com o golo do empate no limite da grande área. Mas a estabi-


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lidade continuava longe e foi o gigante Cissé, 10 minutos depois, a receber a assistência do ex-United Gabriel Obertan para recolocar o Newcastle na frente por 3-2. O ritmo frenético continuava e Robin Van Persie empataria mesmo o encontro logo aos 71 minutos para preparar um final alucinante. Chicharito falhou três grandes oportunidades, Ameobi atirou ao poste, mas foi o jovem mexicano a corresponder na perfeição à abertura de Michael Carrick para levar Old Trafford à loucura. Com o deslize do City, o United abre uma vantagem de 7 pontos exactamente a meio do campeonato. Resta saber se vai ser suficiente para evitar problemas de último segundo. Vantagem essa de 7 pontos que apenas se abriu muito por culpa de Joe Hart, com um momento de enorme infelicidade responsável pelo golo solitário do Sunderland no Stadium of Light. 1-0 foi o resultado final, resultado esse que não deixou Roberto Mancini nem um pouco feliz. A primeira parte até começou de forma mais positiva para o Manchester City, com o regressado Vincent Kompany a cabecear à barra na sequência de um canto e, mesmo com o jogo algo amolecido, ainda houve tempo para Simon Mignolet, a remate de David Silva, e Joe Hart, contra Sessegnon, brilharem nas respectivas balizas para obrigarem o jogo a ir empatado a zero para o intervalo. O Sunderland até fechava os primeiros 45 minutos por cima depois de um arranque algo periclitante. Tudo recomeçou da mesma forma e os homens da casa continuavam a tentar lançar o pânico na área do City através de bolas longas ou remates de longe. E foi assim mesmo que, num cruzamento remate, Adam Johnson atirou para o fundo das redes do City com muitas culpas para Joe Hart. Ainda houve queixas contra uma eventual falta sobre Zabaleta mas estava feito o 1-0. Mancini colocou a artilharia pesada toda em campo na busca do empate mas nada aconteceu com Mignolet a travar Aguero enquanto a defensiva do Sunderland continuava imperial. Nada mudou, o título de homem do jogo foi mesmo para o guarda-redes da casa e a surpresa consumou-se. Com oportunidade de colar ao City está agora o Chelsea, fruto da vitória diante do Norwich, que dá 35 pontos aos blues, a 4 dos citizens, com menos um jogo. O triunfo neste Boxing Day esteve longe dos contornos históricos da goleado por 8-0 contra o Aston Villa no fim-de-semana mas preencheu os requisitos para garantir os três pontos. Juan Mata atirou um míssil de longe ainda na primeira parte mas os londrinos sofreram já perto do fim. O Chelsea entrou melhor, mais confiante, mas o domínio ofensivo tardava em concretizar-se em hipóteses de real perigo. No entanto, o carrossel atacante dos blues pressionou a defesa do Norwich de tal forma que, um pouco depois da primeira ameaça

de Mata, o espanhol aproveitou um bom trabalho de Victor Moses e Óscar para colocar os visitantes na frente. Na segunda parte, a toada manteve-se a mesma mas o Chelsea tardava em sentenciar a partida, algo que acabou mesmo por não acontecer. Moses falhou uma grande oportunidade a 20 minutos do fim, Torres também não fechou o encontro e quase aconteceu um desastre para Rafa Benítez caso o cabeceamento de Sebastian Bassong no final da partida não tivesse voado por cima da trave. Quem também celebrou o Natal em grande estilo foi André Villas-Boas, ao ver o seu Tottenham tornar o Aston Villa (vítimas do 8-0 contra o Chelsea) um pouco mais miserável com outra goleada. Neste dia pós-natalício, o marcador registou um concludente 4-0, com todo o destaque a ir para Gareth Bale, responsável pelo segundo hat-trick da sua carreira. Ainda assim, os adeptos no Villa Park viam um jogo empatado ao intervalo, com curiosidade para o facto de até ter sido o Aston Villa a abrir melhor o segundo tempo. Mas o resultado não engana e depois de Jermaine Defoe abrir o marcador aos 58 minutos, só deu Tottenham. Foi de forma muito simples, descomplicada e fluída, que Bale marcou aos 61, 73 e 83 minutos para desespero dos adeptos da casa. As asas dos Spurs fizeram o ataque voar demasiado rápido para uma defesa despida do Villa e foi com naturalidade que o apito final soou para alívio para o Aston Villa, assinalando uma importante vitória que empurra o Tottenham - empatou 0-0 com o Stoke no fim-de-semana - de novo para o quarto lugar. Nota ainda para a derrota do Liverpool fora de casa, contra o Stoke City, por 1-3, para o empate a um golo entre Fulham e Southampton, para o empate sem golos entre Reading e Swansea City (Michu não fez a diferença) e para a vitória do West Bromwich Albion por 2-1 em casa do Queens Park Rangers. Classificação: 1 Man. United (46 pontos) 2 Man. City (39 pontos) 3 Chelsea (35 pontos) 4 Tottenham (33 pontos) 5 Everton (33 pontos)


TAÇA DA ALEMANHA João Silva Fotos: AP

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erminada a primeira volta da Bundesliga, a meio da última semana foi tempo de jogar os oitavos de final da Taç a da Alemanha.

