ESPECIAL Dia do Motorista
Com a força de
SEXTA-feira, 24 de julho de 2015
GILBERTO SCHMITT
SÃO CRISTÓVÃO
Caminhões da Transportes Andriel, do bairro Belchior Central, serão os responsáveis por transportar a imagem do santo padroeiro dos motoristas na procissão dos caminhoneiros PÁGINAS 20 E 21
Cruzeiro do Vale 14| Jornal Gaspar, 24 de julho de 2015
| CADERNO ESPECIAL
Editorial O dia 25 de julho já está consagrado no calendário nacional como o Dia do Motorista. Em Gaspar, a data é comemorada com ainda mais força em função da tradicionalíssima Festa de São Cristóvão, que promete movimentar o bairro Gaspar Grande e toda a cidade durante o fim de semana. O clima festivo se estende também à agricultura, em função do Dia do Colono, celebrado também no dia 25. No entanto, a oportunidade serve não apenas para festejar, mas também para refletir sobre as condições de trabalho e vida de nossos agricultores e motoristas. Ano a ano, essas categorias vêm dividindo coincidências como rotinas exaustivas, altos custos para conseguir manter suas atividades, riscos iminentes de prejuízos financeiros ou até mesmo de integridade física, no caso dos caminhoneiros. Apesar de recentes legislações que surgiram com a promessa
divulgação/internet
de melhorar o panorama para a categoria dos motoristas, a sensação que fica entre todos os profissionais dessas áreas é que o que foi feito ainda é pouco perante as dificuldades enfrentadas. No caso da agricultura, em especial, famílias do campo precisam driblar dificuldades como baixos preços e prejuízos para manter a atividade e continuar a plantar os alimentos que abastecem enormes cadeias de distribuição. As bases dessa pirâmide, porém, ainda recebem muito menos retorno do que o necessário. O clima de festa deve ser aproveitado, mas também pode servir de despertar para poder público e iniciativa privada se solidarizarem e, juntos, construírem caminhos de mais valorização e reconhecimento tanto para motoristas quanto para agricultores, elementos fundamentais em qualquer cenário econômico e na vida de todos nós.
Expediente Diretor
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Depto. Financeiro
Editor-chefe
Gilberto Schmitt (Reg.Prof. 1557 - MTB/SC)
Ana Lúcia S. Schmitt Gilberto Schmitt Filho
Depto. Assinaturas
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Diagramação Jean Laurindo
Gilberto Schmitt Filho João Guilherme Simon
Jean Laurindo
(Reg.Prof. 3889 - MTB/SC)
Reportagens
Indianara Schmitt Jean Laurindo (Reg.Prof. 3889 - MTB/SC)
Thiago Moraes
(Reg.Prof. 4650 - MTB/SC)
DIA DO MOTORISTA |
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REIVINDICAÇÕES
O trabalho após os protestos divulgação/internet
EM ABRIL deste ano, onda de protestos de caminhoneiros parou boa parte do Brasil e ocasionou desdobramentos
T Por Thiago Moraes
redacao@cruzeirodovale.com.br
Em abril deste ano, as estradas de boa parte do Brasil foram palco de novas manifestações dos caminhoneiros. Entre as principais pautas, repre-
sentantes da categoria reivindicaram a criação de uma tabela que estipule o preço mínimo para o frete e um melhor preço do diesel. “Não senti na prática ainda nenhum resultado das reivindicações. Tomara
que as coisas relacionadas às manifestações deste ano avancem, pois nossa classe é muito desvalorizada”, opina o caminhoneiro Hilário Alberto Denner, de 53 anos, que transita entre as rodovias de Santa Catarina
e Paraná transportando alimentos não perecíveis. Três meses após o manifesto, o presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores nas Empresas de Logística e de Transporte de Carga
e Passageiros de Blumenau e Região, Sintroblu, José Vilmar Zimmermann, avalia que os últimos protestos dos caminhoneiros não tiveram uma liderança centralizada e foram protagonizados, principalmente, pelos profissionais autônomos que não são representados por alguns sindicatos, entre eles o Sintroblu. “Somente temos como filiados os motoristas profissionais devidamente registrados nas empresas de transportes de cargas e passageiros de Blumenau e região. As principais reclamações eram relacionadas ao aumento do preço do óleo diesel, ao baixo preço do frete e ao custo do pedágio, ou seja, nada relacionado à regulamentação da profissão dos motoristas”, analisa.
