Jornal Dez 30

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“Nº1 VEZES QUATRO”

Nº30


“Quem vai ser titular? Depende de como me levante no Domingo� Toschack

publicidade@jornaldez.com


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GAITAN APONTA AO CLÁS

Te


SSICO

exto: Eduardo Pereira Fotos: Getty Images

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a Amoreira, o Benfica teve de puxar dos galões para levar de vencida um Estoril muito aguerrido e que nunca virou a cara à discussão do resultado. O 1-3 final não faz jus ao empenho que os homens de Marco Silva colocaram em campo, mas deixa a indicação de que este Benfica está em forma para a recepção ao F.C. Porto e que mesmo os habituais suplentes estão a mostrar serviço: Gaitán fez um excelente jogo, coroado com um golo soberbo, e pode bem vir a ser titular no domingo, frente aos dragões. Líder isolado à condição, o Benfica sabia que um deslize no Estoril podia ser duplamente negativo: não só complicaria as contas do campeonato na semana imediatamente anterior à do embate com o F.C. Porto, como também daria à formação portuense a possibilidade de, em caso de vitória na Luz, saltar de imediato para a liderança isolada da Liga, mesmo com um jogo em atraso, o que funcionaria, certamente, como um poderoso tónico para os comandados de Vítor Pereira. Obrigado, uma vez mais, a vencer - algo que vem sendo hábito desde o início da temporada, em virtude da persistente igualdade pontual com os azuis-e-brancos -, o clube da Luz tinha pela frente um Estoril que ocupa um surpreendente sétimo lugar, a apenas três pontos da zona europeia da tabela, e que tinha marcado em todos os jogos para a Liga realizados no seu estádio. Jesus optou, por isso, por devolver a lateral esquerda da defesa a Melgarejo, mantendo Jardel ao lado de Garay e André Almeida na direita. Matic ocupou a posição habitual, à frente do quarteto defensivo, e Enzo Pérez ficou responsável pela distribuição do jogo ofensivo. Salvio,

na ala direita, teve a companhia de Gaitán, do lado oposto e, na frente, Cardozo e Rodrigo formaram a dupla encarregue de alvejar a baliza canarinha. O Benfica revelou uma certa superioridade nos minutos iniciais mas o Estoril mostrou-se sempre capaz de manter o jogo dividido, não abdicando de atacar e de colocar problemas ao sector mais recuado dos encarnados. É verdade que a maioria das iniciativas pertencia aos visitantes, só que as ocasiões de verdadeiro perigo tardavam em surgir. A primeira vez que “cheirou” a golo no António Coimbra da Mota foi aos 18 minutos, com Cardozo a falhar uma emenda aparentemente fácil, à boca da baliza. O impasse só começou a ser desfeito quando Gaitán resolveu assinar o golo mais bonito da noite. O lance nasce na sequência de um pontapé de canto cobrado por Cardozo, na direita do ataque encarnado. O extremo argentino antecipou-se a toda a gente para, de calcanhar, em suspensão e de costas para a baliza, desviar a bola do alcance de Vagner. A vantagem quase permitiu ao Benfica respirar de alívio mas, no lance seguinte, já o Estoril rondava a área de Artur, conquistando novo pontapé de canto. Os homens da casa não acusaram o golo e mantiveram o pé no acelerador até onde lhes foi permitido, não se desorganizando e apostando na velocidade de Luís Leal, o seu melhor marcador, para obrigar Artur a trabalhar. Ao intervalo, Lima entrou para o lugar de Rodrigo, que estava a fazer uma exibição algo apagada, e cedo começou a conquistar lugar de destaque na manobra ofensiva encarnada, tanto pela velocidade como pela força que veio emprestar aos lances que disputava. O ritmo do



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jogo era semelhante ao do final do primeiro tempo, com a equipa da casa a acreditar que o empate estava ao seu alcance, mas acabou por ser mesmo o Benfica a descobrir o caminho para o segundo da noite. Solicitação irrepreensível de Gaitán, a lançar Lima em velocidade para a grande área, e este, depois de amortecer com o peito, a bater Vagner com um potente remate para a malha superior da baliza. Com o 2-0 para o Benfica o Estoril demonstrou que aquela estocada era um duro golpe nas suas aspirações. A equipa perdeu algum discernimento e, em consequência, não tardou a consentir o terceiro do Benfica. No coração da área e solto de marcação, Salvio correspondeu de forma acrobática a um cruzamento do lado esquerdo e atirou a contar, como se confirmou na repetição televisiva. O árbitro Duarte Gomes, bem auxiliado no lance, não duvidou em validar o golo de imediato. Com uma vantagem confortável e o Estoril quase rendido, o Benfica limitou-se a controlar o jogo mas ia deitando tudo a perder nos cinco minutos finais. Primeiro foi Artur, com “mãos de manteiga”, a oferecer o golo a Gonçalo Santos e, logo depois, toda a defensiva encarnada ficou a ver Gerso, sozinho diante do golo, falhar o último toque de forma incrível. Perdido o 2-3 e com o ponteiro já para lá do minuto 90, os encarnados respiraram de alívio e saíram da Amoreira com uma vantagem psicológica confortável para preparar o clássico. Nota ainda para Pablo Aimar, que jogou os 15 minutos finais e poderá estar disponível para os próximos compromissos do clube da Luz.


SEM SAL NEM P


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PIMENTA Nuno Almeida Fotos: Getty Images

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e regresso ao campeonato, F.C. Porto e Nacional apresentaram um espectáculo pouco interessante aos cerca de 27 000 adeptos que se deslocaram ao Estádio do Dragão na noite fria de Sábado passado. Os portistas, entraram em campo com o seu onze habitual dos últimos jogos, faltando apenas Maicon. Jogaram a um ritmo muito baixo, dando a sensação que apenas fizeram os serviços mínimos para ganhar o jogo. Do outro lado, surgiu um Nacional ligeiramente melhor face às últimas partidas, mas ainda assim não o suficiente para criar incerteza no resultado final. Foi mais uma noite tranquila para Helton. O primeiro remate dos dragões surgiu apenas aos 25 minutos. E foi precisamente com esse remate de cabeça que o F.C. Porto se adiantou no marcador. Na sequência de um canto marcado por João Moutinho, Jackson Martinez - quem mais podia ser???- desviou ao primeiro poste, com um belo golpe de cabeça, não dando hipóteses de defesa a Vladan. Foi o 11º golo do internacional Colombiano para a Liga (mais que Sporting e Marítimo) e o seu 16º golo da época. Apesar do bom desempenho do trio do meio-campo composto por Fernando, Lucho e Moutinho - estes não sabem jogar mal notou-se que faltou alguma magia e criatividade quando o Nacional fechava os espaços e defendia quase com onze homens. Para essa falta de imaginação muito contribuiu a saída prematura do jogo de James Rodriguez, que saiu lesionado aos 35 minutos. Para o

