OJB EDIÇÃO 46 - ANO 2025

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Conselho Geral da CBB se reúne no

Centro Batista para último encontro antes da 105ª Semana Batista

Encontro aconteceu de 03 a 06 de novembro, no Centro Batista, na Tijuca (RJ), para um tempo de avaliação e planejamento denominacional. Leia a matéria nas páginas 08, 09 e 10.

Liderança

Artigo mostra Esdras como exemplo de liderança

Mensageiras do Rei

Turma de Minas

Centro-Oeste realiza edição regional do Congresso VIVER

UFMBF promove um mês dedicado aos acampamentos de Mensageiras do Rei

Congresso de adolescentes e jovens reúne cerca de 800 participantes em Minas Gerais

Reflexão
Missões Nacionais
Notícias do Brasil Batista
Notícias do Brasil Batista

EDITORIAL

Formar para servir

No terceiro domingo de novembro, celebramos o Dia da Educação Teológica, uma data que nos convida a agradecer a Deus pela formação de servos e servas dedicados ao ensino, à liderança e à missão. É um momento oportuno para reafirmar o papel essencial da teologia na vida da Igreja, não apenas como área de estudo, mas como caminho de crescimento espiritual, discernimento e serviço cristão.

Ao longo da história Batista, a educação teológica tem sido um dos pilares da nossa identidade. Por meio de seminários, institutos e programas

de capacitação espalhados pelo país, temos visto gerações de pastores, missionários, educadores cristãos e líderes leigos sendo preparados para servir com fidelidade à Palavra e relevância diante dos desafios contemporâneos.

Esse compromisso está presente também nos objetivos estratégicos da Convenção Batista Brasileira, que busca despertar, apoiar e valorizar os vocacionados, além de formar uma nova geração de pastores, educadores, missionários e ministros de adoração e louvor. Entre as metas definidas, destacam-se a implementação de

um programa integrado de desenvolvimento continuado para pastores e líderes, a expansão das iniciativas de mentoria pastoral, e o fortalecimento da capacitação de líderes e voluntários nas igrejas locais.

A CBB também trabalha na formação de líderes globais e na implementação do Projeto Pedagógico de Teologia em todas as instituições filiadas à ABIBET, reafirmando o compromisso com uma educação bíblica sólida, contextualizada e comprometida com a missão de Deus.

Nesta edição, O Jornal Batista também traz a cobertura da última reu-

nião do Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira, realizada antes da 105ª Semana Batista, que acontecerá em Salvador - A. Um encontro de comunhão, planejamento e oração, onde decisões importantes foram tomadas em sintonia com a visão missionária que nos une. Que a celebração deste Dia da Educação Teológica nos inspire a continuar investindo em formação e discipulado, para que cada vocacionado encontre espaço para crescer, servir e multiplicar o ensino da Palavra, para a glória de Deus e o avanço do Seu Reino. n

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946);

Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOS

Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas

IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA

O retrato das Igrejas evangélicas no Brasil - IV

Jonatas Nascimento

Dando continuidade à entrevista que concedi à professora Liliane Ravani, criadora do Podcast “O x da coisa” (www.oxdacoisa.com.br), vou responder à quarta pergunta:

Pergunta: Jonatas Nascimento, Vivemos em uma sociedade que cobra cada vez mais transparência. Como as Igrejas podem equilibrar a espiritualidade com a necessidade de prestação de contas?

Resposta: A crescente demanda por transparência e responsabilidade institucional não se restringe ao setor público ou empresarial, estendendo-se também às organizações da sociedade civil, entre as quais se destacam as instituições religiosas. Esse movimento decorre de uma evolução social e cultural em que os valores democráticos, o controle social e a ética organizacional passaram a ocupar lugar central na relação entre instituições e sociedade.

As igrejas, enquanto entidades jurídicas de direito privado, mas com atuação pública e influência social significativa, estão inseridas nesse contexto e não podem se eximir das exigências contemporâneas por responsabilidade. Embora possuam imunidade tributária garantida pela Constituição Federal (art. 150, VI, “b”), essa

prerrogativa não as isenta de prestar contas quanto à gestão de recursos, à conformidade legal e à responsabilidade social.

O desafio central, portanto, é conciliar a dimensão espiritual, que constitui a razão de ser dessas instituições, com a dimensão administrativa, que garante sua sustentabilidade e legitimidade perante o ordenamento jurídico e a coletividade.

