Comunicare 340

Page 1

Saúde

Em 2022, adolescentes corresponderam a 10% das gestantes em Curitiba

Página 5

Cidades Alagamentos recorrentes preocupam moradores da região do Parolin

Página 4

Educação

No Paraná, apenas um terço das mães leem livros para seus filhos

Página 3

NEM desagrada alunos

Com críticas à falta de padronização entre as instituições, alunos dos grêmios estudantis notam uma diferença na aplicação do novo sistema e percebem que as escolas públicas são mais impactadas por essas mudanças por conta da falta de investimento. As escolas têm tido dificuldades em se adaptar ao novo modelo e manter a qualidade do ensino ao mesmo tempo.

Cidades | pag. 6 e 7

Bancada feminina aumenta no Paraná

A participação da mulher está cada vez maior na Assembleia Legislativa do Paraná. Com a 20ª legislatura, o número de deputadas duplicou em relação ao mandato anterior, tornando-se a maior bancada feminina na história da casa. Agora, com dez mulheres e maior autonomia no legislativo, as deputadas contam como está sendo a adaptação a esta mudança. Duas novas leis foram aprovadas desde o aumento da participação feminina na Assembleia, sendo elas a criação do Fundo Estadual dos Direitos da Mulher (FEDIM/PR) e a alteração em lei já existente que trata da violência obstétrica e direitos da gestante e

Pink Tax em Curitiba

parturiente. O incentivo à mulher na política é assegurado pela chamada cota de gênero, previsto na Lei das Eleições. Cada partido deve registar a candidatura de no mínimo 30% e o máximo de 70% para cada gênero nas eleições. Diversas deputadas acreditam que tal incentivo é necessário no cenário político, encorajando mulheres a discutirem o assunto e cobrarem seus direitos. Elas também comentam sobre combinado, que independente dos partidos serem diferentes, irão trabalhar em conjunto em tudo que envolver as mulheres do Estado.

Política | pag.8

A população feminina curitibana é constantemente impactada pelo Pink Tax, uma estratégia de marketing que consiste no aumento de preços atribuídos em produtos voltados para mulheres em relação aos de público

masculino. Esse sistema atinge a vida financeira das consumidoras de maneira intensa.

Economia | pag.9

Curitiba, 26 de Maio de 2023 - Ano 26 - Número 340 - Curso de Jornalismo da PUCPR O jornalismo da PUCPR no papel da notícia O “novo” Ensino Médio, implementado em 2022 preocupa alunos e professores. Maria Gabriele Fachini Número de deputadas mulhes dobrou neste mandato.

Editorial

Curitiba e a capital do futuro

S e houve um tempo em que a perspectiva de um futuro automatizado poderia ser um delírio coletivo das mentes mais futuristas, a realidade atual da sociedade confirma que os tempos, de fato, mudaram.

Vemos o futuro e a revolução da tecnologia acontecer de forma um tanto quanto sutil. Curitiba, há anos conhecida pela qualidade de vida e uso da tecnologia para impulsionar seu status de inovação, flerta com essa automatização de serviços em busca de destaques em comparação às capitais vizinhas.

Para corroborar essa perspectiva em 2023, não faltam evidências e novidades lançadas pelo Governo Municipal. Por exemplo, o projeto de lei criado pela vereadora Noemia Rocha (MDB), que busca o uso de criptomoedas para pagamento de impostos municipais como o IPTU, apro-

vado pela Câmara Municipal. Prevista para ser iniciada em 2024, a medida demonstra o interesse nítido de Curitiba e seus gestores em automatizar serviços e inserir práticas cotidianas em um universo virtual.

Partindo dessa simples iniciativa, é possível analisar o público com o qual trabalha-se, quando o assunto é inovação e tecnologia. Curitiba possui um percentual de população com 60 anos ou mais maior que a média nacional, de acordo com levantamento feito pelo setor Socioeconômico da Diretoria de Informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Embora isso seja um ponto positivo para a cidade, como indicador de boa qualidade de vida e aumento da expectativa etária, até que ponto vale a pena investir o dinheiro público em automatizações que excluem 21,90% dos curitibanos?

Investimentos necessários que usam a tecnologia como base para inovação são bem-vindos e devem ser estimulados, como a implementação dos ônibus à gás e 100% elétricos, que recentemente entraram na fase de testes pelas ruas de Curitiba. Voltados para o meio ambiente, esses investimentos potencializam fatores que contribuem ainda mais para a qualidade de vida urbana na cidade, visando muito mais que títulos e influência.

Curitiba e sua política de boa vizinhança com os meios tecnológicos coloca seu nome em instrumentos de Inteligência Artificial quando o assunto é referências em automatização e inteligência no Brasil. No entanto, o status que a cidade constrói há anos é colocado em xeque quando olhamos para seu interior, nas áreas que não se encaixam no padrão inovador

Voz da comunidade Comunitiras

D esde 2022, nossas escolas sofrem com ataques desumanos e condenáveis. De lá para cá têm sido inúmeros relatos de agressões, de pessoas com armas, discurso de ódio em escolas do Brasil inteiro. Governos apressaram-se em propor mais seguranças nas escolas. Alguns sugerem portas giratórias, outros policiamento, treinamentos a estudantes e professores de como se comportar nessas situações, cursos de proteção pessoal. Enfim, o receituário adotado sempre que situações como essas acontecem, adorado pelos apresentadores de TV sensacionalista e opinião.

Nós, da APP Sindicato, temos denunciado que a política de criação de colégio militares ou programas como o escola segura, que coloca militares nos ambientes escolares são opostos a política de não violência. Ao ampliar os colégios militares, mais homogeneidade de condutas se produz e que podem ser extremamente maléficas. Também não é função dos profissionais da escola treinarem em batalhões militares e isso pode expor a vida

Expediente

REITOR Ir. Rogério Renato Mateucci DECANA DA ESCOLA DE BELAS ARTES

Ângela Leitão

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO

Suyanne Tolentino De Souza

COORDENADORA EDITORIAL

Suyanne Tolentino De Souza

destes profissionais se tentarem conter um ataque.

Em abril lançamos o Manifesto contra a violência nas escolas. Nele, manifestamos solidariedade aos educadores, estudantes e familiares vítimas das barbáries que acontecem nas escolas. Destacamos, também, algumas raízes da produção desta violência, lembrando que é um problema complexo e que não está na escola, mas atravessa-a.

No manifesto, defendemos o uso de inteligência para o monitoramento nas redes sociais de grupos extremistas. Reiteramos a importância de uma rede de apoio psicológico para estudantes, além de um programa de saúde mental e atendimento especializado aos profissionais de educação.

Algumas das propostas dialogam com a escola e suas estruturas pedagógicas e curriculares e outras com a forma de organização social mais geral. Entendemos que o caminho para a superação está na confluência destas ações.

COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL

Rodolfo Stancki (DRT-8007-PR)

visualizado pelos futuristas: as faltas de manutenção em sistemas de drenagem no Parolin, reclamações constantes quanto à falta de ciclovias seguras na cidade, entre muitos outros problemas recorrentes na vida da população, que não está preocupada com o preço das criptomoedas para pagar seus impostos.

