Opera Aperta, além de ser o nome de uma obra de Waldemar Cordeiro, realizada em 1963, é o título original do livro de Umberto Eco Obra Aberta, publicado em 1962. Nele o teórico italiano define a obra de arte como um fenômeno aberto, com pluralidade de significados, pressupondo a interpretação do espectador. Eco acredita que toda obra de arte é aberta, mas que nas poéticas contemporâneas essa característica ganha maior visibilidade, pedindo que o observador assuma o status de participador.
“Os problemas da linguagem pictórica [...] são preocupação de uma minoria, mas a guerra, o sexo, a moral, a fome e a liberdade são problemas de todos os seres humanos.” Mário Pedrosa Em 1965, foi aberta a exposição Opinião 65, que reuniu 30 artistas, brasileiros e estrangeiros, entre eles Waldemar Cordeiro e Hélio Oiticica, ligados à nova figuração. O nome da mostra teve como inspiração o show Opinião, no qual a canção “Carcará”, interpretada por Nara Leão e Maria Bethânia, se tornou hino contra a repressão e a censura militar. Opinião 65, também de caráter político, é conhecida pela ação de Hélio Oiticica com seus Parangolés e de representantes da escola de samba da Mangueira, que foram expulsos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/ RJ) por adentrarem o local ao som do samba. Waldemar Cordeiro realizou uma versão paulista da mostra na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), a Proposta 65, com uma série de palestras sobre a nova figuração no Brasil. No final dos anos 1960, Cordeiro já mostra seu interesse no uso de novas tecnologias em trabalhos como Beijo.