A Hora – 11 e 12/05/24

Page 1

REGIÃO SOB

NOVO ALERTA

Defesa Civil do RS alerta para elevado volume de chuva durante do fim de semana. Acumulados em 48h podem superar os 100mm. Em Lajeado, município projeta cota de 25m do Rio Taquari. Autoridades também alertam para deslizamentos

OPINIÃO

ROGÉRIO WINK

Empreendedorismo vai conduzir a reconstrução

As marcas das cheias históricas no Vale

ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR Fim de semana, 11 e 12 maio 2024 Ano 21 - Nº 3564 Edição digital
grupoahora.net.br
GABRIEL SANTOS PÁGINA | 9
PÁGINAS | 10 e 11

Logística comprometida

Ainfraestrutura rodoviária do Vale do Taquari foi duramente atingida pela inundação de maio. São dezenas de pontes derrubadas. Nas rodovias, a ligação entre Lajeado e Arroio do Meio foi cortada, quedas de barreiras são constantes na microrregião de Encantado, e motoristas chegam a esperar na fila por cinco horas para fazer um percurso de apenas cinco quilômetros entre Lajeado e Estrela pela BR-386.

Esta situação compromete a entrega de mantimentos, a reposição de produtos de primeira necessidade nos mercados e de combustíveis, resultando em muita demora. Isso não apenas compromete o atendimento à população, mas também dificulta a própria reconstrução do Vale do Taquari. Neste cenário, torna-se evidente a importância de obras estruturantes urgentes e ágeis para restabelecer a ligação entre as cidades. A logística é a espinha dorsal de qualquer sociedade moderna. Permite o fluxo eficiente de bens, serviços e pessoas, facilitando o comércio, a produção e o consumo.

Os investimentos na logística são mais do que garantir a segurança aos condutores, é proporcionar o retorno de condições mínimas para o bem-estar da população. Por isso, é essencial um esforço para garantir que a ajuda chegue a quem precisa, como forma de reduzir a dor e o sofrimento que a população gaúcha enfrenta. A reconstrução das estradas é um desafio monumental. Ainda assim, é fundamental uma resposta rápida e eficaz. É necessário um esforço conjunto de governos, empresas e cidadãos para garantir que as obras estruturantes necessárias sejam feitas.

Contatos eletrônicos: Av. Benjamin Constant, 1034, Centro, Lajeado/RS grupoahora.net.br / CEP 95900-104 assinaturas@grupoahora.net.br comercial@grupoahora.net.br faturamento@grupoahora.net.br financeiro@grupoahora.net.br centraldejornalismo@grupoahora.net.br atendimento@grupoahora.net.br

Editor-chefe da Central de Jornalismo: Felipe Neitzke

LAJEADO-ARROIO DO MEIO

Empresários planejam recolocar Ponte de Ferro

Plano emergencial visa recuperar estrutura que caiu no rio e restabelecer o tráfego mínimo entre as cidades

Aausência das pontes que conectam Lajeado e Arroio do Meio mobilizam prefeituras e empresas locais para restaurar a ligação entre os municípios. Uma das alternativas encontrada recentemente é a recolocação da Ponte de Ferro em sua estrutura de origem. Segundo o diretor da Lyall Construtora e Incorporadora, Roberto Lucchese, essa é uma solução viável e uma das maneiras mais rápidas de corrigir a situação, visando restabelecer o tráfego mínimo entre as cidades.

Na quinta-feira, 9, uma equipe técnica, acompanhada do Exército, fez a primeira análise da ponte, que se encontra dentro do Arroio Forqueta. Em seguida, máquinas já iniciaram o trabalho no local para criar uma rota de acesso e preparar a retirada da ponte. Para a obra, será necessária a colaboração de diversas empresas e trabalhadores especializados, incluindo soldadores e eletricistas.

“A ponte surpreende, pois ela é possível de correção. A gente acredita no trabalho. Mas precisamos tirá-la do rio e ter

cuidado para não danificar ainda mais”, observa Lucchese. “Do que a gente consegue ver nesse momento, acreditamos que, entre uma semana e 10 dias, conseguimos deixá-la possível de uso”.

De acordo com o empresário, o projeto prevê a retirada, análise da estrutura, teste de carga e aprovação técnica. Somente após estas etapas, será possível direcioná-la ao local de origem. A estrutura não permitirá a passagem de caminhão, somente de carros, motos e pedestres.

Os trabalhos não podem parar

Mesmo com a iniciativa, Lucchese reforça que não se pode interromper o trabalho do exército e da comunidade nas obras da ponte da ERS-130 e na construção de uma nova ponte com vias duplas.

“Estamos à frente deste plano B para ligar, provisoriamente, Lajeado a Arroio do Meio. Não gostaria que criasse confusão, afinal não podemos parar aquele

Uma das alternativas encontrada recentemente é a recolocação da Ponte de Ferro em sua estrutura de origem

trabalho feito junto com o Badin e os prefeitos”, salienta. O empresário explica que a reabilitação da ponte de ferro é uma solução paliativa até que a ponte principal na ERS-130 seja reconstruída, processo que pode levar até 200 dias.

“Chuva não vai atrapalhar os trabalhos”

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Diretor Executivo: Adair Weiss

Diretor Editorial e de Produtos: Fernando Weiss

Mesmo com a forte chuva que atinge o Vale do Taquari nesta sexta-feira, não será empecilho para continuar com os serviços de reconstrução das redes de energia elétrica da Certel. Conforme o presidente, Erineo Hennemann, ontem, quinta-feira, 9, foi possível concluir a reconstrução das redes e a energia foi restabelecida na subestação de Canudos do Vale levando energia para as localidades próximas como, canudos, Progresso e outras.

Ainda são três mil associados que continuam sem energia. “Temos 64 equipes, mais de 400 pessoas, além do apoio das cooperativas do estado e de Santa Catarina, dando condições para resolver o problema o mais rápido possível. A evolução ontem foi muito boa pela

colaboração do tempo, mas hoje, a chuva pode até atrapalhar, mas não impedir os serviços”.

Os municípios de Arroio do meio, Boqueirão, Capitão, Encantado, Forquetinha, Fontoura Xavier, algumas localidades ainda sem energia, mas Hennemann reforça que até o fim de semana, tudo deve estar normalizado. “Queremos restabelecer o serviço para todos os associados até o domingo, isso se o tempo colaborar”.

Em algumas localidades, o serviço está mais demorado, pois equipes enfrentam dificuldades de acesso. “A chuva em si, com a mobilização dos colaboradores e funcionários não vai atrapalhar e mesmo molhado, nós vamos fazer o possível para levar energia. O problema são os acessos que estão dificultando”.

2 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024 EDITORIAL
Filiado à Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS
FAÇA SUA ASSINATURA 51 3710-4200
ENERGIA ELÉTRICA SAMUEL BÜNECKER/DIVULGAÇÃO BIANCA MALLMANN

EDUCAÇÃO

Escolas se organizam para a volta às aulas

Na maioria dos municípios, as atividades retornam nesta segunda-feira, 13. Rede estadual segue sem previsão, assim como as escolas municipais de Muçum e de Lajeado

Amaioria das escolas do Vale do Taquari retomam as atividades na próxima semana,

com exceção dos educandários diretamente atingidos pela enchente. Em Lajeado, o retorno da rede pública ainda não tem previsão, mas a Secretaria de Educação deve anunciar a data neste sábado, 11.

Já em Estrela, mais de três mil estudantes retornam nesta segunda-feira, 13, exceto as Emefs Leo Joas e Cônego Sereno Hugo Wolkmer, e nas Emeis Arroio do Ouro, Pingo de Gente, Criança Feliz, Raio de Sol e Cantinho do Lar. O município apresentou alternativas para cada um dos educandários.

As aulas da rede estadual permanecem suspensas em sete regiões do estado por tempo indeterminado. É o caso das Coordenadorias de Porto Alegre, São Leopoldo, Canoas, Guaíba, Estrela, Cachoeira do Sul e Gravataí.

A primeira vez em 127 anos

Em Lajeado, o rio Taquari alcançou a marca histórica dos 33,35 metros e, pela primeira vez na história, o Colégio Madre Bárbara foi atingido pela enchente. Localizado na parte central da cidade, a água chegou a quase dois metros de altura no térreo da instituição. O pior cenário foi no prédio da educação infantil, que ficou destruído no primeiro andar.

Apesar dos estragos, a comunidade escolar se uniu para fazer a limpeza e as obras de reparos já estão encaminhadas. Conforme a diretora Maria Elena Jacques, o retorno das aulas está previsto para quarta-feira, 15, para o ensino médio e fundamental, assim como para os níveis 4 e 5 da educação infantil. Somente os níveis 1, 2 e 3 não tem previsão de retorno, já que as salas estão em reforma.

“Nosso maior desejo é o retorno dos alunos, são eles que dão vida para a escola. O nosso sentimento é de agradecimento aos nossos colaboradores, às famílias e amigos que vieram ajudar como voluntários. Eles foram incansáveis para a reconstrução da nossa escola”, destaca.

Nosso maior desejo é o retorno dos alunos, são eles que dão vida para a escola.”

MARIA ELENA JACQUES

DIRETORA DO COLÉGIO

MADRE BÁRBARA

A HORA | 3 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
VALE DO TAQUARI Escolas nalizam limpeza para receber os alunos na próxima semana. Madre Bárbara enfrenta os prejuízos da cheia pela primeira vez FOTOS CAETANO PRETTO Diretora Maria Elena mostra a altura até onde a água chegou no pátio coberto da escola

voluntários,

e

Engajamento da comunidade

O Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat) retoma as aulas para todas as turmas nesta segunda-feira, 13, em Lajeado. A escola teve quase toda a estrutura atingida pelas águas do Taquari e, nessa primeira semana, sete turmas terão aula em outras salas, nos blocos menos afetados.

Diretor do Ceat, Rodrigo Ulrich comemora o retorno das atividades e destaca o envolvimento da comunidade escolar. “A gente fica comovido quando uma tragédia assim aflige a região, isso mexe conosco. Mas todo o engajamento que as famílias, os alunos e os professores tiveram na hora de ajudar a escola foi muito especial. Só temos a agradecer”, destaca. Voluntários trabalharam na limpeza do colégio durante toda a semana. “Nesse momento percebemos como a comunidade escolar do Ceat reconhece o valor da educação”, reforça.

Conforme o diretor, essa primeira semana será de acolhimento. O retorno das atividades na unidade de Roca Sales deve ser

O engajamento que as famílias, os alunos e os professores tiveram na hora de ajudar a escola foi muito especial. Só temos a agradecer.”

