Comunicare 339

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Opinião

Mercado aposta na recuperação da economia

Na campanha presidencial de 2022, um dos principais argumentos para os que eram contrários à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era o futuro da economia do Brasil. Agora, com Lula eleito e o início da transi ção de governo, a discussão se concentra em qual será o plano econômico adotado. O novo governo, de fato, irá en frentar muitos desafios na reconstrução de uma nação afundada na pobreza e com altos índices de inflação, mas o mercado financeiro vem reagindo positivamen te desde, a eleição e econo mistas e investidores estrangeiros já voltam a apostar no país.

Nos dois dias seguintes à eleição, o Ibovespa encerrou com alta. Depois, devido à incerteza em relação a equipe de transição de governo, a bolsa teve uma grande queda de mais de 2%, no dia 7 de novembro. Porém, quando a equipe de transição foi anunciada, o índice voltou a subir.

Opinião

Às vésperas da estreia da Se leção Brasileira na Copa do Mundo deste ano, a Confedera ção Nacional de Futebol (CBF) se posicionou a favor da dissocia ção entre o uniforme da seleção com a política. Entretanto, vale ressaltar que posicionamentos em sentido oposto por parte do principal jogador do time, o ata cante Neymar Jr, atrapalharam a conjuntura do modo como a federação pretendia desassociar o futebol e a discussão política.

O modo como a Cofederação optou por se manter imparcial durante as eleições acabou dando oportunidade para que o bolsonarismo validasse ainda mais, o uniforme amarelo da Seleção, como objeto de identifi cação no período eleitoral.

Segundo o sociólogo Stuart Hall, a concepção de identidade varia no seu aspecto de pertencimen

Os desafios econômicos do próxi mo governo são muitos: envolvem desde o aumento da fome e da pobreza até as preocupações com a dívida pública. Ao Nexo Jornal, economistas projetaram um pri meiro ano de mandato com desa celeração e limitações no mercado de trabalho e renda. Professora

importantes”. Pesquisador do Ins per, Marcos Mendes acrescenta que, para voltar a crescer e reduzir as desigualdades sociais, o Brasil “precisa de mais produtividade e equilíbrio fiscal”.

Apesar dessas adversidades, no cenário internacional a eleição de

de economia do Cedeplar-UFMG, Débora Freire evidenciou que o governo Bolsonaro adotou me didas para estimular a economia na época das eleições; contudo, tais providências têm prazo para acabar, e isso irá provocar a redução no crescimento econô mico. A professora defende que, para o país voltar a ter um fluxo de crescimento, o governo deve priorizar “reformas estruturais

Lula foi bem vista, e países espe ram o restabelecimento de rela ções com o Brasil. A revista inglesa MoneyWeek destacou as reações positivas da bolsa e, na capa, suge re ao leitor que “aposte no Brasil”, pois o país “vai impulsionar a economia global”. A The Econo mist também celebrou a vitória do ex-presidente: “É um triunfo para a democracia brasileira”.

Há, ainda, a preocupação com o desenvolvimento econômico alia do ao clima e ao meio ambiente; o New York Times ressaltou que é a primeira vez que os “arranjos de financiamento” foram incluídos no debate ambiental, enquanto o The Guardian apontou para as movimentações para formar a “Opep das flo restas tropicais”, com Indonésia e Congo, que, ao lado do Brasil, possuem 52% das florestas tropicais do mundo. Além disso, a Noruega já anunciou que voltará a investir no combate ao desmatamento na Amazônia.

É evidente que não será fácil recuperar uma nação após quatro anos de descaso político, econômi co e social. O mercado financeiro é muito inconstante, mas há bons indícios de que é possível voltar a acreditar no país da esperança.

da

to em um meio social. Desse modo, ao retratar o pensamento do sociólogo, é visto que, ao manusear um objeto de defini ção de um determinado grupo social, a população passa a acei tá-lo como forma de representa tividade, a fim de se distinguir dos demais grupos.

Com isso, acaba sendo ine vitável associar a vestimenta do time brasileiro a tudo que o governo de Jair Bolsonaro promoveu durante estes quatro anos de mandato. Como exem plo, estão a alta disseminação de fake news e conflitos com a democracia brasileira, materia lizados em ataques a jornalistas e menções honrosas à ditadura militar.

Para muitos brasileiros, então, utilizar a camisa da Seleção signi fica apoiar um governo autori tário e adentrar à identificação

bolsonarista. O modo de denún cia e combate ao projeto político empreendido pelo atual presi dente parte do pressuposto da não utilização do uniforme, a fim de se posicionar contra a figura representativa de Bolsonaro.

O uso da música “Tão bem”, de Lulu Santos, na campanha publicitária lançada nos últimos dias pela CBF para engajar a torcida na disputa da Copa do Mundo remete a um movimen to de aceitação do patriotismo e exemplifica como podemos voltar a amar o Brasil. Também mostra que as cores brasileiras não pertencem a um movimen to e governo antidemocráticos. A Seleção Brasileira pertence, sim, ao povo; e ao povo se deve à democracia, sendo esta con quistada com muito sacrifício ao longo da história da repúbli ca brasileira. Através do voto, então, ela deve ser assegurada.

Já a canção “Coração de Estu dante”, de Milton Nascimento, traz o verso: “Adivinha onde ela anda; deve estar dentro do peito”. E, neste momento, faz-se necessário, de fato, levar a de mocracia dentro do nosso peito, mesmo que nesse peito esteja estampado o símbolo brasileiro, em sua camisa verde e amarela.

O futebol tem como um de seus sentidos ser um símbolo representativo de uma nação, e não seria diferente no momento atual da política do país. Diante de sua importância aos brasilei ros, o esporte tem um papel de manifestar a realidade em que a sociedade brasileira se encontra, em maior ou menor intensida de. Desse modo, estar ao lado da democracia é um grande passo para a volta da justa identifica ção nacional.

2 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Expediente Edição 339 - 2022 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR
Krissians Torres
Período
Mariana Aquino 2º Período
democracia
Estudantes 2º Período de Jornalismo Álefe Carvalho Ana Carolina Ferreira Ana Clara Carneiro Ana Lúcia Sonntag Ana Paula Virgulino Andre Blatt Filho Augusto Vellozo Beatriz Mangili Bernardo Rodrigues Caio Silva Cristian Rodrigues Davi Ozório Dias Eduardo Oliveira Emilay de Oliveira Felipe Cesar Cubas Gabriel Rodrigues Gabriel de Almeida Gabrielle da Luz Giuliano Boneti Gustavo Magalhães Gustavo Munhoz Helen da Silva Ícaro Ramos Isadora de Abreu Isadora Lara Guerra João A. de Brzezinski João Pedro Butka João Vitório Turnes Krissians Torres Lais Marquardt Lara Pereira Leticia Seixas Lucas Magnabosco Luiza Braz Manoela Gouvea Maria F. Rodrigues Maria G. Fachini Maria Júlia Neves Maria Luiza Santos Mariana Aquino Mariana de Almeida Matheus Augusto Moreira Marciniuk Nathália de Borba Rodolfo Negrini Ryan Minela Tayná Machado Thais de Oliveira Tobias Dietterle Vinícius Cardoso REITOR Irmão Rogério Mateucci DECANA DA ESCOLA DE BELAS ARTES Ângela Leitão COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO Suyanne Tolentino De Souza COORDENADORA EDITORIAL Suyanne Tolentino De Souza COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL Renan Colombo (DRT-5818-PR) COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade TRADUÇÃO Bernardo William Mariano Rodrigues FOTO DA CAPA Beatriz Mangili
A
e a camisa
Seleção Brasileira “Aposte no Brasil”, diz a revista inglesa MoneyWeek

“True crime”: interesse por histórias de crimes reais dispara entre jovens

Podcasts e séries de streaming sobre o tem se multiplicam e batem recordes de audiência

S éries, livros, podcasts e documentários do gênero true crime” - termo que significa “crime de verdade” ou “crime real” - vêm conquistando cada vez mais espaço nas platafor mas de streaming, sobretudo entre telespectadores jovens. O gênero, cada vez mais presente no mundo do entretenimen to, retrata casos verdadeiros, expondo detalhes de crimes e reconstituindo as investigações.

