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Espaço Pedagógico: Viagem Pedagógica

Por Pelouro da Pedagogia e Pelouro das Relações Internacionais

Sempre te imaginaste numa experiência de Erasmus mas tens dúvidas sobre o funcionamento Pedagógico do curso nos outros países? Então não te preocupes! Os pelouros da Pedagogia e das Relações Internacionais do NEF/AAC trazem até ti três testemunhos que te podem ser úteis e ajudar na tua decisão. Embarca nesta Viagem Pedagógica e fica a conhecer as maiores diferenças sentidas pelos teus colegas no que respeita ao ensino na FFUC em relação ao vivenciado noutras Universidades onde podes ingressar pelo Programa Erasmus. Aproveita estes testemunhos para expandir os teus horizontes e para entender a realidade do Ensino Farmacêutico vivido além-fronteiras.

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Mariana Cupido

Universidade onde realizou Erasmus: Bolonha

Carga horária semanal das aulas teóricas: 20:00:00

Carga horária semanal das aulas práticas: 00:00:00 conhecimento mais alargado dos temas, por termos um

Pedagogia: Como funcionavam as aulas teóricas?

Mariana: As aulas teóricas tinham maior duração do que em Portugal: em vez dos habituais 45 minutos, eram aulas laboratorial é uma desvantagem, pois as aulas ao serem que em duas ou três horas. Já em relação ao método de seja mais benéfico, mas acho que depende um pouco da ra de Organização e Gestão Farmacêutica talvez fosse entendimento geral, estruturado e bem consolidado dos

de 2 ou até 3 horas, isto duas ou três vezes por semana para cada Unidade Curricular.

P: Como funcionavam as aulas práticas?

M: Apenas tive aulas práticas a uma das quatro Unidades Curriculares que estava a realizar, aulas estas que em vez de serem distribuídas pelo semestre eram concentradas numa semana do final do semestre. Para além disto, o tipo de aulas era diferente, uma vez que cada aluno tinha uma banca de laboratório e realizava o trabalho laboratorial sozinho, em vez de ser em grupos, como é habitual em Portugal.

P: Como funcionavam as avaliações?

M: A maioria das avaliações era feita por exame oral, apenas numa Unidade Curricular tivemos exame escrito.

P:Quais as principais diferenças no método de ensino /

material de apoio?

M: Em Itália, existem menos Unidades Curriculares por semestre, havendo assim um maior número de horas de aulas correspondente a cada cadeira, o que lhes permite aprofundar mais os conteúdos. Porém, o que lá é uma Unidade Curricular, aqui são várias. Por exemplo, Microbiologia em Bolonha, engloba conteúdos da “Microbiologia”, “Parasiaprofundarem mais, acho que aqui acabamos por ter um maior número de Unidades Curriculares.

P: Na tua opinião, quais as vantagens e desvantagens em comparação com o ensino em Coimbra ou em Portugal?

M: A meu ver, a forma como é lecionada a componente distribuídas ao longo do semestre permitem uma melhor consolidação de conhecimentos e, para além disso, permitem uma mais fácil articulação entre a matéria teórica e prática. No que toca à componente teórica, também acho mais benéfico o método Português, uma vez que é mais fácil manter a concentração e captar toda a informação que nos é transmitida em quarenta e cinco minutos do avaliação, atrevo-me a dizer que o método italiano talvez própria Unidade Curricular, porque acho impensável uma avaliação oral a Matemática, mas por exemplo à cadeibenéfico; digo isto porque acho que para ter uma boa performance numa avaliação oral é necessário ter um tologia”, “Bacteriologia” e “Virologia”. Ou seja, apesar de

conteúdos, enquanto que, por vezes, em avaliações escritas limitamo-nos a decorar conceitos sem perceber toda a envolvência que estes têm por detrás.

Universidade onde realizou Erasmus: Granada

Carga horária semanal das aulas teóricas: 15:00:00

Carga horária semanal das aulas práticas: 08:00:00

P: Como funcionavam as aulas teóricas?

Guilherme: As aulas teóricas eram por turmas: havia cerca de 5 turmas, com horários diferentes, sendo que uns começavam às 8 horas e tinham as aulas todas seguidas (cerca de 3 horas) e outros começavam às 9 horas ou 10 horas, havendo também uma turma que só tinha aulas à tarde, mas sempre com a mesma carga horária. Cada turma tinha um professor diferente, ou então o mesmo professor tinha 2 turmas. No total eram 5 cadeiras, com 3 horas de aulas teóricas para cada uma.

P: Como funcionavam as aulas práticas?

G: As aulas práticas duravam no máximo uma semana. Durante o período, saíam convocatórias de alunos de uma ou mais turmas para estarem presentes nas aulas práticas, sendo que estas saíam uma semana antes ou um mês antes, dependendo da cadeira e dos professores. Estas podiam durar a semana inteira, ou menos, e podiam ser de 1, 2 ou 3 horas.

P: Como funcionavam as avaliações?

