Editorial Quando começa o Carnaval? Pouco depois dos últimos blocos deixarem as ruas, aglomeração virou palavra perigosa. Sem contato, sem beijo, cumprimento só pelos cotovelos, respeite o isolamento. O carnaval ficou para trás, mas deixou as máscaras. Sem fantasia, sem adereços, folia nem pensar. Aliás, avise a escola da vez que o portão já fechou, mas que o relógio segue cronometrando. Na virada do ano, a incerteza tomou as avenidas. Semana atrás de semana, um dia de cada vez. A esperança ganhou vários nomes, e foi sendo injetada em quem deixasse. Algumas festas aqui, outras maiores ali, mas ainda não dá para ter certeza. Feche a janela. Não há nada lá fora. Eis que os tamborins ressoam pelas ruas, trazendo o reco-reco, o surdo, o agogô e a cuíca. As vozes vão se aglomerando em silêncio, à postos, aguardando o sinal do portão. O povo se reúne nas janelas, com os noticiários no último volume. Seria esse o fim da Quarentena de Cinzas? As baterias estão aquecidas e prontas para retomar as festas, mas os pés continuam atrás, receosos quanto ao portão destrancado. “A única certeza que a gente tem é que estamos vacinando todo mundo e, com todo mundo vacinado, a vida volta ao normal”, anunciou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. “Quem vai ficar fazendo distanciamento no Carnaval? Fica até ridículo, pedindo um metro de distância. Se tivesse, eu seria o primeiro a desrespeitar”. O Carnaval faz isso com a gente. Exalta nossos ânimos, diminui os perigos e traz à tona a liberdade, que foi tão isolada durante o resto do ano. Em quase dois anos de pandemia, as festas soam distantes, mas possíveis. O povo que tanto se distanciou, que tanto perdeu e que abraçou o medo, hoje ouve os pandeiros em consolo: “Leva esse pranto pra bem longe de nós, não deixe nada pra depois, é a saudade que me diz que ainda é tempo pra viver feliz”.
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FACULDADE DE FILOSOFIA, COMUNICAÇÃO, LETRAS E ARTES (FAFICLA) Diretora Angela Brambillia P. Lessa Diretor Adjunto Fabio Cypriano Chefe do Departamento de Comunicação MiSake Tanaka Vice-chefe do Departamento de Comunicação Mauro Peron Coordenador do Curso de Jornalismo Diogo de Hollanda Vice-coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Angela Di Sessa
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EXPEDIENTE CONTRAPONTO Editora Responsável Anna Flávia Feldmann Editora assistente Ligia de Toledo Saicali Fotografia Sarah Catherine Camara de Seles Mídias Sociais Sabrina Legramandi e Tabitha Ramalho Editorias Cidades Sarah Catherine Camara de Seles Cultura Isabella Marinho Direitos Humanos Danilo Zelic Educação Andre Nunes Esportes Sofia Aguiar Internacional Manuela Nicotero Pestana Moda Malu Marinho Política Hadass Leventhal Revisão Beatriz Aguiar, Enrico Souto, Gabriela Costa, Gabriella Lopes, Isabela Mendes, Isabella Pugliese, Laura Mariano, Ligia de Toledo Saicali, Manuela Nicotero Pestana, Sabrina Alvares, Sofia Aguiar e Victoria Nogueira
Comitê Laboratorial Cristiano Burmester, Fabio Cypriano, José Arbex Jr., Maria Angela Di Sessa e Pollyana Ferrari Ombudsman Rute Pina Foto da capa Fotografia original: Marcelo Camargo/Agência Brasil Projeto e diagramação Alline Bullara Contraponto é o jornal-laboratório do curso de Jornalismo da PUC-SP. Rua Monte Alegre 984 – Perdizes CEP 05014-901 – São Paulo-SP Fone (11) 3670-8205 Ed. Número 130 – Outubro/Novembro de 2021
CONTRAPONTO Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo – PUC-SP