Comunicare 327

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Cultura Apesar da pandemia, cinemas criam protocolo de higiene contra o coronavírus e reabrem em Curitiba

Política Campanhas mudam de perfil, com mais ações digitais e menos distribuição de panfletos e santinhos

Economia Vitória do democrata Joe Biden nas eleições dos EUA deve reduzir a cotação do dólar no Brasil

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Curitiba, 17 de Dezembro de 2020 - Ano 24 - Número 327- Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Corrida pela vacina Race for the vaccine Enquanto Curitiba registra recorde de casos, da taxa de tranmissão e de mortes por Covid-19, voluntários se empenham na participação de testes para o desenvolvimento de vacinas eficientes contra o coronavírus. A principal vacina sendo testada na cidade é a chinesa CoronaVac, embora não haja data exata prevista para o início da imunização.

Voluntários que participam dos testes têm rotina de observação de sintomas e reações para relato à equipe médica.

cidades | pag. 03 a 05

Partidos tradicionais saem derrotados em Curitiba H

egemônicos na política paranaense desde a redemocratização, na década de 1980, MDB e PSDB se enfraqueceram na capital com as eleições deste ano. Perdendo destaque em candidaturas à Prefeitura e à Câmara de Vereadores, os dois partidos deixam de ser protagonistas e, agora, têm menos espaço e poder na política local. Por outro lado, houve crescimento da representatividade de DEM e PSD, do

Internet lenta na pandemia

Agência Brasil

prefeito de Curitiba, Rafael Greca; e do governador do estado, Ratinho Júnior, respectivamente. Segundo analistas, o desgaste de líderes partidários tradicionais e a troca de legendas no comando do Paraná favoreceram a formação do novo cenário.

POLÍTICA | pag. 08 e 09

A partir de 2021, a Câmara de Curitiba terá uma nova legislatura, com domínio de outros partidos

A Anatel registrou um crescimento de mais de 40% nas reclamações de consumidores do Paraná contra a qualidade dos serviços de operadoras de Internet durante a pandemia. O levantamento, feito entre abril e outubro

de 2020, mostra que, em Curitiba, a instatisfação é ainda maior, com alta de 48% nesse período. economia | pag. o7


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Curitiba, 17 de Dezembro de 2020

Opinião

Há tempo de a oposição se unir em Curitiba; a questão é se ela quer Eduardo Veiga Nogueira

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urante as convenções partidárias, comentou-se sobre a possibilidade de uma frente ampla de esquerda disputar a Prefeitura de Curitiba. Uma união de partidos capaz de fazer oposição a Rafael Greca. Foram apenas lampejos. O prefeito não teve sustos e se consagrou vitorioso ainda em primeiro turno. A corrida eleitoral de Greca foi, na verdade, uma caminhada. O possível líder dessa frente de esquerda era Goura. Porém, o candidato afirmou não haver tempo de estruturar a aliança. Talvez, mesmo com mais um ano para votação, a frente não

passasse de ideia aventada em rodas de conversa política. Afinal, é difícil pensar que o PT abriria mão de candidatura própria, pois foi incapaz de ser coadjuvante mesmo quando chegou à Prefeitura, em 2012, com Miriam Gonçalves, então vice-prefeita. Parecem já distantes as acirradas disputas de Angelo Vanhoni em 2000 e 2004. Além disso, Gleisi Hoffmann possivelmente queimou a última lenha na derrota para Beto Richa, em 2008. O que se vê agora são fagulhas. O partido não entende (ou ignora) a necessidade de deixar o protagonismo para sobreviver. Na visão do PT, melhor amargar o fracasso

Opinião A

situação da Covid-19 na capital paranaense nunca esteve em uma posição tão crítica desde o início da pandemia. Pelo fato de as eleições municipais terem estimulado a movimentação de pessoas pela cidade, ou até pela reabertura dos comércios em Curitiba, os números de casos diários registrados passam da casa dos mil. O pior é que parece que a gravidade da situação não é visível aos olhos da população e da Prefeitura. A quantidade de infectados na cidade havia sido controlada, chegando-se a contabilizar 230 casos da doença diariamente, entre os meses de setembro e outubro. No entanto, a pressão do setor comercial pela volta das atividades acabou gerando um descontrole da população. Esta, aparentemente, abriu mão do isolamento para praticar o “carpe diem”, indo a parques e desfrutando de momentos de lazer como se ninguém estivesse morrendo de Covid-19 na cidade. Após a reeleição do prefeito Rafael Greca, os casos aumentaram disparadamente, e a bandeira laranja foi reacionada, normalizando o funcionamento

Expediente REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE BELAS ARTES Ângela Leitão COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO Suyanne Tolentino De Souza

PV, PSOL, PCdoB e Rede que poderiam muito bem compor chapas, vide outros anos - preferem entrar na disputa já com minúsculo

Tive um caso na minha própria família. Minha mãe - com sintomas sérios no pulmão - ficou horas na fila de um hospital para ser atendida, mesmo tendo plano de saúde. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 24% da população paranaense possui plano de saúde. Há de se pensar principalmente nos 76% que dependem do SUS caso necessitem ser internados para tratamento da Covid-19, afinal esses indivíduos acabam sendo mais suscetíveis a serem levados a óbito. Se não houver uma atitude imediata por parte da Secretaria Municipal de Saúde e do prefeito, Curitiba poderá entrar entre as cidades com maior número de mortos pela Covid-19 no Brasil e, infelizmente, isso não parece tão longe da realidade.

Edição 327 - 2020 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR redecomunicare@pucpr.br | http://www.portalcomunicare.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

Renan Colombo (DTR-PR 5818)

Allanis Bahr Menuci

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

Ana Tereza Bivar Valentim dos Santos

Rafael Andrade

Arthur Henrique de Lima Santos

Stephanie Friesen FOTO DA CAPA

Quatro anos se aproximam. Há tempo de unir a oposição, a questão agora é se ela quer.

de diversos estabelecimentos e espaços de convívio, como parques. O que precisa, então, acontecer para que Curitiba tenha consciência da gravidade da situação e decrete lockdown novamente, além de termos mais de 13,5 mil casos ativos de coronavírus e de os maiores hospitais da cidade terem ocupação total de leitos?

Estudantes 2º Período de Jornalismo

TRADUÇÃO

Greca teve a seu favor uma coligação de dez partidos, o apoio de Ratinho e o sumiço dos debates. Se a esquerda não definir objetivos e não dialogar, a “frente ampla” de Greca apenas fortalecerá seus alicerces. A esquerda deve refletir se permanece falando do palanque com meia dúzia de eleitores, ou se volta, unida, a se mobilizar verdadeiramente.

Sarah Guilhermo

COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL

COORDENADORA EDITORIAL Agência Brasil Suyanne Tolentino De Souza

Além disso, os “velhos companheiros de MDB”, como diz Requião, há tempo já não se empolgam com os candidatos do partido. Aparentemente, discutir a liderança no estado briga familiar travada por filho e sobrinho de Requião - é mais importante para o partido do que preparar uma campanha em Curitiba.

apelo eleitoral e baixo potencial de votos.

Comunitiras

A canaleta do vírus

Allanis Menuci

com os iguais do que festejar o sucesso entre diferentes. Ainda mais na terra de Moro.

