Agro Notícias - 22/02/2020

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FIM DE SEMANA, 22 E 23 DE FEVEREIRO DE 2020

Circulação bimensal

Especial do jornal A Hora

A

alta umidade em outubro e a falta dela nos dois meses seguintes, causou sérios prejuízos nas lavouras de tabaco da região. Conforme levantamento da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a produção deve ficar em 611 mil toneladas. Com isso, a colheita deve ser a menor registrada desde 2015/2016. Já a área plantada diminuiu de 145,2 mil para 126,9 mil hectares. Mesmo assim, o Rio Grande do Sul continua sendo o maior produtor de tabaco do país, responsável por 40% da produção total. Na lavoura da família Lenhart, de Forquetinha, a área caiu de 150 mil para apenas 100 mil pés neste ciclo. A falta de mão de obra e o preço abaixo do esperado na safra anterior motivaram a redução. Embora as condições climáticas tenham afetado a cultura, a produtividade e a qualidade são consideradas satisfatórias. “A chuva atrapalhou o desenvolvimento e o sol quente em novembro queimou muitas folhas. Mas a cor ficou boa e por isso acreditamos em uma remuneração mais justa”, comenta Isolde. A estimativa é de colher 1 mil arrobas. Praticamente toda safra está estocada enquanto aguardam uma definição do preço pela indústria. “Esperamos receber acima de R$ 150 por arroba para cobrir as despesas”, calcula.

Menor safra de fumo

em quatro anos Excesso de chuva em outubro e escassez nos meses de novembro e dezembro tendem a reduzir colheita no Estado em até 35%. Produtores mantém produto estocado para aguardar definição sobre o preço pago pela indústria GIOVANE WEBER

robas por hectare. O sol queimou as melhores folhas da planta e a chuva chegou tarde demais. Busata cultiva 30 mil pés de tabaco e projeta colher 180 arrobas este ano. No bolso, o impacto negativo é estimado em R$ 17 mil. “Acho que vou conseguir pagar as despesas, mas isso ainda depende da comercialização”, ressalta. No ciclo anterior, obteve uma média geral de R$ 140 por arroba. Sobre o preço pago pela indústria, está pessimista. Um agricultor trouxe o fumo de volta, pois queriam pagar abaixo do valor da classe, acrescenta.

Queda de 69 mil toneladas

Ilsode classifica das folhas estocadas à espera de uma definição do preço

A quebra pode chegar a 30% devido à seca verificada entre dezembro e janeiro. A estimativa é do

O tabaco

Menos dinheiro

A chuva tardia foi insuficiente para recuperar a produção do fumicultor Alexandre Busata, 39, de Boqueirão do Leão. Estima perda de 40% no volume em relação ao ciclo anterior. “No ano passado a média chegou a 10 arrobas a cada mil pés colhidos. Este não passa de seis”, lamenta. O prejuízo é de 60 ar-

presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner. Se confirmada, representa uma redução de 69 mil toneladas na safra 2019/2020. “Projetamos colher 611 mil toneladas, de um total de 684 mil toneladas esperadas. Em alguns casos as perdas na lavouras podem chegar a 35%, enquanto a média no RS ficará em 18%”, calcula. Conforme ele, a falta de umidade afetou o tabaco em plena fase de desenvolvimento. Quanto ao preço pago, Werner diz que os produtores consultados demonstram satisfação. Alerta apenas para a presença de atravessadores, resultado da falta de acordo com as fumageiras. No dia 5 de março, na reunião do Foniagro, as entidades vão apresentar denúncia contra as empresas que não cumpriram com as regras estabelecidas.

Área plantada

Produção

(mil ha)

(mil toneladas)

Brasil

Brasil

310,3

668,8

RS

RS

126,9

269,7 Fonte: Afubra

Essa estiagem veio em um momento definidor para a produtividade da safra. Muito sol estressa a planta e a queima, gerando perda de qualidade do tabaco. Benício Werner, presidente Afubra


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