

o ano começou com muita alegria no ar. as crianças e adolescentes voltaram para escola e foram recebidos de braços abertos.

Professores, coordenadores e tutores pensaram em atividades especiais para o acolhimento dos estudantes neste início de semestre. E foi lindo de ver!
Conversamos com aline alves e nilton almeida silva, coordenadores do
Fundamental 1 e 2, respectivamente, que nos contaram um pouco sobre as novidades e as expectativas para 2023. também temos um texto mais que especial sobre Cultura da Paz, de Leandro uchoas, que participou da semana de planejamento da escola e deu uma palestra aberta para as famílias. nesta edição, trouxemos ainda
questões ligadas à saúde financeira da escola, à campanha de destinação de imposto de Renda e novidades na agroecologia que pretendem envolver as famílias da nossa comunidade em cursos e num
projeto piloto de compostagem comunitária.
Confira tudo isso aqui e fique de olho porque tem muito mais por vir!
Boa leitura!
Leandro Uchoas 4/ [cotidiano] o desafio da maçã Kaskão 5/
Compostagem comunitária no Pandavas

6/ Cursos de olericultura orgânica na escola 7/ Formigueiro Cultural 8/ Primeira assembleia 2023
9/ você quer contribuir com o trabalho do instituto Pandavas?
10/ [ programe-se ]
Bingo / Mutirões já agendados 11/ “semente”, AnaLu Cristina [ créditos ]
no dia 6 de fevereiro, crianças e adolescentes do Pandavas voltaram a ocupar a escola. E, esse ano, havia algo diferente no ar. Em primeiro lugar, por estarmos no terceiro ano de pandemia, já sabemos lidar melhor com as situações que nos afligiam nos anos anteriores. E, em segundo lugar, o corpo docente tinha um objetivo que levou dois anos para acontecer: a escola estava plena, todos estavam de braços abertos e sem tantas restrições para receber os alunos. tanto na turma da manhã, com os anos do EF 1, como na turma da tarde, com os anos do EF 2, tivemos uma linda recepção cheia de acolhimento.

aproveitamos para
entrevistar os coordenadores dos dois períodos para saber mais sobre as novidades e o que consideram essencial para esse ano que ainda está sendo escrito.
"Se pudéssemos significar o início do ano, usando uma única palavra, seria ‘inédito’. Essa palavra representou a nossa
intenção inicial neste período de acolhimento e diagnóstico. Ela foi materializada num planejamento incluindo a recepção das crianças dos anos iniciais com um cortejo cantado e criado pelas professoras. Elas confeccionaram estandartes para cada um dos grupos e os receberam na grande roda,
acolhimento e expectativas para 2023

trazendo o tom da alegria e encantamento que deve povoar a escola”, contou Aline Alves, coordenadora do Fundamental 1.


escritos, compuseram um mosaico colorido no mural. Além disso, revisitaram o código de conduta e as rotinas funcionais da escola”.
Já no Fundamental 2, os alunos alinharam acordos e expectativas, como conta Nilton, coordenador da turma:
“Os primeiros dias são especiais, de acolhimento, de apresentação dos novos estudantes, de ressignificação das regras e procedimentos, dias para recordar e viver os valores dos Pandavas.
O primeiro dia foi dedicado a escrever as expectativas, o que eu quero e o que não quero este ano, para mim, para a escola, para a minha família. Após compartilharem seus
2023 começa com novidades e um ar de renovação na escola. Para os pequenos, “as expectativas são ressignificar a aprendizagem por projetos integrando ainda mais as aulas extracurriculares, fortalecer as práticas de Agroecologia e vivenciar a proposta de Geologia”, conta Aline.
Já na turma da manhã, "o corpo docente está melhor estruturado e muito bem qualificado para o ano de 2023 com a
colaboração de professoras especializadas na área de História, Geografia, Artes, Música, Teatro... O estudo de módulos (conjunto de perguntas agregando áreas diferentes) foi desmembrado nas áreas específicas de Ciências, Geografia e História, o que deverá permitir aprendizagem mais efetiva”. Outra novidade está ainda nos critérios de avaliação que “foram repensados para refletir ainda mais os campos atitudinais e procedimentais, valorando os trabalhos extraclasse como tarefas e pesquisas”, como explica Nilton.
remuneradas, nos dois períodos, fato que há muito vinha sendo almejado pela equipe sem que as condições financeiras permitissem.
“Isto possibilita um planejamento mais efetivo e uma harmonização dos projetos em curso, além de melhor integrar o corpo docente”, acrescenta Nilton com animação.