Alterações
José Vilmar reforça que os protestos dos caminhoneiros fizeram com que a presidente sancionasse
a Lei 13.103, alterando a de nº 12.619, que regulamentava a profissão dos motoristas. “A nova lei trouxe algumas alterações importantes para os protagonistas dos protestos (caminhoneiros autônomos), principalmente com relação ao pedágio gratuito quando o eixo do caminhão estiver suspenso e ao perdão das multas por excesso de peso”, ressalta. Ainda de acordo com o presidente do Sintroblu, os pontos negativos do protesto foram a possibilidade de o motorista trabalhar até 12 horas seguidas, sendo quatro extraordinárias, e a exigência de exames toxicológicos na admissão e desligamento dos empregados, o que tem sido contestado até pela Associação Médica Brasileira por não coibir a direção do veículo sob influência de entorpecente. “A lei não garante o devido tratamento ao motorista que estiver dirigindo intoxicado”, relata.
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| CADERNO ESPECIAL
MANIFESTAÇÕES DOS CAMINHONEIROS
Legislação sinaliza benefícios mariana vieira/diarinho/arquivo
Lei dos Caminhoneiros | Principais pontos Pedágio: Os veículos de transporte de cargas que circularem vazios não pagarão taxas de pedágio sobre os eixos que mantiverem suspensos. Perdão de multa e aumento de peso: A lei estabelece perdão das multas por excesso de peso dos caminhões recebidas nos últimos dois anos. Fica permitida, na pesagem de veículos de transporte de carga e de passageiros, a tolerância máxima de 5% sobre os limites de peso bruto total; e de 10% sobre os limites de peso bruto por eixo das vias públicas. ENTRE os benefícios prometidos após as manifestações está a estabilização do diesel
Entre as medidas propostas pelo governo que fizeram com que as manifestações de abril chegassem ao fim está a sanção integral da presidente Dilma Rousseff à nova lei dos caminhoneiros. Um dos pontos é a redução do pedágio para o caminhão sem car-
ga. O governo também propôs uma carência de 12 meses dos contratos de financiamento para compra de caminhões e equipamentos. De acordo com o governo Dilma, a Petrobras garantiu que, nos próximos seis meses, a partir de maio deste ano,
não haverá reajuste no preço do óleo diesel. Sobre os fretes, o governo disse que está iniciando uma rodada de negociação. Na época, para que as medidas entrassem em vigor, o governo exigiu o fim imediato dos bloqueios nas estradas, o que ocorreu.
Exames toxicológicos: Serão exigidos exames toxicológicos na admissão e no desligamento, com direito à contraprova e confidencialidade dos resultados. A recusa do empregado será considerada infração disciplinar. Tempo de espera: O tempo de espera são as horas em que o motorista fica aguardando carga ou descarga do veículo e o período gasto com a fiscalização da mercadoria. O tempo não é computado como
jornada de trabalho nem como horas extraordinárias. As horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na proporção de 30% do salário-hora normal. Prazo para carga e descarga: O prazo máximo para carga e descarga será de 5 horas, contadas da chegada do veículo ao endereço de destino. Depois disso, o caminhoneiro deverá pagar R$ 1,38 por tonelada/hora ou fração. Frete: O pagamento do frete do transporte rodoviário de cargas ao transportador autônomo deverá ser feito por meio de crédito em contacorrente ou poupança ou por outro meio de pagamento regulamentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, ANTT. Cursos: Os motoristas profissionais têm direito a acesso gratuito a programas de formação e aperfeiçoamento profissional, preferencialmente mediante cursos técnicos e especializados reconhecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito, Contran.
