OJB EDIÇÃO 08 - ANO 2024

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ANO CXXIII EDIÇÃO 08 DOMINGO, 25.02.2024

R$ 3.60 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Quatro semanas de alegrias e despertamento Sítio do Sossego recebe mais uma edição do Acampamento Nacional de Verão dos Embaixadores do Rei

Durante o mês de janeiro, aconteceu mais uma edição do Acampamento Nacional de Verão de Embaixadores do Rei no Sítio do Sossego. Com o tema “Aceitando a Missão” e a divisa em II Timóteo 2.15, o Departamento Nacional de Embaixadores do Rei promoveu, durante quatro semanas, um acampamento que contou com 131 Igrejas representadas e mais de 1400 acampantes, com representantes do Rio de Janeiro, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Piauí. Leia na página 09.

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Pensando a educação confessional

Banda, Coro e Orquestra

Homens Batistas e o verdadeiro amor

EBD nas Igrejas Batistas

Associação Nacional de Escolas Batistas reflete sobre Educação na Semana Batista pág. 08

Congresso da AMBB atua para alcançar diferentes realidades dos músicos Batistas brasileiros

pág. 10

Encontro da UMHBB traz reflexões e novidades da organização

Entrevista no “Batistas em Pauta” com Sirlene Alves fala sobre organização da EBD em nossas Igrejas

pág. 12

pág. 13


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 25/02/24

EDITORIAL

Final de mês

Chegou o tempo de encerrarmos mais um mês aqui em O Jornal Batista. E, como sempre, com muitas informações relevantes a respeito de nossa denominação. O destaque da capa vai para Acampamento Nacional de Verão dos Embaixadores do Rei, que aconteceu durante todo o mês de janeiro, no Sítio do Sossego. Com o tema “Aceitando a Missão” e com a divisa em II Timóteo 2.15, o Departamento Nacional de Embaixadores do Rei (DENAER) promoveu, durante quatro semanas,

um acampamento que contou com a presença de 131 Igrejas representadas, e mais de 1400 acampantes, com representantes do Rio de Janeiro, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Piauí. Leia na página 09. E ainda temos muitas notícias a respeito do que aconteceu na Semana Batista da 103ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB). Na página 06, a Assembleia da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET); mais à

frente, na oitava página, a Assembleia da Associação Nacional de Escolas Batistas (ANEB); os músicos Batistas do Brasil contam o que aconteceu na Assembleia da Associação dos Músicos Batistas Brasileiros (AMBB) na página 10; e a União Missionária de Homens Batistas do Brasil (UMHBB) fala do seu encontro nacional na página 12. Além disso, nesta edição, a página 13 volta a trazer entrevistas realizadas no programa “Batistas em Pauta”, espaço da CBB na Rede 3.16. Nesta

semana, falamos sobre Escola Bíblica Dominical (EBD) com Sirlene Alves, educadora cristã na Primeira Igreja Batista do Leblon - RJ, e professora no curso de Gestão de EBD no Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM). E como em todas as semanas por aqui, notícias das nossas juntas missionárias e artigos que vão lhe fazer refletir e lhe inspirar. Obrigado por mais um mês conosco. Aguardamos você em março. Até lá! Que Deus te abençoe! n

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O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 25/02/24

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BILHETE DE SOROCABA

Sobraram parafusos Pr. Julio Oliveira Sanches Todos nós, ao longo da existência, já passamos pela triste experiência ao tentar consertar um aparelho doméstico que parou de funcionar. Munidos de uma chave de fenda, improvisada, não condizente com os parafusos, tentamos o impossível. Primeiro, desmontamos o aparelho. Mas, ao tentar remontá-lo, descobrimos que alguns parafusos sobraram. O conserto não funcionou. O objeto, para tristeza nossa e da família, continua a não funcionar. O melhor é comprar um novo. Na sociedade moderna, tudo é descartável. Sai mais barato. E gera menos transtornos. Algumas profissões estão em falta no mercado, por ausência de profissionais capacitados. Isto gera oportunidades para as gambiarras, curiosos de plantão e oportunistas. Outras profissões antigas deixaram de funcionar, por falta de profissionais

competentes. Sapateiros, costureiras estão em falta. Estragou? É melhor substituir por um novo. Caso contrário, você correrá os riscos de ser ludibriado por um falso profissional. Onde mais acontece ausência de bons profissionais, capacitados, é nos púlpitos das Igrejas. Há um requisito básico para ser denominado pastor ou líder de um rebanho. É a chamada divina. Jeremias, no seu tempo, reclama dos que não foram chamados, mas correram para pregar uma mensagem não inspirada por Deus (Jeremias 23.21). A responsabilidade é grande para os vocacionados. Maior ainda para os que não foram vocacionados. Cedo ou tarde, a fraude aparece para desgraça dos não chamados por Deus. Os parafusos que sobram na montagem do objeto estragado terminam por ferir pessoas inocentes. O verdadeiro pastor tem cheiro de ovelhas, conhece os lobos que atacam o rebanho. Está

pronto para dar a vida em defesa das ovelhas do Senhor. Alguém no auditório o denomina pastor, mesmo não sendo chamado por Deus, nunca ter estudado Teologia, não conhecer o cheiro das ovelhas. Assume uma Igreja e, sem doutrina, passa a inchar o rebanho com todo tipo de pessoas. Entre as Igrejas novas que pululam no mercado, não sabe a diferença ente trigo e joio. Tudo parece igual e faz do rebanho do Senhor um curral, em que animais de várias tendências passam a conviver como se fossem unidade do Senhor. Entre os ditos salvos, encontramos o maior número de crueldade. O amor de Cristo e por Cristo se revela ausente. Pobre do irmão que por descuido fracassar em algum momento. Será julgado sem piedade e exposto ao escárnio público. Muitos líderes da causa de Cristo já foram massacrados pelos justiceiros do Evangelho, em nome de

Cristo. É profundamente triste ver alguém ser massacrado pela impiedade de homens que se dizem líderes cristãos. A ausência do amor e da piedade, tão comum ao mundo sem o temor a Deus, também impera no meio evangélico. São parafusos desconectados da realidade bíblica. Distante do verdadeiro amor divino. O pecado gerou a maldade. Esta foi inoculada pelo inimigo onde devia reinar o amor de Cristo. Não fosse a ação do Espírito Santo ou da vida dos verdadeiros filhos de Deus, há muito satanás, com seus ardis, já teria destruído a obra do Senhor. Prevalece por misericórdia divina a da bondade do Senhor, que nos contempla com o olhar amoroso. Cuidado com os parafusos descartados pela força do ódio. O amor de Jesus ao Seu povo e a Sua causa prevalecerá até que Ele volte para restaurar a Sua casa. n

Trabalho em equipe

Roberlan Julião pastor

“Os israelitas fizeram todo o trabalho conforme o SENHOR tinha ordenado a Moisés” (Ex. 39.42). Deus chamou Moisés para libertar Israel. Capacitou-o para tirar o povo do Egito. Revelou-lhe as leis para conduzir os israelitas e estabeleceu critérios para o culto. Separou e capacitou pessoas para concretizar o projeto. A arca da aliança foi construída. A mesa e os seus utensílios também. O mesmo se deu com o candelabro de ouro, o altar do incenso, o altar

dos holocaustos e o pátio. O material para a construção do tabernáculo foi relacionado e pesado por ordem de Moisés, sob a direção de Itamar. Usado por Bezaleu e Aoliabe, conforme a orientação recebida. Assim estes líderes comandavam os trabalhadores. Os sacerdotes deveriam estar bem adornados com as vestes sacerdotais, para então ministrar a Deus e ao povo. Porém, para que isso acontecesse, houve uma mobilização de pessoas que fariam as vestes litúrgicas, inclusive o colete sacerdotal e o peitoral, com fios de ouro e pedras preciosas.

Depois de todo o trabalho, trouxeram tudo o que foi feito, para Moisés inspecionar. Ele os abençoou, após verificar que os trabalhadores executaram o que seus líderes recomendaram, constatando que estes atenderam à direção de Itamar, que atendeu à ordem de Moisés, que obedeceu a Deus. E se Moisés não atendesse a Deus? Ou, se ele atendesse a Deus, mas Itamar não lhe obedecesse? Ou, se ambos obedecessem às ordens recebidas, mas Bezaleu e Aoliabe não obedecessem? Se Aoliabe quisesse ter mais notoriedade que Bezaleu? E se os trabalhadores não se empenhassem? Imaginou o final?

Todos querem fazer parte de uma equipe vencedora. No entanto, e para tanto, precisamos resistir à tentação de nos considerarmos superiores aos outros, de desconfiarmos dos outros, de dominarmos os outros. Quando isso acontece, um indivíduo prejudica o trabalho do outro e todos acabam prejudicando seu próprio trabalho. Isso traz vergonha para o povo de Deus, que age de uma maneira que nem mesmo os demônios agem, pois até são unidos (Mateus 12.25,26). Onde há submissão, ninguém é melhor do que ninguém e todos obedecem a Deus. n