RODRIGO ULRICH, DIRETOR DO CEAT

anunciado em breve. “Felizmente não perdemos ninguém da comunidade escolar nesta enchente, mas estamos trabalhando na forma de abordar as cheias com os alunos”, diz.

O Ceat registra as enchentes nas dependências da escola desde o século 19. A régua com as medições será atualizada com os novos números e Ulrich comenta a possibilidade de ampliar isso para outros ambientes da escola.

“Nós vivemos ao lado de um rio, então é fundamental desenvolver nas crianças uma educação sobre as enchentes, fazer com que elas entendam o fenômeno.”

Pelo Vale

ANTA GORDA

As aulas iniciaram nas Emefs Augusto Meyer e Caretano Periolo, assim como na Emei Girassol. A Emef Pinheiro Machado terá aulas remotas.

ARROIO DO MEIO

As aulas nas escolas municipais (Emefs e Emeis) retornam na terça-feira, 14. A exceção é para a Emef Construindo o Saber, cujos alunos serão realocados para a escola de Barra da Forqueta.

O Colégio Bom Jesus retorna nesta segunda-feira, 13.

BOM RETIRO DO SUL

As aulas retornam na segundafeira, 13, com exceção à Emef Genny de Souza da Silva. Essa escola retorna na quarta-feira, 15, na estrutura da Escola Irmãs Pivatto.

CANUDOS DO VALE

O recesso escolar de julho foi antecipado e segue até o dia 14 de maio, quando a Secretaria de Educação irá informar o retorno das aulas.

COLINAS

A Emei Pequeno Mundo já retomou as aulas. A Emef Ipiranga retorna na terça-feira, 14.

CRUZEIRO DO SUL

As aulas nas Emeis Doce de Infância e Novos Caminhos já retornaram.

As Emefs Anita Garibaldi, 25 de Julho e São Felipe retornam na segunda-feira, 13 de maio.

ENCANTADO

O Centro Municipal de Educação “Encantado” e as Emefs Érico Veríssimo, Porto Quinze, Mundo Encantado retornam às aulas na segundafeira, 13. A Emef Batista Castoldi volta no dia 15. A previsão é que o turno integral retorne no dia 20, em todas as escolas.

As Emeis Imigrante, Planalto, Menino Trabalhador, Santa Clara, Pequeno Príncipe, Ciranda Porto XV, Navegantes e Pingo de Gente retornam no dia 13. A Emei Lajeadinho no

dia 15 e a Emei Lago Azul no dia 20.

ESTRELA

As aulas retornam em toda a rede municipal nesta segundafeira, 13, com exceção às Emefs Leo Joas e Cônego Sereno Hugo Wolkmer, e às Emeis

Arroio do Ouro, Pingo de Gente, Criança Feliz, Raio de Sol e Cantinho do Lar. O turno inverso está suspenso em toda a cidade.

Os colégios Martin Luther e Santo Antônio já retomaram as aulas.

IMIGRANTE

Aulas retornam nesta segundafeira, 13, em todas as escolas.

LAJEADO

As aulas municipais estavam suspensas até sexta-feira, 10. A Secretaria da Educação deve anunciar a data do retorno neste sábado, 11. Univates informa que as atividades dos cursos de graduação (presenciais e a distância), técnicos e de pós-graduação Lato Sensu (especializações e MBAs) Stricto Sensu (mestrados e doutorados) estão suspensas até o dia 18 de maio, com retomada no dia 20.

O Colégio Alberto Torres (CEAT) programa o retorno às aulas no dia 13 de maio, na unidade de Lajeado, para todas as turmas. A unidade da Região Alta, em Roca Sales, segue com as aulas suspensas.

A escola publicou uma nota nas redes sociais com maiores informações.

O Colégio Madre Bárbara fará o retorno das aulas na quarta-feira, 15, para o ensino fundamental e médio. Mais informações no comunicado oficial da escola.

Os colégios Gustavo Adolfo e Sinodal de Conventos retomaram as aulas nesta quarta-feira, 8.

O Colégio João Batista de Mello volta na segunda-feira, 13.

MARQUES DE SOUZA

O recesso escolar de julho foi

antecipado e inicia na segundafeira, 10. A previsão de retorno das aulas é dia 27.

MATO LEITÃO

As aulas da rede pública estadual e municipal já retornaram.

MUÇUM

Não há previsão de retorno das aulas.

NOVA BRÉSCIA

As aulas retornaram em apenas um turno na Emei Criança Feliz e na Emef Madre Assunta.

ROCA SALES

As aulas seguem suspensas até o dia 19 de maio. No dia 13, retornam as Eceis Sonho Infantil, Arco-íris e Pingo de Gente.

O Colégio Alberto Torres (CEAT) na Região Alta segue com as atividades escolares suspensas por tempo indeterminado.

SANTA CLARA DO SUL

Aulas das Emeis Criança Feliz e Pequeno Mundo, das Emefs Frei Henrique Coimbra, Gustavo Seidel e Professor Sereno já retornaram.

TAQUARI

As aulas retornam nas escolas municipais na terça-feira, 14, com exceção da Emef Timótheo Junqueira dos Santos e da Emei Paulo Freire.

TEUTÔNIA

Todas as Emeis e Emefs já retornaram. Colégio Teutônia segue com atividades normais.

VENÂNCIO AIRES

As atividades escolares da rede municipal retornam na segunda-feira, 13, com exceção da escola Coronel Thomas Pereira, que volta no dia 16, e da Emei Frederico Closs, que não tem previsão de retorno.

VESPASIANO CORRÊA

As escolas municipais e a estadual retornam na segundafeira, 13, em turno integral.

4 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
Marques de Souza antecipou o recesso escolar já que todas as escolas foram atingidas. Retorno está previsto para o dia 27 de maio No Ceat, entre colaboradores alunos, ajudaram na limpeza da instituição, que retoma as aulas na próxima segunda-feira WEBER COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO
A HORA | 5 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024

Líderes avaliam medidas da União como insuficientes

Temos muita isenção e o desa o é buscar dinheiro novo.”

IVANDRO ROSA

EX-PRESIDENTE DA CIC-VT

Governo Federal anunciou mais de R$ 40 bilhões para o setor empresarial, mas maior parte do recurso está destinado à operações de crédito

Oconjunto de medidas de apoio ao Rio Grande do Sul anunciado pelo governo federal na quinta-feira, 9, foi considerado insuficiente por líderes empresariais do Vale do Taquari. O pacote prevê aporte de cerca de R$ 50 bilhões, dos quais mais de R$ 40 bilhões são destinados à recuperação das empresas. Desse total, R$ 30 bilhões são referentes a crédito por meio do Programa Nacional de Apoio a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), com aporte de R$ 4,5 bilhões por parte do governo como garantias aos bancos. Outro R$ 1 bilhão será aplicado para subvenção de juros dos financiamentos.

As medidas incluem o aporte de R$ 500 milhões no Fundo Garantidor de Investimentos para o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (FGI-PEAC). Com a iniciativa, o governo projeta a concessão de R$ 5 bilhões em crédito para miro e pequenas

Sentimos falta de valores a fundo perdido.”

JONI ZAGONEL

PRESIDENTE DA ACIL

empresas, além de Micro Empreendedores Individuais (MEIs). Também está prevista suspensão, por até 12 meses, dos pagamentos de contrato de crédito com Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os pedidos de suspensão devem ser realizados até o dia 31 de outubro. Após os 12 meses, as empresas poderão optar entre duas formas para quitar os valores do período. Uma delas é diluindo os valores nas parcelas do período remanescente do contrato. A segunda é alongando o prazo original por mais um ano. Presidente da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ângelo Fontana considera as medidas ainda muito acanhadas. “Até agora, são medidas muito restritas em condições ruins”, aponta. Presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajado (Acil), Joni Zagonel ressalta que os recursos de fato aportados pela União se restringem às garantias. “Sentimos falta de valores a fundo perdido.”

Para o ex-presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa, as medidas até aqui são muito distantes da empresa que está na rua enlameada, precisando de socorro. “Temos muita isenção e postergação e o desafio é buscar dinheiro novo.” Vice-presidente da Federasul

Até agora, são medidas muito restritas em condições ruins.”

ÂNGELO FONTANA

PRESIDENTE DA CIC-VT

e presidente da CIC-Teutônia, Renato Scheffler afirma que as promessas de qualquer órgão ou esfera precisam, de fato, se concretizar. “Vamos dar mais uma vez um voto de credibilidade para o Governo Federal e para o Estado.”

Conforme Scheffler, apesar de a gestão pública ser burocrática, em um momento de emergência como o enfrentado pelo Rio Grande do Sul, é preciso ter agilidade. “Precisamos fazer o necessário para recuperar a atividade produtiva.”

Reivindicações do setor

A Acil elencou uma série de reivindicações econômicas e tributárias para a recuperação do setor empresarial após as enchentes. O documento foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao governador Eduardo Leite e ao prefeito Marcelo Caumo.

Conforme o presidente da entidade, Joni Zagonel, a Acil defende a oportunidade de as pessoas voltarem a trabalhar para recuperarem as perdas e voltarem à qualidade de vida que tinham antes do desastre ambiental. “É essencial manter as empresas em funcionamento e promover ações para manter a economia saudável.”

Precisamos fazer o necessário para recuperar a atividade produtiva.”

RENATO SCHEFFLER

VICE-PRESIDENTE DA FEDERASUL

As demandas foram estabelecidas por um grupo de trabalho montado para avaliar medidas de defesa da produção e do emprego, em reunião de urgência realizada na terçafeira, 7. Em âmbito Federal, o documento pede prorrogação urgente de todas as obrigações tributárias acessórias, ampliação do prazo de prorrogação do

Demandas da Acil ao Governo Federal

- Prorrogação urgente de todas as obrigações tributárias acessórias;

- Aumentar o prazo de prorrogação do recolhimento do FGTS;

- Suspensão dos parcelamentos e acordos tributários;

- Restituição do tributo pago no regime do Simples Nacional nos últimos 6 (seis) meses;

- Reconhecimento dos créditos presumidos concedidos pelo Estado do Rio Grande do Sul como subvenção de investimentos para ns dos créditos nanceiros previstos na Lei n. 14.789/2023;

- Todas as medidas devem ser instituídas pelo prazo de, no mínimo, 12 meses.

recolhimento do FGTS e a suspensão dos parcelamentos e acordos tributários.

Também é pedida a aestituição do tributo pago no regime do Simples Nacional nos últimos seis meses e o reconhecimento dos créditos presumidos concedidos pelo Estado como subvenção de investimentos para fins dos créditos financeiros. “As propostas que colocamos tem capacidade de colocar dinheiro novo nas empresas”, reforça Zagonel.

