capítulo 1 : idealização projetos mezanino e portfólio
uma exposição. A equipe do Maria Antonia já estava com as obras, tudo certinho. Aí, um belo dia, conversando, falei: olha, estou com este projeto, em que o pessoal também é ligado a fotografia, acho que o ano que vem já vai rolar a primeira exposição etc. Eles disseram: o Bavcar está aqui no Brasil. Você não quer já fazer essa exposição lá [no Itaú Cultural]? Aí fizemos. Assim, em um estalo. Essa exposição foi como um embrião, uma semente do Projeto Mezanino de Fotografia. E eu achei muito bom. Foi um teste, para ver se daria certo. Tipo um piloto. A questão é a seguinte, a gente pensava em trabalhar com artistas que não eram tão conhecidos, fotógrafos brasileiros, inicialmente. Então, assim, o Bavcar, ele entrou aí, por acaso, porque já é um fotógrafo bastante conhecido etc. Na verdade, o Bavcar entra meio que na contramão do conceito, mas ele abriu o projeto. Eu considero essa a primeira exposição do projeto, com certeza. As exposições dos outros artistas entraram, também, no mesmo formato, no mesmo ritmo de produção, do mesmo jeito. Não mudou nada. A exposição do Bavcar já tinha curadores, uma dupla, a Elida Tessler e o João Bandeira. Eram os dois porque eles já tinham trabalhado essa exposição, essa curadoria, em outro espaço. A partir de 2004, começamos, efetivamente, com a programação do Projeto Mezanino de Fotografia. No início, pensamos, ah, vamos trazer um curador com prestígio, reconhecimento para abrir o projeto. Isso era muito importante para nós. Daí os nomes da Helouise [Costa] e do Tadeu [Chiarelli] apareceram logo numa primeira lista de curadores que já tinham experiência com fotografia. Só que tinha essa questão da verba. Eu queria trabalhar com uma verba pequena. A ideia inicial era não ter custo de curadoria. A aproximação de um curador como o Tadeu e a Helouise, e tal, você tem de negociar. Explicar bem o que era o projeto e a questão da verba. E tinha um trabalho anterior de pesquisa, por parte deles, que coincidia com o perfil do artista que a gente queria trazer para o projeto. Agora, os curadores tiveram total liberdade para escolher os artistas. O projeto era um conceito, de estrutura simples e feito mais internamente [no âmbito do Núcleo de Artes Visuais]. Então achei importante colocar as ideias que tive para o curador, no caso o Tadeu [curador da primeira edição do Projeto Mezanino de Fotografia]. Quando conversamos, a noção do projeto era uma coisa muito superficial, geral. Algo como a gente tem uma ideia “assim, assim, assado” de fazer esse tipo de exposição. Como esse papo que a gente está tendo aqui, eu tive com o Tadeu. E falei, temos essa verba para fazer. Você topa fazer? Ele topou e fez. Inclusive, depois, levamos para Curitiba. Já nas exposições com curadoria da Helouise [projeto Mezanino de Fotografia do ano de 2005], as itinerâncias previstas acabaram não acontecendo. Mas entrou o diálogo com a literatura, que não existia na edição anterior, em que o Tadeu foi curador, entende? A questão é que estávamos experimentando formatos. Por isso, inclusive, chamei de Projeto
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