A Hora – 23/05/24

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ANÁLISE,

CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR

Quinta-feira, 23 maio 2024 | Ano 21 - Nº 3572 | Edição digital

LIBERAÇÃO NA PRÓXIMA SEMANA

PONTE DO TAQUARI

CCR ViaSul avança nos trabalhos para recuperar asfalto entre a Ponte Seca e a travessia sobre o Rio Taquari, em Lajeado. Trecho danificado com as cheias deve ser completamente liberado até a próxima terça-feira, 28. Ainda ocorrerão bloqueios pontuais

AUXÍLIO EM LAJEADO

Atingidos pelas cheias fazem fila por direitos

Em Lajeado, o Centro Especial de Apoio aos Atingidos pelas Cheias oferece cadastro para aquisição de

alimentos, móveis e materiais de construção, além de auxílio por meio de programas governamentais.

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PARCERIA PÚBLICOPRIVADA

Lajeado prepara concessão da iluminação pública

Após quase dois anos, edital foi republicado. Intenção é definir empresa

Processo iniciado há quase quatro anos, a implantação da iluminação pública inteligente no município chega na etapa decisiva. Após análise e apontamentos por parte do TCE, edital foi re-

publicado pelo governo e sessão pública, em 22 de julho, deve definir futura empresa responsável pela gestão do serviço nos próximos 20 anos. Contrato prevê R$ 372 milhões em investimentos.

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OPINIÃO | RODRIGO MARTINI Promessas de mais casas Governador retorna hoje ao Vale para anunciar mais de 500 moradias.

OPINIÃO | THIAGO MAURIQUE Estímulo às marcas do RS Campanha do Grupo Imec valoriza produtos das indústrias gaúchas.

CAETANO PRETTO
BIBIANA FALEIRO

Famílias têm urgência

Onúmero de pessoas desalojadas pelas cheias no Vale do Taquari passa de 26 mil. Algumas, ainda em abrigos, e sem previsão para a mudança a uma nova moradia. Outros que buscam reconstruir suas vidas em outras residências ou até mesmo em outras cidades.

Os rastros que os temporais deixam na região são muitos. E as soluções precisam ser ágeis. A iniciativa privada confronta a agilidade que, por vezes, o poder público não possui e, aos poucos, é a própria comunidade que ergue cada cidade. São muitas as demandas. A logística é, com certeza, essencial. Então vem a habitação, que exige reestruturação de bairros, construção de milhares de novas casas. Vem a falta. De alimentos, de móveis, de um teto. Vem a procura urgente por auxílio. E, por mais que as empresas se movimentem, as pessoas também querem poder contar com os governos.

A tarefa não é fácil para ninguém. Mas exige sensibilidade de um lado e compreensão de outro, para que os dias melhores possam, de fato, chegar.”

É por isso que vemos as grandes filas no Centro Especial de Apoio aos Atingidos pelas Cheias (Ceapac) em Lajeado, por exemplo. Nas secretarias de assistência social. Nos bancos. Nas prefeituras. As pessoas têm urgência. Precisam de um pouco de esperança e normalidade. Essa é a maior demanda. Elas precisam seguir a vida, mas precisam de condições básicas para isso.

A tarefa não é fácil para ninguém. Mas exige sensibilidade de um lado e compreensão de outro, para que os dias melhores possam, de fato, chegar.

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Editor-chefe da Central de Jornalismo: Felipe Neitzke

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ONG dos EUA prevê entregar 60 casas por mês no Vale

Casas de 44m², em material

PVC e gesso, terão custo a partir de R$ 70 mil. Projeto inicial envolve doação de 15 residências, em Lajeado, até 15 de julho

Com mais de cinco mil moradias danificadas pela recente enchente, uma solução emergencial é apresentada aos gestores do Vale do Taquari pela ONG Volunteer Emergency Relief. São casas de 44m², elaboradas com material de PVC e gesso, com custo a partir de R$ 70 mil, não incluindo o terreno.

De acordo com o representante da ONG, Fred Martins, por meio de projeto ágil, econômico e sustentável, é possível construir 60 unidades em apenas um mês. “Com 80 pessoas atuando, conseguimos erguer duas casas por dia, uma previsão de entrega muito mais rápida, econômica e de boa qualidade, sem uso de tijolos e areia”. Além das residências, há possibilidades de construir abrigos e escolas.

O projeto inicial envolve a doação de 15 moradias desse modelo para Lajeado, com entrega prevista até 15 de julho. Os recursos para essa entrega são de doações recebidas pela ONG Norte Americana. Para a construção das demais, a organização busca parcerias com construtoras e as prefeituras. “Já temos três construtoras

de Lajeado interessadas na parceria, bem como o prefeito Marcelo Caumo também mostrou interesse”.

Reunião ocorreu no auditório da prefeitura de Encantado (Foto: Rodrigo Martini) Na manhã desta quarta-feira, 22, representantes da ONG se reuniram com o prefeito Jonas Calvi e entidades de Encantado para apresentação do projeto e possível implementação no município.

Projeto idealizado pela ONG Volunteer Emergency Relief

“Chega de destruição, é hora de reconstrução. Na minha visão, essa reconstrução começa na mente. Na Ong, desenvolvemos uma tecnologia junto com uma empresa do Bahamas em 2019, levando para diversas partes do mundo. Já temos vilas construídas no Sertão de Pernambuco e, agora, queremos trazer para cá”.

Liberação de acesso é uma das principais obras para permitir reabertura do atrativo turístico

Desde o início do mês, em decorrência das fortes chuvas na região, o acesso ao monumento do Cristo Protetor está fechado. O volume de água que desceu pela estrada até a Lagoa da Garibaldi danificou o pavimento. Trabalhos paliativos iniciaram.

Segundo a Associação Amigos de Cristo, é preciso deixar o local em plenas condições. A expectativa é que até o dia 15 de junho seja possível retomar os passeios. Em meio a isso, a organização tem auxiliado em ações e iniciativas de apoio aos atingidos pelas cheias.