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DESTAQUE DAS ESTRADAS
O caminhoneiro nº 1 do Brasil DIVULGAÇÃO
VENCEDOR de concurso nacional entre motoristas, Fábio tem 41 anos, é morador do bairro Belchior Central e tem contato com caminhões desde os 14
Quem nunca ouviu a história de que a profissão do pai inspira o filho e, posteriormente, inspira o neto? Essa realidade faz parte da vida de muitas pessoas e é a história da vida de Fábio Luis Schmitz. As três gerações, além
de tios e primos, têm em comum a profissão: caminhoneiro. Seu Rodolfo Augusto Schmitz e Ademar José Schmitz, avô e pai de Fábio, já faleceram. Porém, a maior herança deixada foi a paixão pelo volante. Fábio tem 41 anos, é
morador do bairro Belchior Central e tem contato com caminhões desde os 14. Naquela época, ele trabalhava em uma oficina mecânica, na manutenção de frotas. Ainda jovem, morou em Brasília para servir o Exército e trabalhou no Ba-
talhão da Guarda Presidencial, como motorista. Foi aí que colocou em prática o que aprendeu com os pais. Foi seu Ademar e dona Irenea que o ensinaram a dirigir, ainda no Belchior. Na sua lista de trabalhos, encontra-se também o
período em que realizou teste de volante com novos motoristas e viagens por todo o estado de Santa Catarina e Paraná. Hoje, seu dia a dia é dividido entre viagens em toda a região do Vale do Itajaí. Seguir para longe de
casa e passar dias sem ver a família já não faz parte da sua rotina. Trabalhando como caminhoneiro há cerca de cinco anos, hoje trabalha para o tio, Telmo Bugmann, que também nasceu e foi criado no bairro Belchior Alto. Como em todas as situações, trabalhar nas estradas traz um leque de prós e contras para o profissional. Para Fábio, a profissão caminhoneiro não está em uma situação muito favorável. A remuneração, segundo ele, torna-se baixa para o alto custo que o caminhoneiro e as transportadoras têm. Nesse ponto, ele cita a crise e a instabilidade econômica do momento, que geraram o aumento do combustível, prejudicando muito o setor do transporte. Outro ponto abordado pelo caminhoneiro é a questão das condições de trabalho. Para ele, faltam bons locais de descanso e, principalmente, tempo para o motorista estudar. O trânsito e o tempo de carregamento e descarregamento são alguns fatores apontados neste item.
ARQUIVO PESSOAL
NA ESQUERDA, Fábio ao lado da mãe na entrega do prêmio e, à direita, nos tempos de Exército, já à frente de um caminhão
Reconhecimento Formado no curso de Administração pela Universidade Regional de Blumenau, Furb, Fábio poderia estar trabalhando dentro de um escritório, onde os riscos de acidentes, por exemplo, são quase nulos. Porém, o amor pelo volante, graxa, diesel e até mesmo pela poeira falam mais alto. E foi essa paixão pela profissão que deu a ele o título de Caminhoneiro do Ano. Em meio a 17 mil inscritos no concurso, que aconteceu durante a Caravana Siga Bem e foi organizado pela montadora Volvo, o gasparense ficou entre os 23 finalistas. Após muitas provas escritas, orais e práticas, envolvendo questões da
legislação de trânsito, segurança das entradas, primeiros socorros, cidadania, meio ambiente, manutenção e condução veicular, ele levou para casa o título e, ainda, um caminhão novo Volvo FH 540 que, segundo quem entende, é o melhor em tecnologia, segurança e conforto. Você está se perguntando como Fábio conseguiu o título em meio a tantos inscritos? Ele, que se diz muito contente com o resultado, afirma que batalhou, fez treinamentos, estudou e, principalmente, aplicou tudo o que aprende no dia a dia. Para o Caminhoneiro do Ano, este sim é um objetivo profissional alcançado.
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FESTA DE SÃO CRISTÓVÃO
Trabalho, festejos e gratidão ARQUIVO/CV
TRADICIONAL celebração vai comemorar o Dia do Motorista reunindo profissionais e a comunidade no Gaspar Grande
HENRIQUE Isensee foi o responsável por conduzir a imagem de São Cristóvão em 1984
Festa de São Cristóvão | Programação Sexta-feira, dia 24 19h30: Celebração do Segundo Dia do Tríduo. Em seguida: festejos no salão da comunidade e jantar com carreteiro 23h: Baile com a banda gaúcha Universo Sábado, dia 25 19h: Celebração do Terceiro Dia do Tríduo Em seguida: festejos no salão da Comunidade São Cristóvão 22h: Baile com a banda Sagytaryus Domingo, dia 26 7h15: Tradicional Procissão, com saída do Ginásio João dos Santos 16h: Baile com a banda Sagytaryus
Bênçãos, buzinas, missa, procissão, festejos. Esse vai ser novamente o roteiro da tradicional Festa de São Cristóvão, que acontece de sexta-feira, dia 24, a domingo, 26, no bairro Gaspar Grande. A 32ª edição da festa vai reunir caminhoneiros e motoristas de diversas cidades da região que vão até a capela São Cristóvão para rever amigos e, principalmente, agradecer ao santo padroeiro dos motoristas por mais um ano de proteção e conquistas. A festa começa na sexta-feira, mas tem seu ponto alto no domingo de manhã. É quando centenas de caminhoneiros acordam cedo para organizar uma procissão pelas principais ruas da cidade. A saída ocorre no Ginásio João dos Santos, na rodovia Jorge Lacerda, passando pelas avenidas Francisco Mastela e das Comunidades, em direção ao bairro Gaspar Grande. Antes de chegar à capela para a missa, todos os motoristas rece-
bem uma bênção. “Tanto a comunidade quanto os motoristas de Gaspar e de outras cidades fazem questão de participar e ajudam a fazer sempre uma grande festa”, destaca o presidente do Conselho Pastoral Comunitário, CPC, da Comunidade São Cristóvão, Jaime Schneider.
