Artigo – Sérgio Sant’Anna

VOCÊ MUDA O MUNDO OU O MUNDO MUDA A SUA MARCA

Para onde caminham as tendências do mercado? O que o consumidor do futuro realmente quer e o quanto nossas empresas estão preparadas para entregar conexões e empatia com o público? Já vimos grandes marcas alcançarem patamares elevados, serem admiradas durante anos e não conseguirem dar o salto de transformação necessário para seguir entre as líderes do setor que atuavam.

A história da Kodak muitos conhecem. Aliás, quem com mais de 45 anos nunca desejou ter uma câmera dessa marca ou revelou filmes em uma de suas milhares de lojas espalhadas pelo mundo? A Kodak inventou a câmera digital, decidiu resguardar o seu mercado analógico e perdeu o fio da meada. modelo de neg cio mudou e a marca ficou para tr s, praticamente deixou de existir. Yahoo chegou a valer 125 bilhões de dólares, teve oportunidade para comprar

Google e Facebook, e acabou sendo vendida por menos de 5% daquele valor. Blockbuster teria sido a sócia per eita para a et ix, mas n o quis.

Desapareceu. Xerox criou o primeiro

PC, mas continuou sendo apenas sinônimo de fotocópia. s desafios da atualidade para as marcas podem ser outros, porém o cerne da questão continua sendo o mesmo: posicionamento, gestão, inovação, pessoas e liderança. Um estudo da Aevo+Inventta com altas e médias lideranças de centenas de empresas brasileiras sinaliza que, embora quase 80% das marcas analisadas tenham iniciativas inovadoras em seu dia a dia, apenas 25% delas possui os processos de inovação estabelecidos de forma integrada em todos os níveis de liderança. Sabemos que ter esforços de inovação alinhados às estratégias da empresa é essencial para alcançar algum su-

EXPERIÊNCIAS HÍBRIDAS DEVERÃO COMPOR AS TÁTICAS MAIS EFICAZES PARA LEVAR AO CLIENTE A VERSÃO CONECTADA DA SUA MARCA COM ELE.”

cesso, mas estar dissociado das lideranças enfraquece o processo quando o assunto são os recursos e a articulação necessária para sua realização.

As companhias são percebidas pela imagem das pessoas que as representam e as lideram. Segundo a pesquisa, 60% das marcas têm líderes diretamente envolvidos no processo de inovação, apoiando e engajando suas equipes. Em 15% dos avaliados, acionistas e conselheiros também atuam no processo, incentivando o time.

Data marketing, acessibilidade, diversidade e responsabilidade ambiental despontam entre as tendências para 2023. Experiências híbridas (on-off) deverão compor as t ticas mais efica es para levar

Sérgio Sant’Anna

PUBLICITÁRIO, DIRETOR DO ESTÚDIO ALFA

ao cliente a versão conectada da sua marca com ele. Porém, nada disso será viável se não tivermos líderes comprometidos e com o pensamento voltado à transformação.

Conforme disse Adam Smith, em 1776, “não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu auto interesse”. Ou seja, ter lideranças conscientes do seu papel é o primeiro passo em direção aos avanços que nossas empresas devem seguir escalando.

As transformações dos últimos 30 anos mudaram o mundo e a expectativa para os próximos 30 anos é que desembarquem no mercado novas marcas, novos modelos de negócio, startups que assumam posições de destaque em setores ainda inexistentes. A revolução continua – com os que chegam e para os que estão aí. Estabelecer um capitalismo consciente em prol da sustentabilidade do ecossistema econômico norteará o estado das coisas. O mundo muda.