Monet Magazine - Others

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Nasce uma nova estrela, com tempero cubano, capaz de arrasar como uma Bond Girl, colocando não só o público, mas também a crítica, a seus pés E a INVASÃO LATINA não para por aí: Salma Hayek, J-Lo, Sofía Vergara, Bruna Marquezine e outras atrizes que tomaram conta de Hollywood

BECOMING ELIZABETH THE BOYS JANET JACKSON PEAKY BLINDERS SECRETS OF PLAYBOY R$ 15,00 | NÚMERO 231 | JUNHO 2022 O MELHOR DA TV E DO ENTRETENIMENTO CARGA TRIBUTÁRIA FEDERAL APROXIMADA 4,65% JUNHO 2022 | ANA DE ARMAS | INVASÃO LATINA EM HOLLYWOOD | BECOMING ELIZABETH | THE
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| revistamonet.globo.com
ANA DE ARMAS
BOYS
PEAKY BLINDERS
SECRETS OF PLAYBOY
JANET JACKSON
O MELHOR DA TV E DO ENTRETENIMENTO CARGA TRIBUTÁRIA FEDERAL APROXIMADA 4,65% OUTUBRO 2022 | NÃO! NÃO OLHE! | MILTON NASCIMENTO | PERÍCIA LAB | OPERAÇÃO FRONTEIRA BRASIL | LIBERTADORES | FREE FIRE | ABRACADABRA 2 | TODA LA SANGRE | revistamonet.globo.com Contamos os segredos de um dos filmes mais intrigantes da temporada, com a assinatura do novo mestre do terror, Jordan Peele, o mesmo diretor de Corra! e Nós. E podemos já recomendar: sim, assista sim! NÃO! NÃO OLHE! R$ 15,00 | NÚMERO 235 | OUTUBRO 2022 OPERAÇÃO FRONTEIRA BRASIL LIBERTADORES PERÍCIA LAB FREE FIRE TODA LA SANGRE MILTON NASCIMENTO OS 80 ANOS DE UM DOS MAIORES E MAIS QUERIDOS ARTISTAS DA MÚSICA BRASILEIRA
O MELHOR DA TV E DO ENTRETENIMENTO CARGA TRIBUTÁRIA FEDERAL APROXIMADA 4,65% FEVEREIRO 2023 | ANTONIO BANDERAS | GABY AMARANTOS | PAMELA ANDERSON | PANTERA NEGRA: WAKANDA PARA SEMPRE | VOCÊ, A SÉRIE | MUNDIAL DE CLUBES | CHAMPIONS | revistamonet.globo.com R$ 20,00 | NÚMERO 239 | FEVEREIRO 2023 PAMELA ANDERSON VINI JR. E O MUNDIAL DE CLUBES GABY AMARANTOS VOCÊ, A SÉRIE Contamos toda a saga do consagrado astro espanhol, que começa na parceria com Almodóvar e vai até o sucesso em Hollywood com todos os gêneros, incluindo ‘Gato de Botas 2: O Último Pedido’ ANTONIO BANDERAS PANTERA NEGRA: WAKANDA PARA SEMPRE COMO ELENCO E EQUIPE CONSEGUIRAM SUPERAR A PERDA DE CHADWICK BOSEMAN E HONRARAM O LEGADO DO HERÓI
40 + Mo net + NOVEMBRO
24H PRA REDECORAR: PROFISSIONAIS A PARTIR DO DIA 23, , segundas, 21h20, HOME & HEALTH, 55 e 555 (HD)

PROJETO DECOR

Cheios de criatividade, Renato Mendonça e Eva Mota encaram o desafio de inspirar – de longe – os participantes de seus programas a modificarem suas casas e darem asas à imaginação

por Raquel Temistocles

NOVEMBRO + Mo net + 41 VOCÊ RENOVA A PARTIR DO DIA 14, sábados, 21h20, HOME & HEALTH, 55 e 555 (HD)

ETERNOS

38 + Mo net + JANEIRO

No mês em que David Bowie completaria 75 anos, mostramos que é possível contar com a presença viva dos maiores nomes da música, mesmo de quem já não está mais entre nós. Confira shows, documentários e filmes estrelados por grandes artistas que provam que não existe acorde final para obras que são maiores que a vida

75 ANOS –DAVID BOWIE

DIA 8, sábado, a partir das 21h30, BIS, 120 e 620 (HD)

Se você imagina que o verbo “reinventar” foi cunhado nos últimos dois anos é porque você não conhece David Bowie. Artista completo, ele, sozinho, realizou feitos que, individualmente, marcaram a carreira de muitos artistas. Ele pintava o rosto como os roqueiros do KISS, criou um personagem como Madonna, foi à Alemanha em busca de inspiração como os Beatles e se aventurou no cinema como Mick Jagger. Um artista que soube realizar mudanças drásticas – musicais e visuais – que jamais comprometeram sua reputação, mas trouxeram mais admiração e curiosidade do grande público. Tudo isso ao som de hits como “Space Oddity”, “Changes”, “Modern Love”, “Life on Mars?”. Os seis anos que nos separam de sua morte só mostram como o inglês continua necessário para a trilha de nossas vidas.