Novidades
Para este ano, uma das novidades estará no jantar de sexta-feira à noite. Um arroz carreteiro será oferecido ao público e será uma opção gastronômica a mais na festa, que já conta com churrasco, pastel, cachorro-quente, bebidas e serviço de bar e cozinha. O CPC não possui uma expectativa exata de público e de participantes da procissão, mas acredita que novamente a população de Gaspar e região vai comparecer em peso à festa. “Nos últimos anos a festa tem recebido cada vez mais visitantes e com certeza este ano não será diferente”, diz Jaime.
Já em 1996, João Oliveira liderou comboio transportando a imagem do santo padroeiro
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POR TRÁS DA FESTA
Esforço para a organização ARQUIVO/CV
Presidente do CPC da Comunidade São Cristóvão, Jaime Schneider vai ter uma rotina cheia neste fim de semana. Após cerca de dois meses de trabalho intenso para preparar todos os detalhes da festa, ele estará atento para que tudo ocorra conforme o esperado. Com 54 anos e à frente do CPC nos últimos três, Jaime se mostra muito envolvido com a comunidade onde mora desde que nasceu. “Meu pai sempre foi envolvido com os assuntos da comunidade, desde 1983, quando a festa começou, e eu só dei continuidade a isso”, minimiza. Os recursos arrecadados na festa de São Cristóvão neste fim de semana devem ser aplicados no
JAIME, presidente do CPC, trabalha pelo sucesso da festa
acabamento da cozinha e do salão da comunidade, que estão em fase final de construção. No
total, serão mais de 3 mil metros quadrados disponíveis para os festejos dos motoristas.
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PROCISSÃO DE SÃO CRISTÓVÃO
Padroeiro em boas mãos FOTOS: GILBERTO SCHMITT
LUIZ Otávio de Oliveira, o Zico, e o irmão Marcelo (em destaque abaixo) terão a honra de guiar a imagem do padroeiro junto com a equipe e os caminhões da Transportes Andriel (foto)
Uma das missões mais nobres da festa de São Cristóvão é carregar a imagem do santo padroeiro no primeiro caminhão da procissão de domingo de manhã. Todo ano, um motorista de uma empresa diferente recebe a tarefa. Neste ano, os irmãos Luiz Otávio de Oliveira, o Zico, e Marcelo Ivo de Oliveira, da empresa Transportes Andriel, do bairro Belchior Central, serão os responsáveis por guiar a imagem do santo padroeiro dos motoristas durante a procissão até a Capela São Cristóvão. Zico vai participar da procissão deste domingo ao lado da mulher, Joceli, e dos filhos, Luiz Henrique e Andriel Luiz de Oliveira. Ele irá com a família de carro à frente do comboio de caminhoneiros. A bordo de um caminhão Volvo FH 440, Marcelo virá em seguida carregando a imagem de São Cristóvão. A oportunidade servirá também para agradecimento. Há 30 anos no ramo de transportes, Zico sofreu apenas
dois acidentes. Apesar de ambos terem sido graves, o empresário escapou ileso das duas situações. “São Cristóvão é nosso protetor, temos que ter fé nele. Tenho certeza que ele me ajudou a escapar desses dois acidentes”, afirma.
