Comunicare 317

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Tratamento vip para os bichinhos

Pelo fim dos canudos de plástico

Música eletrônica na Pedreira

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Serviços de hospedagem para animais apostam no atendimento.

Projeto de lei quer vetar o uso destes utensílios no comércio.

Warung Day Festival chega em sua sexta edição em Curitiba.

Curitiba, 6 de Maio de 2019 - Ano 22 - Número 317 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Cinema na rua Cinema on the street

O Cine Passeio, mais novo complexo de cinema de Curitiba, foi inaugurado em meio aos festejos do aniversário de 326 anos da capital paranaense e tem como objetivo retomar a cultura dos cinemas de rua na cidade. O local, antigamente utilizado pelo Exército, conta com salas equipadas com modernos sistemas de projeção e sonorização que homenageiam os antigos cinemas de rua da capital.

As sessões terão horários variados e os ingressos devem custar bem menos do que o preço cobrado nas salas de cinema dos shoppings.

Cultura | pag.8

Apoio contra violência A

violência moral, emocional ou física é um problema que afeta mulheres de todas as classes sociais, etnias e regiões brasileiras, e tem ganhado espaço no debate político devido aos seus números alarmantes. Apesar da existência de políticas de apoio, proteção e intervenção, como a Lei Maria da Penha, muito ainda se discute a respeito de suas bases frágeis, e sobre a importância da criação de medidas preventivas mais eficazes e que visam a maior orientação às vítimas. Nesse contexto, o governo do Paraná promove por meio do Ônibus Lilás, uma iniciativa que pretende alertar e informar a população sobre os tipos de vio-

Ler é preciso

Marina Lopes

lências contra a mulher, além de intensificar o combate à violência de gênero no Estado. A unidade móvel que tem colaborado na divulgação de informações para aquelas mulheres que estão em situação de risco, mas que não possuem qualquer tipo de ajuda ou orientação, faz parte, desde 2014, do programa do governo federal ‘Mulher, Viver sem Violência.” O Comunicare conta sobre este e outros assuntos referentes à importância da criação de medidas públicas preventivas como o Ônibus Lilás. Confira!

Cidades | pag.3

Ônibus Lilás no evento do aniversário de Curitiba, na Rua da Cidadania do Fazendinha

O consumo da literatura não é um hábito brasileiro. Em um cenário no qual 44% da população do país não é considerada leitora, os curitibanos se distinguem. O projeto “Curitiba Lê”, da Fundação Cultural de Curiti-

ba (FCC), estimula um contato frequente dos habitantes da cidade com a literatura. Confira! Cultura | pag.11


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Editorial

Por um jornalismo livre N

o dia 15 de abril, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou que o site “O Antagonista” e a revista “Crusoé” retirassem do ar o conteúdo que retrata supostas relações entre o presidente do STF, Dias Toffoli, e a Odebrecht. A decisão retrógrada de censurar a imprensa fere diretamente nossa democracia. A liberdade de imprensa é o olho da sociedade. É por meio dela que nos defendemos dos abusos do poder público e é por meio dela que a pluralidade de vozes é ecoada. E é pela falta dela, também, que vemos nossa democracia se enfraquecer cada vez mais.

Para cumprir sua função de divulgar aquilo que é de interesse público, o jornalismo precisa confrontar todas as opiniões presentes na sociedade. Quando não o faz, o faccioso passa a reinar. Por meio de uma nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), afirma que “é grave acusar quem faz jornalismo com base em fontes oficiais e documentos de difundir “fake news”, independente de o conteúdo estar correto ou não. Mais grave ainda é se utilizar deste conceito vago, que algumas autoridades usam para

Opinião

Um país que não pensa no futuro N

Carla Tortato 3º período

o Brasil, muito tem se falado sobre o passado. O governo, e em especial o presidente Jair Bolsonaro, tem utilizado a onda crescente de patriotismo dos brasileiros para vangloriar acontecimentos históricos do país. Pensam até em exaltar a ditadura, mas não no futuro da ciência brasileira.

Apesar disso, em contrapartida, Bolsonaro faz questão de exaltar Alia Al Mansoori, o adolescente dos Emirados Árabes, que aos 16 anos é um prodígio na ciência. Como o próprio presidente faz questão de dizer, o garoto venceu uma competição pela Nasa e publica artigos em revistas científicas.

A pesquisa científica tem sofrido sucessivos cortes de verba. Em 2019, ocorreram diminuições de recursos, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), comandado pelo astronauta Marcos Pontes, sofreu um corte de 42% em seu, equivalente a R$ 2,1 bilhões.

Enquanto isso os estudantes brasileiros - com destaque na área científica - fazem “vaquinhas virtuais” para conseguirem recursos e irem para outros países apresentar seus trabalhos em feiras ou para terem a oportunidade de estudar. O governo pensa na reforma da Previdência, mas não pensa em como vai aproveitar a mão de obra ativa do país, e a melhor maneira de aproveitar o momento é incentivando o estudo, a ciência e o conhecimento.

O Programa Ciências sem Fronteiras, que chegou a prever mais de 100 mil bolsas de estudo para que brasileiros pudessem fazer intercâmbio fora do país, hoje tem uma previsão de apenas 5 mil bolsas para a pós-graduação. O objetivo do projeto era fazer com que a ciência do país se tornasse competitiva, a partir do contato com profissionais de países referências na área.

Expediente

desqualificar tudo o que as desagrada, para determinar supressão de conteúdo jornalístico”. O Brasil já passou por tempos em que a imprensa era delimitada pelo poder público e impedida de publicar qualquer contraversão. Não se faz jornalismo defendendo a política vigente. Jornalismo é oposição. No livro “Discurso no Instituto dos Advogados Brasileiros”, o advogado e jornalista Rui Barbosa, afirma que “a palavra aborrece tanto os Estados arbitrários, porque ela é o instrumento irresistível da conquista da liberdade. Deixai-a livre, onde quer que seja, e o despotismo está morto”.

