Revista Arquidioces'Ana nº 03

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Decreto Instituição do Ano Jubilar Dom Itamar Vian Por mercê de Deus e da Sé Apostólica Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana Aos que este nosso decreto virem, saudação, paz e bênção em nosso Senhor Jesus Cristo! Com a bula Quandoquidem novae, de 21 de julho de 1962, o Papa João XXIII criava a Diocese de Feira de Santana, com desmembramento da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Tendo a frente como o seu primeiro pastor, o bispo Dom Jacksosn Berenguer Prado, de saudosa memória. “A criação de uma nova Igreja sempre foi fonte e origem de renovada esperança” afirmara o pontífice. De fato, muito frutos podem ser colhidos nesses quase cinquenta anos, expressão do labor de muitos que trabalharam na messe do Senhor, mormente o nosso predecessor, Dom Frei Silvério Jarbas Paulo de Albuquerque, OFM. A Diocese é uma porção do Povo de Deus, na qual se constitui uma Igreja particular onde é “presente e operante a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica” (Cân. 369). Visa, sobretudo, o pastoreio deste povo, procurando ir-lhe ao encontro nas suas particularidades. Com o intuito de dar novo ânimo e vigor e fomentar uma ação pastoral mais intensa em toda a Arquidiocese de Feira de Santana, havemos bem decretar, como de fato o fazemos pelo presente, Ano Jubilar Jubilar, Julho de 2011 a Julho de 2012, cujo tema é Igreja, Vida e Missão e cujo lema é: “Reaviva o dom de Deus que há em ti” (2Tm 1,6). Que todas as forças vivas da nossa Arquidiocese, leigos, religiosos, sacerdotes, empenhemse para que a celebração do Jubileu de Ouro de nossa Arquidiocese possa se constituir em um tempo de graça para todo o povo de Deus desta Igreja Particular. Dado e passado nesta episcopal cidade de Feira de Santana, aos vinte e seis dias do mês de julho do ano de dois mil e onze. + Itamar V ian Vian Ar cebispo Metr opolitano Arcebispo Metropolitano 2

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Editorial

Prezado Leitor,

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Jubileu foi, sem dúvida, um evento memorável na caminhada de nossa Igreja. Ficaram gravadas, em nossa mente e em nosso coração, todas as atividades desenvolvidas, que se constituíram em um forte convite a celebrar a nossa história! Foi uma oportunidade especial para olharmos o passado a fim de agradecer e pedir perdão, viver o presente com mais intensidade, avaliando a caminhada, reorientando o caminho e, desse modo, projetar, de uma forma nova, o futuro. Toda a nossa Arquidiocese foi convidada a celebrar este momento, procurando ver nele uma ocasião propícia para reafirmarmos o nosso empenho em tornar-nos a Igreja que Deus quer e o povo precisa. Sem dúvida alguma, todas as atividades realizadas durante o jubileu, que esta nova edição rememora, foram organizadas, planejadas e realizadas com muito carinho pela Comissão Jubilar e se constituíram em momentos singulares de celebração festiva. A todos que se empenharam, a nossa palavra de agradecimento pelo caminho bonito que foi realizado. A você que folheará esta páginas, convido a dizer comigo: “Quão imensos, Senhor, os teus feitos, Maravilhas fizeste por nós!” Dom Itamar Vian Arcebispo Metropolitano

Nesta Edição “...Era hora de preparar a festa...” .....................................................04 Imagens da nossa história ...................................................................05 “Para o Ano Jubilar, eis-nos aqui Senhor!” .......................................06 TEMPO DE CELEBRAR A visita da imagem de Sant’Ana ........................................................07 Abertura do Ano Jubilar .....................................................................08 ECC: Casais Discípulos Missionários ...............................................09 25 Anos semeando a cultura de Pentecostes ....................................10 Um jantar dançante ..............................................................................11 Bote Fé Feira .........................................................................................12 O bote fé em minha vida ....................................................................13 A minha fé... no bote fé ......................................................................14 Nossa História cantada e contada .......................................................15 Exposição Igreja, Vida e Missão (Igreja) ..........................................16 TEMPO DE ORAÇÃO Um Tesouro Espiritual .......................................................................18 Novena de Natal ...................................................................................19 Bom Jesus da Lapa: Uma experiência de fé, uma expressão de amor ......................................................................20 Jubileu de Ouro arrasta devotos para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida .............................................21 Também sou teu povo, Senhor ..........................................................22 Caminhada do perdão - Momento de Fé e Reconciliação ..............23 A oração e logomarca do Jubileu ......................................................25 Exposição Igreja, Vida e Missão (Vida) ............................................26 TEMPO DE SERVIR.........................................................................28 Irmãs Clarissas celebram o Jubileu de Ouro ....................................29 “...E serás Sacerdote da humanidade!” .............................................30 Dom Silvério Albuquerque .................................................................31 Dom Giovanni Crippa ........................................................................32 Vida e Missão .......................................................................................34 Instalação das Paróquias .....................................................................35 Exposição Igreja, Vida e Missão (Missão) ........................................37 Vestir a camissa do Jubileu .................................................................38 Salve, Sant’Ana! ....................................................................................39 TEMPO DE FORMAÇÃO Lançamento do livro “O Seguimento de Jesus” ..............................40 Jornada Missionária Arquidiocesana, Semana Biblíco-Catequético e Jornada Teológica ...........................41 A Revista Arquidioces’Ana ................................................................42 Fé Católica presente no Jubileu .........................................................43 O grande dia ........................................................................................44 “Vocês são o presente desta Arquidiocese para o Pai!” Dom Murilo Krieger ..........................................................................48 TEMPO DE COMUNHÃO ............................................................51 Dioceses irmãs jubilares .....................................................................53 Igreja, Vida e Missão - Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana .............................................................................54 A tarefa de comunicar o Jubileu de Ouro .......................................56 TEMPO DE AGRADECER Um tempo de visita do Senhor ..........................................................57 Nos passos do amanhã - rogai por nós ............................................58

Colaboração com os textos: Dom Itamar Vian, Dom Murilo Krieger, Pe. Cristiano Fechine, Pe. Pedro Júnior, Pe. Hipólito Gramosa, Pe. Augusto, Irmã Rosa Aparecida, Irmã Maria Ielma, Flávio Porto, Hélio e Cláudia, Luciano Ribeiro, Ney e Gal, Jilvan Dias, Eduardo Brito, Roselane Moraes, Iracema Araújo, José Angelo e Mário Leal. Dom Itamar Vian - Arcebispo Colaboração com Fotos: José Angelo Leite Pinto, Lula Mascarenhas, Robson Miranda e Mário Leal Metropolitano de Feira de Santana Direção e Revisão: Pe. Pedro Júnior Equipe de Comunicação do Jubileu: Pe. Pedro Júnior, Pe. Hipólito Gramosa, Capa: José Angelo Leite Pinto José Angelo Leite Pinto, Lourdes Rocha, Diagramação: Alyrio Santos e Flávio Porto Flávio Porto Impressão: EMGRAF (3623-0011) Avenida Getúlio Vargas, 394 - Centro Tiragem: 2000 exemplares 44001-192 Feira de Santana - Bahia, Brasil Site: www.arquidiocese-fsa.org.br Telefone: (75) 3623-2875 Fale conosco: pascom@arquidiocese-fsa.org.br

Revista Arquidioces’Ana é uma publicação comemorativa do Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana – BA

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om Itamar e o conselho presbiteral, conscientes da importância da celebração de um jubileu, decidiram celebrá-lo de um modo todo especial, preparando, portanto, este momento antecipadamente. Todos eram unânimes de que o cinquentenário da Diocese deveria ser aproveitado como uma ocasião propícia de evangelização. Foi, deste modo, constituída uma comissão, cujos nomes foram escolhidos pelo próprio conselho presbiteral. Como timoneiro desta “embarcação” foi eleito o Pe. Pedro Júnior, que, com ânimo e dedicação, assumiu a tarefa. Logo que a comissão foi constituída, os membros foram convocados para uma reunião. No primeiro encontro, destacou-se a importância do evento, a oportunidade de celebrá-lo e choveram varias sugestões, que com o passar do tempo e das demais reuniões, foram tomando um corpo concreto. Conseguimos chegar a uma proposta concreta, tendo já um cronograma de atividades. A partir daí, os encontros da comissão estavam voltados para preparar os eventos e as atividades programadas, ponderando os vários elementos para sua realização. As reuniões foram realizadas em vários locais: na Faculdade Católica, no Dispensário Santana, no Colégio Padre Ovídio, nas casas dos casais e eram marcadas por um forte desejo de tudo bem realizar. Nem todos puderam se fazer presentes, contudo permaneceu “um resto de Israel”, que, com um forte senso eclesial, dedicou-se e fez com que a Igreja de Feira vivesse um momento especial que deixou saudades e marcou a nossa história.

“…Era hora de preparar a festa”

Comissão do Jubileu Pe. Pedro Moraes Brito Júnior - Presidente Mons José Nery de Almeida – Vice Presidente Sra. Maria Gislândia Silva Agapito - Secretária Pe. João Carlos Falcão de Brito Pe. Hipólito Gramosa dos Santos Pe. Giovanni Crippa Pe. Júlio César Santa Bárbara Pe. Marildo Ferreira da Silva Pe. Cristiano Fechine de Holanda 4

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Sr. José Ângelo Leite Pinto Sr. Vanderley Ferreira Lima Sra. Lourdes Rocha Casal Carlos Alberto e Graciete Marques Casal Antônio Araújo das Virgens e Iracema Araújo das Virgens Casal Antônio Vilson e Thereza Cristina Miranda Casal Hélio e Claudia Cristina Almeida Casal Ruy e Sônia Araújo Irmã Rosa Aparecida Ribeiro


Em 30 de outubro de 2012, na Catedral Metropolitana de Senhora Sant’Ana, na celebração eucarística das 07h da manhã, foi lançada a exposição fotográfica “Igreja, Vida e Missão”, que revelou, através de registros fotográficos, momentos de toda a caminhada da Igreja particular feirense. Fazendo parte das comemorações do jubileu de ouro, a exposição foi organizada pelos fotógrafos José Ângelo Pinto, Robson Miranda, Lula Mascarenhas. A exposição fotográfica foi aberta ao público na Catedral Metropolitana de Sant’Ana durante uma semana. Nesses dias os visitantes puderam contemplar, a partir das lentes e sensibilidade dos fotógrafos, o rosto de uma Igreja, Viva e Missionária, em seus diversos aspectos. Nesta edição vamos conferir as fotos da Exposição “Igreja, Vida e Missão”.

Imagens da nossa história REVISTA ARQUIDIOCES’ANA

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Lançamento do Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana

“Para o Ano Jubilar, eis-nos aqui, Senhor!” O

auditório do Colégio Pe. Ovídio, em Feira de Santana, tornou-se pequeno na noite do dia 11 de julho de 2012. Muito mais que a capacidade de pessoas, a informação refere-se aos sentimentos que eram vivenciados na apresentação das iniciativas do Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana. As “forças vivas” dessa Igreja particular, como disse Dom Itamar Vian, estavam reunidas para conhecer o itinerário de ações da festa. Desta noite, fica inicialmente a percepção de um sentimento de amor pela Igreja no olhar e no gesto de cada pessoa ali presente. Uma caminhada iria se iniciar, e, celebrar a história, com certeza, também era projetar-se para o futuro. As palavras do Arcebispo eram de incentivo e coragem. Ele anunciava um grande ano, visto que, somente o dia de apresentar as iniciativas demonstrava o REVISTAARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA 66 REVISTA

desejo de tornar um ano especial, em que todos os fiéis da Arquidiocese o reconhecessem como tempo de graça. Assim o foi! Da mesma forma, as palavras do coordenador das comemorações, o Vigário Episcopal, Pe. Pedro Moraes Brito Júnior entregava ao povo de nossa Arquidiocese, representado nas lideranças, toda a caminhada jubilar. Assim, todos eram responsabilizados pela construção da festa. E naquela noite, pudemos conhecer as primeiras iniciativas do jubileu. Era somente o impulso inicial. A diversidade no calendário, a elegância e simpatia dos casais que desfilaram a camisa do jubileu, o zelo e bom gosto no material gráfico (folders, cartazes, selo, etc), a emoção no CD “Igreja, Vida e Missão”, a voz uníssona dos presentes cantando o Hino do Jubileu, os primeiros recortes da história registrados na edição de abertura da Revista

Arquidioces´Ana, e toda moção de alegria transbordada em cada momento, marcaram o início. Tanto mais estava por vir! Acima de tudo, apresentava-se o convite de celebrar! O caminho trilhado até ali foi, com absoluta certeza, acompanhado pelo Amor do Senhor. Pela misericórdia de Deus, a Diocese de Feira de Santana foi criada e também cresceu, sobretudo, “em graça de Deus”. Sim! Mais que convite, assim, era uma convocação. O Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana se faria como grande louvor ao Deus, que “por nós fez grandes feitos e maravilhas”. Naquela noite, a nossa resposta: Eisnos aqui, Senhor! Em toda caminhada jubilar: Eis-nos aqui, Senhor! E, à Missão que a nós Deus confia, a partir deste grande ano: Eis-nos aqui, Senhor!


A presença de Sant’Ana nos deu conforto espiritual, pois aumentou o amor de nossos corações, sabendo, também, que estávamos diante da presença da mãe de nossa Mãe.” (Nívea Maria Soares Leite Paróquia Santa Clara)

Senti-me orgulhosa com a visita da Mãe Mestra, representando a Catedral junto a nós. (Lúcia Maria de Almeida Rocha Paróquia Bem Aventurado João Paulo II)

(Ana Leonor Barreiros Paróquia de São Gonçalo de Amarante)

Foi um momento de muita graça e de muita emoção poder estar diante da imagem da nossa padroeira, da qual acreditamos que recebemos muitas bênçãos. (Maria da Glória Alves Oliveira BarbosaParóquia Senhor dos Passos)

Uma das iniciativas interessantes do ano Jubilar foi a visita da Imagem de Sant’Ana a todas as paróquias da Arquidiocese. Em Agosto de 2011, a Imagem saiu da Catedral Metropolitana indo em direção à Paróquia mais nova da nossa Igreja Particular, a Paróquia de Santa Clara. O retorno, diferentemente, aconteceu da Paróquia mais antiga, a Paróquia de São José das Itapororocas e se deu no dia 17 de julho de 2012 para abrir o novenário preparatório à festa da Padroeira. Em cada paróquia, Sant’Ana permaneceu por uma semana e as atividades foram múltiplas, conforme a criatividade de cada comunidade. O fato é que esta visita foi significativa e se constituiu num chamamento para celebração do Jubileu Áureo e, acima de tudo, para reavivar o dom de Deus na vida e na missão da Igreja.