2 | A HORA EDITORIAL
Quinta-feira, 23 maio 2024
seus autores. Filiado à Fundado em 1º de julho de 2002 | Vale do Taquari - Lajeado - RS Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor Editorial e de Produtos: Fernando Weiss Contatos eletrônicos:
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Associação projeta reabrir visitação ao Cristo Protetor até 15 de junho
VALE DO TAQUARI
SOLUÇÃO EMERGENCIAL
REPRODUÇÃO

Em Brasília, prefeitos cobram celeridade na liberação de recursos

Prefeito de Colinas representa o Vale na 25ª Marcha em Defesa dos Municípios e participa de reuniões para discutir soluções a reconstrução. Mudanças climáticas norteiam evento

Gestores municipais de todo o país participam, até hoje, da 25ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. A tradicional programação, que busca debater pautas municipalistas, ganhou peso este ano em virtude da grave situação enfrentada pelo Rio Grande do Sul após as enchentes do começo do mês. Diversos debates foram direcionados para a reconstrução do Estado.

Com o Vale do Taquari em situação de calamidade pública e o acesso dificultado à capital federal, apenas o prefeito de Colinas, Sandro Herrmann, conseguiu viabilizar a participação. Sendo uma espécie de “porta-voz” da região, busca soluções para a situação dos municípios impactados pela catástrofe, sobretudo na liberação de recursos federais.

Herrmann lembra que ainda há promessas feitas após a enchente de setembro de 2023 não cumpridas e que, agora, as demandas são muito maiores e abrangem mais cidades. “É importante participarmos dessas reuniões. Os recursos agora estão sendo prometidos novamente. Mas em qual tempo eles vão chegar às nossas comunidades?”, questiona.

Entidades como a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) e a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) exercem forte pressão para que os processos sejam menos burocráticos. “Não é uma situação de calamidade simples, é uma situação de catástrofe. Então precisamos da compreensão do governo para que as soluções venham de forma diferente, agilizada e facilitada”.

Tema destaque

“Desafios municipais no enfrentamento das mudanças climáticas”. Este foi o tema destaque da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Os alarmantes números de desastres naturais nos últimos anos e o impacto em todas as áreas do município nortearam fala do presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, em palestra na manhã de ontem.

Conforme Ziulkoski, pesquisa recente com mais de 3,5 mil municípios apontou que apenas dois a cada dez municípios se dizem aptos a enfrentar eventos climáticos extremos. Entre as sugestões apresentadas, estão a criação de um consórcio nacional e do Conselho Nacional de Mudanças Climáticas para apoiar prefeituras.

Comoção

Durante as agendas e conversas com outros prefeitos, Herrmann têm percebido uma forte comoção sobre a situação enfrentada pelo RS. Essa sensibilidade, para ele, pode ser fundamental na reconstrução, visto que as atenções estão todas voltadas ao drama dos gaúchos.

“É uma realidade bem diferente daquela vista em setembro, em função do tamanho da catástrofe. O Estado inteiro foi atingido praticamente e regiões como o Vale do Taquari tiveram muito mais danos. Temos vários municípios com muitas dificuldades. O país e o mundo estão com os olhos voltados para nós”.

Uma das palestras em que Herrmann participou debatia justamente o aquecimento global e seus efeitos na natureza. A discussão, segundo ele, evidenciou a importância dos países não negligenciarem a preservação da natureza.

Cidades devastadas

Colinas, como outras cidades da região, sofrem com as inundações do Rio Taquari desde setembro. Segundo o prefeito, o município comandado por ele há oito anos ainda espera para construção das moradias populares anunciadas ainda no ano passado pelo governo federal.

“Todas as áreas para reconstrução das 23 casas estão com licenciamento pronto, urbanizadas e as matrículas já estão individualizadas. Isso desde outubro do ano passado. E nós não temos um tijolo ali. Então é essa burocracia que não pode mais acontecer. Do contrário, vamos ter problemas habitacionais que podem instaurar o caos no RS”.

Até hoje, houve apenas a entrega de moradias temporárias em Arroio do Meio. Estas foram construídas com recursos do Estado. A inauguração ocorreu na segunda quinzena de abril, dez dias antes da enchente histórica do começo de maio.

Todas as áreas para reconstrução das 23 casas estão com licenciamento pronto, urbanizadas e as matrículas já estão individualizadas. Isso desde outubro do ano passado. E nós não temos um tijolo ali. Então é essa burocracia que não pode mais acontecer.”

A HORA | 3 Quinta-feira, 23 maio 2024 VALE DO TAQUARI
Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br SANDRO HERRMANN PREFEITO DE COLINAS Evento começou na segundafeira e programação encerra hoje, em Brasília
POLÍTICA
RICARDO STUCKERT

Governador retorna hoje ao Vale

Eduardo Leite (PSDB) desembarca hoje pela manhã em Estrela, cinco dias após a recente visita ao Vale do Taquari. É um bom sinal. O chefe do Executivo gaúcho percebeu com os próprios olhos – especialmente na passagem pelo Passo de Estrela, em Cruzeiro do Sul, no sábado à tarde (foto) – o tamanho do prejuízo verificado em nossa região. Só no ambiente captado pela fotografia que ilustra esse tópico são mais de 600 residências completamente destruídas pela fúria do Rio Taquari. Por lá, também, dezenas de vidas foram levadas pelas

águas. É um número absurdo. Um resultado impensável – para a maioria – diante do histórico de enchentes menores ao longo das últimas décadas. Mas é real. Está lá para todos verem e sentirem. Inclusive Eduardo Leite. Sobre a visita de hoje, agendada para o Estrela Palace Hotel, às 10h, o governador virá acompanhado de diversos secretários estaduais, prefeitos, chefe do Ministério Público Estadual e outras autoridades. E promete anunciar mais de 500 moradias aos gaúchos. Ainda é pouco, eu sei. Mas as recorrentes visitas e anúncios, reforço, são bons sinais ao Vale do Taquari.

- É impressão minha ou tem faltado protagonismo – ou pró-atividade – a muitos vereadores neste momento de tragédia?

- Guardas Municipais de Lajeado e agentes da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) projetam mudanças no bloqueio da ERS130, no trecho anterior ao vão deixado pela ponte que ruiu sobre o Rio Forqueta. Além da dificuldade enfrentada pelos motoristas de ônibus para manobrar no local, muitos caminhões também chegam ao local por desconhecerem a região.

- Pouco a pouco e alguns problemas se ajustam. E um desses promete aliviar a tensão no Vale do Taquari. Falo da liberação das quatro pistas sobre o Rio Taquari, na ponte entre Lajeado e Estrela. E a projeção é liberar tudo até a próxima terça-feira.