JANEIRO + Mo net + 39
DAVID
08/01/1947 10/01/2016 > David Bowie: The Last Five Years, disponível no NOW>BIS > Ziggy Stardust: Re-Mastered,
no NOW>BIS > Bowie
Tour, disponível no NOW>BIS > Labirinto –
do
,
HBO Max
BOWIE
disponível
Reality
A Magia
Tempo
disponível na

JOHN LENNON E GEORGE HARRISON

09/10/1940 08/12/1980 25/02/1943 29/11/2001

> International Beatles Freak Day, dia 14, sexta, a partir das 17h, BIS, 120 e 620 (HD)

> John e Yoko – Só o Céu como Testemunha, disponível na NETFLIX

> The Beatles – A Explosão, disponível no NOW>LOOKE

> Os Beatles: A Vida, disponível no PRIME VIDEO

> The Beatles, Washington Tour, disponível no NOW > How The Beatles Changed the World, disponível no GLOBOPLAY

Mesmo após 53 anos da última apresentação dos Beatles, no terraço da Apple Records, fica cada vez mais evidente a importância e a contribuição individual de cada um dos Fab Four para o longevo sucesso da banda. Se Lennon era o “braço político” do conjunto, uma personificação do espírito do movimento de contracultura, George era pura espiritualidade, o Beatle “quieto”, mas que se notabilizou por se rebelar contra os companheiros por ter sua criatividade, de certa forma, represada. Se Lennon criava um alicerce sólido com McCartney em suas famosas composições, Harrison aproveitava cada brechinha para encaixar hits como “Something”, “While My Guitar Gently Weeps” e “Here Comes the Sun”.

Mais que virtuose, Miles Davis era influente e fez história ao misturar jazz com funk, soul e música eletrônica. Criatividade pura, o trompetista é responsável por um dos discos mais inspirados de toda a música, Kind of Blue, que por acaso é considerado o álbum mais vendido na história do jazz.

Elvis Presley – The Searcher, disponível na NETFLIX

A expressão “quem é rei nunca perde a majestade” parece ter sido cunhada para Elvis. O músico, mesmo após os quase 45 anos de sua morte, não teve seu posto ameaçado por nenhuma figura surgida no cenário musical. Se por um lado praticamente inventou o conceito de ícone pop, ele também estreou como protagonista de uma clássica história de decadência, mas sem nunca perder seu carisma.

> Cássia Eller: Rock in Rio, disponível no PRIME VIDEO

Não é exagero dizer que o ano de 2001 não acabou. A dois dias do Ano Novo, a notícia da morte precoce da cantora deixou muita gente sem chão. Cássia era som e fúria, mas não sem uma dose pesada de lirismo e sentimento. Nessa rica mistura, que definitivamente representava a alma brasileira, o rock and roll não era antagonista do samba, e a artista fazia questão de abraçar todos os gêneros musicais e colocar sua poderosa voz a serviço da música como um todo. O sincretismo sonoro e a união de almas com diversos colaboradores – da qual se destaca o grande amigo Nando Reis – fizeram com que a cantora se tornasse eterna na memória do público.

Se não fosse o Rei aqui à esquerda, muito provavelmente não teríamos nosso Raulzito, que iniciou na carreira artística fazendo covers das músicas de Elvis. O Maluco Beleza trouxe um português autoral para o rock, deixando de lado a tradução ou as letras “enlatadas”, incluindo ainda o tempero de ritmos tipicamente nordestinos às suas músicas. Não à toa é até hoje lembrado em shows de qualquer gênero com o grito de “Toca Raul!”, para que um de seus sucessos seja lembrado.

