2 minute read

Abraçada por Jesus

me deprimiu; aprendi sobre o amor de Deus em minha vida e também o Pai que me ama e está lá para mim; conheci Deus tão profundamente que confiei Nele”, ela me disse um dia.

À medida que Asha crescia e entrava na adolescência, todas essas memórias da infância começaram a inundar sua cabeça. Tudo estava voltando à sua consciência.

Advertisement

Foi chocante ouvir sobre o sofrimento de Asha. Nesses tempos difíceis, chorei e fiquei ao lado dela.

Durante um de nossos retiros, ela me contou sobre uma ocasião em que seu pai tentou estrangulá-la até a morte e ela estava em muita agonia. Ela lutou para tirar a mão de seu pai de seu pescoço. Ela desmaiou e, quando percebeu, estava deitada no chão, com a mãe tentando acordá-la.

Ela estava chorando muito nessa ocasião, e enquanto eu ouvia suas palavras e a via chorar, comecei a chorar também. Minha garganta apertou e meu coração começou a bater rapidamente. Que tristeza dentro da alma. Lamentei que ela teve que passar por tudo isso tão pequena, ela teve que suportar essa tristeza sozinha por tanto tempo.

Tantas crianças neste país sofrem da mesma maneira. A violência doméstica é um problema muito comum por aqui.

Neste país, o qual não citamos o nome por questões de segurança, uma em cada três mulheres provavelmente sofreram violência por parceiro íntimo, mas apenas uma em cada dez dessas mulheres relatam formalmente o incidente, de acordo com o Journal of Epidemiology & Community Health

Se você perguntar a Asha para listar três boas lembranças que ela teve com seu pai, ela não conseguirá fazê-lo. Ela vagamente se lembra dele trazendo comida e roupas.

A mãe de Asha tentou se reunir com o marido novamente quando Asha era adolescente. Ela decidiu voltar para a aldeia com todas as crianças e viver mais uma vez com o pai de Asha.

Apesar das inúmeras sessões de aconselhamento e conversa, a mãe se recusou a deixar os filhos e decidiu tentar mais uma vez conviver com o marido. Comunicamos a situação ao Conselho Tutelar. A conselheira então perguntou às crianças se elas sabiam quem era aquele homem. Todas as crianças, incluindo Asha, se recusaram a ir com o pai e a mãe e negaram conhecer o pai. Para todos nós, foi um dia muito triste. Todos estavam com muito medo. E a mãe ficou furiosa, principalmente com Asha.Em poucos meses a mãe retornou dizendo não ser possível viver com o marido.

Asha é uma jovem amável que é rápida em fazer novos amigos. Ela é gentil e cortês com os outros. Asha é introvertida e levou muito tempo para ganhar confiança para expressar seus sentimentos e história de vida para mim. Ela é muito cuidadosa com o que diz e faz. Ela gosta de comer, desenhar e ler. Ela gosta de conversar com seus amigos e familiares do Lar da Paz.

Durante suas férias, ela é extremamente prestativa ao se voluntariar na igreja e com as crianças do Lar da Paz. Ela é paciente e amorosa com eles. Como mãe espiritual, estou muito feliz em testemunhar o que Deus fez na vida de Asha. Ela se formou no ensino médio com honras e optou por frequentar o Seminário para estudar teologia. Ela está atualmente matriculada em seu terceiro ano do Seminário. Ela foi batizada em 06 de novembro de 2021 e é uma cristã devota. Meu marido a batizou, e fiquei feliz em vê-la entrar nas águas e se comprometer com o Senhor e Sua Causa nesta terra. Agradeço a Deus pela capacidade de Asha de ter estudado bem quando criança. E hoje, podemos testemunhar a graça de Deus em sua vida porque ela recebeu a nota máxima em seu segundo ano de Teologia na faculdade.

Ela enfrentou numerosos e tremendos obstáculos e angústias. Depois de passar por todas as coisas terríveis com sua família, ela encontrou equilíbrio e se recusou a deixar o medo e a mágoa afetá-la e prejudicá-la. Quando penso nela, a palavra resiliência vem à minha mente.

Somos gratos a Missões Mundiais por transformar a vida de Asha, por meio das Igrejas brasileiras que contribuem com o Lar da Paz. n