Henrique Zanforlin 5º período

Não se pode ignorar que vivemos na Era da Informação, mas o corte de verbas para a ciência coloca o Brasil na contramão do mundo, o que parece ser mais uma tentativa de manter o Brasil em seu histórico atraso.

Edição 317 - 2019 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

PAUTEIROS

EDITORES

Waldemiro Gremski

Rafael Andrade

DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

MONITORIA

Anna Pires 3º Período Gustavo Ferraz 3º Período Isabella Decolin 3º Período Laura Borro 3º Período Mariana Meyer 3º Período Rafaelly Kudla 3º Período Thamany Oliveira 5º Período

Brandow Bispo 8º Período Carla Tortato 3º Período Felipe da Fonte 3º Período Lorena Souza 3º Período Luana Vanda Cabral Fogaça 5º Período Natalie Bollis 8º Período Sofia Magagnin 3º Período

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO

Lamartine Lima 6º Período CHARGE

Suyanne Tolentino De Souza

Henrique Zanforlin 5º Período

COORDENADORA EDITORIAL

FOTO DA CAPA

Suyanne Tolentino De Souza

Aline Simon 3º Período

COORDENADORES DE REDAÇÃO /JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Miguel Manasses (DRT-PR 5855) Renan Colombo (DTR-PR 5818)

TRADUÇÃO Vitoria Gabardo 8º Período

Essas ofensas à imprensa retratam o esvaecimento democrático, sofrido desde o decreto do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) em 68 que censurou e perseguiu milhares de opositores. Um jornalismo livre defende as minorias. Liberdade não é negociável e nada justifica seu cerceamento.

Comunitiras

REITOR

Eliane C. Francisco Maffezzolli

Em uma pesquisa feito pelo Estadão, desde a posse até o dia 11 de março, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes 29 vezes para publicar mensagens contra a imprensa brasileira. Em 2018, a Abraji registrou 156 ataques a jornalistas em contexto político eleitoral.


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Cidades

Ônibus Lilás oferece orientação às mulheres que estão em situação de risco Criado em 2014, o projeto tem ganhado notoriedade no combate à violência de gênero Marina Lopes 3º Período

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Marina Lopes

governo do Paraná têm promovido, por meio do Ônibus Lilás, uma iniciativa que visa alertar e informar a população sobre os tipos de violências contra a mulher. O projeto funciona durante o ano todo e realiza atendimentos psicológicos, acolhimento de denúncias e orientações sobre os direitos contidos na Lei Maria da Penha, com intuito de intensificar o combate à violência de gênero no Estado. Segundo a orientadora dos atendimentos no ônibus, Gléri Mangger, o projeto colabora na divulgação de informações para aquelas mulheres que estão em situação de risco, mas que não possuem qualquer tipo de ajuda ou orientação. “Com o ônibus conseguimos ir até aquela mulher que não consegue sair de sua região para buscar ajuda. Na maioria das vezes, por falta de dinheiro ou de informação. E também, se torna uma maneira de divulgarmos o nosso trabalho de apoio às mulheres vítimas de violência, como a Casa da Mulher Brasileira, que é uma local onde elas poderão ter todos os serviços que necessitam”. Nas salas de atendimento feitas para dar maior privacidade às vítimas, Gleri nota que muitas não possuem conhecimento sobre os tipos de violência e nem de que ela pode se tornar progressiva, o que dificulta a denúncia. Por isso se vê a necessidade de que as mulheres estejam informadas a respeito das suas reais situações. “O que pregamos é que não existe mulher que goste de apanhar. Ninguém gosta. Mas infelizmente, muitas mulheres estão muito fragilizadas emocionalmente e com medo, ao ponto de continuarem nos relacionamentos apenas para manterem sua família e filhos por perto”, afirma.

O projeto realiza atendimentos psicológicos, acolhimento de denúncias e orientações direitos contidos na Lei Maria da Penha

“É preciso que a mulher saiba que existam locais nos quais ela pode ter suporte e orientação, além de uma medida de acolhimento”

Neste contexto, a pesquisadora de gênero na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marlene Tamanini, destaca que as políticas de apoio, proteção e intervenção, possuem bases frágeis no Brasil, diferentemente da violência moral, emocional e física que têm uma base bem estruturada na cultura. Ou seja, em sua opinião, para que as instituições responsáveis por intervirem no sentido de reflexão

ética a respeito da violência de gênero sejam eficazes, elas precisam combater o pensamento de que as mulheres são responsáveis de alguma maneira pelos altos índices de violência. Por sua vez, a advogada Priscilla Placha acredita que apesar da estrutura do poder público no Brasil ser falha, a simples existência de medidas públicas preventivas como o Ônibus Lilás Marina Lopes

e a Casa da Mulher Brasileira já são fundamentais. “Toda medida pública que vise dar suporte às mulheres sempre é um ponto positivo e de suma importância. É preciso que a mulher saiba que existam locais nos quais ela pode ter suporte e orientação, além de uma medida de acolhimento”, explica Priscilla. O Ônibus Lilás faz parte, desde 2014, do programa do governo federal ‘Mulher, Viver sem Violência’ e foi criado em resposta à marcha das Margaridas, feita por trabalhadoras rurais que expuseram a falta de atendimento às vítimas de violência doméstica, em regiões mais afastadas. Hoje, o estado do Paranã possui três desses veículos. Dois deles estão vinculados ao governo estadual, para o atendimento nas cidades do interior do Estado, e o outro com a Prefeitura de Curitiba, para atender a capital, a região metropolitana e o litoral.