No Brasil, neste ano, de acordo com a revista Carta Capital, houve aumento de 52% no con sumo de programas em áudio sobre “true crime”, comparado ao primeiro semestre de 2021. Exemplo atual desse fenômeno é a série “Dahmer: Um canibal americano”, que, pouco mais de um mês depois da estreia na Ne tflix, tornou-se a segunda série mais assistida da plataforma.

tador de um podcast que retrata uma série de crimes. A primeira temporada aborda o “Caso Emasculados de Altamira”, que investiga crimes ocorridos no interior do Pará, com meninos entre 8 e 14 anos. O podcast con ta com dez capítulos, divididos

Segundo dados divulgados pela empresa, entre 21 de setem bro e 3 de outubro, “Dahmer” alcançou aproximadamente 700 milhões de horas assistidas.

O sucesso foi para além dos episódios e atraiu a audiência para outras áreas. Na rede social TikTok a hashtag “Jeffrey Dahmer” tem aproximadamente 8,4 bilhões de visualizações, e a trend “Desafio da Polaroid” viralizou no aplicativo - trata-se de um jogo que consiste em buscar na internet fotos reais tiradas das vítimas de Dahmer. O site The Crime Mag, popular entre pessoas fascinadas pelo assunto, passou de 100 mil para 8 milhões de visitas por mês, após divulgar 80 fotos reais de conteúdo sensível dos homicí dios cometidos pelo assassino.

O sucesso do gênero impulsio nou a carreira do jornalista Ivan Mizanzuk, produtor do podcast Projeto Humanos, responsável por alterar as conclusões inves tigativas a respeito do desapa recimento do menino Evandro Ramos Caetano. O garoto, de 6 anos, foi sequestrado e, de pois, encontrado morto em um matagal de Guaratuba, em 1992. Na época, um grupo foi preso acusado de praticar bruxaria; entretanto, áudios descobertos por Mizanzuk comprovaram que os então suspeitos pelo crime foram, na verdade, tor turados para confessar o crime. O caso ficou conhecido como Bruxas de Guaratuba.

Após o sucesso do projeto, o jor nalista foi convidado pela Rede Globo para atuar como apresen

em duas partes, sendo os seis primeiros episódios lançados em novembro e disponibilizados no Globoplay.

Outra produção, em andamento, remonta o caso Marco Aurélio, criança que desapareceu há 37 anos no Pico dos Marins, em Pi quete, no interior de São Paulo.

Além disso, a TV Globo anun ciou, em outubro, a volta do pro grama Linha Direta, para 2023, sob o comando do jornalista Pedro Bial. O programa policial, que fez sucesso na década de 1990, reconstituía crimes prati cados por foragidos da Justiça.

Outras produção atual de desta que é Pacto Brutal, série docu mental sobre o assassinato da atriz Daniella Perez, em 1992. A obra alcançou a marca histórica ao se tornar a produção mais as sistida do mundo pela platafor ma de streaming HBO Max.

Especialista: público quer entender a mente humana

Psicólogo especialista em rea bilitação neuropsicológica cog nitiva, Antonio Carlos Furtado Dorneles afirma que o interesse e a busca por compreensão pela mente humana é um dos princi pais fatores que faz aumentar a procura por títulos da categoria.

A faixa etária predominante dos consumidores dos conteúdos do gênero é de 18 a 24 anos, sendo a maioria mulheres. Gabrielli Sfalcin, engenheira elétrica de 24 anos, está neste grupo. Ela conta que é difícil acreditar que crimes graves realmente aconte

çam; por essa razão, interpreta os casos como se fossem somen te ficção, e não algo real, “Às vezes, quando eu estou estressa da, coloco meu fone de ouvido e escutar um podcast sobre ‘true crime’ me tranquiliza”, conta. A jovem também declara que consumir diariamente podcasts a deixou mais atenta a situações de risco no dia a dia.

Para Dorneles, a maioria das mulheres procura esse tipo de conteúdo como forma de se pro teger e distinguir traços de cada personalidade. Ele acrescenta, porém, que esse comportamento pode ser prejudicial, “A pessoa vai estar rotulando alguém por determinado comportamento sem, de fato, saber a realidade”.

Conhecida nas redes sociais como Lady from Stars, a produ tora de conteúdo Marisa Correia fala sobre crimes reais, em sua maioria de serial killers, e tem uma comunidade com mais de 2 milhões de seguidores no TikTok. Por conhecer inúmeros casos, Marisa acredita que é comum ficar “paranoica” com determinadas situações. Ela afirma que as mulheres são os maiores alvos de casos criminais e que por conta disso, várias buscam saber mais sobre o assunto. “A gente acaba ficando mais curiosa, não só para saber como escapar daquela situação, mas também entender a mente de um criminoso. Conforme vamos pesquisando, percebemos que o serial killer, na maioria das vezes, não é aquele maluco com cara estranha; mas pode ser um pai de família ou namorado” diz.

Mestrando em psicologia foren se e referência digital dentro da área de psicologia criminal, Matheus de Oliveira Silva tem um perfil profissional no Insta gram sobre o tema com mais de 30 mil seguidores. O psicólogo explica que as pessoas acabam

consumindo conteúdos violen tos diariamente, sem, ao menos, notar isso.

O psicólogo também comen ta que, em relação à possível influência do gênero sobre o público, não há nenhuma com provação científica da relação entre consumir conteúdos com abordagem violenta e cometer um crime. Ele acrescenta que as pessoas não vão, obrigato riamente, desenvolver algum transtorno por assistirem a tais conteúdos. Silva alerta: “Os pais sempre devem estar ligados ao que o filho está consumindo, até mesmo para identificarem até que ponto o conteúdo consumi do é saudável. Aos jovens que consomem, por mais que seja difícil, ao notarem que o gênero está te afetando negativamente de alguma forma, recomendo diminuir a quantidade e se, jul gar necessário, procurar ajuda”.

Consumo desenfreado

O psicólogo Antonio Dorne les aponta que o público que consome desenfreadamente conteúdos “true crime” pode sofrer impactos negativos, “Na neurociência, o cérebro é como uma esponja: tudo o que você assistir, escutar ou vivenciar, você irá absorver.

O público deve analisar com cuidado o que é bom ou ruim para sua saúde mental e moderar os conteúdos consumidos”.

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Quem é Lady from Stars?

Conheça a curiti bana sensação do TikTok.

3 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Cultura
“Os pais sempre devem estar ligados ao que o filho está consumindo, até mesmo para identificarem até que ponto o conteúdo consumido é saudável”
A produtora de conteúdo Lady from Stars, especializada no gênero, trabalha com um mural decorativo que remete ao tema Marisa Correia Laís Caimi, Lara Wilsek e Maria Júlia Alves Neves 2º Período
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Cultura

Curitiba retoma Natal presencial com feiras, coral infantil e rua iluminada

Interesse de moradores e turistas no retorno integral das atrações deve aumentar em 10% o fluxo econômico na comparação com o período pré-pandemia, estima a Prefeitura de Curitiba

A cidade de Curitiba contará com uma extensa programa ção de Natal neste ano, com mais de 130 atrações. Algumas delas estão voltando a ser ofertadas após dois anos suspensas pelas restrições de circulação impostas pela pandemia da Covid-19. O Instituto Municipal do Turismo estima que o interesse do público é alto e deve gerar movimentação positiva na economia, inclusive superado o fluxo dos anos pré -pandemia. Os eventos começam em 23 de novembro e se esten dem ao longo do 30 dias, enquan to a decoração natalina da cidade poderá ser vista até 8 de janeiro.