seu lugar entrou Defour, que por muito bom que seja tacticamente, nunca será um extremo direito, posição que Vítor Pereira lhe pediu para desempenhar. Isso obrigou a que Danilo subisse muito mais vezes no terreno para dar profundidade à ala direita do ataque portista. Do lado esquerdo do ataque azul e branco, Varela fez apenas figura de corpo presente, muito desinspirado e com pouca vontade de jogar, não fazendo nada de relevante durante os 72 minutos que esteve em campo e nem a troca de chuteiras fez com que melhorasse o seu desempenho. E por muito bom que Alex Sandro seja, não pode fazer os dois lugares ao mesmo tempo. Nem com a entrada de Kelvin para o lugar do internacional português o ritmo se alterou pois apesar de mais irrequieto, o brasileiro não causou muitos problemas a João Aurélio. O Nacional da Madeira apesar de se ter apresentado, em teoria, com 3 homens a apoiar o ponta de lança Rondón, nunca provocou grandes calafrios à defesa portista, ficando-se apenas por meia dúzia de cruzamentos e cantos, mas nunca causando grande perigo. De salientar que mesmo com uma exibição descolorida, o F.C. Porto foi criando várias situações de golo. O resultado podia ter sido mais dilatado, até porque ficou uma grande penalidade por assinalar, logo aos 10 minutos, por falta de Miguel Rodrigues sobre João Moutinho, mas que Rui Costa não considerou. O outro responsável por um resultado magro foi o guarda redes do Nacional da Madeira, Vladan, que realizou uma excelente



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partida e que foi impedindo mais golos dos portistas. Defendeu uma tentativa de chapéu de Jackson aos 41 minutos, que com uma execução quase perfeita, ia fazendo mais um grande golo com um remate a mais de 30 metros da baliza. O mesmo Jackson Martinez, a recarga de um bom remate de Lucho que obrigou Vladan a mais uma grande defesa, devia e podia ter feito muito melhor aos 78 minutos quando à entrada da pequena área e com a baliza toda à sua disposição, conseguiu atirar por cima. O jogo estava a terminar e para salvaguardar qualquer balde de água fria, Vítor Pereira lançou Castro para o lugar de Lucho para reforçar mais o meio campo. O “Cha Cha Cha” realizou mais uma grande exibição, não só a jogar com a equipa, mas também com mais um golo marcado, tranquilizando cada vez mais os adeptos dos bicampeões nacionais, que aos poucos vão esquecendo Radamel Falcao. De destacar a lesão de James Rodriguez, com uma rotura muscular na coxa direita, que o vai deixar fora dos relvados cerca de 3 semanas e por isso vai falhar o jogo com o Benfica no próximo dia 13 de Janeiro. Com o “ocaso” de Varela, a ida de Atsu para a selecção do Gana para disputar a CAN e não contando com Kelvin e muito menos com Iturbe, o problema de Vítor Pereira para preparar a equipa para o jogo com os rivais da Luz, surge onde menos se esperava, nas alas ofensivas. Com tantas contrariedades, seguramente que o F.C. Porto entrará em campo no próximo domingo, com uma táctica diferente, talvez com Lucho mais próximo de Jackson Martinez e com Defour a jogar mais a interior direito no meio campo portista. Por outro lado, levanta-se a dúvida se

Izmailov, que já treinou com os novos companheiro, entrará nas contas do treinador portista para surpreender Jorge Jesus.


DERROTA CONTRATA JESU


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UALDO Francisco Baião Fotos: Getty Images

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Sporting voltou, este fim-desemana, a ser derrotado em jogos para o campeonato, perdendo na receção ao Paços de Ferreira, na partida que marcou a despedida de Vercauteren e a entrada de Jesualdo Ferreira para o seu lugar, naquela que é a terceira mudança (e quarto treinador) desde o início da época. Com Gelson e Carriço (que nunca foi opção esta temporada) já longe de Alvalade e Elias e Izmailov (raramente utilizado) em vias de sair, o meio campo da equipa leonina ficou entregue a Rinaudo, Adrien Silva e Pranjic, com Boulahrouz e Xandão no centro da defesa e Rojo (perante a ausência de Insúa) e Cédric nas laterais com os espanhóis Jeffrén e Capelo no apoio a Wolfswinkel. O Sporting até entrou bem em campo, pressionando o seu adversário que, no primeiro quarto de hora de jogo, praticamente não saiu do seu meio-campo defensivo. Apesar de uma exibição longe das piores desta época, desde cedo o Sporting teve que enfrentar um adversário maior que o Paços de Ferreira, pois o público que se deslocou a Alvalade assobiava mais do que aplaudia as iniciativas leoninas e, numa equipa frágil psicologicamente, esse factor pode ser suficiente para desequilibrar as contas de um jogo que se antevia difícil, não só pela má temporada dos leões como pela fantástica época do Paços de Ferreira que defendia em Alvalade o quarto posto da classificação. A partir do quarto de hora de jogo, apesar do Sporting continuar a pressionar e a dominar, o Paços de Ferreira começou a libertar-se e a chegar perto da baliza de Patrício que parecia mais inseguro que o habitual, dando mostras dessa intranquilidade à passagem da meia hora de jogo ao defender para a frente um remate de muito longe de Manuel José. Mas, seria precisamente no momento que o Sporting parecia começar a perder a superioridade na partida que a equipa da casa esteve mais perto de marcar num lance entre os dois espanhóis do plantel, com Jeffrén a centrar e Capel, em voo, a desviar de cabeça para o poste da baliza de Cássio.

