A Hora – 16/05/24

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Quinta-feira, 16 maio 2024

Ano 21 - Nº 3567

Edição digital

grupoahora.net.br

ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR

GOVERNO ANUNCIA AUXÍLIO DE R$ 5,1 MIL

MOBILIZAÇÃO

Circuito dos Vales prepara ação solidária

A segunda etapa do ano, marcada para domingo, 19, troca a corrida por uma ação voluntária e reúne atletas para limpar as cidades mais atingidas pelos temporais no Vale do Taquari. Mais de 150 pessoas são esperadas.

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DESLIZAMENTOS

Grupo analisa áreas

Valor será depositado em parcela única a atingidos pelos desastres naturais no RS. Ao todo, União estima repassar mais de R$ 1,2 bilhão com o Vale Reconstrução.

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OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Preparo e resiliência por meio da educação

ÁGUA EM ESTRELA Corsan/Aegea apresenta plano para garantir abastecimento

OPINIÃO THIAGO MAURIQUE

FB Net e os desafios para restabelecer conexões

Companhia promete perfurar poços artesianos em áreas não alagáveis. Moradores de alguns bairros estão há 15 dias sem água. Serviço desde ser normalizado nesta quinta-feira, 16.

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Técnicos e especialistas da região formam equipe voluntária para ampliar estudos e elaborar mapa geológico regional

Os movimentos de massa, como deslizamentos, queda de rochas e afundamento de solo, acontecem com mais frequência quando há chuvas por longos períodos. Durante a catástrofe do início de maio, filmagens em encostas dos morros assustaram a comunidade. De-

vido aos terrenos acidentados da região, existe a chance de mais episódios do gênero. Com a falta de informações dos pontos críticos, Univates e o Estado lançam programa para inscrever voluntários. Primeiro encontro ocorreu na tarde de ontem.

de risco no Vale
FELIPE NEITZKE ARQUIVO/FOCO RADICAL PÁGINA | 3

Importância do conhecimento local

Há uma ideia por vezes deturpada sobre ciência, em especial quando se analisa fenômenos como desastres naturais, como enxurradas e deslizamentos de terra. Quando a sociedade se depara com tais acontecimentos, muitas vezes a resposta é de espanto e de surpresa pela magnitude.

Essa força da natureza extrema, implacável e devastadora, como vista no início de maio, mostra sinais. Basta estar atento a eles. Sobre a chuva excessiva, os alertas foram feitos quatro dias antes do início da inundação no Vale do Taquari. Houve autoridades e líderes locais que minimizaram os prognósticos.

Quando aconteceram os primeiros deslizamentos, os discursos eram de algo inimaginável, que não havia histórico ou noção de que seria um risco. Ledo engano. O Serviço Geológico do Brasil (SGB\CPRM) fez uma análise de pontos críticos no Rio Grande do Sul. São 60 municípios com laudos feitos desde 2013. Entre eles, estão Encantado, Roca Sales, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Lajeado e outras cidades da região.

Mas esse diagnóstico é insuficiente. Há muito mais pontos que merecem análise. Neste sentido, cabe destacar o movimento iniciado ontem, na parceria entre Univates e Estado. Um grupo de voluntários do Vale farão o complemento dos estudos do SGB.

Esse conhecimento local tem potencial de chegar nos pontos críticos e fazer um detalhamento mais elaborado do que a chegada de técnicos do serviço nacional. Por meio do contato com moradores das encostas, há mais assertividade sobre causas, efeitos e danos causados pelos deslizamentos.

Corredores se unem em solidariedade

Circuito dos Vales promove ação solidária no dia que seria a segunda etapa do ano

AFiliado à

Fundado em 1º de julho de 2002

Vale do Taquari - Lajeado - RS

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Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Diretor Executivo: Adair Weiss

Diretor Editorial e de Produtos: Fernando Weiss

região vive as consequências da maior catástrofe ambiental já registrada no RS e mostra uma comunidade solidária, disposta a ajudar a reerguer as cidades. Diante deste cenário, o Circuito dos Vales/ Omega também entra na corrente voluntária e convida os atletas a se unirem para o bem.

O "Circuito Voluntário dos Vales" leva os corredores de rua para as cidades mais afetadas pelas cheias, com o objetivo de direcionar esforços para auxiliar os atingidos. A etapa se transforma em um dia de trabalho voluntário em parceria com a Defesa Civil Regional.

Os voluntários terão a oportunidade de participar de atividades de limpeza e outros serviços essenciais. Entre as cidades que receberão auxílio, estão Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Marques de Souza, Cruzeiro do Sul, Encantado, Roca Sales e Muçum.

Para aqueles que desejam

contribuir, mas não podem se deslocar para esses locais, há a possibilidade de entrar em contato pelo WhatsApp para obter mais informações sobre outras formas de colaboração. Os voluntários confirmados receberão, através do WhatsApp, detalhes sobre o horário e o ponto de encontro para iniciar os trabalhos. Para participar, basta vestir a camisa do Circuito dos Vales e se inscrever por meio de link disponível no site do Grupo A Hora.

Sobre o circuito

A primeira etapa do ano do Circuito dos Vales ocorreu em Santa Clara do Sul, no dia 24 de março. As próximas etapas estavam marcadas para Estrela, Arroio do Meio, Marques de Souza e Teutônia. Novas datas serão avaliadas pela coordenação nas próximas semanas.

Coordenador do Circuito, Deivid Tirp destaca que sem as

Precisamos fazer a nossa parte para colaborar com as pessoas e comunidades que foram atingidas. Isso é fundamental para termos um Vale ainda mais forte”

cidades que hoje precisam de ajuda, o evento não existiria. “Precisamos fazer a nossa parte para colaborar com as pessoas e comunidades que foram atingidas. Isso é fundamental para termos um Vale ainda mais forte”, reforça.

Tirp destaca que já são mais de 50 pessoas inscritas para auxiliar as cidades mais atingidas pelas cheias. A organização espera mais de 150 pessoas no domingo. “Todas elas participam com a gente nas etapas do Circuito dos Vales, ou são da nossa equipe de apoio, e agora estarão na rua para trocar o tênis de corrida por luvas, rodos e botas de borracha”. A iniciativa é do Grupo A Hora, com patrocínio master de Omega Construtora, e patrocínio de Mega Compra, Imec Supermercados, Óticas Carol, Unimed, Unimagem, Uninter, BrasRede e Água da Pedra, com apoio de Importados da Laura, Bruxel e Divine.

2 | A HORA Quinta-feira, 16 maio 2024 EDITORIAL
FAÇA SUA ASSINATURA 51 3710-4200
CIRCUITO SOLIDÁRIO DEIVID TIRP COORDENADOR DO CIRCUITO Primeira etapa do Circuito dos Vales foi em Santa Clara do Sul. Datas das próximas edições serão avaliadas pela coordenação do evento Neste domingo, 19, o Circuito dos Vales/ Omega teria etapa da Imigração Alemã, em Estrela, cidade também atingida pela cheia

Estado e Univates formam grupo de voluntários para avaliar riscos geológicos

Equipe vai auxiliar na elaboração de um mapa de pontos críticos no Vale do Taquari. Primeira saída a campo ocorre em Santa Clara do Sul

Os episódios de deslizamentos, movimentos de massa, queda de barreira e afundamentos de solo evidenciaram que o risco de catástrofes climáticas no Vale do Taquari vão além das enchentes. Construções em encostas de morro podem representar acidentes com óbitos, como aconteceu em Roca Sales, por exemplo, onde pelo menos duas famílias foram vítimas de deslizamentos.