- Na câmara de vereadores de Lajeado, o précandidato a prefeito Sérgio Kniphoff (PT) levantou a bandeira sobre os problemas e demoras no atendimento no Centro Especial de Apoio aos Atingidos pelas Cheias (Ceapac), algo que destoa e muito da tão disseminada “cidade inteligente”. O Executivo promete melhorias. Aguardemos.

rodrigomartini@grupoahora.net.br

A importância da logística

A corrida do dia a dia nos distrai. E a distração faz com que muitos não percebam a importância de alguns setores para a economia e o bem-estar da comunidade. Neste compasso, podemos citar a logística. Após a queda de dezenas de pontes em todo o Vale do Taquari, boa parte da sociedade enfim percebeu a importância da logística na nossa vida. Até então, a logística era pormenorizada por diversos agentes escolhidos para nortear as questões públicas, e também por quem deveria cobrar desses mesmos agentes. Mas, e deixando de lado o retrovisor, torço para que os últimos sinais nos sirvam de alerta para um olhar muito mais atento à logística. Com debates mais assertivos e pragmáticos, e com mais protagonismo técnico e profissional nas decisões políticas.

Reabertura do Cristo Protetor em junho

O principal produto turístico do Vale do Taquari vai reabrir ao público até o dia 15 de junho. E isso é uma notícia para ser celebrada em todo o Estado. Foi a partir do monumento que outras tantas cadeias do turismo se desenvolveram por aqui e por outros pagos gaúchos. É dinheiro limpo que vem de fora, algo ainda mais fundamental em tempos de incertezas e reconstruções. A projeção de retornar em três semanas é da Associação de Amigos do Cristo Protetor, que trabalha incansavelmente para consertar parte do trecho de asfalto no acesso à Lagoa da Garibaldi, destruído pelas fortes chuvas de maio. O trecho é curto e os serviços estão bem avançados. Durante o período de “descanso” do complexo da estátua, o grupo de voluntários e agentes ligados à associação trabalha no auxílio aos desabrigados e desalojados, recebimento e distribuição de mantimentos.

E as eleições em outubro?

Há quem não aponte qualquer empecilho na realização do pleito municipal em outubro. E há quem considere prudente o adiamento por alguns poucos meses – é o meu caso, por exemplo. De fato, e por ora, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sequer debate a possibilidade de protelar ou suspender as eleições em função das milhares de pessoas sem residência, a ausência de conexões viárias entre cidades, e as centenas de urnas diretamente atingidas pelas enchentes. Mas, e independente disso, os movimentos políticos nos bastidores segue fervendo. Em Lajeado, por exemplo, e diante de uma suposta intransigência do PP em abrir mão de uma nova chapa pura na majoritária, agentes do PL e PSDB andam cada vez mais próximos. É o caso dos ex-secretários de Meio Ambiente, Luís Benoitt, e de Cultura, Esporte e Lazer, Carlos Reckziegel.

ONG promete

60 casas em 30 dias

Representantes da Organização Não-Governamental Volunteer Emergency Relief (VER) já conversaram com os prefeitos de Lajeado e Encantado para apresentar, entre outros movimentos, uma proposta para construir casas populares. A promessa é entregar cerca de 60 unidades em 30 dias. São moradias construídas com PVC e gesso e com custos unitários a partir de 15 mil dólares. Um dos líderes da ONG, o brasileiro Frederico Martins – que trabalha e reside nos EUA –, busca apoio de construtoras locais e dos poderes municipais para levar adiante a proposta. Além de contar com doações internacionais para auxiliar no custeio das obras. É a solução da lavoura? Não sei. Mas tenho a impressão de que a solução final passa por diversas ações paralelas. E essa pode ser uma.

4 | A HORA Quinta-feira, 23 maio 2024
TIRO

PRINCIPAL LIGAÇÃO DO VALE

CCR projeta liberação total da ponte até terça-feira, dia 28

Mais de 100 trabalhadores e 60 máquinas trabalham no restabelecimento das condições ideais de segurança e de tráfego

Equipes da CCR ViaSul seguem empenhadas em restabeler o tráfeco de forma plena na BR386, principal rodovia do Vale do Taquari e ligação do interior com a região metropolitana. A projeção é de que as obras sobre a ponte do Rio Taquari e a ponte seca sejam concluídas até a terça-feira, dia

28. Com isso, o fluxo de veículos seria normalizado entre Lajeado e Estrela.

Entre os maiores desafios, até agora, estão a liberação do fluxo em uma das pistas na ponte do Rio Taquari, no km 350 em Estrela e, da mesma forma, sobre a ponte seca, no km 349, em Lajeado. Para que a liberação pudesse ser

feita em caráter emergencial, foi preciso a execução de serviços de preenchimento de rachão, limpeza dos resíduos sobre faixa de rolamento, aplicação de material fresado e sinalização provisória da via com cones. Após a conclusão desses trabalhos iniciais, foi iniciada a nova etapa de obras, visando já a recomposição de todas as camadas do pavimento, desde a aplicação dos materiais de base até a colocação da massa asfáltica, esta última, ainda em execução. Posteriormente, será implantada

a sinalização, último passo até a liberação do tráfego.

Ainda assim, a CCR ViaSul estima que, até a próxima terça, 28, seja feita a liberação total do tráfego na região, entre a ponte seca e a ponte do Rio Taquari), em ambos os sentidos da BR386. Após isso, poderá haver novo bloqueio de faixas, de forma pontual, para a realização de serviços complementares. Esses, porém, deverão acontecer em períodos quando o fluxo não é tão intenso, como finais de semana ou à noite.

Estruturas atingidas pela enchente

Em paralelo, outras equipes atuam na recuperação e reforço das estruturas atingidas pela enchente. Tanto a ponte seca quanto a ponte do rio Taquari, bem como a ponte sobre o Arroio Boa Vista passaram, e ainda passam, por constantes avaliações e monitoramento pelas equipes especializadas.

Vale destacar, também, que

permanece a orientação aos motoristas para que respeitem os limites de velocidade de, até, 40km/h em todos esses locais, bem como a sinalização implantada, uma vez que os pontos ainda encontram-se em obras, com a presença de operários e máquinas nas proximidades das pistas.

Força de trabalho

São mais de 100 trabalhadores e 60 máquinas trabalhando no restabelecimento das condições ideais de segurança e de tráfego nesses locais. Todas as intervenções nessas estruturas da região têm um investimento previsto de, aproximadamente, R$ 43 milhões.