Eduardo Veiga Nogueira Emily Carravieri Peixoto Redis Enzo Destefani Bacarin Felipe Worliczeck Martins Gabriel Américo Guimarães Motter

Georgia Giacomazzi Barbosa Lima

Letícia Fortes Molina Morelli

Giovana Juliatto Bordini

Marcelo Chain Makhoul

Giulia Militello Dias dos Santos Guilherme Seisuke da Silva Araki Helene Mendes da Rocha Torres Loureiro Isadora Borsoi Martelli Julia Mello Marcelino Juliane Capparelli Karine Cassol Almeida Leonardo Henrique da Silva Costa

Letícia Rocha Bonat Maria Clara Bomfim Braga Maria Eduarda Cassins dos Santos Maria Eduarda de Souza Pereira Mariana Alves de Oliveira Mariana Toneti dos Santos Milena de Fatima Chezanoski Paula Braga Goveia Vanessa Caroline Guimarães Vinicius Gabriel Bittencourt


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Curitiba, 1 7 de Dezembro de 2020

Curitiba atinge maior taxa de transmissão do coronavírus Diante do relaxamento das medidas restritivas na capital paranaense, os números de casos de Covid-19 aumentam exponencialmente, acelerando a contaminação Por Helene Mendes, Leonardo Henrique, Paula Braga 2º Período

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uritiba registrou, nos últimos dias, a taxa de transmissão do coronavírus mais alta desde o início da pandemia. O índice alcançou a marca de 1,22, o que significa que cada 100 pessoas com a doença transmitem-na para outras 122. São 12.817 casos ativos na capital, correspondentes ao número de pessoas com potencial de transmissão do vírus, de acordo com a atualização da Prefeitura em 3 de dezembro. O crescimento da taxa é considerado preocupante. Diante da situação crítica do país, a expectativa é de que uma segunda onda viral chegasse em dezembro deste ano, segundo levantamentos realizados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

distanciamento social em locais públicos, ou no ambiente de trabalho, por exemplo”. Ele ainda, diz, que os governos flexibilizaram as medidas e cuidados, achando que as taxas de infecção estavam sob controle, quando, na verdade, não estavam. Diante do grande aumento nos casos de Covid-19, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), publicou, no início de deembro, um decreto que prevê o toque de recolher no estado, visando conter o avanço do contágio do vírus. Além disso, a bandeira laranja foi novamente decretada em Curitiba. Com a medida, bares, casas noturnas e de festas deverão ser fechados, determinando também a mu-

é permanente. Existem vários casos de reinfecção em investigação no Paraná e no Brasil”.

Pandemia gera desgaste emocional

Sobre a controvérsia de opiniões em torno de todo o quadro de pandemia, a psicóloga Caliane O. Estevam, que tem especialização em análise do comportamento, explica que, no Brasil, a desconfiança da eficácia das vacinas em desenvolvimento é potencializada pela polarização política do país. “Essas mudanças cotidianas, aliadas ao medo de contaminação e consequentemente morte, geraram e ainda geram um enorme sofrimento psicológico, do qual a grande maioria dos Geralt / Pixabay

Cidades

quando teremos festividades de Natal e Ano Novo, devemos evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados.” A professora Zanza Araùjo, vítima do coronavírus, apesar de garantir ter seguido as recomendações de segurança desde o início da pandemia, comenta que notou descuidos em outras pessoas de seu convívio: “Eu segui as recomendações; porém, nem todos seguem, e acabei falhando em achar que as pessoas próximas estavam tendo os mesmos cuidados. Percebi que pessoas que convivem comigo se descuidam muito, e acredito que isso foi um dos motivos de eu ter me contaminado”.

Vacinação no Brasil Chegaram a São Paulo 600 litros a granel da vacina contra a Covid-19 CoronaVac, feita em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinova. Com a remessa, já são 1 milhão e 120 mil doses da vacina enviadas à capital paulista. O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, explicou que, com os 600 litros disponíveis no estado, é possível garantir a produção de mais de

O vírus ainda afeta a população em larga escala

“Houve um relaxamento nas medidas de

O crescimento dos casos de Covid-19 em Curitiba ultrapassou a média neste mês de novembro, resultando no esgotamento do sistema de saúde privado da cidade, com utilização máxima dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). No total, apenas 21 leitos estavam disponíveis no início de dezembro, com 93% de ocupação nos diversos hospitais da cidade, segundo dados disponibilizados da Prefeitura de Curitiba.

controle. A população estava cansada do isolamento social, e abandonou o uso de máscaras e distanciamento social em locais públicos”

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa), os casos ativos em Curitiba mais do que triplicaram entre os dias 1 e 30 de novembro, saltando de 3.762 para 13.829. Além disso, o número de novas pessoas contaminadas, que em outubro se mantinha em uma média de 300 por dia, chegou a 1.302 no começo de dezembro. Até o momento, são 1.788 mortes em Curitiba provocadas pela doença neste período de pandemia. Com os novos casos confirmados, 82.647 moradores de Curitiba testaram positivo para a Covid-19 desde o início da pandemia, dos quais 68.042 estão liberados do isolamento e sem sintomas da doença. O infectologista Luiz Otavio Ribeiro analisa o crescimento da doença na cidade. “Houve um relaxamento nas medidas de controle. A população estava cansada do isolamento social, e abandonou o uso de máscaras e

dança nos horários de funcionamento comerciais. Luiz Otavio reforça a necessidade de medidas de precaução contra a doença: “Devemos manter agora, mais do que nunca, os mesmos cuidados já preconizados: uso de máscaras, distanciamento social e higienização das mãos, mesmo para aqueles que já estiveram doentes. Não sabemos ainda se a imunidade para o SARS-CoV-2

indivíduos não têm e não teve a habilidade para lidar”.

um milhão de doses do medicamento imunizante.

O comportamento social indica que a população brasileira está cansada de se manter confinada. No período da alta temporada, diante das comemorações de final e início de ano, a previsão é de que ocorra um crescimento devastador de contaminação. O Infectologista da Clínica CEME ressalta: “Neste final do ano,

A aplicação depende da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O secretário voltou a afirmar que a expectativa é de que, no primeiro bimestre de 2021, a vacinação já esteja acontecendo.

Couleur / Pixabay

A vacina elaborada pela Universidade de Oxford na Inglaterra ainda não tem eficácia comprovada, mas é a principal aposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a imunização que ocorrerá no Brasil no próximo ano.