6 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024 ECONOMIA

BNDES autoriza suspensão de pagamentos

São 56 mil operações elegíveis para a medida, que vale para qualquer empresa sediada no estado

OBanco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) anunciou que as empresas podem requisitar a suspensão, por até 12 meses, dos pagamentos previstos em contrato de crédito com a instituição. São 56 mil operações elegíveis para a medida, que vale para qualquer empresa sediada no Estado – com prioridade para micro, pequenas e médias. Os pedidos de suspensão devem ser realizados até o dia 31 de outubro. Após os 12 meses, as empresas poderão optar entre duas formas para quitar os valores

do período. Uma delas é diluindo os valores nas parcelas do período remanescente do contrato. A segunda é alongando o prazo original por mais um ano. O BNDES também determinou a destinação de R$ 500 milhões para reforçar o fundo garantidor FGI Peac Crédito Solidário. O Fundo foi criado para viabilizar o acesso ao crédito por parte de micro, pequenas e médias empresas e microempreendores individuais (MEI), que tem menos capacidade de oferecer garantias financeiras aos bancos.

Dessa forma, o FGI Peac Crédito Solidário pode ser acionado por interessados em obter financiamento junto a qualquer banco, seja ele público ou privado. A depender da operação, o BNDES garante até 80% da operação. A intenção é estimular os bancos a emprestarem um total de R$ 5 bilhões.

Medidas de socorro do governo federal

Trabalhadores assalariados (R$ 2,2 bilhões)

• R$ 758 milhões (antecipação do abono salarial 2024)

• R$ 495 milhões (liberação de parcelas adicionais do segurodesemprego)

• R$ 1 bilhão (antecipação da restituição do Imposto de Renda)

Beneficiários de Programa Sociais (R$ 380 milhões)

• R$ 380 milhões (antecipação do Bolsa Família e Auxílio Gás)

Estado e municípios (R$ 2 bilhões)

• R$ 200 milhões (fundos de estruturação de projetos)

• R$ 1,8 bilhão (crédito com aval da União aos municípios)

Empresas (R$ 45,8 bilhões)

• R$ 4,5 bilhões (fundo garantidor Pronampe)

• R$ 30 bilhões (empréstimos via bancos com garantia do fundo –4% juros e prazo de 72 meses com carência de 24 meses)

• R$ 1 bilhão (subvenção de juros no Pronampe)

• R$ 500 milhões (fundo garantidor do BNDES)

• R$ 4,8 bilhões (impacto da suspensão por três meses de tributos federais e Simples Nacional)

• R$ 5 bilhões (crédito via bancos para micro, pequenas e médias empresas e MEI’s – taxa média de 1,75% ao mês)

Produtores Rurais (R$ 1 bilhão)

• R$ 1 bilhão (subvenção ao Pronaf e Pronamp)

Banco do Brasil de Arroio do Meio retorna em sede provisória

A partir da próxima segunda-feira, 12, instituição financeira atua na Comunidade Luterana São Paulo

Após adotar atendimento exclusivamente digital, o Banco do Brasil anuncia medidas para oferecer serviços presenciais em Arroio do Meio. A partir da próxima segunda-feira, 10, a comunidade contará com um ponto de atendimento provisório na Comunidade Luterana São Paulo, localizada na Rua Martin Luther King. Neste espaço, a agência disponibilizará todos os serviços, com exceção dos saques. A agência também planeja enviar uma unidade móvel para auxiliar no atendimento, porém a logística tem atrapalhado a vinda. Está encaminhado também a instalação de um terminal de autoatendimento, semelhante ao anteriormente disponível no supermercado Languiru.

Gerente da agência, Luciano

Pastorini, revela que o banco já estava em negociação para a construção de uma nova agência em uma área não alagável. Além disso, destaca medidas de apoio aos municípios, como a prorrogação de contratos do agronegócio de acordo com a necessidade, acionamento de seguros e a possibilidade de prorrogar até três parcelas de empréstimos imobiliários. Para os micro e pequenos empreendedores, o acesso a crédito com linhas governamentais e condições diferenciadas para novos clientes será facilitado. Pastorini ressalta o compromisso do Banco do Brasil em ser o principal canal utilizado pelo governo federal. ” Estaremos do lado da comunidade neste tempo desafiador”.

A HORA | 7 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
ECONOMIA

Trânsito na BR-386 ganha nova passagem para melhorar fluxo

PRF e CCR ViaSul concentraram esforços ao longo do dia em viabilizar passagem em uma das faixas da ponte Norte, interrompida desde a enchente. Outras rodovias sofreram com trânsito carregado ao longo do dia, como a ERS-129 e a ERS-130

Asexta-feira, 10, foi de lentidão e exigiu muita paciência de motoristas que buscavam cruzar a BR-386, entre Lajeado e Estrela. Não bastasse a grande movimentação de veículos neste trecho, o trânsito carregado em outras rodovias criou um enorme gargalo na mobilidade urbana regional. Em paralelo a isso, tentativas de melhorar o fluxo na estrada federal.

Ainda na manhã, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou a intenção de viabilizar uma “terceira faixa” na BR, com a liberação de uma das duas pistas na ponte Norte (sentido Estrela/ Lajeado). Entretanto, um problema hidráulico dificultou o trabalho conjunto com a CCR ViaSul e a passagem de veículos ficou comprometida durante todo o dia. Até o fim da tarde dessa sexta, o trânsito seguia restrito à ponte Sul, no sistema de fluxo e contrafluxo. Não foram poucos os momentos em que houve uma tentativa de garantir a passagem de veículos na estrutura. A liberação ocorreu somente no começo da noite.

O comandante da 4ª Delegacia da PRF, Marcos Barboza Silva, garantiu “empenho máximo” no processo. “Estivemos em negociação no local com o engenheiro-chefe da CCR. Trabalhar intensamente para liberara a partir da 19h a passagem de veículos. Os engarrafamentos estavam quilométricos”, frisou Silva, no fim da tarde.

O problema hidráulico, conforme Silva, se deu com por um vazamento na via lateral, ao lado da ponte seca, por onde o fluxo de veículos passaria após cruzar a ponte do Taquari.

“Acumulou muita água na pista, formando uma lama muito forte. Os engenheiros ficaram com receio de liberar antes da solução deste problema”.

Rodovias caóticas

Não foi somente a BR-386 que apresentou problemas durante o dia. Na ERS-129, que se tornou uma opção de ligação entre Lajeado e Estrela com a região alta do Vale do Taquari, filas quilométricas de veículos se formaram, sobretudo em Roca Sales.

Por conta disso, o fluxo passou a ser restrito a apenas veículos de emergência, resgate e caminhões com mantimentos. As condições da pista são ruins em razão da destruição causada pela cheia do Taquari e se agravaram com a chuva que caiu ao longo do dia. Na ERS-130, um acidente durante a manhã, na ponte sobre o Arroio Saraquá, em Lajeado, deixou o trânsito carregado na rodovia. Mesmo após a retirada dos veículos envolvidos, o trânsito seguiu lento e piorou no fim da tarde.

Motoristas chegam a esperar cinco horas

Vindo de estrela, o caminhoneiro Cléber Schwertner entrou na BR-386 vindo da Rota do Sol. No acesso principal a Estrela, entrou na fila para passar

Entenda a situação da BR

– Desde domingo, após as águas do Rio Taquari baixarem, a ponte da BR386 passa por intensas avaliações de segurança. Num primeiro momento, foi liberada a travessia de pedestres, de hora em hora;

– Posteriormente, a passagem passou a ser feita sem restrições. Na segundafeira, ocorreu, inicialmente, a liberação de veículos de emergência na ponte Sul. No mesmo dia, foi permitido o fluxo de todo tipo de veículo, inclusive pesados;

– Nos últimos dias, os congestionamentos se tornaram frequentes, em diferentes horários. Com isso, a PRF buscou viabilizar a liberação da terceira faixa, na pista Norte;

pela ponte sobre o Rio Taquari. Era por volta das 13h. Depois de mais de três horas, conseguiu passar. “A fila estava imensa. Está bem complicado fazer essa travessia. Mas, pelo menos a ponte resistiu.”

No outro lado, o caminhoneiro Márcio Castro ficou cinco horas para sair de Lajeado e passar para Estrela. “Está difícil. Entendo que é uma questão de segurança. Mas será muito importante termos essa ligação em boas condições o quanto antes.”

– Com a abertura da via, é possível acessar Lajeado pela alça da rua Bento Rosa ou, ainda, seguir pela via lateral em direção ao Parque do Imigrante;

– A operação de tráfego no local seguirá o mesmo modelo adotado na ponte Sul, com limite máximo de velocidade de 40 quilômetros por hora.

8 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024 LOGÍSTICA
Na sexta-feira, motoristas relataram até cinco horas de espera para cruzar rodovia Trabalho durante a tarde buscou facilitar a liberação de trecho Depois de muita tranqueira, trânsito passou a ser restrito na ERS-129 RodRigo MaRtini Filipe FaleiRo aldo lopes

Chuva intensifica e gera alerta de cheias

Previsão indica instabilidade durante todo o fim de semana.

Acumulados podem passar dos 100mm

Aregião dos Vales registrou mais de 50mm durante a sexta-feira, 10. Os maiores volumes foram concentrados em Venâncio Aires (58mm) e Teutônia (74mm). Em cidades das cabeceiras do Rio Taquari, a exemplo de Cotiporã, o acumulado chega a 48mm.

No decorrer do dia, com o fluxo de umidade vindo de norte associado a uma área de baixa pressão, favorece o retorno das chuvas sobre o RS, sendo mais intensas e com temporais no centro, norte, nordeste, vales, capital e litoral norte.

Os volumes ficam em torno dos 60 aos 90 mm/dia, devendo passar dos 120 mm/dia no norte, vales e serra

Os ventos sopram de leste/ nordeste na metade sul e leste gaúcho com rajadas entre 35 e 55 km/h mantendo o mar agitado e ao mesmo tempo dificultando o escoamento da lagoa.

Especialistas alertam para condição de cheia no Rio Taquari. Por conta do solo encharcado e dificuldade em escoar a água podem acontecer novas inundações.

Outro alerta é em relação ao risco de deslizamentos. Por conta do cenário, autoridades reforçam que famílias em abrigos não saiam destes locais e quem reside em área crítica deve deixar o local.

Cota 25m

Com a previsão de chuvas intensas para o fim de semana, a prefeitura de Lajeado alerta a população sobre o risco de novas enchentes e alagamentos. A vice-prefeita, Gláucia Schumacher, explica que, devido ao fato do solo estar encharcado e as bocas de lobo entupidas, qualquer chuva intensa pode acarretar em alagamentos na região. “Temos um pedido para ter todo o cuidado neste período do final de semana, que será de muita chuva”.