Durante a semana que visitou nossa paróquia, Senhora Sant’Ana deixou marcas da sua força, como intercessora junto a Jesus, e nós, paroquianos, nos sentimos honrados e agraciados com a sua presença, que fortaleceu, ainda mais, a nossa fé.

Tempo de Celebrar

A visita da Imagem de Sant’Ana

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Abertura do Ano Jubilar N

o dia 26 de julho de 2011, Festa da Excelsa Padroeira, Senhora Sant’Ana, na solene celebração eucarística, presidida por Dom Murilo Krieger, o nosso Arcebispo, Dom Itamar Vian, na presença de todo clero e de uma expressiva presença de fiéis, decretou julho de 2011 a julho de 2012, Ano Jubilar. A abertura desse ano aconteceu concretamente com a presença dos padroeiros de todas as paróquias na tradicional procissão de Senhora Sant’Ana. Às imagens que costumeiramente saem no cortejo, juntaram-se as outras provenientes das paróquias, fazendo com que a procissão tivesse um número singular de andores. A singularidade também manifestou-se no contingente de pessoas na procissão, que nessa ocasião, recebeu fiéis das diversas comunidades. Nunca se tinha visto uma procissão de Sant’Ana com tantos andores e com tantas pessoas. Os fiéis, além dos seus andores, traziam consigo uma faixa comemorativa do ano jubilar que identificava a paróquia a qual pertenciam. A alegria era grande e se exprimia na participação ativa dos fiéis que caminhavam pelas ruas de Feira de Santana, rezando e entoando cantos e hinos, sobretudo clamando, através do Hino Oficial, a proteção de Sant’Ana e o dom do reavivamento na vida e missão da Igreja local. Foi um momento solene e memorável que culminou com a Bênção do Santíssimo Sacramento a todo Povo de Deus.

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ECC: Casais Discípulos Missionários

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ENCONTRO DE CASAIS COM CRISTO é um serviço da Igreja em favor da evangelização das famílias. Ele foi criado pelo Padre Alfonso Pastore, em abril de 1970, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Vila Pompéia (SP). Em dezembro de 1985, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reconheceu oficialmente o ECC como um meio eficaz para despertar e formar casais como discípulos missionários de Cristo. O ECC não é um movimento, é um serviço-escola feito por casais para casais. É essencialmente paroquial e apresenta-se como um “SERVIÇO DA IGREJA ÀS FAMÍLIAS DA PARÓQUIA”. Desenvolvido em três etapas (evangelizadora, catequética e missionária), tem compromisso com a dignidade da pessoa humana e com a Justiça Social e procura apresentar aos casais uma visão da Igreja, por meio de seus Documentos e Encíclicas, e de sua Doutrina Social. Seu objetivo maior é descobrir e preparar casais para assumirem atividades pastorais ou outros

serviços na sua paróquia. Mas, também, visa despertar os casais para que vivam seu casamento de forma cristã; orienta para um melhor diálogo entre pais e filhos; cria convivência fraterna nas paróquias, assumindo tarefas na comunidade; instrui o casal para que viva plenamente a mensagem de Cristo. O atual Conselho Arquidiocesano do Encontro de Casais com Cristo de Feira de Santana, com gestão no período de 2009 a 2011, teve esse prazo prorrogado

Ney e Gal (Casal Arquidiocesano), Dom Benedito Gonçalves (Assistente Eclesiástico Nacional) e Padre Pedro Rodrigues (Diretor Espiritual Arquidiocesano)

até 2012, atendendo pedido do Conselho Regional Nordeste III. Realizou, além das atividades rotineiras inerentes ao serviço, fazendo parte dos eventos preparativos das Comemorações Jubilares da nossa Arquidiocese, o I Congresso Arquidiocesano do Encontro de Casais com Cristo. Estiveram presentes 105 casais congressistas, diversos sacerdotes, religiosas e diáconos e 118 casais integrantes das equipes de trabalho. Foi um evento de extrema importância para a reflexão do papel da família como missionária na Igreja. Além de revigorar e aprimorar a conscientização do Encontro de Casais com Cristo como grande serviço de Evangelização das famílias, procurou conscientizar os casais, que já vivenciaram o ECC, sobre sua missão na Paróquia através do serviço nas pastorais; ressaltou a importância da Família como célula base da sociedade e promoveu momentos de resgate da espiritualidade do casal e de análise sobre a sua vida conjugal e familiar.

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om o tema: 25 anos semeando a cultura de Pentecostes, começamos a pensar em celebrar este grande momento da RCC nesta Arquidiocese. Há exatos 25 anos passados, Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, inspirou algumas mulheres a viverem uma experiência extraordinária e maravilhosa com a pessoa do Espírito Santo. Tudo começou no dia seis de outubro de oitenta e seis. Estavam presentes: Eneida Pitiá, Ilza Lacerda, Marina Santana Oliveira, Rita Falcão, Eli Rosa Brandão e Maria Dalva Cordeiro. Depois de terem participado em Salvador de formação, aprofundamentos, retiros e seminários de vida no Espírito Santo, retornaram a Feira de Santana, desejando fazer Jesus Cristo mais conhecido, amado e servido pelas pessoas. Entrando em contato com o Pároco da Paróquia Senhor dos Passos, o saudoso Frei Félix, partilharam toda experiência vivida em Salvador com o Espírito Santo e, então, pediram que pudessem falar sobre esta experiência e como era bom louvar a Deus de todo o coração. O Frei viu, com bons olhos, todo o desejo trazido por aquelas mulheres de evangelizar de um jeito novo, deu a sua bênção, abriu as portas da Paróquia e, assim, começou, na Igreja Senhor dos Passos, a primeira experiência da RCC denominada Grupo de Oração, que teve o nome: Vinde Anunciai. Olhando para a nossa história e vendo que “até aqui nos ajudou o Senhor”, não podíamos desanimar. Com a força do Espírito Santo, tivemos a coragem de ousar celebrar essa festa envolvendo toda a Arquidiocese, levando a Cultura de Pen-

Pe. Robson - Divino Pai Eterno, nos 25 Anos da ECC

tecostes para muitos lugares. Com a orientação do amigo e diretor espiritual da RCC, Frei Cristóvão, que esteve presente, rezando e incentivando em todos os momentos, fomos sonhando, conversando com todos os coordenadores dos Grupos de Oração, para definir de que maneira faríamos esta grande festa. Depois de tudo planejado, fomos ao nosso Pastor, Dom Itamar Vian, para apresentar o que o Conselho havia decidido. Como sempre, nos recebeu com muito carinho, nos ouviu com atenção e nos disse, como um pai diz a um filho: “Vão em frente, vocês estão no caminho certo! Têm a minha bênção!”. Saímos daquele encontro felizes, pois a Igreja nos disse que estávamos, há 25 anos, no caminho certo semeando a Cultura de Pentecostes. Então, colocamos em prática o novenário em Honra ao Espírito Santo que fizemos em forma de noites carismáticas. Celebramos intinerantemente, passando por cidades e paróquias da Arquidiocese,

que têm grupos de oração. Contemplamos seis cidades, o distrito de Humildes e duas Paróquias da sede. O novenário teve início no dia 03 de novembro e terminou dia 11 do mesmo mês, com temas que abordavam a unção, a força e o poder do Espírito Santo. Na ocasião da preparação do Jubileu de Ouro, queríamos dar um presente para Arquidiocese, a visita da imagem peregrina do Divino Pai Eterno, trazida por Padre Robson de Oliveira, vinda do Santuário de Trindade em Goiás. Ele presidiu uma belíssima missa de encerramento, no dia 12 de novembro, louvando o Senhor pelos 25 anos da RCC em Feira de Santana semeando a Cultura de Pentecostes. Muito obrigado, Senhor! Muito obrigado a Arquidiocese de Feira de Santana por nos acolher, há 25 anos, neste solo! Fraternalmente, Jilvan Dias Leal. Ex-presidente do Conselho da RCC de Feira de Santana.

Renovação Carismática Católica de Feira de Santana

25 anos semeando a cultura de pentecostes

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odos nós costumamos nos reunir para fazer uma refeição num restaurante, numa casa de amigos ou familiares. Mas, isto não substituiria a grande alegria que foi preparar, organizar e experimentar o jantar dançante que marcou, de forma original, os festejos pela passagem do jubileu de ouro da Arquidiocese de Feira de Santana. Mais um sim foi dado nesta caminhada jubilar, e chegamos à noite do dia seis de junho, no espaço para festas, Spazzio Eventos, para aquele encontro com casais, sacerdotes e tantas outras pessoas que lá estiveram. Tendo iniciado às vinte e uma horas, contamos com a presença do nosso arcebispo, Dom Itamar Vian, que, juntamente com o presidente da comissão para as comemorações jubilares, Pe. Pedro Júnior,

ção e passamos a apreciar a bela apresentação da orquestra de Fred Dantas, vinda de Salvador para abrilhantar a nossa noite, dividida em dois momentos, intercalados pelo jantar que foi servido. Alegremente, as pessoas dançaram muito e, tomadas de um grande espírito de satisfação, saíram agradecidas, registrando o desejo de que um novo momento como aquele pudesse acontecer. Com as bênçãos da nossa excelsa padroeira, Senhora Sant’Ana, concluimos aquele nosso encontro, louvando e bendizendo por todo o sentimento de felicidade expresso em tudo que foi vivido, marcando, assim, a celebração da vida da nossa Arquidiocese.

Um Jantar dançante!

Orquestra Fred Dantas

e os casais que trabalharam na organização do evento, recepcionaram as pessoas que chegavam para participar daquela maravilhosa noite, onde, em um clima de confraternização, percebia-se brilhar a luz de Deus. Após a abertura, com a palavra do arcebispo e do Pe. Pedro Júnior, cantamos o hino do jubileu, recebemos a bên-

Mostra de Presépios

Congresso do Apostolado da Oração No dia 20 de maio de 2012, aconteceu o Congresso do Apostolado do Coração de Jesus na Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Com o salão repleto de membros, o incansável Padre Popó conduzia os trabalhos. Foram realizadas várias atividades. A jornada de trabalhos foi aberta com celebração da Santa Missa presidida por Dom Itamar e concelebrada pelo novo bispo, Dom Giovanni Crippa. Quase todas as paróquias se fizeram presentes e o clima era fraterno. Padre Pedro Júnior se fez presente, falando das diretrizes da Ação Evangelizadora e animando a todos para a participação no Jubileu de Ouro da Arquidiocese. O encontro foi um momento forte do Apostolado, que animou e renovou as forças de todos os participantes.

A pureza e a alegria do Natal vivenciadas tradicionalmente também fizeram parte da programação do Ano Jubilar e, com a participação de algumas escolas de Feira de Santana, deixaram a ocasião mais colorida e bonita. Aconteceu, no Colégio Pe. Ovídio, a Exposição de Presépios comemorativa pelo Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana, que contou com a participação de alguns colégios e a apreciação do público feirense. Tratou-se de uma iniciativa cultural e solidária, que visou celebrar o Natal motivando a produção artística, o espírito religioso e solidário nas crianças.

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A Arquidiocese de Feira de Santana viveu dias especiais com a visita da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora, da Jornada Mundial da Juventude e com a participação de toda comunidade católica. A chegada foi no dia 22 de dezembro, no Hospital Geral Clériston Andrade, onde o arcebispo, dom Itamar Vian, realizou uma celebração de acolhida. A programação foi desenvolvida com celebrações para jovens, famílias, educadores e idosos em vários locais: Igreja dos Capuchinhos, bairro George Américo, Catedral Metropolitana de Senhora Sant’Ana, Presídio Regional e Paróquia Senhor dos Passos, marcando a vida de muitos. Durante a visita, foram realizadas carreatas com os símbolos para os locais das atividades atraindo a atenção das pessoas. Incluisive o Boulevard Shopping, também recebeu a visita. Os jovens participaram de momentos de reflexão no Colégio Pe. Ovídio e momento vocacional na Catedral, sendo um dos momentos de maior participação os shows musicais com talentos da Arquidiocese, Banda Gênesis, Anjos de Resgate, Rodrigo (Missão Louvor e Glória) e Flavinho. No dia 23, adoração ao Santíssimo Sacramento e vigília na Igreja Senhor dos Passos e no dia 24, despedida na Igreja Nossa Senhora de Fátima (Caseb). Um momento inesquecível para nossa juventude e para toda Arquidiocese Jubilanda! 12 REVISTA REVISTA ARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA 12