Na vida real, fora da bolha de tecnologia como substituta de funções humanas, bairros da “cidade mais ecológica do país” vivem com medo de alagamentos, ciclistas percorrem faixas exclusivas de ônibus e o transporte público fica cada vez mais inacessível às classes mais baixas. Em quais medidas a cidade deve mesmo investir: a que a torna referência fora das fronteiras,ou a que realmente garante o bem estar dos seus cidadãos?

Edição 340 - 2023 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

Estudantes

3º Período de Jornalismo

Álefe Carvalho

Ana Carolina Ferreira

Eduardo Oliveira

Emilay de Oliveira

Felipe Cesar Cubas

Gabriel Rodrigues

Gabrielle Tiepolo

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

Rafael Andrade

TRADUÇÃO

Ana Clara Carneiro

Ana Lúcia Sonntag

Ana Paula Virgulino

Andre Blatt Filho

Arthur Zablonsky

Augusto Vellozo

Beatriz Mangili

Bernardo Rodrigues

Caio Silva

Davi Ozório Dias

Gustavo Magalhães

Helen da Silva

Isadora de Abreu

Isadora Lara Guerra

João A. de Brzezinski

João Pedro Butka

Krissians Torres

Lais Marquardt

Lara Pereira

Leticia Seixas

Lucas Magnabosco

Luiza Braz

Manoela Gouvea

Maria F. Rodrigues

Maria G. Fachini

Maria Júlia Neves

Maria L. Baiense

Mariana Aquino

Mariana Machado

Nathália de Borba

Rodolfo Negrini

Ryan Minela

Tayná Machado

Tobias Dietterle

Vinícius Cardoso

2 Curitiba, 26 de Maio de 2023
Nicole Damazzo Maria Luiza Baiense e Lara Pereira FOTO DA CAPA Arquivo Grêmio Colégio Estadual do Paraná Walkiria Olegário Mazeto, professora da rede estadual

Apenas 1 entre 3 mães paranaenses leem livros para os filhos

Mais de 60 bibliotecas públicas foram fechadas nos últimos 5 anos em Curitiba, complicando os hábitos de leitura da maioria da população

F altam hábitos de leitura em grande parte das famílias paranaenses, especialmente no que diz respeito às mães e pais lerem livros para os filhos. Apenas um terço das mães mantêm esse hábito, segundo pesquisa conduzida pela empresa de auxílio à maternidade Famivita em janeiro deste ano, e menos da metade dos pais acompanham os filhos na leitura, segundo pesquisa da fundação literária Revista de Letras. Em Curitiba, mais de 60 bibliotecas foram fechadas nos últimos 5 anos, complicando os hábitos de leitura da maioria da população.

Somente 37% das mães paranaenses afirmam terem lido livros para seus filhos nos últimos 12 meses, colocando o estado na 20ª colocação na pesquisa. O Paraná terminou em último lugar em outra pergunta, questionan-

leitura e de leitores interfere no desenvolvimento dos jovens, dos adultos, dos profissionais e nos aspectos culturais do país, que é fundamental para melhorar o desempenho da nação.” Para ela, o fato de Curitiba ser uma das capitais mais desenvolvidas do Brasil, com bastante protagonismo das tecnologias modernas que substituem o contato com livros e os relacionamentos pessoais, contribui para que a cidade tenha um desempenho tão caótico na pesquisa.

A profissional explica, ainda, que é essencial que a leitura comece nos primeiros anos de vida de um indivíduo. É nesse momento que ele desenvolve o gosto pela aprendizagem, além de estimular a capacidade da criança de ampliar seu vocabulário, sua comunicação e seu desenvolvimento cognitivo,

Preço do livro

O preço dos livros no Brasil é um complicador para a consultora de marketing manter um bom hábito de leitura. A biblioteca da escola onde seu filho estuda ajuda bastante, mas às vezes, para

Para ele, o fechamento das bibliotecas agrava ainda mais esse cenário. “Temos uma situação complexa em Curitiba, fecha-se muitas bibliotecas e isso atinge ainda mais esse público de pessoas que não tem condições de comprar.”

do os entrevistados se seus pais liam para eles na infância. Em Curitiba, o quadro é semelhante: 44% das crianças curitibanas afirmam que seus pais lêem livros para eles, e apenas 28% afirmaram ter um acompanhamento dos pais nas leituras escolares, segundo levantamento mais recente da Revista de Letras, publicado em 2019.

Uma pesquisa análoga revela que mais de 60 bibliotecas públicas em Curitiba tiveram seu funcionamento suspenso nos últimos cinco anos, representando uma queda de 71,1% no número de bibliotecas na cidade, segundo dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. A situação é semelhante no painel nacional, na qual 764 bibliotecas foram fechadas no mesmo período, representando uma queda de 14%.

De acordo com a pedagoga Kareen Vendolin, isso é extremamente preocupante. “A falta de

intelectual e social, principalmente quando posta em prática constantemente.

A consultora de marketing Cristina Pires ainda mantém um bom hábito de leitura para si própria e para seu filho de 6 anos, João Vitor. Ela conta que seus pais não liam para ela quando criança e isso a estimula ainda mais a manter esse hábito com o filho. “Eu estou mudando um pouco esse ciclo, dando para ele aquilo que os meus pais não deram para mim.”

Ela e o marido Ronie mantêm uma rotina diária de leitura com o filho. Eles lêem histórias dos mais variados tipos, sendo livros famosos da literatura, livros educativos da escola ou as histórias da Bíblia. Cristina percebe que a leitura diária o incentiva na aprendizagem, na imaginação e na criatividade, tendo até escrito um mini-livro no último ano.

ter um livro que o filho quer, precisa comprar da livraria. “Gostaria que fosse mais acessível, até porque pessoas com recursos mais limitados que os nossos acabam não criando o hábito de ler porque fica cada vez mais caro”, observa.

O preço dos livros é uma questão que afeta a maioria dos leitores brasileiros, nos quais 68% são das classes C, D e E, de acordo com o Instituto Pró-Livro. Nos últimos 7 anos, o preço dos livros no Brasil subiu mais de 14%, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros. Atualmente, o preço médio dos livros se encontra em R$43,42. Em 2015, girava em torno de R$37,97.

Segundo o bibliotecário Bruno José Leonardes, as bibliotecas têm o papel de frear esse problema e tornar os livros acessíveis para a população, especialmente para aqueles que o preço dos livros é um complicador maior.

Para ele, a falta de políticas públicas de incentivo à leitura por parte do governo complica ainda mais esse cenário. Ele conta que existem legislações, como a Lei do Livro, que exige que todas as escolas tenham uma biblioteca, mas as leis não são cumpridas e não há incentivo suficiente para a boa preservação dos espaços culturais de leitura ou para assegurar o acesso ao livro à população.

Ele conta que as bibliotecas comunitárias, como os Faróis do Saber, acabam ganhando maior destaque social nesse contexto e mantêm o gosto pela leitura vivo na população. “As próprias pessoas da comunidade conseguem doações para conseguir livros e suprir essa necessidade, o que beneficia não só a população carente, mas todo mundo que quer ler”, completa.

De acordo com a chefe de divisão de extensão da Biblioteca Pública do Paraná, Marta Sienna, as bibliotecas escolares têm uma maior proeminência em Curitiba, sendo essenciais para a educação da juventude da cidade. Segundo ela, são 150 bibliotecas escolares em funcionamento, representando 69% do número de bibliotecas da cidade, além de 41 comunitárias, 27% do total, 23 públicas, 10%, e 3 bibliotecas temáticas, completando 1% do total.