A programação de Natal no município sofreu alterações de roteiro nos últimos dois anos, deixando de fora atrações como a roda-gigante montada na Praça Santos Andrade e o carrossel do Passeio Público, que retornam neste ano. O coral que se apresenta no Palácio Avenida, em ação do banco Bradesco, também havia sido adaptado para apresentações de forma remota, e, agora, volta às atividades presenciais.

O Instituto Municipal do Tu rismo de Curitiba espera um crescimento de 10% na movi mentação econômica gerada por turistas e moradores da cidade em relação a 2019, último ano sem restrições. Ainda no período pré-pandêmico, o inves timento na programação foi de mais de R$ 70 milhões e trouxe mais de 100 mil turistas para acompanhar os espetáculos. Neste ano, setores como hotela ria, transporte, gastronomia, tu rismo e comércio devem sentir os impactos desse crescimento de fluxo, ante o retorno comple to do Natal curitibano.

A lista de atrações inclui apre sentações como O Auto Espírito de Amor e Confraternização, um espetáculo em formato de ópera sobre nascimento de Jesus Cris to, realizado no Largo da Ordem;

a Vila de Natal Electrolux, situ ada na Praça de Santos Andra de, que contará com a famosa

gastronômicos, além de estacio namento e ambulatório.

O Parque Barigui abriga a árvore de natal mais alta da cidade, com 22 metros na página sobre o Natal do site oficial da Prefeitura: natal.curi tiba.pr.gov.br.

O trabalho de bastidor é intenso e exige um engajamento de várias

roda-gigante e uma feirinha de artesanato e Casa do Papai Noel.

Em um show de projeção com putadorizada, a fachada do Paço Municipal será iluminada com decorações natalinas e o Jardim Botânico entrará no clima com iluminações de LED e apresenta ções de balé.

Quanto às atrações culturais, destaca-se o espetáculo Oratório de Natal, no Parque Tanguá, com uma performance de luzes, música e dança. A programação também conta com a tradicional apresentação de balé nas Ruínas São Francisco, com o clássico O Quebra-Nozes.

Atrações Privadas

Uma das atrações mais aguarda das de Curitiba é a Rua Ilumi nada Família Moletta, onde um trecho de mais de 200 metros da Rua Nicola Pellanda é decorado de forma independente com lu zes ao longo de seis casas. A visita é paga e são oferecidos serviços

áreas da Prefeitura”

Desde 2017, o Natal de Curitiba conta com árvores e parques decorados, espetáculos de atores, bailarinos e músicos e o tradicional coral. Em 2022, a or ganização, intitulada de Luz dos Pinhais, conta com patrocínios de diversas empresas.

De acordo com a jornalista Eliana Fachim, responsável pela divulgação do Natal de Curitiba, as ações começam a ser planeja das em maio e os preparativos se aceleram a partir de setembro, movimentando diversas áreas da administração da cidade, princi palmente O Instituto Municipal de Turismo e a Fundação Cultu ral de Curitiba. Eliana também explica que o Caminho de Luz manteve sua forma em drive-th ru, adotada na pandemia, por questões de acessibilidade.

O Natal de Curitiba é, em sua maioria, gratuito e com progra mas ao ar livre. Mais informa ções podem ser encontradas

Tradição Familiar Estudante de Design, Letícia Amanda conta que visitar as atrações da cidade faz parte dos costumes de sua família há gerações. “Na pandemia, assis timos tudo em casa; neste ano vamos participar pessoalmente novamente”. Ela conta, ainda, que a quantidade de visitantes na apresentação do coral no Pa lácio Avenida é sempre alta, mas isso não prejudica a experiência de quem vai até a Rua XV de Novembro assistir ao espetáculo iluminado.

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Balé Natal Brincante, da Fundação Cultu ral se apresenta no Natal de Curitiba

4 Curitiba, 23 de Novembro de 2022
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Nathália Borba
Programação Confira as datas das principais atrações do Natal de Curitiba - Luz dos Pinhas 2022 PALÁCIO AVENIDA 9, 10 e 11 de dezembro, a partir das 20h CARROSSEL DO PASSEIO PÚBLICO A partir de 26 de novembro ORATÓRIO DO PARQUE TANGUÁ 20 de dezembro a 23 de dezembro RODA-GIGANTE DA PRAÇA SANTOS ANDRADE 1 º de dezembro a 23 de dezembro RUA ILUMINADA DA FAMÍLIA MOLETTA 19 de novembro a 30 de dezembro BALÉ NAS RUÍNAS SÃO FRANCISCO 30 de novembro a 4 de dezembro ÓPERA NO MEMORIAL PARANISTA 15 de dezembro a 18 de dezembro PAÇO MUNICIPAL DECORADO 6 de dezembro a 8 de janeiro
Letícia Seixas, Manoela Gouvea, Maria Gabriele Fachini e Nathália Borba 2º Período

Natal do Palácio Avenida será mais curto em razão da Copa do Mundo

Cerca de 100 crianças, atendidas por um projeto social, vão apresentar o show “As Cartas do Papai Noel - as inesquecíveis mensagens de Natal”

A pós dois anos tendo as ati vidades presenciais restrin gidas em razão da pandemia de Covid-19, a celebração de Natal do Palácio Avenida, em Curitiba, volta a acontecer de maneira presencial. O espetáculo, que consiste em uma apresentação de um coral infantil, é consi derado patrimônio histórico da cultura curitibana, acontece entre os dias 9 e 11 de dezembro, às 20h. A 32º edição tem como tema “As Cartas do Papai Noelas inesquecíveis mensagens de Natal”. Neste ano, as apresen tações do coral ocorrem apenas em um final de semana, por conta do calendário da Copa do Mundo, que se estende de 20 de novembro a 18 de dezembro.

Composto por cerca de 100 crianças e adolescentes, o coral natalino faz parte de um progra ma de desenvolvimento educa cional e psicossocial. Trata-se do Programa Educação, do banco Bradesco, que oferece aulas e educação musical durante o segundo semestre do ano para jovens de instituições de aco

e de música enxerga no coral a oportunidade de transformar cada criança em um artista.

Em entrevista concedida ao jornal Tribuna, em novembro de 2018, a maestrina afirmou

to o projeto oferece educação musical para que os pequenos aprendam a trabalhar com o tipo de voz que possuem.

“Como preparadora infantil, meu foco é este: a transfor

estrutura, que se encontrava abandonada, acontece o Natal do Palácio Avenida. Em um primeiro momento, a ideia era divulgar a nova sede do Banco Bamerindus, que era proprie tário do local. Conforme o tempo passou, o edifício trocou de dono, mas uma coisa não mudou - os espetáculos conti nuaram. A cada ano, as apre sentações atraem moradores da cidade e turistas para apreciar o que é considerado um dos mais belos shows de natal do país.

lhimento parceiras. Em novem bro, começam os ensaios para as apresentações, que sempre ocorrem em dezembro.

A responsável por liderar o grupo musical é a maestrina Dulce Primo, que ocupa o posto desde a década de 1990. Nascida em Mi nas Gerais, a professora infantil

que o espetáculo é muito importante para o desenvolvi mento interior das crianças que participam do coral.

Não há um teste para que cada criança possa participar do co ral; o que importa é ter vontade e disposição para aprender e participar dos ensaios, enquan

mação do ser humano em seu envolvimento com o universo e com a arte”, afirmou, ao jornal.