Em boa companhia
No sábado antes da festa a equipe da Transportes Andriel promete caprichar na decoração dos caminhões e da imagem do santo. Antes mesmo das 7h de domingo, os caminhões da empresa já vão para a rua para se preparar para a procissão. “Dois caminhões Scania Highline vão nos acompanhar com as bandeiras e os motoristas que estiverem na cidade também vão para a procissão. Participo da Festa de São Cristóvão desde 1985, nunca perdi um ano e com certeza dessa vez será ainda mais especial, ajudando a carregar o santo junto com meu irmão”, afirma Zico. IRMÃOS Zico (esquerda) e Marcelo são os responsáveis por levar o santo na procissão
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DESTAQUE NO MERCADO
Transportes Andriel: pelas estradas do país A tarefa de conduzir a imagem de São Cristóvão apenas coroa o bom momento vivido pela empresa Transportes Andriel, do bairro Belchior Central. Fundada há aproximadamente 10 anos, a transportadora caiu nas graças dos clientes logo cedo e obtém crescimento ano a ano. Mesmo com as adversidades do atual momento econômico brasileiro, a Andriel se mantém forte graças ao trabalho sério e à confiança obtida com os clientes. A empresa foi fundada com a experiência de 30 anos no ramo de transportes do proprietário, Luiz Otávio de Oliveira, o Zico. A relação dele com o setor começou ainda em 1985, quando fez as primeiras viagens pelo país como caminhoneiro. Filho de rizicultores do bairro Belchior Baixo, Zico trabalhou por cinco anos em uma empresa têxtil até decidir seguir os passos do irmão mais velho, João de Oliveira, que já atuava como motorista. Em 2005, fundou a transportadora e conseguiu levar o encanto com a profissão ainda mais longe, gerando empregos e atendendo a uma demanda cada vez mais crescente de serviços de transporte de clientes da região. Ao lado de Maicon de Andrade, Zico também se tornou sócio da empresa ZM Transportes, fundada em 2009 e focada no mesmo ramo de atividade.
EMPRESA obtém crescimento ano a ano graças ao trabalho sério e à confiança obtida com os clientes
Estrutura A Transportes Andriel carrega diferentes tipos de cargas de clientes da região para todas as regiões do país. Atualmente, a empresa conta com nove caminhões e nove motoristas, além de mais três profissionais dão suporte nas áreas operacional, comercial
e financeira. “Nossa equipe acompanha tudo, desde a etapa de carregamento dos caminhões até a saída, além da preocupação permanente com manutenção dos veículos e com as exigências legais para o transporte de cada mercadoria”, ressalta Zico.
Transportes Andriel Endereço: Rua Bonifácio Haendchen, 1154, sala 02 (Anexo ao Posto Bira), Belchior Central Telefone: 3397-6040 | E-mail: transandriel@gmail.com
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ROTINA NA ESTRADA
Dúvidas ainda cercam Lei do Descanso A Lei do Descanso, que limita o tempo em que o motorista pode dirigir sem qualquer intervalo, tem trazido experiências diversas entre aqueles que são os protagonistas da estrada: os caminhoneiros. “Queremos ser reconhecidos não apenas na teoria, mas na prática com relação à Lei do Descanso. Seria viável que houvesse mais fiscalização por parte dos sindicatos, pois às vezes ficamos à mercê das empresas”, conta o caminhoneiro paulista Ricardo Luiz dos Santos, de 42 anos. Caminhoneiro há 25 anos, Ariel Ferreira relata que a Lei do Descanso trouxe melhorias em sua vida de caminhoneiro.
“Hoje faço trajetos entre o Sul do país e o Sudeste, e as empresas para que presto serviço têm atendido às leis. No entanto, como profissional da estrada, procuro ficar atento aos meus direitos”, afirma. De acordo com o presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores nas Empresas de Logística e de Transporte de Carga e Passageiros de Blumenau e Região, Sintroblu, José Vilmar Zimmermann, a lei do descanso somente trouxe o que já estava previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, isto é, que todo trabalhador pode trabalhar no máximo 10 horas por dia, sendo no
máximo duas extras. “As alterações trazidas pela nº 13.103 flexibilizaram essa regra e prejudicaram o motorista quando possibilita que os mesmos possam trabalhar por até 12 horas”, frisa José Vilmar. Segundo o presidente do Sintroblu, os motoristas profissionais que trabalham sob regime celetista têm a jornada controlada pela empresa, que pode ser punida quando ocorre excesso de jornada. “O problema está no controle da jornada dos caminhoneiros autônomos, que deve ser feito pela Polícia Rodoviária Federal, que não tem estrutura suficiente para exercer essa fiscalização”, observa.
Lei do descanso Jornada e intervalo: A jornada diária será de 8 horas, admitindo-se a prorrogação por até 2 horas extraordinárias ou, se previsto em convenção ou acordo coletivo, por até 4 horas extraordinárias. O motorista tem direito a intervalo mínimo de 1 hora para refeição, e este período pode coincidir com o tempo de parada obrigatória. De acordo com a lei, a jornada de trabalho não tem horário fixo de início, fim ou intervalos.
