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Ser solidário precisa-se
Afortunadamente, para
“ A solidariedade é um ato de bondade ou sentimento de compreensão para com o próximo, sendo uma união de simpatias, interesses ou propósitos entre membros de um grupo ou sociedade.” https://www.wikiwand.com/pt/Solidariedade_
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Não interessa muito estarmos preocupados com a definição mais perfeita, o que realmente importa é a perceção de que a solidariedade é essencial em todas as sociedades. Desenvolver empatia pelo outro é o primeiro passo para o podermos confortar e apoiar, sendo certo que essa disponibilidade tem efeitos extraordinários no bemestar de ambos, não só de quem recebe, mas igualmente de quem contribui. Há muitas formas de ajudar e cooperar, há quem opte por fazer voluntariado, nomeadamente, em hospitais, lares de idosos, apoiando crianças, imigrantes, ou participando na recolha de alimentos e outros bens de primeira necessidade que serão posteriormente distribuídos pela população mais carenciada. Outros são doadores de sangue e há quem decida consignar o seu IRS (que consiste em doar 0,5% do nosso rendimento líquido a uma instituição devidamente aprovada pelo Estado).
Aqui, na nossa escola, podemos assistir a um exemplo de um trabalho de voluntariado.
Entre os jovens e adultos da organização “Serve the City”, que ostentam os crachás identificativos, deparamo-nos com os olhares cansados pelo tempo e pela dureza da vida daqueles que procuram o conforto de uma refeição servida com calor e empatia.
Na penúltima 3ª feira de cada mês, a nossa escola é o espaço para um jantar solidário, uma iniciativa da “Serve the city”, que conta com a cedência das nossas instalações da cozinha/cantina/ bar. Nesses dias, ao cair da tarde, qualquer olhar mais atento percebe a presença de rostos diferentes e de uma movimentação pouco habitual no átrio da escola.
No grupo de voluntários estão três Assistentes Operacionais da ESAS, a D. Agostinha, o Sr. Tinoco e a D.Olinda, que no final da sua jornada de trabalho se voluntariam para graciosamente prestarem um importante serviço de apoio à comunidade.

Fomos falar com eles para entender quais as suas funções e opiniões sobre a ajuda que prestam e como decorre esta atividade.
Ficamos a saber que, nestes jantares, a D. Agostinha e a D. Olinda fazem de tudo um pouco, tanto arrumam as mesas, como estão na cozinha ou servem as refeições. Prestam este serviço com absoluta dedicação à causa, visível no sorriso amável com que nos receberam quando as interpelamos sobre o assunto. São mais cerca de seis horas de trabalho, depois do horário habitual. Dizem-nos que ficam o tempo necessário até estar tudo em ordem para o funcionamento normal da cantina/ bar no dia seguinte, mas afirmam ser gratificante. De notar que este prolongamento voluntário não lhes dá o direito a tolerância de ponto. Contaram-nos que, em média, são servidas cerca de 100 refeições, mas na ceia de Natal chegaram a ser 170. Todo o processo é organizado e divulgado pela associação “Serve the City”, com o patrocínio da EDP/ Energia e AGEAS /Seguros. É com este financiamento que são adquiridos os produtos alimentares necessários à confeção das refeições.
O cozinheiro é, habitualmente, um funcionário da AGEAS já aposentado. Nestes jantares aparecem mais homens do que mulheres, e, curiosamente, as equipas de voluntários têm mais mulheres do que homens. Sinal dos tempos, é crescente a presença de imigrantes. Quanto aos menus, procura-se que sejam variados. Desde “Bacalhau à Brás” até “Bifanas com batata frita”, acompanhados por sopa e sobremesa.
O Sr. Tinoco ocupa-se do controlo de entradas e tal como as duas outras funcionárias, dispõe-se a cobrir o tempo necessário assegurando que só encerra a escola quando todo o programa de apoio estiver concluído. Disse-nos que já conhece muitos dos beneficiários e elogiou o crescente apoio dos jovens voluntários. Confessou-nos que inicialmente foi duro, pois na interação com as pessoas que atende dá conta dos seus dramas e da sua solidão.
A ação da rede de voluntariado social “Serve de City” é prova de que a criatividade tem permitido a concretização de formas inovadoras de manifestarmos a nossa solidariedade.