Espetáculo foi criado em 1991 Desde 1991, quando o Palácio Avenida foi reinaugurado, após uma reforma que recuperou sua

Saiba mais Conheça a história do prédio Palácio Avenida

Comércios alugam “camarotes” e lucram com show

Hotel da região teve mais de 70% de ocupação no Natal de 2019, o último antes da pandemia de coronavírus

D evido à grande circu lação de espectadores do coral, o comércio da região do Palácio Avenida é impactado pelo movimen to e busca maneiras de se adaptar para aproveitar a ocasião. Muitas lanchonetes e restaurantes estendem o horário de funcionamento para atender ao público que assiste ao show. Salas comerciais de edifícios si tuados na frente do Palácio disponibilizam seus espa ços como “camarotes” para quem quer assistir ao coral com conforto e uma vista

privilegiada - a maioria dos espectadores acompanha a apresentação do Calçadão da Rua XV, abaixo das jane las onde as crianças do coral estão posicionadas.

A Confeitaria Lancaster, localizada na Praça Zaca rias há 50 anos, próxima ao Palácio, recebe muitos turistas na época do Natal, e o espetáculo é um fator que potencializa a deman da. A gerente da loja, Cleide Santos, trabalha no estabe lecimento há 30 anos. Ela conta que, ao longo desse

período, percebeu como a apresentação influencia no movimento do comércio. Cleide relata que, antes da pandemia, muitas pessoas iam até a confeitaria, antes e depois da apresentação, para fazer um lanche, o que fazia com que o horário de funcionamento se esten desse até as 23h. A gerente também afirma que, mesmo com o período de apresenta ção do coral reduzido a três noites, há expectativa para que o movimento no comér cio seja significativo.

A indústria hoteleira também tem maior movi mento no mês de dezembro, e, mais uma vez, o espetá culo de Natal curitibano é uma das razões para essa procura. O Hotel Lancaster, situado no centro de Curi tiba, teve mais de 70% de ocupação no Natal de 2019, o último antes da pandemia de coronavírus. O diretor do Grupo Lancaster, Henrique César Filho, destaca a im portância dessa e de outras atrações natalinas para a cidade de Curitiba.

5 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Cultura
Meu foco é transformação do ser humano em seu envolvimento com o universo e com a arte”
O Palácio Avenida é decorado com luzes e elementos natalinos para o espetáculo, que sempre acontece em dezembro.
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Divulgação
Álefe Carvalho, Ana Lúcia Sonntag e Maria Fernanda Carvalho 2º Período

Política

Eleições estimulam crimes de ódio contra pobres e nordestinos

Intensidade da disputa e da campanha eleitoral expõe preconceitos de parte do eleitorado; minorias são as vítimas mais frequentes

N o dia seguinte ao resultado do primeiro turno das elei ções deste ano, a organização não-governamental de proteção dos Direitos Humanos Safernet Brasil registrou 348 denúncias de xenofobia - uma média de 14 registros por hora. O número praticamente se iguala ao total de reclamações realizadas nos primeiros seis meses do ano passado, com 358 denúncias. O Nordeste e os nordestinos, em razão do voto majoritariamente no candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram o principal alvo dos crimes.

A profusão de conteúdos dis criminatórios surgiu nas redes sociais, com comentários que associavam a Região à pobreza e ao analfabetismo, afirmando, por exemplo, que pessoas nasci das nesses locais “não pensam” ou são “manipuláveis”. Minorias também foram atacadas, como camadas sociais mais baixas ou mesmo pessoas analfabetas, a quem se dirigiram mensagens afirmando que “não deveriam poder votar”.

As ofensas, contudo, não são manifestadas apenas por usuá rios anônimos em redes sociais, mas também por políticos.

Um exemplo é a fala do presi dente da República, Jair Bol sonaro (PL), que, durante uma transmissão ao vivo em suas

ciais, que “não vai mais alimentar quem vive de migalhas”.

No primeiro turno, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste votaram majoritariamente no candidato Bolsonaro, enquan to nas regiões do Norte e no Nordeste a maioria dos votos foi para Lula. De modo especial, o Nordeste foi a área com a maior diferença entre os dois candidatos: Lula teve mais de 21 milhões de votos, frente a 8,7 milhões de Bolsonaro, tota lizando uma diferença de 13 milhões de votos.

Conforme os dados do IBGE, entre 2020 e 2021, por diversos fatores e principalmente com a pandemia, a desigualdade aumentou em todas as regiões, sobretudo no Norte e no Nor deste, que possuem uma renda média mensal muito inferior comparada a outros estados.

Eleitores relatam discurso de ódio de vizinhos

A corretora imobiliária Kel len Wilsek relata que, após o resultado do segundo turno das eleições, que definiu a vitória de Lula, testemunhou um crime de ódio no edifício onde mora. Uma vizinha, cuja varanda tinha pendurada uma bandeira do Brasil, disse, aos gritos, que aqueles que comemoravam o re

Elton esclarece que o nordesti no tem uma cultura única e que, ao migrar para outras regiões do país, gerou grande estranha mento na população do centro -sul do Brasil. Esse movimento migratório, empreendido por fatores econômicos, gerou um impacto cultural para o qual a população local não estava

massa era feita apenas por rá dio, televisão e jornais, sem que os indivíduos tivessem grandes plataformas para propagar as próprias opniões. Nas eleições, contudo, a aceleração das redes sociais demonstrou que cada um de nós virou um canal pró prio de comunicação.

“O preconceito contra a condi ção de pobreza vem aumentan do à medida que o empobreci mento cresce — e ele atinge 33 milhões de brasileiros. Nesse contexto, também se inserem outros crimes já tipificados pela legislação e se estabelece uma conexão também com o aumen to da criminalidade nos espaços de maior depressão econômica.”

redes sociais, em 5 de outubro, relacionou a votação expressi va que Lula teve no Nordeste com a taxa de analfabetismo da população local. “Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Vocês sabem quais são os estados? No nosso Nordeste. Não é só a taxa de analfabetismo alta o mais grave nesses estados. Outros dados econômicos agora também são inferiores nas regiões, porque esses estados no Nordeste estão há 20 anos sendo administrados pelo PT”, disse o presidente. O comentário, além de discrimina tório, ignora o fato de que a taxa de analfabetismo caiu na região durante o governo do petista.

A declaração se sucedeu de uma série de ataques xenofóbicos aos nordestinos promovidos por eleitores de outras regiões do país. Uma delas foi proferida pela advogada Flávia Aparecida Rodri gues Moraes, que perdeu o cargo de vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada de Uberlân dia após afirmar, nas redes so

sultado do pleito eram favelados e que ela “odiava pobres”, apesar de morar no mesmo prédio dos vizinhos atacados. O professor universitário Elton

preparada. Elton acrescenta que isso tem razões históricas: a herança majoritariamente europeia pode provocar nes sa população uma postura de fechamento social. “O que esta mos vivendo nesse período da história é um momento de crise civilizatória, que se dá pela exa cerbação de alguns conceitos, entre eles a xenofobia e algumas posturas que não permitem que as pessoas se abram para aco lher o diferente e dialogar com ele”, pondera Bozzetto.

A aporofobia ainda não é crime no Brasil, apesar de existirem projetos de lei em tramitação para tornar a discriminação con tra os pobres crime de injúria.

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Campanha eleitoral de Bol sonaro estigma tiza população carcerária

Bozzetto, especialista em Dou trina Social da Igreja e membro da Coordenação do Fórum Nacional de Migração e Refúgio, explica que o “diferente” sempre provoca em nós um conflito, pois não sabemos lidar com ele, já que não fomos educados nem preparados para tratar com opi niões diferentes da nossa.

Ele avalia que as eleições são um evento em que capacida des, competências e fraquezas da população se revelam. “Eu entendo que o ódio, xenofobia e aporofobia não se agravam com as campanhas; o que acontece é que esses preconceitos simples mente vêm à tona.”