O bote fé em minha vida É

“exultando no Senhor” que relembro os dias da passagem da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora. Foram momentos que realmente eu me senti visitado por Deus e que falaram muito ao meu coração. Atendendo a solicitação de Dom Itamar, coloquei-me a serviço. Logo em seguida, recebi um telefonema de Duda, que após ver a recepção dos Símbolos em São Paulo, colocou-se a disposição para a realização do Bote Fé Feira. A partir daqui, começou uma história de amizade que retenho querida pelo Senhor. O professor Duda, que algumas vezes, vi e cumprimentei aqui e ali, passou a ser alguém significativo em minha vida. Quero dizer da minha alegria de estar ao seu lado aqueles dias e como ele me edificou. Tudo que é de Deus tem um pouco de cruz e de dor. Não faltaram lágrimas, nem a mim, nem ao professor Eduardo, bem como dores de cabeça. Contudo, há uma expressão latina que diz: “Pela Cruz à Luz”. Foi isto que vivenciamos. Nosso pranto se tornou em alegria, em festa. Nossa alegria pôde ser experimentada no contato com a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora. Diante da Cruz, eu senti uma comoção forte por saber que tantas

mãos a tocaram, e que aquela Cruz era consolo, força, ânimo na vida de tantas pessoas. Quantas expressões de fé bonitas diante do símbolo do amor da fé cristã! Dentro de mim, eu sentia, sobretudo, o desejo de esvaziar-me, de ser pobre, de espiritualmente ser livre de qualquer vã ambição. Diante de Nossa Senhora, eu me senti olhado, com ternura, e senti o afago da mãe que sustenta e dá ânimo ao filho, principalmente nos momentos de dificuldades. Como fiquei afeiçoado àquele Ícone. Pensava em Maria como a discípula exemplar, que permaneceu fiel até o fim. Ela permaneceu de pé, diante da Cruz, com seu Filho Jesus. Além dessas coisas, foi bonito perceber os bons desejos que foram suscitados no coração de tantos jovens e pessoas que se sentiram motivados a fazer algo, procurando vivenciar, com mais compromisso e engajamento, a sua fé como católicos. Foi bonito ouvir de um dos jovens que me acompanhou até Amargosa, quando eu o interpelei sobre o que foi suscitado no coração dele. Ele me disse: “eu senti vontade, padre, de servir mais a

minha Igreja”. Eu posso, pessoalmente, dizer, que nestes dias, fui tocado. Senti mais vontade de ser bom, de amar, de doar-me, de viver o sacerdócio com santidade! Obrigado, Senhor, pela tua visita na minha vida! Foi forte, também, o momento em que fomos a Amargosa. Éramos eu, Duda e mais três jovens, que espontaneamente se colocaram a disposição querendo ir. Tínhamos pensado somente em ir e entregar os Símbolos e voltar. Mas lá, ficamos entusiasmados! Participamos da carreata, da celebração de acolhida. Em seguida, vivi uma experiência que marcou a minha vida através do gesto de acolhida do bispo, Dom João Nilton. Ele ficou preocupado conosco e não nos deixou ir embora sem jantar. No restaurante aconteceu uma das minhas ceias de Natal mais lindas e significativas. Estava com professor Duda, que havia deixado seus três filhos e esposa e me fazia companhia, bem como estava com aqueles três dedicadíssimos jovens e mais dois jovens de Amargosa. Ali conversávamos e partilhávamos tudo o que tínhamos experimentado no Bote Fé Feira. Ao final de tudo só me resta dizer: Obrigado, Senhor. Tu és fiel! Obrigado por Duda e seu dinamismo, às vezes difícil de acompanhar! Obrigado por tanta gente que se uniu a nós, assumindo várias responsabilidades. Um cheiro no coração para todos vocês. Só Te peço, bom Deus, que me ajudes a viver tanta coisa boa que Tu colocaste em meu coração. Pe. Pedro Moraes Brito Júnior REVISTA 13 REVISTAARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA 13


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alar sobre o BOTE FÉ FEIRA , neste breve espaço, é citar apenas dois momentos importantes deste evento. O primeiro momento tem início no dia 18 de setembro de 2011, quando a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora (símbolos da JMJ) chegavam ao Brasil na cidade de São Paulo e a TV CANÇÃO NOVA fazia a cobertura. Comecei a ver o BOTE FÉ SÃO PAULO. Nos primeiros minutos do evento, peguei o telefone e comecei a ligar para vários amigos que trabalhavam com jovens e fui sugerindo ver a transmissão do evento e a ligar para outros motivando a assistirem a TV CANÇÃO NOVA. Após as primeiras horas da recepção da Cruz e ao ver tantos jovens envolvidos na atividade e na participação naquele evento e motivado pela essência do envio do saudoso Beato João Paulo II em levar estes

símbolos por toda parte do mundo, o meu coração ardia de alegria e de desejo em colaborar com a passagem daqueles símbolos em nossa Arquidiocese. Recebi a informação que o

Padre Pedro Júnior era o responsável pelo evento do Jubileu e poderia me informar sobre o BOTE FÉ FEIRA. Consegui falar com o Padre Pedro Júnior e deixei claro para ele que gostaria de ajudar. Durante o Bote Fé, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora tocaram e rea-

A minha fé... no Bote Fé 14 14 REVISTA REVISTA ARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA

nimaram a fé de muitos que se aproximaram deles. Ao ir para o shopping Boulevard, onde pela primeira vez eu e a minha Família (esposa Fátima e os filhos: Antonio Eduardo, João Pedro e Maria Thereza) chegamos perto dos símbolos para tirarmos fotos e juntos vivermos a mística deste símbolo com a leitura da mensagem do beato João Paulo II na cruz e com o olhar penetrante de Nossa Senhora, fomos renovados em nossa missão e daí posso partilhar que o outro momento forte no BOTE FÉ FEIRA foi a amizade que nasceu entre a minha família e o Padre Pedro Júnior. Deus nos aproximou neste evento e como foi para mim significativo. Ele nos fez próximos durante o evento e hoje, mesmo distante pelo espaço e tempo, sinto o quanto o amo e o quero bem. Ele cativou a minha esposa e filhos e por isso torno público neste escrito que um dos grandes frutos do BOTE FÉ FEIRA em minha vida foi a amizade do Padre Pedro Júnior com a minha família. Muito obrigado, Dom Itamar, em aceitar a minha ousadia em servir e como Bom Pastor que é soube a quem confiar a condução deste serviço e obrigado por tudo. Termino com um pensamento de São Francisco de Assis que me acompanha sempre ao final de cada evento que estou envolvido: ‘IRMÃOS, COMECEMOS POIS POUCO OU NADA FIZEMOS” e com esta certeza que pouco fiz ou mesmo nada que continuo a minha caminhada de Fé com os olhos voltados para frente e em UNIDADE sempre com a IGREJA. Paz e Bem!!!!! Eduardo Brito


Nossa história cantada e contada G

rande era o sentimento de alegria em celebrar o jubileu de nossa Igreja. Maior foi a tarefa em expressá-lo e registrar essa história para a posteridade. O Cd Comemorativo “Igreja, Vida e Missão” foi uma das iniciativas com esse intento. De tanta coisa bonita, o projeto foi um recorte artístico, poético, capaz de reproduzir o tempo de graça que se vivia. O nosso jubileu era cantado e contado por nossos artistas! A “primeira voz” a ser escutada é a do nosso pastor, Dom Itamar Vian. Ele convoca toda a Igreja para o Ano Jubilar: “Alegremo-nos todos no Senhor! Um tempo de graça nos será concedido... Queremos entoar como Maria o nosso Magnificat! Vamos juntos celebrar, unir a nossa voz e o nosso coração para dar graças e suplicar de Deus as suas bênçãos!”. Convocação feita! Então, em seguida, a música anuncia: “cada irmão e irmã vai ouvir”. Trata-se do Hino do Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana, escolhido após concurso e que foi cantado em todos os momentos significativos desse ano. A cada faixa do cd que é escutada, a emoção aumenta. Que gracioso é ouvir a voz das nossas crianças na Oração do Jubileu. O pedido de cada fiel de nossa Igreja era associado ao pedido em comum, expresso na oração e interpretado na singeleza das crianças. O tom orante seguiu nas próximas faixas: Tão significativa é a participação

das Irmãs Clarissas, entoando o Salmo 115, como louvor a Deus: “Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que Ele fez em meu favor”. O Pe. Pedro Júnior medita o lema do jubileu, direcionando-nos a assumir a proposta: “Reavivar o dom, confirmando a nossa vocação de filhos, no Filho... viver a santidade à medida de Jesus”. Em seguida,Repetidas vezes é cantado o “Reaviva o teu dom em nós”, como mantra suplicante e confiante em Deus. O CD contou ainda com a participação de dois grandes artistas: Pe. Arnaldo Lima, poeta e místico, traduziu em versos a história da diocese. Cada verso passeia pelos diversos momentos de nossa caminhada, leva a quem os presenciou a sentir saudade e a quem não os conheceu a se encantar pela história: “Vem, ó Feira de Santana, a princesa, diocese neste ano jubilanda, ser Rainha da justiça; Tua beleza, nos aqueça, ó Veneranda!”. Paulo Bindá assina duas faixas de forma belíssima. Canta o Hino à Sant’Ana Mestra, em um arranjo melódico especial, também cantado com muita emoção pelo artista no dia encerramento do Jubileu e produz a execução da mesma em forma orquestrada. E, tornando o CD mais marcante, Dom Silvério Albuquerque, nosso bispo emérito, dá a sua palavra de pastor que ama e sente-se responsabilizado em rezar sempre por nossa Igreja. Os 70 anos de ordenação presbiteral do bispo são lembrados por ele como gra-

ça de Deus. A partir daí, convida-nos à perseverança e zelo: “verifiquem tudo o que foi feito até agora para fazer ainda melhor. O mais importante é a fidelidade”. Assim, os 54 minutos distribuídos em 10 faixas se multiplicam em emoção e alegria. O ano jubilar se passou, mas cada registro feito nesse trabalho, cada vez que for ouvido, seja motivo de boa recordação e alegria, mas, mais que isso, seja incentivo para construir um caminho de fé e amor à Deus, respondendo como Igreja a nossa missão.

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Exposição Igreja, Vida e Missão

A IGREJA é uma porção do Povo de Deus, um sinal visível, sacramento da Presença de Deus em nosso meio. Comunidade daqueles que foram convocados pela Palavra, atraídos pelo Evangelho, para uma vida de seguimento de Jesus Cristo, na celebração, no serviço, na profecia! Comunidade formada por homens e mulheres, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação rumo ao reino do Pai.

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IGREJA

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Tempo de Oração 18 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA

Um Tesouro Espiritual D

urante o Ano Jubilar, foi feita a experiência mensal de encontro com a Palavra, buscando reavivar o dom de Deus que há em nós. “Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e sua força, pois nela não acolhe somente uma palavra humana, mas o que ela é realmente: a Palavra de Deus. ‘Com efeito, nos Livros Sagrados o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala’”. Com estas palavras do Catecismo da Igreja Católica, desejamos mostrar a importância da Bíblia em nossa vida e a necessidade de nos orientarmos por ela através da assim chamada Lectio Divina. A leitura divina é uma prática presente desde os primeiro séculos da Igreja e se constituiu, sobretudo na vida dos monges parte integrante no seu caminhar. Trata-se de uma leitura pessoal da Sagrada Escritura, feita com fé e em espírito de oração, acreditando realmente na presença de Deus, que através do texto sagrado nos fala. Deste modo, a Bíblia se torna um livro vivificante e quando o lemos permitimos que o mesmo Espírito que a inspirou nos fale, fazendo, desta forma, estarmos diante de uma presença, de alguém. A leitura orante da Bíblia deve ser preparada com algumas disposições externas e internas. É importante escolher um lugar silencioso, confortável e recolhido onde se possam evitar distrações que to-

lham a nossa atenção do texto. Esta condição externa deve favorecer a condição interna de recolhimento, em clima orante onde também buscamos distanciarnos de tudo quanto possa nos afastar de Deus. É preciso que estejamos todo diante de Deus: não somente com a mente, mais também com o coração. Com a Lectio Divina, estabeleço um diálogo com Deus porque acredito, que através do texto, Ele me fala e isto me faz estar numa atitude de escuta. E através do que é suscitado no meu coração posso dar-Lhe minha resposta. A espiritualidade cristã organizou esta dinâmica em quatro momentos: 1. Lectio: Momento em que Deus me fala, no qual tenho a alegria de escutá-LO. 2. Meditatio:Momento através do qual deixo a Palavra ressoar em mim, fazendo-a penetrar mais profundamente em meu coração. 3. Oratio: Momento no qual transformo a palavra em oração, falando com Deus a partir do que ela suscitou em mim. 4. Contemplatio: Momento no qual tomado pela Palavra, de um modo espontâneo prorrompe-se no louvor, na admiração, na adoração. Este patrimônio espiritual da história de nossa Igreja merece toda a nossa atenção nos dias atuais a fim de que vivamos da Palavra e por ela nos orientemos e, sobretudo por meio dela, Deus seja não uma ideia em nossas vidas, mas alguém com quem dialogamos e estabelecemos comunhão.


Venho hoje, em forma de gratidão a Deus, elevar ao Pai o meu mais humilde agradecimento pelo convite tão simples e ao mesmo tempo tão profundo que Ele me fez para participar da leitura orante da Palavra de Deus. Nesse mesmo convite, Deus me falava: “Venha fazer a experiência da leitura orante da Bíblia. Deixe-se conduzir, orientar e, sobretudo, formar o seu coração pela Palavra de Deus.” E Ele não apenas me conduziu, orientou e formou, mas me seduziu e me ofereceu o seu Amor. A cada encontro, através de Sua Palavra, Deus me chamava a uma missão e fazia reavivar em minha vida, em meu coração, diversos dons. Poder trilhar esse caminho, dando os meus passos rumo ao Céu, reavivando o dom da vocação, da fé, seguindo a estrada da esperança e do amor, buscando sempre a conversão, a reconciliação e a Santa Eucaristia, sendo iluminada pela presença do Espírito Santo, realmente me fizeram reavivar o grande dom do Seu infinito amor. Poder perceber que estávamos ali, naquele momento, escutando a voz de Deus, meditando a Sua Santa Palavra, rezando e contemplando as Suas maravilhas, todos unidos em um só coração, uma só intenção, me fez sentir ainda mais Igreja, me fez alegrar ainda mais por saber que essa pequena alma estava fazendo parte da intercessão pelo grande festejo do Jubileu de Ouro de nossa Arquidiocese. O interessante é que iniciávamos sempre a nossa oração com a canção que dizia: “Onde reina o amor, fraterno amor, Deus aí está!” E Deus Se fazia presente de diversas formas, em diversos momentos. Era através dos cantos e também do silêncio; era pelo sorriso e pelos olhares, como também pelos abraços e apertos de mão; era pela penumbra ou pela luz que irradiava em cada coração; era pelo ambiente tão bem preparado e tão acolhedor, como também pela doação e condução dos padres Pedro Júnior e Cristiano Fechine. Enfim, Deus se fez presente em tudo e em todos. E hoje, com o coração saudoso e ao mesmo tempo esperançoso de que esses encontros possam continuar, quero louvar e agradecer a Deus por Sua presença sempre viva e sempre nova no coração de todos aqueles que O buscam com sinceridade, com fidelidade e desejo de santidade. E lhes dizer: PROCUREM INCESSANTEMENTE O SENHOR, ENQUANTO ELE SE DEIXA ENCONTRAR! E encontrando-O, permita que Ele possa reavivar em sua vida e seu coração todos os dons necessários a sua felicidade e salvação. Que permaneça em nossos ouvidos o sussurro da canção que diz: REAVIVA O TEU DOM EM NÓS, SENHOR! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!!!