O sorteio ditara jogos interessantes como o Schalke 04 – Mainz, o dérbi Augsburg – Bayern de Munique, o Wolfsburg – Bayer Leverkusen e o sempre apetecível Borussia Dortmund – Hannover 96. Assim, na terça-feira, a jogar no terreno do Karslruher SC, que milita na 3ª liga, o Freiburg, a realizar uma excelente época, teve muitas dificuldades, mas venceu por 0-1, carimbando a passagem aos quartos de final. Em Gelsenkirchen, o Schalke 04, mergulhado numa grave crise de resultados, o que levou ao despedimento do treinador Huub Stevens, perdeu com o Mainz por 1-2. A equipa de Thomas Tuchel, de quem se fala para novo técnico do Schalke 04, teve uma atitude muito séria, causando muitas dificuldades a um Schalke claramente a precisar de férias. Jens Keller, treinador interino, terá muito trabalho pela frente para recuperar animicamente a sua equipa. Ao contrário do que aconteceu em muitos jogos da Bundesliga, o Mainz foi capaz de aliar uma boa exibição a uma importante vitória, integrando a lista dos principais candidatos secundários à vitória fi-

nal. Mais tarde no mesmo dia, o Fortuna Düsseldorf, que realizou uma boa ponta final de primeira volta na Bundesliga, sofreu a derrota mais “humilhante” da ronda. Frente ao Kickers Offenbach, clube que atravessa muitas dificuldades na 3ª liga alemã, o Fortuna Düsseldorf realizou uma exibição muito fraca e sofreu os dois golos da derrota nos últimos quinze minutos. Depois de Greuther Fürth e Union Berlin, o Kickers Offenbach eliminou mais uma equipa de uma liga superior. À mesma hora, realizou-se mais um dérbi entre Augsburg e Bayern de Munique. Tal como aconteceu para a Bundesliga, os homens de Munique venceram novamente por 0-2. Contudo, o jogo ficou marcado por uma agressão de Ribéry a Koo aos 47 minutos de jogo. Depois desta atitude, o jogador francês do Bayern de Munique viu vermelho direto, tendo sido castigado pela federação alemã de futebol (DFB) com dois jogos de suspensão, o que significa que só voltará à competição, caso o Bayern de Munique chegue à final em Berlim. Na quarta-feira, houve mais quatro jogos. No único desafio entre duas equipas da 2. Bundesliga, o Bochum recebeu e venceu o 1860 München por 3-0.


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Contrariamente ao que se esperava, a equipa da casa foi soberana e acabou mesmo por surpreender um adversário tido como favorito e que, ainda assim, aguentou a diferença mínima até ao minuto 75. No Sul do país, o Stuttgart recebeu o FC Köln, no que foi uma reedição de muitos jogos de Bundesliga. Na sequência de uma exibição sólida, mas não fantástica e que contou com uma grande reacção dos visitantes, sobretudo, nos últimos dez minutos de jogo, o Stuttgart venceu bem por 2-1, continuando nas três frentes em que iniciou a temporada. Num encontro entre equipas da Bundesliga, o Wolfsburg venceu o Bayer Leverkusen por 2-1. Depois de ter perdido naquele estádio para o campeonato, o Bayer Leverkusen voltou a ser infeliz. No jogo que marcou a despedida do treinador interino do Wolfsburg, Lorenz-Günther, a equipa da casa começou a perder e, durante muito tempo, esteve próxima da eliminação. Porém, uma excelente reação da equipa de Vieirinha na ponta final da segunda parte serviu para derrotar uma equipa que realizou uma primeira volta de Bundelsiga absolutamente fantástica. Com esta eliminação, o Bayer Leverkusen fica apenas com o campeonato e com a Liga Europa. Na mesma situação, encontra-se agora o Hannover 96, que foi vergado a uma goleada (5-1) frente ao detentor do troféu e bi-campeão nacional, o Borussia Dortmund. Em cinco confrontos para a Taça, foi a única vez que o Hannover 96 foi eliminado pelo Borussia Dortmund. A jogar em casa, o Borussia dominou inteiramente a partida, realizando uma das melhores exibições dos últimos três anos. Desde o início que só houve uma equipa com argumentos para vencer. Impulsionado por um Mario Götze diabólico, fez três golos, o Borussia Dortmund provou que, a par do Bayern de Munique, é o grande candidato ao título. O Hannover 96, por outro lado, termina esta primeira metade da época em queda e precisa de recuperar para voltar a assumir o estatuto de grande equipa. Sérgio Pinto foi titular nesta partida. Pouco tempo depois de terem terminado os jogos dos oitavos de final, realizou-se o sorteio dos quartos de final da competição. Num sorteio livre, Olaf Thon, antigo craque do Schalke 04 tirou as bolas que definiram o emparelhamento da próxima etapa da prova. Assim, após a surpresa nos oitavos de final, o Kickers Offenbach volta a receber um primodivisionário. Trata-se do Wolfsburg, que, ao contrário do Fortuna Düsseldorf, tem um plantel superior, pelo que parte como favorito. O Stuttgart também tem a obrigação de passar às meias finais, uma vez que lhe caiu em sorte uma receção ao Bochum, equipa da 2. Bundesliga. Num confronto entre equipas em alta, o Mainz re-