No Rio Grande do Sul, o Serviço Geológico do Brasil (SGB\CPRM) mapeou 60

Masato Kobiyama, coordena grupo de voluntários da região

municípios. “Sabemos que há muito mais pontos. Pretendemos ampliar a base de dados para somarmos a esse estudo”, diz a secretária Estadual de Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann.

Na tarde de ontem, a Univates promoveu uma formação específica para engenheiros, geólogos, equipes de Defesa Civil, bombeiros e servidores municipais. Mais de 170 pessoas acompanharam a programação no Auditório do Prédio 11.

“Prevemos uma ação teórica e outra prática. Primeiro com

Mais de 170 pessoas acompanharam a formação sobre acidentes geológicos. Grupo de voluntários inicia vistorias hoje, em Santa Clara do Sul

uma formação voltada aos conceitos de movimentos de massa, as tipologias e riscos”, diz a professora da instituição, a Engenheira Ambiental, Sofia Moraes.

O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), integrante do Grupo de Pesquisa dos Desastres Naturais (ligado ao Instituto de Pesquisas Hidrogeológicas-IPH), Masato Kobiyama, coordenou o curso. Na saída de campo de hoje, o especialista e os voluntários farão visitas técnicas em três locais de Santa Clara do Sul.

“A topografia do Vale do Taquari é favorável para movimentos de massa. Visitei Encantado há alguns meses. É um lugar muito bonito. Fui nos

Entenda mais sobre movimentos de massa

DESLIZAMENTOS:

Movimento de massa descendente em encostas.

Diversos fatores podem desencadear:

Infiltração de água no solo. Isso pode reduzir a coesão entre as partículas, tornando-o mais suscetível.

Declividade: Quanto mais íngreme, maior a probabilidade.

RACHADURAS:

Causas diversas, como: Retração do solo. A perda de umidade pode se contrair e desenvolver rachaduras.

Expansão e contração. Há minerais presentes no solo que podem expandir quando úmidos e contrair quando secos, levando à formação de rachaduras.

locais, e comecei a apontar. Aqui o solo desliza, aqui pode cair rocha. Assim é em outras cidades da região também”, frisa Kobiyama.

“A palestra de hoje não serve de nada se não formos a campo. É nas vistorias que vamos entender o grau de risco às pessoas”, afirma o pesquisador Kobiyama.

O promotor de Justiça, Sérgio Diefenbach, destaca que com a avaliação técnica, os laudos servem de referência para políticas públicas e também para

AFUNDAMENTOS:

Os afundamentos do solo podem ocorrer devido a vários motivos, como: Extração de água subterrânea: A remoção excessiva de água do subsolo pode levar ao colapso do solo, resultando em afundamentos. Subsidência: Atividades humanas, como mineração, podem causar subsidência do solo à medida que as camadas subterrâneas são retiradas.

RASTEJOS:

O rastejo é um movimento lento e contínuo de solo em encostas. Isso pode ser causado por: Umidade: A água presente no solo reduz a coesão dos materiais Inclinação: isso pode facilitar o rastejo, especialmente em solos argilosos.

retirada das pessoas de áreas de risco. “Não é necessário um procedimento judicial. Se existe apontamento de profissional especializado sobre incidentes geológicos, a retirada das pessoas pode ser feita pela autoridade local”, esclarece.

Desta feita, diz o promotor, a formação do grupo de voluntários representa uma oportunidade de qualificar as análises técnicas voltadas à segurança da população.

Corsan/Aegea planeja perfurar poços em áreas não alagáveis em Estrela

Após cerca de 15 dias sem fornecimento de água em alguns bairros de Estrela, a Corsan/Aegea apresentou plano de recuperação da rede no município. De acordo com o levantamento da companhia, nove poços foram diretamente afetados pela cheia do Rio Taquari. Ao todo, a cidade possui 18. Neste momento, 15 estão em pleno funcionamento. A expectativa é que o serviço seja normalizado até amanhã, 16. Entre as iniciativas, a empresa aponta a construção de novos poços em áreas não alagáveis. Localidades em pontos altos, como Auxiliadora, Alto da Bronze, Cristo Rei e Linha Santa Rita, devem ser avaliadas pela companhia. Com metade do sistema

de abastecimento atingido pela enchente, a Corsan/Aegea ressalta a necessidade de repensar o fornecimento de água. Segundo a empresa, a prioridade é garantir que o sistema de abastecimento não seja afetado em períodos de cheia ou estiagem. O número de poços não foi definido, pois será decidido com base na vazão da água. Desta forma, também há a possibilidade de flexibilizar o uso dos poços de acordo com a necessidade de fornecimento de água. A avaliação nos bairros deve iniciar em cerca de 15 dias.

Representantes da prefeitura de Estrela e da Corsan/Aegea se reuniram na tarde desta quarta-feira, 15, para debater o

plano de recuperação e também medidas emergenciais. Diante do questionamento do prefeito Elmar Schneider para a retomada do serviço após o nível da água baixar, o diretor da companhia, Rodrigo Lacerda, explicou que os poços precisam de energia para o funcionamento.

O bloqueio de diversas estradas pelo Estado, segundo ele, dificultou a chegada de geradores. Como alternativa, a companhia confirmou a disponibilidade de geradores para operação em casos de cheia. Além disso, na próxima semana será instalado um sistema de automação que permite avaliar a pressão da água de forma online, o que deve agilizar a resposta das demandas.

A HORA | 3 Quinta-feira, 16 maio 2024
AMBIENTE
MEIO

Movimento “Água até Aqui”

rodrigomartini@grupoahora.net.br

TIRO

Voluntariado ou politicagem?

Aeducação visual salva vidas e precisa estar presente em todas as cidades impactadas pelas enchentes e inundações. E não faltam iniciativas populares para inspirar a comunidade do Vale do Taquari. Entre essas, destaco o coletivo “Água até Aqui”, em movimentação no Estado de São Paulo. Por lá, um grupo de profissionais da área da comunicação

iniciou um importante movimento de conscientização na principal avenida da capital paulista. Os adesivos alertam para os riscos da inundação e teriam um papel fundamental na educação comunitária da nossa região. É suficiente? Claro que não. Além disso, é preciso aprimorar a educação junto às comunidades e estudantes. Mas é uma iniciativa barata, lúdica, simples e de fácil implantação.

Burocracia até para a limpeza

Chefe do Executivo de Estrela, Elmar Schneider (MDB) está incomodado com a burocracia imposta para a limpeza da cidade. Eu explico. Representantes do governo estadual ameaçam não custear os serviços de recolhimento das toneladas de sujeita e entulhos caso o governo municipal não respeite alguns critérios. Entre esses, o depósito em uma área não-alagável. Em nome da agilidade, ele questiona as exigências e promete “bater o pé” para que o estado desista de algumas exigências.

Não pensem que os olhos da fiscalização estão fechados. Pelo contrário. E mais. As próprias redes sociais registram tudo que se passa nos bairros mais periféricos. Portanto, um alerta aos dedicados e voluntariosos agentes políticos: a entrega, em mãos, dos mantimentos (especialmente as doações já registradas em pontos de distribuição, como os colchões, por exemplo) para a população mais carente e afetada não pode servir de palanque eleitoral. Afinal, até o oportunismo tem limite.