A HORA | 5 Quinta-feira, 23 maio 2024
DIVULGAÇÃO
Equipes da CCR ViaSul ainda trabalham na implantação de sinalização, dispositivos de segurança e adequação do pavimento

thiagomaurique@grupoahora.net.br

THIAGO MAURIQUE

Campanha do Imec valoriza produtos gaúchos

Com 29 supermercados espalhados pelo Rio Grande do Sul, entre as bandeiras Desco e Imec, o Grupo Imec promove campanha de valorização dos produtos gaúchos, ao mesmo tempo em que auxilia os atingidos pela enchente. A empresa promove o programa interno “Produtos da Nossa Gente”, com foco no desenvolvimento das localidades onde as unidades estão inseridas.

De acordo com o diretor Comercial e de Marketing do Grupo Imec, Rafael Hübler, representantes das fabricantes gaúchas podem preencher seus dados no site superimec.com.br/fornecedores. “Queremos que as empresas

nos mostrem os seus produtos para juntos trabalharmos na

reconstrução do nosso estado”, afirma. Os produtos gaúchos são identificados nas lojas.

Além da campanha, o Grupo Imec promove uma série de ações em apoio às comunidades afetadas. Todas as lojas são ponto de coleta para doações do Movimento do Bem, que são destinadas às cidades atingidas. A empresa também doou alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, água e cobertores em parceria com entidades locais e com as associações Gaúcha e Brasileira de supermercados (Agas e Abras). Além disso, também presta suporte e assistência aos colaboradores afetados pelas águas, entre outras ações.

Com workshop, CIC-Teutônia retoma eventos

A CIC-Teutônia promoveu o workshop “Equilíbrio emocional

e a ciência dos relacionamentos”. Ao todo, 60 pessoas inte-

graram o evento, com palestra do instrutor Márcio Klein. Entre os assuntos abordados, estiveram a cumplicidade, princípios de relações humanas para persuadir e influenciar pessoas, níveis de audição e como se relacionar com os mais variados tipos de personalidades.

A entidade é a primeira do setor empresarial do Vale do Taquari a retomar os eventos após as cheias que assolaram o Rio Grande do Sul. Para junho, a CIC-Teutônia tem duas atividades programadas – o Happy Hour da Indústria, marcado para o dia 13, e a o almoço empresarial com o prefeito Celso Forneck, que ocorre no dia 21.

Consultoria coletiva para empresas afetadas

Grupo liderado pela Morama Branding lançou consultoria coletiva solidária para acelerar a retomada dos negócios diretamente afetados no Vale do Taquari. A ação reúne empresas e profissionais de diferentes áreas e cada empresa atingida terá a oportunidade de participar de um encontro coletivo de até duas horas, no qual serão discutidas ideias e soluções práticas, tanto para o momento atual, quanto para o médio prazo. Além da Morama, participam da iniciativa as empresas Hunting Words, Oficina670 Coworking, Tratto Arquitetura, 4biznis, Flip Estratégia, Bravo Interativa, Nesello Daiello Advocacia, Lusco Fusco, Isis Führ e Germano H. R. As empresas atingidas podem entrar em contato pelo WhatsApp da 51 998 051 019 ou pelo perfil da Morama Branding, no Instagram.

FRASE DO DIA

Pedimos 100 bilhões (ao governo Federal), que é o que nós achamos que precisamos para recuperar as indústrias. O Rio Grande do Sul está vivendo um cenário de pós-guerra. A Fiergs terá um protagonismo muito grande para ajudar o Estado a sair dessa crise e ajudar as suas indústrias.”

• Eleição apertada na Fiergs – Pela primeira vez em 30 anos, a Federação das Indústrias do RS (Fiergs) teve disputa eleitoral. Duas chapas concorreram ao pleito, realizado de forma híbrida diante da calamidade climática enfrentada pelo Estado. Aos 81 anos, o empresário Cláudio Bier venceu a disputa contra o também empresário Thômaz Nunnenkamp por apenas um voto: 54 a 53. Na história da entidade, essa é a segunda vez que as eleições não ocorrem por aclamação. Diretor do Grupo Masal, Bier toma posse em julho e presidirá a Fiergs até 2027.

• Psicologia Organizacional - O Crie Univates lançou a pós-graduação lato sensu em Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT). A formação é voltada a gestores de equipes, analistas de Recursos Humanos (RH), empresários, psicólogos, profissionais autônomos e demais interessados em atuar na área. O curso tem como principal objetivo estimular a atuação criativa e adaptada a cada contexto, além de abordar e diferenciar os paradigmas tradicionais e atuais da organização do trabalho e as consequências para a subjetividade e saúde mental dos trabalhadores.

6 | A HORA Quinta-feira, 23 maio 2024
CLAUDIO BIER PRESIDENTE ELEITO DA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (FIERGS) EM ENTREVISTA AO JORNAL ZERO HORA SOBRE AS NECESSIDADES DO SETOR APÓS TRAGÉDIA CLIMÁTICA

CALAMIDADE

Serviços buscam garantir direitos de pessoas atingidas pelas cheias

Comunidade faz fila para acessar o Centro Especial de Apoio aos Atingidos pelas Cheias (Ceapac), em Lajeado.

Todos os moradores da cidade também estão autorizados a solicitar o Saque Calamidade

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

LAJEADO

Às 4h da madrugada de segunda-feira, 20, a moradora do bairro

Hidráulica, Fabiane Cristina Elias, 46, entrou na fila em frente ao Centro Especial de Apoio aos Atingidos pelas Cheias (Ceapac), para fazer o cadastro e garantir o direito de cestas básicas, e de auxílios municipais e estaduais, após ter o apartamento invadido pela enchente. Mas, com apenas 80 fichas por dia, ela não foi atendida, assim como outras dezenas de pessoas atrás dela.

No dia seguinte, na madrugada de terça-feira, 21, ela voltou à fila e aguardou até receber uma ficha, com atendimento marcado para essa quarta-feira, 22, às 8h30min, quando conta ter conseguido fazer o seu cadastro no centro e já levou alimentos para casa.

Com a alta demanda pelos serviços oferecidos pelo Ceapac, em Lajeado, a fila para os atendimentos é extensa. De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social (SMDS), Céci Gerlach, o centro começou a atender em um novo formato na quarta-feira, 22, aumentando de 40 para 50 fichas em cada turno, de segunda a quinta.

“Esse novo formato tem o

objetivo de viabilizar ao cidadão garantir sua vez em ser atendido. Começamos também a realizar cadastro nos abrigos para as pessoas acessarem o auxílio Reconstrução”, destaca.