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 25/02/24

Quem é o meu próximo? Carlos Elias de Souza Santos

pastor da Primeira Igreja Batista em Campo Grande - RJ

“Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: — Quem é o meu próximo?” (Lc. 10.29). Em conversa entre Jesus e um intérprete da Lei sobre o tema vida eterna, o intérprete mostra que conhece o maior de todos os mandamentos: “A isto ele respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento.” E: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo” (v.27). Após a resposta, a declaração de Jesus deve chamar nossa atenção: “Então Jesus lhe disse: — Você respondeu corretamente. Faça isto e você viverá” (v.28). Tudo nesse diálogo precisa chamar a nossa atenção. Primeiro, deve chamar sua atenção o fato de o intérprete da Lei conhecer o mandamento do amor. Ele sabe, mas não põe em prática. Jesus é muito contundente nessa percepção de que ele não é um praticante: “Faça isso e você viverá [...] Então Jesus lhe disse: — Vá e faça o mesmo” (v.28,37). Amar não é teoria, amar é prática. Uma das traduções para amor é caridade. Caridade é o amor em ação. Não devemos realizar nada sem

amor. Não podemos amar e não fazer nada. “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, isso de nada me adiantará” (I Co 13.3). O mandamento do amor é muito direto: “Ame o seu próximo”. Quem é o meu próximo? A expressão “próximo” não se refere apenas a pessoas próximas geograficamente ou aqueles com quem temos uma relação pessoal íntima. Na verdade, abrange todas as pessoas ao nosso redor, independentemente de sua origem, cultura, religião ou qualquer outra característica. Pode se estender a pessoas de diferentes comunidades, culturas e até mesmo a desconhecidos que possam necessitar de auxílio ou compaixão. Um samaritano (Lucas 10.33), viajando na estrada de Jerusalém para Jericó (Lucas 10.30), é o único que se mostrou capaz de expressar compaixão e misericórdia por um estranho que estava em seu caminho. Um estranho na estrada, esse foi o “próximo” em relação ao samaritano. Suas ações são a melhor expressão do que seja amor em ação. Quando você fizer novamente a pergunta, lembre-se que o “próximo” abrange toda a humanidade. Não se limita apenas ao círculo íntimo, mas a todos os indivíduos com os quais compartilhamos este mundo. O man-

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

Insistência na oração “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e Nossas petições são conhecidas encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” pelo Pai e Ele nos atende, de acordo (Mt 7.7). com Sua vontade. O próprio Senhor Jesus nos garantiu: “Peçam e vocês É através da oração que o nosso receberão; procurem e vocês acharelacionamento com Deus se man- rão; batam, e a porta será aberta para tém vivo e contínuo. Pela oração, le- vocês” (Mt 7.7). Devemos bater ‘com vamos ao Pai nossos anseios, neces- os nós dos dedos’, ou seja, forte e sidades e, também, nossa gratidão insistentemente, “porque todos aquepelas bênçãos recebidas. O apóstolo les que pedem recebem [...] e a porta Paulo nos instruiu a orar continua- será aberta para quem bate” (Mateus mente (I Tessalonicenses 5.17). 7.8). Então, oremos sem cessar. damento de amar ao próximo nos desafia a ampliar nossa compaixão e cuidado para além dos limites pessoais, a tratar todos com respeito, empatia e bondade e, acima de tudo, a compartilhar com todas as pessoas o amor de Deus. Três pessoas passaram pelo homem que estava caído à beira do caminho. A pergunta de Jesus foi a seguinte: “— Qual destes três lhe parece

ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões? O intérprete da Lei respondeu: — O que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: — Vá e faça o mesmo” (Lc 10.36,37). No seu caminho de todos os dias está o seu próximo, use de misericórdia e compaixão para com ele. É assim que você deve colocar em praticar o amor. n

A fé de Estêvão Marinaldo Lima

pastor, colaborador de OJB

Quando a Igreja cresceu em Jerusalém, Houve um problema na área da caridade: As viúvas hebreias recebiam o alimento, Mas as viúvas gregas passavam necessidade. Então, os apóstolos resolveram o problema, Convocando a Igreja em uma grande multidão. Disseram: “Escolhei sete varões entre vós, Para que possam bem distribuir este pão.” Estêvão, um homem cheio de muita fé, Filipe, Prócoro e também o Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau de Antioquia Foram escolhidos e cessaram o dissabor. Todas as mulheres foram beneficiadas, Havendo igualdade na hora da divisão. Os apóstolos seguiram no ministério da palavra, Perseverando também em fervente oração. Um dos escolhidos para o serviço das mesas Também era poderoso em prodígios e sinais: Estêvão destacou-se pelo poder que tinha E também pelas qualidades espirituais. Era um homem cheio do Espírito Santo Que serviu às viúvas com enorme amor. Mas também com sua grande sabedoria Destacou-se como excelente pregador.

Muitos invejosos provocaram o povo, Falando mentiras, cheios de muito rancor. Subornaram uns homens para inventarem Que Estêvão era um grande blasfemador.

Os escribas e anciãos ficaram com muita raiva, Rangeram os seus dentes, muito enfurecidos. Estêvão estava vendo a glória do próprio Deus, Enquanto os judeus tapavam os seus ouvidos.

Disseram que Estêvão estava pregando Contra a lei de Moisés e o próprio Deus. Investiram contra ele e o levaram preso Para ser julgado no conselho dos judeus.

Estêvão falou: “Eu vejo os céus abertos E o Filho do homem está ali em pé.” Grande testemunho deu o servo de Jesus, Dando demonstração de sua imensa fé.

Falaram que Estêvão havia divulgado Que Jesus iria destruir aquele templo E também mudar os costumes de Moisés. Inventaram mentiras e não viram seu exemplo!

O servo do Senhor foi expulso da cidade; Teve morte dolorosa por apedrejamento. Mas disse: “Senhor, recebe o meu espírito” E pediu perdão para aqueles inclementes.

Mas, quando olharam para o rosto de Estêvão, Viram-no como um anjo; assim se parecia. O sumo sacerdote foi logo perguntando Se era verdade tudo o que se dizia.

Estêvão morreu dando um grande testemunho, Que chamou a atenção de um cruel perseguidor. Saulo de Tarso consentiu na sua morte E continuou a perseguição com grande furor.

Ele respondeu com muita tranquilidade, Com um belo relato sobre o povo do Senhor. Começando com Abraão, narrou até os profetas, Apresentou-se como um grande historiador.

Contudo, depois na estrada de Damasco, Avistou no céu um resplendor de grande luz. Caiu em terra e, ao ouvir seu próprio nome, Rendeu-se por completo, converteu-se a Jesus.

Finalmente, referiu-se ao Justo, Jesus Cristo, Que veio pra trazer uma tão grande salvação. Mas foi morto por aqueles homens religiosos, Que foram homicidas, usando de traição.

Mesmo tendo causado um enorme pranto, A morte de Estêvão, primeiro mártir cristão, Foi um exemplo de fé para todos os irmãos E deu um grande impulso à obra da pregação. n


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 25/02/24

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Líderes que amam

Doronézio Pedro de Andrade

pastor da Primeira Igreja Batista de Vitória - ES

Liderar atualmente é um grande desafio, principalmente quando nos deparamos com uma sociedade que enfatiza o ter e o parecer ser, desprezando o ser. Passamos a amar as coisas. Temos nos tornado em fazeres humanos e não seres humanos. Onde estamos errando? Quando pensamos no amor, existe uma tendência muito forte em amar a nós mesmos, deixando o outro de lado, com suas dores e angústias. O egocentrismo está instalado. As pessoas estão se perdendo dentro da vida, correndo desenfreadamente em busca de realizações, e se esquecem de viver a sua singularidade e potencial de vida. As pessoas estão tirando suas vidas, cometendo o suicídio. É normal? Isso vai continuar? Até quando seremos expectadores dessa tragédia? (Lamentações 1.12). Sabemos que a resposta é o amor. Estamos conscientes de que amar vale a pena. O amor implica em sensibilidade, movimento, envolvimento e entrega. Líderes que não amam recitam: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Falar do amor de Deus entregando Seu amado filho pela humanidade é fácil e recompensador, pois nele temos vida abundante e eterna. Líderes que amam conhecem e praticam: “Nisto conhecemos o amor, que Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (I Jo 3.16). Falar que Deus nos amou e deu o Seu filho é fácil. O grande desafio é amarmos e nos entregarmos ao

outro. Ressaltamos que as passagens bíblicas acima foram escritas pelo mesmo autor, João, com numeração igual (3.16), desafiando-nos à prática do amor. Certamente isso não é uma coincidência, mas uma providência do céu, despertando a nossa atenção para ações efetivas. Líderes que amam se preocupam com a situação emocional das pessoas, percebendo suas grandes lutas, tendo mais condições de ajudar. O amor gera sentimento de pertencimento, o que resulta em encorajamento para viver. A presença de Jesus Cristo na vida da mulher samaritana (João 4), dando-lhe atenção, fez com que ela pensasse na sua condição emocional e espiritual, abrindo-se para um profundo diálogo, passando a entender que Deus a amava e que havia solução para suas dores e angústias. O vazio do seu coração foi preenchido com o amor profundo e incondicional de Deus. Jesus não desviou a sua rota: “E era-lhe necessário passar por Samaria” (Jo 4.4). Como líderes, não podemos nos desviar das pessoas, se realmente desejamos cuidar delas, ministrando o amor do Senhor Deus. Líderes que amam vão mais além. Num dos momentos mais difíceis da vida de Jesus Cristo, no Getsêmani, em meio a lutas terríveis e agonia profunda, verbalizando que era difícil beber daquele cálice, ou seja, morrer pela raça humana, carecendo da ajuda dos seus amigos e discípulos, ele foi um pouco mais além (Mateus 26.3640). A tristeza de Jesus foi acentuada porque os discípulos não foram com Ele um pouco mais além, preferindo descansar. Pensaram tão somente neles. As dores emocionais do Mestre não foram consideradas, numa clara

demonstração de apatia. Amar vale a pena quando estamos determinados a ir além, pois é lá que vamos encontrar as pessoas lutando e agonizando. Elas estão à espera de ajuda, companheirismo e compreensão. Qual será a nossa atitude? Jesus deseja que o imitemos, indo mais além, confortando pessoas, derramando assim do seu amor, compaixão e graça. Líderes que amam não se conformam com este mundo. O apóstolo Paulo foi enfático: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus” (Rm 12.2). O mundo nos fala todos os dias das estatísticas de suicídio. Não devemos e não podemos nos conformar. O mundo traz imagens de pessoas cometendo suicídio. Não podemos nos conformar. O mundo desvaloriza a vida humana, numa clara oposição ao amor de Deus. Não podemos nos conformar. O mundo faz do suicídio um espetáculo, que viraliza. Não podemos nos conformar. O inimigo das nossas vidas veio para matar, roubar e destruir. Não podemos nos conformar. Temos plena convicção de que o Evangelho é o poder de Deus para a salvação das pessoas. Essa mensagem nos fala da única libertação, que só acontece em Jesus Cristo (João 8.32, 36). O nosso amado Salvador e Senhor espera que cooperemos com ele, falando que nele há vida abundante. Líderes que amam são sensíveis à voz do Espírito Santo. Diariamente ouvimos muitas vozes e a maioria delas fala de desesperança, guerras, conflitos relacionais, medos, mortes, violências, corrupção, entre outras coi-

