FIM DE SEMANA, 21 E 22 DE NOVEMBRO DE 2020
Especial - Grupo A Hora
FÓRUM TECNOLÓGICO DO LEITE
Inovação para reduzir custos e garantir produtividade Agricultores relatam experiências para superar dificuldades impostas pela instabilidade do mercado e sequência de estiagens. Na 14ª edição do Fórum Tecnológico do Leite, novidade começa pelo formato, pela primeira vez online FOTOS: REPRODUÇÃO\YOUTUBE\COLÉGIO TEUTÔNIA
VALE DO TAQUARI
O
ito experiências, a partir de modelos implementados no Vale do Taquari. Assuntos como trato das pastagens, formas de garantir milho o ano inteiro e técnicas de ordenha. Foi com esses propósitos que o Fórum Tecnológico do Leite marcou o ano de 2020. A pandemia trouxe desafios adicionais. Pela primeira vez a programação foi transmitida pela internet. O youtube foi o canal escolhido. Foram três dias de palestras, na quarta, quinta e sexta-feira. Os vídeos continuam disponíveis no canal do Colégio Teutônia. “Pensamos em trazer assuntos que fazem parte do dia a dia dos nossos produtores”, conta o diretor da instituição, Jonas Rückert. Com o olhar da porteira para dentro, o diretor destaca o propósito de trazer
da a R$ 2,7 mil, aumento de 106,8% no ano.
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Durante o evento, o agricultor Élio Post e sua filha, de Fazenda Vilanova, apresentaram detalhes do sistema de produção de pastagens em pequenas propriedades
iniciativas desenvolvidas no Vale do Taquari, e que servem de referência para os demais pecuaristas de leite. O Fórum Tecnológico do Leite tem na organização o Colégio Teutônia e a Emater\Ascar-RS, com apoio
Família Hepp apresentou como é possível fazer a silagem do milho em planta inteira. Vídeo está disponível no youtube, no canal do Colégio Teutônia
das cooperativas Languiru e Dália Alimentos. Pelos dados referentes à visualização do youtube, quase três mil pessoas acompanharam a programação.
Cenário incerto Com uma alta de quase 70% nas importações de leite em pó, o mercado interno está desregulado. Como consequência, cai o preço pago ao produtor. Conforme a Secretaria Nacional de Comércio Exterior (Secex), Setembro foi o mês com mais compras do exterior, chegou a 80%.
No RS, 95% da produção de leite é proveniente da agricultura familiar. A produção diária supera 12 milhões de litro e a cadeia equivale a mais de 9% do PIB gaúcho. Somado a isso, há ainda o preço dos insumos agropecuários. A alta do dólar interfere sobre a alimentação animal. O farelo de soja e o milho custam mais do que o dobro na comparação com o mesmo período do ano passado. Nas últimas semanas de outubro, a saca do milho, por exemplo, superou R$ 80. Em 2019, estava em R$ 36. O farelo de soja também alcança preços históricos. A tonelada custa negocia-
“A alimentação dos animais é o principal custo da produção de leite”, destaca o extensionista da Emater\Ascar-RS, Martin Schmachtenberg. “Para o fórum, pensamos em medidas práticas para os agricultores aplicarem nas propriedades.” Com a perda na qualidade do milho e, consequentemente, da silagem, foram apresentadas técnicas para garantir uma alimentação de qualidade ao plantel. As duas apresentações da primeira noite trouxeram detalhes sobre essas necessidades. Na propriedade de Fabrício Balerini, de Vespasiano Corrêa, o local de pastagens fica em terras arrendadas, distantes da sede. Não há como levar as vacas para pastarem no campo. Já as terras de Elio Post, de Fazenda Vilanova, o pasto fica na mesma área, sem a necessidade do trabalho de retirar as forragens e levar até o coxo. “São sistemas distintos e que contribuem para que outros agricultores possam analisar o que devem fazer.”