Revista Jardim Zoológico | Janeiro 2020

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Conservar, educar e investigar

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JANEIRO 2020

PEGADAS Into the wild com Laurie Marker ENTREVISTA Bernardo Ferrรฃo conta-nos como gosta do Jardim Zoolรณgico EM DESTAQUE Carlos Alberto, o mais antigo colaborador do Zoo

KOMODO Um animal de peso

em todos os aspetos


TEMA DO ARTIGO 2

| secção |


Pela conservação da vida selvagem Francisco Naharro Pires Presidente

Toda a edição foi feita ao abrigo do novo acordo ortográfico, com a exceção do Editorial.

“O nosso trabalho é cada vez mais uma questão de sobrevivência para muitas espécies em perigo”

No último semestre de 2019 observámos uma notável expansão do nosso Fundo de Conservação, com o apoio a novos projectos em África: a protecção das Chitas na Namíbia, a translocação de Lémures-vermelhos em Madagáscar e o apoio à conservação da fauna e flora das ilhas de São Tomé e Príncipe, são apenas alguns exemplos. Nesta revista vai poder conhecer um pouco mais sobre estes projectos, nomeadamente sobre o Programa de Conservação das Chitas na Namíbia. Através das palavras de Laurie Marker, fundadora do Cheetah Conservation Fund, vai ser guiado pelos trilhos deste importante projecto, e verificar que as medidas de conservação assumem, por vezes, os moldes mais originais. Fechámos ainda o ano com a comunicação do nascimento de três crias de Leopardo-da-pérsia. Esta espécie está muito ameaçada e, por isso, este nascimento vem reforçar o seu Programa Internacional de Reprodução, coordenado pelo Jardim Zoológico a nível mundial, e trazer esperança a uma população em declínio desde os anos 50. Como forma de homenagem, aproveitamos esta edição para dar a conhecer aos nossos leitores uma pessoa cujos anos de vida se confundem com a história do Jardim Zoológico. Carlos Alberto, o nosso mais antigo colaborador, tem ajudado a consolidar a nossa missão com a sua dedicação, partilha de conhecimento e sincera amizade ao Jardim Zoológico, que é também dele. Já são uns anos! Mas estes são apenas alguns dos destaques que vai poder ler nesta revista. Durante este ano de 2020, estamos certos que teremos muito mais informação para partilhar, pois temos consciência de que o nosso trabalho é cada vez mais uma questão de sobrevivência para muitas espécies em perigo. A todos — funcionários, visitantes, voluntários, parceiros e amigos — um muito obrigado. Bem hajam!

FICHA TÉCNICA

#05

JA N EIRO 2020

Jardim Zoológico coordenação Ser viço de Marketing do J a r d i m Z o o l ó g i c o g e s tão d e p r oj e to S e r v i ço d e M a r ke t i n g d o J a r d i m Zoológico design Ser viço de Marketing do Jardim Zoológico redação e edição de textos Unhype tiragem 2 000 exemplares propriedade


sumário 6. breves

Pequenas notícias sobre o Reino Animal.

10. pegadas

Uma vida dedicada à conservação da Chita.

14. visita guiada

Dragão-de-komodo, um mundo de contrariedades.

18. entrevista

Bernardo Ferrão, conta-nos como gosta de visitar o Jardim Zoológico.

22. palavra de bicho A secção dos mais pequenos conta tudo sobre a verdadeira existência de dragões.

24. desafio do padrinho Milestone, o padrinho do Lince-ibérico respondeu ao nosso desafio.

26. em destaque

Carlos Alberto, trabalha há mais de 60 anos no Zoo. Descubra as muitas histórias que tem para contar.

28. o pinião de mestre

Conheça melhor Ana Daniela Soares, autora do livro “Cobras, lagartos e baratas; os melhores amigos do homem”.

29. ideias com natureza A secção criada para que não perca nada, com dicas e sugestões para ficar a par das novidades.

UMA REVISTA, PENSADA PARA SI QUE SE MOVE PELA NATUREZA.


MISSÃO UMA REVISTA COM UMA

Um meio de comunicar que mostra o melhor do Zoo e reflete os valores que o sustentam:

Aqui vai encontrar as novidades sobre os habitantes do Jardim Zoológico e perceber como a instituição se dedica à proteção da vida selvagem através da conservação, da investigação e da educação.

CONSERVAR, EDUCAR E INVESTIGAR

Boas leituras, cheias de aventuras.


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Sabia que... A LGUM AS CU RIOSIDA DES SOBR E O JA R DIM ZOOLÓGICO

Cerca de UM MILHÃO de espécies estão ameaçadas por ação da atividade humana, segundo o último relatório das Nações Unidas.

Sempre que nos visita contribui para a CONSERVAÇÃO DA NATUREZA através do Fundo de Conservação para que o trabalho do Zoo seja feito além fronteiras.

O Fundo de Conservação do Zoo COLABOROU NA REINTRODUÇÃO de uma fêmea de Rinoceronte-negro em habitat natural, na África do Sul, que já gerou pelo menos 5 crias, fundamentais para a sobrevivência da espécie que se encontra “Criticamente em perigo”.

Ao comprar um peluche, um saco de pano, ou outra peça da campanha “QUEBRA O SILÊNCIO” está a apoiar a conservação das aves canoras no sudeste asiático, muitas em risco de extinção.

CA M PA N H A

Está nas mãos de todos: nas nossas e nas suas! Todos somos Natureza e todos somos responsáveis por ela e, por isso a campanha lançada em julho passado, “Biodiversidade Somos Nós”, aponta para a importância da biodiversidade, alerta para o seu declínio, e pretende incentivar a prática individual de gestos diários que contribuem muito para a sua conservação.

Para além de identificar as causas de diminuição da biodiversidade, esta campanha faz de cada um de nós parte ativa na mudança. Se cada indivíduo é agente causador, também pode e deve ser agente construtor, contribuindo para a conservação das espécies, dos seus habitats, e ao mesmo tempo garantir a sustentabilidade

da população humana na Terra. Também por isso, cada zoo no mundo tem um papel cada vez mais preponderante. No Jardim Zoológico, em Lisboa, habitam cerca de 2000 animais que diariamente sensibilizam os visitantes para a problemática da extinção. Todos são embaixadores das suas espécies e todos simbolizam a

nossa missão de conservar, educar e investigar e assim zelar pela Biodiversidade. A importante campanha veio reforçar a comunicação mundial anteriormente lançada pela WAZA (Associação Mundial de Zoos e Aquários), no âmbito da “Década das Nações Unidas para a Biodiversidade”.


NASCIM ENTO

Três crias de Leopardo-da-pérsia CRIA DE LEOPARDO-DA-PÉRSIA Seis meses depois do envio de um casal reprodutor de Leopardos-da-pérsia pelo Jardim Zoológico para a Rússia, o casal reproduziu-se.

Foi um nascimento histórico! Foram as primeiras crias a nascer no Centro de Reprodução e as primeiras a nascer naquela região nos últimos 50 anos.

