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INCLUI CONTEÚDO DA

DESDE 1968 PAIS&FILHOS 564

• EDITORA MANCHETE 956004 9 770030

MARÇO 2017

• R$ 14

00564

Juntos é possível formar famílias mais felizes

MAIS QUE ESPECIAL

✓ ROTINA Seu filho precisa!

• LIMITE

• COMO ARRUMAR O CANTO DO BEBÊ

✓ Limite Você sabe quanto tempo seu filho pode passar na frente do tablet, celular e televisão? ✓ COMO ARRUMAR O CANTO DO BEBÊ

Trocador e cômoda à prova de TOC!

VISITAS AO RECÉM-NASCIDO: FIQUE ESPERTA!

paisefilhos.com.br ANO 48

MAIS QUE ESPECIAL

• MARÇO 2017

O universo das crianças com síndrome de Down está evoluindo

✓ E mais: a estreia da coluna do casal top pop Marcos Piangers e Ana Cardoso


A


A


SUMÁRIO

pág.64

INCLUI CONTEÚDO DA

DESDE 1968 PAIS&FILHOS 564

SAÚDE,

• EDITORA MANCHETE • R$ 14 • LIMITE

• COMO ARRUMAR O CANTO DO BEBÊ

✓ ROTINA Seu filho precisa! ✓ Limite Você sabe quanto tempo seu filho pode passar na frente do tablet, celular e televisão?

REPORTAGEM,

✓ COMO ARRUMAR O CANTO DO BEBÊ

MAIS QUE ESPECIAL

• MARÇO 2017

O universo das crianças com síndrome de down está evoluindo

✓ E mais: a estreia da coluna do casal toppop Marcos Piangers e da Ana Cardoso

COLUNA DO MARCOS E DA ANA,

SUA CASA, ✓ EDITORIAL,

✓T OP 10,

✓ COLABORADORES & ESPECIALISTAS,

10 ✓ EMBAIXADORES, 11 ✓ TÁ NO AR, 12 ✓ SEU RETRATO, 14 16 ✓D R. CLAUDIO RESPONDE, 18 ✓ HISTÓRIA DE CRIANÇA,

pneumonia

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visita ao bebê

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

✓ FALOU E DISSE,

4

22

24 ✓ LIVROS PARA PAIS, 26 ✓E LA DIZ, ELE DIZ, 28 ✓ LIVROS PARA FILHOS,

educação dos filhos

✓2 4 HORAS COM...,

pág.28

pág.78

6

✓P REVENÇÃO,

pág.50

Trocador e comoda a prova de toque!

paisefilhos.com.br ANO 48

pág.68

9 770030

MARÇO 2017 MAIS QUE ESPECIAL

ESPECIAL TECNOLOGIA,

956004

00564

Juntos é possível formar famílias mais felizes

30

adriana cravo

32

✓E SCOLA,

nossas escolhas

✓C ONVERSA DE HOMEM,

33

✓B RINCADEIRA,

andré galiano

✓E QUIPAMENTO PARA...,

35

✓P ERGUNTAS PARA,

✓S EMPRE ALERTA,

✓ O MUNDO EM NÚMEROS,

84

ganhando os sete mares

✓ PET PAI PET FILHO, ✓N UTRIÇÃO,

85

86

✓D EU ERRADO MAS DEU CERTO,

54

87

pão caseiro

92

sem medo de água

✓F RESCURA,

94

bordado

✓M ÃE DE PRIMEIRA VIAGEM,

96

óleos antiestrias

✓M ÃE TAMBÉM É GENTE,

batata-doce ✓C OMIDA DE ALMA,

91

tampa do vaso

38

✓ COLUNA ANA CASTELO BRANCO,

90

maria rita

36

stan lee

✓ L IÇÃO DE VIDA,

89

realidade virtual

cuidar das unhas

✓Q UEM É ELE,

88

nasce um cientista

98

voltar para cama


março 2017 Matérias LÁ EM CASA É ASSIM

A vida segundo os Pimentel, 40 COMPORTAMENTO

Quando o certo é errar, 46 REPORTAGEM

Olha que coisa mais linda, 50 MODA

Para deitar e rolar, 56 SAÚDE

Todo dia sempre igual, 64 ESPECIAL

Tem manual, sim!, 68 ALIMENTAÇÃO

GRAVIDEZ

Barriga frouxa, 76 SUA CASA

{

Tudo arrumadinho, 78

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

Pop star 72

5


CARTA DA EDITORA

setembro 2006

R$ 7,40

EDITORA MANCHETE

www.revistapaisefilhos.com.br

PAIS & FILHOS ■ SETEMBRO 2006

LEIA E ENTENDA O RÓTULO DOS PRODUTOS QUE VOCÊ COMPRA

Filhos terceirizados Quando a gente – até sem perceber! – passa a bola da educação para a escola, a babá, o psicológo...

crianças com

ANO 38 ■ NÚMERO 438

síndrome de Down

AS NOVIDADES DOS SUPER EXAMES DE PRÉ-NATAL

A GENTE AINDA TEM MUITO PARA APRENDER COM ELAS...

