ISABELLA CICERELLI DE ASSIS - Livro - Trabalho Interdisciplinar - 7 Ano

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Mural de Eduardo Kobra

As diversidades culturais

Isabella Cicerelli de Assis

Introdução Meu nome é Abayomi e eu sou negra africana. Eu tinha 10 anos quando me colocaram no mercado, eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo. Cortaram todo o meu cabelo, me deixaram nua e me separaram da minha mãe e do meu pai, foi aí que eu percebi que eu nunca mais viria eles outra vez.

Há mais de 500 anos atrás, lá estava eu naquele mercado, sozinha e judiada, era como se eu fosse uma mercadoria, era como se eu não tivesse valor nenhum. E isso doía demais.

Em um certo dia, uns homens estranhos com cara de mal se aproximaram de mim e falaram: “é essa, queremos ela!”. Eu fiquei confusa, mas antes mesmo de eu falar, eu já estava acorrentada e sendo puxada e arrastava como se eu fosse um animal pelos homens brancos, que eram europeus. Eles me levaram até um navio, onde tinha vários mosaicos bonitos. Só sei de uma coisa, eles são muito diferentes do meu povo, sua religião, tradições, cultura, entre muitas outras coisas.

História

No navio tinha vários mosaicos diversificados, eles eram feitos de quadradinhos, todos eram muito bonitos, mas um me chamou muita atenção, era um anjo e devia representar muito a religião deles. Embaixo da pintura estava uma plaquinha escrita: área de 364 cm². Eu não entendi o que era aquilo e já que sou muito curiosa perguntei o que isso significava. Eles falaram para eu ficar quieta que eu já estava chegando no meu lugar, mas eu insisti muito e eles me explicaram: “esse número significa a área que esse mosaico ocupa” aí eu perguntei como calculava uma área e eles disseram: “a área é calculada multiplicando a base vezes a altura (nesse caso o retângulo), então se faz 26 cm vezes 14 cm, e o resultado é a área dessa figura” eu agradeci por terem me explicado, mas logo em seguida, me jogaram em um porão onde tinha várias pessoas iguais a mim: nuas, com o cabelo cortado ou raspado e negras, em condições horríveis. E foi assim a viagem inteira até o Brasil.

Arte e Matemática

O navio chegou no Brasil e todos desembarcaram. Eu estava acorrentada e com muita dor, mas eu fazia de tudo para ter forças para sobreviver. Eu queria saber mais sobre as religiões das pessoas que agora eu iria conviver, então eu fiquei parada e um europeu perguntou porque eu não estava andando e eu respondi: - Qual é a sua religião?

O europeu ficou confuso e disse: - O cristianismo.

- Me explica? Eu quero muito saber mais sobre isso. - eu disse.

- Vou explicar rápido, mas sem perguntas! Nós somos monoteístas, mas defendemos o ponto de vista da Trindade que define Deus como três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Acreditamos na encarnação de Jesus como homem e Deus, também acreditamos que Maria é mãe de Deus. Temos os 7 sacramentos: o batismo, a confissão, a eucaristia, o crisma, a ordem, o matrimônio e a unção dos enfermos. Bom, então é isso, eu resumi um pouco sobre a minha religião e espero que você tenha entendido, agora continue andando como o resto está. - ele disse, eu assenti e agradeci.

Eu continuei andando até a lavoura, e chegando lá vi uma indígena também fazendo trabalho escravo, resolvi ir falar com ela enquanto fazia as tarefas: -

Oi tudo bem? Eu queria saber qual é a sua religião e um pouco sobre ela, você poderia me contar?

Ensino Religioso

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Claro, seria um prazer! Nós indígenas somos animistas, ou seja, acreditamos que tudo na natureza tem uma alma, tudo é sagrado e não há distinção entre religião e a vida cotidiana. Nós temos rituais de cura, com danças, músicas e entre outras coisas. Temos uma relação de muita harmonia com a natureza, por isso nossa própria terra é sagrada, chamamos ela de “pachamama”, e nós herdamos toda essa cultura e tradições dos nossos antepassados. Não sei se entendeu mas é isso, me conta da sua religião, agora estou curiosa também! - ela disse.