cebe o Freiburg. Sendo duas equipas dotadas de muita qualidade técnica e tática, acredita-se que os detalhes possam decidir o resultado final. Devido ao fator casa e ao facto de o plantel trabalhar junto há mais tempo, o Mainz é visto como favorito. Por último, os quartos de final oferecerão um verdadeiro duelo de gigantes. Assim, o recordista de Taças da Alemanha, Bayern de Munique, recebe o detentor da última edição, o Borussia Dortmund. Num desafio que, para a equipa de Munique, servirá como vingança pela copiosa derrota na última final (5-2), o Borussia Dortmund tem tudo a ganhar. Considerando o seu passado e o plantel atual, o Bayern de Munique parte com algum favoritismo, tendo, todavia, pela frente um adversário temível e com muito talento, que já provou, na Liga dos Campeões, estar talhado para derrotar conjuntos teoricamente mais fortes. Além disso, nos últimos sete desafios entre ambos, o Bayern de Munique venceu apenas um, empatando outro e perdendo cinco. Será, sem dúvida, uma final antecipada. Os quartos de final disputar-se-ão nos dias 26 e 27 de fevereiro. Quem passar, jogará as meias finais a 16 e 17 de abril, e, os felizardos que conseguirem o bilhete para Berlim jogam a final a 1 de junho.


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SERIE A Tiago Soares Fotos: AP

A grande notícia desta semana em Itália foi a penalização de dois pontos e uma multa pecuniária ao Nápoles, bem como a suspensão de seis meses aplicada aos jogadores Paolo Cannavaro e Gianluca Brava por parte da Comissão Disciplinar da Federação Italiana de Futebol (FIGC). Ainda decorrente do escândalo de apostas conhecido por “Calcioscommesse” (já falado aqui no Dez no Verão), esta decisão advém da situação reportada num jogo entre a Sampdoria e o Nápoles de 16 de Maio de 2010 e que, alegadamente, teria o seu resultado combinado por parte de Matteo Gianello. Este antigo guarda-redes suplente do Nápoles, actualmente sem clube, foi condenado a três anos e três meses de suspensão por admitir ter tentado combinar o resultado do jogo acima referido e quer Cannavaro, quer Brava foram suspensos por não terem denunciado a situação. Recorde-se que o Ministério Público pedia nove meses para cada um dos jogadores. O Nápoles reagiu de imediato, considerandoem comunicado como “injusta” a decisão de castigar o clube já com a época a decorrer. Por outro lado, refutou qualquer responsabilidade jurídica do clu-

be e define o estado de ânimo do presidente De Laurentiis, do treinador Walter Mazzarri e dos jogadores como estando “calmos”. O clube está certo, também, que nos recursos que vai colocar perante a justiça italiana vai acabar por ter a razão do seu lado e terá estas perdas irreparáveis mitigadas. De qualquer forma, o clube considera ainda que não tem qualquer tipo de responsabilidade pelos actos dos seus jogadores, nomeadamente de Gianello, jogador que “não jogou um único minuto” na época 2009-2010. Recorde-se, a propósito, que as decisões são ainda passíveis de recurso por todos os intervenientes do processo – incluindo o próprio Ministério Público Italiano. Assim sendo, e à entrada para a jornada deste fim-de-semana, a classificação estava assim (anotações em cada um dos clubes que perdeu pontos relativos ao “Calcioscommese”): 1 Juventus (41 pontos) 2 Inter (34 pontos) 3 Lazio (33 pontos) 4 Fiorentina (32 pontos) 5 Nápoles (31 pontos, -2 por castigo) (…) 12 Atalanta (21 pontos, -2 por castigo)