No entanto, já em cima do intervalo, seria a equipa forasteira a chegar ao golo da vantagem, que seria o golo da vitória, num lance aparentemente inofensivo com uma bola a ser bombeada desde a defensiva nortenha para chegar até aos pés de Hurtado, após bom passe de Josué em que o peruano aproveitou a falta de decisão de Cédric, para fazer, à saída de Patrício, o único golo da partida. Na segunda parte, o Sporting procurou chegar à igualdade mas sem grande convicção, cabendo ao Paços de Ferreira a missão de impedir, quase sempre com grande facilidade, as inconsequentes tentativas dos homens mais adiantados do Sporting que tinham de ouvir, em tom cada vez mais alto, os protestos das bancadas pedindo a demissão do presidente, e seria mesmo o Paços de Ferreira a estar mais perto do golo quando, aos 72 minutos, Josué obrigou Patrício a defesa apertada. O jogo chegaria ao fim com 0-1 no marcador, naquela que foi a quinta vitória do Paços de Ferreira no campeonato (tem apenas 1 derrota), resultado que permite à equipa treinada por Paulo Fonseca reforçar o quarto posto da classificação, agora com 22 pontos. Quanto ao Sporting, com este desaire, o quinto para o campeonato (terceiro em casa), continua a desiludir somando apenas 12 pontos, e está apenas 1 ponto acima da linha de água, situação inédita na vida do clube de Alvalade e que levou a mais uma troca de treinador.


IZMAYLOV Texto: Francisco Gomes daSilva Fotos: Getty Images


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ais de 130 jogos e mais de 20 golos ao serviço do Sporting. É este o balanço que se pode fazer ao percurso de Marat Izmailov nestas 5 épocas e meia de leão ao peito. Podia falar da importância que o russo tem ou teve para o Sporting nestes últimos anos mas prefiro condensar este artigo numa discussão acerca do futuro do mesmo. Um estranho caso chamado Izmailov, é o que iremos assistir nos próximos tempos. O Futebol Clube de Porto acredita que Izmailov ainda pode render ao mais alto nível, tanto é que o contratou. Mas para tal, o russo terá de ser acompanhado do ponto de vista físico e psicológico. O médio russo terá a possibilidade de lutar por títulos e enriquecer o seu currículo que apenas conta com 2 Supertaças e 1 Taça de Portugal, isto ao serviço do Sporting. Aos olhos dos adeptos leoninos e dos amantes do futebol é incompreensível como é que um dos melhores jogadores do Sporting pode abandonar o clube e fortalecer um rival directo. Do ponto de vista do Sporting é o fim de uma ligação com altos e baixos mas que ficou claramente marcada pelas constantes paragens por motivos físicos. Os verdes e brancos livram-se assim de um jogador que há muito que está em conflito com a estrutura leonina. O Porto, melhor que ninguém, conhece o valor de Izmailov e pelos piores motivos. Izmailov fez o seu primeiro jogo ao serviço do Sporting frente ao Porto e marcou o único golo da partida, ditando a conquista da Supertaça de 2007/2008. Este negócio ganha outros contornos quando se fala de jogadores como Kadu, Fucile, Walter, Ventura ou Souza para se transferirem para o Sporting, depois da confirmação da mudança de ares de Miguel Lopes. De todos os nomes apontados, Walter é certamente aquele que mais falta faz ao plantel do Sporting. Existe uma enorme carência de opções ofensivas e isso tem-se vindo a reflectir na falta de eficácia do clube lisboeta. Além do mais, Walter já se pronunciou e disse que jogaria com agrado no Sporting. Finalizadas as negociações desta troika quem melhor ficará servido será Izmailov já que lhe será dada uma última oportunidade para mostrar o que vale e conquistar títulos, um cenário utópico dado o actual momento do Sporting. Izmailov ou Izmaylov muda-se para o Dragão e Miguel Lopes faz o caminho contrário. Uma excelente oportunidade para o defesa português que pode afirmar-se como o defesa-direito do Sporting e valer-lhe a titularidade da Selecção Nacional. Miguel Lopes mostrou ambição e ousadia

ao aceitar este desafio, dado o actual momento do clube de Alvalade. O jogador formado no Benfica declarou o seu amor ao Sporting ao comunicar que era sportinguista desde pequeno o que certamente tornou o cenário desta transferência ainda mais apetecível para o lateral. O antigo jogador do Porto terá oportunidade para jogar no clube do seu coração e ao mesmo tempo mostrar a Paulo Bento que ainda é uma opção válida. PS: Este artigo foi adaptado de um artigo publicado pelo mesmo autor no site da Revista Futebolista..


MELHOR DO MUNDO SÓ HÁ UM? Texto: Bruno Miguel Espalha Fotos: Google Images

Foi ontem atribuído, sem surpresa, o prémio de melhor jogador do mundo a Lionel Messi pela quarta vez consecutiva. Este galardão relança o tema da subjectividade na escolha de 1 (um) único jogador como melhor do mundo, visto serem tão diferentes as funções de alguns dos 11 jogadores em campo. O prémio de melhor jogador do mundo faz sentido em desportos individuais como o golfe, o ténis, a natação, ou o chinquilho… Para mim, como admirador do futebol enquanto

jogo colectivo, este prémio não tem qualquer significado pelo facto de ser atribuído a apenas um jogador. No entanto, numa era em que cada vez mais se valoriza o indivíduo em detrimento do colectivo, é normal que este galardão seja cada vez mais mediático e antecipado como um dos grandes acontecimentos da época futebolística. Neste momento, Cristiano Ronaldo e Messi são os jogadores mais mediáticos do mundo e os que por mais vezes cumprem o desígnio básico do futebol, que é a obtenção de um


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“Trabalho como um preto, para viver como um branco” Samuel Eto’o