Confira os principais espaços de leitura em

3 Curitiba, 26 de Maio de 2021 Cidades
Veja mais
Curitiba
“A falta de leitura interfere no desenvolvimento de todo o país”
Curitiba está perdendo espaços de leitura, mas bibliotecas e livrarias ainda mantêm o gosto pela leitura vivo.
portalcomunicare.com.br
Bernardo William Bernardo William 3º Período A paranaense Cristina Pires lê para o seu filho de 6 anos, João Vitor, todos os dias. Bernardo William

Cidades

Iminência de alagamentos ameaça moradores do bairro Parolin

Só em 2023 já foram registradas 11 ocorrências de alagamentos e inundações em Curitiba

Afalta de um sistema de macrodrenagem funcional para o Rio Belém faz com que os habitantes do bairro do Parolin estejam constantemente ameaçados por alagamentos e inundações. No ano passado, houve um aumento significativo desses fenômenos no Paraná. Segundo dados da Defesa Civil, em 2021 foram 32 registros, e, em 2022, esse número subiu para 73, maior índice no Estado desde 2013.

Em 2023, até o momento, foram 11 notificações de casos de inundações e alagamentos. Só na cidade de Curitiba, entre os anos de 2019 e 2021, 12 mil pessoas foram vitimadas por esse tipo de desastre.

Frequentes há pelo menos uma década, alagamentos no Parolin

“Hoje, a obra vai se arrastando”, reclamam moradores do Parolin.

da obra da prefeitura, não tinha alagamento. Tinham barrancos, árvores. Nós nunca tínhamos sofrido com alagamentos. Daí, a prefeitura resolveu fazer uma

entanto, até o momento da publicação, não houve resposta.

Perdas

são problemas sociais e de saúde pública endêmicos. Efeitos da própria constituição geográfica do local somadas ao descaso da prefeitura, causam prejuízos materiais e de saúde aos moradores da região. É o que diz Edson Pereira Rodrigues, mais conhecido como Edson do Parolin, ex-vereador (PSDB) e dirigente da associação de moradores do bairro.

Segundo ele, não havia alagamentos antes do início da obra de drenagem empreendida pela prefeitura de Curitiba. A ação retirou barrancos e a mata ciliar que ladeava o Rio Belém, dificultando um escoamento apropriado da água das chuvas. “Antes

obra de drenagem. Tiraram os barrancos, cortaram as árvores, fizeram um muro de concreto em volta do rio. Depois desse dia, qualquer chuva que dá, é 200 casas alagadas. Não dá menos.”

O ex-vereador conta ainda que a obra começou na gestão do ex-prefeito Beto Richa (PSDB), atravessou a prefeitura de Luciano Ducci (PSB), de Gustavo Fruet (PDT) e Rafael Greca (PSD) sem nunca ter sido concluída.

“Hoje, a obra vai se arrastando”.

A reportagem entrou em contato com o Departamento de Pontes e Drenagem e com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Curitiba. No

Moradores se queixam da perda de seus bens materiais e das dificuldades trazidas pelas enchentes. “A gente perde sofá, guarda-roupa, a gente perde tudo, né?”, lamenta Sandra Pereira da Silva, 34, moradora do bairro há 3 anos. Ela diz que, em períodos de chuva regular, a água “sobe até as canelas das pessoas”. Porém, quando o fluxo das chuvas se intensifica, principalmente no verão, “chega a atingir os joelhos”. Relata também que a água invade todos os cômodos da casa. “Ela entra em tudo: cozinha, quarto, sala, tudo. Quando começa a chover, eu já começo a erguer as coisas. O rio enche rápido”. Quando o caminhão de lixo não passa a tempo de fazer a coleta, Sandra afirma que cabe aos próprios moradores tirarem as sacas de lixo das ruas, para evitar que os bueiros se entupam e agravem o alagamento.

“Qualquer chuvinha, alaga mesmo. Vem até o joelho. Às vezes, se a chuva for muito forte, vem até a cintura. A gente perde cama, sofá, cadeira. Tudo isso se perde. No meu salão, já

entrou também. Perdi muitos materiais. Se ficar meia hora de chuva, o alagamento é mais forte”, revela Anne, 17, designer de sobrancelhas em um salão de beleza do bairro e que teve o trabalho prejudicado pelas cheias do Rio Belém.

Outros moradores também contam que não é preciso chover muito para o rio transbordar e invadir as casas. Alagamentos e enchentes são eventos rotineiros no bairro, tanto que os habitantes relataram ter construído comportas em suas casas para impedir o acúmulo da água invasora. Além disso, os entrevistados ouvidos pela reportagem demonstram saber de cor os procedimentos que devem tomar para evitar maiores estragos nessas ocasiões de calamidade.

A situação, porém, não se limita a danos materiais. Nos períodos de alagamentos, as águas podem conter diversos tipos de doenças. Moradores afirmam que já houve, no local, casos de contaminação e até óbitos decorrentes da leptospirose.

Enquanto isso, o sistema de macrodrenagem permanece uma promessa inconclusa. Edson do Parolin defende que o cenário precisa mudar. “A gente precisa que acabem as enchentes. As famílias da comunidade vão perdendo a autoestima de tanto levar enchente e não ter resultado. Levam chuva e não veem solução. Perdem tudo o que ganham. Os moradores, aqui, confiam na obra. A intenção era boa. Mas ela vem dando transtorno na vida do povo há anos. Porque ela teve data para começar, mas não tem data para terminar.”

Veja mais

Confira fotos dos últimos alagamentos no bairro do Parolin:

4 Curitiba, 26 de Maio de 2023
A obra avariada e incompleta representa uma constante ameaça aos moradores.
“Quando começa a chover, eu já começo a erguer as coisas”
portalcomunicare.com.br
Ryan Minela Ryan Minela Ryan Minela 3º Período

Adolescentes representaram 10% das grávidas de Curitiba em 2022

Falta de informação sobre os anticoncepcionais é a principal causa de gravidez indesejada, dizem ginecologistas

Do número total de grávidas em Curitiba em 2022, 10% eram adolescentes. O dado é da Rede Mãe Curitibana Vale a Vida, da Secretaria Municipal da Saúde, que aponta que o número de mães menores de 18 anos reduziu na cidade após o aumento de casos durante a pandemia. Representante do órgão, a médica ginecologista e obstetra Karina Prosdócimo afirma que isso se deve à política pública de planejamento familiar da capital paranaense. Uma dessas medidas é a distribuição de DIUs para as adolescentes. Somente no ano passado, foram entregues 2.105 unidades.

Os números de Curitiba se mostram positivos quando comparados com uma pesquisa realizada pelo Observatório Nacional da Família, na qual verificou-se que as mulheres estão iniciando

14% dos nascimentos em todo o território nacional no ano de 2020, equivalente a 380 mil casos, foram de mães com até 19 anos. Em complemento a essa informação, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 40% das gestações em todo o mundo são “não planejadas”.

dessas informações ainda é um desafio. “Muitas mulheres não conhecem todos os nossos trabalhos e ficam surpresas ao descobrirem a quantidade de serviços disponíveis”, avalia a profissional.