Documentos perdidos

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul iniciou o programa “Recomeçar é Preciso!”, uma ação emergencial para a recuperação de documentos em diversos locais do Estado. O programa é resultado de uma parceria entre a Presidência do TJRS, a Corregedoria-Geral da Justiça, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os Registradores Civis do RS e o Comitê Gestor do Plano Social da Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humano, o Ministério Público do Estado e a Defensoria Pública do Estado. Conta também com o apoio da Polícia Federal, da OIM (Agência de Migração da ONU), Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) e do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. E tal movimento já iniciou, também, no Vale do Taquari.

Ministro (e possível candidato) novo ao Rio Grande do Sul

A possibilidade de Paulo Pimenta deixar a função de MinistroChefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal já não era segredo para quem acompanha a política nacional. Já faz alguns meses que o gaúcho

“balançava” no estratégico cargo. Pois bem, e diante da tragédia que assola o nosso estado, o presidente Lula parece ter unido o útil ao agradável ao anunciar Pimenta como o Ministro de Reconstrução do Rio Grande do Sul. Tomara que dê certo. Cotado para ser candidato a governador, o deputado federal licenciado terá a dura missão de coordenar a distribuição de recursos e a aplicação de políticas públicas em mais de 400 municípios gaúchos. Não será nada fácil.

• Na câmara legislativa lajeadense, o vereador Isidoro Fornari (PP) assina requerimento para solicitar ao Executivo um projeto de lei “com o objetivo de conceder isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) sobre a execução e operações nos serviços prestados pelas empresas na construção da nova ponte de ferro, entre a cidade de Lajeado e Arroio do Meio”.

• Já a vereadora Ana da Apama (PP) assina dois requerimentos para reconstruir a cidade. Além de pedir que o governo municipal venda ou leiloe parte dos imóveis de propriedade do município para arrecadar fundos, ela sugere a “aplicação imediata” do superavit financeiro para as ações de reconstrução e auxílio aos atingidos pela enchente.

• Redes de postos de combustível anunciaram, na terça-feira, o aumento de R$ 0,10 no preço do óleo diesel em todo o Rio Grande do Sul. Diante da repercussão negativa nos meios político e empresarial, eles voltaram atrás e reajustaram os preços para baixo. Menos mal. Afinal, o momento ainda é inapropriado.

• Além da campanha Juntos Pela Ponte, referente à estrutura entre Arroio do Meio e Lajeado, empresários e agentes públicos também organizam a Comissão Pró-Reconstrução para reerguer outra ponte sobre o Rio Forqueta, entre Marques de Souza e Travesseiro.

• A região baixa do Vale do Taquari já não possui tantos problemas de logística. Pouco a pouco e a BR-386 vai retomando a normalidade. Já na região baixa, a inércia do Estado para garantir melhores condições à ERS-129 vai resultar em um prejuízo colossal e muito (mas muito mesmo) superior aos valores necessários à pavimentação do trecho entre Colinas e Roca Sales. É uma pena!

A “papelocracia” já impera

A reconstrução da Ponte de Ferro entre Lajeado e Arroio do Meio já conta com R$ 6,7 milhões do governo federal, e ao menos R$ 2,5 milhões em emendas de deputados federais. Além disso, a campanha Juntos Pela Ponte segue a pleno vapor e as doações já estão próximas do primeiro milhão. Mesmo assim, os agentes públicos e empresários da região engajados no movimento demonstram muita preocupação com um possível, antigo e indigesto entrave: a burocracia. Nessa terça-feira, por exemplo, o Secretário Nacional de Defesa Civil Wolnei Wolff chegou ao Vale do Taquari em uma imponente aeronave para anunciar que a União vai exigir um estudo hidrológico para autorizar o repasse de recursos. Ou seja, e para o bem ou para o mal, a burocracia já impera.

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Proposta da União destinará R$ 5,1 mil a famílias atingidas pela enchente no RS

“Vale Reconstrução” foi uma das medidas anunciadas durante vinda de comitiva presidencial ontem. Novidades também contemplam aquisição de moradias por parte do governo federal para repor casas perdidas na catástrofe

Entre as medidas de apoio do governo federal ao Rio Grande do Sul anunciadas ontem, 15, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a São Leopoldo, está o pagamento de um auxílio financeiro para as famílias atingidas pela catástrofe do começo deste mês. Batizado de “Vale Reconstrução”, o benefício deve começar a ser pago em breve. O depósito de R$ 5,1 mil será feito via Pix pela Caixa Econômica Federal, em parcela única e terá como objetivo a reposição de equipamentos perdidos no evento climático, como móveis e eletrodomésticos. A estimativa da União é de que pelo menos 200 mil famílias afetadas diretamente pelas inundações sejam contempladas. O procedimento será autodeclaratório e as autoridades vão cruzar dados para confirmar se a área onde a pessoa beneficiada vive está entre as atingidas. Esse trabalho será liderado pela Defesa

Civil nacional, com apoio das defesas civis municipais e do RS. O impacto inicial previsto é de que sejam movimentados R$ 1,2 bilhão com a medida.

“A ajuda que hoje a gente verbaliza é uma ajuda para pessoas que perderam sua geladeira, seu fogão, sua televisão, seus móveis, seu colchão. Será atestado pela Defesa Civil de cada município, aquela poligonal, aquelas ruas onde as pessoas perderam seus objetos” ,destacou o ministrochefe da Casa Civil, Rui Costa.

Habitação

Outros anúncios foram feitos durante a visita da comitiva federal no RS. Na área habitacional, o governo federal vai entregar uma casa gratuitamente para famílias que perderam seus imóveis e se encaixam nas faixas de renda 1 e 2 do Minha Casa, Minha Vida. Pelas regras do programa habitacional, a faixa 1 compreende

famílias com renda bruta familiar mensal de até R$ 2.640. Já a faixa 2 abrange famílias com renda entre R$ 2.640,01 e R$ 4.400. Entre as medidas apresentadas, está a compra assistida de imóveis usados. Segundo Costa, a ideia é que as pessoas que se encaixam na faixa de renda do programa possam buscar, desde já, opções de imóveis à venda nas suas cidades, que serão adquiridos a partir de avaliação da Caixa.

“Aquelas pessoas que estão em abrigo, seja abrigo oficial ou estão abrigadas em casas de familiares, elas já podem procurar na sua cidade um imóvel à venda que o governo federal, através da Caixa, vai comprar a casa e entregar à pessoa”, frisa.

Novo ministério

Na solenidade, Lula assinou também medida provisória que cria a Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do RS. O órgão terá status de ministério e será chefiado por Paulo Pimenta, atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A Secom será assumida interinamente pelo secretário-executivo Laércio Portela.

Os anúncios feitos pelo governo federal

VALE RECONSTRUÇÃO

– Benefício de R$ 5,1 mil em parcela única, para todas as famílias com residências afetadas diretamente na catástrofe. Reposição de equipamentos e outros bens perdidos;

– Impacto inicial previsto de R$ 1,2 bilhão;

– Defesa Civil Nacional, em parceria com Defesas Civis do RS e municípios, vai informar áreas atingidas, cujas casas foram afetadas;

– Operação a cargo da Caixa Econômica Federal, via Pix.

NOVAS HABITAÇÕES URBANAS

PARA QUEM PERDEU SUA CASA

– Compra assistida de imóveis usados. Busca de imóvel pelo beneficiário ou chamamento público de interessados em vender imóveis. Limite de valor máximo de imóvel, com avaliação feita pela Caixa;

– Imóveis em processo de leilão da Caixa e Banco do Brasil que estejam desocupados;

– Aquisição de imóveis de construtoras já em obras ou concluídas;

– Aproveitamento de propostas inscritas e não selecionadas na seleção do Minha Casa, Minha Vida em 2023;

– Nova seleção do Minha Casa, Minha Vida para os municípios em que os itens anteriores não foram suficientes;

– Para casas destruídas em áreas rurais, estratégia ainda em elaboração.

