OJB EDIÇÃO 50 - ANO 2025

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ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901

Convenção Batista Brasileira apresenta novo currículo de Escola Bíblica

Nos dias 02 e 03 de dezembro, a Convenção Batista Brasileira apresentou o novo currículo de Escola Bíblica para alcançar e abençoar Igrejas em todo o Brasil. Confira a matéria completa nas páginas 12 e 13.

Caravana missionária

IB Itacuruçá promove caravana missionária para o interior da Bahia

102ª Assembleia

Mulheres Batistas se preparam para sua Assembleia anual em Salvador

Homens Batistas

Igreja Saudável

União de Homens Batistas da Bahia se reúne em congresso na cidade de Vitória da Conquista

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Coluna Fé para Hoje apresenta características de uma boa Igreja

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Missões Nacionais
Notícias do Brasil Batista
Notícias do Brasil Batista Fé para Hoje

EDITORIAL

Novo tempo na EBD e Dia da Bíblia

Nesta edição, temos a alegria de apresentar aos Batistas brasileiros um número especial de O Jornal Batista, marcado por dois momentos de grande relevância para a vida das nossas igrejas: o lançamento do novo currículo de Escola Bíblica da Convenção Batista Brasileira e a celebração do Dia da Bíblia.

Depois de um período intenso de pesquisa, planejamento e construção pedagógica, a CBB, por meio da Gerência de Educação Cristã e da Convicção Editora, entrega às Igrejas um

currículo renovado, cuidadosamente elaborado para fortalecer o discipulado bíblico em todas as faixas etárias. Este material chega para apoiar pastores, professores, líderes e famílias em seu compromisso de formar discípulos sólidos, fundamentados na Palavra e preparados para viver e servir com fidelidade.

O lançamento oficial do novo currículo aconteceu nos dias 02 e 03 de dezembro, em dois encontros marcantes e muito aguardado por líderes de todo o país. Você confere uma ma-

téria completa sobre esse momento especial nas páginas 12 e 13 desta edição.

E, de modo muito especial, celebramos também o Dia da Bíblia, destacando nesta edição diversos artigos, reflexões e mensagens que exaltam a centralidade das Escrituras na vida do crente e na missão da igreja. Que cada palavra publicada aqui renove em nós a gratidão por termos livre acesso à Palavra de Deus e desperte um compromisso ainda maior com sua leitura, estudo e prática diária.

Que esta edição inspire nossas Igrejas a fortalecerem a Escola Bíblica Dominical, a valorizarem o ensino sistemático da Palavra e a celebrarem, com reverência e alegria, o Livro que transforma vidas. Como povo Batista, seguimos firmes na missão de ensinar, fazer discípulos e proclamar a boa notícia do Evangelho, sempre alicerçados na Escritura Sagrada.

Que o Senhor abençoe a sua vida e edifique a sua Igreja por meio desta leitura. n

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946);

Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOS

Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas

IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA

A singularidade das Escrituras

A Bíblia ocupa um lugar absolutamente único na história humana. Ela é, ao mesmo tempo, uma biblioteca histórica e literária e o testemunho normativo da revelação de Deus.

O próprio Jesus nos ensina a olhar assim para a Bíblia. Em João 5.39, Ele afirma que as Escrituras dão testemunho dEle. No caminho de Emaús, começando por Moisés e por todos os profetas, Jesus explica aos discípulos o que a Seu respeito constava em todas as Escrituras. Ou seja: a Bíblia é um conjunto de livros humanos, escritos na história, mas que, juntos, apontam para o propósito redentor de Deus em Cristo.

Por isso, falar da singularidade das Escrituras exige segurar duas verdades ao mesmo tempo:

1. A Bíblia como livro;

2. A Bíblia como Palavra de Deus. Essas duas dimensões não competem; elas se entrelaçam. É justamente aí que está a sua singularidade.

1) A Bíblia como livro: uma biblioteca na história

Considerar a Bíblia como livro não é reduzi-la a um produto cultural qualquer. É reconhecer o modo concreto pelo qual Deus escolheu falar na história. O Deus que cria dizendo “Haja…” em Gênesis 1 é o mesmo que registra Sua fala em textos humanos, em idiomas reais, em gêneros literários variados, em contextos históricos específicos.

A Bíblia é uma biblioteca:

• Lei, profetas e escritos;

• Evangelhos, narrativa apostólica, cartas pastorais;

• E, por fim, o Apocalipse.

Essa diversidade não fragmenta sua mensagem; pelo contrário, revela a riqueza da revelação divina. O mesmo Deus fala em narrativa e poesia, em sabedoria e profecia, em biografia teológica e exortação pastoral.

Isso traz consequências:

• Academicamente, precisamos respeitar gêneros, autores e contextos;

• Pastoralmente, precisamos lembrar que Deus alcança pessoas diferentes por meios literários diferentes, sem perder a coerência do testemunho global acerca de Cristo.

Além disso, a singularidade da Bíblia aparece na sua historicidade, transmissão e tradução. Ela nasce em comunidades reais, atravessa línguas, culturas e séculos, chega até nós por manuscritos, crítica textual e trabalho tradutório. Deus não age à margem da história, mas dentro dela. A Igreja não recebe uma voz secreta, privada; recebe um texto público, continuamente lido, testado e confessado como norma de fé e prática.

2) A Bíblia como Palavra de Deus: origem divina, autoridade e eficácia

Se, por um lado, a Bíblia é um livro humano, por outro, ela é mais que um livro: é Palavra de Deus escrita. Sua autoridade não vem do prestígio dos autores, mas do Deus que fala por meio deles.

Paulo afirma:

“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil…” (II Tm 3.16-17)

Ela é inspirada e útil: tem origem divina e finalidade salvífica – tornar-nos sábios para a salvação em Cristo e nos habilitar para toda boa obra.

Pedro escreve que a profecia não nasce da vontade humana; homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1.21). Assim, a Escritura é, ao mesmo tempo:

• Palavra humana, situada no tempo e na cultura;

• Palavra divina, que revela a verdade de Deus de modo confiável e normativo.

Por isso, a Bíblia tem autoridade e tem eficácia. Ela não apenas informa; ela realiza algo. O autor de Hebreus afirma que a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada de dois gumes, capaz de discernir

pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12).

Aqui está sua singularidade espiritual: a Bíblia não só relata a história da salvação; ela produz fé, convicção, arrependimento e consolo. Ela é meio de graça: o mesmo Deus que inspirou ontem, continua agindo por meio dela hoje.

3) O único livro plenamente humano e plenamente divino

Chegamos ao ponto central: A Bíblia é o único livro na história que é, ao mesmo tempo, palavra humana e Palavra divina, sem confusão e sem separação. Isso gera algumas implicações preciosas:

a) O Autor está presente quando abrimos o texto

“Homens falaram, é verdade, mas falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” Quando você abre a Bíblia, o Autor está presente. Não é apenas um texto sobre Deus; é Deus falando hoje ao nosso coração.

b) Reverência e método caminham juntos

Por ser Palavra divina e humana, interpretá-la exige reverência e método: • Reverência, porque lidamos com Palavra do Senhor;

• Método, porque lidamos com um texto histórico e literário.

Não podemos tratar a Bíblia nem como objeto frio de pesquisa, nem como amuleto desconectado da razão. Fé e inteligência caminham juntas, porque é a mesma Escritura que nos torna sábios para a salvação.

c) Comunicação fiel: “assim diz o Senhor”

Se Deus se comprometeu com a forma escrita da revelação, toda comunicação cristã responsável deve nascer da Escritura e voltar à Escritura. Em Atos, a Palavra anunciada é explicada a partir das Escrituras: Pedro interpreta Pentecostes citando Joel; Jesus responde à tentação dizendo “está escrito”.

Isso nos protege de subjetivismos: não vivemos do “eu acho”, “eu sinto”, mas do “assim diz o Senhor” fundamentado no texto bíblico.

d) Palavra que corta para curar Hebreus diz que a Palavra discerne, corta, expõe. Mas é um corte terapêutico: expõe para restaurar, humilha para levantar, confronta para reconciliar o ser humano com Deus. O mesmo texto que julga é o texto que consola, cura, dá esperança e perseverança.