Para tanto, algumas diretrizes podem ser observadas:

a) Separação de esferas com integração de princípios: A espiritualidade da missão religiosa não se opõe à transparência, mas deve ser complementada por ela. O exercício da fé e da liderança religiosa pode, e deve, caminhar junto com práticas administrativas éticas, organizadas e responsáveis. A clareza na gestão de recursos e na tomada de decisões é, inclusive, uma extensão prática dos valores espirituais que a igreja professa, como honestidade, zelo e prestação de contas (mordomia).

b) Implementação de governança institucional: É fundamental que as igrejas desenvolvam mecanismos de governança, com conselhos deliberativos, assembleias regulares, prestação de contas internas e externas, e estrutura contábil sólida. Esses instrumentos não apenas atendem à legislação

vigente, mas também protegem a instituição contra arbitrariedades, conflitos internos e perda de credibilidade junto aos fiéis e à sociedade.

c) Transparência como testemunho público: Em um ambiente social marcado por escândalos envolvendo o mau uso de recursos em diversas esferas (inclusive religiosas), a transparência passa a ser um testemunho ético da própria fé. Igrejas que comunicam com clareza sua gestão financeira, projetos sociais e decisões administrativas demonstram integridade e fortalecem sua autoridade moral perante os fiéis e a sociedade civil.

d) Formação de lideranças com visão técnico-administrativa: A capacitação das lideranças religiosas em áreas como gestão, contabilidade, direito e administração é essencial para que o equilíbrio entre fé e responsabilidade institucional seja possível. O líder espiritual, no contexto atual, também precisa compreender os limites e exigências legais do seu papel, sob pena de colocar a própria organização em risco.

e) Uso estratégico da contabilidade como ferramenta de fé prática: A contabilidade e a prestação de contas, quando bem aplicadas, não são instrumentos de opressão ou desconfiança, mas meios de exercer a boa administração dos recursos que a

comunidade confia à igreja. Trata-se, portanto, de uma prática que reforça o compromisso ético com a coletividade e com os princípios espirituais de justiça, transparência e responsabilidade.

Logo, concluímos que, longe de serem esferas antagônicas, a espiritualidade e a prestação de contas são complementares. A legitimidade de uma organização religiosa no século XXI depende não apenas da consistência de sua doutrina, mas também da lisura com que administra os bens que recebe, a confiança que conquista e a forma como se posiciona publicamente diante da sociedade.

Assim, a busca por transparência não ameaça a fé, ao contrário, fortalece sua expressão institucional e a credibilidade de sua missão no mundo contemporâneo.

(Esta coluna é publicada aos primeiros e terceiros domingos de cada mês aqui n’O Jornal Batista). n

Jonatas Nascimento, diácono, profissional contábil. Autor da obra Cartilha da Igreja Legal. Pedidos pelo WhatsApp: (21) 99247-1227. E-mail: jonatasdesouzanascimento@ gmail.com

DICAS DA IGREJA LEGAL

Esdras: um exemplo de liderança

A jornada do ministério pastoral é repleta de desafios, que exigem não apenas habilidade gerencial, mas, acima de tudo, uma profunda integridade espiritual. Em meio à busca por modelos e estratégias, as Escrituras nos oferecem um belo exemplo prático de liderança: Esdras. Sacerdote, levita e escriba, sua atuação após o cativeiro babilônico, por volta de 458 a.C., representa um exemplo para aqueles que almejam conduzir o povo de Deus a um avivamento bíblico genuíno.

O fundamento de toda a sua influência e o ponto de partida para qualquer líder estão encapsulados em Esdras 7.10: “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” Aqui reside a tríade inegociável da liderança espiritual. A busca diligente da Palavra não era um mero exercício acadêmico; era a fonte. A prática, o “cumprir”, era a validação de sua busca, a transformação do conhecimento em obediência. Somente após estas duas etapas é que ele se dedicava a ensinar. Este é o princípio fundamental: a autoridade de um líder para ensinar emana de uma vida que primeiro busca e pratica a Palavra. Sem essa base, o púlpito se torna um palco, e a pregação, mera retórica. O resultado desse compromisso com a Palavra foi um ministério de profundo impacto. Ao ensinar, Esdras não apenas transmitia informações; ele levava o povo à compreensão de sua real condição diante de Deus. O confronto com a verdade, especialmente a respeito dos casamentos com mulheres estrangeiras (Esras 9.1-2), gerou um diagnósti-