40 + Mo net + JANEIRO
ELVIS PRESLEY 08/01/1935 16/08/1977 MILES DAVIS 26/05/1926 28/09/1991 RAUL SEIXAS
>
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CÁSSIA ELLER 10/12/1962 29/12/2001 >
28/06/1945
21/08/1989
Elvis É Assim, disponível no NOW
Miles Davis, Inventor do Cool, disponível na NETFLIX
Miles Davis E Quincy Jones Em Montreux, disponível no GLOBOPLAY > Raul – O Início, o Fim e o Meio, disponível na NETFLIX

AMY WINEHOUSE

Em seus breves 27 anos – a famosa idade em que vários ícones da música perderam a vida –, Amy Winehouse foi capaz de trazer uma musicalidade que o mundo inteiro não estava acostumado a consumir, uma mistura de jazz, soul, ska e rhythm and blues. Mesmo sendo uma artista essencialmente pop, a inglesa fugia dos padrões com seu visual divertido, que ia do penteado exagerado ao uso marcante de delineador em seus olhos, além de um figurino que passou a ser copiado em todo o mundo. Mas os excessos e uma saúde frágil acabaram levando Amy cedo demais, mas não sem antes ter deixado um legado musical importantíssimo em pouco mais de 12 anos de atividade.

NINA SIMONE

21/02/1933 21/04/2003

> What Happened, Miss Simone?, disponível na NETFLIX

> Nina Simone, disponível no NOW>CURTA! ON

> Nina Simone: Live at Montreaux, disponível no NOW>BIS

Nina era uma força da natureza. Difícil não se sentir miniaturizado ao fitar seus olhos penetrantes, mes mo que pela TV. A cantora, composito ra e pianista americana aproveitou a plataforma que construiu ao longo de sua carreira para usar sua voz para outras causas, sobretudo a dos direitos civis, cantando no enterro de Martin Luther King Jr. Em suas compo sições, unia crueza e lirismo ao falar sobre crimes raciais e desigualdade social, alguns de seus temas mais recorrentes.

FREDDIE MERCURY

05/09/1946 24/11/1991

> Retratos de uma Vida – Freddie Mercury, disponível no GLOBOPLAY

> Queen – Live in Rock in Rio 1985, disponível no NOW>BIS

> Queen – A Night at the Odeon, disponível no NOW>BIS

> Queen: Rock the World, disponível no NOW>BIS

Ele convidou roqueiros para uma noite na ópera. Concebeu um clipe de homens vestidos de mulheres enquanto o mundo enfrentava uma onda de preconceito contra as pessoas LGBTQIA+ por conta da desinformação envolvendo o avanço da Aids. Por isso é um privilégio poder rever o magnetismo e potência de Freddie Mercury em ação com um domínio inigualável do palco e da plateia onde se apresentava.

PRINCE

JIMI HENDRIX

27/11/1942 18/09/1970

> Jimi Hendrix – Live at Woodstock, disponível no NOW>BIS

O americano só teve o devido reconhecimento de seus compatriotas depois de se apresentar em palcos europeus, quando fez com que grandes músicos como Eric Clapton e Pete Townshend admirassem sua qualidade com o instrumento e se firmou como um dos maiores guitarristas da história. Além disso, ficou marcado por queimar sua guitarra no festival de Monterey, em 1967, e por transformar o hino americano em uma trilha de guerra em Woodstock.

07/06/1958 21/04/2016 > Purple Rain, Viva a Música, disponível no NOW

Multi-instrumentista, Prince Rogers Nelson tinha a música no DNA. Filho de artistas, começou a tocar instrumentos logo na infância ganhando experiência a ponto de ter gravado seu primeiro disco sozinho. Prince era centralizador no que dizia respeito ao processo criativo e sempre participou de todas as etapas da gravação de seus álbuns. A confiança o colocou em rota de colisão com gravadoras, principalmente após o grande sucesso do filme e do disco Purple Rain. Ciente de seu tamanho como músico (apesar do 1,60m de estatura) – Prince é considerado um dos artistas mais completos que já existiram – e acusando gravadoras de se apropriarem de seu nome, adotou um símbolo como alcunha, algo sem igual na história da música.

JANEIRO + Mo net + 41
14/09/1983 23/07/2011
> Amy Winehouse & Me – Dione’s Story, disponível no PARAMOUNT+

CHORA GUITARRA

Especial com Hendrix e Eric Clapton, duas lendas do elemento número um do rock, além de shows e docs com outros grandes nomes nos streamings e na programação, nos inspiram a celebrar alguns dos maiores nomes do instrumento em todos os tempos. Aumente o volume

18 + Mo net + MARÇO

JIMI HENDRIX

Hendrix: Live At Woodstock, DIA 10, quinta, 21h, BIS, 120 e 620 (HD)