BENEFÍCIOS PARA FINANCIAMENTO

HABITACIONAL - IMÓVEIS NAS ÁREAS ATINGIDAS

– Suspensão das parcelas mensais por seis meses do FGTS e do Minha Casa, Minha Vida;

– Aumento do tempo para usar saldo do FGTS para pagar parcelas em atraso, passando de seis para 12 meses;

– Carência de 180 dias para novos contratos.

OUTROS BENEFÍCIOS

- FGTS Saque Calamidade: qualquer cidadão com saldo na conta do FGTS poderá sacar valor mínimo de R$ 6.220,00;

- Antecipação pagamento do Bolsa Família para 17 de maio;

– Mais 21 mil famílias que preencheram requisitos do Bolsa Família no RS entrarão na folha de pagamento de junho;

– Antecipação do calendário de pagamento do Abono Salarial 2024 para maio para o total de trabalhadores habilitados, cujo estabelecimento empregador esteja nos municípios com reconhecimento federal de calamidade ou emergência;

– Liberação de duas parcelas adicionais do Seguro-Desemprego para os desempregados que já estavam recebendo o benefício na data do reconhecimento federal da calamidade pública;

– Restituição do Imposto de Renda no 1º Lote para contribuintes no RS.

A HORA | 5 Quinta-feira, 16 maio 2024
APOIO FEDERAL
RICARDO STUCKERT

PERDAS NO CAMPO

Estrela acumula prejuízos no interior

Informações da Secretaria de Agricultura é de que danos cheguem próximos aos R$ 280 milhões

Acheia que assola o Vale do Taquari no mês de maio trouxe inúmeros prejuízos financeiros para as cidades. Em um levantamento preliminar feito pela Secretaria de Agricultura de Estrela aponta que o prejuízo chega próximo aos R$ 280 milhões.

Um desses produtores que teve perdas milionárias foi Jorge Dienstmann, 52 anos, morador da comunidade de Chá da Índia, interior de Estrela. Na propriedade de 16 hectares estima ter um prejuízo de R$ 2,5 milhões, entre animais, estrutura física e lavoura.

Dienstmann, que já enfrentou duas enchentes anteriores, conseguiu salvar apenas as vacas

desta vez, mas não sem um enorme prejuízo. “Dessa vez foi tranquilo. Passou-se duas outras enchentes e na primeira se perdeu animais. E com isso a gente aprendeu na antecipação de tirá-los e colocar eles num lugar mais seguro”, relatou.

Preparação e surpresa

Na segunda-feira, 29 de abril, Dienstmann percebeu, com base em informações meteorológicas, que uma nova enchente estava a caminho. Ele esperava um nível de 28 a 29 metros de água, mas a realidade foi muito mais severa, com o rio atingindo 34 metros. “A gente estava trabalhando em uma cota menor. Então com 26,8 metros, já começa atingir aviário, dá um problema. Tem problema nas vacas, então a gente já retira os animais”, explicou Dienstmann. No entanto, a enchente ultrapassou todas as previsões, resultando em vasta destruição.

estrutura física, todos os aviários foram atingidos, o tambo de leite, tudo foi atingido e destruído”, detalhou o agricultor.

Os prejuízos financeiros são enormes. Dienstmann estimou perdas de aproximadamente R$ 950 mil na primeira enchente, R$ 450 mil na segunda, e agora, com a destruição completa dos aviários, do tambo de leite e da lavoura, o custo de reestruturação passa de R$ 2,5 milhões.

Futuro incerto

Diante de tamanha adversidade, Dienstmann decidiu que não continuará com a produção de leite e frangos na propriedade. Cita que por ano integravam em torno de 450 mil aves e entregavam cerca 400 mil litros de leite. “Isso não vai existir mais nessa propriedade”, lamentou.

As vacas que foram salvas estão em processo de venda, pois não há mais condições de mantê-las.

“Os animais em lactação vão ser vendidos, já tá nesse processo de venda porque não tem aonde alocar elas pra ordenhar, dependo hoje de um vizinho que cedeu um espaço para essa finalidade”, explica.

Ele também destaca o impacto econômico mais amplo que essa enchente vai ter, afetando empregos e a economia local. “Eu não vou ter a produção, logo a empresa que dependia de mim, pra venda dos insumos ou para compra do leite, vão sentir essa para e isso vai se estender por outras propriedades da cidade.”

Prejuízos acumulados

Essa foi a terceira enchente em apenas oito meses, acumulando perdas significativas para Dienstmann. “Na primeira teve imóveis, alguma coisa de estrutura, e na segunda então só a perda de frangos, e agora então foi perda de frango e toda a

Quanto à moradia, Dienstmann e sua família estão temporariamente realocados em outra casa, mas planeja recuperar parte da residência para continuar vivendo na propriedade e se concentrar na lavoura, possivelmente plantando soja e milho. No entanto, ele não pretende recomeçar com a pecuária ou avicultura, especialmente porque suas filhas não têm intenção de continuar no negócio agrícola.

Reconstrução da

RSC 287 deve contar com pontes secas

Com previsão de 30 dias para finalizar o desvio de três quilômetros que está sendo construído, paralelo à RSC 287, a partir do km 61, em Venâncio Aires, a empresa Rota de Santa Maria, concessionária responsável pela administração da rodovia, ainda não tem prazo para conserto total do trecho. A direção da empresa confirmou ao prefeito Jarbas da Rosa que estuda alterar o projeto original e de duplicação da rodovia, incluindo nos locais mais atingidos pelas enchentes, a construção de pontes secas que possam minimizar futura ação das águas na região.

A construção de pontes secas já foi ventilada em outras oportunidades, porém sem definição por parte da equipe técnica da rodovia. O rompimento total em quatro pontos de concreto, no entanto, mudou a convicção dos técnicos, que viram na prática a força das águas represadas naquela região. "Ainda vamos trazer o estudo preliminar ao prefeito e o debate com a comunidade será feito. Mas é certo que já estudamos sim a inclusão de pontes secas nesse processo de reconstrução da rodovia e não apenas na duplicação. A magnitude deste estrago nos confirma que é preciso repensar o futuro do trecho", destacou o diretor César Cruvinel.

A magnitude deste estrago nos con rma que é preciso repensar o futuro do trecho”

CÉSAR CRUVINEL

DIRETOR

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Na propriedade de Jorge o prejuízo chega a R$ 2,5 milhões, entre animais, estrutura física e lavoura FOTOS EZEQUIEL NEITZKE

POLÍTICA

Vereadores cobram investimentos para a Defesa Civil em Lajeado

Ginásios com estrutura para abrigar flagelados, embarcações de grande porte e conhecimento técnico foram algumas das demandas elencadas na sessão desta terça-feira, 14

Em meio aos elogios e agradecimentos aos voluntários e lamentações pelas mortes e prejuízos financeiros, a estrutura da defesa civil de Lajeado pautou as manifestações de vários vereadores na sessão dessa terça-feira, 14. Entre os relatos, pedidos por locais adequados para abrigar as pessoas que saem de casa durante as catástrofes, equipamentos para os profissionais que atuam na linha de frente do serviço de prevenção e resgate foram alguns dos apontamentos feitos pelos integrantes do Legislativo.