Quem acompanha outros (no ensino, aconselhamento, discipulado ou amizade) precisa confiar: não é a nossa habilidade que transforma; é Deus agindo pela sua Palavra.

e) Palavra antiga, sempre atual

A dimensão divina-humana da Bíblia permite que uma palavra escrita há milênios soe como palavra de hoje. Quantas vezes abrimos a Bíblia e parece que ela está comentando o noticiário do dia? Os autores já morreram, mas a Palavra continua viva, e o Deus vivo continua salvando por meio dessa Palavra.

Em tempos de crise, não precisamos inventar outra âncora. Podemos – e devemos – voltar ao Livro.

Ações práticas para o Dia da Bíblia

Momento “Bíblia Aberta”

• Separe um tempo no culto em que a única “pregação” será ler a Bíblia em voz alta.

• Explique à igreja: “Mesmo se não tivéssemos sermão hoje, a simples leitura da Palavra já seria Deus falando conosco.”

Ensino sobre a singularidade das Escrituras

• Realize uma aula ou oficina breve explicando essas duas dimensões:

• Bíblia como livro: biblioteca, gêneros, história;

• Bíblia como Palavra de Deus: inspiração, autoridade, eficácia.

• Ajude o povo a entender como ler diferentes gêneros (salmo, carta, narrativa, profecia). n

Dia da Bíblia, a Palavra de Deus

Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB

No Brasil, o Dia da Bíblia é comemorado anualmente no segundo domingo de dezembro. Essa data foi instituída como celebração oficial em todo o país pela Lei nº 10.335, sancionada em 2001. O dia serve para que os brasileiros sejam chamados à reflexão sobre o papel das Escrituras Sagradas na vida pessoal e na sociedade.

Para a maioria das religiões, Judaísmo e até Islamismo e, especialmente o Cristianismo, ela é considerada como uma fonte inspirada por homens e mulheres pelo Senhor, mas não somente contém, mas é, de fato, a Palavra de Deus.

Um versículo que fala sobre a Bíblia, como uma espécie de metalinguagem é II Timóteo 3.16, que afirma: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,

para a correção e para a instrução na justiça”. Esta passagem bíblica descreve a origem divina da Bíblia, enfatizando que ela não é apenas uma coleção de textos, mas, sim inspirada por Deus.

Outro versículo conhecido é o Salmo 119.105: “A tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho”. Este salmo usa uma metáfora para descrever a função da Bíblia na vida, comparando-a a uma lâmpada e uma luz. A “lâmpada” guia os passos, ou seja, as decisões e ações do dia a dia, enquanto a “luz” ilumina o caminho, proporcionando sabedoria e clareza para entender a vontade de Deus e a verdade.

Uma frase de autor desconhecido, diz algo bem interessante para os que assim acreditam: “A Bíblia é o único livro que você lê cujo autor está presente na hora da leitura”. Se cremos que o divino é espírito e não carnal, então ele pode, sim, estar ao nosso

A mensagem da Bíblia sobre a fé em Deus

“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.17).

Escrevendo sobre o conceito cristão de fé, na Carta que enviou aos Romanos, o apóstolo Paulo declarou: “Como dizem as Escrituras Sagradas: viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus” (Rm 1.17). O autor da Carta aos Hebreus nos

lado nos guiando e aconselhando em tudo que fizermos.

Que celebremos o Dia da Bíblia não como um livro qualquer como pensa muitos do mundo, inventado ou

ensina que “sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a Ele precisa crer que Ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor” (Hb 11.5-6).

Assim como nos é necessária a nutrição diária do nosso organismo, a alimentação espiritual da nossa alma necessita da mesma regularidade: oração e leitura bíblica diária nunca devem ser tratadas como práticas de valor secundário.

ultrapassado, mas vivamos a Bíblia, Palavra de Deus e suas palavras intensamente para o nosso bem e a de todos ao nosso redor. n

Samuel Barros presidente da Associação dos Músicos Batistas Brasileiros

“Mas o anjo lhe disse: Não temas, Zacarias, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. 14 E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento; 15 Porque será grande diante do Senhor; e não beberá vinho nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. 16 E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, 17 E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos; com o fim de preparar

ao Senhor um povo bem disposto” (Lc 1.13-17).

Quando o anjo aparece a Zacarias, ele recebe uma promessa que humanamente parecia impossível: Isabel, já idosa e estéril, teria um filho. Aquilo que para ele era uma oração antiga, talvez até esquecida, ainda estava vivo diante de Deus. O céu não perde nenhuma súplica sincera, mesmo quando achamos que o tempo já passou.

A mensagem do anjo revela um princípio profundo: o que Deus promete, Ele cumpre — e cumpre no tempo certo. Não segundo nossas expectativas, mas de acordo com Seu plano perfeito. João não seria apenas um filho desejado; seria o

profeta que prepararia o caminho para o Messias. A promessa pessoal de Zacarias fazia parte do propósito maior de Deus para a redenção.

Muitas vezes, diante da demora, somos tentados a pensar que Deus se esqueceu de nós. Mas o texto mostra o contrário: Deus estava trabalhando, movendo a história, preparando o cenário. A promessa não havia morrido — apenas aguardava o tempo exato para florescer.

A fidelidade de Deus não depende das circunstâncias. Ela permanece mesmo quando tudo ao redor parece contrário. E quando a promessa se cumpre, entendemos que a espera nunca foi em vão.

As promessas de Deus não falham, mesmo quando a realidade parece oposta a elas. Pergunte-se:

• Tenho desistido de algo que Deus me prometeu?

• A espera tem fortalecido ou enfraquecido minha fé?

Confie: Deus não se atrasa — Ele cumpre no tempo perfeito.

Oração

Senhor, dá-me olhos para enxergar Tua fidelidade mesmo na espera. Renova minha confiança nas Tuas promessas e fortalece meu coração enquanto Tu preparas o tempo certo. Amém. n

Olavo Fe ijó
pastor & professor de Psicologia
Aplicação

Um guia completo sobre o livro sagrado mais lido da história

Introdução

Livro sagrado, livro divino, livro santo. A Bíblia Sagrada já foi chamada por muitos nomes ao longo da história. Mesmo no século XXI, ela continua sendo o livro dos livros: o mais traduzido, o mais distribuído e o mais lido do mundo.

Mas, afinal, o que realmente é a Bíblia? Quem a escreveu? Que mensagens ela transmite? E por que ainda exerce tamanha influência sobre milhões de pessoas em todo o planeta?

Neste artigo, vamos embarcar em uma jornada didática e profunda para responder a essas perguntas. Acompanhe!

O que é a Bíblia?

A Bíblia é considerada por cristãos do mundo todo como a Palavra de Deus. Ela é um guia de vida, uma norma de prática e fé. Não é apenas um livro com regras ou histórias antigas — é uma obra viva, que inspira, conforta e orienta.

Embora muitos a vejam como um texto difícil ou antiquado, a verdade é que a Bíblia é surpreendentemente atual. Ela trata de temas universais: o amor, a justiça, o sofrimento, a esperança, o propósito da vida e a relação com Deus e com o próximo.

A origem da palavra “Bíblia”

O nome Bíblia vem do grego biblia, que significa “livros”. Isso mesmo — a Bíblia não é um livro único, mas uma coleção de livros, assim como uma biblioteca (palavra também derivada de biblia).

Ela é chamada Bíblia Sagrada porque contém as escrituras sagradas, os textos considerados como a revelação divina para a humanidade.

Quem escreveu a Bíblia?

Embora seja reconhecida como a Palavra de Deus, a Bíblia foi escrita por muitas pessoas, ao longo de muitos séculos. São diversos autores, de origens sociais e culturais diferentes, que registraram suas experiências e inspirações divinas.

Os gêneros literários também variam: há cartas, cânticos, poemas, leis, histórias, provérbios, testemunhos, parábolas e muito mais.

Os idiomas da Bíblia

A Bíblia foi escrita em três línguas principais:

• Hebraico Antigo: usado na maior parte do Antigo Testamento.

• Aramaico: falado por muitos judeus no tempo de Jesus (algumas partes do Antigo Testamento foram escritas nesse idioma).

• Grego Koiné: o “grego comum”, usado no Novo Testamento e amplamente compreendido em todo o Império Romano.