As gravidezes indesejadas podem ocorrer por uma série

Rohde, do Hospital Policlínica, o melhor método é a educação. “Uma injeção no cérebro, no corpo e na alma”, diz ele, que avalia que a grande maioria das jovens não tem essa condição. O profissional acredita que a resposta está em políticas públicas com ensino de qualidade, para ensinarmos sobre métodos e saúde sexual. “Provavelmente, se as mulheres em classes mais baixas tivessem esses conhecimentos, elas iriam atrás e fariam o melhor uso desses meios pois eles existem e estão disponíveis, mas infelizmente esse conhecimento não chega a todas”.

suas práticas sexuais cada vez mais cedo no Brasil, com média de idade de 13,8 anos. Apesar da redução nos últimos anos, o país ainda apresenta dados elevados de gravidez na adolescência. A mesma pesquisa mostra que

Karina conta que o município fornece todos os meios de métodos contraceptivos além de constantes atividades voltadas à saúde e qualidade de vida dessas mulheres. A prefeitura possui o cadastro de todas, mas o alcance

Um avanço na lei

Nova legislação reduz a idade mímina para realizar os procedimentos da laqueadura e vasectomia, e para as mulheres dispensa consentimento

Desde o último dia 5 de março, há uma lei nacional em vigor que facilita o acesso a laqueadura e a vasectomia. A idade mínima para homens e mulheres realizarem a cirurgia de esterilização voluntária passou de 25 para 21 anos. Quem tem dois ou mais filhos vivos pode realizar o procedimento a partir dos 18 anos, se assim o desejar. A lei 14.443/2022 no caso das mulheres também dispensa o consentimento do cônjuge, um grande avanço na garantia dos direitos sexuais e reprodutivos. Para as mulheres grávidas, per-

de motivos. Questões emocionais, psicossociais e contextuais também contribuem, inclusive para a falta de acesso à proteção social e ao sistema de saúde, englobando o uso inadequado de contraceptivos, mas principalmente é estabelecido um ciclo mantido pela desinformação. Conforme consta em pesquisa realizada pelos Hospitais e a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo uma das causas é a despreocupação com o uso de anticoncepcionais. O levantamento mostra que 17,6% das jovens universitárias não utilizam nenhum dos métodos disponíveis pela medicina em Curitiba.

De acordo com o ginecologista e obstetra Ovídio Cristiano

mite que solicitem a laqueadura durante o ato do parto. Basta emitir um aviso de 60 dias de antecedência da data prevista para o parto, o que não era permitido na legislação anterior, datada de 1996.

Vanessa Kruger, ginecologista e obstetra da Clínica Salus, reforça que a escolha deve sempre ser da mulher, que é um direito dela, mas ressalta sua preocupação em relação ao fator da idade.

“Devemos na maioria dos casos preferir métodos reversíveis e temporários. Hoje temos muitos

A percepção é corroborada por um estudo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que aponta que a gravidez na adolescência ocorre com maior frequência entre as meninas com menor escolaridade, menor renda, menor acesso a serviços públicos, e em situação de maior vulnerabilidade social.

Leia mais

Infográfico com vantagens e desvantagens de métodos contraceptivos

portalcomunicare.com.br

métodos tão seguros quanto, sem serem definitivos. Já vi muitos casos de pacientes se arrependerem e é muito difícil assistir”. Em relação à dispensa do consentimento do cônjuge, ela apenas afirma “já havia passado da hora”.

Caso ocorra a esterilização em desacordo com a lei, a pena prevista é de dois a oito anos de reclusão e multa. Mas pode ser aumentada em um terço dependendo da situação, como parto ou aborto sem aviso prévio de 60 dias.

5 Curitiba, 26 de Maio de 2021 Cidades
O melhor método sempre é a educação, uma injeção no cérebro, no corpo e na alma”
Pílulas anticoncepcionais são distribuídas em todas as unidades básicas de saúde em Curitiba. Isadora Guerra Isadora Lara Guerra 3º Período Isadora Guerra Dra. Vanessa Kruger usa métodos explicativos e visuais com suas pacientes.

Cidades

Grêmios das estaduais se mobilizam em ações contra o Novo Ensino Médio

Aumento da desigualdade educacional causada pela mudança do sistema de ensino do Ensino Médio vem preocupando grêmios estudantis de Curitiba, que pedem por mudanças

E studantes foram às ruas em diversas cidades do país para protestar contra o “novo” Ensino Médio, que foi implantado a partir de 2022. A proposta tinha como objetivo dar autonomia para que o estudante escolhesse as áreas de aprofundamento para seus estudos, deixando a grade mais flexível. Em contrapartida, esse novo sistema traz uma carga horária mais pesada e uma falta de padronização entre as instituições, que desagrada os estudantes.

Para representantes do grêmio estudantil do Colégio Estadual do Paraná (CEP), os maiores impactados com essas decisões são os alunos de escolas públicas, pois o investimento é precário e o dinheiro vem sendo direcionado para empresas privadas. “Eles investem em tecnologias, como as do Google, sendo que a maioria das escolas mal tem internet”, diz Lorena Fontalvo, de 17 anos e vice-presidente do grêmio. Ela ressalta também a existência de famílias que não têm televisão em casa e, portanto, não faz sentido que o ensino seja voltado para a tecnologia.

A proposta de dar mais liberdade ao estudante, vendida como o

ponto principal desta mudança, tem encontrado desafios durante a implantação. A começar pela falta de investimento. Na mesma época em que o ex-presidente Michel Temer sancionou a mudança do Ensino Médio, ele também bloqueou os investimentos para a educação em 20 anos. As duas sanções conjuntas levaram ao ato da primavera secundarista, em 2016.

Dificuldades das escolas

As escolas têm encontrado dificuldades para manter a qualidade do ensino e seguir na proposta. Isso devido ao orçamento de cada instituição, que tem novos gastos gerados pela necessidade de um corpo docente maior para abranger as novas opções de escolhas.

“Boa parte do investimento foi direcionado aos materiais de algumas matérias, mas algo que chocou alguns alunos foi a falta de livros didáticos em várias matérias. Atualmente temos somente os livros de Português e Matemática”, afirmou Felipe Bossoni, de 17 anos e presidente do grêmio estudantil do Colégio Estadual Dom Orione.

Para os alunos, falta preparo dos professores, pois com a nova lei o profissional não tem a obrigatoriedade de ter uma formação para lecionar e isso vem prejudicando o currículo dos estudantes. “Também foi pecado para a capacitação dos professores, com muitos de educação física, por exemplo, assumindo aulas

Assim como os alunos, professores também apresentam revolta a respeito do projeto e da forma como ele foi implantado. “Entendemos que as portarias publicadas pelo MEC não contemplam os anseios da classe trabalhadora e dos estudantes da escola pública”, afirmou o sindicato, em nota oficial, sobre

Reunião do grêmio estudantil do Colégio Estadual Dom Orione para a discussão do Novo Ensino Médio. que o atual. “Deve-se arrumar esse novo método de ensino em que os alunos sejam os protagonistas do projeto, e, também, haver uma implementação ao Ensino Fundamental no qual pode haver um aproveitamento maior”, afirma Felipe, complementando a nota da APP que ressalta que o ensino deve ser voltado para estudantes serem protagonistas dos próprios projetos.

Itinerários do Novo Ensino Médio

de projeto de vida”, complementa Felipe.