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(…) 14 15 (…) 20

Sampdoria (17 pontos, -1 por castigo) Torino (16 pontos, -1 por castigo) Siena (11 pontos, -6 por castigo)

Por outro lado, o Nápoles, na pessoa de um dos seus jogadores, foi ainda notícia esta semana e por boas razões: Hamsik, internacional eslovaco, visitou um hospital onde se encontra uma fã do Nápoles, Alessia Colantuono (14 anos), que sofreu um ataque cardíaco no passado Verão e ficou sem oxigénio no cérebro durante mais de 25 minutos, ficando em coma desde essa altura. Quase em época natalícia, o jogador “partonopei”ofereceu uma camisola a dar alento à família, numa tentativa de trazer melhoras e algum consolo a uma família que se encontra num estado desesperado. É isto também que se exige aos profissionais de futebol e verdadeiros ídolos de muitos: dar à sociedade algo mais do que apenas autógrafos e aparecer em eventos sociais. Itália: Juventus cada vez mais primeira Com a sombra do castigo do Nápoles a pairar sobre a Liga Italiana, a jornada natalícia começou na sexta-feira com a entrada em campo da Juventus para defrontar o Cagliari.. Mas em Parma. É que o estádio do Cagliari continua interditado e teve de viajar para Parma para defrontar os campeões italianos e líderes do Calcio. A equipa da “casa” vinha de cinco (!) derrotas consecutivas e, nos últimos sete jogos, apenas tinha conseguido amealhar dois pontos, motivando mesmo a troca de treinador, fazendo Ivo Pulga a estreia neste jogo. A Juventus, claro, demonstra uma forma invejável e é, neste momento, uma das equipas mais temidas na Europa. Mas o jogo até começou ao ritmo do Cagliari que, devido a uma entrada forte e agressiva, não dando espaço ao meio-campo da “Vecchia Signora”, foi conseguindo ter as operações equilibradas e chegou mesmo ao golo ainda na primeira parte. Após jogada na esquerda de Sau, Vidal dá um toque no jogador do Cagliari e este aproveita e “cava” um penalti que o próprio árbitro demorou bastante tempo para marcar. Na marcação, Maurício Pinilla (sim, esse!) não deu hipóteses a Buffon e selou a surpresa ao intervalo no estádio parmesão. Mas na segunda parte tudo foi diferente, pois os “bianconeri” puxaram dos galões e o Cagliari começou a ser encostado às cordas. Aos 63 minutos, e na sequência de um canto, a equipa de Turim pediu pénalti (pela segunda vez na partida) por carga de um defesa sobre Asamoah na tentativa de recarga a uma defesa simplesmente espectacular de Agazzi a um remate de Matri. Pouco depois, Astori, do Cagliari, foi expulso com um segundo amarelo desnecessário e, alguns minutos mais tarde, a Juventus teve, finalmente e à terceira,