De acordo com o prefeito, Marcelo Caumo, “está previsto um grande volume de chuva nas cabeceiras. A informação preliminar é de uma enchente de cota até 25 metros”. A recomendação é de que a população acompanhe as notícias divulgadas nos veículos de comunicação da cidade, bem como nas redes sociais oficiais da prefeitura. Mesmo com a possibilidade de elevação do rio, o gestor acredita que as águas não vão atingir os patamares da cheia da semana passada.

Medidas de segurança

Conforme o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Gilmar Queiroz, se as previsões se confirmarem, há possibilidade de nova enchente. “Como já está chovendo desde cedo em todo o estado e na região alta não é diferente, e a previsão é de chuva até a próxima segunda-feira, podemos sim ter problemas com uma nova enchente.”

A Defesa Civil segue monitorando o sistema e pede para que as pessoas que estão em abrigos ou em casa de parentes, não saiam. “Alerta também para as pessoas que pretendem pegar a rodovia, muita atenção, pois ainda temos riscos de barreiras, pois o solo está bastante encharcado”.

Queiroz acredita que a BR-386, em Pouso Novo, deve ser inter-

ditada. “Foi feito um caminho provisório para que as pessoas cheguem até Lajeado, mas, provavelmente, será interditado para não acontecer de as pessoas ficarem presas nesse fluxo, aconteça o que ocorreu na semana passada quando cerca de 300 pessoas ficaram ilhadas entre um deslizamento e outro”. As pessoas abrigadas devem permanecer nos alojamentos nos próximos dias. “Não podemos prender as pessoas, porém, orientamos que não saiam dos abrigos até que tenhamos uma certeza de que não haverá novos episódios de enchente. Não podemos deixar que essas pessoas retornem para um lugar de risco”, afirma.

Risco de deslizamento

Em Encantado, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fez um levantamento sobre a movimentação de massas em áreas com alto risco de deslizamentos. Diante dessa situação, o prefeito do município, Jonas Calvi, faz um apelo para que as pessoas não retornem a essas áreas de perigo. “Não voltem para as residências que tenham qualquer rachadura ou movimentação do solo. E quem não saiu, saia. Não temos outra opção” declara Calvi.

Medida em Encantado

– Evacuação imediata da população afetada em áreas dos bairros Santo Antão, Santa Clara, Parque Perolim e Pinheirinho, conforme imagens;

– Restrição da circulação de veículos, especialmente os pesados, nessas áreas;

– Comunicação aos órgãos responsáveis para reforçar as restrições de acesso;

– Bloqueio total das áreas durante períodos de chuva, visando evitar novos incidentes.

Está previsto um grande volume de chuva nas cabeceiras. A informação preliminar é de uma enchente de cota até 25 metros”

Sábado, 11

Mínima: 15°C

Máxima: 22°C

Chuva: 32mm

Domingo, 12

Mínima: 17°C

Máxima: 23°C

Chuva: 44mm

Fonte: NIH Univates

Após parecer técnico de geólogos, Encantado insiste no alerta para moradores evacuarem áreas de deslizamentos

A HORA | 9 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
do
MARCELO CAUMO PREFEITO DE LAJEADO
Previsão
tempo
PREVISÃO PARA O FIM DE SEMANA

Tragédia supera marcas de 1941

A região já viveu uma dezena de cheias de grandes proporções ao longo de um século, mas o Rio Taquari nunca havia passado dos 30 metros. Antes disso, maior enchente foi registrada há 83 anos, também no mês de maio

ORio Taquari atingiu 33,35 metros na tarde do dia 2 de maio em Lajeado e se tornou a maior enchente e a maior tragédia já registrada na região. Até o momento, as cheias que atingiram todo o Vale deixaram pontes destruídas e acessos bloqueados. Milhares de casas foram levadas pelas águas e dezenas de vidas perdidas. A região ainda se recuperava da cheia de setembro de 2023, que vitimou 54 pessoas e ainda conta com quatro desaparecidos. Os prejuízos ainda são incalculáveis e a comunidade trabalha para reerguer os municípios.

A enchente de 2023 se tornou histórica. Antes disso, a região

só tinha vivido algo parecido em 1941, até então, considerado o ano da maior cheia do Taquari, quando as águas atingiram 29,92 metros em Lajeado. Em 41, choveu no estado por cerca de 20 dias seguidos entre abril e maio. A data exata em que as pancadas iniciaram é imprecisa. Em suas pesquisas, o

Vale na época) registrava chuvas desde o dia 19.

As precipitações começaram fracas. A situação mudou em 22 de abril, quando choveu mais de 120mm em apenas um dia.

A exemplo do Taquari, as principais bacias hidrográficas gaúchas transbordaram naquele ano. Em Porto Alegre, o auge do Guaíba foi registrado no dia 8 de maio, quando o nível do rio passou dos 4,7 metros no cais do porto (normal é 1,2 metros).

Cerca de 25 mil quilômetros quadrados do RS foram inundados, dezenas de cidades ficaram isoladas, faltaram subsídios básicos como alimentos e praticamente todos os meios de transporte terrestres ou aquáticos pararam.

Embora os prejuízos econômicos tenham sido incalculáveis, não há registro de mortes no Vale em função da violência das águas. Sem defesa civil na época, salvamentos foram feitos por populares, pescadores e empresas de navegação.

Em Lajeado, as águas cobriram a Rua Silva Jardim, até onde estão localizados hoje os prédios dos antigos Correios e Fórum. Moradora da cidade, Ernesta Kerta de Souza Pfaff, 96, conhecida como Dona Guerta, vivenciou

a enchente de 41. Hoje, ela não mora mais em área com risco de ser atingida pelas cheias mas, a cada vez que as chuvas intensas chegam ao município e causam inundações como estas, ela relembra aquela enchente quando, aos 13 anos, ajudou a subir os móveis na casa da avó, na rua Borges de Medeiros.

Naquela época, com pouca habitação, os danos não foram tão severos. Ela lembra que a água era limpa e as crianças viam aquilo como uma brincadeira. As destruições também eram em proporções menores e as lembranças nem perto de se tornarem traumas.

“Não dava medo, a gente andava na rua, andava brincando na água, nas valetas, a água era bem limpinha, era mais um brinquedo pra gente”, lembra.

Dona Guerta conta que como as camas eram de ferro e mais altas do que as atuais, todos os móveis da casa da avó foram colocados no segundo piso, em cima das camas. Ela recorda, em especial, de uma máquina de costura que, no fim, acabou caindo na água, pela força da correnteza que atingiu a casa da avó. A água chegou a subir 50 centímetros do segundo andar.

MAIOR CHEIA DA HISTÓRIA historiador José Alfredo Schierholt aponta que a água caía desde 13 de abril. Já o jornal O Taquaryense (única imprensa do Enchente deste ano chegou a 33,35 metros na tarde do dia 2 de maio em Lajeado Enchente de 1941 registrada no Centro de Lajeado, na Rua Silva Jardim

Estávamos em casa, o pessoal começou a chamar, descarregamos algumas coisas e escapamos. Num instante a água já estava aqui”

Inundação no

Forqueta e no Fão

Outra enchente histórica foi registrada em 2010, desta vez, com a cheia nos Rios Forqueta e Fão, que inundou, em especial, as cidades de Marques de Souza e Travesseiro. Não há registros do quanto os rios subiram naquele ano, ou mesmo na cheia da última semana, mas moradores afirmam que há 14 anos, o nível das águas foi ainda maior.

Em 2010, essas duas cidades foram devastadas. O nível dos rios começou a subir de forma rápida no dia 4 de janeiro. Relatos da época contam que a água invadiu as casas em menos de 1h e impossibilitou a retirada de materiais. As chuvas chegaram à noite e pela madrugada, conforme explica a edição de 6 de janeiro de 2010 do Jornal A Hora.

Em menos de 24 horas, choveu cerca de 324mm nas cabeceiras

dos principais rios do Vale do Taquari. A força da água transportou centenas de toneladas de detritos que ficaram presos na ponte da Barra do Duduia, em Fontoura Xavier, criando uma espécie de “barragem natural” no Rio Fão. Quando a estrutura ruiu, formou-se uma onda de água, árvores e detritos com até quatro metros de altura que se espalhou também pelo Rio Forqueta. Essa enxurrada passou pelos municípios de Marques de Souza e Travesseiro por volta das 18h do dia 4 de janeiro de 2010.

Cerca de 325 residências foram atingidas pela cheia, conforme levantamento da administração municipal. Dessa, pelo menos 120 registraram perda total ou parcial do mobiliário.

Não dava medo, a gente andava na rua, andava brincando na água, nas valetas, a água era bem limpinha, era mais um brinquedo pra gente”

Outras tragédias

Apesar dos prejuízos, nenhuma morte foi registrada. Relatos da época indicam que só não houve óbitos porque a enchente veio durante o dia.

Os campings, famosos em Marques de Souza, ficaram irreconhecíveis. Uma das cenas mais chocantes foi o Cemitério Católico de Tamanduá, onde as covas foram reviradas. Crânios e ossos estavam espalhados pelo terreno. Na época, os governos municipais falavam que seriam necessários mais de R$ 20 milhões para recuperar pontes, estradas e pinguelas afetadas pela cheia.

Perdas outras vez

Moradores de Marques de Souza, Clair Happel, 67, e Darnilo Happel, 71, passaram pela cheia de 2010 e vivem o drama da tragédia outra vez. Há 14 anos, a casa de madeira onde residiam foi destruída e eles construíram uma nova moradia feita de alvenaria que também foi danificada pela enchente da última semana.

“Estávamos em casa, o pessoal começou a chamar, descarregamos algumas coisas e escapamos. Num instante a água já estava aqui”, conta Clair. Para ela, a enchente deste ano foi pior do que a de 2010, porque as águas vieram com força. A falta de comunicação com a família também a deixou apreensiva.