sas negativas. A situação é terrível, minando nossas forças, retirando quase que completamente o ânimo para viver. Precisamos ser sensíveis à voz do Espírito Santo, que tem procurado nos inquietar nestes dias, falando da urgente necessidade de mobilização. “Livra os que estão destinados à morte, e salva os que cambaleiam para a matança” (Pv 24.11). Sermos sensíveis à voz do Espírito é a grande necessidade da Igreja de Jesus Cristo, pois Ele foi sensível a essa voz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista ao cego, pôr em liberdade os oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18-19). Líderes que amam amam-se e se cuidam. A liderança é algo maravilhoso, pois recebemos de Deus a vocação. Contudo, é uma posição perigosa, podendo gerar sentimentos de superioridade, isolamento e percepções de que somos infalíveis. Líderes são pessoas de carne, osso e emoções. O rei Saul cometeu suicídio, resultado do seu ego inflamado, achando que era melhor do que os outros, liderando sem a ajuda de outras pessoas. Judas Iscariotes cometeu suicídio porque vendeu o seu caráter e valores por 30 moedas. Ele não entendeu que era por demais valioso para Deus, esquecendo do Seu amor incondicional e perdão restaurador. O fato de sermos líderes não nos isenta de dores e angústias. Líderes que amam se amam e se cuidam, pois assumem sua condição humana, construindo amizades saudáveis e prestando contas, e interagem com outros profissionais, recebendo ajuda e necessárias orientações. n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 25/02/24

Igreja Batista Nova Beréia, em Campo Grande - RJ, celebra Jubileu de Diamante Comemoração de 60 anos de organização aconteceu durante todo o mês de janeiro. Sérgio Costa da Paixão

diacóno, educador Cristão e membro da Igreja Batista Nova Beréia, em Campo Grande - RJ

No primeiro dia do mês de janeiro do corrente ano, a Igreja Batista Nova Beréia, em Campo Grande - RJ, comemorou 60 anos de existência (Jubileu de Diamante). Nossa história começou mediante uma visão estratégica da Primeira Igreja Batista de Campo Grande - RJ, que tinha como objetivo abrir uma frente para a proclamação do Evangelho no bairro. As reuniões na casa do casal Manoel Fernandes Barboza e Sebastiana Pinto Barbosa, foram a gênese do que mais tarde viria a se tornar a Igreja Batista Nova Beréia (IBNB). As seis décadas de fundação da Igreja foram celebradas durante todo o mês de janeiro. Para os cultos comemorativos, convidamos pastores e antigos membros que por aqui passaram e marcaram a história de nossa Comunidade. Na oportunidade, os convidados participaram efetivamente dos cultos com mensagens bíblicas

Membros da IBNB em comemoração ao aniversário de sessenta anos da igreja e testemunhos, de modo presencial e online. O pastor titular, Izaias Braz de Lima, um dos homenageados, cuja posse se deu em 23 de novembro de 2013, agradeceu aos membros fundadores e a todos que, com devoção, lutaram para que a Congregação caminhasse em obediência ao Senhor durante os 60 anos. Oportunamente, prestamos as devidas homenagens em memória do saudoso pastor emérito Luiz Ricardo Schubert, precursor da obra, em reconhecimento ao valoroso trabalho realizado no pastoreio do re-

banho no período de 01 de janeiro de 1964 a 05 de março de 1972. Como parte das comemorações do ano do Jubileu de Diamante, foi inaugurada nas dependências da Igreja a Biblioteca Sebastiana Pinto Barbosa (fundadora). Hoje, nossa Igreja se dedica a vários trabalhos e projetos; dentre eles podemos destacar o apoio ao Projeto Social Evangelístico “Frutificai”, que ampara e evangeliza famílias carentes e a ação evangelística realizada quinzenalmente no Hospital Municipal Rocha Faria. Ainda, sustentamos missionários

em nosso país e no exterior e priorizamos a transmissão dos cultos de forma online para membros e agregados. O Ministério da juventude marca sua presença através do projeto “Conexão”, e contamos com o “Raridade”, trabalho de suporte e acolhimento à terceira idade. Na Educação Cristã dispomos de uma vibrante Escola Bíblica Dominical; através de uma parceria funciona nas salas da Igreja um polo do Seminário Teológico Multiplicador (SETEM) e, neste ano, iniciamos o projeto “Conexão Teen”, voltado exclusivamente para os adolescentes de nossa Igreja e comunidade. Fundada no ano de 1964, a Igreja Batista Nova Beréia situada à Rua Pampeiro 373, Campo Grande - RJ, mantém a obra do Senhor até hoje nesta localidade, fruto do serviço abnegado de homens e mulheres que amam a obra do nosso Senhor Jesus Cristo. No ano corrente, adotamos o tema “Comprometimento”, onde a Igreja continua viva e triunfante e nos congratulamos ao dizer: “Ebenézer”, até aqui nos ajudou o Senhor. Instagram: @ibnovabereia n

ABIBET fala sobre impactos da formação teológica na Igreja durante a Semana Batista Diretoria para 2024-2025 foi eleita durante Assembleia. Lucas dos Santos Ferreira

mestre em Teologia, coordenador de Bacharelado em Teologia da FABAPAR

Durante a Semana Batista da 103ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB) aconteceu a Assembleia Geral Ordinária da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET), no dia 24 de janeiro. Sob a presidência do pastor Claiton André Kunz, então presidente da organização, a assembleia tratou de assuntos importantes para a continuidade dos trabalhos das instituições teológicas filiadas. A programação contou com a participação do pastor Luiz Roberto Silvado, da Igreja Batista do Bacacheri - PR, o qual abordou o tema “Como os seminários podem servir melhor as Igrejas na formação de seus vocacionados para o ministério”, despertando reflexões práticas para uma maior atuação das instituições teológicas no serviço formativo dos vocacionados das Igrejas Batistas. A Assembleia deste ano também foi tempo de posse à nova diretoria eleita do biênio 2024-2025, sendo

Representação denominacional durante Assembleia da ABIBET composta por Geremias Bento da Silva (presidente), Samuel Pinheiro Almeida (vice-presidente), Lucas dos Santos Ferreira (1º secretário) e Roosevelt Arantes da Silva (2º secretário). Durante o evento, houve apresentação do relatório de atividades da Associação durante o ano de 2023, apresentadas pelo diretor-executivo, pastor Anderson Cavalcanti, as quais foram aprovadas de forma unânime. Também houve a apresentação dos relatórios do Conselho Fiscal referente ao ano de 2023, os quais foram aprovados por unanimidade. Também

aconteceu a divulgação do Manual da ABIBET, o qual apresenta documentos importantes da Associação e são pertinentes para as instituições filiadas. Dois exemplares foram entregues para cada entidade filiada que esteve presente na assembleia. Reforçou-se, ainda, os eventos de 2024 que serão organizados pela ABIBET: o 4º Congresso Missiológico, o qual ocorrerá em 21 e 22 de maio de 2024, com apoio da Junta de Missões Nacionais (JMN) e da Junta de Missões Mundiais (JMM), no formato online. Também foi destacada a Caravana

de Pastores e ABIBET para o barco O Missionário, de 13 a 20 de junho de 2024. Mencionou-se também a 25ª Conferência Teológica da ABIBET, a qual será realizada de 10 a 13 de setembro de 2024, nas Faculdades Batista do Paraná (FABAPAR). O presidente e o executivo destacaram a importância das filiadas estarem envolvidas com representantes nos três eventos, seja com seus diretores e coordenadores, com seu corpo docente ou até mesmo com seu corpo discente, no caso do congresso e da conferência. Programação também abriu espaço para as palavras denominacionais da JMN e da JMM, reforçando a Revista de Reflexão Missionária da JMM. O pastor Fernando Brandão reforçou em sua fala a importância de se manter os pilares da educação teológica, da educação cristã e de missões para se manter um alinhamento na formação Batista. Falou-se também da oportunidade de alguns programas de formação avançada, como o Programa de Mestrado oferecido pela SWBTS, na modalidade EAD, e o Programa de Mestrado Profissional oferecido pela FABAPAR. n


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 25/02/24

O Brasil precisa de oração!

Igreja Batista da Esperança, em Governador Valadares (MG) Redação de Missões Nacionais A Muralha de Oração é um movimento promovido pela Junta de Missões Nacionais, em parceria com as Convenções Batistas estaduais, que faz parte do novo Plano Nacional de Evangelização. À meia-noite do dia 1º de janeiro, demos início à 1ª Vigília de Oração de 2024 e seguiremos todos os 366 dias do ano assim. Não queremos apenas clamar por resultados, mas por corações! Queremos cuidar das pessoas por meio da oração, pedir para que Deus nos ajude a avançar conforme a Sua vontade, alcançar vidas com o Evangelho e levar mudanças reais para as famílias do Brasil. Algumas Igrejas já têm feito parte disso, como a Primeira Igreja Batista em Goianinha - RN; a Igreja Batista da

Igreja Batista Nova Vida, em Juazeiro do Norte (CE)

Esperança, em Governador Valadares - MG; a Igreja Batista Água Viva, em Campo Grande - MS; a Igreja Batista Nova Vida, em Juazeiro do Norte - CE; e muitas outras. Já temos mais de 1.000 vigílias agendadas, mas ainda há períodos disponíveis. Queremos cobrir cada minuto deste ano com oração e contamos com a sua Igreja para isso. Não fique de fora do que Deus tem feito e fará em nossa nação. No total, precisamos chegar a 1.464 vigílias para completar todo o calendário. Você ainda pode fazer parte disso. Acesse o site: www.muralhadeoracao. com.br, conheça o material disponível e faça o agendamento da vigília da sua Igreja hoje mesmo. A transformação que queremos no futuro começa agora, em oração! Amém? n