TEM VEZES QUE SANTO DE CASA realmente não faz milagre. Após passagem por diversas bandas de apoio de artistas como Little Richard, B. B. King e Isley Brothers, Jimi Hendrix cansou de tentar brilhar nos seus EUA e cruzou o Atlântico em busca de oportunidades. Essa ficou conhecida como uma das decisões mais acertadas da história do rock: na efervescente cena flower power de Londres, o guitarrista encontrou o holofote perfeito junto da banda formada com o baixista Noel Redding e o baterista Mitch Mitchell. Suas performances incendiárias (muitas delas colocando de fato fogo no instrumento) rapidamente despertaram a curiosidade de outros músicos – ficou conhecida, por exemplo, a história do choque dos Beatles ao vê-lo tocar “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” três dias depois do lançamento do álbum. Mais do que o suficiente para que ele voltasse com toda pompa aos palcos norte-americanos, como na célebre performance em Woodstock, na qual mistura as notas do hino do país, “The Star-Spangled Banner”, com ruídos simulando bombas e tiros. Infelizmente, a luz que Hendrix emitia foi intensa e breve como a de uma supernova –morreu em 1970, aos 27 anos, asfixiado no próprio vômito após consumo desenfreado de álcool e drogas.

DISCOTECA BÁSICA

The Jimi Hendrix Experience –Are You Experienced (1967) > O primeiro disco do trio foi uma catarse. Galgou sucesso comercial imediato, ficando 33 semanas nas paradas do Reino Unido, com um repertório fechado nas peripécias da guitarra de Hendrix, em “Purple Haze”, “Fire” e “Foxy Lady”.

The Jimi Hendrix Experience –Axis: Bold as Love (1967) > Ainda no mesmo ano, e com a segurança do sucesso alcançado, Jimi Hendrix começou a mostrar seus talentos como produtor em um disco cheio de camadas e climas. E criou uma ode definitiva às suas raízes de blues com “Little Wing”.

The Jimi Hendrix Experience –Electric Ladyland (1968) > O último disco lançado em vida foi puxado pelo seu maior sucesso em single, a explosiva cover de “All Along the Watchtower”, de Bob Dylan. A polêmica sobre a capa, originalmente com um grupo de mulheres nuas, acabou eclipsando a qualidade de mais de uma hora de música.

Jimi
MARÇO + Mo net + 19

CULTURA POP E ENTRETENIMENTO AO ALCANCE DO SEU CONTROLE REMOTO

UM PEQUENO PASSO...

Documentário sobre a missão que levou a humanidade ao seu maior triunfo tem bastidores e cenas até então inéditas do arquivo da NASA. Mas Apollo 11 é, acima de tudo, uma carta de amor à ciência

por Luis Alberto Nogueira

APOLLO 11

DIA 8, sexta, 18h25, TELECINE CULT, 166 e 666 (HD)

MAR DA TRANQUILIDADE. Não haveria lugar com nome mais convidativo para que o ser humano alcançasse sua maior façanha tecnológica. Em 20 de julho de 1969, finalmente um de nós pisava pela primeira vez em terra firme (na verdade, um pouco fofa) fora do nosso

planeta. A honra coube ao astronauta norte-americano Neil Armstrong, que, numa feliz escolha de palavras, eternizou: “Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”. A transmissão pela televisão bateu recordes de audiência, foram lançados centenas de livros,

10 + Mo net + MAIO

filmes e documentários sobre o tema e até as teorias da conspiração mais delirantes surgiram instantaneamente e perduram até hoje – sim, ainda hoje há quem não acredite que conquistamos a Lua (segundo uma pesquisa do instituto Datafolha, realizada no ano passado, 25% dos brasileiros duvidam que isso tenha acontecido).

O tema parecia saturado, mas o documentário Apollo 11 provou que não. O minucioso trabalho do cineasta Todd Douglas Miller – que já tinha no currículo um filme sobre a última missão tripulada ao satélite, a Apollo 17, em 1972 – é um retrato para a posteridade, carta-testamento do triunfo da ciência. Muito da fascinação exercida pelo longa-metragem está no acesso irrestrito aos arquivos da NASA e do Arquivo Nacional dos EUA, incluindo um valioso filme de 70 mm com material de vídeo até então inédito. Lá estão bastidores de preparação, lançamento, controle de Operações em Houston, a viagem espacial em si, aterrisagem e o resgate de Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins pelo porta-aviões USS Hornet no Oceano Pacífico.