Antigo e Novo Testamento

A Bíblia cristã é dividida em duas grandes partes:

Antigo Testamento

Também conhecido como Bíblia Hebraica, é o conjunto de livros sagrados do povo judeu. Foi escrito antes do nascimento de Jesus Cristo e traz:

• A criação do mundo e a origem da humanidade (Gênesis).

• A história do povo hebreu.

• As leis e alianças estabelecidas por Deus, como a de Moisés e os Dez Mandamentos.

• Livros de sabedoria, como Provérbios, Salmos, Jó e Eclesiastes.

• Escritos dos profetas, como Isaías, Jeremias, Amós e outros.

Novo Testamento

Relata a vinda de Jesus Cristo, sua vida, morte e ressurreição, além do surgimento da Igreja cristã. Contém:

• Os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Eles narram a boa notícia do nascimento, ministério, paixão, morte e ressurreição de Jesus.

• Atos dos Apóstolos: mostra as ações dos primeiros seguidores de Jesus, como Pedro e Paulo.

• Cartas (Epístolas): escritas por Paulo e outros apóstolos, orientando as comunidades cristãs.

• Apocalipse: uma visão profética de João sobre o fim dos tempos e a vitória de Deus.

A Bíblia dita leis ou conta histórias?

Ambas as coisas.

Ela apresenta leis e mandamentos, que são orientações sobre como viver em comunhão com Deus e com o próximo. Mas, em sua maior parte, a Bíblia é composta de narrativas — histórias de vida, fé, sofrimento, superação e amor.

Essas histórias, longe de serem apenas contos antigos, continuam a oferecer ensinamentos valiosos para os dias de hoje.

As parábolas e ensinamentos de Jesus

Um dos métodos preferidos de Jesus para ensinar era contar parábolas — pequenas histórias do cotidiano com significados profundos sobre o Reino de Deus. Diferente das fábulas, que são fantasiosas, as parábolas são realistas e espiritualmente impactantes.

Exemplos famosos:

• A ovelha perdida: mostra a alegria de Deus ao recuperar um pecador.

• O filho pródigo: fala sobre arrependimento e perdão.

• O bom samaritano: ensina o amor ao próximo, independentemente de sua origem.

Natal e Páscoa: celebrações cristãs na Bíblia Natal

Celebrado no nascimento de Jesus, o Natal tem sua origem nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Eles narram a visita do anjo a Maria, o nascimento em Belém, a manjedoura, a fuga para o Egito e a visita dos magos.

Páscoa

Comemora a ressurreição de Jesus, evento central da fé cristã. A Semana Santa, que antecede a Páscoa, inclui:

• A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

• A Última Ceia.

• A crucificação na Sexta-feira Santa.

• A ressurreição no domingo de Páscoa.

As cartas dos apóstolos e o Apocalipse

Após a ascensão de Jesus, seus seguidores espalharam sua mensagem pelo mundo.

• Paulo, um dos mais ativos, escreveu cartas que ajudavam as igrejas a enfrentar perseguições e dúvidas. Muitas dessas cartas estão no Novo Testamento.

• Apocalipse, escrito por João na ilha de Patmos, descreve visões sobre o fim dos tempos, o juízo final e a glória de Deus. É nele que surgem imagens como a cidade de ouro e os anjos vestidos de branco.

Como encontrar os textos na Bíblia

A maioria das Bíblias modernas é organizada de forma prática. Cada livro é dividido em capítulos (números grandes) e versículos (números pequenos).

Exemplo:

• A história do Natal: Lucas 2.1–20

• O Bom Samaritano: Lucas 10.25–37

A grande mensagem da Bíblia

Embora seja rica em histórias, personagens e estilos literários, a Bíblia traz algumas mensagens centrais:

• Deus é amor : Ele se revela por meio da criação, da história e principalmente por meio de Jesus Cristo.

• Viver em paz e justiça: A Bíblia convida todos a amar o próximo, perdoar e promover a paz.

• Esperança: Mesmo em tempos difíceis, ela oferece consolo e fé.

• Responsabilidade com o mundo: A criação é dom de Deus, e cabe ao ser humano preservá-la.

Conclusão

A Bíblia é mais do que um livro: é um convite à reflexão, à fé e à transformação pessoal. Por meio de seus textos, Deus fala com a humanidade, revelando Seu amor e oferecendo caminhos de vida plena.

Seja você um membro de igreja ou um curioso buscando compreender mais sobre o cristianismo, a leitura da Bíblia pode ser uma jornada surpreendente e enriquecedora.

Boa leitura… e boa viagem pelas páginas sagradas! n

O verdadeiro adorador (Salmos 86.11-13)

José Manuel Monteiro Jr. pastor,

Sabemos que o salmo 86 foi composto pelo Rei Davi quando se viu encurralado por inimigos terríveis que tinham por objetivo destruir a sua vida (Salmos 86.14). Davi expressa sua confiança em Deus – reconhecendo a grandeza e a bondade divina. Davi é o único personagem em toda Escritura a ser chamado de “homem segundo o coração de Deus”. Este indivíduo é mencionado mais do que qualquer outro personagem do Antigo Testamento nas páginas do Novo Testamento. O pastor e escritor Charles Swindoll diz: “Poeta, músico, guerreiro valente e estadista nacional, Davi se destacou como um dos maiores homens de Deus. Nas batalhas, deu exemplo de confiança invencível”.

Vemos o salmista em mais uma batalha e ele demonstra a convicção inabalável de que o Senhor o abençoaria e responderia a sua oração (Salmos 86.7). Este salmo sintetiza a confiança

absoluta de Davi em Deus, mesmo em meio as dificuldades. Quando lemos acerca da trajetória de Davi – vemos que ele enfrentou a perseguição de Saul, discórdias familiares e teve que lidar com a tentativa de golpe de Estado empreendida por seu próprio filho.

O que chama atenção é o fato dele (Davi) – não perder a essência de um verdadeiro adorador.

O verdadeiro adorador é aquele cujo coração está em harmonia com o Senhor – e seu coração é sensível as coisas de Deus. Deus está procurando homens e mulheres cujos corações são completamente dele. Vemos neste salmo as razões que notabilizaram como um verdadeiro adorador. Vamos elencar alguns pontos para a nossa reflexão.

Em primeiro lugar, um verdadeiro adorador tem um coração ensinável (Salmos 86.11). Davi ressalta que nós temos um maravilhoso conselheiro que pode e quer nos instruir em todas as coisas – que é o nosso Deus. O verdadeiro adorador não ignora o privilégio e

a oportunidade de sentar-se aos pés do mestre e aprender Dele. O verdadeiro adorador busca ao Senhor e mantém seu coração ensinável. Um coração ensinável é um coração que aceita correção. Davi tinha este coração, pois, ao ser corrigido pelo profeta Natã – viu a repreensão como algo abençoador em sua vida (II Samuel 12.13).

Em segundo lugar, um verdadeiro adorador busca ser fiel (Salmos 86.11). O verdadeiro adorador é fiel a Deus. Observe que a escolha do salmista não é pela popularidade, mas pela fidelidade. Ele ora a Deus e pede que o Senhor lhe dê um coração inteiramente fiel. Escolher obedecer a Deus e ser fiel a Ele é a melhor coisa que podemos buscar. A marca de um verdadeiro adorador é a fidelidade.

Em terceiro lugar, um verdadeiro adorador glorifica o nome do Senhor (Salmos 86.12). Davi se dispõe a louvar ao Senhor de todo o seu coração e glorificá-lo para todo o sempre. Davi mostra que só o Senhor é digno de ser louvado, e nenhum outro pode ser

objeto de nosso louvor e de nossa adoração – porque, toda glória ao homem é glória vazia. Glorificar o nome do Senhor exige exclusividade. O verdadeiro adorador não tem algo ou alguém que esteja no centro de seu coração – a não ser o Senhor.

Em último lugar, o verdadeiro adorador tem o coração grato a Deus (Salmos 86.13). O coração de Davi transborda de gratidão a Deus pelo seu amor e pela misericórdia divina para com ele, pois Deus livrou sua alma do poder da morte. Deus manteve o seu servo vivo em tempos de perigo iminente (vv. 14). Os inimigos de Davi queriam matá-lo, mas o Senhor o livrou das mãos destes iníquos. Por esses motivos Davi é grato a Deus. O pastor e escritor Luciano Subirá afirma: “Ser grato é um exercício espiritual, uma escolha de reconhecer tudo o que Deus fez, está fazendo e fará por nós. Quando decidimos ser gratos, estamos alinhando nossa visão a perspectiva divina, vendo o cuidado do Senhor em meio as dificuldades”. n

Jesus Cristo, a Luz do mundo!