Primeira Igreja Batista em Goianinha (RN)

SUA OFERTA TRANSFORMA VIDAS

CHAVE 33.574.617/0001-70 CNPJ MISSÕES NACIONAIS

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O JORNAL BATISTA Domingo, 25/02/24

Associação Nacional de Escolas Batistas se reúne em Assembleia, em Foz do Iguaçu - PR Desafios da educação atual foi tema de palestras, além da eleição de nova Diretoria. Jean Silveira

diretor-executivo da Associação Nacional de Escolas Batistas

No dia 24 de janeiro, a Associação Nacional de Escolas Batistas (ANEB) realizou sua Assembleia anual, nas dependências do Rafain Palace Hotel & Convention. O encontro aconteceu durante a Semana Batista da 103ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB). No evento, a organização elegeu sua nova Diretoria para o período 2024/2026, que ficou composta da seguinte maneira: presidente: professora Rose Marinho (Colégio Americano Batista de Aracaju - SE); 1º vice-presidente: professor André Israel (Colégio Batista Daniel de La Touche, em São Luís do Maranhão - MA); 2ª vice-presidente: professora Ludmila Almeida de Siqueira Campos (Colégio Batista de Brasília); 1ª secretária: professora Marta C. A. Mello Soares (Colégio Batista Brasileiro em Bauru - SP); 2º secretário: professor Agnaldo Oliveira Santos (Colégio Batista Norte Mineiro em Montes Claros); estes foram mantidos nos respectivos cargos. Foi eleita ainda a professora Naraiane Oliveira Pinto (Escola Batista de Acesita - MG) para compor o Conselho Fiscal por um mandato de três anos. O diretor-executivo da ANEB, professor Jean Silveira, continua no exercício de seu cargo. A oração de posse foi realizada pelo professor Valseni Braga. O diretor Geral da Rede Batista de Educação e membro do Conselho Nacional de Educação clamou pelo crescimento da ANEB e pelo cumprimento de sua missão. A programação teve início pela manhã, com as boas-vindas da presidente da ANEB, professora Rose Marinho. Além disso, os participantes ouviram as representações institucionais. Nesse momento, os educadores receberam emissários da Junta de Missões Nacionais (JMN), da Junta de Missões Mundiais (JMM), e representando o pastor Hilquias Paim, então presidente da CBB, o pastor Márcio Soares, 2° secretário da CBB no último biênio e atual gerente do Instituto Hexis, editora da Rede Batista de Educação (MG). Logo após, o pastor Lécio Dornas deu início à Palavra de reflexão. Ele nos trouxe uma preciosa mensagem sobre o propósito e os desafios que nos são dados por Deus, pensando na vida da rainha Ester, e nas palavras ditas a ela: “Quem sabe não foi para este tempo que estas onde estás?”. Foi um tempo valioso diante de Deus. Na sequência, o professor Valseni Braga nos apresentou o cenário atual

Nova Diretoria da ANEB toma posse, durante a Semana Batista. Os representantes eleitos exercerão o cargo até 2026 da educação brasileira e seus desafios. Ele também falou sobre a necessidade de contribuirmos para impactar positivamente nosso país na qualidade educacional de nossos Colégios Batistas! Após a pausa para o almoço, os representantes de Colégios ouviram o relatório do diretor-executivo, professor Jean Silveira, momento de conhecer a situação de atividades e projetos em andamento. Os participantes conheceram a realidade financeira da Associação, que tem em caixa, hoje, recursos muito semelhantes a 31 de dezembro de 2022 e apresenta crescimento na arrecadação mensal em torno de 33%. De acordo com as informações, a ANEB entende que terá condições de executar as atividades de 2024 e

avançar em seu planejamento, já com previsão de crescimento neste ano. Após o relatório, Jean Silveira palestrou sobre a importância de se adotar uma gestão atenta no que tange aos critérios financeiros. Tendo em vista as perspectivas para 2024, é crucial conhecer seus próprios números e ajustar as expectativas e adotar as ferramentas de gestão: DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) e detalhamentos, como inadimplência, Ebitda e outros indicadores de performance financeira. Para encerrar, o professor e pastor André Israel nos falou sobre a gratidão a Deus em nosso dia a dia e no cumprimento da nossa missão. Destacou também a necessidade de reforçamos

nossa identidade como escolas cristãs vivendo o Evangelho e de usarmos a educação para evangelizar nossas crianças! Um brado reforçando e reafirmando nosso propósito encerrou nossa Assembleia. Sobre a ANEB A Associação Nacional de Escolas Batistas é um órgão consultivo, representativo e coordenador da educação secular promovida pelos Batistas brasileiros, por meio de suas instituições de ensino de todos os níveis e graus, regida por princípios cristãos, sob a égide e orientação da Convenção Batista Brasileira. n


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Sítio do Sossego recebe mais uma edição do Acampamento Nacional de Verão dos ER Mais de 1.400 acampantes passaram pelo local durante o mês de janeiro. Lucas Mourão Tavares

para o Departamento Nacional de Embaixadores do Rei

Durante o mês de janeiro, aconteceu mais uma edição do Acampamento Nacional de Verão de Embaixadores do Rei no Sítio do Sossego (ANVER-SS), em Casimiro de Abreu - RJ. Foram momentos de muita comunhão, alegrias e momentos marcantes que voltaram a fazer parte do cotidiano do Sítio do Sossego. Vidas foram transformadas, amizades foram fortalecidas e novas, estabelecidas. Este ano foi marcado pela campanha promovida por conselheiros e departamentos de todo Brasil para implementar melhorias no espaço, conhecida como “Mobilização Sítio do Sossego”. Com o tema “Aceitando a Missão” e a divisa em II Timóteo 2.15, o Departamento Nacional de Embaixadores do Rei (DENAER) promoveu o acampamento durante quatro semanas, cada uma com centenas de acampantes diferentes. Ao todo, mais de 1.400 meninos passaram pelo sítio, representando 131 Igrejas do Rio de Janeiro, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Piauí. Nos cultos realizados na manhã da decisão, o evento contabilizou mais de 800 decisões, entre elas de aceitar o

A cada semana, o Sítio do Sossego recebeu mais de 300 Embaixadores

O eventou contou com ministrações e diversas atividades esportivas para os presentes

chamado para o ministério pastoral e missionário, de confessar Jesus como único e suficiente salvador, de ser melhor cristão ou mesmo de manifestar desejo em se tornar líder dos ER. Foi mais um ANVER-SS que contou também com o funcionamento do Museu dos ER, que fica nos domínios do Sítio do Sossego, dirigido pelo pastor Milton Viana.

2° lugar: IB Rancho Novo (RJ) Números das semanas 3° lugar: IB Central em São João de 1ª semana (08 a 12 de janeiro de Meriti (RJ) 2024): 325 acampantes; 4° lugar: PIB Rio Verde (GO) 5° lugar: IB Memorial de Brasília (DF) 2ª semana (15 a 19 de janeiro de 2024): 345 acampantes; 3ª semana (22 a 26 de janeiro de Terceira semana 2024): 395 acampantes; 1° lugar: PIB em Bairro das Graças (RJ) 4ª semana (29 de janeiro a 02 de feve2° lugar: PIB em Campo Grande (RJ) reiro de 2024): 336 acampantes. 3° lugar: IB em Jardim da Prata (RJ) 4° lugar: IB Atitude - Barra da Tijuca Embaixadas destaques Embaixadas campeãs (RJ) Primeira semana 1ª semana: Embaixada Pastor Joa5° lugar: PIB Nova Jerusalém (RJ) quim José da Silva | Primeira Igreja 1° lugar: PIB em Jardim Marilea (RJ) Batista de Moça Bonita (RJ); Quarta semana 2º lugar: SIB em Fragoso (RJ) 2ª semana: Embaixada Pastor Jessé 3° lugar: PIB em Jardim Bom Pastor Moreira | Igreja Batista Central de Ta(RJ) 1° lugar: PIB em Areia Branca (RJ) guatinga (DF) 4° lugar: IB CEHAB (RJ) 2° lugar: PIB Vila Rosali (RJ) 3ª semana: Embaixada Pastor Josué 5° lugar: PIB em Moça Bonita (RJ) 3° lugar: PIB em São Gonçalo (RJ) 4° lugar: PIB em Jardim Pernambuco Valandro | IB Atitude - Barra da Tijuca (RJ) Segunda semana (RJ) 5° lugar: PIB em Cidade Beira-Mar (RJ) 4ª semana: Embaixada Pastor Walde1° lugar: IB Central em Taguatinga (DF) mar Zarro | PIB em São Gonçalo (RJ)

Fotogaleria

1: Salão Nobre durante manhã da decisão da 2ª semana | 2. Núcleo dos Valentes na 3ª semana | 3. Peça Bíblica durante a 2ª semana | 4. ER debaixo do bandeirão ER na 4ª semana | 5. Fim do Mundo: Valentes recebem núcleo do Aquário na 4ª semana | 6. ER visitam Núcleo do Alto da Boa Vista na 3ª semana.

2: Medalhas do Acampamento | 2. Piscina Menor, 4ª semana | 3. Aquário, 4ª semana | 4. Valentes no Portal do Sítio, 2ª semana | 5. Trompetista (Arauto), 2ª semana | 6. Lojinha dos ER no Acampamento.