Outra novidade no Fundamental 2 é a participação de um representante de cada turma nas reuniões de professores para expor o ponto de vista dos alunos, suas reivindicações







Uma importante conquista é a realização de reuniões de professores semanais
e sugestões, mas as assembleias continuam sendo a ocasião para as decisões sobre
questões disciplinares e organizacionais.

No campo das atividades curriculares, conta o coordenador, “cada turma realizará um grande projeto agregador das disciplinas com atividades teóricas e práticas, saídas a campo e pesquisas autônomas.


Em suma, o ano promete ser mais organizado e mais efetivo em termos de aprendizagem”.
Já a importância da participação das famílias continua sendo uma unanimidade entre os dois.
Segundo Aline, “a participação das famílias é um dos grandes pilares e este ano estamos constituindo o Conselho das Famílias com o objetivo


de integrar ainda mais a comunidade escolar.

São muitas mudanças e novidades que permeiam o cotidiano vivo da escola e nos convidam ao inédito a todo momento”. E, na perspectiva de Nilton, “uma escola só se faz efetiva e promissora contando com a parceria da família. Os conflitos surgirão e devem ser vistos como fontes de crescimento e aprendizado desde que haja disposição e abertura para o trabalho em conjunto”.

[« para voltar ao índice]

Pelo segundo ano consecutivo, estamos realizando a nossa campanha de doação por meio da declaração do imposto de Renda Pessoa Física.
Você pode destinar 3% de seu imposto de renda devido a um fundo controlado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Monteiro Lobato (SP) chamado Fundo da Infância e da Adolescência. As doações ficam à disposição do Pandavas para serem empregadas segundo nosso plano de trabalho aprovado no CMDCA, que conta com prestação de contas rigorosa, pública e transparente. O processo é simples e não custa nada.

doações por destinação do iR 2023 sem custo
Confira o Passo-a- Passo:
1
Antes de finalizar sua declaração, procure a ficha “Doações Diretamente na Declaração”. Você precisa optar pela Declaração Completa para ela aparecer.
2
Na aba “Crianças e Adolescentes”, clique em “Novo” para inserir sua doação.
3
Escolha o nível Municipal e preencha com os dados: sp-são paulo e Monteiro Lobato 15.634.027/0001-
03. Esse é o cnpj do Fundo
Municipal Dos Direitos da Criança e do Adolescente de Monteiro Lobato.
4
O programa do irp F 2023 calcula automaticamente o valor total disponível para doação, isto é, até 3% do seu imposto devido.
5
O programa do irpF 2023 vai gerar um boleto DArF para que você pague diretamente o valor doado ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Monteiro Lobato. Você deve pagar esse boleto antes de enviar a sua declaração. O sistema só vai liberar a finalização da declaração após o pagamento ser processado.
6
Depois de processado o pagamento e finalizada a sua declaração, conforme o seu caso, será gerada a DA r F para o pagamento do restante do imposto devido, já descontado o valor doado. No caso de restituição, esta não sofrerá nenhuma redução.
com o valor específico doado e a seguinte mensagem:
“Eu doei r$ X,XX para os projetos do instituto pandavas aprovados no CMDCA de Monteiro Lobato (sp)”.
por fim, mas MUiTO iMpOrTANTE >> para garantir o acesso do instituto pandavas à sua doação, envie uma cópia do boleto DArF e o comprovante de pagamento para o e-mail
pandavas.gtcp@gmail.com
Caso essa mensagem não seja enviada, sua doação será dividida entre todos os projetos aprovados pelo CMDCA. / Nossa equipe e nossas crianças agradecem!