O Programa Reconstrução prevê um apoio financeiro no valor de R$ 5,1 mil, pago em uma única parcela pelo Governo Federal às famílias desalojadas ou desabrigadas no Rio Grande do Sul devido às enchentes.

Sobre o serviço

O espaço, criado após a enchente de setembro de 2023 e que foi agora reaberto, está localizado ao lado da SMDS, na Avenida Benjamin Constant, 420, no Centro, em frente ao Colégio Madre Bárbara. O horário de atendimento é de segunda a quinta-feira, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 16h45min, e na sexta-feira, das 8h às 14h, sem fechar ao meio-dia.

No local, quem teve a casa atingida e precisa de alimentos ou kits de higiene e limpeza pode retirar na hora ou fazer o cadastro. O atendimento do Ceapac é exclusivo para moradores de Lajeado atingidos pela enchente.

Saque Calamidade

Todos os moradores de Lajeado foram habilitados a solicitar o Saque Calamidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O saque tem limite de R$ 6.220. Medida já havia sido estendida para todas as pessoas dos municípios com até 50 mil habitantes atingidos pela enchente de maio. Por isso, todos os moradores das cidades do Vale do Taquari habilitadas pela Caixa estão aptos.

A solicitação pode ser feita pelo aplicativo FGTS, opção Saques, pelo celular. Ao registrar a solicitação, é possível indicar uma conta da Caixa, inclusive a Poupança Digital Caixa Tem, ou de outra instituição financeira para receber os valores, sem nenhum custo.

Caso não tenha comprovante

Como solicitar o Saque

Calamidade

Ao acessar o app FGTS, clique na opção “Meus Saques”; Escolha a opção “Outras Situações de Saques”; Selecione o motivo do saque como “Calamidade Pública”; Selecione a cidade e clique em “Continuar”; Escolha uma das opções para receber o benefício: crédito em conta bancária de qualquer instituição ou sacar presencialmente; Faça o upload dos documentos requeridos; Confira os documentos anexados e confirme; A Caixa irá analisar a solicitação e, caso esteja tudo certo, o valor será creditado em sua conta.

de residência em seu nome, é realizado um cruzamento de dados por meio do Cadastro Único para confirmar o endereço. O prazo final para solicitar o saque é 6 de agosto de 2024.

Atendimento no Ceapac

Cadastro Único – são feitas atualização e inclusão de novos cadastros. São necessários documentos de todos os integrantes do grupo familiar, e comprovante de residência. A documentação pode ser apresentada por meio de fotos no celular.

Programa Volta por Cima (Governo do Estado) – serão beneficiados no programa, famílias com renda por pessoa de até R$ 218 e que constem no Cadastro Único na condição de pobre ou extremamente pobre, mesmo com a inscrição sendo feita após as cheias.

Aluguel Social (Prefeitura de Lajeado) – a pessoa atingida pela enchente deve procurar um imóvel de seu interesse e depois se cadastrar. São necessários documentos: folha resumo do Cadastro Único, contrato autenticado em cartório, dados do proprietário ou imobiliária, e dados do locatário. O período é de seis meses, com valor de até R$ 1 mil.

Registro civil – solicitação de segunda via da certidão de nascimento e/ou casamento. Carteira de identidade é feita no Tudo Fácil do Shopping Lajeado.

Auxílio Reconstrução (Governo Federal) – apoio financeiro no valor de R$ 5,1 mil, pago em uma única parcela pelo Governo Federal às famílias desalojadas ou desabrigadas no Rio Grande do Sul. Solicitação de materiais de construção e de móveis. Solicitação de hidrojato de água e de limpeza de fossa.

A HORA | 7 Quinta-feira, 23 maio 2024
Município aumentou número de atendimentos por turno para atender a grande demanda no Ceapac FOTOS BIBIANA FALEIRO

Nova Ponte de Ferro deve ser concluída até setembro deste ano

Reconstrução da estrutura entre Lajeado e Arroio do Meio é projetada por um grupo de empresários e comunidade, por meio da campanha “Juntos pela Ponte”

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

OMovimento Amigos do Vale comemora os avanços em torno da mobilização pela obra da nova ponte sobre o Rio Forqueta, entre Lajeado e Arroio do Meio. A estrutura foi destruída durante as cheias do início do mês. O grupo recebeu os laudos da Consulting Engenharia, que atestam a possibilidade de aproveitamento parcial das cabeceiras e a indicação das adequações necessárias para atender as demandas de fluxo e porte de veículos. A etapa em andamento agora é a conclusão do projeto com as análises técnicas atualizadas, previsto para ser entregue até a próxima semana. Entre as questões já definidas, o destaque é o prolongamento da estrutura em aproximadamente quatro metros, a fim de distribuir melhor a carga nas cabeceiras e aliviar o pilar central, a passagem em duas vias e a capacidade para suportar carga de caminhões. A projeção para

Campanha foi lançada na segunda semana de maio e já arrecadou R$ 1,6 milhão

as instituições que apoiam a campanha, está o Centro de Diagnóstico

entrega da nova ponte é até o fim do mês de setembro.

Mais de R$ 1,6 milhão já foram arrecadados com a campanha “Juntos pela Ponte”, criada pelo movimento para viabilizar a obra. De acordo com diretor regional

da Fundação Napoleon Hill e do MasterMind RS, Gustavo Bozetti, que está entre o grupo de empresártios que iniciou o projeto, a estimativa é que sejam necessários R$ 12,3 milhões para a recuperação da estrutura. A obra também conta com uma verba de R$ 6,7 milhões do Governo Federal.

Mobilização

Hoje, outros empresários se unem à campanha, com venda de chaveiros e camisetas, além de iniciativas dentro das próprias empresas. A Sidel Molduras de Lajeado, por exemplo, organiza uma rifa solidária. Já na Mana Modas, a equipe promove uma campa-

Pix – E-mail –novapontedeferro@gmail. com

A comunidade pode acompanhar as novidades através do Instagram @juntospelaponte e pelo site do Movimento Amigos do Vale.

nha em que a casa compra de um tricot, o cliente pode adquirir uma camiseta por R$ 19,90, cujo valor será destinado à obra. Outra instituição, o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) São José, de Arroio do Meio, também se mobiliza e, nos próximos meses, vai doar para a campanha, R$ 10 a cada tomografia feita na clínica.