Ele também explica que a dis criminação se demonstra com muito mais expressividade hoje do que no passado, pois, até pouco tempo, a comunicação de

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O que estamos vivendo nesse período da história é um momento de crise civilizatória”
A última eleição foi a mais disputada da história do país. Ícaro de Campos Ramos
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Entrevistas com eleitores de dife rentes padrões de vida
• Norte = R$ 871 • Nordeste = R$843 • Centro-Oeste = R$1,534 • Sudeste = R$1,645 • Sul
portalcomunicare.com.br
= R$1,656

Elections incite hate crimes against the poor and northeasterns

The intensity of the dispute and electoral campaigns expose the prejudices from many of the electorate; minorities are the most common victims

Guerra e Ryan Minela 2º Período

On the day after the results of the first round of this year’s election, the non-governmental organization for the defense of the Human Rights Safernet Brasil registered 348 reports of xenophobia – an average of 14 registers an hour. The number practically equals the total of complaints carried out in the first six months of last year, with 358 reports. The Northeast region and northeasterns, by virtue of the majority of its votes for the candidate Luiz Inácio Lula da Silva (PT), were the main targets of these crimes.

The profusion of discriminatory content arose in social media, with comments that associated the Region with poverty and illi teracy, remarking, for example, that people born in these places “can’t think” or are “easy to ma nipulate”. Minorities were also attacked, such as lower social classes or even illiterate people, to whom were directed messa ges that claimed they “shouldn’t be allowed vote”.

The insults, however, were not only expressed by anonymous users in social media, but also by politicians. One example is a statement spoken by the president of the Republic, Jair Bolsonaro (PL), in which, during a live transmission on his social media account, on the 5th of

that she “won’t feed those who live on crumbs”.

In the first round, the South, Southeast and Central-West regions voted majorly in the can didate Bolsonaro, while in the North and Northeastern regions most of the votes were for Lula. Especially, the Northeast was the area with the highest deviation between the two candidates: Lula had more than 21 million votes, compared to Bolsonaro’s 8.7 million, adding up to a diffe rence of 13 million votes.

According to data from IBGE, between 2020 and 2021, by means of various factors and above all with the pandemic, inequality worsened in all regions, mainly in the North and Northeast, that holds a median monthly income greatly inferior to other states.

Electors report hate speech from neighbors

Real estate agent Kellen Wilsek tells that, after the results of the election’s second round, which settled Lula’s victory, witnessed a hate crime in the building she lives in. A neighbor, whose bal cony had displayed a Brazilian flag, said, shouting, that those who celebrated the results of the election were deadbeats and that she “hated the poor”, despi

Elton explains that northeaster ns have a unique culture that, after migrating to other regions of the country, caused a deep discomfort in the south-central population of Brazil. This mi gratory movement, encouraged by economic factors, prompted a cultural impact for which the local population wasn’t prepa

and newspapers, and individuals didn’t have great platforms to disseminate their own opinions. In the elections, however, the acceleration of the social media revealed that each one of us has become a communication chan nel of our own.

“Prejudice against the poor has been on the rise as impove rishment grows – and it affects 33 million brazilians. In this context, other crimes already typified by the legislation are also inserted and a connection is established with the increase in criminality in areas of greater economic depression.”

October, he linked the prolific number of votes for Lula in the Northeast with the region’s illi teracy rate. “Lula won in 9 of the 10 states with the highest illite racy rate. Do you know which states? In our Northeast. It isn’t only the high illiteracy rate that is aggravating in these states. The economic data, now, are also inferior in these regions, because these states in the Nor theast have been administrated by PT for 20 years”, said the pre sident. The remarks, in addition to being discriminatory, ignore the fact that the illiteracy rate went down in the region during Lula’s presidency.

The statement was followed by a series of xenophobic attacks aimed at northeasterns promo ted by electors of other regions of the country. One of them was proclaimed by the lawyer Flávia Aparecida Rodrigues Moraes, that lost her post as vice-pre sident of the Committee for Women Lawyers of Uberlândia after saying, in social media,

te living in the same building as the attacked neighbors.

University professor Elton Bozzetto, expert in the Social

R$1,645

Doctrine of the Church and member of the Administration of the National Forum for Migra tion and Refuge, explains that the “different” always provokes a conflict in ourselves, because we don’t know how to deal with it, given that we weren’t educated or prepared to handle opinions that go against ours.

red for. Elton adds that that has historical grounds: the mostly european heritage could’ve provoked in that population a stance of social exclusion. “What we are living in this period of history is a time of civilizational crisis, that has to do with the intense growth of some con cepts, such as xenophobia and some stances that don’t allow people to welcome and to talk with those that are different”, ponders Bozzetto.

He considers that the elections are an event in which the capa cities, competences and we aknesses of the population are shown. “I understand that hate, xenophobia and aporophobia don’t worsen with the campaig ns; what happens is that these prejudices simply resurface.”

He also points out that discri mination manifests itself with much more strength today than in the past, given that, not long ago, mass communication func tioned only via radio, television

Aporophobia is yet to be consi dered a crime in Brazil, despite having bills in processing to turn discrimination against the poor a criminal injury.

Read more Campanha eleitoral de Bol sonaro estigma tiza população carcerária portalcomunicare.com.br

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7 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Politics
The last presidential run-off was the fiercest in the history of the country. Ícaro de Campos Ramos
portalcomunicare.com.br
Average monthly household income per capita (R$) • North = R$ 871 • Northeast = R$843 • Central-West = R$1,534 • Southeast =
Ícaro • South
de Campos Ramos, Isadora
= R$1,656
“What we are witnessing in this period of history is a time of civilizational crisis

Nova lei flexibiliza horários dos comércio de Curitiba

Medida, que passa a vigorar em dezembro, prevê que os próprios comerciantes definam os horários, sem necessidade de ser entre 9h e 19h, como ocorria até então

O projeto de lei que acaba com o horário comercial fixo em Curitiba foi sancionado no início de novembro pelo prefeito da cidade, Rafael Greca (PSD). O projeto, apresentado na Câmara Municipal de Vereadores, havia sido protocolado por Amália Tortato e Indiara Barbosa, am bas do partido Novo, e votado dia 26 de outubro, sendo aprova do por 32 votos contra 4.

Atualmente, o horário comer cial funciona das 9h às 19h, de segunda a sexta-feira; e das 9h às 13h, aos sábados. Supermer cados e setores de alimentação podem funcionar das 9h às 21h. Esses horários estão previstos na Lei nº 7.482/1990. Agora, com a sanção do projeto, a lei antiga passa a ser revogada e, dessa forma, o funcionamento dos estabelecimentos fica a critério dos próprios comerciantes. Outro ponto importante é a revogação do artigo 36 da Lei nº 11.095/2004, que diz que os horários de funcionamento do comércio devem ser estabeleci dos pelo Poder Executivo.

A Fecomércio, entidade que representa os comerciantes, mostrou-se favorável à mu dança, afirmando que a nova regra dará mais liberdade para os comerciantes e que a nova lei não implicará violação dos direitos trabalhistas. Já o Sindi com (Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba), que defende os trabalhadores do setor, não se manifestou, em seu site nem perfis de redes sociais, sobre a nova lei.

A vereadora Professora Josete (PT), da oposição, sugeriu que a votação fosse adiada por três sessões, para discutir o projeto com o Sindicom. O requerimen to de adiamento, entretanto, foi rejeitado, com 22 votos contrá rios e 6 favoráveis. Segundo a vereadora, o projeto poderia ser mais detalhado e buscar assegurar, de fato, os direitos dos trabalhadores.

Benefícios da nova lei

O vereador Rodrigo Marcial (NOVO), um dos coautores do

projeto, defende a flexibilização. “Todos os cidadãos curitibanos serão beneficiados por esta lei, principalmente quando na condição de consumidores, pela maior disponibilidade de horá rios para fazer suas compras e da tendência de melhor qualida de do serviço que será ofertada a todos nós, como já dito, em razão da maior competição”.