ARQUIVO/CV
EXIGÊNCIAS criadas em 2012 ainda trazem experiências distintas entre classe de caminhoneiros
Descanso: Dentro do período de 24 horas, são asseguradas 11 horas de descanso, podendo ser fracionadas. Elas podem englobar os períodos de parada obrigatória, desde que seja garantido o mínimo de 8 horas ininterruptas no primeiro período e o gozo do restante dentro das 16 horas seguintes. Nas viagens de longa distância, em que o caminhoneiro fica fora da base da empresa e de sua residência por mais de 24 horas, o repouso diário pode ser feito no veículo ou em alojamento com condições adequadas.
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MOTOCICLISTAS
A dura vida em duas rodas Você já dirigiu rápido acelerando rápido para não perder algum compromisso? Já pediu ao taxista: “Acelera, senão perco o avião”? Agora, existe uma profissão, a de motoboy, que vive estas situações estressantes, associadas ao trânsito caótico, diariamente. “Arriscamos nossa própria vida em favor de entregas rápidas para vários segmentos da sociedade. Não é fácil, mas a sensação de missão cumprida é boa no final do expediente”, destaca o motoboy Carlos Ribeiro Kamen, de 25 anos, que faz entrega de documentos em Gaspar e na região do Vale e Alto Vale do Itajaí. Conhecidos como aqueles que conhecem cada canto da cidade como as linhas da palma da mão, tudo para garan-
thiago moraes
tir a entrega da encomenda no local e no horário requisitado, os motoboys e mototaxistas frisam que a corrida contra o tempo é o principal desafio a ser superado no dia a dia. “Enfrentar todos os dias este trânsito, arriscar a própria vida só para que a nossa entrega chegue no horário certo não é fácil. Mas precisamos trabalhar, certo?”, decreta o motoboy Rodrigo Vieira da Silva dos Santos, de 28 anos, morador do bairro Belchior Baixo, que ainda encara os riscos da BR470 todos os dias. Segundo estimativa do Sindimoto-SP (Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas de São Paulo), a categoria abrange cerca de 2 milhões de trabalhadores em todo o país.
SEJA como entregador de comidas, peças ou documentos, motoboys superam desafios no trânsito na corrida contra o tempo
arquivo/cv
Aumento no salário é avanço Com salário-base de R$ 1.150 e uma carga horária de nove horas por dia, de segunda a sexta, a partir deste mês de julho os motoboys passam a receber R$ 1.500. De acordo com estimativa do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas de São Paulo, Sindimoto-SP, a categoria abrange cerca de 2 milhões de trabalhadores em todo o país, a maioria entre 21 e 30 anos. Em outubro de 2014, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou no “Diário Oficial da União” portaria que aprova o Anexo 5 da Norma Regumentadora 16 (NR-16), que trata das situações de trabalho
com utilização de motocicleta que geram direito ao adicional de periculosidade. O adicional de periculosidade corresponde a 30% do salário do empregado, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa, e o direito passa a ser garantido aos motociclistas. As atividades consideradas perigosas contemplam as que utilizam a motocicleta ou motoneta para fins de trabalho. Mototaxista, motoboy e motofrete estão contemplados, bem como todas as demais atividades laborais desempenhadas com o uso de motos.
Confira dicas para ser um bom motoboy Sinalize: O momento de maior risco de colisão é na mudança de faixa. Não basta usar a seta, é importante executar a manobra de forma gradual. Voo cego: Outro fator que contribui para acidentes é o uso do celular. Não bastasse usar o telefone fora de hora, muitos motoristas esquecem de regular o retrovisor. Uma boa dica é deixar um espaço livre e, se possível, não emparelhar com o retrovisor ao lado. Hora e lugar: Claro que acidente não tem hora para acontecer, mas existem períodos de maior risco. Para motoboys, são aqueles perto do fechamento dos
bancos (16h), cartórios (17h) e empresas em geral (18h). Vale lembrar que em muitas avenidas largas, o corredor entre as duas faixas da esquerda é o mais utilizado pelas motos. Ali, o carro que circula nessas faixas tem maior chance de se envolver em acidente do que os que estão à direita. Chuva e direção defensiva: Um dos momentos mais críticos é no começo da chuva. Quem está de moto acelera para não se molhar e a mistura entre pressa e piso escorregadio é propícia a acidentes. Nessa situação, deixe as motos largarem na frente e mantenha distância. Os motociclistas novatos também constituem risco para o motorista.