Leia mais Segunda onda do Coronavírus afasta e assusta população.

portalcomunicare.com.br

Higienização das mãos é uma das medidas de combate ao vírus


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Curitiba, 17 de Dezembro de 2020

Cidades

Voluntários de Curitiba participam de testes para vacina contra a Covid-19 Maior parte dos voluntários é formada pro profissionais da área de Saúde, que, inclusive, devem ter prioridade quando a vacinação começar Giulia Militello, Georgia Giacomazzi e Maria Clara Braga

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uritiba tem voluntários participando de testes para duas vacinas contra a Covid-19: a CoronaVac e o imunizante testado pela Johnson & Johnson. Outras vacinas importantes são a Sputnik V e a desenvolvida pela Sinopharm, mas sem testes na cidade, por enquanto. A maioria dos participantes dos testes se voluntaria por acreditar na importância histórica do momento e do desenvolvimento da vacina, contribuindo para que os métodos de imunização se desenvolvam cada vez mais rápido, de modo a combater o quanto antes a pandemia. Por outro lado, o movimento anti-vacina vem crescendo cada vez mais no Brasil, por conta da falta de informações sobre o assunto por parte da população. A vacina CoronaVac é produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo, sendo considerada a mais pró-

doses do imunizante, com um intervalo de tempo entre elas, sem contar para os voluntários se eles estão recebendo placebo (que não possui efeito nenhum) ou a própria vacina. Os voluntários ficam em observação por cerca de uma hora após cada aplicação. Os voluntários que são profissionais da área de Saúde também recebem duas doses do imunizante, com um intervalo de, pelo menos duas semanas, entre elas, além de consultas no meio tempo de cada uma. É importante que a temperatura seja medida constantemente durante esse

luntaria para testes e pesquisas e que fez isso principalmente por curiosidade e também por, embora ainda serem preliminares os resultados comprovados, sentir-se um pouco mais protegido do coronavírus. A respeito de todo o procedimento, Ignácio acredita ser “uma operação muito séria e responsável”. Acrescenta que as aplicações foram um pouco dolorosas, mas sem intercorrências, e que se sente muito seguro por conta da equipe de médicos com a qual está em constante contato. “Eu me senti muito bem porque estão dando

“É uma mistura entre medo e me sentir útil” Arquivo pessoal de Voluntário

toda a infraestrutura e todas as condições, caso houver algum efeito colateral.” O residente médico do Hospital de Clínicas André Palone também foi um dos voluntários para teste da vacina CoronaVac. Palone se voluntariou pela possibilidade de ser imunizado e por considerar a participação dos voluntários essencial. “Os estudos só funcionam e decorreram dessa forma”.

Rotina inclui diário de controle do participante e uso de termômetro xima de utilização no Brasil. Os testes do imunizante começaram dia 3 de agosto, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), contando com 1,4 mil voluntários, sem nenhum voluntário apresentar grandes reações negativas para o teste, até o momento. O modo como os testes em voluntários está funcionando depende da vacina. No caso da CoronaVac, são aplicadas duas

intervalo. Se houver algo fora do normal, é essencial que os voluntários tomem nota e relatem a situação aos médicos durante as consultas obrigatórias.

Rotina dos voluntários

O infectologista Ignácio Cuevas é um dos voluntários dos teste da vacina CoronaVac. “É uma mistura entre medo e me sentir útil”, relata. O médico diz que não é a primeira vez que se vo-

André relata que é feito um acompanhamento por meio de diários. “A gente tem três diários para preencher, em que precisamos medir a temperatura e responder uma série de perguntas todos os dias sobre possíveis efeitos colaterais da vacina”. Ele também comenta que, logo após a primeira dose da vacina, já foi preciso preencher o diário, para no final dos prazos entregar aos profissionais seus resultados, de forma que eles consigam acompanhar da melhor maneira possível como cada voluntário está reagindo. André Gomes de Melo

Imagina-se que, quando autorizadas, as vacinas sejam distribuídas primeiramente aos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus, depois aos idosos e trabalhadores de casas de repouso e, então, a grupos de risco que possuam comorbidades, mas o Ministério da Saúde ainda não se posicionou oficialmente sobre as fases de vacinação da população brasileira.

Demais vacinas Confira Informações sobre as principais concorrentes da Coronavac

Johnson & Johnson: Vacinas estão em processo de andamento no laboratório Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda, e o Brasil conta com cerca de 7 mil voluntários

para o teste. Sinopharm: As vacinas foram desenvolvidas pela farmacêutica estatal Sinopharm e pelo Instituto de Produtos Biológicos de Pequim. Participaram do teste

mais de 600 pessoas. Sputnik: O governo da Rússia iniciou em 30 de novembro o processo de vacinação, mesmo que o medicamento ainda não tenha concluído os testes, as doses chegaram no Domodedovo Central City Hospital, em Moscou.

Leia mais Aqui você encontra uma linha temporal das vacinas citadas na reportagem. portalcomunicare.com.br

Ainda não há data confirmada para o início da vacinação da população brasileira contra a Covid-19


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Curitiba, 1 7 de Dezembro de 2020

Cities

Volunteers from Curitiba participate in tests for vaccine against Covid-19 Most of the volunteers are healthcare professionals, who should be prioritized when vaccination begins Giulia Militello, Georgia Giacomazzi e Maria Clara Braga Translation by Stephanie Friesen

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uritiba has volunteers participating in tests for two vaccines against Covid-19: CoronaVac and the immunizer tested by Johnson & Johnson. Other important vaccines are Sputnik V and the one developed by Sinopharm, both not yet tested in the city. Most participants volunteered because they believe in the historical importance of it and the development of the vaccine to help immunization methods to further develop in order to better fight the pandemic. On the other hand, the anti-vaccine movement has been growing in Brazil, due to the population’s lack of information on the subject. The CoronaVac vaccine is produced by the chinese pharmaceutics Sinovac Biotech in a partnership with São Paulo’s Instituto Butantan, and is considered to be the closest to being used in Brazil. The

The test mode varies between vaccines. In the case of CoronaVac, two immunization doses are applied with a time interval between them. Volunteers are not told whether they are receiving a placebo (which has no effect) or the actual vaccine. Participants are observed closely for about an hour after each application. The health care professional volunteers are also given two doses of the immunizer, with a time interval of at least two weeks between each of them, in addition to consultations in the meantime. It is important

The volunteers routine

The infectologist Ignácio Cuevas is one of CoronaVac’s testing volunteers. “It’s a combination of fear and feeling useful”, he describes. The doctor says it’s not his first time volunteering to undergo tests and help research. His motivations are curiosity and the feeling of being more protected from the virus, although those are preliminary tests without proven results. Ignácio believes the procedure to be: “a serious and responsible process”. He adds that the applications were a bit painful,

“It’s a combination of

fear and feeling useful” Arquivo pessoal de Voluntário

but uneventful, and that he feels safe because of the team of doctors he is in contact with. “I feel very good because they are providing all the infrastructure and all the conditions, in case there are any side effects.” The medical resident of UFPR’s clinical hospital André Palone was also CoronaVac’s testing volunteer. Palone volunteered due to the possibility of receiving immunization and because he considers these procedures to be essential. “Research only works this way”

Routine includes participants control diary and use of thermometer immunizations tests started August the 3rd, in Federal University of Paraná’s clinic hospital, and relied on 1,4 thousand volunteers, without any of them so far showing great negative reactions to the test.

that the temperature is measured regularly during these intervals. If there is anything out of the ordinary, volunteers are supposed to keep notes and report the situation to the doctor during the mandatory consultations.

André reports that follow-up is done through diaries. “We have three diaries to fill in, in which we need to measure the temperature and answer a series of questions every day about possible side effects”. He also comments that, right after receiving the vaccine’s first dose, it was necessary to fill in the André Gomes de Melo

diary, so that when his results are handed in to the professionals, they are able to follow in the best possible way how each volunteer is reacting. It is believed that when authorised, the vaccines will first be distributed to coronavirus frontline healthcare professionals and risk groups with comorbidities. The Health Ministry however, has not yet an official positionnement concerning vaccinations phases for the brazilian population.