No arco de trezentos e sessenta e cinco dias, começando em julho de 2011 e estendendo-se até julho de 2012, a Arquidiocese de Feira de Santana viveu a experiência singular de celebrar o seu Jubileu Áureo, “Cinquenta anos de Vida e Missão”. Em meio à alegria de todos os fieis, a certeza de que não seríamos os mesmos depois de tão grande evento. Sem nenhuma pretensão de brilhar, as Comissões constituídas foram planejando e colocando em prática o que lhes era mister. O Natal de 2011, neste contexto festivo, foi muito especial para as famílias católicas da Arquidiocese. Foi-nos dada a oportunidade de celebrar “A Novena de Natal em família” com subsídio preparado por membros da Comissão, com a intenção de tornar conhecida a vida e a dinâmica da Igreja particular de Feira de Santana ao longo dos “50 anos de Vida e Missão”. As paróquias tiveram a chance de refletir, partilhar, orar, cantar com todas as famílias que se abriram à graça de esperar o Natal do Senhor, preparando o coração para acolhê-lo e dando graças pela caminhada da Igreja local e pela fidelidade dos batizados. A “Novena do Natal em família” não foi o único evento agregador dos fieis; à Novena se associaram a revitalização dos presépios natalinos, feitos por um grupo de dez escolas, com apresentações de canções e dramatizações. O coroamento dos festejos Natalinos veio com a apresentação do Natal Luz pelas Irmãs Sacramentinas, no Colégio Padre Ovídio. Quanta beleza, quanto encanto, alegria, enlevo por termos nos preparado para o Natal de forma tão especial neste ano Jubilar. Que continuemos todos desejosos de muitos e belos Natais, em que o Senhor seja desejado, esperado, acolhido e amado na pessoa de cada irmão ou irmã, com quem partilhamos a experiência do viver. Demos muitas graças a Deus por tudo e por todos os que semearam entusiasmo, alegria, esperança, confiança, que colheram e continuarão colhendo os frutos da “multiforme Graça de Deus”

Roselane de Moraes Moreira Alves

Novena de Natal

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“... Em procissão Bom Jesus da Lapa Uma experiência de fé, uma expressão de amor

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ssim foram vivenciados dois dias de bênçãos com a peregrinação de nossa Arquidiocese rumo ao Santuário de Bom Jesus da Lapa, nos dias 19 a 21/06. Éramos um grupo de mais de 300 pessoas oriundas de várias paróquias, acompanhadas de seus párocos, do coordenador do Jubileu da Arquidiocese, Pe. Pedro Júnior e do nosso Arcebispo, Dom Itamar Vian. Às 6h da manhã do dia 19, uma grande concentração na Igreja de Santo Antônio. Dom Itamar presidiu aquele momento explicando o sentido de uma peregrinação: Tempo de oração, Conversão e Penitência Feito um momento de louvor, acompanhado dos vários sacerdotes ali presentes, abençoou a todos e, após esse momento bonito da graça de Deus derramada naqueles corações, partiu-se para tomar os lugares nos ônibus ali estacionados. Em seguida, a partida, em comboio; todos revigorados com a força da oração e a certeza de que, conosco pelo caminho, Nossa Senhora ia junto. Durante a viagem todos os grupos intensificaram a oração, a comunhão fraterna e o desejo de chegar naquele abençoado pedaço de chão – o Santuário de Bom Jesus da Lapa. A partir das 18 horas os ônibus foram chegando e todos iam se instalando no Santuário Hotel, reservado para os grupos de Feira. Às 19h30, fomos participar da Eucaristia, presidida por Dom Carlos Alberto dos Santos, Bispo da Diocese de Teixeira de Freitas. Grande cenário de fé ali estava formado. No dia seguinte, às 7h da manhã, uma belíssima celebração Eucarística – ponto alto da peregrinação, pois era a grande concentração das quatro dioceses jubilares: Bom Jesus da Lapa, Juazeiro,

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Teixeira de Freitas e Feira de Santana. Durante a missa, presidida pelo nosso Arcebispo, Dom Itamar, foi dado o espaço na hora da homilia para que cada bispo ali presente falasse 5 minutos de sua diocese. Após a missa, num gesto de cordialidade, a Diocese de Bom Jesus ofereceu um lautocafé tropical, na praça, celebrando aquele momento de partilha e comunhão fraterna inter-dioceses. O tempo depois ficou livre para orações e

visita à gruta . Às 4 horas, a Arquidiocese de Feira teve um encontro na gruta, com Dom Itamar e os sacerdotes para uma celebração penitencial que marcou dessa forma, o outro ponto forte e de expressão de fé, do nosso povo feirense. Após momentos de reflexão e de interiorização da Palavra de Deus, houve uma preparação significativa para o sacramento da penitência, culminando com a confissão individual para quem desejasse. O dia foi encerrado com mais uma Eucaristia à noite, na gruta da Soledade. No dia seguinte, após o café da manhã, preenchidos da bênção de Deus, retornamos aos nossos pontos de origem, restando-nos render graças a Deus que nos presenteou com tais momentos fecundos do seu amor e, como Nossa Senhora, podemos cantar: o Senhor fez em mim maravilhas, santo é seu nome!


... em Romaria” Jubileu de Ouro arrasta devotos para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida

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Arquidiocese de Feira de Santana e o Colégio Padre Ovídio, ir manados nos mesmos sentimentos de fé, de comunhão fraterna e de gratidão, colocaram, na sua programação de atividades, a visita à “Basílica de Nossa Senhora”, tão carinhosamente conhecida como “Morada de Deus”, “Casa da Mãe e Casa de Irmãos”. Éramos um grupo de 109 pessoas, que com grande dinamismo do amor, realizamos essa peregrinação de 19 a 23 de abril. Momentos que ficarão inesquecíveis nos corações que foram marcados por essa trajetória de fé, louvor e ação de graças a Deus. O Santuário de Nossa Senhora tornou-se para cada um dos participantes, o lugar do encontro, da expressão de fé e bênção, das manifestações do Amor de

Deus, o lugar da hospitalidade e da devoção popular. Dentro da programação prevista para aqueles dias de oração e contemplação das coisas belas oferecidas pela “Mãe Maria”, vivemos o encontro festivo com o nosso querido pastor, D. Itamar, que foi marcante para todos. Celebrou a Eucaristia no dia 20 e realizou um momento de oração com o grupo, no dia

23. Tudo é graça, Deus nos conduz. Visitamos as cidades vizinhas: Campos do Jordão, Cachoeira Paulista (Canção Nova), Guaratinguetá (Santuário de Frei Galvão), uma riqueza pitoresca que preenchia de paz os corações e encantava os olhos por tudo o que vimos e ouvimos. Os finais de tarde eram sempre encerrados aos pés da Mãe, no seu Santuário. Como esquecer essa dádiva de Deus? Resta-nos manter os olhos fixos em Jesus e continuar prosseguindo a nossa caminhada, renovados do ardor missionário, que a Mãe Aparecida despertou em seus filhos com a bênção derramada em nossos corações, guardando esta certeza: Conosco, pelos caminhos da vida, Santa Maria, vai! Irmã Rosa Aparecida

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Também sou teu povo, Senhor! 22 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA


Caminhada do Perdão: Momento de Fé e de Reconciliação

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omo parte das festividades do Jubileu Áureo da Arquidiocese de Feira de Santana, foi realizada nesta cidade, a primeira Caminhada do Perdão, em 04 de março deste ano, que teve como tema o versículo vinte do capítulo da primeira carta do apóstolo Paulo aos Efésios: “reconciliai-vos com Deus”. Este evento contou com a participação das Paróquias, Comunidades, Movimentos, Pastorais e demais grupos da Igreja e região, e se caracterizou como uma grande manifestação de fé. Mais de 20 mil pessoas cami-

nhavam pelas ruas da cidade de Feira de Santana, numa atitude de fé e de amor a Cristo e à Igreja. Era uma grande multidão sedenta de Deus, de reconciliação e de esperança. Esperança de dias melhores alimentada pelo desejo da Igreja Arquidiocesana “reavivar o dom de Deus” em sua missão evangelizadora. Foi muito edificante e bonito ver a satisfação estampada no rosto dos milhares de fiéis que se mostravam desejosos de reconciliação e de participação no projeto evangelizador desta Igreja local.

Motivada pelo espírito do Jubileu, a Igreja Católica de Feira buscou, com esta manifestação pública de fé, conclamar os fiéis católicos para a importância da reconciliação consigo, com Deus, com a vida, com o outro. Propunha-se, a cada um, dentro das suas possibilidades e do seu contexto de atuação, mediante as respectivas reflexões, a lutar para a construção de uma sociedade fraterna a partir dos valores humanos e do espírito do Evangelho de Jesus. Durante a Caminhada, milhares de pessoas refletiram sobre a

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Sem dúvidas, a grande provocação da Caminhada do Perdão foi levar as pessoas, enquanto homens e mulheres de fé, a buscarem o perdão de Deus e, assim, a reconciliação consigo mesmo, com o outro e com a natureza. Dentro do ano jubilar de uma Igreja local, nada mais justo do que convidar a comunidade cristã para pedir perdão dos seus limites

importância do perdão em vários âmbitos da dimensão da vida humana. A primeira reflexão foi sobre o perdão na dimensão pessoal: eu comigo mesmo; a segunda foi o perdão na dimensão espiritual: eu e Deus; a terceira foi o perdão na dimensão comunitário-eclesial: eu e a comunidade e a quarta reflexão foi o perdão na dimensão social: Nós e a sociedade. Foi um forte convite ao comprometimento com a edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária por meio de iniciativas inspiradas no Evangelho e no ensinamento da Doutrina Social da Igreja. É a cultura da vida defendida pela Igreja e a civilização do Amor proposta, incansavelmente, por esta mesma Igreja, que se fez eco principalmente através do magistério dos últimos seis Papas (Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e o nosso atual Papa, Bento XVI). Foi, realmente, um momento de comunhão da Igreja em Feira, no tocante aos seus anseios mais profundos de evangelização, de construir o Reino de Deus e de ser fermento em meio à sociedade feirense e em toda região. Para tanto, deixava-se claro que, para que a reconciliação aconteça entre as pessoas, instituições e grupos, é necessárioque essas sejam motivadas e encorajadas a viver o Evangelho como o caminho certo para a cultura da vida. A Igreja, família de Deus, constituída pelo próprio Jesus, Sacramento do seu amor, tem a primeira responsabilidade de provocar, nas pessoas e nos grupos, o dever de vivenciar e de promover a paz nas famílias; entre as pessoas e em outros setores da sociedade, tendo nisto, um dos valores absolutos do qual depende a humanidade para ter dias

melhores. Dizia o papa Paulo VI: “o outro nome da paz é a justiça”. Foi com esse pensamento grandioso que se formulou o pedido de justiça e solidariedade sintonizado com o convite da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que por meio da Campanha da Fraternidade sobre a saúde, convocou as autoridades políticas para promoverem políticas públicas no campo da saúde com mais justiça, responsabilidade social e, sobretudo,

com respeito à dignidade da pessoa humana. Sem dúvidas, a grande provocação da Caminhada do Perdão foi levar as pessoas, enquanto homens e mulheres de fé, a buscarem o perdão de Deus e, assim, a reconciliação consigo mesmo, com o outro e com a natureza. Dentro do ano jubilar de uma Igreja local, nada mais justo do que convidar a comunidade cristã para pedir perdão dos seus limites porque nem sempre, enquanto comunidade evangelizadora, querida por Jesus, ela soube mediar a proposta do Reino de Deus e, portanto, propor a pessoa de Cristo como valor absoluto, salvador e significado pleno da existência humana. Sabe-se, que no seu objetivo maior; a Igreja é santa, mas nos seus métodos e mediações, quando se trata de traduzir a missão de Cristo no mundo, ela peca e desvirtua-se, às vezes, do objetivo evangélico a ela confiada pelo seu Mestre e Senhor. Portanto, pedir perdão quer dizer reconhecer os seus limites e erros. Abrir-se às moções do Espírito e permitir conduzir-se por Deus para que Ele mesmo permita recomeçar, trilhando as veredas da honestidade, da justiça e do serviço à vida, da reconciliação e do compromisso de fidelidade à verdade do Evangelho de Jesus Cristo. Neste sentido, a Igreja fará opções claras e radicais que farão a diferença no mundo no qual está inserida, e é chamada a ser sempre sinal e presença do amor Deus na contingência da história humana. Pe. Hipólito Gramosa Coordenador da Caminhada do Perdão


Oração do Jubileu A Oração do Jubileu, que foi composta por Dom Itamar e o Conselho Presbiteral, acompanhou a celebração do Ano Jubilar. Em todas as Paróquias, nos diversos momentos celebrativos, ela foi rezada e nela se repetia a súplica que se intercalava entre as diversas estrofes: REAVIVA O TEU DOM EM NÓS! Por meio dessa oração, era convidado todo o Povo de Deus da Arquidiocese a retomar novo ânimo e vigor para a continuidade da missão. Momento singelo foi quando da gravação e apresentação da oração. Seis crianças: Poliana, Pedro, Fernanda, Jonas, Cindy e Gabriel, todos eles estudantes do Colégio Padre Ovídio, na candura e simplicidade de suas vidas, elevaram, em nome de toda Igreja, a prece ao Senhor a fim de que o Jubileu constituísse uma nova etapa na caminhada eclesial.

Logomarca do Jubileu A logomarca do Jubileu da Arquidiocese de Feira de Santana apresenta-se na simplicidade de dois elementos – A imagem de Sant’Ana, titular da Catedral de Feira de Santana, e ao seu lado o Cinquenta em ouro. Sant’Ana, escrita na logomarca, é a imagem entronizada no nicho central do altar-mor da Igreja Matriz de Senhora Sant’Ana, hoje nossa Catedral Metropolitana. Na iconografia cristã, a conhecemos como Sant’Ana Guia ou Caminhante – aquela que, com uma mão, conduz a Virgem Maria, e a outra, aponta para o alto, para as esperanças do Reino de Deus. A Virgem Maria, ainda menina, deixa-se ser guiada pela Mãe, pela sabedoria da mulher judia temente a Deus. Na sua mão, um livro - a Lei e os Profetas - o livro das promessas messiânicas. A Palavra que primeiramente recebera pela educação materna, na plenitude dos tempos, se faz carne no seu ventre. Ao lado de Sant’Ana, o cinquenta em ouro, marcando a história da nossa Igreja local, um caminho percorrido desde 1962, ano da criação da Diocese de Feira de Santa pela Bula “Quandoquidem novae”, do Papa João XXIII. O cinquenta é sinal da presença de uma Igreja inserida na história e na vida dessa cidade e região - 50 anos de missão, de anúncio e profecia. Cinquenta em ouro como epifania de uma festa, de um júbilo, de um tempo de celebra-

ção, de memória e de novas perspectivas. Como a iconografia, que hora é chamada de Sant’Ana Guia, a nossa Igreja, abriu os caminhos da evangelização em nossas terras, apontando para os valores do reino que determinariam um futuro de justiça e paz para nossa cidade. Como guia, a nossa Igreja quer ser como uma mãe que conduz seus filhos no caminho seguro da Verdade. Como a iconografia, em que Sant’Ana é também chamada de Sant’Ana Caminhante, somos uma Igreja peregrina ca-

minhando na história, buscando e construindo sua identidade a partir da escuta da Palavra de Deus e das realidades sócio-políticas na qual estamos inseridos. A simplicidade de uma marca mostra a beleza e a riqueza de uma Igreja, que sobre a tutela, de Senhora Sant’Ana, há cinquenta anos caminha com os pés fincados neste chão do semi-árido, mas sempre buscando no Alto, no Reino de Deus, a inspiração e a força do seu agir. E assim, há 50 anos, fazendo da nossa história uma História de Salvação.