Leia mais Confira o novo serviço oferecido pela Casa da Mulher Brasileira. portalcomunicare.com.br

Material entregue às mulheres atendidas no Ônibus Lilás


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Economia

Espaços de hospedagem para animais crescem em Curitiba Serviço é uma alternativa para os donos dos bichos, além de ser fonte de renda para os empresários do setor Aline Bellino 8° Período

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mpreendimentos voltados para o cuidado animal estão ganhando destaque em Curitiba. Entre os serviços mais procurados estão espaços para hospedagem, que recebem 5% dos animais domésticos do país, segundo pesquisa divulgada em 2018 pela Mind Miners, empresa de tecnologia especializada em soluções digitais. Esses segmentos dão oportunidades tanto ao empresário que oferece os serviços, quanto para o consumidor que pode escolher o espaço que preferir para deixar seu animal. Dentre os segmentos analisados pela Mind Miners, a hospedagem familiar abriga 6% dos cachorros e 5% dos gatos que participaram da pesquisa. A função de babá de animais contabiliza 5% para ambos e o day care, um serviço de creche, recebe 5% dos cachorros e em relação aos gatos 3%. Rubens José Mavaim, proprietário do Hotel Paradiso, localizado em São José dos Pinhais, conta que o período de maior procura é entre dezembro e fevereiro, na época de férias e festividades. “Durante temporada sempre está lotado, com 100 animais. Fora de época é um pouco mais esporádico, com média de 70 animais em rotatividade”. O empreendedor ainda salienta que a maioria das estadias são para finais de semana. O Hotel Paradiso tem mais de 22 anos de funcionamento, e a estrutura do estabelecimento conta com quartos individuais, para evitar brigas entre os animais. “Apenas quando são do mesmo donos ficam no mesmo espaço”, ressalta Mavaim.

Segundo Mavaim, atualmente abrir um hotel para animais não seria uma opção para ele, visto que os gastos para manter um estabelecimento é alto. “Há muitos riscos e o lucro acaba não compensando”. O empresário ainda conta que no final do ano, por exemplo, a porcentagem de lucro do hotel é de 20% em relação ao valor bruto. Já durante outros períodos do ano o lucro é sazonal.

Aline Bellino

Para estabelecimentos que possuem documentação legal para exercer a função é obrigatório a contratação de um veterinário, mesmo que seus serviços não sejam utilizados. “Quando precisamos chamamos o veterinário do animal, mas mantemos a contratação de um veterinário do hotel para seguir as exigências”, comenta Mavaim. O valor da maioria dos espaços de Curitiba e região metropolitana é calculado de acordo com porte do animal e tempo de estadia. O valor médio está em torno de R$ 40,00 para cachorros pequenos e R$ 46,00 para grandes. Os custos podem sofrer alterações de acordo com cada estabelecimento, se o animal for bravo, por exemplo, o valor pode aumentar. Muitos dos proprietários dos espaços de hospedagem para animais encontraram neste ramo uma oportunidade para trabalharem com o que gostam tornando-se seus próprios chefes. Este é o caso da Ana Carolina e Danilo Camargo, que começaram procurando uma forma de complementar a renda e criaram o Home pet

Hotéis também contam com espaço de lazer hotel - Apart Hotel e Day Care, um segmento pouco explorado na capital paranaense. O serviço atrai a atenção dos clientes, pois, além dos proprietários do Apart Hotel realizarem cuidados em tempo integral aos animais, eles incentivam que os animais convivam uns com os outros. “Quando um cliente nos procura, pedimos para que deixem o cachorro meio período em nossa creche, para podermos realizar um trabalho de aproximação desse animal com outros”, explica Ana. Para os clientes, a localização é um diferencial importante e mesmo se tratando de um

“O ramo de Apart Hotel tem muito a crescer, pois fatores como segurança contam muito para nós clientes”

Aline Bellino

prédio o Home pet hotel não é um incômodo para os vizinhos. “Nossos vizinhos entendem muito bem. Os animais que cuidamos são bem tranquilos e não fazem muito barulho”, declara Camargo. Os clientes do Apart Hotel buscam o serviço por se tratar de hospedagens de animais em apartamento, dando mais segurança, com um espaço fechado e menor riscos dos animais fugirem. “O ramo de Apart Hotel tem muito a crescer, pois fatores como segurança contam muito para nós clientes”, declara a consumidora do serviço de hotelaria para animais, Raphaela Mordaski. Outro fator importante para os clientes é que com serviços de hospedagem os animais de estimação podem conviver uns com os outros. Esse processo contribui para a socialização do animal. “A veterinária do meu cachorro indicou que eu levasse ele para algum hotel de animais para ele conviver com outros cachorros. Houve uma mudança bem significativa no modo de agir dele e agora sempre que eu preciso levo ele para algum desses espaços de hospedagem”, conta o professor Alexandre Salvadori Costa, cliente dos serviços de hospedagem há mais de um ano.

Leia mais Confira outras opções para hospedagem de animais. portalcomunicare.com.br

Hotéis contam com espaço individual para animais


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Inovação

Canudos de plásticos podem estar com os dias contatos no comércio Inovações sustentáveis ganham espaço em Curitiba Gabriela Küster Solyom 3º Período

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Gabriela Küster

ares e restaurantes em Curitiba têm se adaptado aos utensílios ecológicos e reutilizáveis. A tendência é apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que realizou em março de 2019 a quarta assembleia para o Meio Ambiente, no Quênia, África. No portal oficial da organização foram revelados dados que apontam a produção de 1,2kg de lixo por dia por habitante no mundo. Na capital paranaense, a vereadora Maria Leticia Fagundes (PV) luta pela redução do consumo de plásticos descartáveis. Ela apresentou um projeto de lei que veta a oferta de canudos de plástico em estabelecimentos comerciais, a proposta ainda não foi aprovada, mas está em discussão na Câmara Municipal. Maria Leticia defende o projeto, pois acredita que seja muito importante para o meio ambiente. “Se aceita, a lei vai gerar ações que irão agir diretamente em benefício da população, reduzindo lixos degradáveis e todo o tipo de poluição”. Ricardo Saad, proprietário do Cosmos Gastrobar, conta que desde a inauguração do estabelecimento em 2017, ele e sua esposa já haviam decidido que

Copos e canudos de papel em um bar no centro de Curitiba a receptividade dos clientes com as adaptações. “Os canudos e copos de papel têm um layout diferente o que deixa o drink mais charmoso, todo mundo ama”. Saad também explicou que o principal motivo da adesão sustentável foi a vontade deles de fazerem parte e colaborarem com o planeta. Saad comentou que comparado a um local que serve em descartáveis, eles produzem um terço do lixo.