um pénalti a seu favor. Vidal teve a hipótese de se redimir do pénalti que havia cometido na primeira parte mas desperdiçou a ocasião, atirando por cima da baliza. Mas parecia inevitável que a Juve chegasse ao golo e, aos 74 minutos e após um remate de Vucinic defendido com dificuldade por Agazzi, Matri castigou a sua antiga equipa e atirou a contar para o empate. A pressão da Juventus continuou até ao fim e, aos 92 minutos e quando já tudo parecia indicar um empate, após uma bola na área que a defesa da equipa da “casa” tentou aliviar, houve um ressalto na mão de Vidal (lance involuntário, mas alterando a trajectória da bola) e o esférico foi calhar aos pés de Matri, que voltou a trair a sua antiga equipa e fez o 1-2 para o delírio do banco e dos adeptos da “Vecchia Signora”. Já aos 94 minutos, Giovinco aproveitou-se do desânimo da equipa da Sardenha para fazer uma bela jogada pela esquerda que Vucinic só teve de encostar para a baliza. A Juventus, com este resultado, bateu o recorde de pontos num ano civil, do qual era detentora desde o ano de 1993, na altura treinada por Fabio Capello, e mantém-se sólida na frente do “Calcio”. O segundo lugar da tabela é agora ocupado pela Lazio, que já vai em sete jogos sem conhecer o amargo sabor da derrota. Neste sábado deslocou-se ao reduto da Sampdoria para defrontar uma equipa que começou bem a época mas que, bem vistas as coisas, tem vindo a desiludir. Num dos jogos mais mal jogado da ronda, a equipa “laziale” e a “Samp” disputaram um encontro fraco, repartido e quase sempre sem motivos de interesse para os adeptos de ambas as equipas. Hernanes foi o herói de serviço ao marcar um belo golo com um remate de ressaca após cruzamento de Lulic à passagem da meia-hora de jogo. O brasileiro ainda esteve perto de conseguir o seu segundo golo da partida na segunda parte, mas Sergio Romero opôs-se com categoria à única oportunidade de golo digna desse nome na etapa complementar. A Lazio jogou com o tempo e o 0-1 serviu os seus desígnios perfeitamente, aproveitando a retirada de pontos ao Nápoles e uma combinação de resultados para chegar ao segundo lugar. A Fiorentina continua a dar muito boa conta de si e, desta vez, a “vítima” foi o Palermo. Na deslocação à Sicília, começou por ver todos os seus esforços reduzidos a pó por Ujkani, o guarda-redes da equipa da casa e que tem sido uma das revelações da época. Jovetic viu o albanês negar-lhe o golo por duas vezes na primeira parte e Luca Toni também não levou boas recordações do guardião “rosanero”, pois foi mais uma vez decisivo frente ao internacional italiano para manter o nulo até ao final da primeira parte. Já na segunda metade do desafio e, apesar do internacional albanês merecer terminar a


partida sem sofrer golos, a lei do mais forte imperou e Jovetic (a passe de Cuadrado) deu um toque de justiça ao marcador para a equipa “viola”. Com sete minutos para terminar a partida, foi novamente Jovetic a fazer o golo, com um pénalti (bem assinalado, de resto) à Panenka a fazer uma maldade a quem, na realidade, não merecia. Em mais um pénalti (também bem assinalado, uma mão claríssima), foi Gonzalo Rodriguez quem fez o 0-3 com que terminou a partida, mantendo o Palermo na zona de despromoção. O Nápoles visitou o Siena na estreia do técnico Iacchini ao comando dos visitados. Esperava-se para ver se a sentença que retirou os dois pontos à equipa napolitana iria influenciar os jogadores e, em última análise, o resultado da partida e a verdade é que o Nápoles não fez um grande jogo. Contra uma equipa do Siena que está no fundo da classificação (tem menos seis pontos por causa do “Calcioscommese” também) e sem o central português Neto, castigado, os “partenopei” nunca conseguiram ser amplamente superiores, apesar do domínio territorial ter sido uma constante. Insigne, Cavani e Hamsik nunca entraram verdadeiramente em jogo na primeira parte, tendo Zuniga sido o mais inconformado dos napolitanos. Só aos 43 minutos é que Gamberini fez um

remate digno de registo – mas foi fraco e à figura do guarda-redes adversário. Pegolo começou a ser mais notado no início da segunda parte, pois o Nápoles teve duas belíssimas oportunidades logo aos 49 minutos: Insigne faz um excelente passe para Cavani, que isolou Hamsik, tendo este rematado à figura de Pegolo e, no canto, foi Cavani a cabecear para nova bela defesa do guarda-redes do Siena. Infelizmente, foi sol de pouca dura e parecia que a tradição de o Nápoles não vencer em Siena se ia manter; no entanto, quem tem Hamsik e companhia tem sempre trunfos na mão: aos 86 minutos, canto na direita, a bola sobra para Hamsik que cruza tenso e rasteiro já perto da linha de baliza para a emenda de Maggio e, aos 88, Pandev é parado em falta na área do Siena por Felipe (central que até estava a fazer um belo jogo) e Cavani marcou o pénalti que deu o 0-2 para o Nápoles, não permitindo que um mau resultado se acumulasse com o castigo da FIGC. O Inter deu início a um fim-de-semana verdadeiramente aziago para as equipas milanesas no jogo em casa com o Génova. A primeira parte foi um verdadeiro exercício de “quem é que vai conseguir incomodar o guarda-redes adversário?”, à qual ambas as equipas responderam com um remate de perigo