Miller também digitalizou centenas de horas de registros oficiais e acessou

Anatomia de um fato histórico – O time do documentário Apollo 11 se debruçou em uma pilha de material da NASA e do arquivo oficial norte-americano. Há vários registros em vídeo inéditos até agora e também 11 mil horas de arquivos de áudio que serviram de base para o longa

mais de 11 mil horas de arquivos de áudio das duas pontas da missão Apollo a fim de realizar um trabalho detalhado de reconstituição e remasterização. O time conseguiu até identificar, entre chiados estelares, uma música que foi tocada no módulo lunar – “Mother Country”, do cantor folk John Stewart. “Meu maior orgulho foi ter contribuído de uma maneira científica. Mostrar que aquele cara não disse isso e sim aquele outro ou que determinada atividade da missão não durou 12 segundos e sim 13”, apontou o documentarista em entrevista à época do lançamento nos cinemas. “Tínhamos uma responsabilidade enorme em sermos precisos.”

Não há dúvida disso. O apuro técnico é nítido em Apollo 11 e o público fez justiça transformando-o em uma das produções do gênero com maior arrecadação de bilheteria da história – US$ 15 milhões. No entanto, isso não foi o suficiente para levá-lo ao Oscar, mesmo com uma série de prêmios prévios – a esnobada foi uma das maiores zebras da temporada. Será que há membros da Academia que classificariam o filme como ficção? Não duvide.

+ O CÉU É O LIMITE

Quatro longas-metragens – estes sim de ficção (ou quase) – que nos levaram a sentir o clima do vazio espacial e os dilemas dos astronautas

PERDIDO EM MARTE – dia 8, sexta, 19h30, TC TOUCH, 163 e 663 (HD)

> Mostra como seria uma viagem ao planeta vermelho. Matt Damon é o náufrago entre as estrelas.

O PRIMEIRO HOMEM – dia 20, quarta, 17h, TC TOUCH, 163 e 663 (HD)

> A cinebiografia de Neil Armstrong, indo muito além da missão Apollo, trata dos seus dramas íntimos.

2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO – dia 26, terça, 17h25, TC CULT, 166 e 666 (HD)

> Lançado um ano antes da missão Apollo, fez surgir a sandice de que Kubrick filmou "o feito" tudo em estúdio.

INTERESTELAR –disponível no NOW

> Os conceitos da astrofísica são aplicados para dar maior fidelidade à jornada de Matthew McConaughey.

MAIO + Mo net + 11
FOTOS: DIVULGAÇÃO
22 + Mo net + JUNHO

MUITO BEM VIVIDOS

JUNHO + Mo net + 23
ANIVERSÁRIO DO PATO DONALD
Matheus Medeiros
junho marca o aniversário
que mais apareceu em filmes na história da Disney.
décadas de vida, Pato Donald
mariachis
México e
DIA 9, terça, 8h30, DISNEY CHANNEL, 102 e 602 (HD) e DISNEY JUNIOR, 106 e 606 (HD) por
86 ANOS
O dia 9 de
do personagem
Em suas mais de oito
experimentou algumas das mais loucas aventuras pelo mundo, sendo herói na Segunda Guerra Mundial, membro de um trio de
no
até vencedor do Oscar

EENCRENQUEIRO E METIDO,

Donald ficou marcado pelas diversas aventuras e trapalhadas em que se meteu nos seus 86 anos de vida –comemorados neste mês de junho. O pato pode se orgulhar de dizer que, ao longo da sua história, viveu um pouco de tudo: teve um grande amor, cuidou da família, se tornou uma estrela, viajou pelo mundo e até combateu em uma guerra.

Nascido em 1934, o personagem foi concebido em um encontro entre Clarence Nash, que havia criado um novo estilo de dublagem feito a partir de ruídos, e Walt Disney, que percebeu que essa voz seria perfeita para um pato.

Em sua primeira aparição, no curta A Galinha Espertalhona, ele tinha feições mais alongadas e o corpo um pouco mais gordo. Dois anos depois, Donald ganhou seus traços mais conhecidos, com um bico menor e as patas maiores, redesenhados com o objetivo de tornar a criatura mais fofa para a audiência.

Rapidamente foi criando personalidade e formando uma família. Em 1937, foi pela primeira vez a grande estrela de uma animação, Don Donald. No ano seguinte, passou pela difícil missão de se tornar uma figura paterna para os sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho, que foram deixados sob seu cuidado por sua irmã Dumbela Pato – quase uma década depois, em 1947,

Mil aventuras – Desde sua primeira versão, com bico maior e patas menores, Donald sempre foi conhecido por viver as mais malucas histórias, seja com seu amor Margarida ou viajando pelo mundo e encontrando novos amigos como Zé Carioca ou o galo mexicano Panchito

Donald começou a contar com a ajuda do seu próprio tio, o bilionário Patinhas, para educar os trigêmeos. No período, ainda conheceu o grande amor da sua vida, Margarida, que apareceu pela primeira vez em 1940.

