A música clássica fazia parte do cotidiano familiar da pequena Sandra. Um padre, amigo da família, presenteava seus pais com LPs de Strauss, Chopin, Beethoven e de outros autores. Daí despertou uma grande curiosidade em estudar música clássica e, com essa referência, aos oito anos ingressou no Conservatório de Música Villa Lobos, para aprender piano. Quando escutava os discos clássicos saía dançando pela casa e isso chamou a atenção dos seus pais que passaram a convidar amigos e parentes paras assistirem a filha caçula dançar e encantar. Seria o início do estrelato? Com certeza. Os pais foram orientados pela professora de Artes da Escola dos Ingleses a matriculá-la numa escola de ballet. E assim foi feito. Num corredor, Sandra se deparou com uma porta entreaberta e por ela observou meninos e meninas aprendendo o que ela já sabia por natureza: aulas de ballet... O piano não ficou para trás, mas aquela sala de aula com música e dança clássica conjugadas a fascinaram. Ainda com pouca idade para saber o que seria melhor, pediu aos pais para fazer parte também daquele grupo seleto e magnífico que a fazia sonhar. Inscrita nas aulas, já como aluna destacada foi indicada a prestar prova para a Escola de Formação Clássica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, contava-se trezentos candidatos para cada vaga. Sandra passou e naquele ano de 1975 ingressou com a terceira colocação geral, para sua total felicidade e correria dos pais, já que estudava na Escola dos Ingleses, no Conservatório de Música Villa Lobos e fazia inglês no CCAA; e agora na Escola de Formação de Bailarinos Profissionais... Tinha apenas 10 anos e uma carga horária de estudos de 12 horas/dia. Mas o sacrifício era pouco diante da vontade de ser uma artista-bailarina. Cursou os nove anos profissionalizantes de danças e se formou em bailarina profissional e 1984. Queria dar continuidade à carreira e foi estagiar no Corpo de Baile do Theatro Municipal, onde dividiu o palco com sua maior diva, Ana Botafogo. Dançou os grandes ballets “O Lago dos Cisnes”, “O Quebra Nozes”, “A Bela Adormecida” e muitos outros. Durante esses nove anos viveu histórias boas e ruins, mas considera o saldo positivo. Em 1992 Sandra Castro resolveu que passaria seus conhecimentos e experiência para outras crianças que desejassem seguir os mesmos passos e inaugurou seu próprio estúdio para ministrar aulas de ballet para iniciantes. E o resultado é esse: 26 anos de dedicação e de sacrifícios; de reconhecimentos, honras e glórias.