3: Núcleo Arco-íris na educação física, 1ª semana | 2. Flavio Vieira, comandante do Abilene, 4ª semana | 3. Astrocélio Queiroz Jr, Paulo de Azevedo e Pr Milton Viana no Museu dos ER, 1ª semana | 4. Acampamento no campo do Arco-íris, 1ª semana | 5. Culto Manhã da Decisão na 4ª semana| 6. Ebenezer Vita, Fabiano Lessa, Tony Zamba, Luiz Felipe, Deglier Vasconcelos, entre outros. n


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PIB em Foz do Iguaçu - PR recebe 40ª Congresso da AMBB

Diversas atividades marcaram o encontro nacional de músicos Batistas. Samuel Barros

presidente da Associação dos Músicos Batistas Brasileiros

A Associação dos Músicos Batistas Brasileiros (AMBB) realizou o seu 40º Congresso na Primeira Igreja Batista em Foz do Iguaçu - PR. Mais de 120 músicos de diversos cantos do nosso país participaram desta edição, entre os dias 23 e 24 de janeiro. Congresso é tempo de... Pregação - O preletor oficial foi Raphael Abdalla, pastor da Primeira Igreja Batista em Guarapari - ES e, até então, 3º vice-presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB). Na Devocional da primeira manhã, dia 23 pastor Abdalla ministrou uma palavra baseada no texto de Lucas 7.41-47, com o tema: “Vivamos o Verdadeiro Amor”. Na segunda manhã, o tema foi “O caminho da provisão ministerial” baseado no texto de II Reis 4.1-7. Também trouxe uma mensagem bíblica o pastor Eliezer Victor Ramos, titular da Primeira Igreja Batista da Penha - SP. Na primeira noite, Eliezer falou sobre “Unidade - o amor na prática”, baseado em Atos 10. Devoção - Lideraram os momentos de Devoção do Congresso os ministros de Música Mariane Godoi (Rio de Janeiro - RJ), Rodrigo Lara (Curitiba PR), representando a Associação dos Músicos Batistas do Paraná (AMBAP), e Samuel Barros, presidente da AMBB. A cantora Maristela Araújo (Vitória ES) também participou solando duas

Mais de 100 músicos participaram do Congresso

Pastor Raphael Abdalla ministra a Palavra

Dois dias de Congresso foram recheados de comunhão e consagração ao Senhor lindas canções: “Porque Tu és Senhor” Janeiro - RJ). E na prática de banda, o e “Pai Nosso”, acompanhada ao piano pastor Ragner Seifert (Curitiba - PR). pelo ministro Paulo Queiroz (São PauO modelo de práticas musicais dilo - SP). versas visa alcançar músicos Batistas que tocam instrumentos de orquestra e Práticas musicais - Os inscritos no banda, a fim de encorajá-los no ministé40º Congresso puderam escolher e rio da Igreja local com o apoio da AMBB participar de três práticas musicais e nas celebrações das Assembleias da oferecidas: Coral, Orquestra ou Banda. CBB. Durante todas as celebrações noNa regência do coral, estava o ministro turnas da 103ª Assembleia da CBB, em Hiram Rollo Jr. (EUA) com o apoio da Foz do Iguaçu - PR, contamos com uma pianista Marília Cavallari (Paranaguá - orquestra formada pelos músicos BaPR). Na regência da orquestra, estava tistas, assim como músicos de banda a maestrina Priscila Bomfim (Rio de e coristas no coral de adoração.

Pastor Ragner Seifert instrui irmãos que ficaram na banda

Regente Priscila Bonfim esteve à frente do treinamento da orquestra

Presidente da AMBB, Samuel Barros, conduz um dos momentos de Devoção

Músicos participam de prática de coral

Você, líder, que está lendo este relato, programe-se para enviar os músicos de sua Igreja para os congressos da AMBB e tenha a certeza de que eles serão tremendamente impactados com a experiência de se juntar aos músicos Batistas de todos o Brasil nestes dias de muita música e aprendizado. Workshops - Compartilhar visão e novas práticas ministeriais é um dos destaques dos congressos da AMBB. Nesta edição, contamos com a participação dos curitibanos pastor Paulo Davi e Silva, falando sobre mentoria de líderes, e com a ministra Tallita Todeschini, falando sobre mentoria de servos adoradores (voluntários). Eleição - Na Assembleia realizada no dia 24 de janeiro, o presidente apresentou o seu relatório de atividades. A comissão de indicação apresentou o seu relatório e foram eleitos os novos conselheiros da AMBB para o mandato de três anos. São eles: Mariane de Carvalho Godoi Lopes (RJ), Marselle Karolina Rodrigues Santos (MG) e Rogério Oliveira Souza (MG); na suplência, Carla Macêdo da Motta (BA). Para o Conselho Fiscal foram eleitos: José Fernandes Alves (RJ), Ângela Cristina Gomes da Silva (PR) e Lucimar Vieira Monroe (MG); na suplência, Gabriel Mendes Silva (RJ). E a nova Diretoria eleita da AMBB para o biênio 2024/2025 ficou assim definida: Presidente: Samuel Vieira Barros (PR), vice-presidente: Ery Herdy Zanardi (RJ), 1º secretário: Paulo dos Santos Queiroz Jr. (SP), 2ª secretária: Martha Keila Lorenzo Faria (RJ). n


MISSÕES MUNDIAIS

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Dez anos sem negar a cristo ser orientadas para os mesmos objetivos da educação; a sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se para promover o gozo destes direitos”. A Tenda reconhece os direitos da criança e busca assegurar o cumprimento deles, promovendo um espaço seguro e divertido, com condições para que as crianças vivam sua infância, sintam-se amadas e cuidadas. As crianças que frequentam a Tenda de Brincar estão na faixa de 4 a 6 anos. Os dois grandes objetivos da criança nesta fase são aprender como o mundo funciona para, então, aprender como funciona. Na Tenda, elas podem encontrar esperança olhando para o futuro e descobrindo suas próprias respostas de maneira criativa, artística e engajada. Entre as atividades realizadas na Tenda, estão a contação de histórias bíblicas e o testemunho de vida dos educadores. As famílias notam a transformação das crianças e isso também se torna uma oportunidade de evangelizá-las. Ajude a sustentar e a aumentar o trabalho da Tenda. Ore pelas pessoas que trabalham no projeto e pelas famílias alcançadas por ele. Doe para que continuemos a ajudar pessoas que perderam tudo a encontrarem Aquele que é Senhor sobre tudo e todos. Vá em uma viagem missionária e visite a Tenda. Para doar, use o pix tenda@doeagora.com Para visitar, escreva para voluntarios@jmm.org.br Para contribuir mensalmente, adote este projeto. ESTAMOS EM CAMPANHA! Missões Mundiais conta com a sua mobilização na campanha 2024, NO PODER DO ESPÍRITO SANTO, VAMOS COMPLETAR A MISSÃO. Contamos com o envolvimento de todas as igrejas batistas brasileiras para sinalizar o Reino de Deus ao redor do mundo. Por isso ORE, OFERTE, VÁ e MOBILIZE. João Marcos Barreto Soares

pastor, diretor-executivo de Missões Mundiais

Há dez anos, o Estado Islâmico executava dezenas de cristãos por não negarem sua fé. Há dez anos, iniciamos o trabalho da Tenda de Brincar com o objetivo de socorrer as crianças vítimas do Estado Islâmico. Atualmente, cerca de 400 crianças são diariamente cuidadas com o amor de Jesus em um projeto nosso, premiado pela ONU como um dos melhores projetos com refugiados em

todo o mundo. A Tenda de Brincar é um espaço lúdico no qual as crianças podem se sentir seguras e livres para se desenvolver nos aspectos físicos, emocionais, sociais, culturais e cognitivos através de brincadeiras e atividades estimulantes. O Projeto surgiu para oferecer às crianças um lugar onde pudessem resgatar a alegria e ao mesmo tempo acolher e ressignificar as suas emoções e traumas gerados pelas mudanças e situações vividas no processo migratório.

Através do brincar, a criança se expressa com naturalidade, mostrando seus sentimentos e imaginação. Quando exploram o lúdico através de jogos didáticos, brinquedos ou ainda quando brincam livremente e se relacionam com crianças e com os adultos, ligam seu mundo interior ao exterior. A importância do brincar foi reconhecida mundialmente, conforme Princípio 7º da Declaração Universal dos Direitos da Criança: “A criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a atividades recreativas, que devem

ORE pelos missionários e líderes nos povos estrangeiros. OFERTE para que a provisão possa chegar às crianças e adultos que vivem em vulnerabilidade ao redor do mundo. VÁ conheça o Voluntários Sem Fronteiras e programe sua viagem: voluntarios@jmm.org.br MOBILIZE todo povo Batista a fazer mais e melhor por missões. Vamos, juntos, COMPLETAR A MISSÃO. Acesse: https://missoesmundiais. com/campanha2024/ n


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UMHBB elegem novos conselheiros regionais durante congresso na 103ª Assembleia da CBB Organização também apresentou principais capítulos do Manual da SMHB. Jairo de Souza Peixoto

coordenador nacional da União Missionária de Homens Batistas do Brasil

O congresso da União Missionária de Homens Batistas do Brasil (UMHBB) foi realizado nas dependências do Rafain Palace Hotel & Convention, na manhã do dia 24 de janeiro, sob a direção de Jairo de Souza Peixoto, coordenador nacional da UMHBB. O irmão Jamil Dias Alves deu as boas-vindas, em nome dos homens Batistas paranaenses e da comissão organizadora da 103ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB). O tema recitado, seguindo a temática convencional, foi “Homens Batistas e o verdadeiro amor” e a divisa, de acordo com João 13.35: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Estiveram representadas as seguintes Convenções e UMHBs, conforme as inscrições: Alagoana (01); Amapaense (02), Amazonas (01), Baiana (02), Cearense (01), Espírito Santo (06), Goiana (03), Sul Maranhense (01), Mato Grosso (03), Sul-Mato-Grossense (05), Mineira (02), Pará (06), Paraibana (01), Paranaense (04), Pernambuco (05), Piauiense (01), Meio Norte (02), Planalto Central (02), Carioca (02), Fluminense (11), Rio Grande do Sul (01), Rondônia (01), São Paulo (06) e Sergipe (04). Ao todo, foram 73 inscritos, porém o público participante ultrapassou 130 irmãos. As participações musicais e louvor ficaram por conta dos irmãos André Yuji Tanaka, da Primeira Igreja Batista em Curitiba - PR, e Juvelino de Oliveira, da Pirmeira Igreja Batista de Antonina - PR, os quais muito nos inspiraram nos ajudando nos momentos e louvor e cânticos ao Senhor. A mensagem foi o momento mais especial do programa, ministrada pelo pastor Michel Piragine, da PIB Curitiba - PR, à luz do tema, aludindo “à Consagração”, destacando a consagração pessoal, consagração do ministério, a do rebanho e a familiar. O mensageiro também deu testemunho de sua experiência como pai de uma menina, quanto ao cuidado com o que se promete e se compromete com filhos e filhas, à luz da palavra de Deus. Ser homem que vive o amor de Deus é ser íntegro, ser honesto e ser temente ao Senhor, buscar uma vida de santidade e de consagração, concluiu. O coordenador da UMHBB apresentou o relatório das ações e atividades realizadas em 2023 e os projetos para 2024, especialmente a conclusão da