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Exposição Igreja, Vida e Missão

A VIDA da Igreja consiste na Escuta da Palavra de Deus. É constante celebração do Mistério Divino e do dom de Deus que é a Vida humana e de todos os seres. É anúncio profético em defesa dos direitos humanos e da dignidade da pessoa. As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias da Igreja. A vida da Igreja está intimamente ligada à vida humana e à sua história.

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VIDA

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Tempo de Servir 28 REVISTA REVISTA ARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA 28

“Se eu sou fiel até hoje, devo exatamente a Jesus Cristo que me aguentou e suportou”

“Um dia escutei A celebração do Jubileu Áureo da Arquidiocese foi abrilhantada com os jubileus de ouro de dois levitas do Senhor: Padre Hipólito Chemello, muito conhecido como Padre Popó e Padre Marino D’Offida, conhecido como Frei Marino. Trata-se de dois missionários que deixaram o “Bel Paese”, a Itália, para o serviço do Reino em terras brasileiras. Não somente o dado quantitativo dos anos de sacerdócio edificam, mas sobretudo o dado qualitativo de dois sacerdotes abnegados e incansáveis no serviço ao Povo de Deus. As suas presenças engrandecem a vida e a missão de nossa Igreja e são um edificante exemplo para as novas gerações de sacerdotes. Por estes nossos irmãos a nossa ação de graças ao Senhor!!!

teu chamado” “O canto é como o júbilo. É explosão de quem tem o Senhor em sua vida”.


Irmãs Clarissas celebram o Jubileu de Ouro C

om muita alegria e interação, nós, Irmãs Clarissas, (Ordem de Santa Clara) a partir do recolhimento da clausura, numa vida de silêncio e oração, estivemos atentas e participativas nos passos do Jubileu dos 50 anos de história de Vida e Missão de nossa amada Arquidiocese de Feira de Santana. Dentre os passos rumo ao jubileu, tivemos a especial graça de realizar o Lançamento da pedra Fundamental do Mosteiro, cuja Bênção Solene foi oficiada por nosso Arcebispo Metropolitano, D. Itamar Vian. Um momento de especial relevância onde contamos com um bom número de amigos que se fizeram presentes. A partir do Lançamento da pedra, seguimos com os preparativos para darmos início aos trabalhos para a construção deste Mosteiro que virá a ser mais um espaço de oração e espiritualidade para todos que o visitarem, sendo este o primeiro Mosteiro contemplativo desta Arquidiocese. Outro passo rumo ao Jubileu onde a Arquidiocese nos ofereceu uma singular graça foi as Irmãs confeccionarem o Círio Pascal do Ano Jubilar para as paróquias. O desenho criado artísticamente pelo Pe Cristiano Fechine, inspirado no brasão da Arquidiocese e trabalhado no Círio pelas Irmãs. Experimentamos o carinho, a acolhida, o apoio do nosso querido Clero Diocesano, parte tão preciosa de nossa Igreja, oferecendo-nos espaço para também sermos parte desta graça sendo um só corpo e um só espírito nesta Igreja particular. E assim chegamos ao grande dia esperado, 22 de julho de 2012, onde juntos celebramos a Vida, a Missão de 50 anos de uma rica história. Somos Irmãs de clausura, que vivem no recolhimento do Mosteiro e, segundo nosso estilo e forma de vida, o sair da clausura acontece por um motivo, justo, razoável e manifesto. Encontramos pois, motivos suficientes para estarmos física e espiritualmente presentes naquele momento tão especial. Deus seja louvado por aquela belíssima festa e que as sementes lançadas nas muitas reflexões, orações realizadas durante o ano jubilar, possam frutificar sempre mais tornando-nos mais comprometidos, responsáveis em fazer o Reino de Deus acontecer entre nós. Ir. Maria Ielma da Eucaristia, osc

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“... E serás, Sacerdote da Humanidade!”

Participando das festividades do jubileu em nossa Arquidiocese, eu e Pe. Wilson tivemos a graça de ser ordenados sacerdotes. Sim! Somos fruto de 50 anos de história, somos como que primícias de um jubileu bem celebrado e vivido. A experiência de tornar-se padre é sobrenatural, visto que a nossa condição humana está sempre aquém daquilo que Deus nos concede em sua misericórdia. Ser padre é uma graça de Deus; é dom. É sabido os desafios que enfrentamos, as lutas em busca da fidelidade à vocação e, não obstante tudo isso, tenho, como o salmista, pedido ao Senhor, o Bom Pastor, que encha o meu cálice e o faça transbordar! Anseio ser um prolongamento do Cristo, que veio ser o Caminho. Para onde eu for, no ministério presbiteral, quero que outros me possam seguir. Quero lhes trazer a Verdade e a Vida, a Vida plena do Espírito e a vida humana mais digna.

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Recordo o servo de Deus e beato João Paulo II, numa de suas mensagens anuais aos sacerdotes, na Quinta-Feira Santa. Dizia o seguinte: “Vocês são o Coração de Cristo”. Ora, o Coração de Cristo bate de acordo com o ritmo divino, e perfeitamente humano. Para imitar isso é preciso, primeiramente, estar em Deus. E é preciso ter uma humanidade muito cultivada, muito sensível, quase que empática, que saiba vibrar e, também, chorar com os outros. É óbvio que nenhum de nós tem em si esta força, mas é de Cristo que a recebemos, como seus representantes e instrumentos junto ao povo fiel. Peçamos então a Deus que reavive o seu dom em nós... que nos faça ‘dom’ para os outros. Que a nossa marca existencial, que a nossa presença e pertença a Cristo seja sempre uma marca digna de ser lembrada por todos. Pe. José Augusto Costa

Senhor da Messe, expressamos aqui o desejo de que nos faças melhores, mais santos, mais reavivados, mais transbordantes de tua alegria.Conserva-nos, Senhor, na fidelidade ao teu chamado e conduze-nos à santidade; inflama-nos com um amor esponsal ao teuvosso divino Filho, renovainos constantemente pelo Vosso Espírito e faze-nos amar com sinceridade a Santa Mãe Igreja. Reavia o teu Dom em nós! Faze com que Senhor, o nosso testemunho e vivência radical à tua vontade, sirva de entusiasmo aos jovens, rapazes e moças, para que respondam prontamente à Tua voz. Desperta nas comunidades cristãs o empenho missionário e o desejo de anunciar Jesus ao mundo inteiro. Que Senhora Sant’Ana, excelsa padroeira de nossa Arquidiocese interceda por nós e que a Virgem Maria, em sua vocação de mãe, providencie para nós, seus filhos, o amor ao serviço e nos ensine a responder sempre: Eis aqui servos e escravos! Seja feita a tua vontade. Amém!


Estamos diante de um aniversário diferente. Normalmente, quem recebe o presente é o aniversariante. Mas, com D. Silvério não. D. Silvério, o aniversário é do senhor, mas o presente quem ganha somos nós. E que presente é este? O presente que ganhamos é o senhor mesmo. A sua existência, por tantos e tantos anos no meio de nós é um presente de Deus para essa comunidade. Mas, não é só a presença de um Bispo entre nós. A presença torna-se mais significativa quando esse Bispo é D. Silvério Albuquerque, que em toda a sua vida, nos tem dado exemplo de dignidade, paixão pela sua fé, amor e serviço para os rebanhos que, durante toda essa trajetória, lhe foram confiados. Parabéns D. Silvério, que Deus abençoe sempre mais sua caminhada, sua vida, sua fé!

Prof. Luciano Ribeiro

No dia 2 de junho, às 17 horas, em uma Celebração Eucarística, na Catedral de Senhora Sant’Ana, celebramos os 70 anos de Ordenação Sacerdotal de D. Silvério Albuquerque, com a participação de grande número de fieis leigos, sacerdotes, seminaristas, religiosas, celebração esta presidida pelo nosso Arcebispo, D. Itamar Vian.

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No Ano Jubilar, Mons. Giovanni Crippa é ordenado Bispo

“ Eis que eu vou proclamar Tua vida!” 32 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA


A

os treze dias do mês de maio do ano de dois mil e doze, às nove horas da manhã, realizou-se, na Igreja Santo Antônio dos Frades Capuchinhos, na cidade de Feira de Santana, a Celebração Eucarística na qual foi ordenado, para a ordem do episcopado, o presbítero religioso, pertencente ao Instituto das Missões Consolata, o Reverendíssimo Mons. Giovanni Crippa. Neste dia, afluíram ao templo Senhor um grande número de fiéis, que devotamente participaram da celebração. Estava presente também uma comitiva da Itália composta de familiares e amigos do ordenando. Sob a presidência de sua Excelência Dom Itamar Vian, OFMCap, Arcebispo de Feira de Santana, ordenante principal e com a concelebração de Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ, Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil e de Dom Walmir Alberto Valle, IMC, Bispo Emérito de Joaçaba, que o acompanhavam, bem como de outros bispos provenientes da Província Eclesiástica de Feira de Santana e de outras províncias e, também, com um grande número de presbíteros e religiosos, deu-se início à celebração como de costume. Logo após a Proclamação do Evangelho, iniciou-se o Rito de Ordenação Episcopal com a invocação do Espírito Santo, cantando o hino Veni, CreatorSpiritus. O Mons Giovanni Crippa, acompanhado dos presbíteros assistentes, o Reverendíssimo Padre Elio Rama, Superior Provincial do Instituto Missões Consolata e o Reverendíssimo Padre Hipólito Gramosa dos Santos, Reitor do Seminário Maior da Arquidiocese de Feira de Santana, foi apresentado ao Bispo ordenante principal a quem foi feito pedido de sua ordenação para o Ministério episcopal. Seguidamente, foi apresentado aos bispos e realizada a leitura do decreto do Núncio Apostólico, Dom Giovanni D’Aniello, autorizando a celebração da

ordenação episcopal, uma vez que a Bula Papal não houvera ainda chegado. Ao final da leitura, o povo aplaudiu com alegria. Dom Itamar, na palavra que dirigiu a todo o povo de Deus, ressaltou o significado do mandamento do amor, destacando que somos chamados a atualizá-lo em nossas vidas através de gestos e ações concretas. Salientou, ainda, o convite de Jesus para um consórcio amistoso com Ele. Referindo-se ao Mons. Giovanni Crippa, disse que a sua eleição para o episcopado foi um presente de Deus para a Igreja no Brasil, mormente neste momento em que a Igreja que está em Feira de Santana celebra o seu Jubileu áureo de criação. Remetendo-se à Nossa Senhora de Fátima, hoje lembrada, recordou todas as mães que celebram, neste domingo, o seu dia. Pediu a intercessão de Maria, invocada como Senhora Consolata para a vida e oministério do novo bispo, exortando-o a permanecer como aluno na escola de Maria. Em seguida, deu-se continuidade ao Rito de Ordenação, seguindo todos os passos estabelecidos pelo Pontifical Romano, mormente a imposi-

ção das mãos, feita pelos bispos e a prece de ordenação. A Celebração Eucarística prosseguiu como de costume. Revestido das insígnias episcopais, Dom Giovanni Crippa, com alegria, abençoou todo o povo presente, bem como os radiouvintes e os internautas. Fizeram uso da Palavra, o Reverendíssimo Padre Claudio Perfetti, proveniente da Itália, vigário paroquial da Comunidade Pastoral Santíssimo Nome de Maria; o Superior Provincial, Padre Elio Rama e o Arcebispo de São Salvador da Bahia, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ. Por fim, muito emocionado, falou o novo bispo, Dom Giovanni Crippa, fazendo uma pequena recapitulação de sua caminhada, sobretudo, como missionário italiano no Brasil e agradecendo a todos que se empenharam na realização da celebração. Nada mais havendo por constar, eu, Padre Pedro Moraes Brito Júnior, presbítero da Arquidiocese de Feira de Santana, lavrei esta ata, que vai assinada por mim e por quem de direito, depois de lida e aprovada. Ata da Ordenação Episcopal

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Vida e Missão

Dom Giovanni Crippa, ICM Dom Giovanni Crippa nasceu a 06 de outubro de 1958, em Besana in Brianza (Milão). Viveu sua infância e adolescência na cidade de Barzanó (Lecco) – Itália. Em 1969, ingressou no Seminário Menor dos Missionários da Consolata em Bevera di Castello Brianza (Lecco) e completou seus estudos superiores nos Seminários de Varallo Sesia (Vercelli) e Roveretto (Trento). Em 1981, emitiu os primeiros votos no Instituto Missões Consolata. Estudou filosofia na FIST (Federação Inter-religiosa para os Estudos Teológicos) em Turim e teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma. Foi ordenado Presbítero no dia 14 de setembro de 1985. De 1987 a 1993, foi animador missionário e vocacional na Casa Mãe do seu Instituto (Turim). Em 1996, doutorou-se em História da Igreja na Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma). Chegou ao Brasil em 2000 e, desde 2001, trabalhou em Feira de Santana onde foi vigário paroquial da Paróquia Santíssima Trindade e, a partir de 2004, Pároco dessa mesma Paróquia. Foi diretor espiritual no Seminário Maior Sant’Ana Mestra, Professor na Faculdade Católica de Feira de Santana, Membro do Conselho Presbiteral da Arquidiocese, Conselheiro Provincial de seu Instituto. Aos 21 de março de 2012, foi nomeado pelo Papa Bento XVI, Bispo Titular de “Accia” e Auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.