Além do benefício aos consu midores, o projeto também irá, de acordo com os autores, ajudar a economia local. Marcial acrescenta: “Tanto os donos de comércio quanto a população trabalhadora serão beneficiados: estes (os funcionários) porque novas vagas de emprego devem ser criadas para que as lojas pos sam abrir em outros turnos”.

O comerciante Jairo Camargo, dono da loja de produtos artesa nais Casa dos Artistas, diz que, apesar de ter achado a flexibili zação interessante, não irá op tar por estender imediatamente

de uma creche onde as mães possam deixar os filhos, sob os cuidados de alguém capacitado, para trabalhar em paz”.

Outra questão levantada pela oposição é sobre o funcionamen

quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Érica acres centa que o máximo que pode ocorrer, do ponto de vista legal,

Nenhum direito previsto na CLT será revogado com a flexibilização”

o horário. “Não vejo como essencial [a extensão de horá rio] para a melhoria nas nossas vendas. Eu não vou alterar os horários, mas é uma alternativa, caso seja necessário”.

Riscos da nova lei Um ponto muito criticado do projeto foi em relação a possí veis violações de direitos tra balhistas. Segundo o vereador Renato Freitas (PT), “a principal desvantagem da flexibilização é em relação ao direito dos traba lhadores, que vão ter a sua carga horária duplicada, sem receber nenhuma contrapartida”. O vereador também se mostrou preocupado com a situação das mães que trabalham no comér cio. “Não tem contrapartidas nesse projeto. Não tem previsão

to de creches noturnas. Segundo a vereadora Professora Josete (PT), “65% dos trabalhadores do comércio são mulheres”, e essas mulheres seriam impactadas pela falta desse serviço, além da falta de segurança.

Segundo a advogada trabalhista Érica Fernanda da Motta, não há riscos de os direitos traba lhistas serem afetados por conta da flexibilização, “Os direitos previstos na constituição têm que ser respeitados em todos os contratos de trabalho. Todos os direitos elencados no artigo 7 da Constituição terão de ser considerados com essa mudança de trabalho também”.

O artigo citado prevê duração do trabalho normal não su perior a oito horas diárias e

é uma alteração nos horários de início e encerramento dos trabalhos, com o respeito das 8 horas, além das horas extras. “O que o empregador pode fazer é mudar o horário de trabalho do funcionário para mais tarde. Se isso for feito, é preciso pagar o adicional noturno, que está pre visto a partir das 22h. Ou seja: o trabalhador pode começar o ho rário mais tarde para encerrar mais tarde, mas terá de receber esse adicional”.

Existem, porém, situações que podem prejudicar os trabalha dores. “Provavelmentem os em pregadores vão fazer dois turnos de trabalho, e, durante a noite, principalmente as mulheres, têm outros compromissos. En tão, elas terão de se adaptar aos novos horários do empregador, ou buscar outro trabalho”. Esse tipo de problema pode afetar principalmente as mulheres que não tem com quem deixar os filhos, e também os diversos trabalhadores que dependem do transporte público para voltar para casa.

8 Curitiba, 23 de Novembro de 2022
Economia
Leia mais Saiba mais sobre os direitos traba lhistas no Brasil.
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André Antes da sanção pelo prefeito, o projeto foi aprovado na Câmara de Vereadores Rodrigo Fonseca/cmc Calçadão da Rua XV, local que concentra muitas lojas, deve ter dinâmica alterada com o vifor da nova lei Rodrigo Fonseca/CMC

Mortalidade do câncer de próstata cresce 10% em cinco anos

Região Sul tem incidência da doença acima da média nacional; Enfermidade geralmente atinge homens com idade a partir de 65 anos

A mortalidade em virtude do câncer de próstata aumen tou cerca de 10% ao longo dos últimos 5 anos, subindo de 14.542 para 16.033 óbitos por ano. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Neste mês, promove-se o chamado “Novembro azul“, que é uma campanha de prevenção contra o câncer de próstata, razão pela qual a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) enfatiza a importância de o ho mem retomar seu cuidado com a saúde, realizando consultas ao médico e exames necessários.

A média nacional de casos de câncer de próstata, em 2019, foi de 7,61 por 100 mil habitantes, enquanto que a Região Sul teve média superior, de 8,87, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Esse tipo de câncer é o segun do com maior letalidade na população masculina brasileira, ficando atrás somente do câncer de pulmão. Ao longo da pan demia, a procura por cirurgias dessa especialidade caiu 50%, revelou uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) afirma, por meio de as sessoria de imprensa, que o cân cer de próstata é o segundo mais comum considerando ambos os sexos, e que sua taxa de incidên cia tende a ser maior em países desenvolvidos. Além disso, é um câncer que, geralmente, acomete a geração mais velha, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. A doença pode, tam

bém, ter fatores hereditários, alimentares e comportamentais, relacionados a estilo de vida. Isso sem contar a exposição a toxinas, agrotóxicos e poluentes

O Órgão alega que, para casos em que ainda não houve metás tase, há opções de tratamento como cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante. Já

o câncer na próstata”. Durante o tratamento do tumor, José diz que, além dos impactos físicos, também sentiu efeitos psico lógicos, “Afetou demais o meu

As pessoas devem ser conscientes de que a prevenção é o melhor caminho”

variados, que podem levar a progressão da enfermidade.

O Instituto informa que o au mento de casos no Brasil pode se dever, em parte, à evolução dos métodos diagnósticos, da melhoria dos sistemas de in formação do país e do aumento na expectativa de vida. “Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem”, explica o INCA.

para doença localmente avança da, recomenda-se radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal. Por fim, caso o câncer já tenha se espalha do pelo corpo, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.

Paciente descobriu doença ao urinar sangue

O aposentado José Moreira conta que, em 2004, aos 56 anos de idade, acabou descobrindo um câncer de próstata logo após jogar futebol. “Depois da ativi dade física, urinei sangue, e fui fazer exames, que constataram

emocional, devido à sexualida de, pois quem tem a retirada da próstata fica sem ereção.”

Hoje, aos 74 anos, reconhece que deveria haver mais cam panhas sobre o teste PSA e o exame de toque. “As pessoas devem ser conscientes de que a prevenção ainda é o melhor caminho”. Ele acrescenta: “Os impactos são inúmeros, pois, até hoje, faço tratamentos para que o câncer não atinja outros órgãos. Já emocionalmente, eu nunca sei até onde vou poder viver sem sequelas”.

Público trans demanda atenção em campanhas

Especialstas explicam que os hormônios usados por mulheres trans trazem um fator de proteção contra o câncer, mas, quanto mais tarde é iniciada a transição biológica, maior a chance de se desenvolver a doença

A campanha do Novembro Azul também deveria in cluir mulheres trans na preven ção e tratamento do câncer de próstata, defendem entidades e representantes da comunidade LGBTQIA+. Especialistas afir mam que os hormônios utiliza dos por mulheres trans trazem um fator de proteção contra o câncer, mas, quanto mais tarde é iniciada a transição biológica, maior a chance de se desenvol ver a doença.

A Associação Nacional de Travestis e Transsexuais reitera que mulheres trans e travestis também devem se atentar aos cuidados em relação ao câncer de próstata, mesmo aquelas que já tenham passado por cirurgia de afirmação de gênero.

A universitária Alex de Camar go Silva é uma mulher trans e diz que acha que a inclusão de pessoas não-cisgênero nas cam panhas de prevenção é mais que necessária, pois essa parte da população, também, é afetada. Em contrapartida, complemen ta que acredita que seja neces sário uma abordagem cautelosa para que isso não se transforme em preconceito, “isso pode ser usado como combustível para a transfobia em um país onde, infelizmente, isso é mais comu mente aceito do que deveria”.