A HORA | 11 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024 Maiores enchentes no Vale 33,50 Maio de 2024 28,94 Novembro de 2023 29,62 Setembro de 2023 27,39 Julho de 2020 26,85 Julho de 2011 26,65 Outubro de 2008 26,95 Outubro de 2001 28,86 Abril de 1956 27,35 Setembro de 1954 27,35 Setembro de 1954 27,40 Janeiro de 1946 29,92 Maio de 1941 * * * *Medição conforme dados do Governo de Lajeado **Medição conforme dados do Governo de Estrela. Demais dados são do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da engenheira ambiental Sofia Moraes. CLAIR HAPPEL MORADORA DE MARQUES DE SOUZA
ERNESTA KERTA DE SOUZA PFAFF MORADORA DE LAJEADO QUE VIU A ENCHENTE DE 1941

OPINIÃO

A banalização da invisibilidade enquanto tema acadêmico

Basta navegar por buscadores de artigos para encontrar vários discorrendo sobre a invisibilidade dos pobres, da população negra, de pessoas com deficiência, de grupos LGBTQIAPN+, alguns de um rol considerável de indivíduos. Invisíveis, invisibilização, invisibilidade viralizaram no mundo universitário. As construções teóricas passaram por reflexão de quem as redigiu e, muitas vezes, por análise dos pares. Do mundo acadêmico, entraram no universo jornalístico (ou vice-versa?), ganhando grande dimensão. Já me incomodava muito essa terminologia, enquanto pertencente ao coletivo LGBTQIAPN+, tanto que, em vários momentos, em falas, coloquei as adjetivações sob dúvida, alegando que, pelo contrário, pessoas como eu,

“Não, não tem ninguém invisível - há somente os incomodamente visíveis”

dissidentes da heterocisnormatividade, são excessivamente visíveis. Dificilmente conseguimos nos esconder, tanto que há registros históricos da presença do sentimento homoafetivo e da estética não binária há séculos, passando pelos greco-

-romanos, egípcios e pela Bíblia. Foi durante o Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento, na Univates, que comecei a pensar novamente no tema, agora não mais sobre mim, mas sobre uma pequena área, considerada de risco, próxima ao rio Taquari. Prontamente surgiram, em debates, as expressões ligadas à invisibilidade para discorrer sobre quem ali reside. Nego-me a utilizá-las, porque pobres, gays, mulheres, negros, entre tantos outros, têm história secular, portanto é totalmente descabido que tenham sido ou que sejam invisíveis. Os processos de marginalização e de exclusão demandaram que se visse muito bem quem eram, onde viviam, como se comportavam. Essa visibilidade permitiu aos governantes a escolha por não os considerar relevantes. O pensador francês Michel Foucault já raciocinava que,

para existir o que é considerado padrão, é necessário, antes, definir o que o conceito não comporta. Os indesejáveis, os excluídos e os marginalizados são conformados conceitualmente antes daqueles que representam o ideal – que é algo que se forma a partir do que não deve ser. Embora a ideia de invisibilização esteja ligada a uma prática ativa de quem não quer ver algo, a certo apagamento como ato, a apropriação da noção parece permitir que os que estão e estiveram no poder possam se salvaguardar da responsabilidade pelo histórico de perseguições, escravizações, limitações, hierarquizações e tentativas de correção ou

eliminação, da violência como um todo. Mais recentemente podem se eximir pela falta de políticas públicas. Não, não tem ninguém invisível - há somente os incomodamente visíveis.

Esse é o título do meu mais novo livro, que traz a temática da família e suas caraterísticas existenciais. Um livro com a leveza da alegria das personalidades e as dificuldades delas, esperadas pelo humano em cada um. As personagens se entrelaçam pelo viés da ligação de sangue entre elas, representando toda e qualquer família que exista. A realidade é desconstruída no sentido de dar maior ênfase à verdade de cada um, conquanto isso possa significar o estranhamento entre os pares. Dessa forma, a família é um ente constitutivo de qualquer pessoa como núcleo primeiro, no qual se ensinam valores e comportamentos de cuidado e educação. Cada um de nós se originou numa família, e é nela que se tem o porto seguro, os traumas, a aprendizagem inicial da vida, os modelos de pai e mãe e toda a gama de situações que regem aquele agrupamento. Como podemos amar alguém na família se há tantas diferenças entre a parentela? Talvez pela tolerância à diversidade que precisa ser levada

OPINIÃO

em conta diante do mundo de novas conexões que atravessam a todos, independente de conceitos pessoais. Nesse sentido, quando um pai briga com um filho ou uma mãe se afasta de seu parceiro, todos nós sofremos também, porque isso diz respeito a todas as pessoas, já que é do humano sentir tudo isso. Carl Gustav Jung predizia muito bem tal situação quando apontava para o que é chamado de processo de individuação, ou seja, a dinâmica que significa tornar-se um ser único, alcançar uma singularidade profunda, tornando-nos o nosso próprio si-mesmo. Alguém pode pertencer a uma família, mas precisa ter sua subjetividade preservada e desenvolvida, a fim de fazer, além de sua vida na família, também sua vida individual para o propósito que veio realizar no mundo. Portanto, dentro de uma família respingam todas as situações da sociedade, porque

Do humano ao cotidiano ser

ela é a raiz de todo o início da vida de relação. Escrever sobre isso é relativamente fácil, mas viver e experienciar tudo o que faz parte disso é o grande desafio. Especialmente porque todas as pessoas se constituem do humano ao cotidiano ser.

12 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
Jandiro Adriano Koch escritor Mestre em Psicologia – UFRGS Caroline Lima Silva

VENÂNCIO AIRES

Desvio municipal na RSC-287 é apenas para moradores locais, informa prefeitura

Local foi bloqueado para todos os veículos. Medida foi tomada depois de regras de trafegabilidade terem sido ignoradas por diversos motoristas

Prefeitura e Defesa Civil precisaram mudar regras de utilização do desvio municipal criado por conta de bloqueio, de três quilômetros, na RSC-287, na região de Vila Mariante. O trecho havia sido liberado para a passagem de caminhões, contudo a falta de sensibilidade de curiosos, com veículos leves, congestionaram o trecho. Por conta disso, o local foi bloqueado para todos os veículos na tarde de quinta-feira, dia 9, e reaberto nessa sexta-feira, dia 10, apenas para moradores locais. A medida foi anunciada pelo responsável pela Defesa Civil, Luciano Teixeira.

Ele informa, inclusive, que vários veículos de pequeno porte precisaram ser removidos, depois de atolarem no local, o que paralisou em diversos momentos o trabalho de limpeza em Vila Mariante. Além disso, “na sequência esse mesmo maquinário também precisou atuar em nova manutenção do desvio”, lamentou. Desde então o desvio municipal é fiscalizado com o apoio dos agentes municipais de trânsito e policiais militares.

Rota de Santa Maria

Em paralelo, a concessionária

Rota de Santa Maria, responsável pela manutenção da RSC-287, informa que no fim de semana pretende iniciar a reconstrução do trecho destruído pela enchente

em Venâncio Aires. O diretorgeral da concessionária, Leandro Conterat, disse que a área exige grande volume de material para reconstrução do aterro. Quatro crateras, ao longo de três quilômetros, foram criadas em Estância Nova.

No entanto, a recomposição do tráfego provisório, a partir de um desvio a ser feito ao lado da rodovia principal, poderá levar até quatro semanas para ficar pronto, mas pode ser agilizado a partir da ajuda de empresários de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul interessados em contribuir, de forma voluntária, com empréstimo de maquinário e no transporte de material.

O alinhamento da ajuda será afinado em encontro do poder público, empresários e concessionária neste sábado, dia 11, justamente na data de aniversário de Venâncio Aires, quando a cidade completa 133 anos de emancipação políticaadministrativa.

A HORA | 13 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
CRISTIANO WILDNER

LIGAÇÃO ENTRE MUNICÍPIOS

Ponte é refeita entre Coqueiro Baixo e Travesseiro

Com a obra, é possível oferecer condições de saída de produção do município e entrada de veículos com combustível e mantimentos

Omunicípio de Coqueiro Baixo ainda se recupera dos intensos prejuízos sofridos durante a última enchente. Conforme relatos do prefeito Jocimar Valer, a força das águas do rio Coqueiro arrancou pontes, causou deslizamentos e

obstruiu vias, principalmente nas comunidades do interior. A ponte que faz divisa entre Coqueiro Baixo e Travesseiro, com estrutura de 5m de altura e 8m de cumprimento, foi levada pelo rio e abriu uma cratera de 20 metros de comprimento. A prefeitura iniciou

trabalhos no local para amenizar os impactos e liberar o acesso já que toda a região ficou isolada devido à queda da ponte do Forqueta entre Arroio do Meio e Lajeado. “Não tínhamos outra saída e a solução era essa nossa. Preenchemos de forma urgente um acesso que foi feito com tubos e terra para dar condições de tráfego para os caminhões e estamos fazendo a manutenção constante diariamente”.

Com isso, foi possível oferecer condições de saída de produção do município e entrada de veículos com combustível e mantimentos.

“A estrada não comporta todo esse trânsito, por isso, temos uma certa preocupação e pedimos para que as pessoas tenham cuidado ao transitarem, pois é uma via de espace, mas tem suas limitações”.

O gestor ressalta que é possível acessar Relvado, Nova Bréscia, Encantado, Arroio do Meio e os municípios em volta de Coqueiro, todos atendidos pelo trajeto

Esse acesso para a BR-386 demandou muito trabalho.”

improvisado enquanto não tiver outra liberação.

“Esse acesso para a BR-386 demandou muito trabalho da equipe de obras. Inclusive, contamos com ajuda de Nova Bréscia que auxiliou com máquinas e equipes. Agora, faremos a manutenção, pois passam muitos veículos pesadas e acaba danificando a via”.

Com a chuva voltando, Valer alerta que ainda há riscos de desmoronamentos devido ao solo trincado, portanto, “a atenção deve ser redobrada”.

Moradores iniciam mobilização para reconstrução de ponte

A cheia histórica do rio Forqueta resultou na queda parcial da ponte entre Travesseiro e Marques de Souza. Com isso residentes e empresários locais uniram forças para enfrentar o desafio da reconstrução da estrutura. Desde sexta, um grupo se organizou para angariar fundos e recursos essenciais.

Com a contabilidade e a formalização de um CNPJ já em andamento por meio de voluntários, a próxima etapa consiste na criação de uma conta específica para receber doações. Além disso, o grupo planeja envolver engenheiros e

empresas para elaborar projetos e orçamentos. A intenção com isso é traçar metas, sensibilizar autoridades e figuras publicas do estado que lideram campanhas de arrecadações.

Uma avaliação inicial revela que dois pilares e três vãos foram arrastados pela força das águas. A ponte, inaugurada em fevereiro de 2006, possui 161 metros de extensão e é composta por sete pilares, seis vãos e 24 vigas de concreto. Sua construção, na época foi uma uma demanda antiga das comunidades locais, foi um processo que durou décadas.