Que legal a sua religião, então já que você pediu eu vou contar a minha, que é o candomblé. Nós somos monoteístas, nosso Deus supremo é o Olorum e ele foi quem criou os orixás, eles são espíritos que estão presentes nos totens e nas pessoas, são eles que determinam nosso temperamento, nossa personalidade e nossos tabus. Nem todos os orixás tem as mesmas opiniões, por exemplo, um ato pode ser certo para uma pessoa e errado para a outra, dependendo da situação ou do orixá. Os griots são as pessoas mais velhas, que transmitem essas tradições para nós. Agora eu preciso ir porque o senhor está me chamando, foi um prazer te conhecer. - eu disse, ela retribuiu e acenou.

Continuação de Ensino Religioso

Eu estava andando até o senhor do engenho, e antes dele falar o que ele queria eu perguntei qual era a sua religião, ele pegou o chicote e me bateu por eu ter o interrompido. Aquilo doeu demais, eu estava chorando muito, então tentei me explicar: -

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Me desculpe senhor, eu só gostaria de saber mais sobre as diversas religiões que existem aqui, poderia me explicar a sua? Se não for te incomodar.

Eu sou judaico, vou te explicar, mas depois você vai me fazer o que eu te pedir. Nós judaicos, acreditamos que Deus se revela a Abraão fazendo uma aliança com o povo de Israel ao longo da história, essa aliança faz com que nós tenhamos a Terra Prometida. No judaísmo temos 4 pilares principais: a ascendência por parte de mãe, a língua judaica, a escritura judaica revelada por Deus e a Terra Prometida. Agora que eu já expliquei a minha religião acompanhe esse escravo até a lavoura novamente. - ele disse, eu agradeci e fui com o outro escravo, que ouviu a nossa conversa e disse se eu gostaria de saber sobre sua religião, e é claro que eu aceitei.

Continuação de Ensino Religioso

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Eu sou islâmico, nós somos monoteístas, nosso deus supremo é Ala, nosso profeta principal é Maomé, que fez a revelação através do Corão. Nós temos 5 pilares: A recitação e aceitação da nossa crença (Chahada), fazer pelo menos uma vez a peregrinação a Meca, fazer pelo menos 5 orações por dia em direção a Meca, no mês do Ramadã nós temos que fazer jejum e temos que ajudar os pobres (Zakat). ele disse, eu agradeci pela sua atenção e me despedi dele.

Continuação de Ensino Religioso

Eu estava trabalhando na lavoura, até que eu senti uma tontura horrível e caí no chão desacordada. Quando eu acordei tinham várias pessoas me cercando e me olhando com um olhar de dúvida, eu coloquei a mão na minha testa e vi que eu estava fervendo, eu tinha vários calafrios. Eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo comigo, até um europeu chegar e me dizer que poderia ser porque eu nunca tinha entrado em contato com eles, e então novas doenças iriam atingir o meu corpo que não tinha defesa para elas.

Ele me entregou um pergaminho explicando sobre três doenças, e falou para eu ler os tratamentos e me cuidar. Eles alertaram a todos que talvez algumas pessoas iriam morrer por não suportar certas doenças. E foi infelizmente o que aconteceu.

Pergaminho: https://docs.google.com/document/d/1r_Q4i9g9VT8aX_eZ59cqIE4YQW8teCL6altymNRgPDw/edit

Ciências

Enquanto eu me tratava, resolvi refletir um pouco e cheguei a essa conclusão: mesmo que nós africanos sejamos tratados de uma maneira desumana, nós contribuímos de uma forma muito grande para a formação da cultura brasileira. Danças, músicas, religiões, culinária, idioma e muito mais, parte disso é nosso e muita gente não nos dá esse reconhecimento, se não fosse pela nossa cultura, o Brasil não seria nem um pouco parecido do que ele é hoje.