voz da comunidade
Poucas vezes em nossa história, o chão da escola esteve tão repleto de desafios. Estudantes inquietos, rebeldes, introspectivos, depressivos, irritadiços, isolados, em pânico ou situação de ideação suicida. Profissionais da educação exaustos, frustrados, irritados, ansiosos, depressivos ou em burn out. a educação brasileira reproduzindo cenário de diversos países vive verdadeiro colapso socioemocional. Especialmente após a pandemia, o quadro se agravou, pois a comunidade escolar foi submetida a provações nunca antes experimentadas.
É preciso fazer dessa crise uma oportunidade. Esse caos socioemocional sempre esteve presente, principalmente em escolas que reproduzem o modelo prussiano fordista de educação. Mas quando esse caos vira colapso, ele desperta olhares para a necessidade de se buscar soluções com relativa urgência. Então, mesmo aqueles com elaboração produtivista e conteudista, que acreditam que o papel da escola é apenas transmitir conteúdo para aprovação em provas (e sabemos que a educação é mais do que isso), buscam alternativas. Porque o colapso socioemocional também faz com que educadores não ensinem e que estudantes não
o imprescindível papel da educação para a paz
Leandro Uchoas
aprendam. Dessa forma, não só a saúde emocional, mas a transmissão de conteúdo também é comprometida.
E a solução é buscar outras práticas pedagógicas, como já fazem há algum tempo muitas escolas brasileiras – porque, apesar dos problemas nacionais na Educação, este país é pródigo em alternativas profícuas e intelectuais revolucionárias neste campo. Aqui, trazemos uma verdade importante: mecanismos de convivência e de capacidade de gerenciar conflitos sempre foram imprescindíveis em uma escola, embora a maioria não se preocupe com isso, por seu caráter produtivista. Viver é administrar conflitos porque seres humanos em
convivência, por serem diferentes, transbordam conflito. Cultura de Paz não é eliminar conflitos, mas sim aprender a gerenciálos. Por isso, práticas pedagógicas de Educação Para a Paz tornam-se ainda mais imprescindíveis nesse momento.

Mais do que nunca, as escolas precisam incorporar práticas de promoção de paz interior como meditação, artes manuais, música e yoga. E precisam trazer para o cotidiano as tecnologias de convivência, como a Comunicação Não Violenta, os círculos restaurativos, os jogos cooperativos e a gestão de conflitos. Mais do que nunca, a escola precisa promover atividades em reconexão com a Natureza,
práticas que naturalmente acalmam e promovem bem-estar, além de elaborar intervenções de convivência com a comunidade mais ampla.
De 2022 em diante, quando o isolamento social da pandemia começou a arrefecer e as escolas voltaram pouco a pouco à presencialidade, muita
coisa mudou. Nosso Instituto Shanti Brasil passou a ser chamado com maior frequência para a elaboração de ações concretas em diversas instituições. A maioria desses convites é para ações pontuais, o que é bom, mas tem caráter passageiro. Costumamos recomendar sempre um plano de ação mais concreto de Educação
Para a Paz. Para isso, precisa haver uma mudança de paradigma. As instituições precisam se conscientizar de que a convivência e o conflito são algo central na elaboração de suas práticas e não um problema lateral. Só há este caminho.
Leandro Uchoas é presidente do Instituto Shanti Brasil e esteve na escola durante a semana de planejamento e preparação para o início do ano letivo de 2023, ocasião em que realizou uma palestra sobre Cultura da Paz aberta à comunidade escolar. A Cultura da Paz, está presente como um dos princípios e referências fundamentais do Pandavas e vem norteando toda a sua trajetória.
Há muitos milhares de anos nossos ancestrais inventaram os números (Conjunto dos naturais) para que pudessem contar seres, objetos e eventos da natureza e, por muito tempo, eles foram suficientes para as suas necessidades. Com o início da agricultura, ou um pouco antes, esses números pararam de dar todas as respostas. os sumérios e os babilônios, claro, conseguiam dividir três vasos de cevada para quatro pessoas, mas, como eles tinham inventado um método de simbolizar e memorizar as quantidades em uma mídia de barro, perceberam que não
sabiam como representar essas quantidades não naturais. a História credita aos egípcios, na sua labuta anual às margens do grande rio nilo, tentando registrar quantidades de terras férteis, de plantio e de colheita, a invenção da notação fracionária (Conjunto dos Racionais).
Hoje, a matemática disponibiliza vários conjuntos numéricos e diferentes notações para representar todas as quantidades, tanto as que usamos na feira quanto as que os cientistas precisam no trabalho com vírus ou com imagens de distantes galáxias do início do universo.
na figura ao lado? Saberia dizer a quantidade se combinarmos dois ou mais desses pedaços? Saberia representar na notação fracionária? Na notação decimal? Em porcentagem? Através de um gráfico de pizza? Tente!
Você saberia dizer quanto da maçã existe em cada pedaço