que poderia usar em um ano, e mesmo assim não parava de comprar. Isso me causava uma angústia social”. Andreia defende que, como sociedade, é preciso que as pessoas mudem sua atitude para consumir menos. “Acredito que com as revoluções industriais pensávamos estar solucionando o grande problema do consumo mundial, mas hoje, apenas fomentamos compras excessivas”.

afirmar não conhecer alguém que se diga contrário a cuidar do planeta, para Jamile a grande maioria das pessoas não se conscientizou. Já para o proprietário da empresa Embalagens Rosso, indústria de Plástico de Curitiba, propor a exclusão de copos e canudos plásticos em restaurantes é um erro. José Roberto Rosso acredita que o grande erro é tentar solucionar o problema do

“Atualmente o maior problema ambiental é o consumo de plástico”

o bar adotaria medidas sustentáveis. “Nós fomos os primeiros em Curitiba a abolir os canudos e copos plásticos. Servimos a maioria dos drinks em vidro, mas quando o cliente pede para viagem, usamos os recipientes de papel”. Saad disse que quando começaram o serviço era necessário importar tudo de São Paulo, o que tornava os produtos mais caros. O empresário falou sobre

A conscientização e a ecologia estão no período de hype segundo Andreia Bittencourt, designer e escritora do blog “Ideia Tri”. Ela explica que o termo significa a alta de produto, ou nesse caso, o modo de vida. Andreia é produtora de conteúdo relacionado ao estilo de vida sustentável e conta como foi o período de adaptação. “Eu sempre fui muito consumista, tinha mais peças no guarda-roupa do

A escritora diz nunca ter sofrido preconceito por levar o estilo de vida minimalista, mas acredita que as pessoas precisam passar pelo processo de desconstrução para perceberem o mal que o consumo inconsciente e compulsivo gera. Jamile de Andrade, proprietária da Prana Linha Ecológica, acredita que o maior problema ambiental atualmente é o consumo de plástico. Apesar de Luana Fogaça

lixo proibindo a comercialização de plástico. “A vereadora Maria Letícia, deveria se informar melhor e propor a limpeza dos rios, ainda que, com certeza, seja um gasto maior”. Segundo Rosso, o descartável diminui doenças e representa apenas 2,5% do plástico utilizado e descartado na grande Curitiba. O número foi divulgado em uma pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast). Em resposta à critica do empresário, a vereadora comunicou que todas as dúvidas e as informações a respeito do “projeto dos canudos” serão explicadas e exemplificadas, inclusive com imagens, em sessão plenária.

Leia mais Substituições ecológicas apoiam produtores locais. portalcomunicare.com.br

Produtos reutilizáveis são nova opção sustentável para consumo de alimentos


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Internacional

Brazil at Silicon Valley: O Brasil está pronto para ser palco de inovações? Yasmin Graeml

Evento organizado por estudantes brasileiros na universidade de Stanford, nos Estados Unidos, reúne investidores e empresários brasileiros para conversar sobre o mercado de tecnologia e inovação do país Yasmin Graeml 7º Período Intercâmbista em University of California, Berkeley

O evento contou com a participação de importantes nomes da área e com uma plateia de 700 brasileiros entre estudantes, empreendedores e investidores

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urante os dias 8 e 9 de abril aconteceu em Palo Alto, Califórnia, no Estados Unidos, o Brazil at Silicon Valley, evento promovido por estudantes brasileiros da Universidade de Stanford. O encontro teve como objetivo conectar brasileiros interessados em inovações e startups de várias áreas como fiança, tecnologia, saúde, etc com as novas ideias que estão surgindo no Vale do Silício, área famosa da Califórnia por ter sido onde começaram empresas como o Google, o Facebook e o Instagram.

Para Scoot Cook, bilionário americano investidor de empresas de tecnologia como o Snapchat, a principal característica para um ambiente no qual surgem novas e inovadoras tecnologias é o espaço para tentativa e erro. “As grandes ideias são controversas, se todos os investidores falarem sim não é uma boa ideia. As empresas modernas estão dando espaço para testes; todos os dias milhares de ideias são testadas e muitas dão errado, mas têm sempre aquelas que dão certo”. Para ele geografia não afeta novos empreendedores, apesar de em

ele as mudanças nos próximos 20 anos vão ser maiores do que as que aconteceram nos últimos 300. Ele também explica que a língua e as burocracias brasileiras são o principal empecilho para várias companhias irem para o Brasil. Em uma conversa de milionários e empresas de muito sucesso, na metade do segundo dia de networking, Luciano Huck quebra o padrão de palestras em inglês trazendo ao palco Wanderson, ex-traficante de drogas que hoje organiza escolas em centro de recuperação

é o tráfico”. Preso duas vezes antes dos 18 anos, Wanderson contou que a prisão é a melhor escola para o crime, mas que na segunda vez acabou se envolvendo com um projeto que dava aulas de informática. “Foi a primeira vez que tive um professor que me ensinou alguma coisa, saindo de lá foi também a primeira vez que vi esperança nos olhos da minha mãe”. Skrock hoje organiza o projeto que tem mais de 400 escolas e 5.000 alunos e que assim como qualquer outra empresa também precisa de investimentos e de muito trabalho.