Sua escalada em popularidade foi vertiginosa e, logo, se tornou um dos personagens mais famosos do mundo. Para o quadrinista e pesquisador da história dos quadrinhos Fernando Ventura, Donald é o personagem mais versátil da Disney. “Se em um momento ele está tramando para roubar as moedas dos cofres dos sobrinhos, em outros está vivendo ao lado deles e do Tio Patinhas uma grande aventura. Ele pode ser ardiloso, bondoso, vingativo, caridoso

e explosivo em uma mesma história. Acredito que seja por isso que as pessoas se identificam com ele, além, é claro, de sua voz marcante e da qualidade dos desenhos animados e dos quadrinhos”, destaca o especialista, em entrevista à MONET.

Já conhecido e amado em terras locais, Donald começou a ser escalado pela Disney para viver aventuras internacionais a partir dos anos 1940. Sua primeira missão foi na Segunda Guerra Mundial, em que o personagem assumiu um papel de propaganda pró-Estados Unidos. Com o sucesso do seu primeiro curta de guerra (Donald Gets Drafted, de 1942), que mostra sua entrada para o exército, o Pato foi escalado para estrelar diversos filmes

FOTOS: GETTY IMAGES, REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO
24 + Mo net + JUNHO

Pesadelo premiado – Em 1943, Donald se tornou vencedor do Oscar com o curta-metragem Der Fuehrer’s Face. A animação faz caricaturas de figuras como Hitler, Goebbels e Mussolini e mostra o Pato vivendo em um pesadelo em que é um trabalhador do exército nazista

AVENTURAS MODERNAS

A CASA DO MICKEY MOUSE

> O desenho acompanha os personagens clássicos mais populares da Disney – entre eles, Pato Donald e Margarida – em aventuras educativas.

DIA 9, terça, 10h, DISNEY JUNIOR, 106 e 606 (HD)

com histórias de guerra nos anos seguintes. No período, chegou até mesmo a vencer o Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação com Der Fuehrer’s Face, lançado em 1943, que mostra Donald vivendo como um trabalhador de uma fábrica de armamentos na Alemanha nazista durante um pesadelo.

O Pato também recebeu um importante papel dentro da “Política da Boa Vizinhança”, que buscava aproximar as relações entre os Estados Unidos e os países da América Latina. Com o objetivo de expandir seu mercado para um novo território diante da crise na Europa por conta da guerra, a Disney decidiu criar seus primeiros personagens latinos e usou

Donald para apresentá-los ao mundo. “Seus principais papeis na estratégia foram nos filmes Alô, Amigos, de 1941, e Você Já Foi à Bahia?, de 1945. Neste último, ele representou os Estados Unidos, enquanto Zé Carioca e Panchito representaram o Brasil e o México, respectivamente”, explica Ventura.

Quase nonagenário, Donald segue um personagem imensamente popular no mundo inteiro. “Seus quadrinhos, aliás, são produzidos por artistas de muitos países. Para se ter uma ideia, segundo a base de dados Inducks, foram publicadas, até hoje, cerca de 50 mil tiras e histórias diferentes do Pato. Desconheço outro personagem tão popular, ao menos em número de histórias em quadrinhos diferentes”, completa Ventura.

THE SCARIEST STORY EVER: A MICKEY MOUSE HALLOWEEN SPOOKTACULAR

> O curta de 2013 mostra Mickey contando histórias de terror para Pluto, Pato Donald e seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho.

DIA 9, terça 13h, DISNEY CHANNEL, 102 e 602 (HD)

DUCK THE HALLS A MICKEY MOUSE CHRISTMAS SPECIAL

> O especial de Natal, também de 2013, mostra Donald se recusando a ir para o sul com Margarida e os outros patos para passar a data especial com os amigos.

DIA 9, terça, 12h30, DISNEY CHANNEL, 102 e 602 (HD)

JUNHO + Mo net + 25
Pato Donald segue popular mais de 80 anos após sua criação, protagonizando diversos especiais na televisão
62 + Mo net + AGOSTO VIDA À No mês em que Madonna completa 63 anos – e ganha um especial com documentário e show –, relembramos alguns dos muitos momentos polêmicos de sua carreira. Afinal, se não é para causar, para que sentar no trono do pop? por Nathalie Provoste ESPECIAL MADONNA DIA 16, segunda, a partir das 20h, BIS, 120 e 620 (HD)

LONGA RAINHA

NO CAMARIM DE UM SHOW em Toronto, em 1990, Madonna é avisada de que a polícia iria prendê-la caso ela voltasse a encenar uma masturbação no palco. “Sério? Bom, vamos ver o que vai acontecer”, ela sorri, antes de garantir à equipe que não mudaria a apresentação. “Aposto que ela fará mais ainda”, ri Freddy DeMann, o então empresário da estrela. Ele tinha razão, claro: a cantora carregou nos gestos sexuais ao cantar “Like a Virgin” – e foi ovacionada pela plateia.