Other vaccines Checkout information on CoronaVac’s main competitors

Johnson & Johnson: Vaccines are underway at the Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda laboratory, and Brazil has about 7,000 volunteers

for the test. Sinopharm: The vaccines were developed by the state pharmaceutical company Sinopharm and the Beijing Institute of Biological Products. Over 600 people participated

in the test. Sputnik: The Russian government started the vaccination process on November 30th, even though the drug has not yet completed testing, doses arrived at Domodedovo Central City Hospital in Moscow.

Read more Here you are able to find a timeline of the vaccines mentioned in this report portalcomunicare.com.br

There is still no confirmed date for the start of vaccination of the Brazilian population against Covid-19


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Curitiba, 17 de Dezembro de 2020

Cultura

Cinemas e teatros adotam protocolo e voltam a funcionar em Curitiba Com problemas econômicos causados pelo coronavírus em 2020, o setor cultural paranaense deu início a retomada das atividades com modificações no modo de funcionamento

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Maria Eduarda Cassins e Maria Eduarda Souza 2° Período

A abertura parcial está condicionada ao cumprimento de uma série de medidas de prevenção contra a Covid-19, como higienização rigorosa de salas e demais espaços, lotação reduzida, compra preferencialmente online de ingressos, proteção individual obrigatória por meio do uso de máscaras e álcool gel, e proibição do consumo de alimentos, além de horários exclusivos

Governo do Estado do Paraná

epois de sete meses de quarentena e notáveis prejuízos econômicos, o setor cultural de Curitiba pode retomar as atividades, com restrições de funcionamento, após um decreto pa Prefeitura de Curitiba, emitido no início de novembro, permitir 50% de ocupação da capacidade de estabelecimentos como cinemas, teatros e casas de eventos.

O Teatro Guaíra é um dos pontos culturais mais influentes de Curitiba, e ainda está funcionando apenas digitalmente. Federal de Minas Gerais (UFMG). A mesma pesquisa, denominada “Efeitos da Covid-19 na Economia Cultural no Brasil”, ressalta

meio digital. O Olhar de Cinema foi uma das organizações que viram a internet como forma de continuar suas atividades

“Gostei muito de ter ido ao cinema depois de tanto tempo, e ainda sim conseguir me sentir segura” reduzidos para as sessões, no caso dos cinemas. A estudante Giovana Scurupa frequentou recentemente salas de cinema em shoppings da capital e ficou feliz com a experiência. “Gostei muito de ter ido ao cinema, depois de tanto tempo, e ainda sim conseguir me sentir segura“. Ela acrescenta que espera que o processo de higienização rígida continue mesmo após a pandemia, para mais segurança de todos.

Setor Cultural na pandemia A queda econômica do setor da cultura e da produção artística nacional durante a pandemia chegou a R$ 11,1 bilhões em apenas três meses de paralisação de tais serviços, segundo levantamento feito pela Universidade

a importância da criação de políticas públicas que incentivem o setor, levando em consideração o alto impacto deste na vida de milhares de brasileiros. Muitos são os questionamentos e expectativas para 2021, já que o setor movimenta cerca de R$ 171,5 bilhões por ano no país, segundo dados da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná, o que é equivalente a 2,61% da economia nacional, gerando empregos a 837,2 mil profissionais. Entre as categorias presentes neste meio, o cinema e o teatro, atividades centradas na presença do público, foram as mais prejudicadas. Muitos espetáculos e estréias foram adiados ou até mesmo cancelados, o que impulsionou a migração dos eventos para o

mesmo frente à pandemia, sendo assim, a 9ª edição do Festival Internacional de Curitiba contou, pela primeira vez, com transmissão online de filmes independentes para todo o Brasil. Em nota divulgada no site da instituição, em outubro deste ano, foram enfatizadas as dificuldades da organização do festival em um momento como este, mas também se destacou as vantagens da utilização da internet para propagação d oproduto, “Este ano tivemos que ressignificar as filas, a sala cheia, e as conversas sobre os filmes entre uma sessão e outra. Mas tivemos a chance de levar o festival a tantas mais pessoas do Brasil inteiro que isso de certa forma nos confortou e nos deixou muito felizes mesmo”, afirma a organização. Com o retorno de

atividades e centros culturais, de modo presencial estar ocorrendo gradualmente no Paraná, a Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura, através da Superintendência Geral da Cultura, lançou no mês de outubro o Chamamento para Licenciamento de Conteúdo Digital “Cultura nas Redes”, e o Chamamento para Licenciamento de Obras Literárias Digitais “Cultura nas Redes”. O primeiro visa à seleção de vídeos e áudios artístico-culturais, realizados dentro do estado paranaense, com o intuito de divulgação em plataformas de streaming e mídias sociais do governo, já o segundo parte da seleção de e-books, audiolivros, livros digitais e falados para disponibilização ao público tanto pelo site quanto pelas redes sociais do governo. Ambos os editais têm validade de dois anos.

Leia mais Confira o mapa como cinemas, teatros e museus abertos para atividades presenciais em Curitiba. portalcomunicare.com.br

Teatro Guaíra funciona apenas digitalmente Nem todos os espaços culturais de Curitiba, porém, foram reabertos. Um dos principais centros de entretenimento de Curitiba, o Teatro Guaíra, ainda está com as portas fechadas. Segundo a diretora-presidente do teatro, Mônica Rischbieter, o modo presencial de eventos ainda não é totalmente seguro. “Pensamos em alternativas para ter proximidade virtual, seguindo orientação do Governo do Estado em manter as atividades e proporcionar o melhor para os paranaenses”, ressalta Mônica.

As apresentações e conteúdos virtuais do Teatro Guaíra foram disponibilizados já na primeira semana da suspensão dos espetáculos presenciais, por meio das iniciativas batiadas de #guaíraemcasa e #guaíraflix, que consistem em programações disponibilizadas nas redes sociais e no site oficial, como apresentações e oficinas de balé, orquestras, concertos e peças teatrais produzidos pela companhia. Logo nas semanas seguintes, os corpos artísticos do Teatro passaram a criar produções exclusivas para as redes

sociais, com boa repercussão e totalizando 7,3 mil visualizações nas plataformas digitais, até o momento. Já a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) divulgou na rede o vídeo “O Trenzinho Caipira”, que repercutiu em todo territótio nacional, com mais de 60 mil visualizações. A ação é uma parceria da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura, Centro Cultural Teatro Guaíra e PalcoParaná. As aulas de Balé do teatro estão feitas de forma gratuita e totalmente digital, às segundas, quartas e sextas pela manhã,

para até 100 pessoas, sendo direcionadas a profissionais da dança e ministradas pelos professores da Companhia e professores convidados. Após a homenagem feita para o Dia da Dança, a coreografia do Balé Teatro Guaíra recebeu quatro prêmios. Confira a programação completa do Teatro Guaíra no site www.teatroguaira.pr. gov.br, na página de Facebook “Centro Cultural Teatro Guaíra” e em redes sociais como YouTube e Instagram.