REPRODUÇÃO ASSISTIDA:

Mitos e verdades sobre a gravidez PF438_capa_fafa.indd 1

Carol, 4 anos

Quem lembra? Em setembro de 2006, fizemos esta capa linda!

24/8/2006 16:22:07

Curto, admiro e sou amiga pessoal da Ana Castelo Branco já faz tempo. Quando a conheci, através da Lica de Barros, nossa diretora de Experiência de Marca, numa noite incrível de muita farra, riso e bebida, ela ainda nem tinha filhos (mas já tinha o Morango, seu maridão massa!). Nosso santo bateu de cara. Ficamos um tempo sem nos ver, até eu ler um post deslumbrante que ela fez no Face contando que o Ma, o Mateus, seu primeiro bebê, tinha síndrome de Down. Gente, que texto... Uma aula. Quase morri. E imediatamente mandei um inbox perguntando se podia publicar aqui. De lá para cá, Aninha virou nossa colaboradora total e amiga de todos aqui. É Embaixadora Pais&Filhos, claro; participa dos nossos seminários; enfim, nossa turma total. Por isso, nada mais óbvio do que chamá-la para ser nossa musa e orientadora nesta edição. Ela nos pegou pela mão e, com seu olhar zeloso, especialmente sensível e inteligente, nos fez entender melhor esse mundo, com mais amor, menos preconceito e menos “conceito” também. As pessoas “acham” coisas demais sobre o que não conhecem. Tentamos nesta edição, e em todo nosso trabalho aqui em Pais&Filhos, respeitar as diferenças e levar mais conhecimento do que opiniões vãs. Em tempos tão bicudos, de polarizações extremas e radicalismos bem levianos, onde o conhecimento foi trocado pela opinião pura e simples, nosso papel é – cada vez mais – valorizar e focar na informação séria e isenta. Tudo tem hora e tem lugar. Mas é bom saber que, antes de opinar, se informar ajuda bastante. Lembrando que quem dá opinião e não ouve não estabelece um diálogo, certo?

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

As pessoas “acham” coisas demais sobre o que não conhecem. Tentamos nesta edição, e em todo nosso trabalho aqui em Pais&Filhos, respeitar as diferenças e levar mais conhecimento do que opiniões vãs

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Ana e Mônica

Obrigada, Aninha! É muito bom poder contar com você. É muito bom manter esse diálogo incrível com você, onde sempre aprendemos e trocamos tanto. Ah! E obrigada por emprestar sua casa para a gente fazer essa matéria de moda que ficou tão linda! Arrasou! Também nesta edição, gosto especialmente da matéria de comportamento. Deixar o filho errar é fundamental. Sabendo que deixar errar não é ser condescendente, nem “molenga”, mas sim respeitar processos e crescimento. Difícil. Mas, se não lidamos de boa com os erros dos filhos, não somos pais, né? É nosso dever orientar, guiar, proteger. E faz parte desse processo errar para aprender. Parece simples. Mas só parece.


PAIS&FILHOS MODA | 2016

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ASSINANTES CENTRAL DE ATENDIMENTO ABRIL São Paulo e Grande São Paulo

(11) 5087.2112 Demais localidades

0800 7752112 CENTRAL DE ATENDIMENTO

(11) 3512-9458 (21) 4063-9051 BAIXE A EDIÇÃO NO TABLET FALE CONOSCO

(11) 3373-2200 revista@paisefilhos.com.br

ANUNCIE comercial@paisefilhos.com.br (11) 3373-2211

EDITORA MANCHETE PRESIDENTE E EDITOR: Marcos Dvoskin (mdvoskin@paisefilhos.com.br) DIRETORA EDITORIAL: Mônica Figueiredo (monica@paisefilhos.com.br) DIRETORA DE MARKETING: Adriana Cury (acury@paisefilhos.com.br) CONSELHO: André Mantovani, Paulo Andreoli e Pierre Cohen REDAÇÃO EDITORA-CHEFE: Elisa Marconi (elisa@paisefilhos.com.br) DIRETORA DE ARTE: Fatima Liberatori do Amaral (fafa@paisefilhos.com.br) REPÓRTERES: Carolina Piscina (carolina.piscina@paisefilhos.com.br),

