JornalCana 277 — Fevereiro 2017

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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Fevereiro 2017

Usina do Amazonas investe na verticalização da produção Jayoro adota diversas medidas para recuperar produtividade que teve queda em decorrência da mecanização da colheita de 98% do canavial R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Com uma área limitada para o plantio de cana-de-açúcar devido à sua localização, a única usina do Amazonas, a Jayoro, tem colocado em prática, desde 2013, um plano de ação para a verticalização da produção agrícola. Entre as medidas adotadas incluem-se o plantio de cana por meio do sulco de base larga, a utilização de MPB – Mudas Pré-Brotadas, o preparo profundo do solo. Uma das pioneiras no uso da colheita mecanizada de cana crua, essa unidade

Usina Jayoro, de Presidente Figueiredo, AM, é uma das pioneiras no uso da colheita mecanizada de cana crua

sucroenergética – que fica em Presidente Figueiredo, distante 107 quilômetros de Manaus – enfrentou uma queda contínua da produtividade agrícola e a redução da longevidade a partir da safra 2010/11, quando deixou de efetuar a queima da palha da cana, segundo Fabrício Resende Fregonezi, gerente agrícola da usina.

“A mecanização de 98% do canavial, sem a plena sistematização dos talhões, elevou os problemas de pisoteio e arranquio de soqueiras, devido ao espaçamento de 1,40 metro ao solo muito argiloso com preparo raso e de baixa fertilidade”, detalha. Além disso, a elevada umidade no ambiente, somada às chuvas que ocorrem mesmo nos meses de colheita e a

aceleração da compactação do solo agravaram os problemas. A região de Presidente Figueiredo tem uma precipitação anual média de 2.900 mm, que pode chegar até a 3.300 mm. Existe a necessidade da superação de alguns desafios provenientes das características edafoclimáticas da região que possui latossolo amarelo muito argiloso distrófico álico, temperatura e umidade favoráveis às pragas – diz. A floresta, que é hospedeiro natural da broca gigante, tem umidade relativa do ar acima de 85% no segundo e terceiro turno de trabalho, o que dificulta a limpeza da cana colhida – observa. Segundo o gerente agrícola, a falta de condições climáticas para a maturação natural do canavial impõe a aplicação de maturadores. “Cada ano agrícola é único e específico quanto ao clima, exigindo flexibilidade de planejamento das operações”, ressalta. Além disso, a usina tem uma janela de moagem muito pequena – observa Waltair Prata Carvalho, superintendente da Jayoro. O período de safra se inicia em meados de julho e termina em meados de novembro.

Plano de ação inclui preparo do solo localizado e profundo Um dos objetivos do plano de ação da Jayoro é recuperar a produtividade agrícola que atingiu o pico, em 2010, de 93,05 toneladas de cana por hectare (TCH) – com produção de 345 mil toneladas de cana-de-açúcar – e que teve queda em 2014 para apenas 56,10 TCH. Essa diminuição da produtividade foi resultante também da longa estiagem que gerou déficit hídrico em seis meses do período de desenvolvimento vegetativo, além dos problemas causados pela mecanização da colheita – observa Fabrício Fregonezi. A longevidade do canavial, que antes era de 4 a 4,5 cortes, caiu para 3 a 3,5 cortes – informa. As medidas adotadas já estão surtindo efeito. A usina tem recuperado a sua produtividade agrícola que está beirando 72 TCH, segundo Waltair Prata, superintendente da Jayoro. “Esperamos reduzir os índices que levam

A meta da Jayoro é chegar ao pico de produção de 345 mil toneladas de cana anualmente à reforma, produzir linearmente ao longo dos cortes, e por meio da maior produção, aumentar o TPH (tonelada de pol por hectare), já que a maturação da cana na região amazônica não ocorre por estímulos climáticos. Temos TCH médio de 74,05 em 13 anos de safra, com pico de 93,05 e quebra com 56,10 TCH. O ATR médio é de 103,43, com 118,43 registrados na safra 2015 devido ao efeito da seca, e mínimo de 97,42”,

Fabrício Resende Fregonezi, gerente agrícola da Usina Jayoro

informa o gerente agrícola. As mudanças nas áreas de cana da Jayoro começaram pelo preparo do solo. “Até 2013 usava-se apenas grade pesada, arrastada por trator de esteira. Passamos a realizar o modelo de preparo de solo, em faixa, localizado e dinâmico, com arraste por trator de pneus, com piloto automático, assegurando o paralelismo das faixas subsoladas, bem como nos tratores das plantadoras mecanizadas, garantindo o paralelismo das linhas de cana”, detalha Fabrício Fregonezi. A meta da Jayoro é chegar ao pico de produção de 345 mil toneladas de cana anualmente – revela – após a estabilização do novo sistema de plantio encanteirado, nas faixas subsoladas por equipamento que faz, além da subsolagem, a quebra dos torrões, a aplicação de corretivo, enleiramento da palha e incorporação do corretivo. (RA)


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