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Personalidade Empresário do Ano

Valdir Federhen Empresário do Ano

“O que não pode faltar para empreender é coragem, boa parceria e acreditar muito”

Conselheiro da Fasa, maior conglomerado de negócios do Vale, Valdir Federhen, 61, é um exemplo de dedicação ao trabalho e foi reconhecido como personalidade Top 100 em Empreendedorismo

Depois de trabalhar em bares, vender picolés pela cidade e testar diferentes profissões na região, Valdir Federhen, 61, é hoje o conselheiro da Fasa, o maior conglomerado de negócios do Vale do Taquari.

Foi o espírito empreendedor e a coragem de arriscar que trouxeram ao empresário o reconhecimento de personalidade Top 100 em empreendedorismo.

Antes de consolidar a empresa produtora de farinha de ossos localizada em

Cruzeiro do Sul, Federhen acompanhou os empreendimentos da família. O pai tinha um comércio em Ronda Alta, cidade natal do empresário, e vendia desde tecidos até bebidas, medicamentos e brinquedos.

Quando o negócio começou a não dar certo, a família voltou ao Vale e recomeçou por meio da compra de um hotel.

No estabelecimento, Federhen cuidava do bar e ajudava nos serviços aos hóspedes. Era rotina os ônibus com professores pararem no hotel. E, entre conversas e relacionamentos, diz ter aprendido muito com os visitantes.

Naquela época, a família se estabeleceu na área e consolidou o negócio, que dava boas condições de vida a Federhen e aos irmãos. Mas o empresário queria ter as próprias conquistas financeiras e, ainda jovem, começou a trabalhar em uma fábrica de sorvetes, com a venda do produto com um carrinho pela cidade. Largou a escola mas, aos 16 anos, participou de um curso na escola técnica da Saidan.

“Foi assim. Depois tivemos um bar e, mais tarde, um armazém em Olarias. Trabalhei assim muito tempo, na madrugada, nos sábados à noite”, conta o empresário.

QUANDO FUI FAZER A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA, FIZ NO FORNO DE PÃO DA MINHA MÃE. PASSEI NUM LOCAL, COMPREI TRÊS SACOS DE OSSOS E LEVEI PRA CASA”

Olhar empreendedor

Mais tarde, construiu um aviário nas terras que eram da avó. Aprendeu a trabalhar com galinhas poedeiras e vendia ovos. Foi nesse período que conheceu Waldir Antônio Zarth, que virou sócio da Faros anos mais tarde. Zarth faleceu em 2005.

“Chegou um ponto em que o negócio começou a ficar muito ruim. Então conheci o Waldir. Ele veio buscar ovos,

era um cara simpático, bom de se relacionar, e nós fizemos amizade muito rápido”, conta Federhen.

Foi em uma conversa entre os dois que o empresário ficou sabendo de um aviário de Lajeado que precisava de farinha de ossos. Sem conhecimento na área, decidiu se arriscar.

A produção começou no pátio de casa, em São Rafael, Cruzeiro do Sul. “Quando fui fazer a primeira experiência, fiz no forno de pão da minha mãe. Passei num local, comprei três sacos de ossos e levei pra casa”, lembra.

Depois de torrar os ossos de origem animal, levou para a empresa, que não gostou do resultado. Mas Federhen não desistiu. Ele percebeu que o negócio era inédito e tinha dois pontos fortes: resolvia um problema ambiental e era um negócio lucrativo. Assim, em 1983, a Faros foi criada e, até 2015, teve também Clarice Federhen como sócia. Com os anos, o negócio se multiplicou e a Faros passou a ser um braço da Fasa, que une o nome da primeira fábrica com a empresa sócia italiana chamada Sapi.

Sustentabilidade e negócio

Um marco na história do empreendimento foi a preocupação ambiental e a implementação de inspeção federal na área, que possibilitou a exportação do produto. Hoje, são 14 unidades da empresa no país.

Os negócios também estão em locais como Pará, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Ceará. “O que não pode faltar para empreender é coragem, boa parceria e acreditar muito”, destaca Federhen.

Com dezenas de fábricas no exterior e mais de 2,6 mil funcionários, em 2022, o empresário vendeu parte da operação para um grupo americano que pagou R$ 2,8 milhões, configurando a maior transação financeira na história de uma empresa no Vale.

Além das operações na região, o empresário também mantém uma fábrica no México e um conjunto de trabalhos no agronegócio no centro e no sul do país, onde produz suínos, gado, milho, soja e madeira. Federhen é o maior produtor de feno do Mato Grosso do Sul.

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