No dia 23 de maio, nasceram no Jardim Zoológico três crias de Leopardo-da-pérsia. O nascimento dos três machos vem reforçar o Programa de Reprodução e Reintrodução da Espécie e trazer esperança a uma subespécie em declínio, enquanto solidifica o trabalho de conservação que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos. Atualmente, pensa-se que esteja restrita a pequenas populações na Ásia Central, e praticamente extinta na região do Cáucaso.

não é ficção, mas passou no cinema O Jardim Zoológico participou na 7ª edição do New York Wild Film Festival que tem como objetivo inspirar os presentes a explorar, descobrir e proteger o Planeta. Ao receber o evento através da projeção de 9 curtas-metragens, o Jardim Zoológico fez parte deste projeto mundial reconhecido como sendo uma plataforma que promove a consciencialização e fornece ferramentas para a atuação individual em prol da conservação da natureza.

CÁ EM CASA

no trilho dos predadores 8 fevereiro 2020

Caçar sozinho ou em grupo? Em corrida ou por emboscada? Sabia que o Dragão-de-komodo consegue sentir a sua presa a mais de 10km? E que um Leão-africano pode comer até 50kg de uma só vez? Venha descobrir estas e outras curiosidades sobre os animais que estão no topo da cadeia alimentar! O workshop tem o custo de 35€ por pessoa e necessita de inscrição prévia. Saiba mais em www.zoo.pt

super-heróis da natureza 18 de abril de 2020

Estratégias para andar sobre a água, imortalidade, capacidade de regeneração ou sentidos extremamente apurados - podiam ser traços presentes em qualquer história de super-heróis, mas todas estas características e muitas mais estão presentes na biodiversidade do nosso planeta. Venha descobri-las! O workshop tem o custo de 35 € por pessoa e necessita de inscrição prévia. Saiba mais em www.zoo.pt

ADIVINHA QUEM VOLTOU Em 2019 o Jardim Zoológico vem reforçar a participação ativa no Programa de Conservação em Madagáscar. Iniciado em 2007 pelo Zoo de Doué-la-Fontaine, em França, em conjunto com a ONG malgaxe Antogil Conservation, e com o apoio financeiro e técnico do Jardim Zoológico. O Programa de Conservação em Madagáscar tem desenvolvido um trabalho importante de sensibilização junto das populações locais e dos turistas, para a necessidade de preservar a floresta e a biodiversidade local. A gestão da floresta, entregue à Antogil Conservation em 2006 pelo governo de Madagáscar, é feita em conjunto com os responsáveis das dez aldeias vizinhas. Desta forma, envolve a população e garante uma maior coope-

ração, além de fomentar também melhorias na vida das populações locais e promover atividades económicas sustentáveis. Com este programa, tem-se verificado um aumento das populações de animais na floresta de Farankaraina, o que a torna um local adequado para a reintrodução de espécies ameaçadas. Assim, foi com entusiasmo que já em 2019, o Jardim Zoológico participou na translocação de Lémures-vermelhos através do envio de colares GPS que serão colocados nos animais antes da libertação, de forma a possibilitar uma monitorização dos indivíduos e a recolha de dados importantes. Os animais são translocados de zonas de Madagáscar onde se encontram em perigo, para as áreas protegidas

da floresta de Farankaraina. Através do trabalho de conservação desenvolvido pela Antogil Conservation, em conjunto com zoos europeus, esta espécie, extinta há 70 anos em Farankaraina, está agora de volta.

O M U N D O E M O C I O N A N T E D A N AT U R E Z A

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O M U N D O E M O C I O N A N T E D A N AT U R E Z A

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|

breves |

NASCIM ENTO

LONGA VIDA AO

Rei!

No Dia Mundial do Leão, ao comprar o ingresso nas bilheteiras do Zoo, os visitantes contribuíram com 5% do valor para o Fundo de Conservação destinado à recuperação de leões da Wildlife Conservation Network, projeto reconhecido pela WAZA (Associação Mundial de Zoos e Aquários) e suportado pela Disney’s Animal Kingdom, que tem como objetivo duplicar o número de Leões-africanos até 2050, restaurando deste modo a população inicial. Para além desta ação, a espécie foi festejada com diversas atividades de sensibilização que procuravam alertar para a importância de conservar a savana africana. Estas atividades incluíram momentos de enriquecimento ambiental, encontros com biólogos, mostras de materiais zoológicos e um espaço para desenvolver trabalhos manuais. Foi um dia digno de Rei!

sabia que

O Enriquecimento Ambiental estimula os comportamentos naturais das espécies, promovendo o seu bem-estar. Torna os animais mais ativos, saudáveis e sobretudo com mais capacidade para se adaptarem com sucesso a alterações no seu ambiente, preparando-os para uma eventual reintrodução em habitat natural!

CONSERVAÇÃO

Apresenta narinas em “V” e, ao contrário dos Leões-marinhos não tem orelhas, apresenta apenas ouvido interno. Tal como os restantes mamíferos marinhos, possui uma espessa camada de gordura sob a pele, como adaptação ao frio.

FOCA-MONGE-DO-MEDITERRÂNEO O mamífero marinho mais ameaçado da Europa, que desapareceu quase por comTROUXE BOAS pleto da sua área de dispersão original – países do Mediterrâneo, costa africana NOTÍCIAS e Macaronésia ­– vê novas medidas de conservação a serem implementadas, para garantir a salvaguarda da espécie. A Associação Europeia de Mamíferos Aquáticos (EAAM) anunciou que vai duplicar os esforços para ajudar esta espécie através da organização grega MOm (Sociedade Helénica para o Estudo e Proteção da Foca-monge), que reabilita crias resgatadas e possibilita a sua reintrodução na natureza.


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Conservar 1. Manter em bom estado. 2. Manter no estado atual. 3. Guardar. 4. Preservar. 5. Continuar a ter. 6. Reter (na memĂłria). 7. NĂŁo perder. 8. NĂŁo desistir. Palavras relacionadas: reter, manter, permanecer, mantimento, memorizar, reservar, vivificar.

entre patas e barbatanas

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10 | p e g a d a s |

...a respeitar a natureza O Jardim Zoológico participa em vários programas de conservação, europeus e internacionais, e a Zoo vai contar-lhe tudo sobre estas fantásticas iniciativas.

INTO THE WILD

Chita Laurie Marker deixou a sua vida confortável nos Estados Unidos da América para abraçar a causa das chitas na Namíbia.