A estudante acredita que, primeiramente, é necessário que esse tópico seja tratado com menos tabu, tirando o foco dos homens e direcionando-o para a doença em si, pois boa parte do público não-cisgênero

é consciente de sua natureza biológica, mas não busca a ajuda e tratamento necessário por medo do público geral. Ela completa: “É um sentimento mais do que desconfortável, para uma pessoa trans, ser cate gorizada junto com uma pessoa cis. Talvez um passo importante seria ter clínicas especializadas para lidar com pessoas não-cis; honestamente, eu vejo só bene fícios para todos, se algo assim acontecesse”

Alex, por fim, diz que muito dessa exclusão vem da invali dação da sociedade para com o gênero de pessoas não-cis. “A natureza não-cis ou transgene ridade, no geral, é vista como algo sub-humano. A invalidação do nosso gênero é extremamen te frequente”. Ela acrescenta: “A

invalidação de vidas trans em todo o mundo chega a ser prati camente a norma que a maioria segue, e, ainda, estamos há décadas de alcançar o mesmo lugarm, ou um lugar equivalen te na sociedade, de uma pessoa cis. Então, acho que qualquer progresso, mesmo que peque no, é importante para todos nós, desde que não nos coloque em uma posição mais frágil do que esta em que já estamos.”

Leia mais

Antra dá desta que para causa de pessoas trans e traz dicas para essa comunidade portalcomunicare.com.br

9 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Cidades
A fita azul é símbolo da camapanha que alerta para a importância dos cuidados com a saúde masculina. Louise Mary Ana Paula Virgulino, Gabrielle Tiepolo da Luz, Maria Luiza Baiense e Mariana Machado de Almeida 2º

Esportes

Prática de corrida de rua cresce e Maratona de Curitiba bate recorde

Em constante crescimento desde que foi criada, a Maratona de Curitiba distribuiu neste ano R$ 40 mil em premiação aos campeões

A prática de corrida de rua em Curitiba cresceu consideravelmente nos últimos anos. Prova disso é a tradicional Maratona de Curitiba, que foi realizada no último domingo (20) e que contou com mais de 10 mil participantes, maior número em todos os 25 anos do evento. A boa qualidade de vida e saúde que o esporte oferece impulsionam esse crescimento.

Na primeira edição, em 1997, a Maratona contou com apenas 774 participantes e uma única modalidade: os tradicionais 42 Km. Então, 25 anos depois, a Maratona, no retorno, após paralisação devido a pandemia, teve um número de participan tes 13 vezes maior, em quatro modalidades distintas: 42 Km, 21 Km, 10 Km e 5 Km. Além disso, a Maratona contou com a maior premiação individual de corridas de rua do Brasil, com R$ 40 mil entregues aos campeões.

últimos anos em todo o país. Em 2020, durante a pande mia da Covid-19, a prática de corrida de rua surgiu como uma alternativa viável para quem desejava se manter fisicamente ativo, mesmo com o fechamen to das academias nos períodos de lockdown

riormente, dedicava-se a outros esportes, mas já tinha interesse pela corrida. Porém, só come çou a praticar o esporte com o incentivo de amigos.

Berbecki é um corredor bastante experiente e conta que, neste ano, realizou 90 dias de intensa prepa

Eu amo o que faço. Eu amo correr”

Segundo o atleta e treinador Cristiano Ribeiro, fundador da equipe de corrida de rua CR Runners, nos últimos anos, houve um crescimento signifi cativo de atletas na equipe, com destaque para várias pessoas iniciando no esporte, principal mente após a pandemia. Atual mente, é comum os treinos do

ração para a Maratona, O período de treinamentos exige disciplina, muito treino e boa alimentação; mas, também, certo tempo de relaxamento. “Para não entrar na prova cansado”, explica.

Durante a pandemia, ele testou positivo para Covid-19 duas vezes. Quando voltou a correr, Robson treinava sozinho, em lugares com pouco movimento. “Eu sofri muito para voltar a es tar 100%, no meu melhor. Hoje, já estou bem recuperado”, revela.

O atleta faz parte da CR Runners desde 2016: “Hoje, é uma famí lia”. Ele destaca, ainda, que a corrida de rua permite conhecer pessoas que, além de transmi tirem o que sabem, acolhem e incentivam os demais. “Você não está ali simplesmente como pro fessor e aluno; mas, sim, como uma amigos. A gente mostra para as pessoas que não é só você treinar, não é só você se dedicar. Você tem que ter o diálogo entre as pessoas da equipe. É isso o que fortalece a relação. É muito gratificante mesmo”.

Benefícios à saúde mental

Corredora relata melhora em questões emocionais

A corrida de rua se tornou a escolha de muitas pes soas que buscam benefí cios psicológicos, já que contribui com diminuição de estresse, ansiedade e depressão, além de melho rar o sono e aumentar a disposição.

A corredora Mariana Kel ler, que começou a praticar a corrida no primeiro semestre de 2021, conta que a atividade a ajudou em questões emocionais, como ansiedade. Ela to mou a iniciativa de ingres sar no esporte após trocar de emprego e ir para uma empresa que tinha grupo de corrida e treinador. Com os treinos prepara dos individualmente e o incentivo dos colegas, ela criou gosto pela prática e passou a se desenvolver no esporte.

A Maratona esteve em constante crescimento nos últimos 25 anos. Em 1999, na 3ª edição, contou pela primeira vez com mais de mil participantes. Seis anos depois, em 2005, dobrou o número de corredores inscritos. Em 2010, teve pouco menos de 3 mil par ticipantes; e, em 2019, ao final da década, obteve um notório crescimento de 200%, com mais de 8 mil corredores inscritos.

O crescimento da prova é refle xo da realidade do esporte nos

grupo contarem com mais de 100 alunos. Para ele, esse au mento se dá pelo fato de ser um esporte gratuito, que oferece desafio físico a seus praticantes e que proporciona boa qualida de de vida e saúde.

Corredor disputou neste ano a 8º maratona Corredor de rua há 18 anos, Robson Berbecki participou da Maratona de Curitiba pela oitava vez. Ele relata que, ante

Berbecki também diz que se incomoda com a falta de apoio que o esporte recebe, mesmo após o crescimento conside rável que a prática obteve. Ele fala que se tivesse esperado por patrocínio, teria parado de correr há muito tempo, e que continua a treinar porque gosta muito. “Eu amo o que faço. Eu amo correr”.

A rotina de treinos, bem como as provas, costumam acontecer bem cedo, sendo ideal para os atletas terem uma boa noite de sono - o que influencia direta mente no desempenho. Mariana conta que, no dia que antecede às corridas, o consumo de carboidrato é elevado, especialmente no período da noite, para que se tenha boa reserva de glicogênio no momento da corrida, Ela acrescenta que, em provas mais lon gas, costuma-se levar gel e balas de carboidrato para repor energia.

Em relação à Maratona de Curitiba, ela contou à reportagem, no início de novembro, que o obje tivo com a Maratona de Curitiba seria melhorar o ritmo, chamado de “pace“. “Pretendo correr os 10km, e acho que meu objetivo é conseguir fazer os 10km num tempo abaixo do que eu vinha fazendo até então agora”.

10 Curitiba, 23 de Novembro de 2022
Leia mais Confira vídeo da preparação de corredores de rua para a Maratona de Curitiba
A equipe CR Runners, de Cristiano Ribeiro, chega a reunir mais de 100 pessoas em alguns treinos
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Maratona de Curitiba tem 4 provas: 42km, 21km, 10km e 5km Cristiano Ribeiro Guilherme Dalla Barba/ SMELJ Bernardo Rodrigues, Krissians Torres e Luiza Braz 2º Período

Curitibanos se preparam para assistir de perto aos jogos da Copa

O pacote completo para a Copa, com ingressos para todos os jogos do Brasil, custa em torno de R$ 200 mil, variando de acordo com a hospedagem e o ingresso escolhidos

Com início em 20 de no vembro, a Copa do Mundo levará milhares de pessoas até o Oriente Médio para acompa nhar de perto o evento. Repre sentando uma parte da torcida brasileira, alguns paranaenses já estão prontos para ir ao Catar.