Jones Vavá (MDB), Marquinhos

LOGÍSTICA

Scheffer (MDB) e Carlos Eduardo Ranzi (MDB) cobraram investimentos pelo governo municipal. “A única emenda que fizemos ao orçamento para 2024 foi a destinação de R$ 550 mil para a defesa civil. A pergunta é quantos barcos a mais temos agora do que em setembro?”, diz Ranzi.

Vavá sugeriu a destinação de valores do município para construção da ponte entre Lajeado e Arroio do Meio. “Com todo respeito, mas não podemos depender do Badin para ter esta estrutura”.

Scheffer criticou o aumento de preços de mercadorias em estabelecimentos da cidade durante o período mais delicado

da enchente. “Preços absurdos e exigindo que se pague em dinheiro, hoje todo mundo usa cartão. Vi gente que deixou carrinho cheio em mercado e foi embora”.

Fabiano Bergmann (PP) analisa que nas construções de ginásios, é preciso considerar não apenas as necessidades para prática

Começa travessia na passadeira entre Lajeado e Arroio do Meio

Uma nova alternativa agiliza a travessia entre Lajeado e Arroio do Meio, no trecho da ERS130. Instalada pelo Exército na terça-feira 14, uma passadeira, ou passarela flutuante, permite o tráfego de pessoas na divisa dos municípios. No início da manhã dessa quarta, barcos ainda operavam no local. A passagem foi liberada por volta das 9h. A passadeira funciona 24h por dia. Guarnições do Exército permanecem no local o tempo todo. Fazem distribuição dos coletes. Cerca de 30 pessoas passam no local por minuto na estrutura que tem cerca de 80

metros de extensão.

A passagem provisória liga as cidades, já que as duas pontes sobre o Rio Forqueta foram destruídas pelas cheias. Na passadeira, é permitida a passagem de 45 pessoas por minuto, em um único fluxo. A interligação é feita exclusivamente para pedestres.

A estrutura é instalada na altura da água. O material veio de Santa Catarina, em módulos, e levou cerca de 40 minutos para a montagem. Até então a travessia sobre o Rio Forqueta era feita por barcos de voluntários ou botes do Exército.

Moradora de Arroio do Meio, Mara Forneck, trabalha como coordenadora pedagógica do Colégio Gustavo Adolfo, em Lajeado, e faz a travessia entre as duas cidades pelo Rio Forqueta todos os dias.

Desde o fim de semana, a travessia é feita com botes do Exército, mas Mara conta que também atravessou o rio com os barcos de voluntários. “Foi tranquilo, eles nos deixam seguros”, afirma. Nesta semana, no entanto, com a nova cheia no Vale, ela diz que o acesso até o rio se tornou mais difícil, com muito barro nas duas margens.

A única emenda que zemos ao orçamento para 2024 foi a destinação de R$ 550 mil para a defesa civil. A pergunta é quantos barcos a mais temos agora do que em setembro?”

autoridades. Não é momento de apontar erros”.

Olhar para as empresas

esportiva ou eventos. “Um lugar ou dois que tenham capacidade par dar o atendimento adequado, receber e distribuir as doações, acolher este público”.

Heitor Hoppe (PP) avalia o assunto como importante, mas pede que o debate seja feito em outro momento. “A hora é de dar carinho inclusive para as

Deolí Gräff (PP) elogiou o trabalho humanitário feito por voluntários e poder público, contudo pediu atenção para as empresas afetadas pela enchente. “Hoje foco é para os flagelados, mas as pessoas precisam ter o seu trabalho para se sustentar”. O presidente Lorival Silveira (PP) reforçou a integração entre o Legislativo e o Executivo para superar o atual cenário. “Temos que estar juntos, sem olhar partido”. Isidoro Fornari Neto (PP) solicitou que o governo retire o valor do ISSQN em todos os processos da nova ponte entre Arroio do Meio e Lajeado a ser construída. “É pouco, mas quanto mais pudermos baratear, melhor”. Os dois projetos aprovados na sessão desta terça-feira permitem a contratação de dois monitores de creche para atender demanda das escolas municipais de Lajeado. A próxima sessão será na terça-feira, 21, a partir das 17h.

A HORA | 7 Quinta-feira, 16 maio 2024
CARLOS EDUARDO RANZI VEREADOR HENRIQUE PEDERSINI

thiagomaurique@grupoahora.net.br

THIAGO MAURIQUE

Mesmo com sedes alagadas, FB Net manteve conexões na região

Com duas unidades atingidas pelas enchentes, a FB Net conseguiu manter a maior parte dos clientes conectados à internet nos vales do Taquari e Rio Pardo em meio aos eventos climáticos que assolaram a região. Além de solucionar diversos danos à infraestrutura provocados pelas cheias, a empresa também auxiliou na conexão de prefeituras, defesas civis, hospitais e até provedores concorrentes.

De acordo com o CEO da empresa, Júnior Bohn, toda a equipe técnica trabalhou em regime de plantão ao longo do

momento mais agudo da crise. Hoje, a empresa ainda redobra esforços na manutenção dos danos. “Foi uma luta constante para manter o sistema no ar.”

Conforme Bohn, a água invadiu a sede da empresa em cerca de um metro, o que alagou geradores e parte da sala de máquinas que fornece energia para o Data Center. “Trabalhamos a noite toda no escuro e na água. Instalamos novos geradores e transferimos a estrutura para o segundo andar e mantivemos tudo funcionando.”

Na sede de Lajeado, a água invadiu a uma altura de 1,5 metro, o que também provocou

alagamento no gerador. Com a ajuda de um barco, a equipe conseguiu entrar na unidade e instalar um cabo no Data Center, que foi ligado em outro gerador, distante cerca de 200 metros. Além das ações nas sedes atingidas, a FB Net também deslocou grande contingente para recuperar infraestrutura destruída pela força das águas. “Na semana passada, instalamos 43 postes, com força humana”, ressalta. Com algumas rotas novamente alagadas no fim de semana, a empresa segue trabalhando para garantir a conectividade nas comunidades da região.

Após críticas, postos desistem de elevar preço do diesel

Pegou mal entre as empresas de logística o anuncio de aumento de R$ 0,10 no litro do diesel por parte de duas empresas do setor de combustíveis: o Grupo Sim e a Rede de Postos Buffon. Na terça-feira, O Grupo Sim enviou comunicado aos seus clientes justificando a medida. Conforme a nota, a elevação nos preços se deveria ao impacto nos custos de compra, operacionais e logísticos para manter os postos funcionando. Comunicado semelhante foi recebido por clientes do grupo Buffon.

Nas redes sociais, empresários do setor de transportes manifestaram descontentamento com a medida. Influente dirigente do segmento questiona a prática desse

aumento no momento em que as empresas de logística prestam trabalho voluntário no transporte de donativos aos atingidos. “Inaceitável esse tipo de atitude no momento em que estamos passando.”

Ontem, as duas empresas voltaram atrás na decisão. Conforme o

Grupo Sim, o aumento não chegou às bombas e os valores cobrados dos clientes conveniados já voltaram ao normal. Para os empresários do setor, valeu a pressão da sociedade e dos transportadores que estão fazendo a logística das doações.