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Laurie Marker com duas crias de cão pastor da Anatólia

N

o início da década de 70 Laurie Marker trabalhava na clínica veterinária do prestigiado Wildlife Safari em Oregon, EUA. Entrou como assistente, mas rapidamente ascendeu a supervisora e foi aí que conduziu várias pesquisas sobre a reprodução de chitas sob cuidados humanos. Em 1977, no decorrer de um estudo que visava perceber se esta espécie, quando nascida sob cuidados humanos, poderia ser ensinada a caçar, viajou para a Namíbia com uma cria de chita para fazer a experiência. Quando lá chegou deparou-se com uma realidade com a qual não contava: uma população de chitas em declínio devido ao conflito com as populações humanas. A perda do habitat e a redução de presas naturais, são das principais causas de ameaça das chitas, e levam à aproximação destes animais às populações humanas locais, em busca de alimento nos rebanhos. Numa população cuja principal fonte de rendimento é o seu gado, a perda de um animal é financeiramente incomportável, resultando na perseguição dos predadores selvagens: as chitas. No entanto, se o ritmo de extermínio se mantivesse, as chitas desapareceriam rapidamente do seu habitat natural. Os alarmes soaram na cabeça de Laurie que regressou aos Estados Unidos decidida a exercer pressão junto de pessoas e organizações com influência suficiente para acabar com aquele flagelo.

| a saber |

Studbook Internacional O Jardim Zoológico participa no Studbook Internacional da Chita através da partilha de informação. Este ano a participação foi mais longe com o envio de uma fêmea de cão pastor da Anatólia para a Namíbia, no âmbito do Lifestock Guardian Dog (LGD) um programa do Cheetah Conservation Fund (CCF) que atribui cães pastores aos agricultores da região. A chegada desta fêmea reprodutora permitirá maior variabilidade genética do grupo e reduzir a lista de espera dos que procuram a ajuda de cães pastores na defesa dos seus rebanhos, protegendo a população de Chitas. “O Jardim Zoológico é uma instituição fantástica e fiquei muito satisfeita por ter conhecido toda a equipa quando estive em Lisboa. Tem sido muito importante a sua colaboração com a CCF no Studbook Internacional da Chita .” Continuaremos a acompanhar as pegadas de Laurie Marker no caminho da conservação das chitas.

A Namíbia, situa-se no sudoeste de África, e a sua costa oceânica é delimitada pelo deserto do Namibe. Tem uma fauna diversificada, incluindo uma população significativa de chitas.


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Sem sucesso, ao fim de 10 anos decidiu que aquela era uma batalha que teria de travar sozinha. Deixou o seu trabalho no The National Zoo como Diretora executiva no Centro de Novas Oportunidades em Ciências da Saúde Animal (NOAHS), vendeu os seus bens pessoais e mudou-se para a Namíbia onde, com o dinheiro que conseguiu juntar, fundou o Cheetah Conservation Fund (CCF), Fundo de Conservação para as Chitas, com o objetivo de salvar a chita selvagem da extinção. O TRABALHO NA NAMÍBIA Já na Namíbia, Laurie Marker reuniu com os agricultores locais e compreendeu a verdadeira extensão da problemática. Percebeu que, para garantir a conservação da espécie, teria de sensibilizar os locais para a importância destes animais. “Desenvolvi uma estratégia para o CCF, com três abordagens possíveis: investigação, conservação e educação, com estudos a longo prazo para se conseguirem apurar os fatores que afetavam a sobrevivência das chitas.”, completa a responsável do CCF. Assim, nos últimos 25 anos, Laurie Marker, juntamente com uma pequena equipa de investigadores, estagiários e

voluntários do CCF, tem estudado a chita selvagem e utiliza os dados desses estudos para desenvolver políticas de conservação e programas de educação e sensibilização sobre este felino, nas comunidades da Namíbia, mas também no resto do mundo. No entanto, Laurie sabia que era fundamental encontrar uma solução também para o problema dos agricultores, afinal era o seu sustento que estava em causa. Foi assim que, em 1994, iniciou um projeto muito interessante e bem-sucedido, o Lifestock Guardian Dog (LGD). “O CCF utiliza o cão pastor da Anatólia, uma raça turca. São cães de pelo curto habituados ao clima seco e quente, semelhante na Turquia e na Namíbia; são cães muito independentes, que não dependem dos humanos para fazer o seu trabalho.”, explica Marker. Na verdade, é uma prática utilizada na Turquia há mais de 5000 anos e revelou-se muito eficaz na Namíbia. São cães de grande porte, protetores e meigos, com uma aparência imponente, que conseguem demover animais selvagens de atacar os rebanhos. O projeto tem sido um sucesso. Os cães da CCF são reconhecidos em todo o sul de África por serem eficazes. Na Na-

míbia, os agricultores com cães do CCF relatam uma diminuição de cerca de 80% das perdas de gado doméstico por predação de animais selvagens e, consequentemente, a redução do número de mortes de chitas e outros predadores selvagens. Para os agricultores a perda de um único animal pode ser

Lisboa, a cadela enviada pelo Zoo


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devastadora financeiramente, por isso, ter um cão pastor pode ser uma espécie de “apólice de seguro”. Nos últimos 25 anos, a Cheetah Conservation Fund (CCF) criou e treinou mais de 650 crias de cão pastor da Anatólia que distribuiu por pequenos criadores de gado da Namíbia, com um custo mínimo ou custo zero. “Os resultados têm sido tão positivos e a fama destes cães tem-se espalhado de tal maneira pelo mundo, que neste momento a espera é de um a dois anos.” O FUTURO DA ESPÉCIE Ainda há muito por fazer para garantir a conservação da Chita e para isso é muito importante a colaboração entre todos os centros e investigadores que se dedicam a este felino, nomeadamente os zoos que mantêm chitas ao seu cuidado. No entanto, é preciso ser mais metódico e garantir que não se perde informação e que se mantém registo de tudo. Para isso, em 1982, Laurie Marker desenvolveu o primeiro US Cheetah Regional Studbook e, em 1987, publicou a primeira edição do International Cheetah Studbook. O Studbook é um registo de todas as chitas que vivem sob

cuidados humanos, um registo histórico da sua origem e linhagem. Laurie é a responsável pelo Studbook Internacional desta espécie (ISB). “Faço isso para gerir o acasalamento de chitas sob cuidados humanos e melhorar a diversidade genética das populações. Existem cerca de 1800 chitas sob cuidados humanos dispersas por cerca de 160 zoos em todo o mundo. ”, esclarece a especialista em chitas. Na opinião de Laurie Marker, os zoos são um parceiro fundamental para as organizações que se dedicam à conservação no habitat natural – in situ. O seu apoio através do financiamento e da colaboração na investigação é fundamental, mas também é importante o trabalho que desenvolvem nas suas próprias instalações, através da educação, reprodução e investigacão – ex situ. Laurie Marker na Namíbia


OS DR AGÕE S - DE- KOMODO

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Dragão-de-komodo

Tão assustador, mas tão frágil Um mundo de contrariedades: tão fascinante e tão assustador, tão paciente e tão eficaz, tão perigoso sem produzir veneno, tão popular, mas a lutar pela sua sobrevivência. O Dragão-de-komodo, o maior lagarto do mundo, está ameaçado de extinção.

N

o que toca a répteis, nem sempre se consegue obter informações precisas sobre a sua biologia, principalmente por serem espécies muito esquivas. No Jardim Zoológico, como embaixadores da espécie, vivem dois destes animais que são muito bem acompanhados pela zelosa equipa de técnicos. Telma Araújo, bióloga e curadora de Répteis e Aves no Jardim Zoológico, conta com três tratadores no Reptilário, que assumem esta missão entre tantas outras. Os Dragões-de-komodo, macho e fêmea, que chegaram ao Jardim Zoológico com pouco mais de um ano, nasceram no Zoo de Colchester, Reino Unido, uma das poucas instituições a conseguir o feito.