REPORTAGEM


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golo. Essa apetência para o golo torna-os, sem dúvida, os melhores executantes nesse capítulo específico do jogo e daí se poder inferir que estão num patamar superior relativamente a essa componente técnica do futebol. O futebol é cada vez mais um jogo de detalhes, onde cada um dos catorze jogadores que podem entrar em campo em cada partida têm funções específicas e especializadas para executar. Além das capacidades técnico-tácticas de cada jogador, existem diversos factores intrínsecos e extrínsecos à competição e à equipa que podem limitar ou potenciar o desempenho dos jogadores ao longo de uma época ou de uma carreira. O caso do Manchester City é um bom ponto de partida para esta análise. Nas suas fileiras, o Manchester City tem quatro dos melhores avançados do mundo: Dzeko, Tevez, Aguero e Balottelli. À excepção de Balottelli, o mais novo de entre eles, todos os outros já foram grandes goleadores nos seus anteriores clubes, quer Dzeko pelo Wolfsburgo onde foi o artilheiro da Bundesliga, como Agüero no Atlético de Madrid e Tevez no Corinthians e no Manchester United e até mesmo no City. No entanto, dada a filosofia que Mancini adoptou para a equipa, podemos argumentar que o treinador está a limitar as capacidades destes quatro grandes avançados. Da mesma maneira, podemos inferir que um excelente guarda-redes dificilmente será escolhido para vencer o galardão porque, em regra, os melhores guarda-redes jogam nas equipas de topo e essas equipas jogam maioritariamente perto da área do adversário e não o contrário. A mesma situação é válida para os defesas. Quantas estatísticas há nos jornais, para o número de vezes que o «patrão» da defesa de um determinado clube deu ordens para a sua defesa subir, colocando assim, com sucesso, os adversários em fora-de-jogo? E quantos desarmes cruciais são contabilizados em estatísticas? O que passa para a opinião pública e para o comum dos leitores são os golos, as assistências, os passes completos e outras estatísticas mais susceptíveis de gerar debates acalorados entre os adeptos. Antigamente, os adeptos admiravam as equipas e como consequência os jogadores dessas equipas eram vangloriados pelos adeptos. Hoje em dia, o culto do individualismo leva a que os adeptos venerem os jogadores e por

conseguinte as equipas onde militam. Isto faz com que os adeptos mudem de clube consoante as deambulações clubísticas dos seus ídolos. Na mesma óptica, é totalmente desprovido de sentido concorrerem na eleição para melhor treinador do mundo, treinadores de clubes e seleccionadores nacionais. Embora cada um deles se depare com dificuldades e exigências muito próprias da função de cada um, treinar diariamente um clube e levá-lo ao sucesso engloba muito mais variantes do treino e da gestão desportiva do que estar aos comandos de uma selecção em que o trabalho não é diário e as decisões podem ser tomadas com muito mais ponderação por parte do seleccionador. Depois, quando chegam as competições a sério, o seleccionador concentrase durante um mês com os melhores jogadores do país, quase sem pressão competitiva com o objectivo de apresentarem a melhor equipa possível. O treinador dum clube vive diariamente com a pressão de obter bons resultados, com um grupo heterogéneo onde cada jogador pode ter os seus próprios objectivos pessoais e as suas ambições desportivas e financeiras. A carga física e emocional em número de jogos ao longo de uma época também não pode ser desvalorizada. Logo, não me parece justo que um seleccionador e um treinador de clube possam concorrer na mesma categoria. No cômputo geral, tirando os critérios objectivos utilizados para categorizar um jogador – número de golos marcados, assistências, passes completos, defesas, desarmes – todos os outros critérios são subjectivos e irão variar de pessoa para pessoa. Não existindo uma forma objectiva de comparar jogadores e posições tão díspares, estes prémios não têm qualquer significado prático. Os únicos que fazem sentido nesta gala da FIFA são os que galardoam os melhores jogadores do mundo por posição. Reparem que esta não é uma crítica motivada por um patriotismo desmedido visto que, se atribuição fosse por critérios específicos de posição, Messi continuaria a levar a melhor sobre Ronaldo porque, infelizmente para o Português, as suas posições em campo são muito semelhantes e no capítulo da estatística esta pende claramente a favor do Argentino. Se fosse eu a escolher, ganhava sempre o Aimar ou o Pirlo…


LA LIGA Francisco Baião Fotos: AP

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a Liga Espanhola desenrolou-se, este fim-de-semana, a 18ª jornada marcada pela chegada de mais um português ao comando técnico de um clube com Domingos, praticamente um ano após a sua saída do Sporting, a voltar ao ativo para assumir o Deportivo da Corunha, último classificado numa partida em que recebia o Málaga e pelo regresso do Real Madrid aos triunfos com Ronaldo a voltar às boas exibições. A jornada arrancou na sexta-feira com o Saragoça 1-2 Betis numa partida em que apenas Postiga (alinhou os 90 minutos) jogou dos portugueses (Nelson e Salvador Agra não foram convocados) com os de Sevilha a regressarem aos triunfos e a reforçarem a sua posição europeia, afastando o Saragoça (mantém o 11º posto mas vê aumentar para 8 pontos a diferença para o 6º lugar) da luta pelo acesso aos lugares europeus. Com um golo em cada parte (Rúben Castro aos 44’ e Jorge Colina aos 58’) os de Sevilha conseguiram conservar a vantagem suficiente

(Paco Montañés ainda reduziria para os locais aos 77’) para somar mais 3 pontos (passam a somar 31) naquela que foi a 10ª vitória no campeonato. Para sábado estavam agendadas quatro partidas que terminariam com três triunfos caseiros e mais uma vitória do Valencia que vai recuperando pontos e posições no caminho das competições europeias. O primeiro encontro de sábado opunha duas equipas que estiveram presentes nas competições europeias esta temporada (Levante e Athletic Bilbau) com a equipa da casa a dar a volta a um golo madrugador de Aduriz (mais um) que, aos seis minutos dava vantagem aos bascos. A equipa da casa, mesmo sem o goleador da equipa (Martins) conseguiria a reviravolta no marcador ainda na primeira parte (Christian Lell aos 26’ e Vicente Iborra aos 45’). Na segunda parte, o marroquino Nabil El Zhar fazia o 3-1 final, aos 69’, resultado que permite ao Levante manter a sexta posição, com 30 pontos, a apenas 1 do quarto lugar. Quanto ao Bilbau caiu para a 14ª


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posição mantendo os 21 pontos, com seis pontos de avanço sobre a linha de água. Seguiu-se o Granada 1-2 Valencia onde se registou mais uma reviravolta no marcador com a equipa forasteira (com João Pereira e Ricardo Costa a cumprirem os 90 minutos) a somar a quinta vitória nas últimas seis partidas. Após um nulo ao intervalo, Angulo deu vantagem aos da casa aos 50’, cabendo a Jonas (aos 60’) e a Piatti (aos 82’) os golos da equipa ché que, desta forma, sobe ao oitavo posto a três pontos dos lugares europeus enquanto o Granada cai para a perigosa 17ª posição (primeira acima da linha de água) com apenas dois pontos de avanço para o último classificado. Às 21 horas (hora portuguesa) começava o jogo mais esperado do dia, pelo menos para nós portugueses pois tínhamos a possibilidade de ver atuar vários portugueses e, principalmente, de assistir à estreia de Domingos Paciência como treinador do Deportivo, último classificado, que recebia o Málaga. Com 4 portugueses no onze titular (Zé Castro, André Santos, Bruno Gama e Pizzi) do lado dos galegos e Eliseu do lado dos forasteiros, havia ainda, para além do treinador, mais dois portugueses no banco do Deportivo (Diogo Salomão e Nélson Oliveira – este