“[…] o povo que vivia em trevas viu uma grande luz; sim, uma luz raiou para os que viviam na região da sombra da morte” (Mt 4.16).

No texto acima, Mateus remete à proclamação do nascimento/reino do Príncipe da Paz, predito em Isaías 9.2 “O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e resplandeceu a luz sobre os que habitavam na terra da sombra da morte”. Maravilhosa e verdadeira luz que nos liberta das trevas espirituais através de Cristo “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi concedido. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz”. (9.6).

Luz que fulgura salvação aos que confessam a Cristo como único e suficiente salvador pessoal, conforme Romanos 10.9-10: “Porque, se com

a tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo; pois com o coração é que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”. Luz que se opõe às trevas e ergue a alma quebrantada: “Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua luz, e a glória do Senhor nasceu sobre ti” ( Is 60.1).

Muitos querem a luz, mas não querem o Cristo. Muitos buscam as bênçãos sem aquiescer ao Senhor da benção.

Na pastoral “Adoração-razão de ser cristão” (04/02/2007), Pastor Edson desafia:

• Ninguém nasce cristão, filho de Deus, e sim torna-se. João, o apóstolo, deixou isto claro quando disse: “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes a prerrogativa de se tornarem filhos de Deus; […] (João 1: 11,12). Isto só ocorre mediante a aquiescência pessoal e intransferível,

em receber na própria vida a dádiva do Pai Eterno-Jesus.

• Mas para que o eterno quer gerar filhos na terra e aqui mantê-los até o final de suas vidas terrenas? Pedro, o apóstolo, responde: “Mas vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (I Pe 2.9).

Filhos que anunciam, que privilégio imerecido ser chamado para servir! Mateus 5.13,14: “Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder suas qualidades, como restaurá-lo? Para nada mais presta, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; […]”. O que não cumpre a sua função não legitima sua razão em existir pois “[…] nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo de um cesto, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa” (Mt 5.15). Uma

vez submissos ao chamado do eterno, seremos instrumentos de salvação ao cumprir com alegria a missão recebida do Pai: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu” (Mt 5.16). O tempo que se chama hoje nos alerta para a responsabilidade dos nossos atos, para o propósito do nosso viver, se é o bem-estar pessoal ou o pleno servir a Cristo. Somos desafiados a um contexto maior em sermos “sal da terra e luz do mundo”, numa dimensão muito além do nosso caminhar diário. “Terra” e “mundo” denotam abrangência perene e inesgotável, só findando ao sermos chamados na presença do pai. Paulo nos ensina “Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24). Que assim Deus nos permita! n

Eunice Evangelista da Costa Batista membro da Igreja Batista Monte Horebe

Caravana da Igreja Batista Itacuruçá leva apoio missionário a Bom Jesus da Lapa - BA

Igreja Batista Itacuruçá - RJ

Entre os dias 14 e 22 de novembro, uma caravana missionária da Igreja Batista Itacuruçá, do Rio de Janeiro, chegou ao interior da Bahia para re forçar o trabalho missionário local na cidade de Bom Jesus da Lapa. O grupo, composto por 33 voluntários, foi calorosamente recebido pelos mis sionários pastor Manoel Brás e sua família, além de Eduardo e sua família, e Ronimário e Keila.

Apoio e Ações Desenvolvidas

Durante os nove dias de missão, a caravana concentrou-se em:

• Apoiar os projetos sociais e evan gelísticos já em andamento nas co munidades;

• Realizar visitação domiciliar em diversas casas da região;

• Conduzir projetos especiais com as crianças, destacando-se a “Trupe

• Conversar com os Jovens e Adolescentes das Escola Municipais da Região.

fundamental:

“É sempre muito bom ter uma caravana conosco. Isso demonstra a força do trabalho missionário para os

moradores locais e, principalmente, mostra que não estamos sozinhos, mas que há inúmeras igrejas nos apoiando. Que venham muitas outras caravanas!”

O pastor Alcenir Mota, Líder da caravana do Rio e pastor de Missões da Igreja Batista Itacuruçá expressou o valor da experiência para o grupo: “Só de poder ouvir e ver esses missionários atuando já valeu a nossa viagem. O campo missionário precisa de mais obreiros. Temos muita terra para conquistar, mas poucos são os trabalhadores. Pudemos conhecer um pouco do trabalho feito em Bom Jesus da Lapa, na Ilha de Cana Brava, em Barrinha e na Lapinha. No entanto, há ainda inúmeros campos prontos para serem colhidos, mas sem obreiros para a colheita”.

A visita da Igreja Batista Itacuruçá reforça a importância da cooperação entre igrejas para o avanço das ações sociais e evangelísticas no interior do Nordeste e em todo o Brasil. n

PARTICIPE DO MAIOR

ENCONTRO DAS MULHERES BATISTAS BRASILEIRAS

Aponte a câmera para o QR Code:

Homens Batistas da Bahia realizam

Congresso em Vitória da Conquista - BA

Nove associações foram representadas.

Adalberto Freitas presidente da União Missionária de Homens Batistas da Bahia

Com muita alegria e sob a direção do nosso bom Deus, nos dias 07 a 09 de novembro, realizamos em Vitória da Conquista, em parceria com a Associação das Igrejas Batistas do Sudoeste da Bahia, o nosso Congresso Estadual da União Missionária dos Homens Batistas Baianos (UMHBBA).

Foram momentos de muita comunhão entre os irmãos e de crescimento espiritual. Os oradores foram o pastor Herval de Oliveira, da Igreja

Memorial do Centenário em Vitória da Conquista - BA. Tivemos nove associações representadas.

Ficamos muito bem hospedados no Colégio Batista Atitude, cedido gentilmente por Marcos e Mara. Fizemos, pela primeira vez, um forte investimento em nossos Embaixadores do Rei, e tivemos uma significativa participação dos mesmos (representando as Associações Itapetinguense, Sudoeste e Serravale). Os Embaixadores tiveram atividades como Gincana Bíblica e recreativa e boa participação nos cultos.

sionária (GAM), junto com uma Igreja local (Igreja Batista Fonte da Vida). Foram realizadas várias ações sociais e evangelismo com frutos para a Igre ja. Foram momentos em que o Homem Batista Baiano foi confrontado sobre sua importância no papel da família, da igreja e da sociedade. A abertura do nosso Congresso contou a presença de autoridades, como o vice-prefeito da cidade de Vitória da Conquista e um representante da prefeita. As mensagens musicais foram de excelente qualidade: Banda da Polícia Militar, Coral de Homens da

teto Ágape, Coral Igreja Batista Boa Vista, Coral da Igreja Batista Reviver e o Ministério de Louvor Pedra Angular

Agradecemos ao nosso bondoso Deus, a UMHB da Associação Sudoeste (Ir. Eduilson), ao presidente da Associação Batista Sudoeste, pastor José Renildo, a Igreja Batista Memorial do Centenário, a Convenção Batista Baiana, a Gerência de Educação Cristã e a toda equipe que esteve nos preparativos e realização do Congresso. Que DEUS nos abençoe e que sigamos firmes na Missão que nos foi confiada. n

Primeira Igreja Batista em Taquaritinga

do Norte - PE empossa seu novo pastor

Pr. Sívio Lima deixa a liderança da Igreja após mais de 10 anos.

Roberto Celestino diácono e vice moderador da Primeira Igreja Batista em Taquaritinga do Norte - PE

Após mais de 10 anos pastoreando a Primeira Igreja Batita em Taquaritinga do Norte - PE, o pastor Sílvio Lima, Presidente da Associação Batista do Agreste (Assobagre), deixa a presidência daquela Igreja onde desenvolveu um trabalho com excelência, para honra e glória do Senhor. Um homem de Deus que sempre mostrou seu testemunho pautado na Palavra de do Senhor, diante da Igreja e de toda a sociedade Norte Taquaritinguense.