“Quando eu saí do Brasil, em 2004, ninguém

nem sabia o que era um empreendedor de tecnologia, hoje já temos investidores e muitas ideias boas saindo do país”

O forúm teve 27 palestras e contou com a participação de David Velez, criador do Nubank, Roberto Sallouti, presidente da BTG Pactual, Hugo Barra, diretor da área de realidade virtual do Facebook, Mike Krieger, co-fundador do Instagram e Luciano Huck. A plateia reuniu mais de 700 brasileiros entre estudantes, empreendedores e investidores, A pergunta tema do evento foi se o Brasil está pronto para ser palco de inovações como as que acontecem no Vale do Silício e o que mudou nos últimos anos para permitir que estas tecnologias cheguem ao país.

algumas áreas, como no Vale do Silício ser mais fácil encontrar investidores. Cook ainda afirma que dinheiro não é o motivo de inovações, o que faz as pessoas inovarem é a busca por solução de problemas. Marcelo Claure, boliviano e chefe executivo da SoftBank, vê na América Latina um grande potencial de mercado. “Os latino-americanos recebem em média 4% mais dinheiro que os indianos, e tem mais ou menos a mesma quantidade de dinheiro que os chineses”, dois países que têm sido destaque em crescimento na área tecnológica. Para

de menores. “Acho que nem Stanford pode ensinar o que eu aprendi nessa jornada maluca de viajar entre dois e três estados brasileiros por semana”, diz o apresentador de televisão sobre a atual situação do Brasil fora da área central das grandes capitais. Seu convidado por sua vez, contou sua história de vida: filho de empregada doméstica, morador da comunidade do Alemão, no Rio de Janeiro, que aos 13 anos já estava envolvido no tráfico de drogas. “O que o jovem quer é crescer, vocês aqui têm a oportunidade de crescer em grandes negócios, startups, na favela a nossa oportunidade

Para fechar o evento, o brasileiro co-fundador do Instagram, Mike Krieger, contou que o cenário para o empreendedorismo no Brasil está mudando e melhorando. “Quando eu saí do Brasil, em 2004, ninguém nem sabia o que era um empreendedor de tecnologia, hoje já temos investidores e muitas ideias boas saindo do país”. Para ele os brasileiros estão prontos para inovações e aos poucos a cultura de investidores e startups está crescendo fazendo com que aplicativos e empresas como o Instagram possam ser desenvolvidas dentro do país.


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Projetos em Curitiba trabalham com a inclusão social de crianças Instituições usam o esporte para que crianças não fiquem na rua no período em que não estão na escola Ana Cláudia Iamaciro 3º Período

Esportes

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Gustavo Ferraz

Instituto Futebol de Rua e o Maestro da Bola são duas instituições sem fins lucrativos que atuam em Curitiba e fazem o trabalho de inclusão social através do esporte. Elas atendem crianças e adolescentes entre seis e 17 anos. As instituições oferecem atividades de recreação, sendo o futebol a de maior destaque.

O professor de educação física do Instituto Futebol de Rua Thiago Filla conta que a ideia do instituto veio a partir de um dos idealizadores que foi morar em Londres, na Inglaterra, onde trabalhou como voluntário para um professor que dava aulas de futsal para crianças carentes. A partir disso, ele resolveu trazer essa ideia para o Brasil, começando em São Paulo, em 2006. Hoje o Instituto tem aproximadamente 15 núcleos espalhados pelo Brasil, afirma Filla. O núcleo no Cajuru foi construído em 2014, onde as crianças têm professores de educação física e pedagogos que atuam juntos, o que para Filla faz toda a diferença. “O instituto proporciona algo que tire eles do cenário em que estão inseridos que talvez não seja muito positivo, trazemos isso para eles através do esporte”, conta o professor. O Maestro da Bola, projeto idealizado pelo ex-jogador da Seleção de futebol Ricardinho, também faz o trabalho de inserção através do esporte. A gestora do projeto, Renata Pozzi, conta que a ideia do instituto é proporcionar inclusão social para crianças com alguma vulnerabilidade e também para deficientes. O projeto atende mais de 1.000 crianças em Curitiba nos seus 13 núcleos espalhados pela cidade. “A gente prioriza bairros mais afastados do centro, em condições sociais menores e mais precárias”, conta Renata.

Graffiti na entrada do Instituto Futebol de Rua

“Não ficar na rua, ter um esporte

para praticar, uma atividade física e mais qualidade de vida”

O professor e coordenador do projeto na regional do Tatuquara, Carlos Marchiotti, explica que ele faz parte do Centro de Esporte e Lazer Santa Rita (CEL Santa Rita) da Prefeitura de Curitiba, que existe há 10 anos e o projeto Maestro da Bola entrou em 2018 para ajudar a fomentar a prática do esporte. Na regional em que atua são 12 turmas, que totalizam cerca de 180 alunos. “São crianças extremamente educadas, participativas, com pais participativos”, conta Marchiotti.

O intuito do projeto é trazer o esporte para essas crianças. “Não ficar na rua, ter um esporte para praticar, uma atividade física e mais qualidade de vida”, completa o professor. A maior dificuldade que os participantes do projeto enfrentam é em relação à condição financeira, mas Marchiotti afirma que as famílias que podem ajudar sempre contribuem. Andrey Soares de Lima, oito anos, relata que antes de vir para o projeto, jogava bola na rua com os amigos. Jéssica Ana Cláudia Iamaciro

Cristina Soares de Lima, mãe do menino, conta que já treinou futebol no CEL Santa Rita e assim que o filho demonstrou interesse no treino, ela procurou o projeto . “Ele estuda de manhã e não tem nada para fazer de tarde, então a melhor coisa é o esporte”, diz Jéssica. O psicólogo esportivo Paulo Penha explica que a importância desses projetos é tirar essas crianças da rua ou de situações de risco. Além disso, segundo ele, o esporte influencia no desenvolvimento e na interação com as outras pessoas. “Tende a agregar muito na questão de senso de capacidade, trabalho em equipe, responsabilidade, seguir regras”, afirma Penha. A coordenadora da Secretaria de Esportes e Turismo do Paraná, Márcia Tomadon, explica que é responsável pela organização dos campeonatos que acontecem anualmente no Estado. “A nossa função é fazer com que as crianças participem de jogos”, diz Márcia. São 20 mil alunos que participam dos Jogos Escolares que são realizados pelo Instituto Paranaense de Ciências de Esporte (IPCE).