último atuou cerca de 25 minutos) e Duda sentou-se no banco do Málaga. Perante uma equipa recheada de estrelas, que fez uma grande campanha na Liga dos Campeões e que vinha de um triunfo sobre o Real Madrid, o Deportivo entrou sem complexos e foi criando algumas dificuldades ao Málaga que, apesar de dominado em grande parte do primeiro tempo, levaria o nulo para o intervalo. Na segunda parte, ainda no primeiro quarto de hora, seria um português (Pizzi) a fazer, num grande trabalho individual, o único golo da partida que daria o terceiro triunfo (em 18 jogos) ao Deportivo no jogo que opunha a pior defesa ao quarto melhor ataque da competição. Com este triunfo, Domingos conseguiu, para já, tirar o seu novo clube da última posição do campeonato, sendo 19º e estando a apenas um ponto da salvação. Ainda no sábado jogavam o aflito Sevilha (em queda livre após cinco jogos sem vencer para o campeonato) e o novo lanterna vermelha (o Osasuna) com a equipa da casa a conseguir um triunfo pela margem mínima, com o golo do triunfo a ser apontado por Spahic aos 83’. Este triunfo permite ao Sevilha subir uma posição e alargar para 7 pontos a diferença para a linha de água enquanto o Osasuna cai


para a última posição, com 14 pontos, a dois da primeira equipa acima da linha de água. Para domingo estavam agendados mais quatro encontros que terminaram com três triunfos caseiros e o único empate da jornada, entre Maiorca e Atlético Madrid, resultado que deixa os colchoneros ainda mais longe da liderança. Para a parte da manhã estava marcado o Celta – Valladolid e o triunfo da equipa da casa, por 3-1, permite aos galegos afastar-se um pouco mais dos lugares de descida (subiu ao 15º posto) com 3 pontos de avanço da linha de água. Após um início de partida agitado (dois golos – um para cada lado – em três minutos) a equipa da casa chegaria ao intervalo em vantagem e, na segunda parte, com a obtenção do terceiro golo, o Celta somaria três pontos frente à equipa de Sereno (atuou os 90 minutos). Seguiu-se o Real Madrid 4-3 Real Sociedad, jogo em que a grande figura acabou por ser Xabi Prieto, jogador que apontou os 3 golos dos bascos que só não voltaram a fazer danos na equipa de Mourinho porque Ronaldo começou o ano em bom plano e, com dois golos, deu ajuda preciosa à sua equipa. O jogo começaria com vários motivos de interesse pois Benzema marcaria o primeiro logo aos 2’ e, aos 6’, a equipa merengue ficaria reduzida a 10 elementos por expulsão de Adán (novamente titular) e, na sequência do penalti, Xabi Prieto fazia o primeiro da sua conta pessoal. Khedira, de calcanhar e a passe de Ricardo Carvalho (de volta à titularidade para o campeonato) voltava a dar vantagem ao clube da casa que Prieto trataria de anular ainda na primeira parte, fazendo o 2-2 com que se atingiria o intervalo. Na segunda parte, e no espaço de dois minutos, Ronaldo bisava elevando para 4-2, a que Xabi Prieto ainda responderia com um golo, insuficiente, porém, para a conquista de qualquer ponto. O Real Madrid venceria em mais dois campos, pois para além deste triunfo, contaria com a derrota do Málaga para alargar para 5 pontos a vantagem sobre o quarto e, com o empate do Atlético, reduz para outros cinco a diferença para o segundo posto. Logo depois jogou-se o dérbi de Barcelona, entre o líder destacado e o antepenúltimo classificado com a equipa da casa, o Barcelona, a despachar o Espanyol (onde Simão Sabrosa atuou até aos 77’) por 4-0 com todos os golos a serem apontados ainda na primeira meia hora de jogo. Os golos foram apontados por Xavi, Pedro (por duas vezes) e Messi naquela que foi a 17ª vitória em 18 jogos para os catalães. Quanto ao Espanyol mantém a 18ª posição, primeira abaixo da linha de água e interrompeu uma série de 4 jogos sem perder. O domingo terminaria com o Maiorca 1-1 Atlético Madrid onde o destaque vai para a ausência de Falcao e para a perda de pontos do Atlético. Com Nunes a titular pelos da casa e Tiago pelos colchone-

ros a partida apenas teria golos na segunda parte, com Raúl Garcia a marcar para o Atlético aos 72’ e o golo da igualdade a ser apontado por Kevin Martínez aos 87’. A jornada terminaria, esta segunda-feira, com o jogo entre o 8º (Rayo) e o 10º (Getafe) separados por apenas um ponto e, aproveitando o fator casa, o Rayo ao vencer por 3-1 sobe ao sexto lugar, a dois pontos dos lugares europeus, deixando para trás o Getafe. A próxima jornada acontece já este fim-de-semana, entre sexta e segunda com destaque para a difícil deslocação do Barcelona ao terreno do Málaga, naquela que será a última oportunidade para alguma equipa derrotar o Barcelona na primeira volta do campeonato. 1º 2º 3º 4º 5º

Barcelona (52 pontos) Atlético Madrid (41 pontos) Real Madrid (36 pontos) Málaga (31 pontos) Betis (31 pontos)


