JornalCana — Edição 268 / Maio 2016

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4/19/2016

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TECNOLOGIA INDUSTRIAL

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Manejo da vinhaça inclui aquecimento indireto e sistema de concentração Tecnologias podem ser um bom negócio para usinas que transportam vinhaça com caminhão e têm um custo alto para fazer a aplicação na lavoura. Um outro caminho para a otimização e modernização do processo de fabricação de etanol está relacionado ao manejo da vinhaça que pode incluir, caso haja possibilidades da realização de investimento, o uso de tecnologia voltada à concentração desse efluente. “Não havia anteriormente grande preocupação com a vinhaça. A ‘borbotagem’ de vapor era feita diretamente nas colunas. As usinas mais modernas, que querem reduzir o volume de vinhaça, precisam ter um aquecedor indireto, um reboiler, na destilaria. Com a própria vinhaça é possível produzir vapor para tocar a destilaria”, observa Luiz Magazoni. De acordo com ele, as usinas mais novas e modernas, realizaram investimento nessa área. Um exemplo é o da Usina Adecoagro, de Ivinhema, MS. As plantas antigas também podem ser otimizadas com aquecimento indireto na destilaria – comenta. Antes de ser colocado o concentrador de

Concentração de vinhaça na Adecoagro: usinas novas e modernas investiram nessa área

vinhaça, é necessário gerar menor volume de vinhaça na destilaria. “A unidade não pode borbotar o vapor e depois concentrar vinhaça. É um contrassenso. Dessa maneira, o dinheiro é gasto da forma errada”, alerta.

Tanto a instalação do sistema de aquecimento indireto como a tecnologia de concentração de vinhaça – que exige um investimento mais alto – pode ser um bom negócio para usinas que transportam

vinhaça com caminhão e têm um custo elevado para fazer a aplicação na lavoura. O retorno do investimento para concentração da vinhaça ocorre em três anos, calcula o diretor da São Domingos, que ainda não conta com esse sistema. “Há poucas usinas que instalaram o sistema de concentração de vinhaça. Em uma época em que está tudo bem, é possível pensar em um investimento deste tipo. Em um período em que a luta é pela sobrevivência, poucas unidades podem investir dinheiro nisto. Para as usinas que têm condições de implantar essa tecnologia é um bom negócio”, avalia. Segundo ele, uma unidade, que borbota e trabalha com um teor de 9% a 10%, gera doze litros de vinhaça por litro de etanol. “Com um sistema de concentração eficiente, sem borbotar vapor, há uma redução para 2,5 a 3 litros de vinhaça por litro de álcool”, diz. Entre os principais benefícios da tecnologia de concentração de vinhaça estão a redução de custos da distribuição e a diminuição da necessidade de adubo a partir do aproveitamento racional do potássio. Para as usinas que distribuem a vinhaça com o uso de caminhão, o custo está em torno de R$ 7,00 o metro cúbico, que é altíssimo – informa. Esse processo possibilita também o aproveitamento da água – retirada da vinhaça – na unidade industrial, diminuindo a necessidade de captação. (RA)


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