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| a saber |

Cuidar da espécie dentro e além fronteiras Pretende-se, com a presença destes Dragões-de-komodo, contribuir para a sobrevivência desta espécie de réptil. Estes animais, com membros e cauda robustos, que podem atingir três metros de comprimento e 150 kg de peso, estão vulneráveis à fragmentação do habitat e às alterações climáticas. Segundo explica Telma Araújo, esta é uma espécie endémica da Indonésia com uma ocorrência muito fragmentada. Se houver uma doença ou escassez de alimento, esta espécie pode deixar de existir por completo. Um dos principais objetivos dos zoos é serem “arcas” e garantirem populações de salvaguarda. Enquanto Telma partilha estas informações, os jovens Dragões-de-komodo passeiam-se tranquilos nas suas instalações exteriores, a aproveitar os raios de sol. A atividade começa agora a diminuir com as temperaturas mais baixas. No final do dia são recolhidos para a instalação interior, com tempe-

ratura, humidade e luz adaptadas às suas necessidades. “Há uma grande diferença nas rotinas e necessidades conforme as estações do ano. No inverno, não hibernam, mas ficam menos ativos. A temperatura interna do corpo destes animais é aproximada à temperatura do ambiente, o que condiciona a atividade dos animais. O nível metabólico está mais baixo quando as temperaturas também o estão, e por isso, no inverno, dá-se menos alimento e a digestão vai ser mais demorada.” TODO O CUIDADO É POUCO Acompanhar o crescimento dos dois animais passa obrigatoriamente por ir adaptando as instalações às diferentes fases do seu crescimento. Durante o primeiro ano de vida, as pequenas crias são arborícolas, uma estratégia de sobrevivência a predadores muito eficaz.

O Jardim Zoológico participa no projeto de conservação in situ, do Dragão-de-komodo, na Indonésia. Este projeto, inclui trabalho de investigação sobre a biologia da espécie, monitorização das presas disponíveis, análise da sua distribuição, e sensibilização da população e instituições locais para a importância da conservação destes animais. Colabora desde 1998 com o Parque Nacional de Komodo, e desde 2005 com a Reserva Natural Wae Wuul, na ilha de Flores, na Indonésia. Nesta que é a maior ilha do arquipélago, e já fora dos limites do Parque Nacional de Komodo, tem-se registado uma diminuição da densidade populacional desta espécie. É na costa norte da ilha de Flores que podemos encontrar a maior e mais conhecida concentração de Dragões-de-komodo na Indonésia. Este é um dos poucos pontos que

Flores

ainda mantem as suas características originais, o que lhe permite abrigar uma população destes animais geneticamente diversificada. A conservação dos Dragões-de-komodo requer uma abordagem multidisciplinar, implementada em colaboração com as autoridades governamentais e as comunidades locais. Entre as medidas adotadas estão a monitorização de indivíduos da espécie e das suas presas, monitorização e erradicação de ameaças, como cães vadios e espécies invasoras, e iniciativas de sensibilização das populações. O Dragão-de-komodo é uma “espécie guarda-chuva”, ou seja, as medidas de conservação implementadas para a sua proteção, refletemse, de forma indireta, na conservação de outras espécies do mesmo habitat, e na conservação do próprio ecossistema


OS DR AGÕE S - DE- KOMODO

16 | s e c ç ã o |

Estes animais, só existem em algumas ilhas da Indonésia e, por isso, os dois Dragões -dekomodo do Zoo têm um papel muito importante.

Atualmente, com quase seis anos, os Dragões-de-komodo que habitam no Zoo têm cerca de 1,5 metros e necessidades completamente diferentes. São animais com hábitos terrestes, razão pela qual a sua instalação foi revestida com vegetação, que cria conforto e permite-lhes esconderem-se dos visitantes.

| a saber |

Paciente ou Venenoso? Não é venenoso, mas a sua mordida vem com mais de 50 estirpes diferentes de bactérias na saliva, causando uma infeção generalizada à presa, que acaba por morrer. Assim, o Dragão-de-komodo só tem de morder e perseguir a presa até que sucumba, e a possa finalmente comer.

kg

1

<150 kg

solitária

< 26

Carnívora

diurna

Para que tudo resulte, tem de se pensar no equilíbrio da luz para as plantas e a sua rotação. Testar vários tipos de vegetação e equilibrar os acessos, ajuda a manter a segurança dos tratadores. Nunca houve sustos porque o Jardim Zoológico trabalha para que isso não aconteça. As regras são claras, e com estes animais há sempre duas pessoas, para garantir a manutenção dos padrões de segurança. No Jardim Zoológico, e já recolhidos na instalação interior, os animais escavam e escondem-se debaixo da plataforma para dormir. À semelhança do que acontece em habitat natural, gostam de estar dentro de água, razão pela qual existem dois la-

gos na instalação. No inverno gostam bastante de lá estar, altura em que gastam menos energia e a água lhes parece ficar mais morna. Essa imersão é fundamental pois ajuda na função excretora principalmente quando se alimentam de aves. As penas são desafiantes para digerir e a água morna ajuda nesse processo. No que toca à dieta, as presas devem acompanhar as necessidades alimentares de cada animal, conforme o seu peso e condições ambientais. Atualmente comem cerca de 1,7 Kg por semana dependendo do tipo de carne que é dada. Nos répteis, cada alimentação marca um ciclo que se inicia com a assimilação e digestão do alimento, depois a formação e excreção de urina e fezes, e por fim, a muda da pele que corresponde ao crescimento do animal. Só depois da muda, começa a estar recetivo a comer novamente, iniciando um novo ciclo. No caso dos lagartos, incluindo os Dragões-de-komodo, a muda da pele é parcial. Por isso é importante estarmos atentos para confirmar que o ciclo está completo.”


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entre rugidos e piares

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Educar verbo transitivo 1. Dar educação a.2. Criar e adestrar (animais). 3. Cultivar (plantas). verbo pronominal 4. Adquirir os dotes físicos, morais e intelectuais que dá a educação. Palavras relacionadas: educando, educado, educativo, deseducar, educação, bem-educado, desemburrar.


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...Bernardo Ferrão ... conversas com amigos do Jardim Zoológico

“...Os valores da família que encontro no Zoo.” O pai era arquiteto e a mãe, eventualmente, teria gostado que tivesse seguido as suas pisadas. Foi para economia mas o caminho também não seria por ali. Quando acabou a licenciatura em Ciências da Comunicação, no Porto, disse “eu quero ir trabalhar para a SIC”. Bernardo cumpriu.

C

resceu a norte mas a paixão pelo jornalismo e o amor à primeira vista trouxeram-no para sul. No entanto, foi uma visita ao Jardim Zoológico que o trouxe a Lisboa pela primeira vez. A discrição fora dos ecrãs talvez contraste com a frontalidade que assume na televisão, porque a missão do jornalismo assim o exige. Bernardo Ferrão é sub-diretor de Informação da SIC e SIC Notícias, coapresenta o programa semanal Expresso da Meia-Noite, é cronista no Expresso Diário/Online, e porque “a verdade acima de tudo”, sem concessões ou adaptações, atualmente apresenta e coordena a rubrica do Jornal da Noite, “Polígrafo SIC”, um programa que procura apurar a verdade no espaço público.

“A SIC foi amor à primeira vista”, e o jornalismo foi desde sempre uma paixão? Desde que me lembro que sempre me imaginei jornalista. Na verdade, ainda andei em economia no liceu, mas rapidamente percebi a minha queda para as humanidades. A curiosidade é uma característica fundamental e condição para se ser jornalista, procurar a verdade, os factos, saber mais, o detalhe dos acontecimentos. Os meus pais sempre estimularam a nossa curiosidade, o conhecimento. O meu pai lia muito e isso fez com que se criasse uma cultura em casa muito orientada para o conhecimento.