Isabela Kalil (isabela.kalil@paisefilhos.com.br), Jéssica Anjos ( jessica@paisefilhos.com.br) DESIGNERS: Carolina Coura (carolina.coura@paisefilhos.com.br), Débora Faria (debora@paisefilhos.com.br) PRODUÇÃO: Giuliana Sona (giuliana@paisefilhos.com.br) ESTAGIÁRIA: Lívia Vitale (livia.vitale@paisefilhos.com.br) COLABORADORES DESTA EDIÇÃO:

Gustavo Morita, Lila Batista (foto); Mariana Gallo, Ana Laura Villega (produção); Bia Mendes (revisão) PUBLICIDADE GERENTE COMERCIAL: Andrea Caruso (andrea@paisefilhos.com.br), GERENTE DE NEGÓCIOS: Danielle Saudades (danielle@paisefilhos.com.br) ANALISTA DE PROJETOS COMERCIAIS: Pâmela de Oliveira (psantos@paisefilhos.com.br)

PRODUTO COORDENADORAS DE PRODUTO: Thais Roque (thais.roque@paisefilhos.com.br)

Danielle Silva (danielle.silva@paisefilhos.com.br) EXPERIÊNCIA DE MARCA Lica Barros (lica@paisefilhos.com.br) ADMINISTRAÇÃO

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

GERENTE ADM. FINANCEIRO: Sérgio Restino (sergio@paisefilhos.com.br) ASSISTENTE CONTÁBIL: Eleine Maciel de Souza (eleine@paisefilhos.com.br) SECRETÁRIA: Dalva Miranda (dmiranda@paisefilhos.com.br)

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A REVISTA PAIS&FILHOS (ISSN 00309567), ANO 48, NÚMERO 564, É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL, EDITADA PELA EDITORA MANCHETE, COM SEDE NA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, NA AV. REBOUÇAS, 3.181, CEP 05401-400, TEL.: (11) 3373-2200. A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DE TEXTOS, ARTIGOS E IMAGENS DESTA EDIÇÃO SOMENTE SERÁ PERMITIDA ATRAVÉS DE EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DE SEUS EDITORES.

REPRESENTANTES COMERCIAIS Brasília IDeB Publicidade Integrada, Ignez Bressan (ignez.bressan@idbpublicidade.com), tels.: (61) 3397-1939 / (61) 98181-0909 Ceará A G Holanda Comunicação, Agimiro Holanda (agholanda@agholanda.com.br), tels.: (85) 3224-2267 / (85) 3224-2367. Paraná Valdilene Três (v.3@terra.com.br), tel.: (41) 3233-0008 / cel.: (41) 9119-6033. Rio Grande do Sul HRM Multimídia (hrm@hrmmultimidia.com.br), tel.: (51) 3231-6287. Santa Catarina Marcucci & Gondran Ltda. (marcucci.gondran@terra.com.br), tel.: (48) 3333-8497. IMPRESSÃO Plural Indústria Gráfica Ltda. Av. Marcos Penteado de Ulhôa Rodrigues, 700 – Tamboré – Santana de Parnaíba/SP | Contato Comercial: 4152-9577 / 4152-9548


PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

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COLABORADORES & ESPECIALISTAS

Sem essas pessoas incríveis seria impossível fazer esta revista. Eles são a prova de que JUNTOS é possível trabalhar para formar famílias mais felizes. A sua e a nossa! Deborah Moss, neuropsicóloga, mestre em Psicologia do Desenvolvimento (USP) 11 3825.2279 | contato@horadenanar.com.br

Lila Batista, que fez as fotos da moda, e a filha Madalena, de 3 anos Ana Laura Villega, produtora de moda, e a filha Catharina, de 2 anos

Mariana Bonsaver, psicóloga da Pro Matre Paulista psicologia@promatre.com.br. 11 3269.2233 Regiane Silva, coach Master de PNL, Hipnose e Neurossemântica regianesilvacoach.com.br Viviane Rossi, psicóloga 11 3862.3390 | contato@vivianerossi.com.br Yuri Busin, psicólogo 11 4116.8926 | contato@yuribusin.com.br Alda Elizabeth Azevedo, presidente do Departamento Científico de Adolescência da SBP 21 2256.6856 | imprensa@sbp.com.br