Dom Frei José Ruy Lopes, OFM Cap Dom Frei José Ruy Gonçalves Lopes, O.F.M. Cap., nasceu em 06/08/1967 em Feira de Santana, sede arquidiocesana com o mesmo nome, no estado da Bahia. Emitiu os votos religiosos na Ordem dos Frades Capuchinhos em 10/01/1988 e foi ordenado sacerdote em 05/12/1993 em Feira de Santana. Ele fez os estudos filosóficos e teológicos na Universidade Católica do Salvador (Bahia). Em seguida, fez Especialização em Teologia na Faculdade Teológica Nossa Senhora da Assunção, da Arquidiocese de São Paulo. Na sua Ordem, ocupou numerosos encargos, entre os quais: Formador dos Noviços; Ecônomo; Definidor Provincial; Ministro Provincial; Vice-Presidente da Conferência dos Capuchinhos no Brasil e Membro do Conselho Internacional para a For mação na Ordem (CIF). Na Arquidiocese de Feira de Santana foi Vigário Paroquial e professor de Teologia Moral na Faculdade Católica de Feira de Santana. Nos últimos tempos, assumia a direção do Colégio Santo Antônio do Ordem do Capuchinhos em Feira de Santana. Aos 4 de julho de 2012 foi nomeado pelo Papa Bento XVI, Bispo Titular de Jequié. 34 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA


Instalação das Paróquias O

s dias 14 de agosto e o dia 23 deoutubro de 2011, em nossa Igreja particular, foram marcados pela fé, devoção e muita alegria: foram instaladas a 38ª e a 39ª paróquias da Arquidiocese de Feira de Santana: a Paróquia Santa Clara e a Paróquia Bem Aventurado JoãoPaulo II. A primeira no bairro do Panorama, desmembrada da Paróquia N. Sra. Do Perpétuo Socorro e a segunda no bairro João Paulo II, desmambrada da Paróquia Nossa Senhora das Graças. Com a presença de muitos sacerdotes da Arquidiocese e com a presidência de Dom Itamar Vian, as Santas Missas nas

novas Paróquias foram celebradas com a presença de muitos fiéis, emocionados e felizes. O Pe. Josevaldo é o primeiro Administrador Paroquial da Paróquia Santa Calara e o Pe.Gerson Figueiredo é o primeiro Administrador da Paróquia Bem Aventurado João Paulo II. Pedimos aos padroeiros, Santa Clara e Beato João Paulo II, a intercessão pela Igreja de Feira de Santana, a fim de que ela intensifique o seu ânimo missionário e, assim, cada vez mais, as pessoas conheçam e amem a Jesus Cristo.

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Exposição Igreja, Vida e Missão

A MISSÃO primeira da Igreja é ser sinal da presença do próprio Emanuel, do Deus que continua conosco. É levar a todos o anúncio feliz do Evangelho e fazer discípulos de Jesus. Ser sal e luz na sociedade, inserindo no mundo das relações humanas os valores evangélicos. Ser força motriz no processo de libertação da pessoa humana em sua totalidade.

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MISSÃO

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Vestir a Camisa do Jubileu A

camisa do Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana, baseou-se praticamente no logotipo criado especialmente para este fim. Fundo em dourado degradê, com a imagem de Senhora Sant’Ana Guia e o número 50 estilizado na frente e o Brasão da Arquidiocese nas costas. Uma camisa muito bonita e marcante durante todo o período do Ano Jubilar. Muitos vestiram esta camisa em todas as Paróquias da Arquidiocese, nas Missas e nos Eventos paroquiais. Mas o que significou vestir a camisa? Acima de tudo, foi estar atento aos seus afazeres e se doar para que os objetivos fossem cumpridos. Foi se inserir no projeto de corpo, mente e coração. Foi estar pronto para superar as adversidades e, além de enxergar

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problemas, vislumbrar soluções. Foi criar, pensar e trabalhar! Foi não abandonar a equipe e perceber o significado de sua presença, e não se sentir mais um na multidão. Em sua essência, foi um ato que fez toda diferença para o sucesso deste importante evento da Igreja Católica em Feira de Santana, dada a influência que o comprometimento de todos exerceu nos resultados obtidos. Comprometimento, compromisso. Essas foram as palavras-chave de quem vestiu a camisa da Jubileu. Foi preciso absorver e colocar em prática nossa fé e nossos valores para que a missão que nos foi confiada fosse realizada com êxito. Louvado seja o Senhor por tudo!


ouvido, enfim... se tornava mais uma expressão de um povo que estava em festa e, por isso, com amor, saudava sua padroeira. Atendi, com expectativa e zelo, o edital que convocava o concurso para escolha do Hino Jubilar. Reuni elementos, solfejei algumas notas... Em cada verso que se fez perseverante no papel, contrariando os “milhares” riscos que já tinham sido descartados, busquei sincronizar a bonita história de um povo em caminhada e como essa poderia ser cantada. Na primeira estrofe, a Palavra de Deus é a inspiração: a Arquidiocese une-se ao salmista para proclamar “Quão imensos, Senhor, são teus feitos. Maravilhas fizeste por nós”. O grande convite para esse ano, que foi lema do Jubileu, é também bíblico: “Reaviva o dom que há em ti” (2Tim 1,6). A segunda es-

Salve, Sant’Ana! N

o dia 22 de julho de 2012, vivenciei uma forte e marcante experiência musical. Eu estava no meio de uma multidão que iniciava o momento ápice de umitinerário que durou um ano. Confesso que não me contive de alegria e emoção quando o animador litúrgico convidou-nos para cantar o Hino de Abertura da celebração do Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana. Olhava ao meu redor, via e ouvia do melhor lugar onde se podia estar naquela hora, no meio do povo, as pessoas felizes cantando. Entendi que a composição “Salve, Sant’Ana”, de minha autoria, tinha “cumprido a sua missão”. Ela, durante todo esse ano, a cada vez que foi executada em encontros, celebrações, programas de rádio, fones de

“Salve, Sant’Ana, a ti nosso amor. Intercede por nós, povo em festa, que aqui manifesta um grande louvor, ao Deus que chama a Igreja e, em nós, o seu dom dá um novo vigor”.

trofe diz do desejo da “Igreja que queremos”. Essa foi a expressão muito utilizada nos compromissos assumidos pela Arquidiocese nesse tempo e reflete os anseios para o tempo vindouro: Doação,

Palavra, Serviço, Amor, Esperança e o “Sim” à missão que é compromisso com a vida. E a última estrofe é um recorte da história, a partir dos pastores dessa Igreja, lembrados em seus lemas de episcopado: “Tua Palavra é luz para os meus pés”, de Dom Jackson Berenguer Prado, primeiro bispo da diocese, “Sentir com a Igreja”, de Dom Silvério Albuquerque, bispo emérito, e “Somos todos irmãos”, de Dom Itamar Vian, Arcebispo atual. Sobre o refrão? Ele se diz: “Salve, Sant’Ana, a ti nosso amor. Intercede por nós, povo em festa, que aqui manifesta um grande louvor, ao Deus que chama a Igreja e, em nós, o seu dom dá um novo vigor”. Alegria e fé, louvor e súplica, desse povo que festeja. Agradeço a oportunidade de cantar essa história! Meu louvor a Deus por partilhar desse tempo de graça. Essa música, pessoalmente, também é uma expressão de gratidão por a Arquidiocese nos acolher, seminaristas de Vitória da Conquista, para nossos estudos teológicos. É o sentimento de ser Igreja, que ultrapassa os limites geográficos, que me fez dizer, em forma de canção, a alegria de também estar aqui em Feira de Santana nesse tempo especial. Minha gratidão a cada “irmão e irmã” que ouviu e tomou para si esse hino, cada músico que disponibilizou o seu talento ajudando nosso povo a cantar, cada compositor que também respondeu ao chamado de escrever para essa festa, cada artista que encheu de mais vida a comemoração. A missão de “cantar as maravilhas de Deus” continua para todos. No coração, por um bom tempo, com saudade, ainda vai ressoar: “Salve, Santana, a ti nosso amor...”. Flávio Porto Compositor do hino do jubileu

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Que as graças do ano jubilar, vividas na missão da Igreja de Feira de Santana, sejam ainda mais aprofundadas e partilhadas ao nosso povo, como apoio espiritual e formativo e, assim, a nossa Igreja assuma com mais amor o Seguimento a Cristo. Parabéns, Pe. Pedro Júnior, seguidor de Jesus! Que mais obras venham!

Entender, de forma mais profunda, em que consiste seguir Jesus Cristo é uma tarefa que se impõe a todo cristão que queira, autenticamente, viver a fé cristã. Negligenciá-lo, portanto, é correr o risco de uma atuação periférica do cristianismo que conduz a inversão de valores. Esta tem seus efeitos noçivos na ação pastoral, fazendo com que na caminhada da Igreja não se viva o essencial. Uma evangelização que queira atingir, não de forma epidérmica, os fiéis, deve proporcionar-lhes um encontro e o conhecimento do Senhor que se exprime no Seguimento.

m

s três grandes expressões contidas no tema do nosso Jubileu “Igreja, Vida e Missão”, se quisermos, podem ser traduzidas em uma: Seguimento! Somos Igreja, assembleia reunida por Cristo Jesus, o Verbo de Deus que veio fazer “tenda” em nosso meio; assim o somos porque fizemos a experiência com a Pessoa de Jesus, e, a partir daí, entendemos que a Vida cristã é discipulado; e mais: a nossa Missão não se separa dessa realidade, que é o Seguimento. Essa vivência tornou-se tema do segundo livro do Pe. Pedro Júnior, lançado providencialmente no ano que nossa Arquidiocese celebra o caminho de Seguimento a Jesus Cristo. “O Seguimento de Jesus”, título da obra, é uma forma de “propor o tema do Seguimento como uma contribuição para este momento” (o Ano Jubilar), diz Pe. Pedro Júnior. E mais, “entendemos que a Celebração de um jubileu cristão deve, mormente, significar um voltar-se para Cristo, uma busca decidida de trilhar o seu caminho, de viver e anunciar sua mensagem de vida e de salvação”, completa. O livro foi lançado no segundo domingo de Páscoa, em uma celebração eucarística presidida pelo Arcebispo Dom Itamar Vian, com a presença de amigos, familiares, seminaristas, Irmãs Sacramentinas, todos esses que receberam a dedicatória do mesmo.

Conheça també

Tempo de Formação 40 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA

Lançamento do livro “O Seguimento de Jesus” A


“É missão de todos nós” Um dos pilares que compõe o tema do Jubileu de Ouro é a Missão. Esta se faz a partir da consciência do chamado que Deus faz a cada um que é Igreja e, por isso, partilha de sua Vida na caminhada. Foram realizadas, no mês março de 2011 e abril de 2012, Jornadas Missionárias, que contaram com as representações de toda a Arquidiocese e as assessorias dos teólogos Estevam Raschietti e Sydnei Marco Dornellas, respectivamente. Segundo Estevam Raschietti, “o projeto pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mun-

Jornadas Missionárias Arquidiocesanas gue às pessoas, modele as comunidades e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos”.

do de hoje com indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo che-

“A Palavra de Deus na Vida e Missão da Igreja” Vida e Missão da Igreja”, o encontro buscou, ainda, incentivar o aprofundamento e a leitura orante da Palavra de Deus nas paróquias e comunidades, fortalecer a “leitura de mundo”, tendo como referência a Palavra de Deus e intensificar o uso da Sagrada Escritura no processo de iniciação à vida cristã, nos círculos bíblicos e em toda vida da Igreja. Além das reflexões, partilhas, orações, confraternização, os participantes conheceram um pouco mais das raízes históricas de nossa fé, celebrando a Ceia Pascal judaica com significação cristã, comentada e explicada passo a passo. Esta celebração foi preparada pelo Seminário Maior Sant’Ana Mestra.

Semana Bíblico-Catequético Nos dias 25 de Setembro à 02 de outubro de 2011, padres, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, catequistas, animadores de comunidades, coordenadores de pastorais e movimentos e diversos agentes de pastoral participaram da

Semana Bíblico-Catequética, promovida com o objetivo de “Reavivar na Igreja de Feira de Santana a consciência de que a missão da Igreja nasce da Palavra de Deus”. Com o tema “A Palavra de Deus na

50 anos do Concílio Vaticano II Durante os dias 25 a 26 de maio, a nossa Faculdade Católica contou com a presença do professor Antonio Manzatto da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O assessor, além de ser muito competente na temática tratada, despertando o interesse de todos, mostrou-se também muito simpático e ao alcance de todos os presentes: leigos, religiosos e sacerdotes. A temática tratada foi o tema da evangelização à luz do Concílio Vaticano II. Celebrando a caminhada jubilar duma diocese que foi criada às vésperas

do Concilio Vaticano II, uma das formas importantes de bem viver o jubileu, era confrontar a ação pastoral da Igreja com tudo aquilo que foi indicado pelo grande evento de graça que foi o Vaticano II. A jornada foi, outrossim, uma oportunidade de nos prepararmos para a celebração dos cinquenta anos de abertura do Concílio. Ela suscitou reflexão, questionamentos e empe-

Jornada Teológica nho para uma ação evangelizadora que corresponda as necessidades e anseios do homem de hoje. REVISTAARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA 41 41 REVISTA


A Revista Arquidioces’Ana E

m novembro de 2010, quando Pe. Pedro Moraes Brito Júnior e José Angelo Leite Pinto conversavam sobre algumas ações para as comemorações do Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana (1962-2012), dentre muitas sugestões e percebendo a carência de um veículo impresso informativo, formativo e evangelizador a nível Arquidiocesano e voltado sobretudo para divulgação da história da Diocese de Feira de Santana em seu Jubileu de Ouro, surgiu o lançamento de uma revista, à qual por sugestão de José

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Angelo deveria chamar-se Revista Arquidioces’Ana, uma mesclagem dos nomes Arquidiocese e Sant’Ana padroeira da Arquidiocese. Dessa ideia, foram concretizados três números. O número 01, quando do lançamento do Ano Jubilar pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Itamar Vian, em julho de 2011, o número 02 durante as comemorações do Natal de 2011 e o número 03 durante o mês de outubro de 2012. Tiragem mínima de 2 mil exemplares, distribuição dirigida para paróquias, sindicatos, associações, bispos, padres,

diáconos, comunidades católicas, congregações religiosas, seminários, faculdades católicas, órgãos de imprensa, órgãos públicos municipais, estaduais e federais. Para a realização deste projeto, fez-se necessário a busca por patrocinadores. Assim empresas locais abraçaram a ideia, tornando possível sua realização. A edição da revista, bem como seu conteúdo e fotografias ficaram sob a responsabilidade de Pe. Pedro Júnior, José Angelo Pinto e Flávio Porto, que também trabalhou na diagramação com Alyrio Santos.