Além dos problemas de corpo docente e material didático, os diretórios estudantis denunciam problemas com os novos itinerários. “Alguns estudantes estão aflitos devido aos itinerários, pois por algum motivo desconhecido, alunos foram colocados em itinerários onde não escolheram estar”, ressalta o presidente do Grêmio estudantil do Colégio Estadual Dom Orione, e adiciona que não é um problema local e que estudantes de outras escolas também relataram o mesmo problema. Ana Beatriz de Oliveira, participante do grêmio do Colégio Professor Lysímaco Ferreira da Costa, adiciona a forma bruta como os itinerários foram aplicados: “Foi sem muita explicação, eles só chegaram, apresentaram os nomes e falaram pra gente escolher.”

Desigualdade é problema

“Antipopular, autoritária, precarizante, privatizante, antidemocrática, desigual, sem qualidade.” Essas são algumas das características que a APP sindicato utiliza, em nota oficial, para definir o NEM, Novo Ensino Médio.

a mudança da base nacional comum curricular (portaria nº 397) e o estabelecimento de uma Consulta Pública para “reformar a Reforma” (portaria nº 399).

Os estudantes dos grêmios demonstram conhecimento das diferenças existentes na aplicação do ensino e de como as dificuldades são maiores para colégios públicos em relação ao setor privado. “A desigualdade começa quando para eles o empreendedorismo é abrir uma startup e pra gente é vender bolo no pote”, comenta a vice-presidente do grêmio estudantil do CEP. Os alunos comentam, também, que o sistema não encoraja o pensamento crítico.

“O novo Ensino Médio está formando um aluno que não pensa sobre o mundo, não questiona. Ele não te estimula a crescer, não te estimula a pensar”, observou Lorena

Demandam por mudança

Educadores e estudantes, por meio de sindicatos e grêmios, afirmam que esse modelo de ensino não funciona e pedem por novas modificações. Estudantes comentam que o antigo modelo não era perfeito, mas era melhor

Conheça as categorias das disciplinas que o aluno pode escolher.

• Ciências da natureza e suas tecnologias;

• Linguagens e suas tecnologias;

• Ciências humanas e sociais aplicadas;

• Matemática e suas tecnologias.

Leia mais

Descubra o que foi a primavera secundarista de 2016

6 Curitiba, 26 de Maio de 2023
“O Novo Ensino Médio está formando um aluno que não pensa sobre o mundo ”
portalcomunicare.com.br
Gabrielle Tiepolo da Luz Gabrielle Tiepolo da Luz 3º Período

Student unions mobilize in actions against the New High School

Increase in educational inequality caused by the change in the high school teaching method worries students unions from Curitiba, who ask for change

Students took to the streets in several different cities across the country to protest against the “new” high school teaching method, which was implemented in 2022. The proposal aimed to give the student autonomy to choose the areas to deepen in their studies, leaving the curriculum more flexible. On the other hand, this new system brings a heavier workload and the lack of pattern among institutions, which displeased the students.

For the Colégio Estadual do Paraná (CEP) student union’s representatives, the ones who were impacted the most with this decision were the public schools’ students, due to the lack of investments and the money being directed to the private ones. “They invest in technologies, like the ones from Google, when most schools barely have internet”, says Lorena Fontalvo, 17 years old and the union’s vice-president. She also highlights the existence of families that do not own a television at home and, therefore, it does not make sense for the teaching method to be geared towards technology.

For the students, there is a lack of preparation from teachers, because with the new law there isn’t a requirement for the professional to have training to teach and this has been harming the formation of students. “It was also not good for the training of teachers, with many of them in physical education, for

Like the students, teachers also present displeasure in regard to the project and the way it’s been implanted. “We believe that the ordinances published this week by MEC don´t contemplate the working class’ and the public school student’s urges”, the union stated, in an official note, about the national common cur-

new teaching model should be fixed in a way that the students are the main characters of the project, and there also should be an implementation to the elementary school where there is a better utilization”, states Felipe, complementing APP’s note emphasizing that teaching should be turned toward the students being the protagonists of their own projects.

New High School’s itineraries

The proposal to give more freedom to the students, sold as the main point of this change, has encountered many challenges during the implementation. To begin with the lack of investments. During the same time that the former president Michel Temer sanctioned the high school’s change, he also blocked investments for education for 20 years. Both joint sanctions led to the secondary spring act in 2016.

School’s difficulties

The schools have found challenges to maintain the quality of teaching and follow the proposal. This is due to the budget of each institution, which has new expenses generated by the need for a larger faculty to cover the new options of choices.

“A lot of of the investment has been directed to the materials for some subjects, but what shocked some students was the lack of textbooks in many subjects, currently we have only the Portuguese and Mathematics books”, affirms Felipe Bossoni, 17 years old and president of the students union from Colégio Estadual Dom Orione.

example, taking on life project classes,” adds Felipe.

As well as the faculty members’ issues and educational material, the student councils denounce problems with the new itineraries. “Some students worry about the new itineraries, because for some unknown reason, students were placed in itineraries they didn’t choose to be in”, the Colégio Estadual Dom Orione student union’s president points out, and ads that this isn´t a local issue and that students from other schools reported the same problem.

Ana Beatriz de Oliveira, Colégio

Professor Lysímaco Ferreira da Costa student union´s participant, ads the brute way in which the itineraries were applied: “It happened without much of an explanation, they just came, presented the names and told us to choose.”

Inequality is the problem

“Unpopular, authoritative, prevaricating, privatizing, anti democratic, unequal, without quality.” These are a few characteristics that the APP’s syndicate uses, on an official note, to define NEM, the New High School.

ricular base’s change (ordinance 397) and the establishment of a Public Consult to “reform the Reform” (ordinance 399).

The council’s students show knowledge in the existing differences in the application of teaching and how the difficulties are greater to public schools in regard to the private sector.

“The inequality starts when entrepreneurship to them is opening a startup and to us it’s selling homemade cakes”, comments the CEP student council’s vice-president. The students comment that the system also doesn’t encourage critical thinking. “The New High School is formulating a student that doesn’t think about the world, doesn’t question anything. It doesn’t stimulate growth, doesn’t stimulate you to think”, observes Lorena.

Demand change

Educators and students, through unions and boards, claim that this teaching method doesn’t work and ask for new modifications. Students comment that the old teaching template wasn’t perfect, but it was better than the current one. “This

• Nature Sciences and its technologies;

• Languages and its technologies;

• Applied humanities and social sciences;

• Mathematics and its technologies.

Leia mais

Find out what was the high school spring of 2016

7 Curitiba, 26 de Maio de 2021 Cities
Colégio Estadual Dom Orione’s Student council meeting discussing the New High School.
portalcomunicare.com.br
Gabrielle Tiepolo da Luz Gabrielle Tiepolo da Luz 3rd period
to know the discipline
in their
Get
‘s categories that students may choose to deepen
studies.
The New High School is formulating a student that doesn’t think about the world”

Participação de mulheres aumenta na Assembleia Legislativa do Paraná

Com aprovação da primeira lei criada em conjunto pela bancada feminina e agora maior participação no colegiado e sessões plenárias, as deputadas estreitam a lacuna de gênero na política

A20ª legislatura na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná iniciou em 2023 com o dobro de mulheres atuantes em relação ao mandato anterior. Há dez deputadas estaduais, a maior bancada feminina da história da casa em 168 anos. Agora, o regimento interno garante a presença das deputadas na Mesa Diretora e a presença da bancada feminina, assegurando maior envolvimento no dia a dia do legislativo, com participação das decisões do colegiado de líderes e tempo exclusivo para o pronunciamento nas sessões plenárias.