Pastor Michel Piragine foi o preletor oficial do Congresso da UMHBB

O evento também contou com momentos deliberativos, em que foram apresentados relatórios e eleitos novos representantes regionais revisão do Manual da SMHB e o curso para líderes de homens. Já o pastor Fabiano Lessa, coordenador do Departamento Nacional de Embaixadores do Rei (DENAER), apresentou o relatório, ressaltando os eventos comemorativos e alusivos aos 75 anos de ER no Brasil, tais como: Olimpíada Nacional de Inverno dos Embaixadores do Rei (Fortaleza - CE) e a Sessão Solene alusiva ao jubileu de diamante, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, por iniciativa dos irmãos Rodrigo da Silva Lopes e pastor Sérgio Nogueira (MS), junto ao deputado federal e irmão em Cristo, Luis Ovando. O irmão Victor Brito Cardoso, coordenador do Grupo de Ação Missionária (GAM), falou de suas atividades como líder do Grupo de Ação Missionária, principalmente, na missão de identificar as lideranças atuantes neste segmento das organizações filhas, além das já conhecidas em Sergipe, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Espírito Santo e Rio de Janeiro (carioca). O coordenador também citou o momento triste para a nossa organização ER, em razão do falecimento irmão Paulo Cabral Pimentel, no dia 22 de janeiro. Paulo foi o primeiro Conselheiro de Embaixadores do Rei, de língua

portuguesa, tendo atuado arduamente para a implantação da organização missionária com meninos e rapazes, ao lado do pioneiro pastor William Alvin Hatton. O diácono Paulo Cabral era membro da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro - RJ e residia ultimamente com seu filho, em Belém - PA. Dentre as representações denominacionais tivemos a participação das nossas juntas missionárias, o novo Departamento de Educação Cristã (DEC) e a Juventude Batista Brasileira (JBB), as quais nos trouxeram palavras informativas e pedidos de oração e apoio, aos seus respectivos ministérios e projetos. Na segunda parte do Congresso, após o intervalo do almoço, foi necessária a mudança de espaço, quando passamos a utilizar a sala F3 da Expo Center V, onde e quando tivemos momentos especiais, a saber: Mutirão Nacional Missionário (MUNAMI) - irmão Marinho Zimmer (CBM/ UMHMG) representou os “munamistas” presentes e apresentou o vídeo relatório do MUNAMI Tutoia - MA 2023 e conclamou os presentes ao mutirão 2024 Itaipulândia - PR, tendo sido arrecadado o total de R$718,00 em ofertas. Manual da Sociedade Missionária

de Homens Batistas– pastor Lourival dos Santos (CBG/ UMHGO) apresentou as linhas gerais do novo manual a ser editado, destacando os capítulos principais. O manual ainda está em revisão, agora com a participação da coordenadora do Departamento de Educação Cristã, Márcia Kopanyshin. Eleição dos representantes regionais - Sob a direção do pastor Hilquias Paim (então presidente da CBB) e presença do pastor Sócrates Oliveira (diretor-executivo da CBB), foi realizada a eleição dos membros do Conselho Consultivo, sendo eleitos os irmãos: 1. Região Norte - Camilo Eduardo Rosa (PIB Monte Negro - RO); 2. Região Nordeste - Paulo Marinho Falcão Júnior (PIB de Aracaju - SE); 3. Região Centro Oeste - Joelson Chaves de Brito (TIB de Campo Grande - MS); 4. Região Sudeste - Ademar Barros Beserra (PIB de Ferraz de Vasconcelos - SP); 5. Região Sul - Jamil Dias Alves (IB Jardim América, em Paranaguá - PR). A reunião foi encerrada num clima de adoração a Deus, com louvor e o chamado para o próximo encontro anual, em Fortaleza - CE, em 2025, com a permissão de Deus. n


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 25/02/24

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“O principal recurso da EBD é ter um povo que ama ensinar”

Sirlene Alves compartilha dicas de como organizar a Escola Bíblica Dominical. Sebastian Zanuncio

estagiário do Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira*

Os portões das escolas se abrem de vez. Depois das férias e do Carnaval, o ano letivo dos professores e alunos começou de fato. Em nossas Igrejas, a parte educacional também precisa engatar com força total. Mas algumas Escolas Bíblicas Dominicais (EBD) ainda não conseguiram se organizar para dar início às suas atividades. Para ajudar irmãos que se encontram nessa situação, o programa Batistas em Pauta recebeu a educadora cristã Sirlene Alves para falar sobre o planejamento da EBD. Atuante na Primeira Igreja Batista do Leblon, na Zona Sul carioca, Sirlene leciona no curso de Gestão de EBD do Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM), instituição administrada pela União Feminina Missionária Batista do Brasil. A educadora apresentou conselhos e pontuou ferramentas para os irmãos desenvolverem o projeto de ensino na sua Igreja local. Ela também expôs tendências para a Escola Bíblica se atentar. Como a Igreja pode começar a organizar a EBD? Primeiro, a gente tem que orar, porque sem oração não chegamos a lugar nenhum. Vai levar um pouco de tempo para você elaborar da maneira mais adequada. Se você tem um educador ou alguém responsável por essa área, precisamos sentar e conversar, junto com o pastor da Igreja. [Precisamos] analisar nossa realidade, entender qual é a nossa necessidade, quais são as faixas etárias na Igreja, quais são as pessoas disponíveis para lidar com elas. A partir daí, a gente já pode dar um direcionamento melhor. [Precisamos], no mínimo, capacitar aqueles que vão assumir essa responsabilidade, mesmo que seja concomitantemente à atuação dentro de sala de aula. Se é urgente, então vamos fazer o seguinte: durante a semana, tirar um tempinho para orar junto e compartilhar o ensino de modo geral para colocar em prática no domingo. Agora, a médio e longo prazo, isso não pode parar jamais. É sempre uma busca a Deus para levantar pessoas para nos ajudar nesse ministério, e de maneira urgente. O que não tira a responsabilidade do preparo. É diferente ensinar crianças, jovens e adultos. Qual capacitação você indicaria atualmente? Eu fui muito abençoada pelo curso [de Gestão de EBD] do CIEM durante a pandemia. Ele me deu uma nova direção, me atualizou das novas formas de apresentar o estudo bíblico e da importância

de capacitar as pessoas. O curso não é apenas para o professor, mas para todos que estão interessados no cuidado, na direção da Escola Bíblica. É importante, até para que nossa EBD seja fortalecida com pessoas que tem condições de ajudar quem está em sala de aula. O curso do CIEM oferece disciplinas como “Noções de gestão de pessoas”, “Princípios para um plano de aula eficiente”, “Mídias digitais e educação lúdica”, assuntos que ajudam a Igreja a se enquadrar neste novo momento da nossa história. Se você tem um diretor ou ministro de educação na sua Igreja que conhece esse trabalho, seria muito bom que ele entrasse no site ciem.org.br e tomasse essas informações. Você leva apenas três meses para receber todo esse preparo. Além disso, eu gostaria de informar que a Ordem dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil (OECBB) oferece uma formação continuada na área educacional para você que quer, por exemplo, escrever uma lição junto com seus pares na Igreja. É só entrar no site oecbb.com. br e você vai ver todas as possibilidades que eles oferecem. Agora, por exemplo, em 27 de abril, a OECBB vai realizar a “EBD para o alto”, uma capacitação para o Brasil inteiro. O que você considera uma EBD saudável para a Igreja? Falando de princípios bíblicos, é uma Escola que não negocia, que não perde a visão. A base do nosso ensino é a Palavra de Deus. Temos o conhecimento histórico, literaturas vastas para acrescentar no trabalho. O método para interpretar o texto pode variar. Como você pode transmitir isso para uma criança? Mas o básico da Escola Bíblica é um bom ensino bíblico. Esses princípios precisam ser estudados e praticados pelo professor, para que ele possa, com autoridade do Espírito Santo, entrar na sala e traduzir isso para seus irmãos. Como líder, também preciso pensar na capacitação. Não posso colocar alguém na sala de aula que não tenha o dom de ensinar. Talvez a EBD não precise de uma grande mídia, de uma sala toda equipada, porque a gente sabe que a realidade do Brasil não é essa. Mas o principal recurso é ter um povo que ama ensinar, que recebe de Deus essa visão e que se coloca à disposição para fazer isso com amor e amizade. Se eu estudo a Bíblia e ela não faz diferença na minha vida, alguma coisa está fora do lugar. Professores e alunos precisam agir em conjunto, para que a prática do conteúdo aprendido seja visível. Esse é o resultado de uma EBD saudável. O pastor Lécio Dornas fala em seu livro sobre Escola Bíblica que ela “é um momento especial da semana para

que todos que pertencem a uma Igreja local [...] primeiramente se reúnam para estudar a Palavra de Deus [...] e também promovam a comunhão, discipulado, a integração de novos crentes e a evangelização, cooperando para o Ide de Mateus 28”. Você citou as diferentes realidades sociais do nosso país. Temos algumas Igrejas muito bem estruturadas e outras pequenas, com membros sem estudo, mas com vontade de trabalhar. Como selecionar quem vai ensinar na EBD? O dom aparece muito cedo. Tem irmãos que começaram a exercer o ensino quando eram adolescentes ainda. É muito bom quando isso acontece, porque a gente tem aquele olhar clínico. A visão do pastor ou da gestão de educação na Igreja precisa estar atenta a quem apresenta o desejo de estar atuando nessa área. Você também precisa observar se essa pessoa tem um bom testemunho do Evangelho. Não precisa ser um teólogo, mas precisa ser um cristão autêntico. Como a pessoa vai ensinar o que ela não vive? E que seja sempre disposta a aprender. Aprendi no curso do CIEM que, quando você vai dar uma aula de EBD ou um culto com crianças, precisa ler, pelo menos, oito vezes o texto que vai ministrar. Isso seria mais de uma semana lendo. Em um dia, você teria que ler mais de uma vez, porque precisa se apropriar desse texto. E o Espírito Santo vai causando a transformação na vida desse líder, para que ele apresente primeiramente o que Deus fez nele. Eu preciso selecionar professores que queiram ser assim. Além do professor, temos funcionários que atuam na coordenação da EBD. Qual a relevância de ter um diretor ou coordenador de EBD em nossas Igrejas? São muito importantes essas figuras, porque aliviam um pouco o trabalho do professor. O educador tem a responsabilidade de orar pelos alunos e procurar saber como estão. Ele vai ser o gestor geral, que vai trazer para a construção da Escola Bíblica o secretário, o diretor e, dependendo do tamanho da Igreja, o vice-diretor.