Após o processo de transição, a Igreja aprovou o nome do pastor Alex Azevedo para assumir o Ministério Pastoral. No dia 29 de novembro, o pastor Silvio Lima presidiu a cerimônia de posse do pastor Alex Azevedo.

O pastor Carlos Evangelista, pastor da Igreja Batista em Camela, em Ipojuca - PE, Igreja mãe do pastor Alex, ministrou a Palavra de Deus no Culto de posse.

Louvamos a Deus pela vida do pastor Silvio, pelo seu trabalho e dedicação ao rebanho do Senhor, e damos as boas-vindas ao pastor Alex e família para dar continuidade trabalho desta

Igreja, que já conta com 83 anos de pregação do Evangelho nesta cidade. n

Congresso foi realizado em parceria com a Associação das Igrejas Batistas do Sudoeste da Bahia
Culto de posse do pastor Alex Azevedo na PIB em Taquaritinga do Norte

Bíblias Para Os Povos - Testemunho

Em um mundo onde muitos têm a Bíblia em casa, no aplicativo do celular e nos bancos das Igrejas, ainda existem milhões de pessoas que jamais tocaram uma única página das Escrituras. Enquanto a Palavra de Deus é abundante para uns, para outros ela continua proibida, rara ou sequer traduzida para a sua própria língua. Países como o Irã, onde seguir Jesus pode custar a liberdade, concentram comunidades inteiras sedentas por conhecer a verdade, mas completamente sem acesso a ela.

É nesse cenário que a campanha “Bíblia para os Povos”, da Junta de Missões Mundiais, ganha profundidade e urgência. A iniciativa busca romper o silêncio espiritual que paira sobre nações inteiras, enviando exemplares das Escrituras a regiões onde a fé cristã é perseguida e onde a Palavra ainda não chegou.

Um encontro que mudou uma família inteira

No primeiro dia de um trabalho de evangelização em uma grande cidade da região, uma equipe de missionários abordava pessoas nas ruas, compartilhando o Evangelho e oferecendo exemplares do Novo Testamento como presente. Foi assim que encon-

traram uma família de refugiados, parada na calçada, procurando um hotel, sem que ninguém se dispusesse a ajudá-los.

Desde então, ela buscava desesperadamente o Evangelho, mas não conseguia encontrá-lo. Até aquele dia.

Rafaela Roberto

Ao se aproximarem, disseram: “Temos um presente para vocês. Este é o Evangelho de Jesus Cristo. E também podemos ajudar a encontrar um bom hotel.”

A reação foi imediata. A esposa, emocionada, revelou que vinha aprendendo sobre Jesus há muito tempo. Mais do que isso: recentemente, ela O havia visto em um sonho. Segundo contou, Jesus apareceu e disse: “Você é minha filha, e Eu sou o seu Senhor.”

Quando recebeu o Novo Testamento, ela o apertou contra o peito, afirmando que era exatamente o que procurava.

Ali mesmo, na rua, o Espírito Santo tocou seu coração. Ela então se voltou para o marido e para o filho, perguntando se eles também desejavam aceitar Jesus completamente. E naquele momento, toda a família orou junto e entregou a vida a Cristo.

Histórias como essa mostram que, mesmo em lugares onde a fé é proibi-

da, há corações sedentos, aguardando por uma oportunidade de ouvir a verdade. Em muitos desses contextos, a ausência da Bíblia não é apenas falta de acesso, é o apagamento total de uma possibilidade de fé.

Por isso, a Junta de Missões Mundiais segue atuando nos lugares mais distantes ou de difícil acesso, levando a mensagem do Evangelho e convidando todos a participarem do esforço de envio de Bíblias ao Irã. Afinal, quando uma Bíblia chega às mãos certas, uma vida ou até uma família inteira pode ser transformada para sempre. n

Voluntários Sem Fronteiras -

O testemunho de Daniela no Chile

Redação Missões Mundiais

Uma experiência específica marcou profundamente Daniela, voluntária do Voluntários Sem Fronteiras, que havia viajado ao Chile para servir durante algumas semanas. Durante sua passagem pelo país, ela teve a oportunidade de conhecer diferentes cidades, apoiar igrejas locais, participar de atividades com crianças e se envolver em ações evangelísticas que mostraram, na prática, como gestos simples podem transformar vidas. Entre todas as experiências vividas, o momento que mais a impactou aconteceu justamente perto de sua despedida. Após ensinar o Plano de Salvação às crianças utilizando o Livro Sem Palavras, Daniela viu dois irmãos compartilharem a mensagem com a mãe em casa, e foi esse gesto simples, cheio de entusiasmo, que abriu caminho para um encontro inesperado.

A mãe, tocada pelo que os filhos haviam contado, procurou Daniela

e fez a pergunta que mudaria tudo: “Como faço para Deus me escutar?”

A partir dali, uma conversa sincera e cheia de sensibilidade a levou a reco nhecer Jesus como seu Senhor e Sal vador. A alegria dos filhos, de apenas 8 anos, e do esposo ao saberem da decisão encheu Daniela de emoção. Ela descreveu aquele momento como um presente de Deus em seu último dia no país.

xe consigo a convicção de que Deus

de. Sua experiência no Chile se tornou um testemunho vivo do propósito do Voluntários Sem Fronteiras: alcançar vidas, apoiar igrejas e levar esperança

-

“Estou tão feliz com tudo que vivi esses dias. O dia 24 marcou a minha despedida da igreja onde atuei em Penco. No dia anterior, domingo, fiquei responsável pela classe das crianças e não pude deixar de ensiná-las sobre o Plano de Salvação.

Utilizei o Livro Sem Palavras e as incentivei a compartilhar e entregar um livrinho para algum amigo durante a semana. Dois deles, que são irmãos, ao chegar em casa, compartilharam o Plano de Salvação com a mãe.

Eles ficaram tão animados falando de missões e do livrinho que ela quis ir me conhecer. Começamos a conversar e ela me fez uma pergunta: “Como faço para Deus me escutar?” Essa pergunta fez com que Deus me usasse para falar com ela e, com isso, ela reconheceu Jesus como seu Senhor e Salvador.

Meu último dia no Chile foi marcado por essa família. Não pude conter as lágrimas ao ver a alegria dos filhos, de 8 anos, e do esposo, ao saberem que ela tinha recebido a Cristo como seu Salvador.” n

CBB lança o novo Currículo de Escola Bíblica

Mudança é marco histórico para o ensino nas Igrejas Batistas do Brasil.

Gerência de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

A Convenção Batista Brasileira apresentou oficialmente, a maior reformulação curricular de Escola Bíblica já realizada em sua história. Após anos de pesquisa, escuta denominacional, diagnóstico das Igrejas e trabalho conjunto entre educadores, teólogos, pastores e especialistas, surge um projeto que une boa teologia, identidade Batista, excelência pedagógica e relevância para a realidade atual das Igrejas.

O primeiro lançamento foi realizado no dia 02 de dezembro, no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), para pastores, líderes e educadores do Rio de Janeiro. E no dia 03, em um encontro online, marcado pela ampla participação de Igrejas de todas as regiões do país, a Convenção Batista Brasileira (CBB) realizou o lançamento oficial do novo currículo da EBD. O evento, transmitido ao vivo, foi conduzido por João Pedro Encarnação, gerente da Convicção Editora, que destacou a relevância histórica desse momento para a denominação.

Logo no início da transmissão, centenas de participantes passaram a interagir pelo chat, informando suas cidades, estados e congregações. Igrejas de Manaus, São Paulo, Macapá, Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Pará, Pernambuco, Mato Grosso e inúmeras outras localidades marcaram presença. A participação internacional também surpreendeu, com conexões da Suíça, Chile e congregações brasileiras no exterior.

João Pedro enfatizou a alegria em ver representantes de todo o Brasil acompanhando o lançamento. Segundo ele, quase 2.000 pessoas se inscreveram previamente, número que deve crescer com o acesso posterior à gravação. “Estamos animados em apresentar um material bíblico, teológico e de qualidade, fruto de muito trabalho e oração”, afirmou.

Antes da apresentação oficial da nova proposta curricular, o momento foi iniciado com uma oração de grati dão a Deus pelo avanço da educação cristã entre os Batistas brasileiros.

Em seguida, o diretor-executivo da CBB, pastor Fernando Brandão, rece beu a palavra. Ele celebrou o marco representado pelo lançamento e res saltou a importância da educação cris tã para o crescimento saudável das Igrejas e para a formação de líderes.