Quem foram as suas grandes referências dentro e fora do jornalismo, e de que forma o influenciaram? Em Portugal faz-se muito bom jornalismo. Na rádio, nos jornais e na televisão há excelentes jornalistas. Em casa dos meus pais, o jornal Expresso era religioso, lembro-me de ir aos sábados de manhã comprá-lo com o meu pai. Mas não consigo agora dizer quais os jornalistas que mais me marcaram, o que posso dizer é que sou da geração que cresceu com o arranque da SIC, e esse foi sem dúvida um estímulo para seguir esta carreira.


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Perfil Naturalidade: Foz do Douro Ano de Nascimento: 1976 Estado Civil: casado, pai da Carolina e da Benedita . Profissão: Jornalista Hobbies: Desporto, cinema, leitura. Cusiosidade: Licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Fernando Pessoa, Porto, tem formação em jornalismo Multiplataforma Newsplex, pela Univ. da Carolina do Sul, e foi formador de cursos de jornalismo em televisão no CENJOR e na ETIC.


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“Gosto muito de ir ao Zoo” A simpatia e frontalidade do homem do Norte sempre o ajudaram a chegar à fonte certa? É simpático apontar-se a simpatia das pessoas do Norte, mas não acredito que seja esse o traço que mais me define. Prefiro a frontalidade. Não tenho receio de confrontar, é verdade que nem sempre corre bem, mas prefiro assim. Não sou grande admirador dos paninhos quentes… Na vida “a verdade acima de tudo” ou há que adaptá-la às situações? A verdade acima de tudo. Sem adaptações. Nem sempre trabalhou na editoria política. Quando se começa a trabalhar nesta área, o “bichinho” não sai mais? Comecei como estagiário no Porto, depois fui correspondente em Vila Real. Como correspondente, não temos áreas específicas mas sempre gostei muito de política. Acabei por dedicar-me em exclusivo quando vim para Lisboa e o Ricardo Costa me convidou para a editoria de Política na SIC, e anos mais tarde para editor no Expresso. O jornalismo político é muito importante, deve promover o esclarecimento mas também o escrutínio. Numa altura em que as notícias falsas estão cada vez mais na ordem do dia, a missão do jornalismo devia ser ainda mais reforçada. Como se adapta o papel do jornalista perante este cenário? Voltamos ao tema da verdade acima de tudo… O papel do jornalismo é fundamental, sobretudo nestes tempos de

tanta informação em que a rapidez noticiosa vale muito. Há quem considere que o factcheck vem fragilizar o jornalismo tradicional porque o põe em causa, como se tivesse de haver uma dupla verificação. Não concordo, julgo que só vem reforçá-lo. Temos de estar muito atentos. As redes sociais comportam vários perigos. Já ganhou um prémio de Jornalismo “Direitos Humanos, Tolerância e Luta contra a Discriminação na Comunicação Social”; um galardão instituído pela Comissão Nacional da UNESCO com a reportagem “A um salto” sobre imigrantes clandestinos que tentam transpor a fronteira entre Marrocos e Espanha, tem saudades deste trabalho de campo? Tenho. Fiz muita reportagem, diária e não diária. Mas hoje faço outras coisas que também me dão muito prazer. Fazer parte da direção da SIC, SIC Notícias e SIC online é uma honra. Não pelo cargo mas pelas pessoas da redação. É uma redação incrível e cheia de talento. Guerra, alterações climáticas, refugiados, etc. Como é partilhada esta atualidade de notícias menos positivas com as suas filhas?

POLÍGRAFO SIC Diariamente lemos e ouvimos notícias, mas fica sempre a dúvida: onde acaba a verdade e começa a mentira? Bernardo Ferrão analisa um conjunto de intervenções de personalidades de relevância pública no programa Polígrafo SIC. Essas intervenções são minuciosamente verificadas através de uma pesquisa fortemente sustentada em fontes originais, de natureza documental e nos próprios autores da afirmação. Na deliberação procuram ainda adotar um compromisso justo, transparente e não-tendencioso.

Ainda são muito novas e por isso ainda não estão muitos expostas aos problemas do mundo. Mas já acompanham, sobretudo as questões ambientais. Preocupam-se muito com a separação do lixo, com a água que gastam a lavar os dentes, com o desperdício, com os plásticos. Não estou a ser politicamente correto, falo verdade, hoje as cabeças dos mais novos são bem diferentes. “Quem disse que era fácil”? Lá está. Esse foi um trabalho que me deu muito prazer. “Quem disse que era fácil” é o título da biografia não autorizada que eu e a Cristina Figueiredo, minha colega da SIC, fizemos em 2015 sobre o primeiro-ministro António Costa. Foi o verão inteiro a trabalhar e com alguns contratempos, mas valeu a pena. Recentemente terminou uma entrevista ao primeiro-ministro dizendo “Tentarei ter mais tempo para a próxima entrevista” . Para o que é que gostava de ter realmente mais tempo? Para viver. Apanhei um grande susto de saúde no ano passado que me marcou profundamente. Gostava de ter mais tempo para a minha família, para as minhas filhas, para viajar, para ler, para desenvolver outros projetos. O tempo voa, a minha filha mais velha fez agora 9 anos. Nove anos… Das suas visitas ao Jardim Zoológico, o que mais valoriza da sua missão? Tem algum animal de eleição? A promoção da Natureza, mas também os valores da família que encontro no Zoo. Gosto muito de ir ao Zoo e fui algumas vezes com as minhas filhas. Não consigo escolher um animal… Lembro-me da primeira vez que vim a Lisboa. Viemos com um tio de propósito para ir ao Jardim Zoológico.


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TEMA DO ARTIGO

22 | p a l a v r a d e b i c h o |

...O DRAGÃO-DE-KOMODO

Afinal os

dragões

existem!

E atenção, não te deixes enganar, porque as aparências iludem. É verdade, confirmamos essa sabedoria popular que se estende a todo o Reino Animal. Vamos conhecer o Dragão-de-komodo... Quem não fica fascinado com o Dragão-de-komodo que se acuse! O maior lagarto do mundo, na Terra há mais de 40 milhões de anos, tem sobrevivido a muitas mudanças, e tem os dinossauros como seus antepassados. Já estás a imaginá-lo a deitar fogo pela boca? Embora isso seja impossível de acontecer, este dragão tem uma saliva “tóxica”, já que é composta por bactérias, e ao morder uma presa, inicia-se um processo de decomposição da carne. Mesmo que a presa escape, a morte é certa após uma mordida. É então que a sua outra virtude entra em ação, a paciência. O Dragão-de-komodo aguarda até à morte da presa para finalmente se alimentar.

A sua aparência robusta, com membros e cauda excecionalmente fortes, pode também levar-te a pensar que é um animal vagaroso. Mas, pelo contrário, é um caçador ativo e corre até bastante depressa, pode movimentar-se a 19km/h em corridas breves. Na época de reprodução, os machos adultos lutam pelo território, e se um outro macho se intromete na conquista por uma fêmea, cuidado que estará a comprar uma batalha violenta! Levantam-se e debatem-se com o corpo elevado, só com as patas posteriores no chão. As aparências iludem mesmo!