co espiritual preciso. Não há cura sem diagnóstico, e não há diagnóstico sem a exposição honesta à Palavra de Deus. A liderança de Esdras, contudo, ia além da instrução. Ela se manifestava em uma devoção e temor que inspiravam a nação. Sua reação ao pecado do povo não foi de superioridade, mas de profunda dor e intercessão (Esdras 9.610.3). Seu pranto e oração não foram uma performance para gerar emoção, mas o transbordar de um coração quebrantado. Essa autenticidade é crucial. Em Esdras 9.3 e 10.6, vemos a mesma angústia demonstrada tanto em público quanto em secreto, onde apenas Deus o via. Ele não era um ator espiritual. A pergunta que ecoa para nós hoje é: nossa devoção tem sido um catalisador para o arrependimento sincero daqueles que lideramos?

Esse coração íntegro o impelia a agir com justiça. Esdras não tolerou o pecado, especialmente na liderança do povo; tratou com a seriedade que a santidade de Deus exige (Esdras 9.2, 10.5, 11). Em um tempo de relativismo, onde a tendência é evitar o confronto, o exemplo de Esdras nos desafia. Ignorar o pecado em nossa equipe ou congregação sob o pretexto de que “não é problema nosso” é uma omissão de nosso dever pastoral. Deus pode estar nos chamando para ser um Esdras na vida de alguém, tratando o pecado com verdade e amor. No entanto, essa postura firme era equilibrada por uma notável humildade. Em Esdras 10.12-14, vemos um líder de sua estatura acatando um conselho prático que veio do próprio povo sobre como organizar o processo de arrependimento. Ele não era o “sabe-tudo”, mas um líder seguro o suficiente para ouvir e reconhecer a sabedoria em outras vozes. Essa capacidade de ouvir é uma marca de maturidade espiritual.

Cristo é o Caminho que nos conduz Ao Pai

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6).

Tomé perguntou a Jesus sobre o futuro reservado para os seguidores do Mestre. Jesus respondeu: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida: ninguém pode chegar até o Pai, a não ser por Mim. Agora que vocês me conhecem, conhecerão também o Meu Pai. E desde agora vocês O conhecem e O têm visto” (Jo 14.6).

Ademais, Esdras compreendia o poder do trabalho em equipe. Ciente da magnitude da tarefa, ele convocou outros líderes para auxiliá-lo na investigação dos casos (Esdras 10.16-17). Ele não centralizou o poder nem sucumbiu ao esgotamento do herói solitário. Ele sabia operar como corpo, delegando responsabilidades e confiando em seus colaboradores. O ministério eficaz é, e sempre será, um esforço coletivo.

Finalmente, a liderança de Esdras era selada pela coerência. Sua declaração em Esdras 8.22, onde se recusou a pedir uma escolta militar ao rei persa por ter afirmado publicamente sua confiança na proteção de Deus, é um testemunho poderoso. Suas ações

As Escrituras Sagradas nos revelam que não há outro caminho, nenhum outro jeitinho para que possamos alcançar a vida eterna e conhecermos a Deus, o criador de todas as coisas e nosso Pai espiritual. Somente crendo que Cristo é o enviado de Deus e nos submetendo aos Seus ensinamentos em submissão é que podemos ter a esperança de viver eternamente ao Seu lado. Muitos serão chamados, mas poucos serão os escolhidos. Oremos e vigiemos, pois os dias são maus.

estavam em perfeita sintonia com suas palavras. Ele não vendia uma imagem de superespiritualidade para depois vacilar na prática. Para os líderes de hoje, sobre os quais os olhos do mundo estão atentos, essa coerência é o nosso mais eloquente sermão.

Esdras nos mostra que a liderança que transforma o povo e reaviva a fé começa no coração preparado, é validada pela prática sincera, se expressa em justiça e humildade, floresce no trabalho em equipe e se consolida na coerência inabalável entre o falar e o fazer. Que seu exemplo nos inspire a buscar não apenas o sucesso ministerial, mas a fidelidade que honra a Deus e serve verdadeiramente ao Seu povo. n

Natan Martins pastor, coordenador de Marketing da Faculdade Batista Pioneira
Olavo Fe ijó
pastor & professor de Psicologia

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