Para embarcar, é necessário um passaporte válido, reserva em hotéis e submeter todos estes do cumentos no Ehteraz, que é um site do governo local. É obriga tório fazer um cadastro e emitir um documento de autorização no Ehteraz. Além disso, para sair do aeroporto de Doha, é preciso apresentar ingresso para pelo menos um jogo do Mundial, já que as fronteiras do país estão fechadas desde 1º de novembro para quem não vai à Copa.

Atendente da CVC do Shopping Jardim das Américas, Alan França conta que os pacotes para os últimos jogos estão quase todos esgotados e que, recentemente, foram abertas novas vagas para a viagem.

Para ficar no Catar durante toda a Copa, o torcedor brasi leiro precisa desembolsar em torno de R$ 200 mil, variando de acordo com a hospedagem e o ingresso escolhidos.

Para passar os quatro primeiros dias, na fase de grupos, o valor do pacote gira em torno de R$ 46 mil, sem a passagem aérea.

A cirurgiã dentista Cláudia Al baneze foi uma das oito vence doras do sorteio “Imagina você no Catar”, realizado pelo Banco do Brasil, e estará presente no torneio.

Ela irá passar cinco dias no Catar e verá dois jogos nesse pe ríodo, sendo um deles do Brasil, contra a Suíça. Ela comentou que não tem receio em relação ao país e acredita que não será um problema seguir as regras locais, como as de vestimenta e comportamento.

Será a primeira vez da dentista em uma Copa e, também, no Oriente Médio. Ela conta que não há mais tantas precauções com relação a Covid-19 e que o país não exige mais o exame PCR; ape nas o comprovante de vacinação.

Já o empresário Fernando Aze vedo vai para o Catar passar o período da fase de grupos e das oitavas de final da competição. Ele conta que está com as expec tativas muito altas, tanto para a viagem quanto para a chance do título brasileiro.

“Comecei a me programar para esta viagem desde 2018, na últi ma Copa. Na ocasião, eu queria ter ido para a Rússia, mas faltou planejamento, e acabei não indo”. O empresário conta que

é sua primeira vez no Oriente Médio; então, leu bastante a respeito das regras e da cultura

os brasileiros, a diferença de cultura é enorme.

do Emir, uma tentativa de passar a imagem do Catar como uma nação diferente das demais na ções conservadoras do Golfo.”

do Catar, para ter noção de como se comportar adequadamente.

Azevedo conta que será sua pri meira experiência em uma Copa do Mundo. “A única vez que esti ve em um ambiente semelhante ao do mundial foi na Copa das Confederações em 2013, no Rio de Janeiro.”

Conheça o Catar

O país é uma monarquia ab solutista governada pelo emir Tamim bin Hamad Al-Thani e conta com quase 3 milhões de habitantes. Em 2022, a Forbes considerou o Catar como o 4° país mais rico do mundo, tendo sua economia pautada em pe tróleo e gás natural.

A religião predominante é o islamismo, porém outras religi ões, como o cristiamisno, têm praticantes no país.

No verão, que acontece no meio do ano, as temperaturas podem atingir a casa dos 50°C. Este é um dos motivos pelo qual a data de início do evento foi alterada para novembro, no inverno local.

Professora aposentada, Debo rah Foe Santos foi para o Catar em 2019 e contou um pouco da experiência. “Vi muitos prédios modernos e ilhas artificiais. Lembra muito Dubai, mas achei o Catar mais bonito. Tem museus lindos e modernos, mesquitas maravilhosas, praias bonitas, calçadão muito legal, metrô, shopping, instalações para a Copa do Mundo super modernas. No lado tradicional, as residências, o mercado, os barcos... tudo muito conserva do”. Segundo Deborah, para

Segundo a professora, os mo radores locais atendem muito bem os turistas, desde que eles respeitem seu modo de vida.

Polêmicas da sede Desde o momento em que foi anunciado como sede, o Catar foi apontado como um país cheio de polêmicas e inúmeros preconceitos.

No país, ser homessexual é ilegal e, portanto, pode resultar em prisão. Isso preocupa pelo motivo de que a diversidade de pessoas que participam de um evento como a Copa do Mundo é enorme. O major-general Abdu laziz Abdullah Al Ansari, militar que ocupa o posto mais alto nas forças de segurança do país, concedeu entrevista à agência Associated Press e alegou que não pode afirmar que haverá segurança para as pessoas LGBT QIA+ durante o evento.

O professor de História das Relações Internacionais na Unicuritiba e Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Oriente Médio (GEPOM), Andrew Patrick Traumann, comenta que a escolha da sede é bastante discutível, ainda mais pela comprovação de corrupção e compra de votos pela Qatar Foundation. “Se não fosse pela compra de votos, certamente a sede escolhida seria um país mais bem preparado para rece ber este tipo de competição.”

“Existe também uma questão do ‘Sportswashing’, que é a tentativa de limpar a imagem de um país autoritário mediante o uso de competições esportivas. Portanto, a Copa do Mundo é um projeto

Andrew comenta, ainda, que acha interessante uma Copa do Mundo no Oriente Médio, porém não no país escolhido. “É um país muito pequeno. Poderia haver a Copa de todo o Oriente Médio, com jogos no Qatar, nos Emira dos Árabes, na Árabia Saudita, no Bahrein. Seria muito mais atrativo do que uma Copa do Mundo concentrada basicamente em uma única cidade”.

Regras no Catar

Regras para assistir à Copa do Mundo no Catar

• É proibido o consumo de bebidas alcoólicas .

• Ao desembarcar, deve-se apresentar um ingresso para o jogo

• Deve-se usar roupas que cubram os ombros

• Antes de embarcar, é preciso apresentar com provante de vacinação, passaporte válido e reservas nos hotéis

• Antes de viajar, é necessário realizar um cadastro e apresentar documentos ao Ehteraz

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Curitiba prepara atrações para o torcedores assis tir à Copa

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11 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Editoria
“Sportswashing’ é a tentativa de limpar a imagem de um país autoritário mediante o uso de competições esportivas”
Claúdia Albaneze é uma das paranaenses que irá para o Catar acompanhar a Copa in loco, após ganhar um sorteio Lucas Azevedo

Ensaio De aluno a professor

Marcelo leciona dança e informática no mesmo projeto social de que participou quando quando criança, a Escola Social do Projeto Vida, localizada na Vila Nova Barigui (CIC).

12 Curitiba, 23 de Novembro de 2022
Álefe A fé é importante numa mudança de vida, segundo o professor. “Quando eu não conhecia Cristo, eu usava drogas, gostava de brigar. Temos crianças assim. Quando começamos a trazer um pouco de fé, elas enxergam que essa raiva passa.” Após o término da aula, os alunos se divertem em momentos de descontração. No total, Marcelo tem cerca de 90 alunos. Marcelo ensina uma técnica de Freeze, movimento do Break Dance, para sua turma. Para Marcelo, seu envolvimento com o Projeto Vida transformou sua realidade. Hoje, ele busca promover a mesma transformação na vida de seus alunos: “Num bairro onde a drogadição e o acesso à criminalidade é muito grande, o Projeto Vida traz uma nova perspectiva de vida para as crianças.” Ao completar 18 anos, Marcelo se despediu do Projeto Vida e foi servir no Exército Brasileiro. Quando saiu do quartel, um ano depois, voltou como professor. O Projeto Vida é uma ONG cristã que administra a Escola Social, onde cerca de 200 jovens participam de atividades artísticas, esportivas e recreativas no contraturno escolar.
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