SABIAS QUE...

Este lagarto consegue comer um javali de 30 kg em apenas 17 minutos. • Tem cerca de 60 dentes. • Consegue cheirar um animal morto a 11 km de distância.

Mas comecemos mesmo pelo princípio Era uma vez 26 ovinhos... É verdade, o maior dos répteis tem o início da sua existência num dos mais de 20 ovos que são incubados durante 8 a 9 meses num ninho, escavado no solo pela sua progenitora. Enquanto é pequeno, o Drag ão - de -komodo passa despercebido entre a vegetação e vai-se alimentando de insetos.

NO M A PA

os dragões no nosso mapa De seu nome científico Varanus komodoensis, habitam em savanas e florestas tropicais de monção, em ilhas do Sudeste Asiático, no arquipélago indonésio


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Mudar de roupa?

SOPA DE LETRAS DOS ANIMAIS SELVAGENS PARA PASSAR O TEMPO

A coloração verde com bandas em amarelo e preto, vai garantindo a sua sobrevivência nas copas das árvores e só desce para o solo a partir dos 8 meses de idade. Por isso, diz-se que nesta fase são arborícolas. Tal como acontece com a maior parte dos répteis, as crias crescem e sobrevivem sem cuidados parentais. E se tudo correr bem, podem tornar-se adultos com 3 metros de comprimento e serem “senhores lagartos” com um peso saudável entre 100 e 150kg. O pacato Dragão-de-komodo tem também o seu lado preguiçoso. Mas quem não tem? Gosta de se estender ao sol, e muitas vezes, em vez da caça, prefere um cadáver que detete através do olfato, a quilómetros de distância. Não desperdiça nada, desde que seja carne!

E apesar de não ser nada social, pode partilhar uma carcaça, desde que haja alimento para todos. Ainda que seja um animal terrestre em adulto, consegue nadar nas águas mornas do arquipélago da Indonésia, de onde é originária esta espécie. E assim viverá até aos 30 ou 50 anos. Se o homem ajudar... Se todos colaborarmos Embora seja dos répteis mais emblemáticos, está ameaçado de extinção. O Dragão-de-komodo é uma espécie classificada como Vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A perda do habitat, a diminuição do número de presas naturais, a predação dos juve-

nis e a caça pelo homem são as suas principais ameaças. E, como sabes, as alterações climáticas são responsáveis por mudanças severas no habitat que interferem com a fauna e a flora. Esta espécie restringe-se atualmente a sete ilhas na Indonésia. O Parque Nacional de Komodo, criado em 1980, é uma das áreas protegidas onde a população de Dragões-de-komodo se mantém. O Jardim Zoológico, participa no projeto de conservação que atua no habitat natural, na Indonésia, e tem ao seu cuidado dois exemplares da espécie. Espreita o filme para os conheceres melhor: www.zoo.pt › conhecer ›animais› dragao-de-komodo. Podemos contar também com a tua ajuda? Se fores ao nosso site encontrarás muitas pistas com a nova campanha “Biodiversidade Somos Nós”: Sabe tudo em: w w w.zoo.pt › conser var › biodiversidade-somos-nos. Tu tens o poder de fazer a diferença todos os dias!

ESPÉCIE

que língua estranha... O Dragão-de-komodo tem a língua bifurcada que é na verdade como se fosse...o seu nariz! Deteta as presas ou cadáveres a quilómetros de distância e orienta o caminho a seguir até ao alimento.

correr e nadar Para além de correr nas investidas de caça, sabe nadar e gosta de estar dentro de água.

R A P O S A U I I E

S R F F A C I G B L

O P L E Ã O L R H E

V I J S M P F E J F

U N L G I R A F A A

L O B G U I O B P T A V B L N T E G Ã I E X A C A W D N T E

O M L Z E B R A Q N

SOLUÇÕES

Os répteis são animais de sangue frio. Uma vez que não possuem uma temperatura corporal constante, necessitam de calor externo para regular a sua temperatura.

U B R Q U H G T G V

BALEIA ELEFANTE GIRAFA LEÃO LOBO PINGUIM RAPOSA TIGRE URSO ZEBRA

A mudança de pele nos répteis promove a renovação dos tecidos e o crescimento. Ao contrário das cobras, os lagartos renovam a pele por partes. E só depois da muda voltam a ter fome.

JÁ CONHECES OS PROGRAMAS DE FÉRIAS DO JARDIM ZOOLÓGICO? Estes campos dividem-se nas modalidades de Atelier e ATL. O Atelier dirige-se a crianças entre os 3 e os 5 anos. O ATL é um Campo de Férias para crianças e jovens dos 6 aos 16 anos. Temos sempre uma agenda bem planeada para que passes umas férias inesquecíveis: de Páscoa, verão ou Natal! E existem várias modalidades à escolha: · turno de 5 dias; · turno de 4 dias; · dias temáticos. O horário é das 9h às 18h. Podes consultar o site do Jardim Zoológico em www.zoo.pt para estares sempre atualizado. Vais poder desvendar os mistérios do Reino Animal e conhecer de perto os tratadores e os animais enquanto te tornas num verdadeiro Embaixador da Natureza. Não percas a oportunidade. Increve-te já.


O M U N D O E M O C I O N A N T E D A N AT U R E Z A

24 | d e s a f i o d e p a d r i n h o |

DESA FIO DE PA DR I N HO

MILESTONE

Desde 2010 a construir o futuro A Milestone apoia o Jardim Zoológico com o apadrinhamento do Lince-ibérico Gamma desde o início de 2017. Este apoio contribui para assegurar o bem-estar desta espécie A Milestone foi este ano reconhecida como a 13ª Melhor Empresa par a Trabalhar em Portugal no âmbito do estudo “100 melhores empresas para trabalhar”, realizado pela revista Exame. O que significa para a Milestone este reconhecimento? M: A distinção como 13ª Melhor Empresa para Trabalhar, simboliza o reconhecimento das boas práticas que a Milestone tem vindo a desenvolver. Para além do reconhecimento interno dos nossos colaboradores é também um reconhecimento que nos permite fazer um benchmarking, mantendo aquela que é a nossa aposta na melhoria contínua

O que vos diferencia das restantes empresas? M: O elevado nível de qualidade de entrega aliado a uma forte cultura de proximidade foram, desde sempre, eixos de diferenciação competitiva que nos distinguem no mercado. Quais as grandes aspirações da Milestone para 2020, e próximos anos? M: Reforçar a liderança em áreas de especialização, como Tesouraria e Enterprise Performance Management e consolidar a oferta de serviços e soluções de Infraestrutura, com ênfase nos processos de migração para nuvem, e de serviços de consultoria em processos de gestão de pessoas, são algumas das

nossas aspirações para 2020. Ainda, permanecer entre as melhores empresas para trabalhar, proporcionando aos nossos colaboradores um ambiente de trabalho inspirador e contribuir positivamente para a sociedade, serão sempre as motivações do nosso trabalho. Como avaliam e valorizam o apoio tão fundamental ao Jardim Zoológico, através do apadrinhamento de animais? M: É uma honra para a Milestone contribuir para este projeto pois reconhecemos o seu contributo a nível ambiental, pedagógico e cívico. A avaliação é sempre positiva devido à seriedade deste projeto que já tem mais de

10 ANOS A MARCAR A DIFERENÇA Este é, sem dúvida, um projeto em que acreditamos, confiamos e nos associamos com muito carinho.