O diretor vai trabalhar de acordo com o planejamento feito. Ele vai atender às necessidades do professor, providenciar material e acompanhar a frequência do aluno com o secretário, responsável pela lista de chamada. O diretor também vai coordenar a questão dos professores, se um precisa faltar e ser substituído. Ele ainda precisa ficar atento às datas especiais, como o mês de abril, em que abordamos a EBD, a Reforma Protestante e demais eventos durante o ano. O vice será o braço direito, aquele que vai dividir as tarefas com o diretor. Não menos importante, o secretário vai distribuir o material, lembrar do aniversário dos alunos, manter o cadastro deles atualizado e receber novos irmãos. Como fazer uma EBD mais dinâmica para as pessoas? Tive a oportunidade de assistir a algumas lives da Convenção Batista Paranaense sobre Escola Bíblica. Em uma delas, o pastor da Igreja Batista Novo Mundo falou sobre três D’s: Dinâmica, Digital e Discipuladora. Vamos pensar nessa “Dinâmica” que a Igreja propôs. Ela, por exemplo, pode ser em qualquer dia da semana. Não precisa ser necessariamente no domingo. A pandemia mostrou isso para a gente. Quando você não estava presencialmente, podia lançar mão dos recursos da internet. E por que pela manhã? Não pode ser em outro horário? Uma EBD dinâmica precisa ter adaptações às realidades que a gente tem hoje. Pense nas necessidades da sua comunidade. Faça as adaptações necessárias. Você já fez uma pesquisa aí no seu bairro, para ver se existem surdos que moram próximo, cadeirantes, cegos, idosos com dificuldade de locomoção, autistas? Precisamos planejar como vamos dar acesso ao conhecimento da Palavra. Em uma EBD dinâmica, hoje, não dá mais para ficar sentado no banco no domingo de manhã. Ela precisa abrir os horizontes, olhar para fora dos portões e ver onde estão as pessoas que a gente quer conquistar e mostrar o amor de Jesus Cristo. Elas precisam de um atendimento diferenciado? Vamos nos capacitar para isso, vamos investir no Reino. Este texto foi composto a partir do episódio 34 do Batistas em Pauta, programa semanal da CBB em parceria com a Rede 3.16. Acesse esta e outras entrevistas no canal da CBB no Youtube: www.youtube.com/@ConvencaoBatistaBrasileira. n *Sob supervisão de Estevão Júlio, jornalista responsável pelo Departamento de Comunicação da CBB


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PONTO DE VISTA FÉ PARA HOJE

Deus conhece tudo Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob Parece redundância, mas é apenas uma ênfase necessária. O Deus Criador e Autor da nossa salvação em Cristo Jesus nos conhece por dentro e por fora. A Sua Palavra penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, discernindo pensamentos e intenções do coração (Hebreus 4.12). Davi declarou esta verdade no Salmo 139. Ele adorou a Deus reconhecendo dois de Seus atributos naturais: onisciência e onipresença. O nosso Deus é todo ciente e todo presente. Ele está onde quer estar. Nada e ninguém O limita. Ele é ilimitado. Soberano. Perfeitamente conhecedor de todas as coisas. A Sua vontade é perfeita e o Seu amor é incondicional (Romanos 5.8).

O universo - os seus elementos visíveis e invisíveis -, não O limitam. Ele é infinitamente maior que tudo. O nosso Deus é tão imenso, mas se importa com cada um de nós. Ele nos ama com um amor extravagante em Cristo Jesus (João 3.16). O Seu amor é infinitamente maior que o amor de mãe (Isaías 49.15). Na verdade, não há comparativo para o Seu amor. O Seu amor é perfeito e perfeitamente revelado em todas as Suas obras. Ele conhece as imensas lutas do nosso coração e da profundidade do nosso subconsciente. Devemos descansar em Sua fidelidade. Ele é sempre fiel a Si mesmo (II Timóteo 2.13). Ele é a nossa perfeita segurança (Romanos 8.38,39). O nosso Deus é imutável e justo em todos

os Seus caminhos, benigno em todas as Suas obras (Salmos 145.17). Ele está bem perto daquele que O invoca e o faz em verdade, que tem um coração quebrantado e contrito (Salmos 145.18; 51.17) A certeza de Deus conhecer todas as coisas a nosso respeito deve nos levar a um autoexame diário à luz da Sua Palavra, confessar nossas culpas, nossas mazelas, nossas incoerências, nossa incredulidade, nossa acomodação, nossa mesmice, nossa ansiedade, nossos desacertos, nossas mágoas, nossos ressentimentos, nossa ingratidão e tantas outras deformidades do nosso coração. O conhecimento de Deus gera no cristão genuíno temor e tremor, isto é, uma profunda reverência (Habacuque 2.20).

O fato de Deus conhecer tudo provoca em nós o desejo intenso de buscarmos a santificação de vida, sem a qual ninguém O verá (Hebreus 12.14). Em sua chamada profética, Isaías teve a visão da majestade de Deus. A partir desta visão, ele experimentou a percepção de si mesmo como um homem perdido, impuro, desqualificado para a missão profética. Em seguida, teve a visão do povo, de sua imundície, recebendo, a partir da sua purificação e capacitação do Senhor, a missão e a disposição de proclamar a esse povo o Deus Santíssimo (Isaías 6.1-8). Cumpramos a missão que Ele nos confiou (Mateus 28.18-20). Deus conhece tudo. Esta verdade absoluta certamente há de gerar em nós descanso e segurança. n

Cuide de seu coração Jeferson Cristianini

pastor, colaborador de OJB

Como está seu coração? Como está a saúde de seu coração? Foram com essas palavras que um amigo meu começou a sua conversa comigo. Eu logo respondi que meu coração estava em boas condições e relatei a minha última ida ao cardiologista. Como meu amigo é médico, eu pensei que ele estava preocupado com minha saúde cardíaca, o que é verdade, mas sua preocupação era outra. Enviei a ele os laudos dos exames de esteira e dos exames de sangue, ao passo que ele me elogiou, mas disse estar preocupado com as demandas do coração, ou seja, com as minhas preocupações, ansiedade, medos, desejos, e demandas da vida. Noutras palavras, meu amigo estava preocupado como anda minha vida e como estou lidando com as demandas que ela apresenta, pois nosso coração é testado quando estamos diante de situações em que precisamos fazer as escolhas. Vale lembrar sempre que nossas escolhas revelam o que pensamos e o que queremos, e que somos “escravos” de nossas decisões, pois elas determinam como viveremos os próximos dias e anos de

nossa vida. O filósofo Jean Paul Satre que disse: “Viver é isto: ficar se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências”. Nossa vida é guiada pelas escolhas do nosso coração, mas a sabedoria bíblica nos ensina que o nosso coração é “enganoso e corrupto”, e por isso precisamos levar nosso coração a crer no Evangelho (cf. Jeremias 17.9/ Romanos 10.9). Na sabedoria bíblica, o coração é a sede dos sentimentos e de onde nascem os pensamentos e as ações dos seres humanos. Os salmos narram de forma ímpar como nosso coração rege nossas vidas, escolhas, postura diante das circunstâncias da vida. Perguntar sobre o coração, na visão cristã, é perguntar sobre a condução da vida, pois como aprendemos com o sábio Salomão, é “do coração que procedem as fontes da vida” (Provérbios 4.23), e na nossa espiritualidade aprendemos a cuidar de nosso coração. Metaforicamente aprendemos que ao nos voltarmos ara Deus, passamos pela conversão e pela “cirurgia de transplante”, onde Deus troca nosso coração (cf. Ezequiel 36.26-27). Mesmo ao nos convertermos e buscarmos o padrão de santidade que Jesus nos ensina, e ter a mente de Cristo por meio da atuação do Espírito Santo,

precisamos reconhecer como nosso coração é inclinado ao pecado, corrupção, mentira e tudo o que não agrada a Deus. Acertadamente Jeremias, o grande profeta de Deus, nos ensinou e nos advertiu sobre o estado do nosso coração: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá” (Jr 17.9). O pastor e escritor presbiteriano John Flavel disse: “Custou a Davi e a Pedro muitos dias e noites tristes, por deixarem de cuidar de seus próprios corações por apenas alguns minutos”. Essa advertência é profunda, pois não podemos deixar nossos corações sem o Evangelho e sem o deleite na presença de Deus, pois ele logo correrá para o pecado e pela busca do prazer. John Flavel usa dois personagens bíblicos para nos ilustrar dessa verdade. Pedro, que deixou de cuidar de seu coração, ou seja, de sua espiritualidade e devoção com Deus, e depois chorou amargamente, e lutou muito para se ajustar a vontade do Pai, e ser muito usado pelo Senhor. Ele foi usado por Deus, mas o vacilo no cuidado de seu coração fez com que sofresse muito. Davi, ao deixar de cuidar de seu coração, e de sua devoção a Deus, cedeu as paixões de seu coração, e logo desobe-

deceu a Deus e pecou. Passou momentos difíceis e viveu dias dolorosos de arrependimento, cura e absolvição da culpa até alinha seu coração novamente a vontade de Deus e ser usado pelo Senhor, a tal ponto de ser conhecido até hoje como um “homem segundo o coração de Deus” (Atos 13.22). Pela natureza pecaminosa, nosso coração não é confiável. Por conta da contaminação do pecado, nós precisamos levar nosso coração aos pés da cruz todo dia em contrição e quebrantamento. Martinho Lutero nos advertiu assim “Precisamos ouvir o evangelho todos os dias. Porque todos os dias esquecemos”. O evangelho nos lembra que somos amados e que nosso padrão é viver para adoração ao Senhor e não aos prazeres efêmeros de nosso coração, que busca pelo prazer instantâneo. O Evangelho educa nosso coração a se satisfazer na presença de Deus. Uma das melhoras formas de cuidarmos de nosso coração é levá-lo a amá-lo a Deus acima de todas as coisas. Cuide de seu coração regando-o com o Evangelho de Jesus Cristo. Não descuide de seu coração, nem por um minuto sequer. Nosso coração precisa de vigilância total, por isso, cuide dele e glorifique ao Senhor com sua vida. n