8 | A HORA Quinta-feira, 23 maio 2024
Entre por Imagem São José
Como ajudar LOGÍSTICA

Governo deve definir até julho concessão da iluminação pública

Edital foi republicado após quase dois anos e longo período de análise do TCE. Investimento projetado por futura concessionária é de R$ 372,6 milhões em 20 anos

Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br

LAJEADO

Após quase dois anos, o governo de Lajeado republica o edital de licitação à parceria público-privada da iluminação pública inteligente. A sessão pública está marcada para o dia 22 de julho, às 9h, no auditório da Secretaria de Educação, na rua Borges de Medeiros, Centro da cidade.

As discussões para concessão do serviço iniciaram há quase quatro anos. Em 2022, o processo avançou com o período de consulta pública – entre junho e julho – e audiência pública no dia 25 de julho. Além disso, toda a documentação relativa a licitação foi enviada para análise do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), que recomendou ajustes no edital.

Lajeado será um dos primeiros municípios do interior com PPP para o serviço

A empresa que vencer a licitação será responsável pela gestão da iluminação pública em Lajeado pelo prazo de 20 anos a partir da assinatura do contrato. Neste período, vai executar a modernização de toda a rede, bem como trabalhar para uma maior eficiência energética dos prédios da administração pública e propor inovações tecnológicas.

Lajeado será um dos primeiros municípios no interior do RS a implementar a iluminação pública inteligente. A inspiração do projeto veio de capitais como Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde a concessão já está em operação.

Redução de 60%

O modelo de iluminação pública inteligente desejado por Lajeado abrange iluminação pública, eficientização energética, geração distribuída com energia solar fotovoltaica e cidade inteligente. A previsão é de uma redução de 60% no consumo de energia da iluminação pública e de 30% nos prédios públicos.

O valor do contrato é estimado em R$ 372,6 milhões ao longo do prazo da concessão, que é

Propostas da PPP

– 100% da iluminação pública em LED em até 24 meses;

– Principais vias com telegestão;

– Centro de Controle Operacional 24 horas por dia, 7 dias da semana;

– Gestão e operação totalmente pelo concessionário privado;

– Uso de energia solar fotovoltaica gerada por plantas remotas às unidades;

– Implantação de cinco usinas fotovoltaicas com capacidade de geração superior a 8 milhões de kWh/ano;

– Conexão das unidades consumidoras com o sistema de Geração Distribuída;

– Acompanhamento mensal do consumo de energia;

– Reavaliação de contratos de demandas junto à concessionária local;

– Treinamento semestral para o público interno dos prédios contemplados pelo projeto;

– Ajuste de circuitos internos de iluminação em ambientes poucos movimentados, banheiros e áreas de armazenamentos;

– Estabelecimento de metas para consumo de energia nos prédios públicos;

– Sistema de Comunicação (Fibra Óptica) para 90 prédios públicos;

– Sistema de comunicação (Wi-Fi) em 30 locais;

– Sistema de videomonitoramento;

– Sinalização de trânsito;

– Sensores de enchente;

– Mobiliário urbano, com 30 relógios digitais, 13 totens de segurança, 5 totens turísticos, 5 árvores digitais, 19 bancos inteligentes e 3 carregadores de veículos elétricos.

de 20 anos. A concessionária será fiscalizada por Verificador Independente e terá sua remuneração atrelada a metas de desempenho definidas contratualmente.

A HORA | 9 Quinta-feira, 23 maio 2024
ENERGIA
VITOR KALSING DIVULGAÇÃO

VENÂNCIO AIRES

“Desistir não é opção, mas governos precisam colaborar”, diz empresário

Empreendedor mantém indústria própria há 12 anos e atende diversas cidades diversas do estado

VENÂNCIO AIRES

Recomeçar é necessário, mas desistir jamais. Quem ensina é Júlio

César, não o antigo imperador romano, mas sim o empresário da região baixa de Venâncio Aires. Neste caso, o Júlio

Cesar Becker, do ramo moveleiro, lembra com profunda tristeza da forma como as águas invadiram sua indústria e destruíram matéria-prima e material pronto para entrega. Ficou por dias na reconstrução provisória do empreendimento.

Documentos e arquivos da empresa também foram completamente deteriorados e inúmeros maquinários necessitaram passar por completa revisão. A indústria foi afetada pela cheia do Arroio Castelhano, que saiu do seu leito,

mesmo antes do Rio Taquari mudar a realidade de muitas cidades da região. O Castelhano, afluente do próprio Taquari, inundou pelo menos oito bairros da Capital do Chimarrão

Apesar da cheia ter interrompido de forma momentânea sonhos de empreendedores, muitos, da mesma forma como Becker, querem recomeçar, mas, agora, fora da zona de inundação da cidade baixa de Venâncio. Becker retornou de forma provisória ao prédio, mas outras instalações já estão no radar dele. Apenas em sua indústria, o prejuízo inicial está estimado em, pelo menos, R$ 200 mil. Lembra que os pequenos empresários suportaram sucessivas estiagens, pandemia e agora cheias históricas que acabaram por consumir a “gordura financeira que estava acumulada”, reflete. Becker, que saiu de empregado para virar empresário, ficou abalado com a recente fúria das águas. Ele, que foi aprendiz de diferentes referências do município, abriu há 12 anos seu próprio negócio. Apesar da Becker Móveis Sob Medida atender clientes em diferentes cidades

do estado, pela primeira vez teve prejuízos que o deixam inquieto. Mesmo à noite, em casa, o recente pesadelo profissional o causa preocupação. “Mesmo na cama, já deitado, toda vez que escuto alguma chuva no telhado, bate o terror. Não quero mais passar por isso”, cita. Ele é casado e pai. Porém, aos 51 anos, possui ainda outras responsabilidades. Com Becker atuam jovens de 24 e 21 anos que encontraram na fabricação de móveis a realização pessoal e profissional. Por isso clama por auxílios, mais diretos, dos governos. Crédito e suporte são opções por ele citadas como fundamentais para o “novo momento da indústria da região”. Levantamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Venâncio Aires informa que dos sete mil empreendimentos ativos, cerca de 520 empresas estavam em zonas de inundações.

10 | A HORA Quinta-feira, 23 maio 2024
Júlio César diz que águas invadiram sua indústria e destruíram matériaprima e material pronto para entrega CRISTIANO WILDNER

Publicações

Legais (51) 3710-4200

OBITUÁRIO

SÉRGIO LIMA DA SILVA, 56, faleceu ontem, 22. O velório ocorre na sala “b”, das capelas Diersmann, do bairro Alto da Bronze, em Estrela. O sepultamento ocorre hoje, 23, às 10h30min, no Cemitério Municipal de Novo Paraíso, em Estrela.