Link com informações mais detalhadas sobre a contribuição africana para a formação da cultura brasileira (incluindo as contribuições indígenas):

Geografia

https://docs.google.com/document/d/1r_Q4i9g9VT8aX_eZ59cqIE4YQW8teCL6altymNRgPDw/edit

Nos nossos tempos livres, que são quase nada, nós jogávamos um jogo que se chama Adi (ou mancala). Jogávamos sobre tabuleiros de madeira, que continham duas ou mais fileiras de concavidades alinhadas (casas). Usávamos sementes secas como peças, e o objetivo era capturar o máximo de sementes que conseguíssemos.

As regras são as seguintes: Quem começa escolhe uma das casas do seu campo, pega todas as sementes dela e as distribui, uma a uma, nas casas seguintes, caminhando no sentido anti-horário.

Se passar pelo próprio oásis, o jogador deixa uma semente nele e segue colocando as demais no campo adversário, mas nunca no oásis de lá. Se a última semente cair no próprio oásis, ele pode fazer outra jogada. Se ela cair em uma cava vazia, ele pode adicionar ao seu oásis todas as sementes da cava seguinte.

Quando as sementes se reduzirem a ponto de não ser mais possível semear o campo adversário, os jogadores recolhem suas sobras, juntam ao seu oásis e contam. Quem tiver mais, ganha.

Educação Física

Eu simplesmente gostaria de entender porque que fazem preconceito com a cor da pele, a raça ou a origem de algumas pessoas, todos nós somos seres humanos e temos nossas diferenças, cada um é de um jeito e todos devem respeitar. Eu espero que um dia reconheçam que a cor da pele não define quem realmente somos, e sim nossas atitudes.

DiĂĄrio de bordo de inglĂŞs Digital Education: I made the cover of the book with a slide template from google presentations and put an image.

History: I told about my meeting with the Portuguese and about the differences and similarities between us.

Art e math: I made a mosaic representing a religious symbol and measured its area according to the formula worked in math.

Religious education: I wrote about the differences and similarities between various religions and their characteristics.

Science: I wrote about the diseases transmitted to the Indians by contacting Portuguese according to the table I made.

Geography: I talked about how the Indians were important for the formation of the Brazilian territory according to the table I made.

Physical education: I talked about the history and rules of some African games.

English: I made a logbook about the steps developed during work.

Text production: I wrote a chronicle about the first day the teachers talked about the job and my reaction to receiving the news.

O trabalho que eu achava que seria impossível de realizar No dia 12/05/2020, estava um pouco frio, mas nem tanto assim. Eu acordo, tomo café da manhã e entro na minha sala de estudos, onde tem minha escrivaninha e também é onde faço lição. Para a aula de Ensino Religioso com o professor Marcos, que disse no classroom, antes de começar a aula, que iria falar sobre uma atividade muito importante com a gente. Pronto, quando os professores falam isso é porque não é coisa boa não.

Todos entram na sala de aula virtual e então ele começa a falar sobre um trabalho interdisciplinar, que envolverá todas as matérias e que valerá 10 pontos. Esse trabalho será para entregar no dia 22/05, na próxima sexta, e que era melhor já começarmos a fazer, porque o dever seria muito extenso.

Ele continuou explicando mais algumas coisas, até que o professor fala que nós faríamos um livro. Eu entrei em choque completamente e tentei entender o que tava acontecendo. Ele falou que faremos uma narrativa sendo um índio ou um negro africano como personagem, e que cada parte do exemplar teria um assunto relacionado ao que estávamos trabalhando em cada disciplina, e que tudo tinha que estar interligado em uma única história. Pera, que? Não estava conseguindo entender absolutamente nada!

Tudo bem até aí, mas o problema é, como que eu iria fazer isso? Eu não fazia a mínima ideia. O educador encerrou a aula e disse que as dúvidas seriam esclarecidas em outro dia. E que os outros professores também iriam explicar mais sobre o assunto.

Depois de alguns dias, eles postaram vários vídeos explicativos, que me fizeram entender o trabalho. Enfim, até que eu gostei do trabalho, é uma coisa diferente que nós nunca tínhamos feito antes e que ajudaria no nosso desenvolvimento. Com certeza essa experiência será única.