Ele elogiou o trabalho da gerente de Educação Cristã da CBB, professora Elana Ramiro, que liderou a elaboração do novo currículo. “É uma proposta completa, voltada para Igrejas de todos os tamanhos, desde congregações pequenas até grandes igrejas. O material atende professores, educadores cristãos, famílias e toda a Igreja local”, destacou.

O pastor reforçou ainda que o novo currículo incluirá recursos que fortalecem o discipulado no lar. “Os pais terão condições de discipular seus filhos com materiais inéditos e acessíveis”, explicou.

Durante a transmissão, o pastor interagiu com os participantes destacando mobilização nacional das Igrejas pela nova proposta da EBD.

Ao final de sua fala, o diretor-executivo encorajou os participantes a acompanharem atentamente as explicações sobre o novo currículo. “A educação cristã é base para a Igreja, a família e a obra missionária. Esta noite é histórica para todos nós”, declarou.

Um currículo nascido da necessidade das igrejas

A Convicção Editora identificou que o modelo anterior já não atendia de forma plena às demandas de um tempo marcado por novos desafios no discipulado, na formação de valores e na permanência dos membros na caminhada cristã.

Para Elana Ramiro, gerente executiva de Educação Cristã da CBB, o processo de transformação foi profundo e cuidadoso. “Nós precisávamos dar um salto. O currículo antigo, apesar de abençoado e muito usado, já não dava conta das necessidades atuais das nossas Igrejas. Este novo currículo nasce ouvindo líderes, analisando a realidade e propondo um caminho pedagógico sólido, contextualizado e fiel à Palavra.”

Durante o processo, centenas de líderes de diferentes regiões do país

tões e avaliações. O currículo novo também levou em consideração as necessidades das famílias na formação espiritual dos filhos; o desafio de discipular novas gerações; o amadurecimento doutrinário dos crentes; a organização de pequenos grupos e classes de EBD; e a contextualização para diferentes portes e realidades de igrejas. O resultado é um material que conversa com o passado, dialoga com o presente e prepara a Igreja para o futuro.

A metodologia da espiral crescente

Um dos elementos centrais do novo currículo é a metodologia de espiral crescente. Ao invés de repetir os mesmos conteúdos a cada faixa etária, o currículo retoma temas fundamentais, aprofunda progressivamente, amplia a compreensão, e aplica à realidade de cada fase de desenvolvimento humano. Isso garante coerência, profundidade e continuidade no processo de discipulado, das crianças aos idosos.

Uma mudança significativa na filosofia pedagógica da Escola Bíblica também foi transição dos tradicionais termos “professor” e “aluno” para novos papéis que refletem melhor a proposta metodológica do currículo. Nas classes infantis, o termo passa a ser educador, destacando aquele que cuida, acompanha e participa ativamente do processo formativo da criança. Já nas faixas etárias de adolescentes, jovens e adultos e idosos, entra

Lançamento para pastores e líderes no Rio de Janeiro
Pr. Fernando Brandão, Elana Ramiro e João Encarnação
Participantes conheceram o material em primeira mão

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

Webinar de lançamento no dia 03 de dezembro

cena a figura do facilitador, alguém que não apenas ensina, mas conduz diálogos, provoca reflexão e estimula a construção coletiva do conhecimento bíblico. A mudança reforça a ideia de uma EBD mais participativa, relacional e alinhada às práticas pedagógicas contemporâneas, valorizando a formação integral de cada faixa etária. As novas revistas infantis apresentam uma proposta profundamente renovada, construída para formar uma cosmovisão cristã sólida e duradoura desde os primeiros anos de vida. Todo o conteúdo respeita o desenvolvimento cognitivo das crianças, oferecendo uma jornada pedagógica estruturada na espiral crescente, que acompanha o aluno do nascimento aos 12 anos. O ensino é discipulador, experiencial e significativo, favorecendo um engajamento contínuo e ativo nas histórias e práticas bíblicas. As lições também foram pensadas para promover integração com toda a família, oferecendo materiais complementares para pais utilizarem na EBD, no culto doméstico e nos Pequenos Grupos Multiplicadores (PGM). O currículo ainda contempla recursos de acessibilidade para crianças neurodivergentes, assegurando inclusão e participação plena. Além disso, a temática é alinhada entre todas as faixas etárias, permitindo que a igreja inteira caminhe unida no

mesmo eixo bíblico-teológico a cada trimestre.

Para adolescentes, jovens, adultos e idosos, as revistas chegam com uma série de inovações que fortalecem o caráter discipulador e experiencial do currículo. O material conta com ferramentas de autoavaliação, que estimulam o aluno a refletir sobre a própria caminhada espiritual ao longo do trimestre. Cada lição oferece recursos para ensino híbrido e maior interatividade, incluindo podcasts exclusivos acessados por QR code, que complementam o estudo com aprofundamentos e devocionais semanais. Essa abordagem torna o conteúdo aplicável tanto à Escola Bíblica Dominical quanto aos pequenos grupos, ampliando o alcance e garantindo continuidade no aprendizado ao longo da semana. O resultado é um material mais dinâmico, relacional e conectado à realidade das diferentes gerações da Igreja.

O novo currículo também redefine a distribuição das faixas etárias e amplia a estrutura pedagógica das revistas. A revista Vivendo, que antes atendia crianças de 9 a 12 anos, passa agora a contemplar exclusivamente o público de 9 e 10 anos. Para suprir a necessidade de um material específico para a pré-adolescência, foi criada a revista Conectando, desenvolvida especialmente para meninos e meni-

nas de 11 e 12 anos, auxiliando-os na transição para novas responsabilidades e desafios da fé cristã. Já a revista Integrando oferece conteúdo voltado para pais e responsáveis, com materiais preparados para uso na Escola Bíblica Dominical, no culto familiar e nos Pequenos Grupos. Essa reorganização fortalece o discipulado intergeracional e promove uma caminhada formativa que envolve a igreja e a família de maneira integrada.

Novos Projetos e Expansões

A Convenção Batista Brasileira e a Convicção Editora avançam em importantes expansões do novo currículo, incluindo o desenvolvimento de um material completo e específico para crianças com baixa escolaridade. Esse novo projeto contempla conteúdos adaptados para pequenos que ainda não leem ou apresentam dificuldades de leitura, garantindo inclusão pedagógica e acesso ao ensino bíblico de maneira acolhedora e eficiente. Além disso, estão sendo estruturadas trilhas especiais sobre dons espirituais, apologética bíblica e até escatologia voltada ao universo infantil, temas que antes não eram trabalhados nessa profundidade. São sonhos que se tornam projetos e projetos que, em breve, transformarão a educação cristã em nossas Igrejas.

Roda das Virtudes

A Roda das Virtudes surge como uma ferramenta inédita de autoavaliação espiritual para jovens, adultos e idosos, trazendo um caminho claro de amadurecimento cristão ao longo do trimestre. Cada ciclo trabalha 13 virtudes fundamentais da vida cristã, apresentadas por meio de reflexões, desafios práticos e perguntas guiadas que promovem crescimento contínuo. No início do trimestre, o participante avalia sua

própria caminhada; no final, é convidado a comparar sua evolução, percebendo com clareza como a Palavra moldou seu caráter. Essa ferramenta gera consciência espiritual, fortalece hábitos cristãos e fomenta uma maturidade prática e constante na vida da igreja.

EBD Labs

O EBD Labs chega como o laboratório nacional da Escola Bíblica Dominical, criado para testar, avaliar e aprimorar o novo currículo da CBB de forma colaborativa com as Igrejas locais. Congregações selecionadas em todo o país terão a oportunidade de experimentar o material na prática e enviar feedback direto para a equipe de desenvolvimento, por meio de mentorias, formulários e acompanhamento especializado. Esse processo contínuo de retroalimentação permitirá aprimorar cada detalhe do conteúdo, garantindo que o currículo final responda às necessidades reais das salas de aula. O EBD Labs é um movimento de cooperação denominacional que abençoará EBDs de Norte a Sul do Brasil.