No cargo de segunda secretária, na companhia da deputada Cristina Silvestri (PSDB), que ocupa o ofício de terceira vice-presidente, encontra-se a deputada Maria Victoria (PP), em seu terceiro mandato - agora

Cristina Silvestri

mente ocorreu a assinatura da lei 21.370/2023, com a criação do Fundo Estadual dos Direitos da Mulher (FEDIM/PR). O objetivo é garantir o suporte financeiro

e

também que, quando ingressou na Assembleia Legislativa em 2001 durante a 14a legislatura, assumindo como suplente, havia apenas uma mulher eleita na casa, a deputada Serafina Carrilho (PSDB). Na época, de 54 parlamentares, tinham duas mulheres, sendo apenas uma eleita nas eleições de 1998. Depois, o número aumentou periodicamente, até chegar ao total atual de dez mulheres.

Canto (PSDB) em Sessão Plenária na Assembleia. acrescenta: “[...] não que a nossa defesa e projetos seja apenas a questão feminina, [...] mas a gente precisa ter na nossa pauta com prioridade a questão da mulher. Se a mulher não estiver na política, dificilmente você vai ver esse debate vir a ser feito.”

Incentivo

compondo a Mesa Diretora. A parlamentar é a segunda mulher a fazer parte da Comissão Executiva na história da Assembleia. Na legislatura anterior, não havia nenhuma deputada na composição da Comissão Diretora e, agora, a deputada Maria Victoria retorna com a representação feminina.

Presente em um cenário político de ocupação majoritariamente masculina, ela lamenta que –apesar de não se queixar de seus colegas parlamentares nesse sentido – ser ouvida e respeitada ainda é um dos maiores desafios enfrentados. “Mas o cenário tem melhorado bastante. Temos tido vez e voz atualmente na Assembleia”, avalia Maria Victoria.

A deputada comenta sobre a aprovação da primeira lei criada em conjunto pela bancada feminina: o projeto de lei 1/2023, modificando a lei já existente, que trata da violência obstétrica e dos direitos da gestante e da parturiente. A alteração determina a criação de áreas específicas de internação para parturientes de natimortos ou com óbito fetal, separadas das demais. A lei também assegura o direito de ter um acompanhante de sua livre escolha durante todo o período de internação. “Acho que este é um bom exemplo da força da bancada feminina, e certamente vamos aprovar muitas outras leis do interesse das mulheres daqui para frente”, finaliza.

Aprovada também pelas mulheres da Assembleia, recente-

ao planejamento, implantação, execução de planos, programas e projetos voltados à promoção e defesa dos direitos das mulheres.

Em seu quinto mandato, encontra-se a deputada Luciana Rafagnin (PT), parlamentar com extenso histórico na Assembléia Legislativa do Estado do Paraná. Eleita, pela primeira vez em 2002, foi escolhida pelos parlamentares para assumir a 2ª Secretaria da Mesa Diretora durante a 16ª legislatura, nos anos de 2007-2008. Foi a primeira vez em 60 anos de presença feminina na Assembleia que uma mulher assumiu um cargo dessa importância na administração do Poder Legislativo. A deputada conta que, na época em que foi nomeada como segunda secretária, a presença de mulheres eleitas na Assembleia ainda era muito pequena, fazendo com que o avanço em relação ao debate de mulheres fosse ainda menor. Alega

O incentivo à participação feminina por meio da chamada cota de gênero, está previsto no artigo 10, parágrafo 3o, da Lei das Eleições. Segundo a lei, cada partido deverá registar a candidatura de no mínimo de 30% e o máximo de 70% para cada gênero nas eleições, de acordo com o TSE. Além disso, os partidos políticos devem reservar pelo menos 30% do Fundo Eleitoral para financiar candidaturas femininas.

A deputada Luciana Rafagnin vê a atual situação como um ponto muito positivo e favorável. No entanto, afirma: “[...] mesmo com esse quadro agora de dez mulheres aqui na Assembleia Legislativa, se olharmos o número de mulheres no parlamento brasileiro, nós temos cerca de 18% de mulheres [...] um número ainda bastante pequeno, uma subrepresentação. Sabendo que nós mulheres somos mais de 50% do eleitorado, ainda é pequena a nossa representação’’, afirma a deputada. Ela

De acordo com dados do IBGE, a população feminina é maioria no estado do Paraná, com 51,7%. Com isso, matematicamente, das 54 cadeiras presentes na casa de leis do estado, pelo menos 28 delas deveriam ser ocupadas por mulheres para maior igualdade.

A deputada Márcia Huçulak (PSD) avalia essa discrepância. “Temos um longo caminho para percorrer, mas já percebemos que dez mulheres conseguem ter espaço maior e influenciar nas decisões que impactam nas vidas de outras mulheres.” Ela também comenta sobre o combinado entre as deputadas, que independente dos partidos serem diferentes, irão trabalhar em conjunto em tudo que for envolver e afetar as mulheres do Estado.

Em seu primeiro mandato, a deputada Flávia Francischini (UNIÃO) comenta que, apesar do avanço em termos de maior presença feminina na política, esta ainda é uma atividade que causa certa apreensão nas mulheres. A deputada finaliza: “[...] com mais mulheres na política, mais representadas vamos estar e iremos progredir cada vez mais no reconhecimento dos nossos direitos. Cada vez que uma mulher entra na política, ela encoraja milhares a fazer o mesmo ou pelo menos discutir e cobrar seus direitos.”

Leia mais

Como está a presença feminina no Poder Legislativo do Brasil?

portalcomunicare.com.br

8 Curitiba, 26 de Maio de 2023 Política
“Os desafios são diários, mas estamos ganhando o nosso espaço. ”
(PSDB), Márcia Huçulak (PSD) Mabel Maria Gabriele Fachini Maria Gabriele Fachini 3º Período A deputada Cristina Silvestri (PSDB) é a 3ª Vice-Presidente da Casa. Maria Gabriele Fachini

Empresas chegam a cobrar o dobro do preço em produtos femininos

Pink tax é o nome de uma estratégia de marketing que se baseia em cobrar mais caro em produtos voltados para mulheres

Curitiba é a quarta capital brasileira com o maior gap salarial entre homens e mulheres, segundo a plataforma O Expresso. Por conta disso, a população feminina curitibana é especialmente impactada pela Pink Tax, que consiste em uma estratégia de marketing que atribui preços mais altos a produtos destinados ao público feminino. Na cidade, o preço de

Estudos realizados em 2018 pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) demonstram que artigos e serviços destinados ao público feminino são 12,3% mais caros que aqueles voltados para o nicho masculino. Apesar da argumentação de que tais produtos possam ser encarecidos por conta de suas especificidades, para agradar as mulheres, é importante ressaltar que essas

mesma, entretanto, são precificados de forma diferente para cada público”. Isso reforça o fato que as mulheres já identificaram essa diferença de preços, e passaram a optar pelos produtos masculinos.

