JornalCana 323 (Fevereiro 2021)

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MERCADO

Fevereiro 2021

Raízen celebra contrato de aquisição da Biosev Companhia passará a ter 35 unidades e capacidade de 105 milhões de toneladas

A Raízen celebrou, no dia 8 de fevereiro, contrato para compra da Biosev.A aquisição ocorrerá por meio de uma combinação de negócios en− volvendo, de forma eficiente, uma troca de ações, com emissão de 3,5% de ações preferenciais da Raízen e o pagamento de R$ 3,6 bilhões para re− financiamento da dívida da Hédera Investimentos e Participações S.A, acionista controladora da Biosev. “Após a conclusão da operação, a alavancagem da Raízen, medida pelo índice Dívida Líquida/EBITDA, será preservada. Adicionalmente, haverá emissão de 1,4999% em ações resgatá− veis, por um valor simbólico, e uma es− trutura de Earn−out, com o objetivo de dividir eventuais variações no preço do açúcar e do etanol. Essas ações res− gatáveis e o Earn−out deixarão de existir quando ocorrer um evento de liquidez da Raízen”, informa. De acordo com a empresa, a ope− ração se encaixa estrategicamente no seu plano de negócios de longo pra− zo, baseado no fortalecimento de sua posição de liderança no processo de transição energética, por meio da am− pliação da oferta de energia mais efi− ciente, limpa e renovável, e está em conformidade com o alto nível de disciplina financeira da companhia. “Mais do que ampliar a produção de etanol, açúcar e bioenergia, essa é uma oportunidade de potencializar os negó− cios usando tecnologia para alavancar a produtividade e o aproveitamento da cana nas biorrefinarias,com possibilida− de de expansão do nosso etanol de se− gunda geração e biogás”, contextualiza Ricardo Mussa, CEO da Raízen. O executivo aponta que o movi− mento pode contribuir para o fortale− cimento de toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético, solidificando parcerias e valorizando fornecedores. “Queremos crescer juntos e gerar valor compartilhado, consolidando também um time múltiplo e integrado, pautado sempre pela segurança, que é um valor inegociável para nós”, acrescentou. A operação segue à risca os princí− pios de disciplina de capital e,como di− to anteriormente, não impactará a ala− vancagem da Raízen, preservando o perfil de crédito da companhia,que hoje é “grau de investimento” pelas três maiores agências de rating globais. Im− portante ressaltar que algumas condições precedentes deverão ser atendidas e que

Ricardo Mussa, CEO da Raízen

o acordo, o qual já foi submetido à ava− liação, deverá ser aprovado pelo Cade. Com a integração, a Raízen pas− sará a contar com um total de 35 uni− dades produtoras, totalizando uma ca− pacidade instalada de 105 milhões de toneladas de cana, volume que repre− sentará aproximadamente 15% da moagem e biomassa do Centro−Sul e, cerca de 1,3 milhão de hectares de área cultivada. A produção de açúcar será de 4,954 milhões de toneladas, a de etanol, 3,844 milhões de litros e a de eletricidade, 3,000 mil mwh. “O acordo reconhece as conquis− tas alcançadas pela Biosev em relação à eficiência operacional e os resulta− dos positivos obtidos pela empresa no último ano financeiro, com apresen− tação de lucros e novos recordes ope− racionais”, disse Juan José Blanchard, presidente da Biosev. Blanchard também afirma que os negócios e colaboradores da Biosev têm potencial para prosperar como parte da Raízen, atuando como uma empresa integrada, com atividades e conheci− mentos complementares, graças a sua

liderança reconhecida no que diz res− peito ao avanço do setor em inovação. A Biosev deverá passar por uma reorganização societária para atender ao acordo. Uma assembleia geral de acio− nistas será realizada para deliberar sobre a incorporação das ações da Biosev pela Hédera, o que exigirá o voto favorável da maioria dos acionistas em circulação na Biosev, uma vez que a companhia fechará seu capital e deixará de ser lis− tada no segmento B3 Novo Mercado, em decorrência da incorporação de ações. Os acionistas dissidentes terão o direito de se retirar da empresa, com a venda de sua participação. Quanto à reestruturação de sua dívida, a Hédera assumirá parte da dí− vida da Biosev, por meio de novos instrumentos de financiamento, com datas de vencimento estendidas, e a Biosev manterá o saldo, a ser liquida− do com o produto da contribuição de capital a ser feita pelo Grupo Raízen na data de fechamento da transação. Ao finalizar o ciclo agrícola atual, a Biosev apresentou novos recordes de produção, com lucro líquido de R$

Juan José Blanchard, presidente da Biosev

485,3 milhões no acumulado de nove meses da safra 2020/21. No período, o resultado operacional foi positivo em R$ 1,3 bilhão, impulsionado, entre outros fatores, por uma receita líquida ex−HACC/outros produtos de R$ 5,5 bilhões, 48,2% superior ao 9M20. A moagem chegou a, aproxima− damente, 25,8 milhões de toneladas e, nos canaviais, a produtividade medida pelo TCH consolidado atingiu 85,7 ton/ha, 2,9% a mais do que em 9M20. Os impactos da alta produtividade agrícola também foram percebidos no teor de ATR Produto de 142,4 kg ATR/ton,crescimento de 9,1%,mais um recorde histórico para o período.Olhan− do a produção total, o ATR Produto foi de 3,6 milhões de toneladas,8,3% supe− rior aos noves meses da última safra. A companhia registrou mix de açúcar de 53,4% no 9M21. Já a recei− ta líquida do produto, excluindo−se os efeitos contábeis (não caixa) do hed− ge accounting da dívida em moeda estrangeira (HACC), atingiu R$ 3,1 bilhões, 119% superior ao 9M20.

Capacidade instalada da Raízen será de 105 milhões de toneladas de cana


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