135 anos que reforça valores muito apreciados pela Milestone: humanidade, comprometimento e sustentabilidade. O nosso Natal em família já é passado no Jardim Zoológico há cerca de 3 anos, numa tarde mágica que alegra e inspira a todos os nossos colaboradores.


entre pintas e riscas

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Investigar (latim investigo, -are) verbo transitivo Proceder à investigação de... Palavras relacionadas: investigação, investigativo, reinvestigar, megainvestigação, meteoronomia, exactificar


26 | e m d e s t a q u e |

C ARLOS ALBERTO E OJARDIM ZOOLÓGICO

TEMA DO ARTIGO

26 | s e c ç ã o |

Uma enciclopédia animal Carlos Alberto tem 84 anos, mas a sua expressão ao falar dos animais e do Jardim Zoológico, ganha o brilho entusiasmado de uma criança.

C

arlos Alberto Rodrigues Augusto, mais conhecido por todos como Carlos Alberto, nasceu em Lisboa em 1935 e desde muito pequeno começou a acompanhar o pai, que trabalhava no Jardim Zoológico. Enquanto criança, o Zoo era o seu recreio, mais tarde, já adulto, tornou-se no seu local de trabalho. Um local pelo qual Carlos Alberto não imaginaria que se viria a apaixonar e ao qual hoje, com 84 anos de idade, ainda chamaria de segunda casa.

ACOMPANHAR A EVOLUÇÃO Muito mudou desde o ano em que Carlos Alberto começou a trabalhar no Zoo. Decorria o ano de 1947 e o mundo tinha acabado de sair da Segunda Guerra Mundial. Em Portugal, davam-se os primeiros passos para a adesão a uma Organização Europeia de Cooperação Económica e no Jardim Zoológico, segundo Carlos Alberto, viviam-se tempos diferentes.

Em 1947, o Jardim Zoológico completava a tenra idade de 72 anos. O espaço era caracterizado pela pouca vegetação e um conjunto de jaulas, em fila onde habitavam os animais. Carlos Alberto é do tempo em que o elefante tocava o sino, os chimpanzés andavam de bicicleta, as crias de gorila passeavam em carrinhos de bebés e o orangotango passeava no espaço pela mão do tratador. Eram outros tempos.


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Eram tempos de desconhecimento em que se acreditava estar a criar as melhores condições. Mas Carlos Alberto viu a mudança. Viu desaparecer cada uma das jaulas, que deram lugar a amplas instalações naturalistas que hoje caracterizam o espaço. Viu o adensar da vegetação e o aparecimento de conceitos como bem-estar animal, conservação, investigação e educação.

As mãos, calejadas, não escondem os 62 anos que dedicou a este trabalho, onde teve tempo de passar por todos os setores. Foi jardineiro, tratador, cocheiro, chefe dos tratadores, e houve até um tempo em que tomava conta de tudo, até das bilheteiras. Assume que hoje em dia ainda aprende muito com todos os que passam por esta casa, mas todos os que com ele trabalham concordam que ensina ainda mais, com os seus largos anos de experiência. Hoje faz quase 20 anos que está reformado, mas mantém a rotina igual à que tinha quando “estava ao serviço”. Chega todos os dias por volta das 6h30/7h, e faz uma ronda pelas instalações para ver se algum animal precisa de assistência, comunicando prontamente à curadoria e veterinária. No entanto, como passa todos os dias no espaço, assume um conhecimento elevadíssimo sobre as mais variadas matérias que não se prendem apenas com o bem-estar animal, mas também com a arquitetura e com o transporte animal. DEDICAÇÃO SEM IGUAL Em cadernos, Carlos Alberto foi assentando o registo de todos os nascimentos, mortes, saídas e entradas de animais.

O QUE CARLOS ALBERTO NOS ENSINOU SOBRE OS ANIMAIS Os estudos dão-nos a teoria, no entanto é a sensibilidade que vem do gosto pelos animais que faz a diferença e permite a um tratador saber ouvir e dar voz aos que não a têm. • É crucial para este trabalho compreender o que os animais “falam” através do olhar e da postura corporal

Hoje em dia esses dados estão informatizados e disponíveis dentro de uma rede de zoos para partilha de informação. O transporte de animais, muitas vezes a cargo do próprio, correspondia às entradas e saídas que tão religiosamente assentava nos seus cadernos. Desde o primeiro animal que trouxe para o Zoo, o Chimpanzé Dari, que estava no Algarve em casa de uma senhora que o tinha trazido de Á frica, ao transporte “de peso” de hipopótamos, elefantes e rinocerontes, Carlos Alberto terá feito um total de 50 destas viagens ao longo da sua vida. De todas as viagens, Carlos Alberto recorda em especial a que fez a África nos anos 90. O destino era o Kruger Park, na África do Sul, e o objetivo era o transporte da Shibula, uma fêmea de Rinoceronte-negro, para reintrodução no habitat natural, com o objetivo de se reproduzir. Foram

18 dias de uma viagem bem sucedida. A fêmea chegou bem ao destino, contribuindo com uma descendência de onze novos animais. É um tempo saudoso para Carlos Alberto, que afirma com determinação que voltaria a fazer viagens de transporte de animais se precisassem dele. Gosta da aventura, de conhecer novos espaços e de observar os animais na natureza. Esse interesse levou-o a correr o mundo, esteve em África, Austrália, em vários países da Europa , “sempre a aprender”, como recorda. Uma vida inteira dedicada ao Jardim, aos animais e às pessoas que lá estão e às que lá passaram. E quando questionado sobre o que é preciso para tamanha dedicação, responde que quem trabalha no Jardim Zoológico tem que ter amor aos animais! Amor e sensibilidade, e quem lida diariamente com Carlos Alberto afirma que ele tem de sobra. No entanto, para Carlos Alberto tudo é natural e nem repara que talvez, mais que uma paixão, tenha um dom. Que se mantenha por muitos e bons anos a dar o seu enorme contributo. O Jardim Zoológico e os animais, agradecem.