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DIA DO COLONO
Contrastes da vida no campo Além do Dia do Motorista, neste 25 de julho também é comemorado o Dia do Colono. Apesar de a data remeter a comemorações, na opinião da presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gaspar, Sitrug, Ivanilde Rampelotti, o agricultor atualmente tem muito pouco a comemorar. Segundo ela, problemas como o baixo preço pago pelas empresas aos produtores na colheita e o aumento de exigências, como necessidade de embalagens e documentos, só contribuem para aumentar os custos e desestimular o produtor, principalmente no cultivo de arroz, principal atividade na cidade. Segundo dados da Epagri, houve uma leve diminuição de sete sacas por hectare da safra de 2013/2014 para a de 2014/2015. O órgão afirma que essas variações ocorrem principalmente em razão do clima. “Em Gaspar, nos últimos anos,
os agricultores com melhores condições tecnológicas vêm aumentando suas áreas de produção através de arrendamento de arrozeiras”, afirma o engenheiro agrônomo Josi Rodrigues Prestes, da Epagri de Gaspar. Ivanilde afirma que mesmo assim muitos produtores estão vendendo propriedades ou construindo galpões para aluguel, deixando de lado a rizicultura. De acordo com informações da Epagri, no entanto, essa tendência ocorre mais na região da BR-470, em função da valorização das terras no local, e não compromete a produção atual de arroz em Gaspar por causa da grande área disponível atualmente - 3.350 hectares, segundo o órgão. Segundo a presidente do Sitrug, os agricultores que se mantêm na ativa estão recorrendo menos a linhas de crédito rural em bancos e tentando produzir com recursos próprios
ARQUIVO/CV
TRABALHO de agricultores precisa superar obstáculos como baixo preço e aumento de custos
ou com parcerias com empresas. “Tanto para o agricultor, quanto para os motoristas, que enfrentam inúmeros problemas nas estradas, o que o Sindicato deseja é que ninguém perca a fé, que todos continuem trabalhando porque é só assim teremos dias melhores”, afirma.
Produtividade das últimas safras (saca por hectare) Safra 2011/2012: 153 sc/ha safra principal + 42 sc/ha soca Safra 2012/2013: 145 sc/ha safra principal + 52 sc/ha soca Safra 2013/2014: 155 sc/ha safra principal + 56 sc/ha soca Safra 2014/2015: 148 sc/ha safra principal + 54 sc/ha soca
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agricultura
A vez da piscicultura Não são apenas os motoristas que estão em festa nesta semana. Os trabalhadores do campo possuem inclusive uma comemoração dupla nos próximos dias: o Dia do Colono, no dia 25 de julho, e o Dia do Agricultor, já no dia 28. Em Gaspar, a agricultura continua sendo uma forte atividade econômica do município, mesmo em meio à crescente urbanização e às dificuldades no setor. Mesmo com diminuição do número de agricultores e propriedades, o plantio de arroz continua sendo o grande carrochefe da agricultura gasparense, com produção estimada em cerca de 600 mil sacas/ano. No entanto, é a piscicultura a atividade agrícola que mais cresce e se destaca nos últimos anos no município. Segundo o secretário de Agricultura de Gaspar, Alfonso Hostert, o traba-
lho feito pelo Executivo em parceria com a Associação de Piscicultores de Gaspar, a Aquipar, o Instituto Federal de Santa Catarina, IFSC, e a Epagri impulsionou o trabalho dos produtores locais. “Entre 2010 e 2011, formamos o grupo de piscicultura e trouxemos uma meta. De lá para cá, conseguimos formalizar oito das 22 propriedades da área da piscicultura, que hoje têm toda sua situação legalizada. Também auxiliamos na criação da primeira unidade de beneficiamento de peixe que, embora seja privada, teve apoio de todo o grupo e trouxe um grande avanço ao permitir a venda de filés de tilápia já limpos e preparados para o consumo”, avalia Alfonso.
Mercados
Com produção de aproximadamente 550 toneladas/ano, os pisci-
ARQUIVO/CV
COM PRODUÇÃO de arroz consolidada, cultivo de peixes em lagoas é atividade em momento de expansão
cultores da cidade têm na tilápia o seu principal produto. Um festival no início de julho ajudou a divulgar o peixe aos gasparenses. A inclusão de filés de tilápia no cardápio da merenda de escolas e CDIs e a venda de peixe beneficiado na Casa do
Agricultor também criou novas demandas para os produtores. No entanto, outras espécies como jundiá, ainda em fase experimental, carpa capim e truta também vivem nas lagoas dos estabelecimentos gasparenses.