Presente no Jubileu

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site Fé Católica que há cinco anos atua em nossa Arquidiocese vem realizando um importante trabalho de evangelização através da cobertura de eventos da nossa Arquidiocese, divulgando para o mundo através da internet. A proposta foi lançada por Robson Miranda. Segundo ele, o site surgiu na idéia da ausência de um site em Feira de Santana e, porque não dizer, no estado da Bahia, que se voltasse exclusivamente para divulgar e promover os eventos relacionados ao povo católico. No site, podemos acompanhar muitos espaços como notícias, colunas diversas do nosso arcebispo, dom Itamar Vian, sacerdotes e leigos, cobertura de eventos, enquetes, paróquias, jornais, próximos eventos, entre outros. Desde o dia 11 de julho de 2011, data em que aconteceu uma cerimônia para

apresentação das ações e iniciativas para o Jubileu de Ouro da nossa Arquidiocese e lançamento da Revista Arquidioces’Ana, o site iniciou o trabalho de cobertura de todas as atividades referentes à preparação para o jubileu, lembrando que a imagem de Senhora Sant’Ana visitou toda a Arquidiocese. No mês de dezembro, o Pe. Zezinho levou mais de três mil católicos ao espaço Garage, emocionando o público cantando suas conhecidas canções religiosas e acompanhado pelos músicos do grupo Ir ao Povo; aconteceu a ordenação sacerdotal do diácono José Augusto Nascimento Costa e frei Luciano de Oliveira Martins, na cidade de Amélia Rodrigues, com apresentação dos Cantores de Deus e os 50 anos de vida sacerdotal do nosso querido pe. Hipólito Chemello, conhecido como pe. Popó; a ordenação sacerdotal do diácono Wilson da Silva Marques, em São Gonçalo dos Campos e, no período de 22 a 24 de dezembro, aconteceu o Bote Fé Feira, em preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece no Rio de Janeiro em 2013, quando vivemos dias especiais com a visita da cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora da Jornada Mundial da Juventude, com participação de toda comunidade católica, celebrações eucaristícas, carreatas, momentos de reflexão vocacional , sendo um dos momentos de maior participação os shows musicais com talentos da Arqui-

diocese, Banda Gênesis, Anjos de Resgate, Rodrigo (Missão Louvor e Glória) e Flavinho. No mês de janeiro de 2012, aconteceu a Missa de Envio do padre João Carlos para missão na Amazônia durante três anos, com os seminaristas, José Ribeiro e Leomário Gonçalves, que ali realizarão seus estágios pastorais. Em março, a 1ª Caminhada do Perdão da Arquidiocese de Feira de Santana, quando a Comunidade Católica de Feira de Santana e região foi às ruas para realizar uma das suas maiores manifestações públicas de fé. Seguindo no mês de abril com a Semana Santa e, em maio, foi colocada e abençoada a pedra fundamental para a construção do primeiro mosteiro de irmãs Clarissas no estado da Bahia. Em junho, o Tríduo preparatório para os 70 anos de Ordenação Sacerdotal do nosso querido bispo emérito da Arquidiocese de Feira de Santana, dom Silvério Jarbas Paulo de Albuquerque, comemorado em 02 de junho e Romaria das Dioceses em comemoração dos 50 Anos da Arquidiocese de Feira, e das Dioceses de Bom Jesus da Lapa, Juazeiro, Teixeira de Freitas e ordenação de dom Giovanni Crippa, como bispo auxiliar de Salvador e nomeação de frei Ruy Lopes como bispo. No dia 22 de julho, o dia mais esperado por todos os fiéis da nossa Arquidiocese, aconteceu uma programação especial: Solene Concelebração Eucarística do Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Feira de Santana presidida pelo arcebispo dom Itamar Vian, com participação de bispos, sacerdotes, diáconos, religioso(as), autoridades, seminaristas e católicos das diversas paróquias, nas programações entre outros momentos, show com a cantora Adrianna Arydes. Durante a celebração, foi lida a mensagem do papa Bento XVI. Mário Leal

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O grande dia Tudo estava bem diposto e organizado e tudo aconteceu em perfeita harmonia. No altar estava a imagem de Sant’Ana Mestra, como que a olhar todo o povo ali reunido. A ela pedimos o seu patrocínio por todo o povo de Deus a fim de que, como povo peregrino, buscássemos caminhar nos passos de seu neto, Jesus Cristo.

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Numa tarde de domingo, do dia 22 de julho, uma grande multidão de pessoas se reuniu, em praça pública, para a grande ação de graças a Deus pelos 50 anos de vida e missão da Igreja em Feira de Santana. A partir das 14:30h, o povo foi se aglomerando, motivado pela apresentação de um show musical, realizado pelos artistas católicos da terra. Vários deles cantaram sucessos musicais que as pessoas acompanhavam com comoção e alegria.

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Por volta das 16:00h, o cortejo processional passava no meio do povo. Era grande a quantidade de seminaristas, diáconos, padres e bispos que iam em direção ao altar para lá erguer o cálice da nossa salvação, retribuindo ao Senhor todo bem que Ele nos fez ao longo de cinco décadas. A celebração teve um tom festivo e alegre. O Povo cantava e acompanhava atento todo o ritual. Dom Itamar presidiu e Dom Murilo dirigiu a toda a Arquidiocese a sua palavra de Pastor nesta ocasião singular. Dom Luiz Pepeu foi o porta voz da mensagem do Papa, que concedeu bênção especial pela ocorrência. Com o gosto de saudade, a celebração teve fim. Enquanto os celebrantes voltavam a sacristia, o céu era iluminado por fogos de artifícios que exprimiam a exultação da Igreja feirense. Para abrilhantar o encerramento das celebrações jubilares, a cantora Adriana concluiu com chave de ouro, levando a todos ainda a cantar, louvar e bendizer o nosso Deus. Deus é bom e seu amor é eterno! Obrigado, Senhor!

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“Vocês são o presente desta Mensagem no encerramento das celebrações do “Eu reunirei o resto de minhas ovelhas de todos os países para onde forem expulsas e as farei voltar a seus campos, e elas se reproduzirão e multiplicarão. Suscitarei para elas novos pastores que as apascentem; não sofrerão mais o medo e a angústia, nenhuma delas se perderá”. Nessas palavras do SENHOR – palavras que nos foram transmitidas pelo Profeta Jeremias – está uma descrição clara dos objetivos que levaram à criação da “Diocese” de Feira de Santana, cinquenta anos atrás, pelo Bem-aventurado Papa João XXIII, com a Bula Quandoquidem novae. A então Diocese de Feira de Santana, elevada a Arquidiocese a 16 de janeiro de 2002, por outro Bem-aventurado, o Papa João Paulo II, é fruto do carinho de Deus; ela existe graças ao desejo do Bom Pastor de congregar em torno de Si as ovelhinhas espalhadas nos 19 municípios que a compõem. Por isso, temos todo o direito de, nesta tarde de festa, fazer nosso o cântico do Salmista: “O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma!” Nosso olhar se volta para o caminho percorrido por esta Igreja Diocesana ao longo de 50 anos. É oportuno lembrar aqui ao menos o nome dos que foram colocados à frente desta Igreja Particular, dos Bispos que ajudaram a escrever sua História. Em primeiro lugar, Dom Jackson Berenguer Prado, de 1962 a 1971; depois, Dom Silvério Albuquerque, de 1973 a 1995; e, desde 1995, Dom Itamar Vian. Se pudéssemos recordar o nome e a contribuição de cada sacerdote que fez ou faz parte de desse presbitério, teríamos aqui uma aula de amor e dedicação. Seria igualmente importante lembrar os Diáconos Permanentes que participaram e participam da missão evangelizadora. Como seria gratificante lembrar os religiosos e as religiosas que, com seu testemunho, santificaram esta terra e este povo. E o que dizer da imensa família formada pelos leigos e leigas que construíram esta Diocese cinquentenária? O ensinamento que eles e elas nos dão é o de que a santidade, normalmente, se constrói cada dia, na humildade da rotina cotidiana, na santificação da vida familiar e na dedicação renovada para transformar a cidade dos 48 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA

homens em Cidade de Deus. A Liturgia deste 16º Domingo do Tempo Comum nos apresenta Jesus Cristo como o pastor cuidadoso que se preocupa com seus colaboradores. Depois de reuni-los e escutá-los, Ele os convida a pararem um pouco suas atividades, a se retirarem para um lugar deserto e a descansarem um pouco. É Jesus, pois, o Bom Pastor, que lhes diz hoje: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Nesse convívio, o Bom Pastor

quer lhes relembrar as razões da celebração de um jubileu. Um jubileu, na visão bíblica, deve ser um tempo de reconciliação ampla e de um perdão geral. Quando foram instituídos, segundo lemos no capítulo 25 de Levítico, os prisioneiros e escravos deviam readquira liberdade; as dívidas deveriam ser extintas e as propriedades retornar aos seus donos primitivos. O Senhor pretendia que se estabelecesse, assim, a justiça social, com atenção especial aos


Arquidiocese para o Pai!” Cinquentenário da “Diocese” de Feira de Santana mais fracos e excluídos. Jubileu era um tempo de grande festa, de alegria universal; um tempo de grande júbilo. Hoje, um jubileu é uma ocasião especial para fazer nascer em nossos corações uma grande oração de louvor e agradecimento pelos dons recebidos! No caso desta Arquidiocese de Feira de Santana, é uma ocasião para constatar: quantas graças o Senhor derramou sobre seus filhos e filhas ao longo de sua história! Quantas graças o Senhor derramou sobre vocês, filhos e filhas desta Arquidiocese Jubilar. Por isso, nesta celebração, todos são chamados a colocar-se, com renovado espírito de fé, diante do amor do Pai, que nos deu o seu Filho, “para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida terna”(Jo 3,16). Além disso, elevem seu agradecimento pelo dom da Igreja, fundada por Cristo como o sacramento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano. Certamente, haverá uma nova primavera de vida cristã nesta Arquidiocese se aqueles e aquelas que dela fazem parte, dóceis à ação do Espírito Santo, buscarem a própria conversão e trilharem decididamente o caminho da santidade. Convido-os a voltarem seu olhar para o presente e constato: vocês, meus irmãos e minhas irmãs, são o presente desta Arquidiocese para o Pai! Por isso, as palavras do apóstolo Paulo aos cristãos de Éfeso, que ouvimos na Liturgia da Palavra, são dirigidas a vocês. O Apóstolo lhes lembra que outrora estáveis longe, e vos tornastes próximos pelo sangue de Cristo. “Ele, de fato, é a nossa paz”. Cristo conquista um povo para seu Pai. E como o conquista? Com o poder de seu sangue. E como a une? Pelo Espírito Santo, fonte de toda a unidade. Ao apresentar o caminho a ser percorrido pela Igreja ao longo do terceiro milênio, o então Papa João Paulo II – hoje, bem-aventurado - nos advertiu: não há uma fórmula mágica para enfrentarmos “os grandes desafios de nosso tempo; não será uma fórmula a nos salvar, mas uma Pessoa, e a certeza que ela nos infunde: Eu estarei convosco! Sendo assim, não se trata de inventar um “programa novo” de

Se cada filho e filha desta Arquidiocese e todas as comunidades se mantiverem firmes no Queremos, esta Igreja Particular de Feira de Santana estará abrindo mais e mais suas portas para a ação do Espírito Santo.

ação pastoral. O programa já existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva da Igreja. Concentra-se, em última análise, no próprio Cristo, que temos de conhecer, amar e imitar, para nele viver a vida trinitária e com ele transformar a história até a sua plenitude na Jerusalém celeste” (NMI, 29). João Paulo II continuou: “Não hesito em dizer que o horizonte para o qual deve tender todo caminho pastoral é a santidade”... “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (1Ts 4,3). [A santidade] é um compromisso que diz respeito não apenas a alguns, mas os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (NMI, 30).

Para guiá-los no caminho da santidade, fruto de um trabalho em mutirão que envolveu as pessoas, as comunidades, as pastorais, os movimentos e as associações da Arquidiocese de Feira de Santana, surgiu um riquíssimo programa intitulado: A Igreja que queremos ser. É uma resposta a 5 perguntas que vocês mesmos fizeram: Qual deve ser o perfil da Arquidiocese? Temos consciência de que tudo interessa a todos? Será que Deus está contente com nossa Arquidiocese? Como deve ser e o que deve fazer a Igreja Particular de Feira de Santana? Na celebração do Jubileu de Ouro de nossa Arquidiocese, na força do Espírito Santo, com coragem e confiança, que Igreja queremos ser? Seria oportuno e de grande riqueza apresentar aqui, detalhadamente, as 13 grandes afirmações que todos aprovaram, e que começa sempre com um solene: Queremos ser uma Igreja... Contento-me em apresentar a ideia central de cada “Queremos ser...”: a Igreja jubilar que está em Feira de Santa quer ser, diante do Senhor, uma Igreja em estado permanente de missão; que viva em comunhão; que viva também da Palavra de Deus; que seja uma rede de comunidades; que destaque a importância da Eucaristia; uma Igreja ministerial, que dê uma atenção especial à família, às vocações e ao dízimo; uma Igreja que seja fermento na sociedade, com e para os pobres. Enfim, uma Igreja que promova a vida e que caminhe alimentada pela fé. Se todos forem fieis a esses compro-

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missos – e certamente o serão, pois as propostas partiram de seus corações! - se cada filho e filha desta Arquidiocese e todas as comunidades se mantiverem firmes no Queremos, esta Igreja Particular de Feira de Santana estará abrindo mais e mais suas portas para a ação do Espírito Santo. Tomo a liberdade de insistir em algum dos pontos aprovados, e o faço em forma de pedidos: Como expressão de seu amor pela Eucaristia, sejam fieis à participação da Missa aos domingos. Proclamem, dessa maneira, que realmente, Jesus Cristo está no meio de nós! Além disso, renovem o compromisso de multiplicar momentos de Adoração Eucarística em suas paróquias e capelas. Saibam dar um espaço sempre maior

à Palavra de Deus em suas vidas. Pertencemos a um povo que tem o privilégio de conhecer a intimidade de Deus e Sua vontade, pois Ele próprio quis se revelar. Busquem atualizar a experiência das primeiras comunidades, que “eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42). Procurem dar uma atenção especial às vocações, a todas as vocações e, de modo particular, às vocações sacerdotais e religiosas. Precisamos dar aos jovens, que o próprio SENHOR estiver chamando, as condições necessárias para Lhe responderem com o generoso dom de suas vidas. Em todas as iniciativas pastorais, insistam que a família é o lugar privilegiado para a transmissão da fé. “No