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Curitiba, 1 7 de Dezembro de 2020

Economia

Queixas sobre Internet aumentam 44% no Paraná durante pandemia Outubro de 2020, com 14.279 queixas registradas, apresentou um aumento de 5% nas reclamações em relação ao mesmo mês do ano anterior Arthur Henrique, Juliane Capparelli e Letícia Fortes 2º Período

Startupstockphotos - Pixabay

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necessidade da usar Internet em casa por conta da pandemia fez com que os consumidores do Paraná e de Curitiba prestassem mais queixas contra os serviços oferecidos pelas operadoras. O número de reclamações sobre os serviços de banda larga fixa - registrado entre abril e outubro de 2020 aumentou 44,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também mostram um aumento de 48% nas reclamações sobre o mesmo serviço em Curitiba, que registrou 12.729 queixas contra banda larga fixa do início da pandemia, em abril, até outubro deste ano. As reclamações sobre banda larga fixa se destacam entre as queixas gerais contra as provedoras de Internet. A conexão do tipo banda larga é um serviço fixo de Internet autorizado pela Anatel e prestado apenas para pessoas e empresas. Segundo a agência, as medidas de isolamento social e de teletrabalho aumentaram a demanda por Internet fixa neste ano. As críticas mais frequentes são relacionadas à qualidade da conexão oferecida pelas principais prestadoras de internet, como Claro/NET, Vivo, Oi e TIM. A média mensal de reclamações é outro indicador importante para medir a qualidade da Internet banda larga fixa. Ela é calculada dividindo a soma de todas as reclamações registradas em cada mês do ano pela quantidade de meses analisados. Houve um aumento de 44,5% na média das reclamações em comparação a abril e outubro do ano passado, de 2.165 a 3.901 queixas por mês. Já em Curitiba, a média das queixas sobre banda larga fixa aumentou 48% em 2020, de 943 a 1.818 reclamações por mês. A cabeleireira e manicure Claudia Rosana explica que sempre teve problemas com a Internet, mas, pela dependência do serviço exigida durante a pandemia, foi necessário trocar de operadora. Ela conta que o serviço contratado não correspondia ao que era entregue. “De 50 megas, não chegavam nem 12 megas, e eram cobrados quase R$ 200”. Claudia, como consumidora, acredita que pagar por algo e

A falta de uma boa conexão prejudica o rendimento nos estudos e no home office. não receber é desrespeitoso, além de ter de lidar com todo o estresse gerado com a situação. Agora, com uma nova operadora, ela diz que está satisfeita com o serviço, “Tudo chega como compramos”. A diretora do Procon-PR, Cláudia Silvano, constatou um aumento de 20% nas queixas relacionadas à banda larga, registradas de 2019 até o momen-

o acesso aos computadores e à conexão mais eficiente das empresas. Dessa forma, o advogado aponta que “há defasagem no serviço e isso aumenta o nível de reclamação”.

car se está dentro das garantias estabelecidas pela legislação.

Nesse caso, o papel inicial do advogado é orientar o cliente e buscar os meios administrativos para a resolução do problema. Ele afirma que a melhor opção é buscar um acordo, sempre

O total de reclamações sobre conexão lenta entre abril e outubro de 2020 aumentou 44% no Paraná em comparação ao mesmo período do ano anterior, variando de 1.748 a 3.101 regis-

Críticas sobre velocidade da internet crescem

“As empresas de telecomunicações devem investir em infraestrutura e relacionamento com o cliente” to, no site da instituição. Esse número indica que nem todos os consumidores reclamaram diretamente com o Procon. O crescimento apontado pela Anatel de mais de 40% nestas queixas indica que o restante delas foi realizado por outros canais, seja diretamente com a prestadora de Internet ou através de advogados.

consensual, com a própria operadora. Caso não seja possível, o cliente deve procurar o Procon e os órgãos de proteção ao consumidor. Se o cliente for prejudicado de forma mais grave, o advogado afirma que “o Judiciário pode garantir que o serviço seja prestado da forma com que foi contratado, e também indenizar eventuais danos causados”.

Justiça pode auxiliar na solução das queixas

A prestação do serviço contratado deve ser satisfatória e está prevista no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. A Anatel, por sua vez, define que a empresa prestadora deve fornecer um mínimo de 80% da velocidade máxima contratada pelo cliente - seja para baixar arquivos (download) ou para enviar arquivos (upload) - na resolução nº 717/2019. Isso significa que, em um plano de 10 Mbps (megabits por segundo), a média mensal fornecida pela empresa deverá ser 8 Mbps.

Para o advogado especialista em Direito do Consumidor Thiago Castro, “as empresas de telecomunicações devem investir em infraestrutura e relacionamento com o cliente”. Castro explica que as reclamações aumentaram com o home office. Os funcionários, com uma conexão mais lenta em casa, perderam

O técnico de internet Kurlan Daniel Bueno explica que ao contratar um plano, ele possui garantia de banda, e que essa garantia fazia com que a Internet fosse mais cara ou barata. Porém, “com a regulamentação da Anatel, acabou a bagunça”, diz o especialista. Com isso, ele aconselha que os consumidores utilizem os sites que medem a velocidade de conexão para che-

tros nesse período. A média de queixas sobre lentidão ou velocidade reduzida de conexão no estado cresceu 43,7% em relação a 2019, com uma variação média de 249 a 443 queixas. Em Curitiba, houve aumento de 49% no total de queixas sobre Internet lenta, variando de 698 a 1.370 queixas registradas entre abril e outubro de 2020 e o mesmo período de 2019. Na capital, o crescimento na média das reclamações foi de 48,89%, de abril a outubro de 2019 – com uma média de 99 reclamações – ao mesmo período de 2020 – com uma média de 195 queixas. Em 2020, o maior número de reclamações sobre conexão lenta foi registrado em maio, com 533 e 259 queixas no Paraná e em Curitiba, respectivamente. A Claro/NET oferece a pior conexão de internet no estado, seguida da Vivo, Oi e Tim. Perguntadas sobre medidas para diminuir as reclamações, as operadoras não respondeu a tempo desta reportagem.

Saiba mais Saiba como medir a velocidade da sua internet. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 17 de Dezembro de 2020

Política

MDB e PSDB perdem vereadores na eleição e encolhem em Curitiba Troca de partidos no comando do estado faz siglas tradicionais perderem espaço na capital Eduardo Veiga, Emily Redis, Julia Mello, Marcelo Makhoul e Vanessa Guimarães 2º Período

C

om as eleições municipais deste ano, MDB e PSDB perderam representatividade em Curitiba. Os partidos enfraqueceram não apenas no número de eleitos na cidade, mas também na quantidade de votos conquistados por seus candidatos. Controvérsias internas envolveram as siglas ao longo do período eleitoral. Para analistas, sem renovação de candidaturas e com lideranças partidárias desgastadas nos partidos, grupos de centro ganham espaço, em um momento de reconfiguração partidária. Apesar da tradição que ambos têm na capital e no estado, o encolhimento de MDB e PSDB é uma tendência que vem se acentuando na cidade.

Em desacordo, o presidente do NOVO no Paraná, Ricardo Formanek, diz que nos partidos onde o fundo eleitoral é utilizado “o que ocorre é a distribuição desses recursos de forma arbitrária e pouco transparente. A concentração de poder pelos dirigentes dessas legendas leva a uma distribuição extremamente desigual dos recursos advindos do Fundo Eleitoral”. Formanek salienta ainda que a existência de um partido “não deve ser garantida pela utilização de recursos que deveriam ser destinados a áreas como Saúde, Segurança e Educação”.