Agricultura em Gaspar Plantação de arroz: 30 mil toneladas/ ano Produção de leite: 328,5 mil a 438 mil litros/ano Piscicultura: 550 toneladas/ano Pecuária: 1.500 a 1.600 animais abatidos/ano
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PISCICULTURA
Entre a ascensão e os desafios FOTOS: JEAN LAURINDO
ATIVIDADE vive momento de alta, mas precisa superar obstáculos como riscos e custo
Há 10 anos à frente da Associação de Piscicultores de Gaspar, a Aquipar, o produtor Paulo Marangoni, da região da Garuba, confirma que a esperança
de quem cultiva peixes nas lagoas gasparenses é de que a atividade continue em expansão. “Estamos lutando para que as pessoas despertem de vez para essa
atividade. O peixe é uma das proteínas mais procuradas, o próprio governo federal está estimulando isso, o que guia o mercado nesse caminho”, afirma.
No entanto, as dificuldades não são ignoradas pelos produtores. Hoje, cerca de 70% do custo de produção se refere às rações, seguido pela energia elétrica, que neste ano elevou ainda mais os gastos dos piscicultores. “A falta de estímulo para o produtor e também a falta de seguro contra perdas, que podem ocorrer por causa da temperatura ou de falta de energia, são fatores que preocupam”, alerta. Além da tilápia, hoje o principal produto, Paulo garante que há mercado também para espécies. “Estamos batalhando para obter avanços em questões como os licenciamentos ambientais e para colocar tudo nos trilhos, mas esse é um trabalho que precisa do envolvimento de todos”, destaca.
Alimentadores: a tecnologia a favor
Além da dedicação para manter as seis lagoas de peixes, Paulo também investe tempo em máquinas que possam aumentar a produção e melhorar até mesmo a qualidade de vida de piscicultores. Um dos destaques é o alimentador criado por ele e já em uso nas suas propriedades. O equipamento fica instalado dentro da lagoa e libera a ração automaticamente, de acordo com os horários programados eletronicamente. Segundo Paulo, é possível fazer até 18 programações, o que libera o piscicultor do compromisso diário de
tratar os peixes e o libera para tarefas como medir a qualidade da água, o crescimento dos peixes e outros detalhes necessários para produzir mais com a mesma área. Um aerador, que mantém a temperatura da água em condições ideais, também é produzido e comercializado por Paulo com benefícios como minimizar as perdas. “Alguns piscicultores ainda não têm a consciência do salto que podem ter ao investir em equipamentos desse tipo, mas com certeza eles trazem benefícios que podem ajudar todo o setor a crescer mais”, destaca.
Cruzeiro do Vale 28| Jornal Gaspar, 24 de julho de 2015
| CADERNO ESPECIAL
ATENÇÃO PERMANENTE
Dicas de cuidados com pneus A vida útil dos pneus depende de uma manutenção cuidadosa do motorista. As implicações do uso de pneus abaixo do limite podem ocasionar o aumento da propensão de derrapagens laterais, espaço necessário para frenagem aumenta, não dão drenagem adequada de água e instabilidade em pistas molhadas, além de aumentar o risco de estouros.
Confira cinco dicas
lamentos, eixos e rodas agem diretamente sobre os pneus.
Limite de Segurança: o desgaste máximo do pneu (limite de segurança) é de 1.6 mm de profundidade dos sulcos. Abaixo dessa medida, o pneu já passa a ser considerado careca. O veículo pode ser, inclusive, apreendido.
Alinhamento de Direção: Deve-se alinhar o veículo quando sofrer impactos na suspensão. Quando o veículo estiver puxando para um lado, ou a cada 10.000 km.
Manutenção Mecânica: Amortecedores ou molas, freios, ro-
Baixa Pressão: O descuido com a calibragem dos pneus traz sérias
consequências para a durabilidade do produto. A baixa pressão é um dos inimigos do pneu. Apresenta vários problemas, envolvendo inclusive riscos de segurança. Rodízio dos Pneus: O rodízio serve para compensar a diferença de desgaste dos pneus, permitindo mais durabilidade e eficiência. O primeiro rodízio é o mais importante.