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Polimedicação
by O Pilão
Com o passar dos anos, é expetável que surjam doenças e, com elas, a necessidade de tomar diversos medicamentos em simultâneo - ao qual denominamos de Polimedicação. Esta situação aumenta a probabilidade de efeitos adversos e interações, que podem e devem ser prevenidos. O organismo vai modificando a capacidade de transformar e eliminar os medicamentos, que atuam de forma diferente em diferentes idades. A polimedicação, que consiste na toma concomitante de cinco ou mais fármacos, é uma realidade emergente, preocupante quer em Portugal, quer na Europa. A ocorrência de polimedicação para o tratamento ou prevenção de diversas comorbilidades, quando aliada à suscetibilidade inerente a esta faixa etária, conduzem a consequências negativas nos resultados em Saúde, nomeadamente no aumento do risco de mortalidade e hospitalizações. Desta forma, é crucial conhecer os medicamentos a ser utilizados, bem como a possibilidade de ocorrência de interações medicamentosas. Quanto mais complexo for o plano terapêutico, maior é a probabilidade de efeitos adversos e interações entre os diversos fármacos. É aqui que o Farmacêutico Comunitário desempenha uma função primordial e, claro, em consonância com outros Profissionais de Saúde, no sentido de potencializar os resultados de Saúde dos doentes no que consta a um uso adequado, lógico, seguro e eficiente do medicamento. O Farmacêutico, caracterizado de um Profissional de Saúde competente e atento, apto para a preparação e gestão da medicação, na divulgação de práticas de saúde adequadas, para a promoção da adesão à terapêutica, bem como do uso correto do medicamento, deve ter um papel neste tema dada a sua enorme proximidade à população com que contacta. Assim, alguns conselhos que deverão ser tidos em conta são:
• Doentes polimedicados devem informar o seu Médico ou Farmacêutico sobre os medicamentos que estão a tomar, bem como outros produtos, tais como infusões, vitaminas ou suplementos, uma vez que estes poderão afetar o sucesso no tratamento;
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• As tomas dos medicamentos devem ser cumpridas de acordo o prescrito pelo Médico.
Ana Raquel Calvo, estudante do 5º ano do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, é Coordenadora do Projeto Polimedicação + Segura da Associação Cura + na respetiva delegação de Coimbra. Para esta estudante, este é um tema a que associa uma significativa importância. Segundo Raquel Calvo, “O projeto “Polimedicação + Segura” foi trazido pela Associação Cura + a Coimbra em 2020, sendo esta uma Associação de Voluntariado Farmacêutico que procura educar e promover a saúde e a responsabilidade social. Este projeto revela a importância da correta adesão e uso da terapêutica, bem como a adequada gestão da polimedicação. Indubitavelmente, o nosso país apresenta uma alta percentagem de doentes polimedicados, pelo que cada vez mais se torna urgente e necessária uma intervenção multidisciplinar. Posto isto, os voluntários são preparados através de diferentes formações, antes do desenvolvimento das atividades nos centros de dia, de modo a garantir uma resposta apropriada às dificuldades que estes doentes apresentam. Na minha opinião, projetos desta natureza constituem uma ferramenta primordial para o desenvolvimento congruente e pleno dos futuros Farmacêuticos, sendo estes uma pedra basilar da Saúde Pública.”