CIC-VT integra reunião com presidente Lula

Presidente da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ângelo Fontana integrou ontem agenda com o presidente Lula e a comitiva do Governo Federal em São Leopoldo. A cúpula do Executivo anunciou novas medidas de auxílio a população atingida pela tragédia e as entidades empresariais, lideradas por Federasul, Fiergs, Fecomercio e Farsul, apresentaram documento com sugestões tributárias para enfrentar a crise das enchentes. Na terça-feira, 14, Fontana participou de reunião do Comitê de Crise do Governo do RS, onde discutiu a agenda do censo desenvolvido pelo gabinete de Apoio ao Empreendedor. A pesquisa visa coletar informações das micro, pequenas, médias e grandes empresas para compreender a extensão dos danos ao setor produtivo.

FRASE DO DIA

Estamos enfrentando dificuldades no recebimento de matérias-primas e insumos necessários para a produção. As fábricas também começam a enfrentar alguma dificuldade no abastecimento de gases (Hidrogênio e Nitrogênio). Da mesma forma, estão com o desafio de garantir o escoamento das mercadorias.”

• Campanha do Agasalho – Diante da situação de calamidade pública no Estado, a Construtora Diamond decidiu ampliar a tradicional campanha do agasalho promovida anualmente pelo Diamond Social em parceria com os Empreendimentos do Bem. As Imobiliárias Diamond de Lajeado, Gramado e Balneário Camboriú recebem doação de roupas, calçados, artigos de cama e banho, ração para pets, produtos de limpeza e higiene pessoal que serão destinados às famílias atingidas pelas cheias. Em nota, a empresa afirma que está com as equipes reduzidas, já que muitos colegas, familiares, amigos e parceiros também foram afetados direta ou indiretamente. “Apesar de todas as dificuldades, temos o compromisso e o dever de estender a mão às nossas comunidades.”

• Sem corte de energia - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu flexibilizar as regras de prestação do serviço de distribuição de energia no Rio Grande do Sul em decorrência da situação de calamidade pública. Diante de restrições de leitura de consumo de energia, entrega da conta de luz e pagamento, a Aneel determinou a manutenção da prestação do serviço mesmo em casos de inadimplência. Dessa forma, não são permitidas as ações de suspensão do fornecimento e de cobrança por no mínimo 90 dias para os municípios atingidos. É permitida a emissão de fatura pela média ou a não realização de faturamento nas situações em que a leitura não for possível e a entrega da fatura por meios alternativos.

8 | A HORA Quinta-feira, 16 maio 2024
MEDEIROS DIRETOR DE
E RH DA TRAMONTINA, EM ENTREVISTA PARA A CNN
JOSÉ PAULO
PRODUÇÃO
FOTOS DIVULGAÇÃO

LAJEADO

“Não podemos repetir os oito meses desde setembro para iniciar as obras”

Oprefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, e a vice-prefeita, Gláucia Schumacher, anunciaram em entrevista à Rádio A Hora que o município já definiu áreas para a construção de novas casas destinadas às pessoas afetadas pelas enchentes. O projeto do programa Minha Casa Minha Vida, relativo à enchente de setembro de 2023, está pronto para ser iniciado, porém a administração municipal enfrenta um impasse para começar as obras.

Caumo afirma que existem boas perspectivas para iniciar as construções, mas os requisitos exigidos pela Caixa Econômica encarecem o processo, o que dificulta o início das obras e afasta construtoras

interessadas no serviço. “Não podemos permitir que se repitam os oito meses que se passaram desde setembro até agora para começar as obras”, declara Caumo. O gestor disse que já encaminhou o assunto para a Secretaria Nacional de Habitação (SNH) para discussão e que espera um retorno em breve. Na região, a iniciativa privada ligada ao segmento da construção civil demonstra interesse nas obras, o que gera otimismo no prefeito: “Toda ajuda é bem-vinda. Mas a dificuldade está em conseguir superar as barreiras do RS”, afirma. Questionado sobre a situação das pessoas cujas casas foram afetadas e, de alguma forma, não puderam retornar, seja por condenação ou outro motivo, Caumo afirmou que o município seguirá critérios de prioridade para entregar as novas residências. Os gestores também informaram que as inscrições para o recebimento do aluguel social permanecem abertas. Os interessados devem procurar o centro montado ao lado da Assistência Social, em Lajeado, para fazer a solicitação. O valor é de R$ 1 mil, pago pelo governo municipal, para auxiliar no custo do aluguel.

Toda ajuda é bemvinda. Mas a di culdade está em conseguir superar as barreiras do RS”

A HORA | 9 Quinta-feira, 16 maio 2024
MARCELO CAUMO PREFEITO DE LAJEADO JÉSSICA MALLMANN

SOLIDARIEDADE

Defesa Civil busca arrecadar uma tonelada de água sanitária até o fim de semana

Em vez de água potável, o Centro de Distribuição de Doações precisa, nesta semana, água sanitária para a retomada de limpeza no Vale do Taquari

As fortes chuvas do último domingo, 12, causaram novas inundações no Vale do Taquari, exigindo a retomada urgente da limpeza das casas afetadas. Para auxiliar nesse processo, a Defesa Civil do Estado busca arrecadar uma tonelada de água sanitária até o final da semana.

Segundo Diane Sordi, voluntária da Defesa Civil, “muitas famílias já haviam limpado suas casas, mas com a nova inundação, precisamos reiniciar a limpeza”. A água sanitária é crucial para remover o lodo e garantir a higiene das residências, prevenindo doenças e promovendo a saúde das famílias atingidas.

Além de água sanitária, há a necessidade de sabão em pó, desinfetante, escovas de dentes, xampus e desodorantes. Os três últimos itens são doações escassas, mas muito necessários para garantir a higiene pessoal das pessoas.

Kits de limpeza

Centro de Doações Regional, localizado no clube União Campestre em Lajeado, recebeu pelo menos 20 caminhões truques e carretas lotados de mantimentos neste fim de semana. Itens essenciais para amparar as famílias atingidas chegam a todo momento, por meio de veículos dos Correios ou da comunidade.

As doações chegam de todo o Brasil. Caminhões de outros estados passam pelo call center, que direciona o fluxo nas fluxo nas rodovias para os donativos sejam levados de forma ágil e distribuídos igualitariamente.

Busca constante por voluntários

A Defesa Civil do Estado busca reforçar o quadro de voluntários para garantir a organização e distribuição eficiente das doações. Os voluntários separam os produtos e organizam a logística de distribuição. A ideia é manter a motivação do voluntariado para que não cesse a ajuda nas próximas quatro semanas. O espirito colaborativo precisa permanecer por muito tempo, para que as famílias e municípios possam se reestruturar.

Os cinco itens mais necessários da semana

- água sanitária - Sabão em pó - Escova e pasta de dente - Desodorante - Xampu

Onde e quando doar: Local: Esporte Clube União Campestre em Lajeado (Rua Rosalina Schneider Baron, 14) Horário: 8h às 18h

Estoque alto de água potável

O Centro de Distribuição recebeu dezenas de litros de água potável que vai servir para o consumo de famílias de toda a região. Com o estoque alto, a prioridade se concentra em outros itens essenciais para higiene e limpeza. As garrafas de água ocupam um grande espaço no Centro. Neste momento, o estoque é suficiente. A Defesa Civil ressalta a necessidade contínua de doações de alimentos. Três toneladas de comida são necessárias semanalmente para garantir o sustento das famílias atingidas pelas cheias.

10 | A HORA Quinta-feira, 16 maio 2024
ANDREIA RABAIOLLI

“Os municípios não têm dinheiro para reconstruir”, diz prefeito de

Bom Retiro do Sul

Edmilson Busatto reitera necessidade de envio de recursos federais para a reconstrução das áreas destruídas pelas cheias

Bom Retiro do Sul teve a parte baixa e rural da cidade atingida pela cheia do Rio Taquari, no início de maio. Além dos estragos em pontes e estradas, 44 residências foram completamente destruídas, sem mencionar as que estão com a estrutura comprometida.