14 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
VALER PREFEITO DE COQUEIRO BAIXO
JOCIMAR
A HORA | 15 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024

PÓS-CHEIA

HBB prioriza urgência e emergência

Na próxima semana, instituição avalia possibilidade de execução de casos eletivos

Hospital Bruno Born continua tendo como prioridade atendimentos de urgência e emergência. Na próxima semana, casos eletivos serão avaliados para não acontecer o agravamento do quadro clínico. O diretor-executivo da casa de saúde, Cristiano Dickel, menciona que apelo realizado pelo hospital teve a receptividade da comunidade. “De imediato, percebemos a queda na procura por atendimentos de menor complexidade.”

A instituição que recebe paciente de todos os municípios, está atualmente com todas as depen-

dências lotadas e com 12 leitos inoperantes devido às chuvas. Porém, ressalta que continuam atendendo todos os pacientes, o que é dever de um hospital. Dickel pede para que o governo estadual, envie recursos para os hospitais para que eles consigam se manter, em razão de algumas cidades estarem fechadas devido às cheias e pela carência de procedimentos.

Dos vários funcionários que a casa de saúde tem, 107 foram diretamente atingidos e 32 perderam suas residências. Em razão disso, a instituição realiza uma campanha solidária para auxílio as vítimas da cheia, que pode ser acessada aqui. O diretor-executivo, pondera que é de grande importância prestar assistência aos funcionários, porque são eles que fazem o hospital funcionar e pela dificuldade de encontrar mão de obra qualificada.

Cerca

de mil pessoas procuram por locação

Percebemos

a queda na procura por atendimentos

de menor complexidade.”

A histórica elevação de 32 metros do Rio Taquari, deixou milhares de pessoas desabrigadas em Estrela. O corretor imobiliário da Imobiliária Nova Era, Adiel Krabbe, menciona que cerca de 1 mil pessoas estão procurando por imóveis para locação e que as imobiliárias não conseguem atender a alta demanda, “já tínhamos poucas opções devido às cheias anteriores, agora está bem escaço”.

O corretor também ressalta que é uma situação de colapso no município. Os poucos lugares que tem, tiveram um aumento exorbitante no valor a ser pago pela locação e ainda que seja acima do nível, ele frisa que as pessoas não se importam de pagar, porque elas só querem um lugar para descansar. Para finalizar, Krabbe pede para aqueles que tiverem condições de construírem em áreas não alagadas e possa alugar, construa. “O pessoal não quer de graça, eles querem um espaço para recomeçar”.

O pessoal não quer de graça, eles querem um espaço para recomeçar”.

16 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
ADIEL KRABBE CORRETOR IMOBILIÁRIO

CONSEQUÊNCIAS DA ENCHENTE

Venâncio Aires projeta reconstrução de Vila

Mariante em novo local

Possível localização será no terreno do antigo Instituto Penal Mariante, em Vila Estância Nova

Oprefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, enquanto lidera a frente de trabalho visando o atendimento emergencial e humanitário de centenas famílias que seguem fora de casa, empregos ou com os serviços básicos de água e luz interrompidos, já projeta o futuro das regiões mais atingidas pelas cheias na cidade. No plano de reconstrução que será enviado pelo Município à Defesa Civil Nacional, os investimentos em moradias, escolas e posto de saúde serão apresentados para nova área em Vila Estância Nova. “Estamos respeitando o momento e o luto de todos nessa catástrofe, mas a decisão de não investir mais em Vila Mariante está tomada. Temos que entender que as enchentes no local estão se tornando cada vez mais recorrentes e o perigo é iminente. A comunidade onde Venâncio nasceu deverá se transformar em um local para veranistas e pequenos comércios, mas já estamos projetando a retirada das famílias que desejarem ir para zonas mais seguras de moradia”, revelou o prefeito com relação ao futuro de Vila Mariante. Em conversa com moradores desabrigados, empresários e lideranças, o Rosa adianta que projeta um novo loteamento junto ao terreno do antigo Instituto Penal Mariante, em Vila Estância Nova. “Já solicitei

Ministério Público convoca prefeitos para organizar plano de prevenção

a cedência jurídica pelo Estado da área que fica ao lado do novo Distrito Industrial. Lá tem Posto de Saúde, Escola Estadual, ginásio próximo e toda a infraestrutura capaz de formarmos uma nova e segura vila populacional”, ressalta. Também a Emei Closs, localizada no bairro União, que sofre com recorrentes enchentes, também não receberá mais investimentos no mesmo local. “Já tínhamos uma nova construção cadastrada para transferir essa escola de local e essa enchente só acelerou o processo. O poder público precisa ter responsabilidade quanto ao rumo dos investimentos”, finalizou. Enquanto os levantamentos de desabrigados e necessidades de investimentos estão ainda em fase inicial, outra proposta que integra o Plano de Trabalho da Defesa Civil Municipal e será entregue ao Estado e ao Ministério da Integração Nacional diz respeito à alteração no traçado da ERS-130, em Vila Mariante, desviando assim o trajeto da rodovia que hoje costeia a beira do rio a cada enchente mais assoreado.

Chamamento feito pelo promotor Sérgio Diefenbach busca contribuir com trabalho dos municípios. Especialista vai auxiliar em capacitação

O Ministério Público convoca prefeitos da região para a organização de um plano de trabalho sobre deslizamentos e

eventuais efeitos em moradias urbanas e rurais. Um vídeo foi enviado pelo promotor Sérgio Diefenbach para gestores municipais.

No vídeo, Diefenbach comenta que esteve reunido com o professor Masato Kobiyama, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Ufrgs. O profissional está com uma atuação em Santa Clara do Sul, mas continuará na região nos próximos dias para capacitar profissionais.

“Pedimos aos prefeitos que indiquem, dentro do quadro de servidores, ou de fora dele, geólogos ou engenheiros que possam atuar em trabalho de verificação. E também que apontem quais são as áreas de maior preocupação com deslizamentos”, orienta.

Na quarta-feira, às 14h, a Promotoria de Lajeado sediará um treinamento oferecido por Kobiyama para esses profissionais indicados pelos municípios.

Trânsito entre Colinas e Roca Sales é restringido para veículos essenciais

Reportagem fez o trajeto e demorou 1h40min. Com a chuva, situação deve piorar

Conforme a Brigada Militar, o trânsito de veículos na ERS-129, entre Colinas e Roca Sales, foi restringido para veículos essenciais, como emergência, resgate e caminhões com mantimentos.

As condições da pista são ruins em razão da destruição causada pela cheia do Rio Taquari. Com a chuva dessa sexta-feira, 10, a situação deve piorar. A reportagem fez o trajeto e demorou 1h40min para chegar a Roca Sales.

O poder público precisa ter responsabilidade quanto ao rumo dos investimentos”

A HORA | 17 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
RODRIGO MARTINI JARBAS DA ROSA PREFEITO DE VENÂNCIO AIRES

Notícias

Construindo uma Lajeado melhor.

Após enchente, Câmara de Lajeado retoma sessões

Em decorrência da catástrofe climática que atingiu o município de Lajeado e o Estado do Rio Grande do Sul, a sessão ordinária ocorreu, excepcionalmente, nesta quinta-feira (09/05).

A plenária foi realizada conjuntamente com a sessão ordinária do dia 30 de abril, adiada por causa da inundação.

Ao iniciar os trabalhos, o presidente da Câmara de Lajeado, vereador Lorival Silveira (PP), determinou um minuto de silêncio no plenário da Casa, em memória às vítimas da enchente.

Em meio ao caos, um anjo

A maioria dos vereadores concordou em abrir mão de seu espaço de fala na sessão para agilizar votações de Projetos de Lei e demais proposições da Casa. Dos cinco projetos pautados na Ordem do Dia, somente um foi aprovado por maioria de votos dos vereadores. Trata-se do Projeto de Lei nº 041/2024, que autoriza a abertura de Crédito Especial para as Secretarias da Saúde e da Segurança Pública, no valor de R$ 60 mil, para auxiliar na criação da Guarda Civil Municipal. Os outros quatro projetos tiveram votação adiada por pedido de vista, ou seja, quando o vereador solicita mais tempo para análise da matéria.

Prédio invadido por enchente

DNa Câmara Municipal, as atividades administrativas e legislativas ficaram suspensas entre os dias 30/04 e 07/05. A inundação alcançou a área térrea que corresponde às garagens e ao piso do prédio onde está sediado o Poder Legislativo. O expediente foi reestabelecido no dia 08/05.

Publicação paga pela Câmara de Lajeado. Veiculação R$ 1.247,50 Criação R$ 00,00 (Lei 10.512/2017)

Acompanhe a sessão

As Sessões Ordinárias são realizadas todas as terçasfeiras, a partir das 17 horas, no Plenário, localizado na Avenida Benjamin Constant, 670. Todos os munícipes estão convidados a participar. Aqueles que desejarem, também podem acompanhar os trabalhos pelo site da Câmara, no YouTube ou no Facebook.

ASSISTA AS SESSÕES E ACOMPANHE O TRABALHO DO SEU VEREADOR Toda terça-feira, às 17h, via canais oficiais da Câmara na internet • www.lajeado.rs.leg.br • (51) 3982.1154

epois de dois dias trabalhando e ajudando as pessoas, eu tive coragem e tempo de ir na minha casa. Com medo do que eu poderia encontrar, ou não encontrar, entrei na rua Emilio Treter Sobrinho, irreconhecível. Então numa mistura de medo e perplexidade, eu entrei na Rua 7, onde ficava a minha casa e quase não encontrei ela, pois estava tapada de entulhos e fechada de terra e areia.

18 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
Câmara Lajeado da de Notícias Câmara Lajeado da de
Rua 7, a rua da minha casa Então algo aconteceu que me deixou impressionado. Em meio a tanta destruição uma foto frágil de uma criança estava ali, tranquila, sobre um arbusto. Um anjo em meio ao caos.
A HORA | 19 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024

Marques de Souza estima mais de R$ 60 milhões em prejuízos

São mais de 1,1 mil pessoas desabrigadas, além de 603 casas atingidas até o momento

Tendo em vista a série de estragos causados pela maior enchente da história do município, a Administração Municipal decretou situação de emergência.

Segundo relatório da Emater/ Ascar-RS, a cidade recebeu entre os dias 27 de abril e 3 de maio, 757 milímetros de chuva, o que provocou inundações, deslizamentos e quedas de barreiras por todo território.

Segundo o prefeito Fábio Mertz e o vice-prefeito Lairton Heineck, as perdas estimadas, num levantamento preliminar, já passam de R$ 60 milhões.