Caminho Completo da Metodologia

O novo currículo nasce com o compromisso de ensinar toda a Bíblia oferecendo um caminho completo e coerente de formação bíblica. Após a conclusão de todos os livros planejados, serão disponibilizados temas adicionais para que cada Igreja escolha a trilha que deseja estudar, com liberdade e intencionalidade. Com o tempo, todo o material será organizado como uma coleção permanente, dando às Igrejas autonomia para seguir a temática que o Senhor direcionar, sem perder a estrutura pedagógica que garante profundidade, continuidade e fidelidade bíblica.

Para a Convenção Batista Brasileira, este lançamento marca um novo capítulo para o ensino nas Igrejas. Acesse www.conviccaoeditora. com.br e adquira o material para a sua Igreja.

Assista a webinar de lançamento em nosso canal no Youtube

Educadores de diversas Igrejas participaram da programação no dia 02 de dezembro

Uma Igreja saudável significa que ela tem saúde, vigor espiritual, que vive a espiritualidade bíblica, testemunhando de Cristo. Em Atos 2.42-47, há algumas características de uma Igreja saudável. Examinemos cada uma delas com humildade.

Uma Igreja que persevera na doutrina ou ensino dos apóstolos

Sim, uma Igreja que está comprometida com as Escrituras. Ela tem grande interesse e persevera intensamente na meditação da Palavra de Deus. Uma igreja fiel à Bíblia. Centrada na Palavra. Seus membros têm prazer em estudá-la e colocá-la em prática no dia a dia. Aprecia a exposição das Escrituras. Uma igreja que tem amor à revelação de Deus. Ela utiliza as Sagradas letras em todas as suas atividades.

Uma Igreja que persevera na comunhão e no partir do pão

Uma Igreja que leva a sério a Bíblia, está preparada para viver em comunhão. A Igreja é a comunidade dos redimidos no sangue de Cristo (I Coríntios 6.20). Ela vive a unidade com os seus dons e talentos. Ela tem prazer nos relacionamentos saudáveis. Satisfação na informalidade do partir do pão. Os seus membros vivem a aceitação, o perdão e a festa, especialmente no seu ministério evangelístico. Há, portanto, um ambiente de amor extravagante em Cristo Jesus para alcançar os perdidos.

Uma Igreja que persevera nas orações

A Igreja entende que a oração é a chave do despertamento espiritual e

FÉ PARA HOJE

Uma Igreja saudável

o consequente avivamento. A igreja que ora, cresce. A comunidade que intercede alcança o mundo. Onde se pratica a oração sincera, há poder. Deus se agrada ao ver Seus filhos orarem com um coração quebrantado e contrito (Salmos 51.17). Tiago ensina que “a oração do justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). A oração quebra barreiras. Amolece corações. Amplia os horizontes. Une as pessoas. Age poderosamente no caos, trazendo a restauração de Deus. A igreja precisa perseverar nas orações.

Uma Igreja cheia de temor

Sim, a Igreja de Cristo é uma Igreja que considera a sublimidade, majestade e o poder de Jesus. Uma Igreja que anda em temor torna-se relevante na sociedade. Cumpre a sua missão (I Pedro 2.8,9). Pedro nos ensina que devemos “andar em temor durante o tempo da nossa peregrinação” (I Pe 1.17). Uma Igreja cheia de temor é uma igreja santa, que atrai os perdidos. Os seus encontros, os seus cultos são reverentes e um belíssimo testemunho da graça de Deus (Hc 2.20).

Uma Igreja vivendo a unidade cristã

A diversidade de dons e talentos torna a Igreja uma comunidade (comum unidade). A unidade em Cristo é que também atrairá pessoas à salvação. Viver a unidade cristã é colocar em prática o que Paulo ensina aos irmãos em Filipos: “sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (2.2). A igreja deve sempre expressar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Efésios 4.3). Vivamos, pois, a unidade cristã!

Uma Igreja cujos membros são liberais, têm prazer em repartir, em investir em pessoas

Só quem conhece a Cristo profundamente está liberto do poder do dinheiro e das coisas materiais (Mateus 5.19-24; Gálatas 5.1). Está desapegado das coisas deste mundo. Os membros do Corpo de Cristo têm prazer, deleite em contribuir, em investir na expansão do Reino de Deus. Eles sabem que tudo o que são e que têm, pertence a Deus (Salmos 24.1). Contidos no contentamento, temos prazer em repartir. O dinheiro é um assunto altamente espiritual. Vidas consagradas no altar de Deus têm prazer em investir em pessoas. O altar de Deus é o lugar onde vidas e bens são coerentemente oferecidos a Deus como culto racional (Romanos 12.1,2).

Denton Edwrd Rebok afirmou: “Homem algum é realmente cristão enquanto não desenvolve o senso cristão dos valores e pode manejar bem a riqueza que lhe é confiada. O cristianismo é apenas um evangelho parcial a menos que converta a mente, o coração, o tempo e a carteira de uma pessoa. Quando ele houver feito tudo isto – eis todo o evangelho. Assim, o cristianismo precisa incluir aspectos econômicos, morais, sociais e doutrinários” (O Ouro de Deus em Minha Mão, p.46). Fritz Kreisler, citado por Rebok, diz: “o violinista de fama mundial, diz: Não considero nunca eu mesmo, o dinheiro que ganho. É apenas um fundo confiado ao meu cuidado para o devido desembolso”. T. L. Cuyler diz: “Os cristãos devem considerar o dinheiro como um depósito. Eles são mordomos de Jesus Cristo no que respeita a tudo quanto possuem; e devem ver-lhe a imagem e inscrição em todo real que possuem”. “O dinheiro não pode subir aos céus, mas pode realizar coisas celestiais na terra”. “Através do dinheiro, Deus fala ao homem, ansioso

por mostrar-lhe como tornar-se uma benção pelo seu uso sábio”. (citados por Walter Kaschel).

Uma Igreja vivendo a simplicidade de Cristo Jesus

Como Rei dos reis e Senhor dos senhores, Jesus não tinha onde reclinar a Sua cabeça (Mateus 8.20). O Deus feito homem ou encarnado viveu aqui com tamanha simplicidade. Ele vivia intensamente com os rejeitados pela sociedade. Ele nos ensinou a sermos “simples como as pombas” (Mt 10.16). A igreja deve estar revestida da simplicidade de Cristo, egressa da manjedoura (Filipenses 2.5-8). Na sua simplicidade cristã, a Igreja de Jesus é eficiente e eficaz em sua comunidade. Um povo que tem paixão pelas pessoas perdidas. Como igreja, vivamos a simplicidade daquele que deu a Sua vida por nós!

Uma igreja que cresce de forma qualitativa e quantitativa

A Igreja que persevera na doutrina dos apóstolos, na comunhão e no partir pão; nas orações; cheia de temor; experimentando a unidade em amor entre os seus membros; contribuindo com liberalidade; vivendo a simplicidade de Cristo, certamente há de crescer qualitativa e quantitativamente como a Igreja primitiva em Atos dos apóstolos (Atos 2.42-47; 4.32-37). Se plantarmos e regarmos a semente do evangelho, Deus dará o crescimento, fará multiplicar (I Coríntios 3.6).

Aspiremos ser essa Igreja saudável, plenamente comprometida com a mensagem da cruz, com a mensagem do evangelho de Jesus. Uma Igreja viva, atuante e perseverante, constituída de discípulos e discípulas de Jesus, sendo sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-16). Que sejamos essa Igreja para a glória de Deus Pai. n

PONTO DE VISTA

A Bíblia e a história de Deus!

Um dia tive de parar na estrada em um posto de gasolina vi em um veículo estacionado a Bíblia aberta em cima do painel diante do para-brisa. Curioso, logo fui ver em que texto estava, era o Salmo 91, o Salmo preferido de pessoas que acreditam que a Bíblia vai trazer alguma proteção ou sorte como um livro com poderes mágicos. Já vi isso se repetir em hotéis, em hospitais. Aproveitando esse 2º domingo de dezembro, o Dia da Bíblia, como podemos compreender o seu significado diante de sua permanência na história?

A Bíblia é o livro mais traduzido, distribuído e acessível ao longo da história. Foi escrita originalmente em hebraico, aramaico (Antigo Testamento – AT) e grego koinê (Novo Testamento – NT). A primeira tradução da Bíblia (AT) foi para o grego koinê, chamada de Septuaginta (LXX). Traduzida para cerca de 750 idiomas, partes da Bíblia existem traduzidas para cerca de 3.600 idiomas e dialetos. Ao longo da história estima-se que tenha alcançado cerca de 6 bilhões de pessoas.