ADRIELE AMANDA ECKHARDT, 13, faleceu ontem, 22. O velório ocorre no Ginásio Municipal da Escola Sagrada Família, da Linha Júlio de Castilhos, em Roca Sales. O sepultamento ocorre hoje, 23, às 15h, no Cemitério Municipal de Roca Sales.

ALCIDES MARQUES, 96, faleceu ontem, 22. O sepultamento ocorreu no Cemitério de Bela Vista, em Arroio do Meio.

FLÁVIO ANTÔNIO DE SOUZA, 62, faleceu ontem, 22. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico Municipal de Cruzeiro do Sul.

DORVALINA DA SILVA FERNANDES, 96, faleceu ontem, 22. O sepultamento ocorreu no cemitério de Progresso.

A HORA | 11

SOLIDARIEDADE

Instituições se unem por material escolar

Entre os itens arrecadados por universidades, colégios e Ministério Público, estão lápis, canetas, estojos, cadernos e mochilas, destinados a alunos de colégios públicos

Uma iniciativa conjunta entre a Univates, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), o Centro de Educação

Básica Gustavo Adolfo e o Ministério Público busca arrecadar materiais escolares para auxiliar no recomeço dos estudantes de escolas municipais e estaduais do Vale do Taquari, Vale do Rio Pardo e Centro-Serra que foram

Itens

1 mochila; 3 cadernos - 10 matérias (200mm x 275mm); 3 cadernos brochura; Estojo; lápis; Borracha; Cola; Apontador; Canetas azul, preta e vermelha; Lápis de cor; Régua.

As doações serão recebidas nas instituições em Lajeado e em Santa Cruz do Sul

atingidas pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul. As doações serão recebidas nas instituições em Lajeado e em Santa Cruz do Sul, em pontos devidamente identificados. O Ministério Público será responsável pela distribuição dos materiais aos estudantes dessas escolas.

Pontos de coleta em Lajeado

Univates

Endereço: Av. Avelino Talini, 171Prédio 9 - bairro Universitário Horário: das 7h30min às 22h

Unidade de Ensino Médio Gustavo Adolfo (campus Univates)

Endereço: Av. Avelino Talini, 171Prédio 1 - bairro Universitário

Horário: das 7h30min às 17h30min

Ministério Público de Lajeado

Endereço: Rua Paulo Frederico Schumacher, 99 - bairro Moinhos

Horário: meio-dia às 17h

Entre os itens que podem ser doados pela comunidade, estão lápis, canetas, estojos, cadernos e mochilas. Os materiais arrecadados serão entregues aos estudantes em kits contendo os principais itens necessários para as atividades escolares. Pessoas que desejam contribuir com a campanha podem fazer a doação de alguns itens da lista ou de um kit completo.

Pontos de coleta em Santa Cruz do Sul

Unisc

Endereço: Av. Independência, 2293, bloco 35 - bairro Universitário Horário: das 8h às 22h

Ministério Público de Santa Cruz do Sul

Endereço: Rua Venâncio Aires, 959 Horário: meio-dia às 17h

12 | A HORA Quinta-feira, 23 maio 2024
VALE DO TAQUARI
do kit
DIVULGAÇÃO

Empresas vão doar pontes para municípios do Vale

Anúncio foi feito pelo presidente da CIC-VT, Angelo Fontana, em entrevista à

Rádio A Hora

Empresas da Serra Gaúcha irão doar pontes e pontilhões para restabelecer acessos às áreas rurais do Vale do Taquari. Informação foi anunciada pelo presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Angelo Fontana, em entrevista à Rádio A Hora, nessa quarta-feira, 22. Ao todo, serão doadas 11 estruturas em metal, dividas entre as regiões alta e baixa do Vale do Taquari. Fontana explica que essas pontes serão exclusivamente para suprir a demanda dos interiores. “São estruturas que atendem as áreas rurais, não tendo relação com as rodovias estaduais.”

Todos os governos municipais tiveram a oportunidade de enviar projetos para análise. Entretanto, foram selecionadas as que estavam dentro dos critérios estabelecidos pelas empresas que irão contribuir com a região.

“A extensão deve ter entre

10 e 20 metros. Os pontilhões possuem uma via só e suportam até 45 toneladas”, explicou o presidente da entidade. As estruturas são definitivas e o executivo irão precisar arcar com a infraestrutura das cabeceiras, as coberturas para circulação e a lateral. Fontana ressalta que as empresas estão em um trabalho frenético para entregar as pontes e pontilhões com brevidade. No entanto, estão sendo priorizados aqueles municípios que estão melhores preparados para a instalação das estruturas.

A extensão

deve

10 e

ter entre
20 metros. Os pontilhões possuem uma via só e suportam até 45 toneladas”
A HORA | 13 Quinta-feira, 23 maio 2024 VALE DO TAQUARI
LOGÍSTICA
Fontana estima que serão doadas pelo menos 11 estruturas
PRESIDENTE DA
ANGELO FONTANA
CIC-VT
DIOGO FEDRIZZI

A foto mostra a rua Pinheiro Machado, em Lajeado, ainda de chão batido. Adiante está o cruzamento com a rua Bento Gonçalves, que também não era pavimentada. Um pouco mais ao fundo, está uma casa antiga, de cor clara, que ainda hoje existe na rua Pinheiro Machado, mas está escondida em meio às árvores. A residência mais à direita pertencia a Alípio Hü ner, um dos prefeitos de Lajeado. Hoje, no espaço, funciona a Cantina Giardino.

Hoje é

Dia da Tartaruga

Dia Internacional para Acabar com a Fístula Obstétrica

Dia da Juventude Constitucionalista

Novo veículo à Secretaria

de Agricultura

Em Estrela, a pasta da Agricultura recebia um novo veículo, um Fusca, entregue ao secretário da época, José Vendrúsculo. Uma pequena cerimônia foi organizada em frente ao prédio da Secretaria, na rua Coronel Müssnich.

Santo do dia: São João Batista de Rossi

Lançamento do Festival do Chucrute

A solenidade de lançamento da 39ª edição do festival ocorreu no Centro de Cultura e Turismo Bertholdo Gaussmann. Naquele ano, o tradicional desfile ocorreu no dia 8 de maio e os bailes foram nos dias 15 e 22 maio.