“O cenário em alguns locais como, a Avenida 10 de Novembro, Loteamento Brisas do Forqueta e Cidade D’Água, é catastrófico, de muita tristeza. Precisamos de recursos financeiros e ajuda humanitária para reconstruir

tudo”, avaliam. A tragédia deixou mais de 1,1 mil pessoas desabrigadas, 603 casas atingidas até o momento. Os engenheiros estão fazendo uma análise técnica de quais residências foram comprometidas e estima-se 61 perdas totais. A base da economia foi duramente abalada, seja com a falta de energia elétrica ou mesmo com as estradas bloqueadas que deixou centenas de produtores sem receber ração nas granjas. Além da morte de animais,

houve perda de matéria-prima, como a produção de leite sendo jogada fora. As águas também danificaram lavouras de milho destinadas para silagem e de grãos como a soja. O prejuízo financeiro chega a R$ 30 milhões.

A Associação Comercial e Industrial organiza um pix solidário para arrecadar recursos financeiros e auxiliar no processo de reconstrução de todos os segmentos da economia e as famílias atingidas. A chave é o CNPJ – 08.208.665/0001-05.

Canudos do Vale vai construir estiva para ligar os dois lados da cidade

Diante da queda da ponte sobre o Arroio Forquetinha, na área central, a ideia é construir, de forma provisória, uma estiva para interligar os dois lados separados pela enchente.

O prefeito Paulo Bergmann destaca a importância estratégica dessa obra para a comunidade. “Essa ponte será essencial para restabelecer a mobilidade

e o acesso entre as diferentes áreas da cidade, como posto de Saúde. Ela permitirá que os moradores possam transitar com segurança e de forma ágil.”

As obras devem iniciar nos próximos dias. Bergmann, juntamente com o engenheiro civil Draghetti e a arquiteta Josieli Fleck Por enquanto, uma pinguela, erguida em um dia, serve de passagem.

20 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
PONTE PROVISÓRIA

Retomada do transporte urbano deve ser avaliada

Deslocamento intermunicipal, entre Estrela e Lajeado, segue com horários específicos

A retomada da circulação do transporte coletivo urbano, realizado pelo micro da Trevosul, no município de Estrela, deve ser avaliada nos próximos dias. Até o momento, somente a Auto Viação

Estrela circula pelo município com a rota intermunicipal, Estrela – Lajeado e Lajeado – Estrela. Os horários são restritos e podem alterar, conforme condição das pistas.

Confira os horários do intermunicipal

Sábado 11/5

7h30min – Estrela / Lajeado

8h – Lajeado / Estrela

9h30min – Estrela / Lajeado

10h – Lajeado / Estrela

11h30min – Estrela / Lajeado

12h – Lajeado / Estrela

Segunda-feira 13/5

6h15min – Estrela / Lajeado

6h30min – Lajeado / Estrela

7h30min – Estrela / Lajeado

8h – Lajeado / Estrela

9h30min – Estrela / Lajeado

10h – Lajeado / Estrela

11h30min -Estrela / Lajeado

12h – Lajeado / Estrela

13h30min -Estrela / Lajeado

14h – Lajeado / Estrela

15h30min -Estrela / Lajeado

16h – Lajeado / Estrela

17h30min – Estrela / Lajeado

18h – Lajeado / Estrela

Relatório da Administração

Senhores Acionistas, Submetemos à apreciação de V. Sas. as Demonstrações Financeiras da Sommer Administração e Participações S/A relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2022. Permanecemos a disposição dos senhores acionistas para esclarecimentos que entendam necessários. Arroio do Meio (RS), 05 de março de 2023 A diretoria Demonstrações Contábeis Referentes aos Exercícios Findos em 31/12/2023 e 31/12/2022 (As Notas Explicativas Integram as demonstrações contábeis) Balanço Patrimonial

ATIVO

CIRCULANTE

DISPONIBILIDADES

Caixa e Bancos - N4

Bancos Conta Aplicação Liquidez Imediata - N4

IMPOSTOS A RECUPERAR

IRPJ a Recuperar - N5

OUTROS CRÉDITOS

Outros Créditos a Receber

DESPESAS PAGAS ANTECIPADAMENTE

Prêmios de Seguros a Apropriar - N11

NÃO CIRCULANTE

Imobilizado

Imóveis - Construções Civis - N7

TOTAL DO ATIVO

Demonstração do Resultado do Exercício

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Receita de Vendas e Serviços

DEDUÇÕES DA RECEITA OPERAC. BRUTA

Impostos Incidentes s/as Vendas RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

CUSTO DOS SERVIÇOS VENDIDOS

LUCRO BRUTO

DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS

Administrativas

RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO

Despesas Financeiras

Receitas Financeiras

LUCRO ANTES DA PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

Contribuição Social

Imposto de Renda Pessoa Jurídica

LUCRO/PREJUIZO LÍQUIDO DO EXERCICIO

Lucro Líquido/Prejuízo por lote de mil ações

2023

(15.354,38) (15.354,38) (15.354,38) (2.217,31) 5.406,78

(12.164,91) (293,35) (488,87) (12.947,13) (9,96) 2022

Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Indireto

(21.426,85) (21.426,85) (21.426,85) (1.763,77) 6.815,62 (16.375,00) (150,04) (250,05) (16.775,09) (12,90)

Das Atividades Operacionais Lucro Líquido do Exercício Ajustes para conciliar o resultado as disponibilidades geradas pelas atividades Aumento (redução) Impostos a Recuperar Aumento (redução) Contas a Receber e Outros Aumento (redução) Despesas Pagar Antecipad. Aumento (redução) Contas a Pagar Aumento (redução) Impostos e Contrib. a Pagar Aumento (redução) de Outros Passivos Provisão CSLL e IRPJ

Das Atividades de Investimentos Das Atividades de Financiamentos Adiantamento para Futuro Aumento de Capital Aumento Líquido das Atividades de Caixa Aumento/Diminuição das Disponibilidades No Inicio do Exercício No Final do Exercício Aumento/Diminuição nas disponibilidades

Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis

Nota 1 Contexto operacional: A Sociedade Anônima com sede na Rua São João, 232 – Sala A4 - Bairro Centro, Arroio do Meio – RS, CEP: 95.940-000, com seus atos registrados em 12/07/2018 sob NIRE: 43300062091. A empresa tem como atividade Construção de Edifícios, incorporação de empreendimentos imobiliários, administração de obras, holding de instituição não-financeira, compra e venda de imóveis próprios, aluguel de imóveis próprios, loteamento de imóveis próprios, corretagem na compra e venda e avaliação de imóveis, corretagem e aluguel de imóveis. Nota 2 Apresentação das Demonstrações Financeiras: As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as normas brasileiras de contabilidade NBC TG1000 aprovada pela Resolução 1255/09, a legislação societária vigente. As alterações na legislação societária introduzidas pela Lei n.11.638, de 28 de dezembro de 2007, pela Lei n.11.941, de 27 de maio de 2009 e pela Lei 12.973 de 13 de maio de 2014, que modificam a Lei n.6.404/76 relativo à elaboração e divulgação das demonstrações financeir as. Nota 3 Resumo das principais práticas contábeis: Apuração do resultado - O resultado é apurado em conformidade com o regime de competência. As receitas de venda de produtos (quando houver) são reconhecidas no resultado quando todos os riscos e benefícios inerentes aos produtos são transferidos para o comprador. Estimativas Contábeis - Da determinação e registro de estimativas contábeis. Ativos e Passivos significativos sujeitos a essas estimativas e premissas incluem o valor residual do ativo imobilizado e a mensuração de instrumentos financeiros. Instrumentos financeiros - Os nstrumentos financeiros incluem aplicações financeiras, contas a receber e outros recebíveis, caixa e equivalentes de caixa, empréstimos e financiamentos, contas a pagar e outras dívidas, são reconhecidos pelo valor justo considerando as alterações positivas ou negativas através do resultado do exercício. Ativo Circulante e Ativo não Circulante: Caixa e equivalentes de Caixa - O caixa e equivalentes de caixa estão representados por aplicações de curto prazo, de liquidez imediata, são prontamente conversíveis em caixa sujeitos a insignificante risco de mudança de valor e sem restrições para sua utilização, além de saldos disponíveis em conta corrente bancária e moeda corrente que co mpõe o saldo da conta caixa. Nota Explicativa nº 4. Imobilizado - Registrado ao custo de aquisição, formação ou construção. A depreciação é calculada pelo método linear conforme Nota Explicativa nº 7 e leva em consideração o tempo de vida útil estimado dos bens. Demais Ativos Circulantes e Ativos não Circulantes - São apresentados pelo valor de realização, quando aplicável às correspondentes atualizações. Imposto de Renda e Contribuição Social - O imposto de renda pessoa jurídica e a contribuição social sobre o lucro líquido do exercício, são calculados com base nas alíquotas de 15% acrescida do adicional 10% sobre o lucro tributável excedente de R$ 240.000,00 anual para o imposto de renda pessoa jurídica, 9% sobre lucro tributável para contribuição social sobre lucro líquido e considera a compensação de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, limitada a 30% do lucro real anual, quando existentes. Nota Explicativa nº 6. Nota 4 - Caixa e Equivalentes de Caixa: Caixa e Bancos Aplicações

seu valor presente e são obrigações resultantes de um evento passado, sendo provável que um recurso econômico seja requerido para liquidá-lo. Nota 9 - Passivos Contingentes: Com base na opinião da assessoria jurídica, a empresa não registrou no exercício de 2022 e 2023, valores em provisões para riscos de contingentes, de naturezas trabalhistas e cíveis, decorrentes das atividades normais de seus negócios. Uma provisão se faz necessária quando há uma obrigação presente que provavelmente requer uma saída de recursos; uma divulgação é exigida, menção em nota explicativa quando se tratar de perda possível, que poderá, mas provavelmente não irá requerer uma saída de recursos; quando há uma obrigação cuja probabilidade de uma saída de recursos é remota nenhuma provisão é reconhecida e nenhuma divulgação será exigida. A empresa é envolvida em processos judiciais de possibilidade de perda remota. Nota 10 - Capital Social: O Valor do Capital Social em 31 de dezembro 2023 é de R$ 1.300.000,00 (Um milhão e trezentos mil reais) dividido em 1.300.000 (um milhão e trezentas mil) ações ordinárias, o capital social está totalmente integralizado. Em 17/05/2021 foi realizado um adiantamento de Vera Schaffer Sommer de R$80.000,00 (oitenta mil reais) para futuro aumento de capital social, conforme Contrato de Efetivação de Adiantamento para Futuro Aumento de Capital – AFAC, na data de 14/05/2021. Nota 11 - Seguros: A empresa adota política de contratar seguros em montantes considerados suficientes pela Administração para cobrir eventuais sinistros sobres seus ativos e/ou