Busatto reconhece que em comparação a demais cidades, Bom Retiro do Sul pode considerar que teve menos estragos. Entretanto, ressalta que os municípios não têm dinheiro para se reconstruírem e que é necessário o envio de recursos federais de forma urgente. Sobre a posse de Paulo Pimenta, como ministro extraordinário da Reconstrução do RS, considera que não deve ser apenas uma nomeação do presidente Lula, mas sim investir recursos no ministério. “Chegar e

EDMILSON

Chegar e fazer, porque o que resolve não é conversa, é ação”

fazer, porque o que resolve não é conversa, é ação”, diz Busatto. Para finalizar, ele menciona que estudos mostram que há uma estimativa de repasse de R$ 2 milhões no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o que é considerado preocupante.

A HORA | 11 Quinta-feira, 16 maio 2024
RECOMEÇO
BUSATTO PREFEITO DE BOM RETIRO DO SUL

PÓS-CHEIA

Teutônia se mobiliza para arrecadar recursos a Estrela

Espetáculo “Pra Sempre Sertanejo Solidário”, apresentando pela Orquestra Henrique Uebel, busca atingir meta de R$ 100 mil. Diversas entidades teutonienses organizam evento que ocorre em 24 de maio Em uma iniciativa para auxiliar Estrela na reconstrução pós-cheia, diversas entidades de Teutônia se reúnem para organizar evento que tem por objetivo arrecadar recursos. A Orquestra Henrique Uebel apresenta, junto aos convidados, o show “Pra Sempre

Sertanejo Solidário” no dia 24 de maio, na Associação da Água. Todo o valor arrecadado será destinado para uma escola atingida no município de Estrela. Os ingressos ficam disponíveis para venda a partir desta quintafeira, 16, nas Lojas Certel e também com integrantes da organização ao valor de R$ 30. Na entrada do evento também será solicitado um quilo de alimento não perecível. A expectativa é arrecadar mais de R$ 100 mil e uma tonelada em itens alimentícios. Os Grupos

Folclóricos de Danças Alemãs de Estrela deve auxiliar na escolha da escola que será beneficiada. Organizador do evento, Marcelo Brentano diz que Estrela foi escolhida por ser a cidade mãe de Teutônia e de outros municípios do Vale do Taquari. O evento ocorre no dia do aniversário de Teutônia. O espetáculo “Pra Sempre Sertanejo” foi apresentado durante o mês abril. Diante do sucesso, o maestro Lucas Grave explica que surgiu a ideia de repetir o show, mas desta vez com intuito de auxiliar o município vizinho.

Sicredi Ouro Branco: mais de 3,5 mil associados prorrogam crédito

Diante da tragédia climática que assola o Rio Grande do Sul, o Sistema Sicredi anunciou uma série de medidas em apoio aos associados. Entre as adotadas, o adimento de parcelas de empréstimos, seguros e consórcios, isenção de pagamento de juros e multas por atrasos, além de aceleração da emissão de segunda via de cartões sem custo adicional.

De acordo com o diretorexecutivo da agência Sicredi Ouro Branco, Francisco Diehl, desde a cheia histórica do início de maio, mais de 3,7 mil associados prorrogaram linhas de crédito. A cooperativa, atenta aos movimentos da economia e as resoluções que ela desenvolve, ainda em 2023, nas cheias de setembro e novembro, já haviam

disponibilizado linhas de créditos e carências aos sócios. Para finalizar, Diehl afirma que a agência está aberta para receber associados e realizar negociações. “O Sicredi está muito mobilizado desde o princípio, onde o principal era a ajuda humanitária e agora estamos encaminhando para o segundo momento, que é sobre a reconstrução.”

12 | A HORA Quinta-feira, 16 maio 2024

CONSEQUÊNCIAS DA CHEIA

Marques de Souza contabiliza mais de R$ 50 milhões em prejuízos

O agro é um dos setores mais prejudicados, além de casas, pontes e estradas destruídas. Prefeito Fábio Mertz reitera a busca por recursos para reconstrução

Os prejuízos estão por todos os setores tanto público como privados em dezenas de municípios do Vale do Taquari após mais uma enchente. O município de Marques de Souza calcula mais de R$ 50 milhões em prejuízos. O

agro é um dos mais prejudicados assim como dezenas de casas, pontes e estradas destruídas. Conforme o prefeito Fábio Mertz, metade das moradias do município foram danificadas. São

1,2 mil residências em Marques de Souza, sendo 607 impactadas

por deslizamentos, enxurradas ou pelo rio Forqueta. Foram 68 casas totalmente destruídas e as demais apresentam avarias impedindo retorno das famílias. “Muitas pessoas após tragédia foram alugar casas ou apartamentos por conta própria, outros se abrigaram em casa de amigos e parentes e, no momento, temos cerca de 30 pessoas abrigadas em espaços públicos sem condições de retornarem para as residências sou por não quererem retornar”, ressalta.

Mertz destaca algumas regiões que foram mais afetadas como o Distrito de Tamanduá que teve deslizamentos, várzeas destruídas, além do cemitério evangélico devastado. “O cemitério católico foi destruído em 2010 e o evangélico nessa última enchente”.

Uma das demandas que exigem maior esforço é a recomposição da ponte que liga o município de Travesseiro e Marques de Souza. “Tivemos o plano de trabalho aprovado na última segunda-feira após ajustes. Recursos necessários

Tivemos o plano de trabalho aprovado na última segunda-feira após ajustes. Recursos necessários devem ultrapassar os R$ 4,1 milhões. Agora buscamos esses recursos”

devem ultrapassar os R$ 4,1 milhões. Agora buscamos esses recursos para a execução dos serviços”.

Com muita lama ainda na cidade, o gestor reforça o pedido de ajuda humanitária para a limpeza. Município contou com a ajuda de maquinários de empresários locais que auxiliaram nos trabalhos de desobstrução de vias de acesso. Com toda a situação enfrentada, Mertz enfatiza que alguns projetos serão prejudicados. “Infelizmente, vamos precisar adiar ou suspender alguns projetos para centralizar os recursos para as demandas mais necessitadas”.

A HORA | 13 Quinta-feira, 16 maio 2024
FÁBIO MERTZ PREFEITO DE MARQUES DE SOUZA

Morria o padre Waldemar Puhl

Em 2004, morria o padre Waldemar Inácio Puhl, aos 86 anos. Na época, ele estava internado no Lar Sacerdotal São José, em Gravataí. O religioso foi sepultado no Cemitério Católico de Bela Vista, em Arroio do Meio, sua cidade natal.

A família do padre Waldemar Puhl era natural de Arroio Grande, na divisa com Dona Rita, onde tinham grande quantidade de terras. Os pais de Puhl, Carlos e Hermínia, administravam um antigo moinho d’água. Parte dessa estrutura ainda existe e, até pouco tempo, um café funcionava no local.

Waldemar era o mais velho dos oito filhos do casal e foi ordenado sacerdote em 1942, em Roma. Passou todo o período da Segunda Guerra Mundial na Europa. Puhl foi sagrado Monsenhor, mas nunca aceitou o título, e era doutor em Direito Canônico. Dos irmãos, apenas uma irmã não seguiu a vocação religiosa. Além disso, depois da morte do marido, a viúva Hermínia também tornou-se freira.