O momento de Na Cama com Madonna captura a ousadia da artista que deixou a família católica no Michigan para buscar o estrelato em Nova York. Quando o documentário de Alex Keshishian foi lançado em 1991, Madonna já sabia que seu sucesso se devia muito à polêmica. “Sei que não sou a melhor cantora ou dançarina do mundo, mas... não estou interessada nisso. Quero provocar as pessoas”, ela admite na produção, que, junto com Madonna: Rebel Heart Tour, compõe o especial do BIS em comemoração ao aniversário de 63 anos dela neste mês.

AGOSTO + Mo net + 63

Política e religião devem se misturar? O que são os Três Poderes? De que é feito um país? O que define uma democracia? Estas e outras questões serão debatidas no novo programa Fale Mais Sobre Isso, Iozzi, em que a apresentadora Monica Iozzi traz personalidades da cultura brasileira para debater política e trazer luz a um assunto tão falado, mas pouco compreendido

PAPO RETO

POLÍTICA JÁ FOI CONSIDERADA UM ASSUNTO-TABU QUE não deveria ser discutido pelo desestímulo ocasionado pela própria conduta dos homens do poder, o que de certa forma tirou a capacidade decisória das questões práticas da gestão pública e a colocou muito distante da população. No entanto, o povo que evitava tratar sobre legislação, medidas, emendas e afins teve o despertar para a discussão – para o bem ou para o mal, dependendo do ponto de vista – por volta de 2013, quando palpitar, opinar, discutir e, algumas vezes, brigar por partidos e candidatos se tornou um novo hábito do brasileiro. Ciente da importância do questionamento saudável e de impor um alto nível às discussões, Monica Iozzi estreia o seu programa em que não só a política, mas tudo o que se relaciona a ela, será tema de debate.

A multifacetada artista, que já trabalhou como repórter do programa CQC, apresentadora do Vídeo Show e atriz de novelas, ganhou as telas do Brasil entrevistando toda a sorte de indivíduos da fauna dos três poderes em Brasília, e agora recebe personalidades dos mais diversos ramos da cultura brasileira para um bate-papo construtivo sobre a condução do país. Famosos como Marcelo Adnet, Leandro Karnal, Fábio Porchat, Pedro Bial, Djamila Ribeiro, Marina Silva, BNegão, Elisa Lucinda, Samantha Schmutz e o cantor Falcão participam de conversas por temas que vão do lúdico ao espinhoso, comentando processos e discutindo ideias, terminologias e estruturas políticas do país. Corajosa, muito provavelmente pelos calos conquistados nos tempos de trabalho na capital federal e dos debates nas redes sociais, Monica falou com a MONET sobre a importância de discutir e entender o que se diz dos rumos da política do país.

40 + Mo net + MARÇO
por Henrique Januário fotos Rogerio Lacanna
150 e
FALE MAIS SOBRE ISSO, IOZZI
A PARTIR DO DIA 14, segundas, 21h45, CANAL BRASIL,
650 (HD)

Como se deu o seu retorno para a discussão da política em um programa de TV? Você sentiu falta de ter um espaço ou uma plataforma como essa para tratar do assunto?

A política sempre esteve na minha vida. Aliás, somos seres políticos. De um jeito ou de outro, nossas decisões e escolhas são atravessadas pela política. E vejo que esse é um tema que deveria ser mais explorado, falado por todos nós. É um assunto que reverbera nas nossas vidas, no nosso dia a dia, e percebi que o programa seria uma forma de ter conversas e falar desse tema tão fundamental com uma abordagem pensando em todos. Eu sinto que falta uma bagagem na maioria das pessoas para falar mais profundamente sobre política. Eu quero é colaborar de alguma forma nessa conversa.

Nos últimos anos, o Brasil tem passado do “oito” para o “oitenta” em relação à discussão política. Um povo que antes “não queria saber” do tema agora vive de comentar sobre os acontecimentos que orbitam as esferas poder. Como você vê esse cenário e de que forma Fale Mais Sobre Isso, Iozzi se encaixa nele?