Mãe querida! Tu sempre estiveste ao lado de teu Filho Jesus, tu sempre o acompanhaste, até a Cruz. Também acompanhaste esta Arquidiocese Jubilar ao longo dos cinquenta anos de sua existência. Por tudo isso, nós te somos gratos, Mãe querida! Conheces o coração de teus filhos e filhas e sabes o quanto te amam. Sim: é grande o carinho que o povo daqui te dedica. Com a liberdade de filho, te peço: intercede por esta família arquidiocesana, pelo seu Arcebispo, pelos seus sacerdotes e diáconos, por 50 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA

Evangelho”, lembra-nos Bento XVI, “não encontramos discursos sobre a família, mas uma admoestação que vale mais do que toda a palavra: Deus quis nascer e crescer em uma família humana” (31.12.06). E acrescento: foi na família da Senhora Sant’Ana que foi preparado o coração daquela que seria a Mãe do Filho de Deus encarnado. A Senhora Sant’Ana não sabia o que Deus desejava de sua filha Maria. Soube, sim, preparar sua filha para o “sim” que daria ao Senhor. Peço a você que é mãe, a você que é pai: cultivem em seu lar as condições necessárias para que seu filho e sua filha se desenvolvam de tal modo, que tenham condições de corresponder ao plano de Deus. Permitam-me voltar-me para Maria, para lhe pedir, em nome de todos:

seus religiosos e religiosas, pelas crianças e jovens, pelos casais e idosos. Alcança para todos os filhos e filhas desta Igreja Particular as graças que mais estiverem precisando para ter os mesmos sentimentos de teu Filho Jesus. Assim, cada qual será um discípulo missionário como a Igreja deseja e nosso mundo necessita. Amém. Dom Murilo S.R. Krieger, scj – Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil


Tempo de Comunhão REVISTA ARQUIDIOCES’ANA 51


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Dioceses irmãs jubilares

O Regional Nordeste III viveu um período especial no ano de 2012. Além da Arquidiocese de Feira de Santana, mais outras três dioceses celebraram o Jubileu de Ouro, a saber: Diocese de Juazeiro, Diocese de Bom Jesus da Lapa e a Diocese de Teixeira de Freitas. Todas elas criadas pelo Papa João XXIII, às vésperas do Concílio Vaticano II. Essas circunscrições eclesiásticas visam um melhor serviço ao Povo de Deus espalhado no nosso grande Estado da Bahia. Em Bom Jesus da Lapa, no mês de junho, as quatro dioceses em peregrinação celebraram juntas a alegria dessa caminhada de vida e missão. Foi um momento muito significativo com uma expressiva participação dos fiéis das diversas dioceses, além de um belíssimo momento de comunhão e unidade.

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IGREJA, VIDA E MISSÃO JUBILEU DA ARQUIDIOCESE DE FEIRA DE SANTANA “Somos todos irmãos”, por isso, com afeto especial, saúdo a todos vocês que, como pedras vivas (cf. 1Pd 2,5), edificam a Igreja de Deus que está em Feira de Santana. Saúdo, também, todos os que conosco crêem em Jesus Cristo e no Evangelho, aos que crêem em Deus e aos que ainda não encontraram o caminho da fé. A todas as pessoas de boa vontade, ofereço esta mensagem. A minha saudação na “graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,3). Na força do Espírito, queremos seguir adiante, com coragem e confiança, no alvorecer deste novo milênio. Como deve ser e o que deve fazer a Igreja particular de Feira de Santana?

Queremos

ser “uma Igreja em estado

permanente de MISSÃO” (DA 144). Já o Concílio Vaticano II afirmava que “A Igreja, durante a sua peregrinação sobre a terra, é por natureza missionária” (AG 9). A missão não é, portanto, um elemento acessório para a Igreja, visto que ela existe para ser enviada. A Missão é parte integrante da identidade cristã. Todos somos missionários. Cada comunidade eclesial deve ser um poderoso centro irradiador de vida. 54 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA

Queremos

ser uma Igreja que vive em

COMUNHÃO, tornando-se, desta forma, sacramento da unidade. O testemunho específico da comunhão é a condição fundamental para expressar o nosso “ser” e “agir” como Igreja. Foi este um dos pedidos de Cristo: “Que sejam um para que o mundo creia” (Jo 17,21). Busquemos, portanto, superar todo fechamento e divisão, cientes de que o acolhimento, a compreensão e o diálogo serão o caminho para levar o mundo a Cristo.

Queremos

ser uma Igreja que vive da

PALAVRA DE DEUS, escutando-a abundantemente e procurando colocá-la em prática. Pertencemos a um povo


que tem o privilégio de conhecer a intimidade de Deus e Sua vontade. Que esta Palavra seja o alimento do itinerário catequético com crianças, jovens e adultos.

Queremos

ser uma Igreja onde nossas

paróquias sejam uma rede de COMUNIDADES, onde as pessoas se sintam acolhidas e possam viver o apelo de Jesus que disse: “Onde duas ou três pessoas estiverem reunidas no meu nome, eu estarei no meio delas” (Mt 18,20).

Queremos

ser uma Igreja lugar do

encontro com Cristo. Neste sentido, destacamos a importância da CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA, sobretudo a dominical, como momento forte de expressão de unidade, de fortalecimento da fé, com a convicção de que a Liturgia é a fonte, a meta e o cume de toda a ação pastoral.

Queremos

ser uma Igreja toda

MINISTERIAL, que a exemplo de seu Mestre, é chamada mais a servir do que ser servida. No caminho da história, nos pomos ao lado de toda pessoa com esta atitude, sobretudo diante dos mais pobres e necessitados. Desejamos que os ministérios não ordenados, tão importantes na nova evangelização, sejam mais valorizados.

Queremos

ser uma Igreja que em sua ação

pastoral dedica uma atenção toda especial à FAMÍLIA, lugar privilegiado para a transmissão da fé. Deus quis a família e

para ela tem um projeto de amor. Nascendo e vivendo numa família, Ele a elevou na sua tarefa de transmitir e promover a vida.

Queremos

ser uma Igreja com uma

atenção especial às VOCAÇÕES, a todas as vocações e, de modo particular, às vocações sacerdotais e religiosas. Precisamos dar aos jovens, que o próprio Senhor estiver chamando, as condições necessárias para Lhe responderem com o generoso dom de suas vidas.

Queremos

ser uma Igreja auto-

sustentável pelo DÍZIMO. Durante anos, a Arquidiocese vem recebendo ajuda de católicos de outros países. Diante de Deus agradecemos este auxílio. Mas agora nós devemos assumir a sustentação das comunidades através do dízimo, fazendo dele uma expressão concreta de amor e compromisso com sua Igreja.

Queremos

ser uma Igreja FERMENTO

na sociedade. Cabe à Igreja iluminar, de tal modo, as realidades temporais, que as pessoas delas se sirvam no sentido exato do verdadeiro progresso, que não consiste em ter coisas, e sim em ser pessoas melhores pelo bom emprego dos bens temporais. Tudo quanto refletimos acerca da missão e da vida da nossa Arquidiocese é o que vai motivar os passos após a comemoração do Jubileu. As nossas ações serão sempre destinadas a promover maior participação, responsabilidade, consciência e autenticidade de vida cristã. E para isso, desde agora, com jubilosa esperança, convoco a todos os meus irmãos Presbíteros, Religiosos (as) e cristãos Leigos. Com alegria e renovado ardor, lancemo-nos para a Missão que celebração do Jubileu da nossa Igreja Particular nos apontou. Façamos dele um motivo para que a Arquidiocese cresça e se renove, por uma nova intensidade de ação pastoral e missionária. Reavivemos o dom que nos foi concedido para que, com entusiasmo, continuemos a missão e proclamemos Jesus Cristo vida plena para a humanidade. Caminhemos juntos, acolhendo, com gratidão, nosso rico passado, vivendo, com paixão, nosso desafiador presente, e construindo, com confiança nosso esperançoso futuro. BENÇÃO FINAL Louvemos o Deus Uno e Trino pela Arquidiocese de Feira de Santana, por todos nós, bispos, presbíteros, religiosos e religiosas, leigos e leigas que fazemos parte dessa história tão significativa e dessa caminhada de fé, de esperança e caridade. Imploro, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida e de Senhora Sant’Ana, as bênçãos de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, para sermos a Igreja que Deus quer e o povo precisa. Amém. + Itamar Vian Arcebispo Metropolitano REVISTA REVISTAARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA 55


A tarefa de comunicar o Jubileu de Ouro A

Arquidiocese de Feira de Santana comemorou em 22 de julho de 2012, seus 50 anos de criação, iniciada por Dom Jackson Berenguer Prado, depois Dom Silvério Albuquerque, até os dias de hoje com Dom Itamar Vian. Para celebrar esta exitosa trajetória, a comissão organizou um vasto calendário de atividades religiosas, sociais e culturais iniciadas em 2011 e com sua conclusão em julho de 2012, atividades estas que marcaram mais uma vez a história de nossa Arquidiocese, construída com a colaboração e o empenho de inúmeras pessoas. Para divulgar este Jubileu de Ouro, várias iniciativas foram executadas através da Equipe de Comunicação para demonstrar a importância desta caminhada, bem como sua história, visando registrá-la e documentá-la para as futuras gerações este acontecimento ímpar. Como objetivo geral, promovemos a comunicação do Jubileu de Ouro da Arquidiocese, utilizando estratégias de curto,

José Angelo Pinto

médio e longo prazo, baseando-se em três linhas orientadoras: Foco e Memória; Vida e Missão da Igreja e Retrospectiva do Ano Jubilar. Inicialmente foi apresentado o logotipo do Jubileu de Ouro, criado por José

Pe. Hipólito Gramosa

Pe. Pedro Júnior

Flávio Porto

Alyrio Santos e Flávio Lourdes Rocha

56 REVISTA ARQUIDIOCES’ANA

Angelo Leite Pinto, que tem o número 50 estilizado, a imagem de Senhora Sant’Ana Guia, Padroeira da Arquidiocese, a cor dourada em degradê, simbolizando o ouro e a valiosa trajetória destes anos, finalizando com o período de 1962 a 2012, período de sua existência. Dentre estas iniciativas e ações destacaram-se: Produção e veiculação da Revista Arquidioces’Ana volumes 01, 02 e 03; Exposição Fotográfica “Igreja, Vida e Missão” em parceria com o Clube de Fotografia Gerson Bullos; Outdoors; Cartazes; Folders; Panfletos; Banners; Faixas distribuídas em todas as Paróquias, divulgação em jornais, rádios e televisão, como também a utilização da internet, através do web site oficial da Arquidiocese de Feira de Santana (www.arquidiocese-fsa.org.br), Blog, Twitter e Facebook. A Equipe de Comunicação foi formada por José Angelo Leite Pinto, Flávio Porto, Lourdes Rocha, Pe. Hipólito Gramosa e Pe. Pedro Júnior.


R

ecordo, com alegria, os momentos vividos na celebração do Jubileu Áureo de nossa Arquidiocese. Juntamente com a comissão de trabalhos, disse: Eis-nos aqui! E pusemo-nos em ação para fazer o melhor que estivesse ao nosso alcance. Foi um tempo de empenho e dedicação, que teve como fruto maior: o amor a esta Igreja Particular. Igreja na qual nasci e me criei. Igreja em que muito também recebi, ajudando-me a crescer, a ser pessoa, e a viver a alegria de fazer dom de minha vida pelo sacerdócio. Igreja que quero, cada vez mais, amar e servir. O Jubileu foi um grande convite a viver a história com uma consciência mais aguçada. Fez-nos olhar o passado para agradecer ao Bom Deus seu amor e fidelidade e a todos que nos precederam e contribuíram para que chegássemos até aqui. Louvado seja Deus por todos os leigos, religiosos, sacerdotes e bispos, que na eternidade ou alhures, ajudaram a tecer esta história! Nosso olhar retrospectivo, fez-nos também cair de joelhos e bater no peito, pedindo perdão ao Misericordioso Deus por não termos correspondido à vocação a qual fomos chamados. A caminhada do perdão foi um momento significativo para uma consciência do nosso ser e fazer Igreja, na busca de uma melhor sintonização com o projeto de Deus. Todas as iniciativas jubilares foram ocasiões de visita do Senhor, que nos incitaram a pensar o aqui e o agora da nossa Igreja. Instigados pela prece e pelo canto que nos fizeram continuamente repetir: Reaviva o teu dom em nós, fomos convidados a refazer as forças, retomar o ânimo e, à luz de quanto nos indicou o Papa João Paulo II, o atual Pontífice e a conferência de Aparecida, empreender um caminho de nova evangelização. Mas o Senhor que está à porta e bate, aguarda que a abram e O deixem entrar. O jubileu foi este grande convite. Cabe a cada um de nós, à luz das celebrações jubilares ocorridas, sentir-se empenhado a ser protagonista de uma nova história. Isto, sobretudo significará viver a fidelidade as indicações do Concílio, às vésperas do qual nossa Igreja foi criada e que agora também vivemos a alegria do Jubileu de sua abertura. Nas pegadas do Concílio e na força do Espírito, que anima a vida e a missão da Igreja, queremos, para a glória de Deus Pai,ser uma Igreja discípula missionária, como Maria, caminhando nos passos de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. Pe. Pedro Moraes Brito Júnior.

Tempo de Agradecer

Um tempo de visita do Senhor

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Rogai 58 58 REVISTA REVISTAARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA


Nos passos do amanhã

por nós! 59 REVISTA REVISTA ARQUIDIOCES’ANA ARQUIDIOCES’ANA 59


Sua Santidade O Papa Bento XVI Saúda cordialmente ao povo fiel de Feira de Santana, por ocasião das celebrações jubilares da diocese criada pela Bula Novae Ecclesiae do Papa João XXIII (1962– 21/07 – 2012), alegrando-se pelos abundantes frutos de vida cristã com que Deus abençoou esta parcela do seu Povo ao longo destes cinquenta anos. Ao mesmo tempo, quer animar os membros desta circunscrição eclesiástica baiana a serem, cada um segundo o seu estado e vocação particular “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14); assim através da escuta assídua da palavra de Deus e da recepção frequente dos sacramentos, os fiéis, unidos pelos laços da verdadeira caridade com o seu Pastor e com o sucessor de Pedro, tornar-se-ão testemunhas vivas do Evangelho e protagonistas da difusão do Reino de Deus na terra: o Reino de paz, justiça e amor. E enquanto confia à intercessão maternal de Nossa Senhora Aparecida os esforços e fadigas, as alegrias e esperanças dessa dileta grei diocesana, o Santo Padre concede Senhor Arcebispo, Dom Itamar Vian, aos amados sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos um propiciadora Bênção Apostólica. Vaticano, 1° de junho de 2012 Tarcísio Card. Bertone Secretário de Estado de Sua Santidade

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