Em 2020, com a pandemia do Covid-19, a disparidade salarial de gênero aumentou em Curitiba. Entre março de 2020 e dezembro de 2021, enquanto o

Comparação de preços entre produtos femininos e masculinos

Por meio dessa lista é possível ver o contraste entre os preços de produtos femininos e masculinos. Todos os itens foram encontrados no site da rede de farmácias Panvel.

alguns produtos femininos chega a ser praticamente o dobro de sua versão masculina.

Luiza Sampaio, analista de mídia e estratégia digital plena na agência Salespunch, afirma que as lâminas de barbear são um exemplo. O valor na seção masculina do mercado custa em média R$10,99 e na feminina é de R$ 19,49. Por conta disso, diversas compradoras optam por utilizar produtos voltados para os homens.

Ela diz que já identificou promoções feitas para clientes do sexo feminino que mantinham o preço do produto original. Ela também afirma que as necessidades básicas das mulheres devem ser alinhadas com o que o mundo tem a oferecer. Por isso, a estratégia de Pink Tax evidencia a importância do feminismo na indústria. A analista ainda avalia que essa estratégia está intrínseca na sociedade de um modo que um padrão foi formado.

pesquisas foram feitas com mercadorias de formulações iguais, o que invalidaria essa alegação.

Sabrina Bauer, que trabalha na área de assessoria de incentivos fiscais, ressalta que a maioria das consumidoras não tem conhecimento sobre a maior taxação em itens desenvolvidos para a população feminina. Ela observa que a disparidade fica totalmente evidente no cenário brasileiro e que, infelizmente, essa precificação desigual é tão comum que as mulheres continuam comprando os produtos, mesmo sendo mais caros, já que muitos são necessários para cuidados diários.

Bauer ainda comenta sobre sua vivência como consumidora.

“A principal evidência desta distinção de preços analisada por mim, ocorre quando vou comprar prestobarba, sempre opto por adquirir os modelos destinados para o público masculino pois são mais baratos, e sei que a finalidade do item é a

salário mediano masculino teve um acréscimo, o feminino não teve. Por conta disso, a diferença de remuneração foi de 4,6% para 8,35%. Essa diferença significativa faz com que a estratégia Pink Tax atinja a vida financeira das mulheres de maneira ainda mais intensa. Outro fator a ser considerado é a questão racial: enquanto observa-se que a diferença salarial para trabalhadoras pretas chega a 12%, as de etnia indígena perdem até 18%, de acordo com pesquisas do sistema O Expresso.

Conforme o site da empresa Nielsen, mulheres tendem a poupar mais que os homens nos gastos essenciais (eletricidade, roupas, entretenimento), pois buscam produtos que tenham maior custo/benefício. Enquanto isso, eles tendem a gastar sem ter esse cuidado. Isso indica que, mesmo nesse quesito, não é possível justificar a precificação de artigos afirmando que a população feminina gasta mais.

• Gillette Prestobarba

Ultragrip masculina: R$10,99

• Gillette Prestobarba

Ultragrip feminina: R$19,49

• Escova de dente Colgate Masculina: R$32,99

• Escova de dente Colgate Feminina: R$35,99

• Shampoo Head & Shoulders 3 em 1 masculino: R$17,99

• Shampoo Head & Shoulders feminino: R$20,99

• Preservativo Prudence masculino 8 unidades: R$8,71

• Preservativo Della feminino 1 unidade: R$11,61

• Desodorante roll on Rexona Antibacterial

Fresh masculino: R$6,50

• Desodorante roll on Rexona Antibacterial

Fresh feminino: R$14,49

Leia mais

Verificação de produtos “femininos” e “masculinos”.

9 Curitiba, 26 de Maio de 2021 Economia
portalcomunicare.com.br
“As necessidades básicas das mulheres devem ser alinhadas com o que o mundo tem a oferecer.”
Precificação desigual faz com que mulheres comprem produtos feitos para o público masculino. Maria Luiza Baiense Maria Luiza Baiense 3º Período

Venda de discos de vinil cresce 100% e movimenta comércio de Curitiba

Segundo relatório da Associação Americana da Indústria de Gravação, divulgado no dia 9 de março, pela primeira vez em 36 anos, os discos de vinil venderam mais que os CDs nos EUA

As vendas de discos de vinil no Brasil somaram R$ 4,7 milhões, segundo dados da Pró-Música Brasil. O relatório da entidade, que representa as principais gravadoras e produtoras da indústria fonográfica brasileira, aponta um crescimento de 100,6% nas vendas dessa forma de mídia física. Em Curitiba, lojas como a Sebo Leitura, chegam a vender de 3 mil a 5 mil discos por ano.

Nos Estados Unidos, foram vendidas 33 milhões de unidades de discos de vinil em 1987. Em 2022, esse número aumentou para 41 milhões, o que corresponde a 71% da receita da indústria musical em formato físico. É o que aponta o relatório da Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA, em inglês).

Ainda em 2020, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) já apontou que as vendas de discos de vinil cresceram 23,5%, número maior que o aumento do mercado de streaming na época, que foi de 18,5%.

No Brasil, os LPs deixaram de ser prensados em 1997. Mas esse formato de mídia está passando por um ressurgimento no mercado da música. Cada vez mais, artistas e bandas investem na gravação de discos de vinil e suas vendas vêm aumentando pelo 16º ano consecutivo.

Comerciantes de Curitiba vendem uma média de 200 discos por mês. A Sebo Leitura, loja do Centro que, além dos discos de vinil, vende livros, HQs, CDs e DVDs, recebeu no ano passado um lote de 9 mil discos de um dos maiores colecionadores do país. Em cinco meses, foram vendidas 6 mil unidades para lojistas, revendedores de lojas virtuais e até colecionadores de outras cidades do estado. Nesse período, chegaram a vender 1200 discos em um mês.

Na Agulha Sonora, loja de Curitiba que aposta na venda online de discos usados para todo o Brasil, as estatísticas apontam para um público 90% masculino, com idade entre 25 e 65 anos, pessoas que já possuem maior estabilidade financeira. Mas os jovens estão se interessando por esse nicho cada vez mais.

Os vendedores e colecionadores do produto percebem esta alta entre o público mais novo. O dono da loja Sonic Discos, Horácio Tomizawa De Bonis, afirma que “o consumo entre os jovens é importante”. Isso fortalece o reaquecimento do mercado e traz novos colecionadores.

O colecionador Pedro Maciel é um exemplo. Ele conta que já gostava de ouvir música, mas o fascínio pelo vinil começou

quando tinha 13 anos, inspirado pelo avô. Desde então, frequenta lojas e coleciona discos de vinil. Hoje, aos 22 anos, Pedro possui um vasto e rico acervo de discos e também percebe o aumento da presença de jovens como ele em feiras de vinil, em sebos e em lojas. “Já fiz até amizades dessa forma”.

experiência de consumir música por meio do vinil desde a compra. De Bonis ainda acrescenta que, por conta do tamanho, o vinil oportuniza aos consumidores analisar melhor a arte e os detalhes da capa e conclui, “é a melhor experiência”.

Eles também argumentam que os discos de vinil têm uma

vação do material frágil, o custo pode ser bastante elevado. O dono da loja, Horácio, afirma que a precificação leva em consideração o mercado brasileiro e exterior, e que “o que faz ser caro é a procura”. Pedro Maciel percebe isso e confessa que já gastou muito dinheiro para adicionar um título muito procu-

Várias razões podem ser usadas para justificar a expansão desse mercado em Curitiba. Quando questionados, os entusiastas dessa mídia costumam elencar os mesmos motivos.