Leia mais

Alunos do Projeto Maestro da Bola durante treino na regional Tatuquara

Veja quais são os desafios do futebol na inserção de crianças. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Cultura

Cine Passeio traz de volta a Curitiba a cultura dos cinemas de rua O complexo, que ocupa um antigo prédio do Exército, promete devolver aos curitibanos o cinema popular Aline Simon 3º Período

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Aline Simon

cinema de rua ganhou um novo espaço em Curitiba com a inauguração do Cine Passeio, na região central da cidade, mantido pela Prefeitura e pela Fundação Cultural de Curitiba. O novo complexo cultural conta com duas salas de cinema e estrutura que abrange locais para oficinas. A inauguração faz parte das comemorações do aniversário de 326 anos da cidade e a primeira sessão foi exibida no dia 28 março, e contou com a presença dos atores Alexandre Nero e Maria Flor. O prédio traz o conceito dos cinemas de rua e reverência dois antigos cinemas de Curitiba em duas salas nomeadas como Cine Luz e Cine Ritz, equipadas com modernos sistemas de projeção e sonorização.

Entrada do Cine Passeio, na região central da cidade

“Todas as dependências do Cine Passeio visam

este objetivo: uma valorização e envolvimento completos com o cinema”

O complexo conta com uma sala multiuso, o Estúdio Valêncio Xavier, Sala de vídeo on demand, para utilização de conteúdos digitais, espaços para cursos, unidade do coworking público municipal Worktiba e, no terraço, uma área para exibições a céu aberto, além de um espaço coberto para eventos e uma cafeteria. Segundo a gerente do Cine Passeio, Juliane Pedrozo, a cultura pode ser vista de uma maneira muito ampla. “O que acontece em espaços como o Cine Passeio é que eles têm vocação para o audiovisual. Então, existe uma curadoria para isso, mais atenta ao conteúdo que está sendo exibido”. Para ela, o objetivo do

local é que as pessoas possam reviver a experiência de sair de casa e ir a um cinema de rua.

comprados sempre na bilheteria a R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia-entrada).

De acordo com Juliane, o investimento da Prefeitura no Cine Passeio foi de cerca de R$ 9,5 milhões, com recursos captados pela Prefeitura por meio de comercialização de cotas de potencial construtivo. Com área de 2.597 m², o Cine Passeio ocupa uma edificação histórica, classificada como Unidade de Interesse Especial de Preservação (UIEP).

O preço do ingresso, que em alguns cinemas pode custar cerca de R$ 30,00, é uma das grandes vantagens para os curitibanos. Apesar de não ter em cartaz alguns dos grandes sucessos de público e bilheteria, a programação promete valorizar a cultura do cinema de rua.

Já está em cartaz uma programação de lançamentos e filmes inéditos, nacionais e estrangeiros. As sessões terão horários variados e os ingressos serão Aline Simon

Segundo o curador do Cine Passeio e crítico de cinema, Marden Machado, com o local pensou-se em reviver um tipo de cinema extinto na cidade, em uma área de fácil acesso e que pudesse não só valorizar essa região, mas também “permitir um resgate de uma maneira de ver, entender e discutir o cinema”. Para Machado, não é por acaso que o local não é utilizado apenas para salas por cinema, mas também de diversos espaços para cursos, palestras e oficinas. “Todas as dependências do Cine Passeio visam este objetivo: uma valorização e envolvimento completos com o cinema. Qualquer tentativa de reproduzir espaços culturais, qualquer espaço novo voltado à cultura, será muito bem-vindo aqui”, conclui.

Sala Cine Luz conta com modernos equipamentos de projeção e sonorização

Para a jornalista e especialista em cinema Letícia Paretti, o Cine Passeio não é só importante para a cena cultural de Curitiba, mas também do Brasil. Segundo dados de 2016 da Agência Nacional de Cinema (Ancine) mostram que entre 2010 e 2016 os cinemas de rua tiveram uma

diminuição de -8,6%. Em 2016, em todo o país, apenas 11,1% dos cinemas estavam localizados nas ruas. Para Letícia, o Cine Passeio servirá para “dar um empurrãozinho para que outras cidades e estados vejam como funcionou aqui em Curitiba, e talvez essa cultura do cinema de rua retorne com um pouco mais de força”, conta Letícia. O cinema de rua é, historicamente, um local de convivência. Em seu trabalho de conclusão de curso de graduação sobre cinema, Leítica afirma que as pessoas que os frequentavam atestavam que a atmosfera era diferente, mais social. Era o local onde as pessoas flertavam, conheciam seus cônjuges. Ela ainda ressalta a importância dos cinemas de rua na formação de cineastas locais. O Cine Passeio reúne, portanto, os requisitos necessários para trazer aos curitibanos a cena necessária para que o cinema de rua volte a se popularizar. Curitiba tem mantido essa cultura com cinemas como a Cinemateca, Cine Guarani, e o Cine Passeio vem para democratizar esse conceito.

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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Culture

Cine Passeio brings back to Curitiba the culture of street cinemas The complex, which ocupates an old Army building, promises to give back to cuitibanos popular cinema Aline Simon 3rd Period Translated by: Vitoria Gabardo 8th Period

Aline Simon

S

treet cinema gained a new space in Curitiba with the inauguration of Cine Passeio, in the central area of the city, maintained by the City Hall and Curitiba’s Cultural Foundation. The new cultural complex has two cinema rooms and structure with places for workshops. The inauguration is a part of the celebrations for the city’s 326 years anniversary and the first session was exhibited on March 28, and had the presence of actors Alexandre Nero and Maria Flor. The building brings the concept of street cinemas and pays homage to two old cinemas of Curitiba with two rooms named as Cine Luz and Cine Ritz, equipped with modern systems of projection and sound system. Cine Passeio’s entry, in the central area of the city

“All the facilities of Cine Passeio aim for this

goal: a complete valorization and involvement with cinema”

The complex has a multipurpose room, the Valêncio Xavier Studio, Video on demand Room, for digital content, space for courses, a unity of the Public Municipal coworking Worktiba and, on the terrace, an area for open sky exhibitions, besides a covered space for events and a cafeteria. According to the manager of Cine Passeio, Juliane Pedrozo, culture can be seen in a very wide way. “What happens in public spaces such as Cine Passeio is that they have vocation for the audiovisual. Therefore, there is a curatorship for it, more attentive to the content that is being exhibited”. For her, the

aim of the place is that people can revive the experience of leaving their houses and go to a street cinema.

schedules and the tickets will always be bought at the box office for R$ 16,00 (full) and R$ 8,00 (half entry).

mas had a decrease of -8,6%. In 2016, in all of the country, only 11,1% of cinemas were located on the streets.