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cada uma. Jogo morno e sem grande história na primeira parte, a velocidade da partida aumentou um pouco na segunda metade da partida, com Rodrigo Palacio a chegar perto de inaugurar o marcador para uma defesa apertada de Frey e a que Milito correspondeu, no ressalto, com um remate para fora. Com o Inter em dificuldades para engendrar uma boa jogada, o Génova ia crescendo e aumentando as jogadas de perigo junto à baliza dos “nerazzurri” e foi sem surpresa que os visitantes chegaram mesmo à vantagem aos 77 minutos. Lance de puro contra-ataque da equipa genovesa, com uma recuperação de bola e lançamento rápido para Immobile que, nas costas de Zanetti, fez o que quis de Ranocchia e rematou com força, ficando a ideia que Handanovic podia ter feito mais, pois deixou a bola passar por baixo do corpo. Gigi Del Neri (sim, também é esse Del Neri!) procurou incentivar os seus jogadores para aguentar os últimos 15 minutos, mas este foi o golpe de que o Inter precisava para se galvanizar e, aos 85 minutos, Cambiasso deu o melhor seguimento a um cruzamento “em balão” de Cassano e fez o 1-1. Já mesmo no fim do jogo, Livaja fez o impossível ao desviar uma bela jogada de Milito para o poste a apenas três metros da linha de golo e sem ninguém à sua frente, tendo Cambiasso tentado o ressalto mas apenas conseguindo enviar a bola ao lado. Incrível esta perdida do Inter em mais um empate em casa, no “maldito” Giuseppe Meazza, que faz a equipa “interista” descer para o quarto lugar.

nho, desastrado e por cima da baliza do uruguaio Goicoechea, mas acabou por sofrer o 4-0, com um cruzamento de Balzaretti a proporcionar o segundo golo de Lamel (mais uma vez a defesa do Milan a ficar mal na fotografia). O Milan saiu, finalmente, da apatia e, já com Bojan e Pazzini em campo, conseguiu chegar com mais perigo à baliza da Roma, mas Goicoechea estava determinado a manter as suas redes invioláveis. Marquinhos, lateral esquerdo, não ajudou o seu guarda-redes e foi expulso, com um vermelho directo, ao impedir uma jogada de ataque do Milan cortando a bola com a mão. Naturalmente, o Milan agigantou-se mais a partir deste momento mas foi só aos 87 minutos que conseguiu o seu golo de consolação: sobre o melhor pano cai a nódoa e Goicoechea largou uma bola fácil após remate de Muntari, tendo Pazzini chegado primeiro ao esférico e provocado o pénalti do uruguaio. Foi o mesmo Pazzini que converteu o pénalti e, apenas dois minutos depois, os “rossoneri” fizeram mesmo o 4-2, num cruzamento em “trivela” de El-Shaarawy a dar origem a um cabeceamento excelente de Pazzini, com Goicoechea a defender a bola para o lado (uma intervenção excelente, à semelhança de um guarda-redes de andebol), mas com Bojan a surgir sozinho e a empurrar para a baliza. Resultado final 4-2, o treinador milanês Allegri em maus lençóis e, certamente, com o romano Zeman a continuar com a ideia de antes da partida de que “o que a Roma conseguiu até agora não é o suficiente”.

Mas a outra equipa de Milão não quis ficar atrás do seu rival e também fez um mau resultado – ou, diríamos mesmo, um péssimo resultado em Roma. Curiosamente, o jogo até começou melhor para a equipa milanesa, pois os rossoneri assumiram os riscos e, aos 30 segundos, já tinham tido uma boa hipótese para marcar, mas “O Faraó” El-Shaarawy rematou ao lado da baliza romana. Nos primeiros minutos Amelia defendeu bem remates de De Rossi e de Osvaldo, mas nada pôde fazer aos 12 minutos em relação ao cabeceamento certeiro de Burdisso. Pouco depois, espectacular a intervenção de Goicoechea a um contra-ataque do Milan, com El-Shaarawy a não conseguir fintar o guardião romano. Aos 23 minutos, e como quem não marca sofre, Totti cruzou para o 2-0 de Osvaldo, em mais um cabeceamento certeiro do avançado da Roma a bater Yepes na elevação belo jogador este avançado argentino de 26 anos. Aos 30 minutos, 3-0 para a Roma, com De Rossi a recuperar uma bola e a passá-la a Lamela que fez, calmamente, mais um golo perante o desamparado Amelia. Até ao final da primeira parte não houve mais motivos de destaque, mas o início da segunda metade a Roma entrou novamente a “prego a fundo” e Totti quase fazia o quarto golo dos “giallorossi”. O Milan respondeu num livre de Robi-

Destaque ainda para a vitória do Parma (1-2 em Bolonha e com um golo incrível de Valdés, ex-Sporting) e para o empate da Udinese em Atalanta (1-1). Classificação: 1 Juventus (44 pontos) 2 Lazio (36 pontos) 3 Fiorentina (35 pontos) 4 Inter (35 pontos) 5 Nápoles (34 pontos)