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INTERNACIONAL

PREMIER LEAGUE Pedro Pinto Fotos: Getty Images

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hegou 2013 mas a cantiga é a mesma. Manchester United arrumou o Natal e a passagem de ano de forma imaculada e o Manchester City fez os possíveis para conseguir manter a distância no topo da Premier League. Sete são os pontos de diferença depois de 21 jornadas, com a luta pelos lugares imediatamente seguintes aos dos rivais de Manchester a estar mais viva e acesa do que nunca. A primeira tarefa de Alex Ferguson era derrotar o West Bromwich no dia 29 de Dezembro. Foi com algum sofrimento que o United venceu por 2-0, sendo que até se adiantou logo aos 9 minutos devido a um auto-golo de Gareth McAuley. Mas depois chegou o lado perdulário dos vice-campeões em título, apenas para ser seguido por várias oportunidades de perigo criadas pelos baggies. Ainda assim, foi Robin Van Persie a fechar as contas e a fazer o resultado final de uma partida que podia muito bem ter-se virado contra os red devils. Bem mais tranquila foi a vitória no primeiro dia do novo ano. O United deslocou-se até ao DW Stadium

para defrontar o Wigan enquanto o povo português acordava do réveillon. Bem acordados estiveram Chicharito Hernandez e Van Persie, os dois grandes responsáveis pela exibição avassaladora do Manchester United... mas só depois de uma primeira meia-hora algo intermitente. O resultado final até foi 4-0 mas o Manchester teve um início de partida lento, antes de começar a carburar até que Hernandez, depois de outras oportunidades de golo, estava no sítio certo para concluir com sucesso a recarga ao remate de Patrice Evra. Logo 8 minutos depois, o jovem mexicano, sempre irrequieto, serviu Van Persie e o avançado holandês tirou Ivan Ramis da frente antes de colocar os actuais líderes da Premier League a vencer com dois golos de vantagem. Chegava a segunda parte e o Wigan continuava sem conseguir incomodar o United com perigo real, embora até tenha marcado um golo, apenas para o ver ser invalidado devido à posição irregular de Arouna Koné. Apenas quatro minutos depois da ameaça dos homens da casa, Hernandez voltou a ter faro de golo e concluiu mais uma recarga, desta feita a um livre de RVP. Ainda assim, também houve tempo para o holandês chegar ao bis, tal como Chicharito,


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ao corresponder a um cruzamento de Danny Welbeck aos 88 minutos. Com o United sempre a cumprir o dever de vencer, o Manchester City tinha responsabilidade acrescida, por saber que deixar a desvantagem alargar-se mais pode torná-la irrecuperável. Por isso mesmo, os citizens venceram, em primeira instância, o Norwich City em Carrow Road num jogo absolutamente espectacular. 4-3 foi o resultado final de uma partida cheia de emoção e incerteza, onde o City teve de aguentar duas tentativas de remontada por parte da equipa da casa. Edin Dzeko marcou dois, Aguero outro, mas foi o autogolo de Bunn que fez a diferença, com Roberto Mancini a respirar fundo. O italiano não teve sequer de controlar a respiração na jornada do primeiro dia do ano, tal foi o domínio confortável dos campeões em título diante do Stoke City. O domínio traduziu-se mesmo em golos, com os citizens a triunfarem por claros 3-0, um resultado que esteve à espreita logo desde os 2 minutos, primeira altura em que Kun Aguero ameaçou as redes de Asmir Begovic. Mas as ameaças iriam efectivar-se no minuto 43, quando Pablo Zabaleta desbloqueou o marcador a passe de James Milner, o substituto de Samir Nasri, que cumpre uma suspensão de três jogos. A segunda parte trouxe mais do mesmo e, logo aos 56 minutos, foi Edin Dzeko a marcar pelo segundo jogo consecutivo, por culpa de uma jogada estudada muito rápida por parte do City na marcação de um livre directo. O bósnio apareceu sozinho e fez o 2-0, apenas para Aguero fechar as contas da marca de grande penalidade, embora a falta cometida sobre David Silva tenha ocorrido ainda fora da grande área. Foi assim, com muita tranquilidade, que o Manchester City cumpriu a obrigação e manteve os sete pontos de desvantagem, numa altura em que já se contabilizam 21 partidas realizadas. Bastante menos positivo foi o início de ano do Chelsea de Rafa Benítez. Os blues até fecharam 2012 com um grande triunfo em Goodison Park, a casa onde o Everton se encontrava imbatível até os londrinos prestarem a sua visita. Frank Lampard marcou por duas vezes para inverter a vantagem dada por Steven Pienaar logo aos 2 minutos e os jogadores do Chelsea podiam ir satisfeitos festejar o réveillon. O problema é que o regresso já foi bem mais atribulado, chocante até. Stamford Bridge recebia o Queens Park Rangers e Benítez descansava a pensar que o jogo contra o último classificado seria um passeio. Nem por sombras. O técnico espanhol arriscou, apostou numa equipa mais secundária, optando por deixar Hazard e Mata no banco, enquanto Marko Marin fazia a sua estreia a titular. Marin não conseguiu agarrar o lugar

mas os 26 remates sem qualquer golo é que permitiram a vitória surpreendente e inesperada do QPR. Depois de uns primeiros 45 minutos completamente mornos, o Chelsea começou a acordar na segunda parte e as oportunidades sucederam-se umas atrás das outras. Victor Moses foi o primeiro a falhar com Branislav Ivanovic e Fernando Torres a imitarem o possante jovem ex-Wigan. Hazard era então chamado a jogo aos 60 minutos e a polémica acabaria por começar a instalar-se quando Lampard concluiu, a passe de Moses, um golo invalidado por suposta posição irregular, muito contestada pelos adeptos. Mas a contestação subiu de tom e mudou de direcção quando Shaun Wright-Phillips, antigo jogador dos blues marcou. Adel Taarabt, responsável por um jogo incrível, passou de forma perfeita para o internacional inglês pôr o QPR na liderança. Nada mudaria até final e estava consumada uma das grandes surpresas da edição 2012/2013 da Premier League. O problema é que, ainda que com menos um jogo, o Chelsea já não mora no terceiro lugar e vê o City a sete de diferença no segundo. Quem ocupa agora o terceiro lugar é o Tottenham de André Villas-Boas, ainda que com mais um jogo do que os blues. Os Spurs concluíram o ano civil de 2012 com um bom triunfo na casa do Sunderland, triunfo esse que só chegou depois de AVB ver a sua equipa ir para o intervalo a perder com um golo de John O’Shea. Mas um autogolo de Carlos Cuéllar e um golo de Aaron Lennon no espaço de três minutos, logo no arranque da segunda metade, deram os três importantes pontos ao Tottenham. Nota de destaque também para o histórico 7-3 do Arsenal sobre o Newcastle, um jogo onde Theo Walcott foi o grande obreiro com três golos. Os gunners estiveram na frente por três ocasiões mas os magpies contrariam Arsène Wenger nas três vezes para chegarem a um empate a 3-3. Seguiu-se um golo de Podolski aos 64 minutos para, prepare-se, entre os 84 e os 90 minutos, o Arsenal marcar... três golos. Classificação: 1 Man. United (52 pontos) 2 Man. City (45 pontos) 3 Tottenham (39 pontos) 4 Chelsea (38 pontos) 5 Everton (36 pontos)