Eu acho muito legal ver que existe um interesse maior das pessoas sobre política; no entanto, me desanima os discursos prontos e reproduzidos de fontes duvidosas. Nós temos um senso crítico e apurado para falar de futebol, de novelas, do BBB, mas não temos

O assunto é...

– A cada episódio, Monica discute com convidados não só a política, mas os assuntos que orbitam esse tema. Na foto, a apresentadora posa junto às presenças virtuais do escritor Sérgio Rodrigues e do humorista Marcelo Adnet, que participam do episódio “Ideológico É Você”

isso quando falamos sobre política. Eu amo uma boa conversa e estou aberta ao diálogo. O programa é muito sobre isso: falar de política de uma forma que acesse as pessoas, de uma forma que elas possam fazer as suas reflexões. Esse é um ano muito importante, um ano de eleições, então eu acho que o programa estreia em um momento certo.

Vivemos em um tempo em que a opinião passou a ser tratada como equivalente da informação. Qual é o cuidado que você toma para seus comentários e para moderar a conversa com os convidados do programa? Opinião é muito diferente de informação. E muitas pessoas se beneficiam das dúvidas do outro para promover fake news e discursos de ódio. O programa se propõe a debater política, a falar sobre esse tema... Mas não é palanque. Isso é bem importante. No programa, eu tive uma preocupação constante em diferenciar os fatos de suas interpretações. É um programa que fala sobre a política do nosso país e que discute temas atuais.

Muito se fala sobre o papel do CQC na ascensão da extrema-direita do país, mesmo este sendo um movimento em escala mundial. Você acredita que essa busca quase que obsessiva por heróis e vilões acaba cegando as pessoas para a realidade?

42 + Mo net + MARÇO
“Se com a gente falando, gritando, denunciando, as coisas estão do jeito que estão, imagina se a gente se cala? Eu não consigo e nem vou”
FOTOS: REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO
– Monica Iozzi

Quando nos encontramos em um cenário político tão crítico quanto o que estamos agora, é natural querer encontrar respostas para saber o que acabou nos trazendo até aqui. Isso é necessário e saudável. Só assim poderemos evitar que erros parecidos voltem a acontecer. Acho que considerar um programa de televisão como o CQC diretamente responsável pela ascensão de Bolsonaro à presidência é uma afirmação bastante exagerada. Não posso falar em nome de todos do programa, falo apenas por mim e, no meu caso, sempre entrevistei Bolsonaro (e vários outros deputados federais, principalmente do baixo clero) com o intuito de mostrar ao público o total despreparo de alguns parlamentares. Com o tempo, além de despreparado (para dizer o mínimo), Bolsonaro foi se mostrando um homem intolerante, preconceituoso e defensor ferrenho de políticas violentas e autoritárias. Sempre falei com o atual presidente num tom sério, sem fazer piada. A ideia era denunciar o absurdo de um homem como ele ocupar tal cargo. De qualquer maneira, como já disse em outras entrevistas, precisamos repensar a maneira como damos visibilidade a este tipo de pessoa. Como encontrar o equilíbrio entre denunciar maus cidadãos, sem dar palanque as suas ideias e ações? Não tenho essa resposta. Mas posso afirmar que hoje faria diferente. Na dúvida, melhor não dar nenhum espaço a gente como ele. É o paradoxo da tolerância de Karl Popper [filósofo austríaco], né? “Não tolerar os intolerantes em nome da tolerância”.

Você sentiu na pele o que expressar suas ideias pode ser usado contra você, em forma de processo e de críticas / ataques por meio das redes sociais. Ao mesmo tempo, foram feitos ataques às instituições que não tiveram a mesma resposta da parte atacada. Como você compara o seu caso com essas outras situações (como o avanço contra o STF) e até onde vale lutar e expressar suas convicções, seus ideais? As injustiças sempre aconteceram e vão continuar acontecendo. Vivemos uma era de dois pesos e duas medidas. Alguém está se beneficiando com o que está acontecendo e, principalmente, com como está acontecendo. Como cidadã e artista, eu não posso me calar. Eu vou seguir aqui questionando tudo o que é questionável. Se com a gente falando, gritando, denunciando, as coisas estão do jeito que estão, imagina se a gente se cala? Eu não consigo e nem vou.

MARÇO + Mo net + 43
Aqui, ali, em todo lugar – Quatro momentos da carreira de Monica: No alto, com a trupe do programa CQC - Custe o que Custar; em seguida, com Otaviano Costa, na bancada do Vídeo Show; depois, em cena da novela A Dona do Pedaço; e abaixo, junto de Hugo Bonemer, Cris Vianna e Otaviano Costa, o elenco do podcast Sofia

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