Com 51 candidatos à Câmara de Curitiba, o MDB conseguiu apenas reeleger a vereadora Noêmia Rocha, perdendo a cadeira do Professor Silberto, que não foi reeleito. Na disputa à Prefeitura, o candidato do partido foi o ex-deputado federal João Arruda, que alcançou o sétimo lugar. Tendo 2,61% dos votos, ele ficou atrás de Goura (PDT), João Guilherme (NOVO) e Carol Arns (PODE), nomes mais novos na vida pública e com tempo menor de propaganda no horário eleitoral gratuito. Na eleição de 2016, com Requião Filho, o MDB ficou em quinto lugar, com 5,6% dos votos.

“Existe uma campanha de aversão

Para o presidente provisório do diretório do MDB na capital, Rogério Carboni, a sigla não está enfraquecida, mas “existe uma campanha de aversão à política, e isso acaba afetando os partidos mais tradicionais, como é o caso do MDB”. Além disso, ele afirma que algumas estratégias eleitorais ganharam apoio popular recentemente e contribuíram para o novo cenário político - como a não utilização do fundo eleitoral, que Carboni relaciona ao partido NOVO - e que, segundo ele, enganam a população, por darem brecha para a corrupção.

Para reverter o atual momento, Carboni conclui que o partido deve “apostar em lideranças novas, tipo João Arruda”. Publicamente, Arruda não recebeu

queda de eleitores era esperada internamente, levando em conta o baixo resultado nas eleições de 2018. Afirma também que é preciso “reconectar o partido com seus eleitores e principalmente, ter projeto, definir o que o partido pensa para o Brasil e para o Paraná”. As três cadeiras que o PSDB conquistou na CMC, em 2016, foram perdidas ao longo do mandato, com a troca de partido feita pelos vereadores da legenda. Em 2020, nenhum vereador do partido foi eleito na cidade. Lau acusa os atuais governos de Ratinho Júnior e Rafael Greca - e afirma que o PSDB não quis forçar em 2016 a “hegemonia partidária da maneira como aconteceu em 2020” (em 2016, o PSDB fez parte da coligação

macroeconomia e filosofia política da PUCPR, Másimo Della Justina. Ele se refere a DEM, de Greca; e PSD, de Ratinho. Os dois partidos se apoiam e terão o maior número de representantes na CMC, a partir de 2021. Além da aversão ideológica que os eleitores passaram a ter dos partidos mais tradicionais no estado, Della Justina ressalta que “nós vivemos uma política de caciques”, alegando muito poder na mão de líderes partidários mais velhos - por vezes, já desgastados - e pouca abertura a nomes mais jovens. Por outro lado, o cientista político pela UFPR Rafael Perich destaca a relação entre a classe política e a estrutura de poder que existe em cada período. “A maré muda de acordo com o

à política, e isso acaba afetando os partidos mais tradicionais” apoio do ex-senador e seu tio, Roberto Requião, principal nome do MDB no Paraná. Em meio às convenções partidárias, Requião cogitou se lançar como pré-candidato à Prefeitura, ganhando a preferência do partido e diminuindo o tempo de preparo da campanha de Arruda.

PSDB acuado em candidaturas próprias Desde a vitória do ex governador Beto Richa nas eleições de 2008, o PSDB não lança candidaturas próprias à prefeitura de Curitiba. Nestas eleições, apesar da pré-candidatura do atual presidente municipal do PSDB, Edson Lau, a sigla decidiu novamente não ter candidato próprio. Lau diz que a

que elegeu Greca). Em todo o Paraná, o PSDB foi a sigla que mais perdeu prefeituras neste ano, sendo 54, no total. Lau afirma que o partido perdeu espaço para siglas que cresceram recentemente, e exemplifica o PSL, que, segundo ele, “surfou no rescaldo da onda bolsonarista de 2018”. Na disputa à prefeitura de Curitiba, o PSDB apoiou o próprio PSL, do candidato Fernando Francischini, que conquistou 6,26% dos votos.

Enfraquecimento da política tradicional “Partidos mais voltados à centro-direita surgiram como opções longe da centro-esquerda, do MDB, e da social-democracia, do PSDB”, aponta o professor de Ag~encia Estadual de Noticias

À esquerda, Roberto Requião, líder do MDB; à direita, Beto Richa, que já foi o principal nome do PSDB

governador. Quando nós tínhamos o governo Requião, uma série de políticos espalhados pelo estado estavam no MDB. Quando vem o Beto Richa, as mesmas figuras migram para o grupo político do Richa, rompem com o Requião e mudam de partido,” observa Perich, acrescentando que igualmente acontece com os aliados do atual governo. Perich ressalta a força com que o estado atinge as eleições municipais, apontando para a reeleição em primeiro turno de Greca na capital. “Você consegue usar da estrutura para ter uma chapa melhor. Você tem mais capilaridade nos municípios, porque o estado chega com mais facilidade. Ratinho elegeu mais de 100 prefeitos. Com os partidos coligados, acontece da mesma forma”, conclui Perich. Além de DEM e PSD, o PSL também conquistou mais destaque dentre os vereadores da capital. O partido, que foi impulsionado pela candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República, em 2018, elegeu neste ano três vereadores para a próxima gestão. O PT, mesmo alcançado apenas o oitavo lugar na disputa à Prefeitura e fracassando nas capitais de todo o país, voltou a ter destaque na Câmara de Curitiba, garantindo três cadeiras. O PDT, de Goura - segundo colocado na disputa à Prefeitura - também tem três cadeiras a partir de 2021. Já o NOVO, quarta sigla mais votada para o cargo de prefeito, com o candidato João Guilherme, terá representantes


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Curitiba, 1 7 de Dezembro de 2020

Política

Assembleia Legislativa do Paraná

Trocam os partidos, mas não os perfis dos representantes Apesar do novo momento da política partidária e da renovação, a representação identitária se mantém a mesma na Câmara de Curitiba. O legislativo da capital permanece sendo formado majoritariamente por homens. Oito candidatas foram eleitas, representando 21% das cadeiras. Apesar do número de vereadoras ser o mesmo de 2016, a candidata mais votada neste ano é uma mulher. Pelo NOVO, Indiara Barbosa conquistou 12.147 votos.

A próxima eleição de deputados (estudais e federais) acontece em 2022 no legislativo de Curitiba pela primeira vez.

Enfraquecimento está dentro de um contexto maior Essa tendência aparece também na esfera estadual. Atualmente, dos 57 deputados que compõem a Assembleia Legislativa do Paraná, apenas dois pertencem ao MDB e três ao PSDB. Na gestão anterior, as siglas tinham nove e seis deputados, respectivamente. Apesar de terem crescido em momentos diferentes no Paraná, ambos os partidos seguem em baixa. Em 2018, Requião e Richa concorreram ao Senado por

seus partidos, mas não foram eleitos. Requião era apontado como favorito por todas as pesquisas feitas até a véspera da votação, porém levou o MDB apenas ao terceiro lugar na disputa por uma das duas vagas. Já Richa havia deixado o governo do Paraná no início do mesmo ano para concorrer ao cargo de senador pelo PSDB. Com o resultado da votação, Richa alcançou o sexto lugar. Em setembro - já em campanha para a eleição - o candidato foi preso por suposto pagamento de propina a agentes públicos e lavagem de dinheiro, entre outros. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou sua soltura três dias depois. Richa ainda viria a ser preso outras duas vezes, em 2019.