Soberanas da Escola Jacob Arnt

O Colégio Estadual Jacob Arnt, de Bom Retiro do Sul, fazia um baile para a escolha dos gatos e gatas da escola. O concurso envolveu

quase 50 estudantes e elegeu gato e gata, gatinho e gatinha, e garoto e garota da escola. Um baile também foi organizado depois.

Gatinha

Marielle Schmidt

Hoje é

- Dia do Gari

- Dia Internacional da Luz

Festa Nacional da Laranja em Taquari

O município organizava um concurso para eleger a Rainha da V Festa Nacional da Laranja, que ocorria na sede social do Clube Recreativo Alvi Negro. Participaram 14 candidatas e as

escolhidas teriam de visitar as principais capitais do Brasil para divulgar a festa. Como rainha, foi eleita a jovem Ana Maria Braga, representante do Lions Club. Para primeira princesa,

Solange Terezinha de Jesus, da Escola Estadual Pereira Coruja e, para segunda princesa, Rosane da Silva, da Associação Comercial. As demais candidatas eram Carla Renner, Sandra Gosenheimer,

Maria da Graça Becker, Dania Maria Flasch, Rosane Pinto, Sonia Arnt, Rejane Brandão, Maria Eugênia Prescht, Eloísa Vargas, Sandra Herencio, Maria Helena Braga e Lunalva Vizoto.

- Dia Internacional da Convivência em Paz - Dia do Médico Geriatra - Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca

Santo do dia: São Simão Stock

14 | A HORA Quinta-feira, 16 maio 2024
A família Puhl, da esquerda para a direita, padre Waldemar, padre Kuniberto, irmã Raquel, irmã Hermínia, irmã Aurélia e padre Oscar Garota Simone Wermann Gata Raissa ARQUIVO MUNICIPAL DE LAJEADO/O INFORMATIVO

Rotary e Lions Clube unem forças para ajudar a reconstruir o Vale

Clubes de serviço atuam na região por meio do trabalho voluntário e concentram esforços para trazer esperança e apoio às comunidades afetadas pela enchente

ORotary Club e o Lions Clube mostraram sua força e comprometimento com o Vale ao unir esforços para auxiliar as vítimas da enchente. Desde o início, os clubes de serviço desempenham um papel importante à comunidade ao fornecer e arrecadar alimentos, roupas e itens de higiene pessoal. Passado o tumulto inicial, as entidades estão determinadas a seguir com o suporte nos próximos meses, bem como buscar maneiras de reconstruir os lares.

Uma das primeiras atividades desenvolvidas pelo Lions Club foi o apoio à Cozinha Solidária, na Univates. “Fizemos nossas doações, principalmente, em itens de valor agregado maior, que são as proteínas”, explica o presidente do Lions Clube de Lajeado Florestal, Marcos Antônio de Almeida. Segundo ele, a Cozinha produz uma média de 1800 marmitas/dia, que são destinadas a pessoas de Estrela, Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio.

Além disso, o grupo fez uma força tarefa junto ao Campo do Americano, para auxiliar na carga, descarga e separação de kits. Os membros também estiveram no Parque do Imigrante para cadastro das famílias e fizeram a captação de pix solidário.

Trabalho semelhante foi realizado pelo Rotary Club. Segundo o representante, Airton Bernhardt, a entidade dividiu em três etapas o projeto de ação no Vale. Na primeira, os membros se concentraram em arrecadar alimentos e montar uma cozinha emergencial junto ao CTG Raízes. “Boa parte destas viandas são destinadas a Arroio do Meio, que hoje tem dificuldades logísticas para receber alimentos”, destaca. O grupo também destinou ao município, uma carga de medicamentos para o Hospital São José. E, em parceria com o Sincovat, montam um pavilhão para guardar os donativos e cestas básicas.

Um olhar para o futuro, por Rotary e Lions Clube

Ambos os clubes reconhecem que a solidariedade é um esforço contínuo e que as necessidades das vítimas das enchentes serão persistentes, que podem durar até um ano. Para o momento, pedem o apoio da comunidade para suprir necessidades pontuais, como fraldas geriátricas, fraldas infantis e absorventes. “Itens de higiene feminina são itens que não recebemos em quantidade. Eles são básicos de primeira necessidade”, salienta Almeida. Outra questão importante, segundo Bernhardt, é conseguir pavilhões para armazenar móveis e colchões que serão doados para a região. “Temos mais de mil colchões para colocar. Imagino que o Lions também terá essa necessidade de onde vamos guardar”, explica. Ao fazerem uma análise sobre o futuro do Vale, Rotary e

Lions destacam a importância de repensar o planejamento urbano e a infraestrutura das cidades afetadas pela cheia. Ambos enfatizam a necessidade do trabalho conjunto do poder público, entidades de classe e a sociedade civil. “Nós também estamos pensando no futuro. O que não podemos hoje é permitir que se reconstruam casas nas áreas alagadiças, sem repensar as cidades”, afirma Bernhardt. “Para quem perdeu tudo, o trabalho é um pouco mais complexo e extenso. Talvez teremos um ano de pessoas vivendo em abrigos, mas estamos nos preparando com fundo de reserva e o apoio de outras entidades e empresários de fora do estado que confiam na marca Lions”, destaca Almeida.

Interessados em auxiliar o Ratary e Lions Clube podem contatá-los pelas redes sociais ou fazer contato com o Grupo A Hora, que disponibilizará o contato direto dos entrevistados.

ESPORTE

CBF suspende duas rodadas do Brasileirão

PAÍS

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a suspensão da 7ª e da 8ª rodadas do campeonato nacional. A decisão foi tomada em resposta ao pedido de 15 dos 20 clubes que disputam a Série A. O comunicado foi feito na noite dessa quarta-feira.

Os jogos adiados estavam programados para os próximos dois fins de semana. Este período coincide com as partidas envolvendo as equipes gaúchas (Grêmio, Internacional e Juventude), cujas atividades profissionais foram interrompidas.

A CBF explicou que a decisão atende ao pedido dos clubes devido às enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. Em comunicado, “a entidade afirmou estar solidária com cada vítima desse evento catastrófico e está empenhada no âmbito nacional e internacional para colaborar com o povo gaúcho nessa drástica crise.”

Uma reunião do Conselho Técnico Extraordinário da Série

A está prevista para o dia 27 de maio. Na conferência, os clubes vão deliberar sobre aspectos técnicos das competições bem como a situação de registro e

Quem pediu a suspensão:

Atlético Goianiense; Atlético Mineiro; Athletico Paranaense; Criciúma; Cruzeiro; Cuiabá, Bahia; Juventude; Vitória; Fluminense; Fortaleza; Grêmio; Botafogo; Internacional; Vasco da Gama.

Contra a suspensão Bragantino; Corinthians; Flamengo; Palmeiras; São Paulo.

transferência de atletas, questões jurídicas com relação aos acessos às competições internacionais como Libertadores, Sul-Americana e Mundial de Clubes e questões de direitos de transmissão e patrocínios. O Brasileirão está programado para retornar no dia 1º de junho, com a realização da 9ª rodada.

DIVULGAÇÃO\INTERNACIONAL

A HORA | 15 Quinta-feira, 16 maio 2024
MOVIMENTOS SOCIAIS
MAIRA SCHNEIDER Estádio Beira-Rio foi atingido pelas enchentes. Internacional estima retorno dos jogos em junho

Quinta-feira, 16 maio 2024

Fechamento da edição: 19h

MÍN:
MÁX:
Chuvoso durante o dia e a noite.
9º |
15º
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