28 | o p i n i ã o d e m e s t r e |

idade

nome Ana Daniela Soares 42 anos profissão Jornalista curiosidade autora do livro “Cobras, lagartos e baratas; os melhores amigos do homem” a editar pela FFMS em Fevereiro de 2020

“Os animais fazem bem à nossa saúde, mas será que nós fazemos bem aos nossos animais de companhia?” COSTUMA ANDAR DE RODA DE TEMAS LITERÁRIOS, MAS FOI O SEU AGUÇADO ESPÍRITO DE CURIOSIDADE QUE LEVOU ANA DANIELA A INVESTIGAR UMA REALIDADE QUE POUCOS TÊM CONHECIMENTO. SABIA QUE HÁ QUEM TENHA A BARATA COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? PASSAMOS A PALAVRA À JORNALISTA E AUTORA DE PROGRAMAS DE DIVULGAÇÃO LITERÁRIA COMO “TODAS AS PALAVRAS” (RTP3) E “À VOLTA DOS LIVROS (ANTENA 1)”. “Cobra com 1,70m e 20 kg de peso encontrada em caixa abandonada em Cascais” Foi a leitura da notícia acima publicada em 2011 que me fez “mergulhar” no admirável mundo dos animais de estimação. A pitão albina descoberta na caixa abandonada em Cascais seria o animal de companhia de alguém que resolveu abandonar o animal à sua sorte. Apesar dos poucos acidentes documentados, se estiver com fome ou se se sentir ameaçada, esta cobra pode atacar um ser humano. Se conseguir sobreviver no estado selvagem poderá provocar uma enorme devastação nos ecossistemas causando um problema ambiental gravíssimo. Consideradas repelentes pela maior parte dos seres humanos, há cada vez mais pessoas a adotar serpentes como animais de estimação. É preo-

cupante sabermos que, nos últimos dois anos, a maior parte dos animais encontrados pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas abandonados ou detidos ilegalmente em casa das pessoas são cobras. E, por vezes, mais do que uma! Mas no que diz respeito a animais “estranhos” não ficamos por aqui. Em Portugal é legal ter como animais de companhia determinadas espécies exóticas como aranhas, escorpiões, lagartos, cobras, mamíferos como Suricatas ou Petauros-do-açúcar e até baratas de Madagáscar, baratas que podem atingir 10 cm de comprimento e que emitem um silvo quando assustadas. Comprar um animal, seja ele qual for, numa loja, na internet, diretamente ao criador ou noutro país é uma grande responsabilidade. Uma

responsabilidade no que diz respeito ao conhecimento sobre o animal, do que necessita para o seu bem-estar sem colocar em risco os nossos ecossistemas e a saúde pública (primatas, proibidos enquanto animal de companhia, apreendidos pelo ICNF estão frequentemente infetados com o vírus da SIDA ou Ébola) mas também é uma responsabilidade do ponto de vista legal (calcula-se que o tráfico de vida selvagem movimente cerca de 12 mil milhões de euros por ano e está normalmente ligado a outro tipo de crime como terrorismo). No caso de espécies exóticas é preciso ter a certeza de que é legal detê-las em Portugal e possuir toda a documentação obrigatória por lei. Há atualmente uma longa lista de espécies exóticas cujo comércio e detenção por

particulares são proibidos e esta proibição prende-se não só com questões de segurança, mas sobretudo com o contexto alargado da proteção das espécies ameaçadas. Relativamente aos animais exóticos, Portugal tem um problema acrescido. O estado português não possui instalações próprias para receber os animais apreendidos pelo que é aos parques zoológicos que estes animais são entregues, dentro das suas limitações. Espaços que possuem o conhecimento não só para assegurar as condições de bem-estar, mas também projetos de conservação e educação para os quais estas espécies podem dar um importante contributo. Os animais fazem bem à nossa saúde, mas será que nós fazemos bem aos nossos animais de companhia?


Ideias com Natureza Um ano em cheio

A cultura eleva o Homem e os jovens precisam de horizontes amplos. Pode ser a motivação que faltava para estudarem com gosto e desenvolverem o seu potencial, dando o melhor de si. Também é uma boa maneira de adquirir sentido crítico.

AO A R LI V R E

READY, SET, GO! Passadiço, Serralves

A secção criada para que não perca nada, com dicas e sugestões para estar sempre a par das novidades.

PELO PLANETA

VAMOS DESLIGAR A FICHA Em 2007, a WWF (World Wide Fund) criou a Hora do Planeta, uma iniciativa ambiental que procura sensibilizar o mundo para o problema das alterações climáticas, elegendo cada um de nós como agente de mudança. Nesse ano, em Sidney, 2,2 milhões de pessoas e mais de 2.000 empresas apagaram as luzes durate 1h, juntando-se assim a este movimento de sustentabilidade global. No dia 28 de março de 2020, entre as 20h30 e as 21h30, convidamo-lo a participar neste movimento desligando as luzes e refletindo sobre todas as ações diárias que ainda pode ajustar para fazer deste um planeta mais são.

Passear na copa das árvores com 260m de extensão, entre 1,5m e 15m de altura, a Treetop Walk abriu ao público em setembro passado. Para além do espaço de exposição de Serralves, os visitantes podem agora fazer um passeio ao nível da copa das árvores, em nome da sustentabilidade ambiental e da proteção da biodiversidade. Idealizado pelo arquiteto Carlos Castanheira em colaboração com Siza Vieira, a fundação garante mais uma experiência impactante de observação e estudo da fauna e flora de Serralves. Visitas orientadas para o público em geral, com a duração de 1h, que dão a conhecer a biodiversidade do Parque. Mais informações em: www.serralves.pt/pt/parque/treetop-walk/animal-inside-out-europe ... AQU I PELO ZOO

UMA NOTA SELVAGEM Elefante, Chimpanzé e Lince-ibérico são alguns dos animais a dar a cara nas novas “notas recordação” do Jardim Zoológico. Este souvenir original pode ser comprado pelo valor simbólico de 2€. Cada uma destas 5.000 notas é única e tem o seu número de série. O valor da venda das “notas” reverte para o Fundo de Conservação do Jardim Zoológico, que financia os programas de conservação que o Zoo apoia no habitat natural.

OS A NI M A I S D O ZO O PA R TILH A M IDEI A S

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V I V ER A CIDA DE

PUM, A VIDA SECRETA DOS INTESTINOS Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva Parque das Nações

LITER ATU R A

Dê um mergulho literário com as crianças “A Baleia” de Benji Davies Um dia, enquanto passeava à beira-mar para ver o que tinha mudado durante a tempestade noturna, Noé encontra uma pequena baleia junto à costa… E mais não contamos porque vale a pena mergulhar nesta história, que embora não seja novidade literária, nos inspira sobre a amizade, o isolamento, a família, e está excecionalmente ilustrada. Sabe mais em: www.orfeunegro.org/collections/orfeu-mini/ products/a-baleia-livro-puzzle

Até ao dia 20 de agosto não perca “Pum! A vida secreta dos intestinos”, uma exposição patente no Pavilhão do Conhecimento que tem fascinado todos os que por lá passam, miúdos e graúdos. Segundo os responsáveis, a ideia é, de uma forma informativa mas também muito divertida, dar a conhecer tudo sobre este órgão que apesar da sua má reputação, é da maior importância para o nosso corpo. Inspirada no best seller “A vida secreta dos intestinos”, de Giulia e Jill Enders, a exposição dá a conhecer em detalhe o mundo fascinante de um órgão que, quando esticado, tem 7 metros de comprimento e carrega em si 100 mil milhões de bactérias, vírus e fungos, fundamentais ao seu bom funcionamento. Esta colónia corresponde a cerca de dois quilos do nosso peso corporal e é designada por microbiota* intestinal. Visite esta fascinante exposição e embarque com a família numa viagem pelas profundezas dos intestinos. Outras informações em: www.pavconhecimento.pt/pum-a-vida-secreta-dosintestinos/

* Microbiota – conjunto de bactérias, fungos e vírus que habitam um órgão do nosso corpo.


O Jardim Zoológico agradece a todas as empresas que o apoiam. Fornecedores Oficiais

Patrocinadores Oficiais

Padrinhos & Parceiros



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