O professor Della Justina comenta que “nas democracias, a política partidária tende a funcionar em ciclos com cerca de 30 anos, e os partidos que compõem o atual ciclo no Brasil são MDB, PSDB, PT e DEM”. A Constituinte - em 1988 - teria iniciado o atual ciclo, segundo Della Justina, e as manifestações de junho de 2013 - que desencadearam os movimentos pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff - seriam o primeiro sinal do fechamento do ciclo. Della Justina afirma que essa situação se reflete no Paraná, e que o estado vive uma reconfiguração. “Os partidos de centro, menos tradicionais, são astutos e conseguem se renovar. Enquanto isso, os gigantes morrem”, conclui Della Justina.

A maioria também continuará sendo composta por pessoas brancas, com 35 vereadores - cerca de 93%. Em 2016, o único vereador negro eleito foi Herivelto Oliveira. Neste ano, Oliveira se reelegeu e dois novos nomes conquistaram lugar na câmara. Ambos pelo PT, Renato Freitas e Carol Dartora irão compor o Legislativo em 2021. Dartora é a primeira mulher negra da história que é eleita ao cargo de vereadora na capital. Na região metropolitana de Curitiba, a cidade de São José dos Pinhais terá pela primeira vez uma mulher na prefeitura, a candidata Nina Singer, do Cidadania. A cidade de Ponta Grossa - única cidade com mais de 200 mil habitantes no Paraná a ter segundo turno - também elegeu uma prefeita pela primeira vez. Professora Elizabeth, do PSD, é quem assume a cidade no ano que vem. Vanessa Guimarães

Últimos quatro pleitos municipais Partidos com maior número de vereadores eleitos em 2008 PSDB - 13 DEM - 3 PDT - 3

PSB - 3

PT - 3

PV - 3

MDB - 2

PP - 2

PPS - 2

PRB - 1

Partidos com maior número vereadores de eleitos em 2012 PSC - 6

PSB - 4

PSDB - 4

PPS - 3

PT - 3

PV - 3

DEM - 2

PDT - 2

PP - 2

PSDC - 2

Partidos com maior número vereadores de eleitos em 2016 PDT - 5

PSD - 4

PSB - 3

PSC - 3

PSDB - 3

DEM - 2

MDB - 2

PSDC - 2

PTB - 2

PTN - 2

Partidos com maior número de vereadores eleitos em 2020 DEM - 5

PSD - 4

PDT - 3

PSL - 3

PT - 3

NOVO - 2

REP - 2

PODE - 2

PP - 2

SD - 2

O MDB já teve cerca de 60% das cadeiras da Câmara Municipal de Curitiba durante a década de 1980. A chegada de Requião à Prefeitura impulsionou o partido. Nos últimos dez anos, a legenda foi diminuindo sua presença no legislativo da cidade. Após a saída dos governos do PSDB, nos anos 2010 - tanto na capital, quanto no Paraná -, a bancada do partido na Câmara de Curitiba, que chegou a ter 30% das adeiras, foi encolhendo até a sigla não eleger nenhum representante.

Veja mais Saiba como continuar em dia com a cidadania e fiscalizar os candidatos eleitos. portalcomunicare.com.br

A gestão 2021-2024 da Câmara Municipal de Curitiba tem início em 1 de janeiro


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Curitiba, 17 de Dezembro de 2020

Política

Propaganda política digital cresce nas eleições de Curitiba TV, Rádio e produção de vídeos ainda são os meios predominantes, embora o uso de impressos tenha se reduzido e o de impulsionamento de conteúdos, aumentado Por Felipe Worliczeck Martins, Gabriel Américo, Guilherme Araki e Vinicius Bittencourt 2º Período

A

TRE (Flickr)

s eleições municipais deste ano em Curitiba apresentaram um aumento do uso das redes sociais para a realização das campanhas. Os principais motivos do aumento das mídias sociais para a propaganda política são o isolamento social, decorrente da pandemia de coronavírus, que concentrou os eleitores em casa; e o maior alcance nas plataformas virtuais em comparação com os meios tradicionais. Nas campanhas eleitorais para prefeito na capital, o uso de rádio e TV ainda foi predominante entre os gastos de campanha dos dois candidatos com maiores votos, sendo que Greca (DEM) gastou 60.05% da sua concentração de despesas em campanhas nestes meios, ao passo que Goura (PDT) gastou cerca de 45,06%. As publicidades por materiais impressos, porém, diminuíram a presença nas campanhas de Rafael Greca, visto que em sua campanha para prefeito em 2016 ele gastou cerca de R$ 284 mil com impressos, em contraste com os R$ 175 mil gastos neste ano para a Prefeitura de Curitiba. Goura Nataraj, por sua vez, gastou proporcionalmente mais com criação e inclusão de páginas na internet, com R$ 517 em uma campanha que gastou cerca de R$ 742 mil, valor

Junto às eleições, vieram as mudanças por conta da pandemia, e isso impactou o modelo tradicional de campanha. das melhores práticas para se conseguir alcance virtual, com foco nas eleições deste ano. A Academia informa que houve um aumento na procura de seu curso sobre propaganda política, principalmente por conta deste ano, que impossibilitou várias formas de propagandas presenciais, sendo que o aumento do uso de redes surpreendeu a empresa. A procura pelo curso, porém, foi feita muito tardiamente por muitas equipes eleitorais, segundo a empresa.

O presente e futuro da propaganda política

das plataformas digitais, redes sociais e tudo mais.” Diogo salienta que o paradigma da propaganda política nas mídias tradicionais está mudando, porém é incerto, especialmente em eleições municipais, que não englobam todo o país. O cientista comenta que as mídias tradicionais ainda possuem um grande papel nas propagandas políticas, e cita a vitória do prefeito reeleito de Curitiba, Rafael Greca, em cima do candidato Goura, embora este tenha elevado engajamento virtual. Vale ressaltar que, pelo

“Acredito que a pandemia

interferiu. Eu não vi panfletários nas ruas, como costumava sempre haver aqui no bairro” superior aos R$ 102,50 usados pelo prefeito atual, que teve uma campanha que ultrapassa os R$ 3 milhões. O impulsionamento de conteúdos do prefeito eleito, porém, foi maior que o do segundo candidato mais votado: o político do DEM gastou R$ 60 mil com o impulsionamento de conteúdos, cerca de 1,85% de sua campanha, ao passo que Goura gastou R$ 13 mil, cerca de 1,75% do total gasto em sua campanha. Os dados foram obtidos em 24 de novembro de 2020, e ainda podem ocorrer alterações nas declarações dos candidatos. A Academia do Marketing é uma empresa que oferece diversos cursos na área de marketing, um deles sendo o Curso de Marketing Político nas Redes Sociais, que foco no ensino

É possível observar uma tendência de retração nos meios tradicionais de campanhas políticas, principalmente pelo crescimento da propaganda no mundo virtual. O cientista político Diogo Tavares afirma que os candidatos às eleições municipais de 2020 procuraram profissionalizar suas propagandas políticas nas redes sociais, visto que essa é uma ação estratégica que acompanha as mudanças nos hábitos de consumo de informação: “Já deu para perceber que até mesmo vereadores nas campanhas proporcionais procuraram um trabalho profissional ou uma orientação profissional para as redes sociais e para as plataformas digitais. Se for para dizer o que tem de diferente nas eleições, acho que é o crescente nível de profissionalização da utilização

Índice de Popularidade Digital dos candidatos (IDP), Greca conseguiu passar o Goura em popularidade nas redes sociais nas últimas semanas de eleição. Os dados são da Folha de S.Paulo e foram atualizados em 12 de novembro.