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“Só se houvesse uma praga de peste bubónica é que eu convocaria o Di Canio” Giovanni Trapattoni

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INTERNACIONAL

FRANÇA - LIGUE 1 Francisco Baião Fotos: Getty Images

F

echa-se o ano, fecha-se a primeira volta do campeonato francês mas de uma forma especial. Paris Saint-Germain, Olympique Lyon e Marselha começaram a competição com os mesmos pontos, naturalmente. Assim vão iniciar a segunda metade da Ligue 1, depois de a última jornada de 2012 ditar que os três históricos terminam o ano civil com os mesmos 38 pontos. Quem entrou primeiro em campo foi a equipa que, depois de fazer todas as contas relativamente aos golos, seria campeã se a competição acabasse hoje. O PSG foi até Brest defrontrar a equipa local e de lá saiu com uma vitória robusta por 3-0, muito embora tenha tido de ultrapassar uma exibição inspiradíssima de Alexis Thebaux. Num jogo de um só sentido, a equipa de Carlo Ancelotti tantas pancadas deu que a muralha defensiva do Stade de Brest acabou mesmo por sucumbir, impotente perante o maior poder de fogo dos parisienses. O marcador mostra um resultado tranquilo mas este só acabou mesmo por aparecer na segunda

parte. Tudo por causa de Thebaux, antigo guarda-redes do Caen, que fez a exibição de uma vida. A meio da primeira parte, o guardião do Brest brilhou face a Thiago Silva e Zlatan Ibrahimovic consecutivamente, e o domínio do PSG não se traduzia em golos. Logo de seguida, chegou o momento que definiu o resto da partida: Abdou Sissoko entrou a pés junto contra Ezequiel Lavezzi e recebeu ordem de despejo imediata, algo que nem Thebaux conseguiu corrigir. Ibrahimovic e Pastore ainda foram travados no final da primeira parte, já com mais um jogador em campo, mas a resistência da aguerrida equipa do Brest ia mesmo terminar na segunda metade. Christophe Jallet furou pelo lado esquerdo da defesa da casa e cruzou de forma perfeita para o inevitável Ibra marcar o 18º golo da temporada e colocar os visitantes na frente. Era uma questão de tempo até o fogo parisiense superiorizar-se à táctica de contra-ataque que o Brest tentava empregar. Estava feito o primeiro golo e, para quem assistia ao jogo, esta-


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va encontrado o vencedor. Mas era preciso cuidado, pois o futebol prega muitas partidas. Não desta vez. O PSG continuou muito forte no ataque e não deu a mínima hipótese ao adversário, claramente inferior e sem quaisquer ideias, todas elas levadas no bolso de Sissoko quando foi expulso na primeira. Foi, por isso, com naturalidade que surgiu o segundo golo do encontro, aos 73 minutos. Pastore dançou, largou um passe para Thiago Motta, que viu Thebaux defender mais uma vez. O problema é que desta feita estava lá Kevin Gameiro sem marcação para aproveitar a recarga e apagar definitivamente quaisquer dúvidas que houvesse quanto a quem ia levar os três pontos para casa. Os 90 minutos não terminaram sem o terceiro golo, a cereja no topo do bolo, que, ainda assim, não agradou totalmente a Carlo Ancelotti, quando Bernard Mendy marcou um auto-golo ao empurrar as intenções de Jallet para dentro da baliza de Thebaux. Foi o final do ano para o PSG, um final de ano doce, com tudo em aberto para a conquista do campeonato exigida depois dos investimentos avultados durante o Verão. Colado ao PSG continua o Lyon, que não deu hipóteses ao Nice em pleno Stade Gerland. Naquele que foi o regresso de Claude Puel à sua antiga casa, os anfitriões até viram o Nice ser mais rematador mas foram muito mais eficazes, como o 3-0, tal e qual o resultado do rival PSG, o prova. Lisandro López, Anthony Reveillere e Bafetimbi Gomis foram os marcadores de serviço para o Lyon, que até teve de aguentar um início mais forte do seu adversário para depois tomar conta das incidências. Dario Cvitanich começou muito bem a partida e esteve perto do golo em duas ocasiões, uma delas resolvida por grandes reflexos de Remy Vercoutre. O susto acordou o Lyon adormecido e a toda ofensiva começou a virar para os homens da casa, primeiro através de Lisandro e depois por Reveillere, que atirou ao poste. A pressão cresceu e o Nice cedeu perto do fim da primeira parte, uma altura sempre crítica. Gomis recebeu a bola no asa direita do ataque e centrou para o ex-Porto abrir a contagem. O agora segundo classificado da Ligue 1 voltou a ser cerebral e marcou o segundo golo do encontro logo 10 minutos após o regresso dos balneários, com grande destaque para uma excelente iniciativa individual de Lisandro, outra vez, responsável por tirar três defesas da sua frente antes de servir Reveillere, desta feita sem atirar ao poste. Aos 64 minutos, Mahamane Traoré desperdiçou uma oportunidade de ouro para reduzir a desvantagem, mas Vercoutre brilhou e travou o remate do avançado do Nice, isolado em plena grande área. Como se não bastasse, o jogo ficou arrumado de vez quando o guarda-redes Davide Ospina fez falta sobre Gomis, foi expulso e viu o francês de origem senegalesa não perdoar da marca de grande penalidade.