Criamos esse desafio aqui na escola para os alunos do 6º. ao 8º. ano com objetivos diferentes: para se sentirem um sumério tentando descobrir como representar, um egípcio feliz que encontrou uma maneira, ou um contemporâneo se lambuzando no cardápio de opções à sua disposição. Nas imagens ao lado, alunos do 8º. ano enfrentam o desafio.



PRoPosta >> o trabalho da agroecologia no Pandavas hoje tem fortes alicerces em sua prática pedagógica. iniciamos 2023 com o desejo e a necessidade de estudarmos os ciclos de regeneração, decomposição e recuperação de fertilidade de solos para a agricultura e sua importância ecológica. Em nosso percurso, percebemos a necessidade de um trabalho mais direto e potente com o solo do espaço da horta, frequentado por estudantes do 1o . ao 9.oano.
para nossa região dentro dos preceitos da agroecologia. Para além disso, uma das missões básicas da agroecologia é restaurar a biodiversidade e tornar os solos mais vivos por meio do manejo humano ciente do ecossistema local.
Nesse percurso, observamos que o solo da horta ainda não apresenta boas características para plantio e colheita na melhor qualidade que podemos ter
É também conhecido o caráter comunitário dos processos que ocorrem no Instituto Pandavas. Esse é um dos alicerces do Instituto e do Centro Pedagógico, inclusive por estar inserido em um bairro rural com forte espírito comunitário e por ter grande histórico de Educação Ambiental na comunidade de seu território.
Em diálogo com este contexto potente, desenhamos um projeto piloto que reúne compostagem, organização comunitária e educação ambiental a partir da realização de compostagem de resíduos orgânicos das famílias de nossa comunidade escolar. Essa é uma proposta do grupo de Jardineiristas do Pandavas. do quE sE tRata?
A premissa do projeto é trilhar um caminho que chegue a envolver toda a comunidade escolar. Para isso, a proposta consiste no recebimento e manejo de resíduos orgânicos crus e vegetais de, a princípio, dez famílias da comunidade pelo período necessário
previsto para o projeto piloto. O local de recebimento será construído pelos jardineiristas em conjunto com os estudantes do Ensino Fundamental 2 e ocupará a área de um canteiro dentro horta. A estrutura é um caixote, inicialmente utilizado para a compostagem e, depois de 6 meses, poderá se tornar um canteiro de plantio experimental e comparativo com os demais canteiros, onde serão utilizadas outras técnicas.
Os canteiros da horta em caixotes permitem que o manejo seja mais confortável para os estudantes, que o próprio canteiro seja uma área
de compostagem bem delimitada e que o solo de plantio tenha uma boa profundidade, não seja compactado e que seja arejado.
O recebimento dos resíduos será feito por meio de baldes com tampas fornecidos às famílias participantes. Eles poderão ser entregues diretamente no Pandavas em dias e para pessoas específicas ou coletados no trecho de estrada entre o bairro do Souza e a escola pelos jardineiristas ou outra pessoa da comunidade escolar às terças no período da manhã.
P ot E nC ia L PE dagógiC o do PRoj E to
• Cooperação e pertencimento
• Comunicação e cidadania
• Responsabilidades comunitárias
• Políticas de gestão de resíduos
• Diálogo transdisciplinar
• Educação ambiental comunitária
• Conscientização do potencial fértil de resíduos orgânicos
Como esse projeto piloto de compostagem se destina especificamente à horta, os resíduos coletados têm algumas prescrições: não poderão conter carnes nem alimentos cozidos e devem ser priorizados alimentos vegetais e crus como cascas de vegetais, cascas de ovos e pó de café.


E x EMPLos dE C ont E údos
P ossív E is a s EREM a B oR dados
• Origem da vida e do solo
• Cálculo de volumes e medidas
• Ciclagem de nutrientes
• Decomposição e decompositores
• Microbiodiversidade