Os eleitores e a pandemia O estudante Marcelo Alves Ferreira Filho comenta sobre o descarte de panfletos em sua zona eleitoral: “Ao redor da minha zona eleitoral não tinham tantos [panfletos], havia panfletos mais perto do meio-fio, mas não era igual ao que eu tinha visto em outros locais de votação, em que os panfletos cobriam a rua”. O estudante também relata sua experiência com a propaganda pelas plataformas digitais, afir-

mando que se surpreendeu com o número de anúncios de políticos no YouTube, plataforma que ele usa constantemente. A empregada doméstica Sonia Maria Pereira também percebeu uma diminuição no número de panfletos e distribuição em relação aos anos anteriores: “Acredito que a pandemia interferiu; eu não vi panfletários nas ruas, como costumava sempre haver aqui no bairro”. Consultora de vendas da gráfica Sergraff, Ana Paula comenta que a demanda por panfletos para campanhas eleitorais aumentou no estabelecimento na última eleição municipal, embora ressalte que esse aumento se deu pelo menor número de gráficas operando durante a atual pandemia de coronavírus. Ela ainda comenta que o tipo de impresso que a gráfica mais produziu foi a “colinha”, papel que tem o rosto do candidato na frente e o seu número. Ana Paula completa reforçando que, por mais que a demanda tenha sido aumentada na gráfica em que trabalha, ela acredita que os candidatos diminuíram seus pedidos por produção de panfletos por conta do isolamento social. “A conversa que a gente teve com os vereadores na gráficas é que as pessoas não estavam querendo pegar os panfletos nas ruas; então acho que diminuiu a demanda.”

Leia Mais Veja os gastos dos 5 candiadtos mais votados em Curitiba portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 1 7 de Dezembro de 2020

Economia

Vitória de Biden nos EUA tende a reduzir o valor do dólar no Brasil Com o dólar em alta durante o governo republicano, resultado das eleições americanas projeta baixa nos preços dos produtos brasileiros

Allanis Menuci, Ana Bivar, Isadora Martelli e Milena Chezanoski 2º Período

A

vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais americanas pode levar a uma queda na cotação do dólar perante o real, segundo especialistas. Levando em conta o processo econômico dos EUA nos governos democratas ao longo da história, a previsão é de que haja aumento de gastos por parte do governo americano para impulsionar a economia. Consequentemente, a moeda brasileira acaba se valorizando em relação à moeda norte-americana. Em outras palavras, o dólar acaba ficando mais barato. Por ser a moeda de troca mundial, uma baixa influência a economia como um todo, inclusive o bolso dos brasileiros, já que muito do que se consome no país tem o preço relacionado ao dólar. O dólar vem sofrendo uma das maiores oscilações dos últimos anos, gerando um aumento sig-

Isadora Martelli

O dólar era cotado a cerca de R$ 5, 30 no final de novembro última edição, havoa previsão de que, nos próximos três anos. haja uma queda no valor da moeda, chegando a R$ 4,94 no

Bittencourt complementa: “O problema maior era o Trump e sua postura com questões extremamente importantes. Ele foi

“O problema maior era o Trump; logo, sua saída gera expectativas melhores nos mercados internacionais” nificativo no preço dos produtos consumidos pelos brasileiros. Ainda, com a chegada da pandemia e ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos, o dólar alcançou seu ápice em 2020, batendo a marca dos R$5,90 no mês de maio. No fim de novembro, o dólar estava R$ 5,30, com um aumento de 25% em relação ao ano passado, quando, no mesmo dia, era cotado a R$ 4,24. Entre 2016 e 2020, tempo de mandato do governo Trump, o dólar variou 54,07%, sendo a maior alta em março deste ano com 16,35% e a segunda maior queda em novembro com 7,18%. Com a dominância democrata nas eleições presidenciais americanas e o fim do governo Trump, o dólar é influenciado e impacta a economia mundial. Sendo a maior economia do mundo, ocupando o primeiro posto no G20, os Estados Unidos influenciam o mercado brasileiro diretamente. De acordo com a Lei de oferta e demanda, quanto maior a exportação dos produtos brasileiros para o exterior, maior fica o preço do produto dentro do país. O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, é uma expectativa de mercado que auxilia investidores e empresas a planejar seus negócios. O relatório tem vários índices, e um deles é a projeção de taxa de câmbio. Na

fim de 2023. As estatísticas são uma média anual da projeção da cotação da moeda e levam em conta a realidade de momento e as perspectivas futuras da economia. Para o coordenador do curso de ciências econômicas da PUCPR, Jackson Bittencourt,mesmo que ocorra a queda prevista, provavelmente, não será expressiva. A perspectiva de mudança no cenário do mercado mundial está relacionada com o perfil mais apaziguador de Biden, o que acaba por tornar a relação com outros países, em especial a China, mais previsível.

totalmente negligente com os efeitos da pandemia; logo, sua saída gera expectativas melhores nos mercados financeiros internacionais.” As oscilações entre o dólar e o real estão relacionadas com a entrada ou saída de capital por investidores internacionais no mercado financeiro. Jackson explica: “Como importamos muitos insumos e matéria-prima, o aumento na taxa de câmbio tende a ser repassado para os preços, como um custo adicional, e se isso for em escala, tende a pressionar os preços e gerar inflação.” Vale também

lembrar que o Brasil ainda exporta os chamados commodities - bens padronizados como grãos e minério de ferro - e importa os produtos manufaturados, como eletrônicos e peças para os mesmos. O professor também alerta que as questões econômicas do Brasil dependem mais das ações do governo Bolsonaro do que do presidente norte americano. Tratando de uma visão de consumidor dos produtos cotidianos, a aposentada Irene Lúcia Haluch, comentou que um dos maiores impactos percebidos foi o preço do óleo de soja, já que ele costumava custar em média R$2,00 e agora chega na faixa dos R$7,00 a unidade, “a gente se assusta quando vai no mercado”.

Compras on-line O e-commerce, principalmente com o período de pandemia, tornou-se um tipo de mercado muito usado pela população, por conta da praticidade e variedade de produtos. Para Rodrigo Berbert, um usuário frequente do comércio online, o que influenciou o valor dos preços foi o produto, não o frete. Segundo ele, sites de e-commerce predominantemente nacionais, como o Mercado Livre, tiveram uma redução no valor do frete.

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Ensaio

Curitiba, 17 de Dezembro de 2020

Prêmio Cabeça: vencedor da categoria Fotografia Jornalística A série fotográfica ‘O que Ficou’ foi produzida em 2019, durante o feriado de Finados, em 2 de novembro. A produção, realizada no Cemitério Municipal São Francisco de Paula, em Curitiba, foi resultado de um interesse pessoal da autora por esta data e pela forma como as pessoas se relacionam com o processo da morte e do luto. O objetivo do projeto foi representar, por meio da fotografia, um pouco da história das pessoas que foram ao cemitério homenagear e lembrar de seus mortos. Maria Cecília Zarpelon


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