A HORA | 21 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
S/A. CNPJ 30.911.238/0001-30
SOMMER ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES
2023 44.178,09 41.967,34 595,18 41.372,16 87,03 87,032.123,72 2.123,72 1.237.788,00 1.237.788,00 1.237.788,00 1.281.966,09 2022 56.139,20 54.752,14 27,39 54.724,75 65,90 65,90 40,22 40,22 1.280,94 1.280,94 1.237.788,00 1.237.788,00 1.237.788,00
PASSIVO
FORNECEDORES
OBRIGAÇÕES SOCIAIS
TRIBUTÁRIAS DIVIDENDOS ESTATUTÁRIOS
LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL Capital Realizado – N10 RESERVA DE LUCROS Reserva Legal ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL - N10 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS (-) Prejuízos Acumulados TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LIQ. 2023 7.024,04
49,71
1.300.000,00 1,90 1,90 80.000,00 (105.059,85) (105.059,85) 1.281.966,09 2022 6.038,0294,13 9,03
80.000,00
1.293.927,20
CIRCULANTE
- N8
E
OUTRAS CONTAS PATRIMÔNIO
-
9,03 6.965,30 1.274.942,05 1.300.000,00
5.934,86 1.287.889,18 1.300.000,00 1.300.000,00 1,90 1,90
(92.112,72) (92.112,72) 1.293.927,20
----
----
2023 (12.164,91) (21,13) 40,22 (842,78)(44,42) 1.030,44 (782,22) (12.784,80)(12.784,80) 54.752,14 41.967,34 (12.784,80) 2022 (16.375,00) (5,10) (40,22) 586,37 (600,00) 76,80 5.304,83 (400,09) (11.452,41)(11.452,41) 66.204,55 54.752,14 (11.452,41) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
em 31/12/2021 Resultado do Exercício Saldo em 31/12/2022 Resultado do Exercício Saldo em 31/12/2023 Capital Social 1.300.000,001.300.000,001.300.000,00 Reserva Legal 1,901,901,90 Prejuízos Acumulados (75.337,63) (16.775,09) (92.112,72) (12.947,13) (105.059,85) Reserva de Lucros--Adiant p/Futuro Aumento Capital 80.000,0080.000,0080.000,00 Totais 1.304.664,27 (16.775,09) 1.287.889,18 (12.947,13) 1.274.942,05
Contas Saldo
financeiras 2023 595,18 41.372,16 2022 27,39 54.724,75 A empresa inclui na definição de caixa e equivalentes a caixa, os depósitos bancários
IRPJ
2023 87,03 2022 65,90 Nota 6 - Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: A empresa no exercício de 2023 é optante pelo Lucro Presumido. Nota
1.237.788,00 1.237.788,00 Depreciação AcumuladaValor Líquido 2023 1.237.788,00 1.237.788,00 Valor Líquido 2022 1.237.788,00 1.237.788,00 Nota 8 - Fornecedores: Estão demonstrados ao
vigência
24/11/2023
03/12/2024.
Conselho de Administração Diretoria Contadora Anelise
Helvio
Oreno Ardemio
(Presidente) Helvio Ernani
(Diretor) Maria Angélica Kuhn Weber CRC/RS 069674-O-9
disponíveis, as aplicações financeiras de curto prazo e de liquidez imediata e moeda corrente existente em caixa. Nota 5 - Impostos a Recuperar:
a Recuperar
7 - Imobilizado: a) Composição dos Saldos Contas ImóveisConstr. Civis Custo Corrigido
responsabilidade. Sendo neste contratadas apólices de seguros de
de
a 24/11/2024 e 03/12/2023 a
Nota 12 - Destinação do Resultado do Exercício: A empresa apurou prejuízo líquido no exercício, sem destinações estatutárias.
Heineck (Presidente)
Ernani
Sommer - Ricardo Sommer (Conselheiros)
Heineck
Sommer
SERVIÇOS
22 | A HORA Fim de semana, 11 e 12 maio 2024

Campanha para nova ponte se aproxima dos R$ 300

Levantamento inclui apenas valores já depositados. Promessas e garantias de contribuição, como a do humorista Badin, elevam montante para até R$ 2 milhões VAQUINHA

ARROIO DO MEIO/LAJEADO

Iniciada quinta-feira, a campanha “Juntos pela Ponte de Ferro” já arrecadou quase R$ 300 mil. A atualização foi feita pelo empresário Gilmar Borscheid, durante entrevista à Rádio A Hora nessa sexta-feira, 10. O montante considera apenas o valor já depositado na conta do movimento voluntário.

A boa notícia, segundo Borscheid, é a promessa de mais contribuições. O humorista Badin garantiu a destinação de R$ 500 mil. “E também uma empresa multinacional se comprometeu em doar 100 mil dólares. Isso tudo em pouco mais de 24 horas de campanha. Se colocarmos todas as promessas, falamos de R$ 1,5 milhão, R$ 2 milhões”, frisa.

Borscheid é um dos entusiastas do grupo “Amigos do Vale”, que reúne pessoas de diferentes segmentos da comunidade regional e surgiu para mobilizar a construção de uma nova estrutura para reconectar Lajeado e Arroio do Meio após a queda de duas pontes. Atualmente, a ligação entre os dois municípios é feito por meio de balsa e barcos.

“São várias pessoas querendo contribuir. Nós buscamos dar tranquilidade aos prefeitos, para que cuidem das cidades e das coisas básicas. E esse grupo está tentando pegar junto. Vemos essa ponte como uma grande necessidade. Sabemos que ela não é para amanhã, mas tem que ser pensada hoje”, pontua.

Mais do que interligar duas cidades, Borscheid lembra que a ponte vai reaproximar as regiões baixa e alta do Vale e também com o restante do RS. “Precisamos de muita resiliência. Todo mundo quer ajudar”.

Impacto logístico

Diretor presidente da Girando Sol, uma das maiores empresas da região, Borscheid frisa que

mil

Financiamento comunitário

Juntos pela Ponte de Ferro Grupo de empresários e líderes locais arrecada dinheiro para custear a reconstrução da passagem entre Lajeado e Arroio do Meio

Como

doar:

PIX: novapontedeferro @gmail.com (atenção, é tudo em minúsculo)

A conta é do Rotary Club Lajeado-Engenho

será necessário muito esforço para superar as dificuldades logísticas impostas pela queda de pontes e o bloqueio de estradas. “Nossa equipe é maravilhosa. E teremos um trabalho muito maior, que é reconstruir nossa região. Uma, duas pessoas não farão isso sozinho. Vamos dividir as dores. Temos mais de 90 funcio-

nários diretamente atingidos pela enchente. Alguns perderam tudo. E a questão logística nos impacta. Apelamos para que mantenham um cuidado com a ERS-129”.

Mobilização

O lançamento da campanha “Juntos pela Ponte de Ferro” ocorre na tarde de ontem, com participação de voluntários, representantes do Rotary Club e de autoridades públicas dos municípios.

Estima-se que sejam necessários até R$ 12 milhões para reconstruir a passagem e também dotar os acessos de infraestrutura para suportar a circulação de veículos, tanto de passeio quanto de caminhões.

As doações podem ser feitas para o PIX: pontedeferro@gmail. com. Todo o dinheiro arrecadado será apresentado de maneira transparente, com prestação de contas. Para acompanhar o movimento, é só acessar @pontedeferro, no instagram.

ARTIGO

Empreendedor e comunicador, apresentador do programa “O Meu Negócio”, da Rádio A Hora 102.9

O agora chegou

Após a devastadora catástrofe climática que atingiu nosso Vale do Taquari, a capacidade de empreender nunca foi tão necessária. Enquanto enfrentamos os desafios da reconstrução, é o espírito empreendedor das pessoas desta região que conduzirá a transformação e garantirá um futuro mais resiliente e próspero para todos.

Nosso vale é conhecido pela solidariedade, força e determinação de seus moradores, qualidades essenciais em momentos como este. Agora, mais do que nunca, esses traços devem ser canalizados para superar os desafios atuais. Empreender no póscatástrofe significa identificar oportunidades em meio às adversidades, seja reconstruindo o que foi perdido ou iniciando novos projetos, novas formas de fazer, que atendam às necessidades emergentes de nossa comunidade.

A reconstrução física da nossa infraestrutura é apenas uma parte da recuperação. A verdadeira reconstrução começa com o fortalecimento da economia local. Incentivar os negócios locais não apenas ajuda a recuperar e criar empregos, mas também estimula a circulação de capital dentro da comunidade, fortalecendo-a como um todo, gerando recursos para financiar oportunidades. Negócios locais de todas as áreas e tamanhos, sejam indústria, comércio ou serviços, têm um papel fundamental nesse processo. Eles conhecem as necessidades locais e têm a agilidade para adaptar seus produtos e serviços rapidamente, inovando conforme o contexto exige. Neste momento, o apoio mútuo entre os empreendedores é mais valioso do que nunca. Formar redes de apoio, onde experiências e recursos podem ser compartilhados, é vital. Essas redes não apenas ajudam a resolver problemas comuns, mas também fortalecem os laços comunitários, essenciais para uma recuperação duradoura. Tenho certeza de que as experiências positivas serão compartilhadas de todas as formas, tanto pela iniciativa pública quanto pela privada. Enfrentamos muitos desafios, mas com eles vêm grandes oportunidades. A necessidade de reconstrução pode ser o estímulo para inovações que viabilizem nossa sustentabilidade. Buscar novas soluções que possam tornar nossa região ainda mais resistente e próspera não é apenas sábio, mas necessário.

que viabilizem nossa sustentabilidade”

Os empreendedores do Vale do Taquari se engajarão ativamente nesta fase de reconstrução. Vamos utilizar nossas habilidades, criatividade e paixão para reconstruir não apenas nossas estruturas físicas, mas também nossa economia e nossa comunidade. Podemos transformar os desafios em uma fonte de renovação e crescimento.

O caminho à frente será desafiador, mas a força e a capacidade empreendedora dos habitantes do Vale do Taquari são a chave para reerguer e renovar melhor do que nunca. O agora chegou. Este é o momento de agir e seguir em frente. Acredito no “ modelo V de recuperação “ e no V de Vale do Taquari . Vamos avançar juntos, com coragem, determinação e inovação. Enfrentamos muitos desa os, mas com eles vêm grandes oportunidades. A necessidade de reconstrução pode ser o estímulo para inovações

A HORA | 23 Fim de semana, 11 e 12 maio 2024
FÁBIO KUHN Campanha foi lançada nesta semana e busca arrecadar R$ 12 milhões
2024 Fechamento da edição: 19h MÍN: 17º | MÁX: 23º Fim de semana chuvoso durante o dia e a noite.
Fim de semana, 11 e 12 maio
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.