According to Juliane, the investment of the City Hall in the Cine Passeio was around R$ 9,5 millions, with resources captured by City Hall through the commercialization of constructive potential quotas. With area of 2.597 m², Cine Passeio occupies a historical building categorized as Unity of Special Interest of Preservation (UIEP).

The ticket price, that in some cinemas can cost around R$ 30,00, is one of the biggest advantages for curitibanos. Although it does not have on display some of the big successes of public and box office, the programming promises to value the culture of street cinema.

For Letícia, Cine Passeio will serve to “give a little push so that other cities and states can see how it worked here in Curitiba and maybe this culture of street cinema will come back with a little more strength”, says Letícia.

It is already on display a programming of releases and unseen movies, national and foreign. The sessions will have variable Aline Simon

Cine Passeio’s curator and film critic, Marden Machado, says that with the place thought of reviving a kind of cinema extinct in the city, in an area of easy access and that could not only value the area itself but also “allow a rescue of a form of see, understand and discuss cinema”. For Machado, it is not by chance that the place isn’t used only for cinema rooms, but also for many spaces for courses, lectures and workshops. “All the facilities of Cine Passeio aim for this goal: a complete valorization and involvement with cinema. Any attempt to reproduce cultural spaces, any new space directed to culture, will be very welcome here”, concludes. For journalist and film expert Letícia Paretti, Cine Passeio is not only important for the cultural scene of Curitiba but also Brazil’s. According to data of 2016 from the National Film Agency (Ancine) shows that between 2010 and 2016 street cine-

Cine Luz Room has modern equipment of projection and sound system

Street Cinema is, historically, a place of interaction. In her end of course paper of cinema graduation, Letícia states that people who used to frequent these places attested that the atmosphere was different, more social. It was a place where people flirted, met their spouses. She emphasizes the importance of street cinema for the education of local filmmakers. Cine Passeio therefore gathers the necessary requirements to bring to curitbanos the necessary scene so that street cinema becomes popular again. Curitiba has kept this culture with cinemas like the Cinemateca, Cine Guarani, and Cine Passeio comes to democratize this concept.

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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Cultura

Projetos curitibanos incentivam contato com a literatura A Fundação Cultural de Curitiba mantém 17 Casas de Leitura que estimulam o gosto pelos livros Maria Cecília Zarpelon 3º Período

N

Maria Cecília Zarpelon

o Brasil, 44% da população não é considerada leitora, segundo a última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de março de 2016, realizada pelo instituto Pró-Livro. A pesquisa leva em consideração, como leitor, a pessoa que lê um livro inteiro, ou apenas partes de um no período de três meses. Ao todo, a média de livros lidos por inteiro no país é de 4,96. Na região sul esse número diminui e fica em 4,41 livros por habitante. Esse contexto revela a falta do hábito dos brasileiros no geral em relação à literatura. A prática de consumo e valorização da literatura não é algo ensinado aos brasileiros, de acordo com a professora e doutora em Literatura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marta Morais da Costa. A docente considera o contato da população com a leitura insuficiente. Esse cenário, no entanto, não se aplica com tanta intensidade no Paraná e na capital. “O Paraná foi o segundo estado brasileiro a ter uma lei assegurando o Plano Estadual do Livro, Leitura e Literatura. Curitiba possui Casas de Leitura espalhadas por todos os bairros e uma biblioteca municipal com uma programação extraordinária, mas pouco conhecida”, explica. Marta é a criadora e idealizadora do projeto Casas de Leitura, que hoje é coordenado pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Segundo ela, o programa prevê uma leitura em grupo orientada por um mediador, em que as pessoas compartilham e trocam ideias por meio de uma experiência humana e cultural. “Essa é uma atividade que pode ser feita em qualquer lugar, e que poderia melhorar esse índice vergonhoso de leitura que o Brasil tem”, afirma. O projeto de incentivo à leitura de Curitiba, o “Curitiba Lê”, foi instaurado há nove anos pela

“Curitiba Lê”, principal projeto de incentivo à leitura da Fundação Cultural de Curitiba, completa nove anos neste mês

“O hábito não existe. Você não perde algo que você não tem” Fundação Cultural de Curitiba (FCC). De acordo com a coordenadora geral de literatura da instituição, Mariana Torres, desde que começou, o programa ajudou a identificar os principais motivos pelos quais as pessoas não costumam ler: falta de oportunidade ou dificuldade de acesso à literatura. O projeto é disseminado pelos espaços de leitura mantidos pela FCC que estão espalhados por todas as regionais de Curitiba. Esses locais funcionam como uma biblioteca normal, onde as pessoas participam de uma leitura compartilhada, como um bate-papo, em que um leitor ouve o outro, possibilitando várias interpretações sobre um mesmo texto. “A ideia é disseminar o gosto e o prazer pela leitura entre todos os moradores da cidade. A gente troca a leitura solitária pela leitura solidária”, esclarece a coordenadora.