Com muito mais sofrimento venceu o Marselha, ao fechar o encontro com um magro mas suficiente 1-0 diante do Saint-Etiénne, que já vai em cinco jogos consecutivos sem ganhar. Como já foi referido, os marselheses terminam o ano no grupo dos primeiros lugares, embora no terceiro posto devido ao fraco diferencial entre golos marcados e sofridos, enquanto o Saint-Etiénne já caiu até a um modesto décimo lugar. Neste Domingo, o terceiro líder aguentou uma primeira parte muito morna, algo aborrecida até, com a defesa a prevalecer sobre o ataque em quase todas as situações. Só não foram mesmo todas porque Andre Ayew subiu na perfeição e correspondeu de forma impecável ao cruzamento de Rod Fanni. A altura do primeiro, e único, golo da partida foi fatídica para os visitantes, que acabam por sofrê-lo mesmo antes de irem para o descanso. Pierre-Aumerick Aubameyang, a grande arma dos Les Verts, ainda tentou o golo várias vezes na segunda parte mas a história estava escrita e é mesmo uma tríade a repartir a liderança na entrada para 2013. Nota ainda para uma das grandes surpresas do ano, o Rennes, que foi ao Stade François Coty derrotar o Ajaccio num entusiasmante 4-2, resultado que catapulta a equipa de Frédéric Antonetti para o quarto lugar, com menos seis pontos do que os líderes. Já o quinto classificado, o Lorient, deixou escapar dois pontos na recepção ao Stade de Reims (2-2) enquanto o Valenciennes derrotou o Évian por 2-1 e subiu ao sexto posto da classificação geral. Venha 2013. Classificação: 1 2 3 4 5

Paris Saint-Germain (38 pontos) Lyon (38 pontos) Marselha (38 pontos) Rennes (32 pontos) Lorient (31 pontos)


ÁREA SCOUT

CENTURIÓN Texto: Bruno Sol Pinto Fotos: google.com

É o nome do momento na comunicação social desportiva em Portugal. Adrián Ricardo Centurión é o homem que leva FCPorto e Benfica a colidirem em esforços para a sua contratação. Nascido na capital argentina de Buenos Aires no dia 19 de Janeiro de 1993, Centurión joga como extremo, sendo a sua preferência a ala esquerda. Formado no Racing Club de Avellaneda, é lá que se mostra ao mundo do futebol, com jogadas fenomenais e exibições de encher o olho a qualquer olheiro que se preze. A estreia como jogador profissional ocorreu no dia 17 de Junho de 2012, numa derrota frente ao Atlético de Rafaela. Até então desconhecido, Centurión agradou de sobremaneira a Luís Zubeldia (o então treinador do Racing), que não hesitou em colocá-lo a titular. A partir daqui, nunca mais saiu. O primeiro golo aconteceu frente ao Argentinos Juniores e o jogo mais marcante foi contra o eterno rival, Independiente. A exibição de Centurión foi tão fantástica que passou a ser o favorito do público, deixando os adeptos do Racing loucos por ele. Com apenas 19 anos, já é um dos pilares da selecção sub-20 argentina e, num futuro próximo, da selecção sénior. FCPorto e Benfica que se apressem.. Quem fechar a contratação, pode ter uma certeza… Leva um craque!


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“Só treinaria o Barça se os meus filhos precisassem disso para viver” José António Camacho

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EDITORIAL

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Coordenação: Carlos Maciel e Francisco Baião Editor Chefe: Francisco Baião Direcção de arte e maquetização: Carlos Maciel Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Pedro Martins, Bruno Sol Pinto, Pedro Pinto, João Silva, Francisco Gomes da Silva, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Eduardo Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro, Nuno Almeida Publicidade: Ricardo Sacramento

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