14 | A HORA Quinta-feira, 23 maio 2024

LINHA HARMONIA ALTA E FUNDOS

GUILHERME CÉ

Em frente

Vale do Taquari

Passado o momento mais crítico em termos de ajuda humanitária emergencial e de salvar o que for possível de vidas será a hora de focar em tentar minimizar os impactos econômicos e sociais decorrentes da cheia do início de maio. Minimizar, pois será inevitável termos grandes impactos na região e também no estado, já que tivemos mais da metade dos municípios atingidos, sendo que cerca de 80% do PIB gaúcho está em região afetada diretamente com as cheias ou indiretamente com restrições de mobilidade. A economia gaúcha dificilmente escapará de uma recessão em 2024.

Viveremos tempos difíceis, com impactos econômicos iguais ou piores do que na pandemia na região. E impacto econômico é, consequentemente, impacto social. A verdade é que qualquer estimativa feita hoje é prematura, pois ainda é impossível uma mensuração precisa do quanto seremos afetados. Caberá ao poder público, em todos os níveis, buscar ações assertivas para amenizar os reflexos da crise, seja com obras emergenciais, seja com a flexibilização de prazos de tributos ou com ajuda direta, custeada, por óbvio, com recursos que cidadãos e empresas já mandaram para os cofres públicos. Em paralelo também será a hora do setor privado, mais uma vez, se reinventar e, na medida do possível, fazer os ajustes necessários, por mais dolorosos que possam parecer. Enquanto as empresas afetadas diretamente buscam forças e formas para se reestruturar, retomar operações e sobreviver, as afetadas indiretamente sofrerão com restrições logísticas decorrentes de quedas de pontes, barreiras e limitações de acesso. Sem contar os impactos nos seus colaboradores atingidos ou em fornecedores e clientes. E aqui entrará o poder público e as concessionárias com papel central: restabelecer acessos, infraestrutura e serviços concedidos em pouco tempo será imprescindível para minimizar os prejuízos. E se pro curto prazo as obras emergenciais serão cruciais, pro longo é imprescindível que pensemos desde já em soluções definitivas e bem planejadas. A obra emergencial de hoje não pode substituir a obra bem planejada do futuro, sob risco de criarmos graves gargalos logísticos na região - ao invés de aproveitar a crise para resolver os antigos. O Vale do Taquari, conhecido por sua diversidade econômica e sua resiliência à crises, terá que ser ainda mais forte para dar a volta por cima. O momento é doloroso e o curto prazo se desenha complicado. Mas se nos sobram motivos de preocupação, também nos devem sobrar razões para acreditar que o Vale é capaz de superar tudo isso e sair ainda mais forte. Só que isso não acontecerá sem decisões acertadas, sem muito trabalho e cooperação entre cidades, empresas e pessoas. Em frente Vale do Taquari. Enfrente!

...hora de focar em tentar minimizar os impactos econômicos”

Defesa Civil atesta estabilização na movimentação de solo

Entretanto, o risco é permanente. Diante de previsões de alto volume de chuva, a orientação é que os moradores deixem os locais de risco

TEUTÔNIA

Após monitoramento das áreas de Linha Harmonia Alta e Fundos, em Teutônia, a Defesa Civil verificou estabilização momentânea do solo que demonstrava movimentação.

Desde o início dos eventos, equipes fazem monitoramento dos locais de risco. Além de visitas técnicas, pontos para monitoração foram implantados. Desde a última leitura, as áreas demonstram estabilização.

Em nota oficial, a administração municipal afirmou que o risco é permanente. “É necessário monitoramento contínuo do local, inclusive com auxílio dos moradores da área, a fim de acompanhar a situação e analisar o surgimento de possíveis novas movimentações”, diz o comunicado.

O risco eleva-se com grandes

Previsão de chuva nos próximos dias gera temor de novos deslizamentos

acúmulos de chuva, como os que estão previstos para acontecer entre quinta-feira, 23, e sábado, 25. Diante de previsões, a orientação é que os moradores deixem os locais de risco.

Corsan restabelece 100% do abastecimento de água no Vale, diz superintendente

Em Estrela, novos poços são construídos e restruturação do sistema será feita acima da cota da enchente do início de maio

VALE DO TAQUARI

Atualmente todas as cidades estão com o abastecimento de água restabelecido e maquinários trabalham com funcionalidade total para dispensação. Afirma o superintendente de relações institucionais da Corsan/Aegea, Lutero Cassol, durante entrevista ao Grupo A Hora, nesta quartafeira, 22.

Em relação à qualidade da água, ele afirma que ela esta propiá para consumo, não sendo necessário fazer nenhum tipo de procedimento. “Essa água é totalmente potável, não estaria disponível nas torneiras se existisse qualquer problema” pondera o superintende.

O desafio atual é reconstruir todos os sistemas destruídos pelo volume de água das cheias acima

da cota de inundação. “Estamos trabalhando juntos a um grupo de engenheiros para fazer a restruturação e recompor tudo e em uma cota adequada para que não sofrermos mais pela falta de água”, menciona Cassol.

No município de Estrela, nos próximos dias será iniciado a perfuração de novos poços fora de áreas alagáveis, para funcionar em momento de cheia, quando os atuais não conseguem operar. O superintendente explica, que não significa que os atuais reservatórios vão ser descartados, porque ele funcionam na maior parte do

tempo, eles apenas terão apoio em momento de complexidade.

Em Lajeado, Cassol explica que não é possível realocar o sistema da Corsan para uma área distante do rio, devido ao modo de captação. “Não tem como ser diferente disso. Nós produzimos água bruta, retirando diretamente do leito, sendo necessária essa proximidade.”

Inúmeros pontos foram consertados de forma improvisada, apenas para acelerar o reabastecimento.

A HORA | 15 Quinta-feira, 23 maio 2024
ARTIGO
CAMILA SOUZA/DIVULGAÇÃO
Economista
FILIPE FALEIRO/ARQUIVO Modo de captação em Lajeado di culta mudança de local da estrutura

Quinta-feira, 23 maio 2024

Fechamento da edição: 19h

MÍN: 18º | MÁX: 23º

Uma frente fria avança sobre o território gaúcho. Com isso, o dia apresenta abundante nebulosidade e podem ocorrer pancadas de chuva a qualquer momento.

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