INTERNACIONAL

SERIE A Tiago Soares Fotos: AP

A

Lazio abriu as hostilidades desta jornada da Serie A numa partida bem disputada contra o Cagliari. A equipa da Sardenha, que não tem tido uma época fácil, entrou disposta a dificultar a tarefa dos “laziale”, mas foi a equipa da casa a ter o sinal mais no primeiro tempo, com Lulic e Hernanes a terem duas boas oportunidades para marcar (um livre do “maestro” brasileiro bateu na barra) ainda antes da meia-hora de jogo. Do outro lado, Marchetti fez uma das defesas da noite a negar o golo a Nainggolan após mortífero contra-ataque dos visitantes. O jogo subia de intensidade e até ao final da primeira parte a Lazio ainda ameaçou chegar à vantagem por Klose (um falhanço incrível após bater Agazzi) e Lulic, mas até ao intervalo o marcador não se alterou. A segunda parte começou com um lance de Ekdal (defesa dos visitantes), a cabecear a bola para a própria baliza no seguimento de um canto, mas o poste salvou o sueco; Hernanes tentou novamente de livre directo, mas não conseguiu ser feliz nem eficaz no remate. Aos 62 minutos, Marco Sau silenciou o Olímpico de Roma ao fazer o 0-1 com um remate cruzado à entrada da área, após jogada individual e aproveitando a passividade dos defesas romanos. Os “laziale” lançaram-se, então, numa ofensiva com vista a resgatar um resultado que pro-

metia vir a atrasá-los na classificação e tiveram várias hipóteses de empatar a partida, mas só chegaram à igualdade aos 79 minutos, com uma emenda oportuna (apesar de pouco ortodoxa) de Konko a um cabeceamento ao primeiro poste no seguimento de um canto. Aos 83 minutos, o caso do jogo: Klose, lançado em corrida, chega a uma bola primeiro do que Agazzi, rematando para a baliza e sendo derrubado, posteriormente, pelo guarda-redes visitante. O árbitro marcou penálti, Agazzi foi expulso, Cossu também (por protestos e no seguimento da contestação à decisão do árbitro) e Candreva marcou o castigo máximo de forma exemplar. 2-1 para a Lazio, numa vitória contestada pelos visitantes mas que faz a equipa romana continuar no segundo lugar. O Inter começou o ano com o pé esquerdo e foi perder a Udine por 3-0 com a equipa da Udinese. Numa partida jogada a ritmo algo lento durante a primeira parte, o primeiro remate do jogo surgiu por Guarín (ex-F.C. Porto), aos 12 minutos e ao lado. Do outro lado, Muriel testava a atenção de Handanovic mas era o Inter a controlar as operações: Palacio, o avançado argentino, obrigou Heurteaux a uma boa intervenção para retirar a bola da zona de perigo e,


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pouco depois, foi admoestado pelo árbitro da partida ao cair na área num lance discutido com Danilo (após passe de Antonio Cassano). A equipa de Udine reagiu e, até podia ter chegado à vantagem com um belo livre de Di Natale que bateu com estrondo na barra, mas o jogo estava condenado a ter golos apenas na segunda parte. O Inter entrou a todo o gás com Juan a enviar uma bola ao poste quando já todos praticamente festejavam o golo inaugural e Palacio a ter duas boas oportunidades para marcar, tendo proporcionado uma boa defesa a Brkic e enviando uma bola ao lado da baliza do guardião da equipa da casa. Aos 62 minutos surgiu o carismático capitão da Udinese, Di Natale, a fazer das suas: Lazzari passa a bola para o avançado italiano e este, aproveitando o facto de Cambiasso o ter colocado em jogo, de primeira e à entrada da área, marcou o seu 11º golo da época. Apenas 10 minutos depois, Muriel concretizou um contra-ataque da sua equipa com mais um desvio bem medido para a baliza do Inter que, por esta altura, já jogava apenas com 10 jogadores após expulsão de Juan. E o 12º golo de Di Natale não tardou: aos 79 minutos, Lazarri cruzou e Di Natale antecipou-se a... Cambiasso para fazer o 3-0 para a equipa da casa, resultado que não teve mais alterações até ao final. 2013 começou muito mal para o Inter. Igual início de ano teve a Fiorentina ao ser derrotada na recepção ao Pescara (0-2). E o grande herói da equipa visitante foi o guarda-redes Mattia Perin, que fez uma exibição simplesmente extraordinária, principalmente na primeira parte. Luca Toni foi o primeiro a encontrar o inspirado Perin, sendo seguido por Tomovic, Cuadrado e mais um remate de Toni após cruzamento bem medido de Valero – e estes remates, entre outros, são o resumo da primeira parte, uma avalanche ofensiva da Fiorentina a que Perin se foi opondo com excelentes defesas. E se ao intervalo tudo se mantinha como havia começado, o pior para a equipa de Florença ainda estava para vir. Completamente contra a corrente do jogo, aos 57 minutos, Jonathas cabeceou para o fundo das redes da equipa de Florença após um belo cruzamento de Weiss. O público presente no Artemio Franchi estava incrédulo com o rumo dos acontecimentos, mas ainda confiante que seria possível bater o guarda-redes Perin. Matias Fernandez (ex-Sporting) tentou a sua sorte, bem como vários companheiros de equipa num verdadeiro “massacre” à baliza do Pescara; mas, como quem não marca arrisca-se a sofrer, Celik aproveitou uma desconcentração da defesa da casa para, aos 91 minutos, fazer o 0-2 final ao colocar a bola fora do alcance de Neto, guarda-redes da Fiorentina. Laivos de injustiça nesta derrota da Fiorentina em casa com o Pescara, que bem pode agradecer ao seu guarda-redes (emprestado