Ao tentar descrever a experiência física e as sensações de escutar um vinil, Pedro tem dificuldade de encontrar palavras. Ele destaca o contato com o disco, a leitura das informações técnicas e da letra das faixas de música. “É quase um ritual. É uma coisa maravilhosa!”, diz, extasiado. Os vendedores ainda apostam na

melhor qualidade de som. O material possui um som mais grave e parece ser mais “encorpado”. Pedro compara, “não é digital, igual ao CD ou as mídias atuais de streaming que a gente tem”. Mas é relativo. Uma boa experiência também depende da gravação, da qualidade dos aparelhos tocadores, da agulha, da cápsula e das caixas de som, além do ambiente em que se escuta os discos.

No entanto, colecionar discos de vinil pode ter pontos negativos. Além dos cuidados com a conser-

rado à coleção, mas agora usa a estratégia de esperar encontrar o melhor preço para economizar um pouco com o hobby. Ele ainda ressalta a questão do estado em que o disco se encontra. “Às vezes pode estar chiando, pode não estar em um estado legal para escutar”.

Colecionadores e vendedores acreditam que o disco de vinil resiste e ainda irá continuar no mercado mesmo após tantos anos por conta do seu “charme” e do amor que as pessoas têm pela música. Pedro enxerga essa arte quase como uma forma de terapia, “a música é uma calma para o coração, uma calma para a alma”. Horácio, que está nesse mercado desde 1991, reflete que “se você está vendendo discos, está vendendo a trilha sonora da vida das pessoas”.

Leia mais Veja no mapa interativo os pontos de venda de discos de vinil em Curitiba.

10 Curitiba, 26 de Maio de 2023 Editoria Cultura
“Se você vende discos, vende a trilha sonora da vida das pessoas”
Os discos mais raros da coleção de Pedro Maciel são edições dos anos 60.
portalcomunicare.com.br
A Sonic Discos é um dos pontos de venda mais procurados pelos colecionadores. Pedro Maciel Krissians Torres Krissians Torres 3º Período

Jogadoras de futebol americano financiam viagens para competições

Times curitibanos não recebem qualquer ajuda municipal e sobrevivem apenas com as mensalidades das atletas

Afalta de investimentos e incentivos vem prejudicando as equipes femininas de futebol americano em Curitiba. Por conta da ausência de interesse governamental, as atletas precisam destinar seus próprios recursos para financiar viagens de jogos e treinos. Para uma viagem estadual, por exemplo, uma atleta gasta em torno de R$ 500 a R$ 550.

Em Curitiba, os times de futebol americano feminino sobrevivem com as mensalidades que as atletas pagam, o valor gira em torno de R$ 45. Além desse dinheiro, algumas marcas prestam auxílio gratuito aos times, emprestando equipamentos de fisioterapia e fornecendo os uniformes. Os treinos são feitos em praças com gramados em boas condições para evitar lesões. Os times curitibanos Cold Killers e Silverhawks treinam atualmente no parque São José, na praça Dom Geraldo Fernandes e no Parque Barigui.

Quando o time tem partidas marcadas, o anúncio é feito via redes sociais, mas não há um grande alcance de público. Por não ter tanta visibilidade, geralmente quem assiste às competições são as pessoas que já estão inseridas no meio do esporte. Os

meninas precisam de um lugar para jogar na capital, as equipes masculinas sediam seus estádios.

No dia 11 de março, a Seleção Brasileira Feminina teve seu primeiro jogo oficial contra os Estados Unidos. A partida ocorreu em São Paulo. Atletas

Trabalha apenas com os parceiros interessados e com dinheiro de inscrições para jogos.

O time feminino Cold Killers teve quatro atletas escolhidas para participar da seleção brasileira. Caroline Gurgel, uma das selecionadas, conta que precisou

Caroline expõe as principais dificuldades, em sua própria opinião, de praticar um esporte que recebe pouco reconhecimento governamental. “A questão principal, fora a falta de ajuda financeira, é o preconceito social que recebemos por sermos mulheres praticando esse esporte. As pessoas enxergam o futebol americano como um esporte bruto que não deveria ser coisa de mulher”. Além dessa questão social, as atletas ainda lidam com o custo necessário para jogar futebol americano. Os equipamentos são caros. Um capacete chega a custar mais de R$ 1000.

jogos acontecem nos estádios dos times masculinos de futebol americano. O preço dos ingressos varia, normalmente custando R$ 20. Os times masculinos de futebol americano, diferentemente dos times femininos, recebem um auxílio maior e possuem estádios próprios para jogos e treinos. Então, sempre que as

de outros estados precisaram destinar seus investimentos pessoais para pagar passagens de avião e alimentação no estado. Apenas as acomodações e transporte local foram oferecidos pela Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA). A entidade reitera não receber qualquer ajuda governamental.

fazer uma vaquinha para pagar os custos da viagem de Curitiba para São Paulo. “Conseguimos o dinheiro muito rápido, até pessoas que não conheciam o futebol americano se solidarizaram e puderam ajudar”, afirma. “Sem esse apoio eu com certeza não teria conseguido viajar”.

A CBFA afirma que consegue arcar apenas com pequenos custos nos jogos das seleções: acomodações, aluguel de estádios e equipe de arbitragem. Mas, além disso, são os próprios atletas que se responsabilizam com o restante dos custos. “Infelizmente a realidade do esporte é essa. A confederação não recebe nenhum subsídio do governo. Todo dinheiro que recebemos é de inscrições em competições que organizamos”, afirma Rodrigo Nascimento, diretor de comunicação da organização. “Não temos patrocinadores nem apoio do governo. Não existe bolsa-atleta para praticantes do futebol americano. A única esperança é conseguirmos patrocinadores.”

Mesmo com condições ruins para continuar praticando o esporte, o treinador das Cold Killers, Anderson Candioto, persiste. “O que nos move é a paixão pelo sonho das meninas.”

Leia mais

Atleta Caroline Gurgel conta sua trajetória no esporte portalcomunicare.com.br

11 Curitiba, 26 de Maio de 2021
Esporte
Equipamentos
“As pessoas enxergam o futebol americano como um esporte bruto que não deveria ser coisa de mulher”
utilizados para a prática do futebol americano.
Participantes do time curitibano de futebol americano feminino Cold Killers. Mariana Machado de Almeida Giuliana Pozzo Mariana Machado de Almeida 3º Período

A arte do movimento

Praticantes de parkour, de três estados diferentes, se reuniram em Curitiba para a terceira edição do PK CWB, uma das principais competições do cenário brasileiro. O evento ocorreu entre os dias 21 e 23 de abril em duas categorias: Style e Técnica.

12 Curitiba, 26 de Maio de 2023 Ensaio
Arthur Correia Zablonsky Gabriela Aoun, de Santa Catarina, foi vencedora das duas categorias femininas. Ricardo Correa empatou com Gabriel Angelis na categoria Style. Gabriel Angelis, de São Jose dos Campos, faz um salto de precisão. Francisco Batista, praticante local, ganhou segundo lugar na categoria style. Instrutor e praticanete, Ricardo Correa faz uma acrobacia no ar em prova que ocorreu na praça 29 de Março, no Bigorrilho .
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.