Exemplares da Bíblia já foram queimados por governos totalitários, tem sido proibida em ser exposta em órgãos públicos com o argumento da laicidade do governo.

Há muitas maneiras para se estudar a Bíblia. Você pode estudar livro por livro, pode estudá-la por temas e aí teremos até como que uma teologia sistematizada. Recentemente participei de um trabalho editorial para o arranjo dos textos bíblicos em ordem cronológica de seus relatos e a Editora Geográfica produziu uma Bíblia em Ordem Cronológica para ser lida durante um ano.

Em outubro passado tive o privilégio de participar de uma audiência pública no Senado para demonstrar o percurso da produção bíblica desde o seu texto original até as traduções que temos em português e em outros idiomas. Foi possível demonstrar também o processo de equivalência adotado nas diversas traduções.

Ao longo do tempo tenho descoberto que o centro da Bíblia e sua mensagem é o próprio Deus. Assim, tudo começou antes de tudo começar na eternidade quando Deus desejou criar o universo e a humanidade. Nesse sentido, penso que os versículos que precisariam ser lidos em primeiro lugar estariam no Evangelho de João 1.1-14, quando temos Jesus, o “logos” (palavra) de Deus. O livro de Hebreus ensina que “pela fé entendemos que

os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (11.3).

Ao criar o ser humano, Deus o colocou com o gestor da obra criada para gerir e descobrir na criação os recursos que o Criador disponibilizou para que a humanidade pudesse se estender em toda terra tendo qualidade e dignidade de vida (Gn 1.26ss). Em geral no campo da missiologia se diz que esse seria o “mandato cultural” do Criador para a humanidade. Aprofundando mais esse tema, tenho preferido chamar esse ato divino de “delegação empoderada de Deus”, isto é, Deus – o Criador – delega ao ser humano continuar esse processo de cuidar da natureza criada e o dota de capacitação (o empodera) para gerenciar e descobrir os fenômenos da natureza para o desenvolvimento da própria humanidade.

O profeta Isaías (43.7) menciona que fomos criados para a glória de Deus, que pode ser mais profundamente compreendido à luz do que Jesus chama dos dois grandes mandamentos (Mc 12.29ss) que, no fundo, implicam em três esferas de relacionamento – Deus, eu próprio e meu próximo. E se unirmos com a o conceito da delegação empoderada de Deus, compreenderemos que viver para a glória de Deus seria então, viver em harmonia e comunhão com Deus, comigo mesmo (autoimagem equilibrada - Romanos12.3), com o próximo e com a natureza criada.

Ao ser humano caberia viver esse estilo de vida e exercer a liberdade recebida de Deus, cumprindo o seu papel. Assim o Criador coloca no Jardim do Éden, o que podemos chamar de “vetor de decisão” em que ao escolher seguir a finalidade para qual foi criado, Adão e Eva deixariam de lado a árvore do conhecimento do bem e do mal ou certo e errado, que são paradigmas do campo da ética. O ser humano preferiu seguir o seu próprio caminho declarando sua autonomia diante do Criador, abandonando o Plano da Criação (Gênesis 3).

Veja que as consequências dessa rebelião afetaram diretamente os quatro pontos essenciais que constituíam o glorificar a Deus – motivo essencial da criação – primeiro houve a ruptura com o Criador, depois tiveram vergonha de si mesmos e se esconderam, em seguida, diante da pergunta do Criador, Adão rompeu em seu relacionamento com Eva e vieram as consequências ambientais em que a

terra passa a produzir ervas daninhas. A partir disso a raça humana vai se degradando cada vez mais e é assim até aos dias de hoje.

O Criador poderia ter destruído tudo e recomeçado seu projeto de criação, mas como ele amava tudo o que criou e o ser humano, decide se lançar em um projeto de restauração de tudo, ao declarar que do descendente da mulher viria essa restauração – seu Filho que enviou para esse elevado objetivo como resposta de seu amor por nós e pela criação (Romano 5.811). No campo dos estudos bíblicos e teológicos chamamos isso de “primeiro evangelho” (protoevangelho).

Deus se lança, então, em missão para cumprir esse projeto de recuperação da criação e criatura e toda narrativa bíblica vai cuidar de descrever esse projeto divino. Por isso que prefiro compreender a Bíblia como a história de Deus.

Deus chama Abrão (depois Abraão) e sua descendência para que fossem bênção para todas as nações, demonstrando a vida desejada por ele desde seu Plano da Criação. Assim veio o povo descendente de Abraão – Israel – para ser uma nação de contraste para demonstrar às nações o Deus Criador e Proprietário de tudo, por meio da obediência à Lei. Israel acaba se envolvendo com a idolatria e imoralidade das nações sem Deus e falha em cumprir seu propósito em ser um povo modelo e acaba desaparecendo como nação em 722 a.C.

De Israel sobram duas tribos –Benjamim e Judá – surgindo o que foi conhecido de povo de Judá, que também se mistura com as nações vizinhas deixando de cumprir o papel que herdou de Abraão. Em 586 a.C. Judá é levada cativa para a Babilônia e, lá distante, vai se recuperando como povo de Deus, que volta do cativeiro e reassume seu papel de nação, só que acaba se afastando e se isolando dos povos, se tornando, de certo modo, arrogante. Desse povo vem o filho de Deus – Jesus – que acaba sendo por ele crucificado e morto.

Com a rejeição de Judá em cumprir seu papel e com a vitória de Jesus sobre a morte pela ressurreição dando, então, vida a todos quantos passam a crer nele, Deus dos dois povos – judeus e não judeus (gentios) – faz um só povo (Ef 2; Rm 9–11) – a igreja que passa a ser o povo de Deus e recebe dele o papel de ser seu instrumento como povo de contraste, povo modelo e a sua tradução em recuperar toda criação e criatura, para que viva

intensamente o Plano da Criação de forma concreta por meio de uma vida transformada e transformadora até que o próprio Jesus volte e promova finalmente a restauração de tudo. A igreja, portanto, é essa continuação que vem do protoevangelho e do chamado de Deus a Abraão, do povo de Israel, do povo de Judá. Por meio dessa visão não há como entender a igreja a partir dela própria. Ela faz parte da história de Deus.

Neste sentido, o missiólogo Christopher Wright afirma que […] “não é tanto que Deus tenha uma missão para sua igreja no mundo, mas que Deus tenha uma igreja para sua missão no mundo. A missão não foi feita para a igreja; a igreja foi feita para a missão: a missão de Deus”.

Assim, a Igreja se reveste de importante papel diante da história de Deus, muito mais do que meramente uma instituição repleta de atividades dominicais. Ela, então participa da missão de Deus (missĭo Dei) em ser seu povo, uma vitrine do Plano da Criação que além de sua MISSÃO DA PROCLAMAÇÃO, tem seu papel avançando na MISSÃO DA PRESENÇA no mundo decaído e sem Deus. Isso seria como dois trilhos de uma estrada de ferro que precisam estar juntos para que a viagem continue e a igreja possa cumprir o seu papel como o povo de Deus.

Em toda essa história de Deus, o ponto de referência é o Plano da Criação de onde a humanidade abandonou e a salvação o traz de volta por meio do arrependimento e conversão. Tanto que na Nova Jerusalém teremos de volta a árvore da vida/Jardim, que no começo foi abandonado (Gênesis 3.22; Apocalipse 22.1-2) e assim o ciclo se fecha para um novo tempo e o reinício de tudo em que assumiremos uma nova humanidade inaugurada pelo Filho de Deus – Jesus (I Coríntios 15.35ss).

A Igreja é o povo de Deus cumprindo a missão de Deus atuando no mundo proclamando a mensagem de restauração e vivendo essa mensagem como sal, luz (Mateus 5.13ss) e os cristãos como embaixadores do reino de Deus (II Coríntios 5.20) onde estiverem vivendo na vida pessoal e pública. Assim será uma igreja viva que vai além dos limites de seu templo, fazendo diferença no mundo expressando uma mensagem viva, transformada e transformadora.

Essa é a história da Bíblia – a história de Deus restaurando toda a história por meio das Boas Novas. n

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