G:Todas as cadeiras eram feitas por frequências, sendo que nalgumas era necessário tirar um mínimo para poder eliminar a primeira parte da matéria, noutras não havia mínimo, sendo a soma das duas frequências a nota final, e havia ainda cadeiras em que independentemente da nota na primeira frequência, avaliavam novamente a matéria toda na segunda. Além disto, os exames dependiam dos professores, ou seja, turmas diferentes eram avaliadas de forma diferente e podiam até haver diferenças no ensino. Além do exame, havia ainda trabalhos ou kahoots, que contavam também para a avaliação. No entanto, se isso ocorresse numa aula em que o aluno não estivesse presente, ele perdia essa percentagem da nota. Havia também a possibilidade de essa percentagem ser dada através da assiduidade, uma vez que na maioria das cadeiras passavam uma lista para assinar. Caso um aluno não tivesse 70% de assistência às aulas teóricas, ele não poderia fazer a primeira frequência, tendo obrigatoriamente de ir a exame normal com toda a matéria. Quanto às práticas, no final da semana para a qual se foi convocado, fazia-se o exame prático/laboratorial. Normalmente, as percentagens da nota eram: 85% teórica, 5% trabalhos/assiduidade e 10% prática/laboratorial. A época de exames estava dividida da seguinte forma: em janeiro era a época normal do primeiro semestre; em finais de maio e em junho era a época normal do segundo semestre; e no final de junho e em julho era o recurso de ambos os semestres.

P: Quais as principais diferenças no método de ensino / material de apoio?

G: As principais diferenças são no método de ensino e no facto de turmas diferentes aprenderem e serem avaliadas de forma diferente. Além disso, penso que se aprende muito menos quanto à questão laboratorial, uma vez que a duração destas aulas era muito menor em relação à nossa faculdade. De um modo geral, penso que há uma menor organização em relação à nossa faculdade, incluindo no planeamento das épocas de exame normais e no recurso.

P: Na tua opinião, quais as vantagens e desvantagens em comparação com o ensino em Coimbra ou em Portugal?

G: A vantagem em relação à nossa faculdade é o facto de que, nalgumas disciplinas, a divisão da avaliação em frequências facilita um pouco o estudo. As desvantagens são a menor aprendizagem quanto à questão laboratorial e a má organização, que dificulta a preparação para os exames, chegando por vezes a ter 3 ou 4 exames numa semana, se juntarmos os práticos e os teóricos. Além disso, a questão dos trabalhos e da assistência às aulas também dificulta a avaliação, uma vez que os alunos que tenham de fazer cadeiras de vários anos, podem ser convocados para aulas laboratoriais ou práticas em horários sobrepostos com algumas aulas teóricas, acabando por perder tanto a oportunidade de fazer a primeira frequência, como talvez alguma percentagem da nota caso isso aconteça numa aula em que o professor decida fazer um trabalho ou kahoot, perdendo os tais 5 ou 10% da nota.

Universidade onde realizou Erasmus: Valência

Carga horária semanal das aulas teóricas: 02:00:00

Carga horária semanal das aulas práticas: 14:00:00

P: Como funcionavam as aulas teóricas?

João: As aulas estavam divididas em 3 turmas. Uma turma tinha aulas em Castelhano, outra em Valenciano (a língua da região de Valência) e outra em Inglês. Todas estas opções eram válidas e no início do ano os alunos podem optar por qualquer uma. É algo que, a meu ver, é muito positivo, uma vez que podemos dar um grande “boost” no Inglês e, se na Universidade de Coimbra isso fosse possível, tanto a nível económico como logístico, seria um assunto a ter em conta.

P: Como funcionavam as aulas práticas?

J: Em termos de conteúdo e a forma de lecionar são iguais às nossas. A única diferença estava na distribuição da carga horária. Eles têm as aulas práticas todas seguidas. Por exemplo, em Dermofarmácia tivemos a semana toda com aulas práticas durante a tarde (aproximadamente uns 5 dias, umas 3 horas por dia) e, no final da semana, fez-se o exame prático relativo à cadeira. O mesmo acontece para as restantes cadeiras. Considero um método mais vantajoso em relação ao nosso, uma vez que realizamos o exame prático tendo a matéria muito mais “fresca”.

P: Como funcionavam as avaliações?

J: As avaliações foram semelhantes. Só à Unidade Curricular de Nutrição tive algo novo. Fizemos o teste teórico através do computador (tudo escolhas múltiplas). É algo positivo, ainda para mais na situação que atualmente vivenciamos.

P: Quais as principais diferenças no método de ensino/ material de apoio?

J: O material de apoio é todo fornecido no início do ano, algo que os nossos professores deviam repensar na forma como abordam o ensino. Isso facilitava-nos imenso porque já íamos com os slides impressos para as aulas, o que ajuda muito no assimilar da matéria. Relativamente ao método de ensino, é muito parecido ao nosso, também é muito prático e conjugado com as aulas teóricas. A única diferença é que nos davam muitos trabalhos para fazer e isso prejudicava um pouco o tempo de estudo que tínhamos.

P: Na tua opinião, quais as vantagens e desvantagens em comparação com o ensino em Coimbra ou em Portugal?

J: Vantagens: a acessibilidade dos docentes (têm para connosco uma atitude de total disposição e ajuda e são muito prestáveis. Chegava-se ao ponto de haver alunos a tratar os professores pelo nome próprio devido a relação tão “à vontade” que existia, isto sem nunca prejudicar o ensino e o estatuto do professor); o material de apoio era fornecido na totalidade no início do ano; permitem ir a exame normal, recurso e especial (ou seja, no total, temos direito a 3 momentos de avaliação sem que se perca o direito a nenhum, caso já tenhamos ido a um deles); Desvantagens: havia alguma confusão na secretaria da faculdade no que toca aos horários (algumas sobreposições tínhamos que ser nós a esforçarmo-nos para as resolver); a carga horária era um pouco mais excessiva que aqui em Portugal.

Os pelouros da Pedagogia e das Relações Internacionais do NEF/AAC agradecem toda a simpatia e disponibilidade dos estudantes da FFUC, que prontamente acederam a partilhar a sua experiência.

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