A arquiteta e urbanista Ariathany Martins Zaiczuk faz parte do Clube de Leitura da Casa Augusto Stresser há um ano e conta que decidiu participar porque considera o clube um espaço de discussão de diversos assuntos com pessoas de diferentes idades, pensamentos e ideais. “A diversidade de pensamentos e de assuntos me encanta muito e poder ter um espaço seguro de discussão é fantástico”, explica. Ariathany conta que foi incentivada a ler desde pequena, por parte da família e escola, com gibis e livros mais lúdicos. “Nas duas escolas que estudei, sempre tinham livros de escritores brasileiros famosos”, relata. A arquiteta ainda pretende participar de outros clubes proporcionados pela Casa, como o Clube Leia Mulheres, em que todos os livros indicados são escritos por mulheres brasileiras. Maria Cecília Zarpelon

Considerando os estímulos à leitura, Curitiba está em uma situação mais privilegiada do que outros municípios por dois motivos, explica o professor de Literatura da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Ewerton de Sa Kaviski: “os Faróis do Saber e a Fundação Cultural de Curitiba cumprem um papel fundamental. As ideias de Casas de Leitura e rodas de leitura são o que garantem que de fato as pessoas criem esse hábito de ler”, avalia. Para o professor, a problemática que envolve a ausência do hábito de ler se dá por conta da falta de incentivos institucionais e políticas públicas fortes e longas o suficiente para que essa prática seja desenvolvida. “O hábito não existe. Você não perde algo que você não tem”. O costume de ler nos ambientes familiar e escolar estimulam a convivência da criança com os livros, esclarece Kaviski. Uma das formas de tentar assegurar esse convívio foi a lei nº 12.244, criada em 2010, conhecida como “lei da biblioteca escolar”, que estabelece que as instituições de ensino, públicas ou particulares, tenham um acervo bibliotecário até o ano de 2020.

Saiba mais Saiba onde ficam as casas de leitura em Curitiba.

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Leituras orientadas são oferecidas em 17 locais de Curitiba


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Cultura

Curitiba recebeu a 6ª edição do Warung Day Festival na Pedreira Paulo Leminski Luana Perdoncini

O evento destacou o motivo da capital paranaense ser considerada um polo na música eletrônica Luana Perdoncini 3º Período

O Warung Stage foi o palco principal do festival

A

conteceu no último dia 13, a 6ª edição do Warung Day Festival, na Pedreira Paulo Leminski. O evento contou com 23 DJs nacionais e internacionais, consagrados na música eletrônica. Com duração de 12h, as atrações foram divididas em três palcos: o Warung Stage, foca-

Beatport, publicou uma lista apontando as 13 cidades mais promissoras no cenário mundial da música eletrônica e Curitiba se destacou em terceiro lugar.

do em eletro house; Garden Stage, com o house music; e o Pedreira Stage, no estilo tech house.

do Brasil: Club Vibe, Danghai e Park Art. Além disso, a Brazil Music Conference apontou, em 2016, a cidade como a 3ª com maior concentração de DJs do Brasil.

Segundo a revista House Mag, Curitiba é lar de três dos maiores clubes de música eletrônica

fácil”. Além disso, ele percebe que pessoas de outros países vem para a cidade pelo festival: “a gente vê pessoas vindo de outros países para o evento, mostrando que cresceu muito e que Curitiba vem ganhando esse destaque”. Na edição anterior o evento contou com cerca de

eletrônica, isso que torna esses festivais tão legais”. Foi a primeira vez que Karen participou do evento e garante que voltará no ano que vem.

3000 estrangeiros de países como Argentina, Austrália, Chile, Estados Unidos, Peru, Paraguai e Uruguai.

metros quadrados de estrutura, incluindo áreas de descanso, praça de alimentação, bares e lojas com artigos da marca.

A expectativa dos organizadores do Festival foi de 15 mil pessoas e o evento teve mais de 8 mil

“Vemos pessoas vindo de outros países para o evento em Curitiba” O evento mostra a evolução de Curitiba dentro da música eletrônica, visto que a cidade é considerada uma das referências no estilo. Em 1992, ocorreu na capital a primeira rave nacional nominada L&M Music e a partir disso, baladas eletrônicas como Época e Legends passaram a investir na região. No final de 2015, o site de compra de música

O empresário e dono do Club Vibe, Carlos Civitate, notou o crescimento do público curitibano e passou a investir em festivais como o Warung: “a receptividade do público curitibano era muito menor antigamente, hoje em dia com a popularidade da música eletrônica é muito mais

Para a curitibana Karen Schifelbein, 32 anos, que já frequenta baladas de música eletrônica, eventos como esse faz com que o público se aproxime. “Esses eventos trazem um público mais centralizado, então vem muita gente de fora e faz com que a gente conheça muita gente diferente e outros estilos de música

Leia mais Curitiba se tornou a terceira cidade mais procurada para eventos no Brasil. portalcomunicare.com.br

Os eventos tomam o lugar de baladas em Curitiba Capital paranaense se tornou a terceira cidade mais procurada para eventos no Brasil

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e acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério do Turismo, em 2017, Curitiba se tornou a terceira cidade mais procurada por estrangeiros para eventos, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. O segmento motivou 32,5% dos visitantes internacionais que vieram à cidade no ano passado.

Rafaelly Kudla

Curitiba (SindiAbrabar), o movimento das noites curitibanas caíram entre 40% e 60%.

Consequentemente, foi registrado um declínio na movimentação noturna curitibana.

Tal declínio se tornou perceptivo dentro do mercado. O empresário Carlos Civitate diz que as baladas vêm perdendo seu espaço com os investimentos em eventos. “As baladas nos últimos cinco anos têm sofrido um pouco, justamente por essa febre de festivais, o público está optando por ir nesses eventos e ter experiências diferentes”.

De acordo com informações disponibilizadas no site do Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares do Município de

Essa mudança no consumo do público causou o fechamento de várias baladas curitibanas como, por exemplo, a Shed Bar, Wood’s, Vox Bar e Cat’s. O Warung Day Festival teve duração de 12h


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Curitiba, 6 de Maio de 2019

Ensaio

Cine Passeio tem grande estetáculo em sua inauguração O público tomou conta da Rua Riachuelo, no Centro, para assistir ao show de projeções de clássicos do cinema nacional e internacional na parede externa do Cine Passeio, além da visita ao complexo Aline Simon 3º Período

Sala em homenagem ao antigo cinema de rua Cine Ritz Fachada do Cine Passeio, na esquina das ruas Riachuelo e Pres. Carlos Cavalcanti

O complexo do Cine Passeio visitado pelo público na inauguração

Vista do letreiro da Rua Riachuelo em meio ao público que visitava o complexo

Projeção de cena do filme “A Noviça Rebelde”, de Robert Wise, na parede externa do Cine Passeio


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