pelo Génova) estes três pontos caídos do céu. A grande surpresa da jornada foi a derrota da Juventus com uma Sampdoria reduzida a 10 elementos e, para mais, em casa. No entanto, tudo começou da melhor forma para os “bianconeri” que, jogando o seu típico futebol rendilhado e com classe, até aos 20 minutos tiveram duas oportunidades interessantes para inaugurar o marcador, ambas por Giovinco. A “Formiga Atómica” rematou a primeira por cima da baliza e a segunda foi defendida, após um ressalto estranho, pelo guarda-redes visitante Romero. Aos 24 minutos, Giovinco fez mesmo o golo que tanto procurava, num penálti convertido exemplarmente após falta de Berardi sobre Marchisio. À passagem da meia-hora, e já depois de uma excelente intervenção de Romero a remate de Matri, Berardi coleccionou o seu segundo cartão amarelo na partida e foi expulso, piorando a situação para os “blucerchiati”. Até ao final da primeira parte, destaque apenas para um pedido para novo penálti após queda de Matri e para um remate de Estigarribia num livre a assustar um relaxado Buffon. A segunda parte começou praticamente com o golo do empate da Sampdoria: passe de Krsticic “à Pirlo” e um fortíssimo remate de Icardi à baliza dos campeões italianos, com Buffon a ficar mal na fotografia ao deixar a bola passar por baixo do corpo. O 1-1 levava a incredulidade às bancadas do Delle Alpi, bem como aos próprios jogadores da “Vecchia Signora”. O facto é que, após este lance, a Sampdoria começou a ser mais atrevida e a Juventus cada vez menos assertiva no ataque. Barzagli e Matri tentaram dar nova vantagem à Juve, mas Poli e Eder assustaram de novo a equipa campeã e, aos 68 minutos, a recompensa para o atrevimento da equipa de Génova apareceu mesmo: Obiang surge perto da área da equipa da casa, toca para Icardi que remata de forma indefensável ao ângulo da baliza de Buffon. Incrível esta liderança no marcador da Samp (a jogar com 10!) na casa da equipa campeã, que pressionou até ao fim para tentar impedir o escândalo. Mas ninguém mais conseguiu furar a muralha da Sampdoria e foi mesmo a equipa de Génova a levar os três pontos mais inesperados da jornada. No clássico da jornada, o Nápoles recebeu a Roma no que se esperava ser um confronto interessante entre duas grandes figuras: Cavani e Totti – e o uruguaio mostrou que está numa forma incrível e que é, neste momento, um dos melhores pontas-de-lança do Mundo. Os “partenopei” começaram o jogo em grande estilo com um golo do inevitável Cavani, após um belíssimo passe de Insigne a desmarcá-lo. Mas a Roma não baixou os braços nem pareceu afectada pelo golpe vespertino, partindo para uma exibição sólida e confiante, criando mui-


tas oportunidades de golo e desperdiçando quase mais do que as que criou (passe o exagero), no que começa a ser uma marca registada desta equipa. De Sanctis, guarda-redes napolitano, mostrou que a experiência é um posto e Destro foi o mais displicente da equipa romana, sendo que também os vários contra-ataques venenosos da equipa da casa não surtiram efeito no resultado, registando-se o 1-0 ao intervalo. A segunda parte foi, basicamente, uma cópia da primeira: o Nápoles marcou cedo novamente, aos 48 minutos, por... Cavani, aproveitando uma confusão na defensiva adversária e tendo o seu remate ainda ressaltado num adversário e a Roma foi para o ataque, tendo uma jogada aos 67 minutos sido um reflexo do ataque romano: remate de Lamela, defesa de De Sanctis, ressalto para Pjanic, corajosa intervenção do napolitano novamente, tendo a bola sobrado para Bradley que enviou a bola ao lado da baliza. Impressionante o desacerto ofensivo da Roma que, três minutos depois, foi castigada novamente por Cavani (de cabeça, batendo a marcação de Burdisso e aproveitando um posicionamento deficiente de Goicoechea). Aos 72 minutos, finalmente, a Roma marcou, com um passe brilhante de Pjanic para Osvaldo fazer o desvio subtil e o 3-1. A esperança renascia, mas Pjanic foi, quase de seguida, expulso e apenas restou à Roma esperar pelos

90 minutos para terminar o desafio – e, mesmo no fim, Maggio fez o 4-1 após uma primeira defesa de Goicoechea. O Nápoles está agora no terceiro lugar e demonstra uma forma bastante interessante neste início de ano civil. Noutros jogos, o Milan venceu o Siena (de Neto) por 2-1 e está agora a apenas cinco pontos do quinto classificado. O Parma ganhou 2-1 ao Palermo e o Génova venceu o Bolonha por 2-0. Classificação: 1 Juventus (44 pontos) 2 Lazio (39 pontos) 3 Nápoles (37 pontos) 4 Fiorentina (35 pontos) 5 Inter (35 pontos)


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“Só se houvesse uma praga de peste bubónica é que eu convocaria o Di Canio” Giovanni Trapattoni

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ÁREA SCOUT

ZAHA Texto: Bruno Sol Pinto Fotos: google.com

Nome do momento na Velha Albion dá pelo nome de Dazet Wilfried Armel Zaha. Para a maioria do público em geral, provavelmente este nome não suscita qualquer reacção, mas se perguntarem a Arsenal, Chelsea, Manchester United e Tottenham, irão ter uma surpresa.. Zaha é o sonho dos gigantes da Premier League. Nascido em Abidjan (Costa do Marfim) em 1992, este africano cedo se enraizou na Europa, mudando-se para as terras de Sua Majestade com apenas 4 anos de idade. A sua educação passou por um colégio com ligações desportivas ao Wimbledon FC, mas o seu futuro como futebolista seria com as cores do Crystal Palace. Com 17 anos, Wilfried Zaha estreou-se num jogo frente ao Cardiff City, jogando nos últimos 10 minutos. Daí em diante, o poderoso extremo seria figura de cartaz em vários jogos. A sua ascensão foi tão rápida que, pouco tempo depois de se estrear como profissional, Zaha foi convidado para representar a selecção sub-19 de Inglaterra. Votado em 2012 como o Young Player of the Year em Inglaterra, surgiu o convite de Roy Hogdson para a sua estreia na principal selecção inglesa. Jogou os últimos minutos de um particular contra a Suécia. Zaha está lançado e promete ser um dos nomes fortes deste mercado de Inverno.. Interessados não faltam ao virar de cada esquina…


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“Só treinaria o Barça se os meus filhos precisassem disso para viver” José António Camacho

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EDITORIAL

INTERNET

Coordenação: Carlos Maciel e Francisco Baião Editor Chefe: Francisco Baião Direcção de arte e maquetização: Carlos Maciel Redação: Tiago Soares, Bruno Miguel Espalha, Pedro Martins, Bruno Sol Pinto, Pedro Pinto, João Silva, Francisco Gomes da Silva, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Eduardo Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro, Nuno Almeida Publicidade: Ricardo Sacramento

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