PONTO DE VISTA

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OBSERVATÓRIO BATISTA

A salvação é individual, mas não individualista!

Lourenço Stelio Rega Tem sido comum compreendermos que a salvação é um presente que Deus dá para a pessoa e temos abundantes textos bíblicos que demonstram isto. Um ponto para refletirmos será se a salvação que Jesus nos oferece será apenas destinada ao indivíduo ou há algo a mais para compreendermos. Em primeiro lugar será necessário recuperar a compreensão da história da ação divina, diria da “economia divina”, como chamamos na Teologia, em que temos continuamente a Trindade em ação movendo-se na linha do tempo. Em geral aprendemos a dividir a história humana pelo menos em três períodos a partir de cada pessoa da Trindade: a criação com Deus Pai, a salvação com Deus Filho e o período da Igreja com Deus Espírito Santo. E assim perdemos o ensino bíblico da Triunidade e corremos o risco de pensar em três agentes divinos que, enquanto um trabalha, os outros ficam como que “desocupados”. É atribuída a Tertuliano, um dos pais da Igreja, a frase “quereis ver a Trindade ide ao Jordão”. Melhor seria dizer “quereis ver a Trindade, comece por ir à criação!” pois desde os primeiros tempos temos a Trindade em ação. Veja que em Gênesis 1.2, temos o Espírito participando da obra da criação. Se Jesus é o “logos” - a palavra - em João 1.1 e Deus pela “palavra” criou o mundo, Ele também esteve presente. João continua afirmando que “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (vv.2,3; Cl 1.16). E, para completar, em Gênesis 3.22 temos o plural majestático “nós” representando as três pessoas da Trindade que estavam ali participando da origem do Universo. Uma Teologia “trinitariocêntrica”. Assim, tudo o mais que ocorre na linha do tempo envolve a grande história de Deus (Trindade) e não é diferente após a rebelião no Éden (Gênesis 3). Aliás, em 3.15 temos o primeiro Evangelho (“protoevangelho”), quando Deus se dispôs a recuperar toda a criação, que a partir daquele momento sofria as consequências da rebelião de Adão/ Eva que desejaram ser autônomos e gerenciarem sua vida por conta própria. Então a salvação, toda a obra de Jesus Cristo que morreu na cruz para

nos salvar, necessita ser considerada dentro da visão e participação trinitária. Sobre isso Goheen nos lembra que “se confessarmos apenas ‘Jesus é meu Salvador pessoal’ e negligenciarmos que ‘Jesus é Criador, Regente, Redentor e Juiz’, então temos uma cosmovisão atrofiada. Uma cosmovisão bíblica tem a ver com entender corretamente quem é Jesus” e eu acrescentaria, e a vasta extensão de sua obra. Assim, em segundo lugar, “Deus está agindo com amor e poder para restaurar uma criação caída […] para que ela torne a viver debaixo do governo bom e gracioso dele” (Goheen). As consequências da rebelião no Éden foi muito mais além do que atingir apenas os dois primeiros indivíduos - Adão e Eva - e mesmo apenas a sua vida espiritual. Claro, logo de início, provocou ruptura entre a humanidade criada e Deus o Criador, tanto que Adão e Eva foram expulsos do jardim do Éden. Mas outros efeitos danosos surgiram que superaram o aspecto espiritual, entre eles: • Consequências emocionais, pois tiveram medo e se esconderam de Deus (Gênesis 3.8-10); • Ruptura relacional, quando Adão lança a culpa na mulher (v.12); • Ruptura no trato das decisões gerando liderança hierárquica e de poder (v.16); • Desajustes na saúde biológica, com a multiplicação das dores do parto (v.16); • Doenças ocupacionais, com o sofrimento proveniente do trabalho (v.17); • Desastre ambiental/ecológico, em que a terra passaria a produzir ervas daninhas (v. 18). Ao ser retirado do jardim do Éden, Adão e Eva não tiveram mais acesso à árvore da vida, que lhes garantia estabilidade vital e, assim, seu corpo passa a ser degradável até a morte física. Assim, a partir daquele momento, a vida humana passa a ser construída por meio da autonomia “conquistada” pela decisão em romper contra Deus quando tomaram do fruto do conhecimento do bem e do mal. A liberdade leva não apenas Adão e Eva à escravidão e destruição, mas a toda criação. O “mandato cultural” para que se multiplicassem e administrassem ao jardim (Gênesis 1.26ss), agora fi-

cou por conta própria, não mais sob a orientação constante de Deus (Gênesis 3.8). Então a própria cultura e todos os seus componentes também passam pelo processo de perversão e passam a gerar um mundo corrompido. A gestão da natureza, da criação, passa a ser perversa e destrutiva, pois “o pecado contamina e desfigura cada milímetro da criação” (Goheen). A totalidade da cultura, da sociedade e da civilização, que deveria ser desenvolvida sob a supervisão de Deus (heteronomia), passa a ser violentada pela autonomia perversa humana decaída. Toda a criação passa a sofrer pois o “pecado contamina e desfigura cada milímetro da criação” (Goheen). Assim, em terceiro lugar, a obra salvadora de Jesus inclui a salvação de indivíduos arrependidos, mas é muito mais ampla e pretende resgatar e redimir toda criação decaída. Resgatar a humanidade de sua cosmovisão pagã, autônoma e libertária. Ao morrer e dar a sua vida, Jesus estava cumprindo o protoevangelho (Gênesis 3.15) vencendo a Satanás que levou a humanidade ao desastre, e reconquistando novamente o espaço de Rei sobre toda a criação e sobre a história. Aos crentes de Éfeso (1.9,10) Paulo esclarece a amplitude da obra de Jesus Cristo demonstrando que o plano divino foi “de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra”. Assim, a obra salvadora de Jesus alcança a recuperação e resgate de toda a criação, além do indivíduo que se arrepende de seu estado de rebelião e aceita a morte a ressurreição de Jesus. Infelizmente temos a “tendência de reduzir o evangelho a uma solução para o problema do nosso pecado individual e a um cartão magnético para abrir a porta do céu, de modo que substituiremos essa impressão reducionista por uma mensagem que tem a ver com o reino cósmico de Deus, em Cristo, que, no final, erradicará o mal do universo de Deus e resolverá nosso problema de pecado individual, obviamente” (Christopher Wright). E é possível que esse individualismo tenha sido introduzido em nossa teologia pelo Iluminismo e ressaltado mais ainda agora pela Pós-Modernidade. O que podemos deduzir com tudo isso é que a salvação operada por Je-

sus Cristo é individual, mas não individualista. Essa percepção individualista tem sido nociva ao desenvolvimento do Evangelho e o seu alcance para além da intencionalidade missionária (pregação verbal, plantação de igrejas, evangelização etc.). O individualismo em geral acaba levando pessoas salvas a buscar uma religiosidade otimizada e individual de um Deus que venha a priorizar soluções para seu projeto pessoal de vida desenvolvendo um cristianismo individualista e customizado, em vez de um Evangelho que coloque a pessoa no mundo para desenvolver a sua dimensão missional, sendo um elo entre Deus e a sociedade, a criação, como sal e luz. Tem levado as pessoas salvas a se recolherem dentro de suas igrejas dominicalmente, sem que percebam que “a igreja é um povo enviado ao mundo sete dias por semana como testemunhas do reino de Deus, em contraste com a igreja como um povo reunido um dia para adoração” [e ocupação religiosa] (Newbigin). Depois da rebelião no Éden o centro de cada cultura que molda todos os aspectos da vida social, cultural e se organiza em rebelião contra Deus e contra a sua criação. A reversão desse processo de degradação deverá ser muito mais ampla e necessitará mais do que apenas uma mensagem verbal, tornar-se-á necessário que a vida de cada salvo seja realmente transformada por essa salvação de modo a ser ele tradução de Deus como seu instrumento profético para que também a sociedade, a cultura, a criação enfim, sejam alcançados pela redenção e recuperação operada pela obra completa de Jesus Cristo. Ao ser salvo, cada um de nós, tem o compromisso de dar um “reset” em sua vida de modo que o nosso projeto de vida, a partir daquele momento, é o projeto da missĭo Dei aos nos entregarmos como ferramentas de Deus para que ele, em sua missão de restaurar toda criação, inclusive o indivíduo, nos tenha como seus instrumentos. Isso é mais do que só ter um cartão magnético para entrar no céu, é mais do que apenas frequentar os cultos dominicais, requer replanejamento total de nossa história de vida. Tudo começou em um Jardim (Gênesis 1-2) com o Criador, tudo será por ele restaurado e iremos para uma cidade - a Nova Jerusalém (Ap). n



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