Carol Baldin, do Instituto Mãe, com a filha Beatriz, de 5 anos

Andressa Isola, do Instituto Mãe, e o filho Dudu, de 3 anos. Ela é organizadora profissional e ajudou com as dicas do Simples e Prático

Beatriz Ferraz, CEO na Escola de Educadores e consultora no Banco Mundial beatrizferraz@escoladeeducadores.com.br Fernanda S. B. Velloso, professora de Fisioterapia do Centro Universitário de Belo Horizonte fernanda.saltiel@prof.unibh.br Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra 11 3051.3740 | domingosmantelli.com.br Wendell Uguetto, cirurgião plástico 11 2893.3348 | wendelluguetto.com.br Paulo André Ribeiro, pediatra neonatologista da Unimed e coordenador da UTI Neonatal do Centro Hospitalar Unimed Joinville pauloandrer@terra.com.br Elciane Lipski, psicóloga elcianelip@gmail.com Zan Mustacchi, pediatra e presidente do Depto. de Genética da Sociedade Brasileira de Pediatria 11 3721.6200 | drzan@drzan.com.br

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

Ana Claudia Brandão, pediatra responsável pelo Programa de Síndrome de Down do Hospital Israelita Albert Einstein brandao.ana@uol.com.br

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Mari Gallo, produtora de moda, é tia do Enzo, 7 anos, do Jon, 8 anos, Lucca, 10 anos, Chaya Maria, 5 anos, e Liz Clara, 5 anos

Natasha Slhessarenko, pediatra do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica 11 3049.6999 Bia Mendes, nossa revisora, mãe de Carolina, 16 anos Gustavo Morita, fotógrafo. Fez as fotos lindas da matéria Lá em Casa É Assim e é pai de Madalena, de 3 anos

Breno Rosostolato, psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina (FASM) 11 98425.3786 Iracema Benevides, presidente da Sociedade Brasileira de Antroposofia 31 3646.0019 | sab.org.br/portal Evelyn Einsenstein, pediatra e secretária do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria 21 2256.6856 | imprensa@sbp.com.br


EMBAIXADORES

Se você tropeçasse na lâmpada de um gênio, o que pediria? A gente perguntou isso aos embaixadores Pais&Filhos

Suppa, mãe de Romain e Charlotte

“O maior desejo é que sejam cidadãos do futuro. Estou educando para eles encontrarem a felicidade tendo uma visão de mundo diferente da nossa. Preparados para um mundo novo e eles contribuindo.” Flavia Fiorillo, mãe da Ullya e do Ziyad

“Que se encontrem. Descubram a paixão profissional e que consigam se preparar para exercer e definir qual será essa paixão.” Roberta Bento, mãe da Taís Bento

“Minha vontade é que eles descubram o que querem fazer e façam com paixão.” Patricia Broggi, mãe do Luca e do Tiago

“Que difícil! Desejo que eles sejam felizes, que se orgulhem dos pais que tiveram quando forem maiores e que entendam por que a gente é tão chato.” Helena Sordilli, mãe da Isabella e do Otavio

O que você mais deseja para seus filhos? “Felicidade. Que ele seja sempre bem recebido e compreendido pelas pessoas por onde passar. Não é fácil conseguir o que se quer, então torço para ele ter coragem de ir atrás dos sonhos dele.” Gabriela Monteiro, mãe de Gael

“Desejo que ele seja uma pessoa que respeite os outros, algo que prezo bastante na educação dele, ética, valores como a honestidade... No fundo, se ele for um cara bom está muito bom.” Mariana Setubal, mãe do João

“Meu maior desejo é meus filhos terem sempre muita saúde. Quero que cresçam e amadureçam cada um a seu tempo e com seus aprendizados, tombos e tudo mais para torná-los seres humanos melhores.” Majoy Antabi, mãe de Henri, Maia, Laila e Raica

“Queria tanto que ele não se frustrasse na vida. É esse meu desejo, se for possível.” Bianca Arcangeli, mãe do Thomas

“Eu não crio expectativas, nem sonhos pra ela em relação à profissão, mas sonho que ela seja feliz. Que seja uma menina honesta, ética, sabida para diferenciar amizades e dotada de boa estrutura psicológica.” Thelma Parada, mãe da Guilhermina

“Diante do mundo que a gente vive, eu desejo mais compreensão. Eu queria um mundo menos banalizado, com uma verdadeira igualdade social. Queria um mundo desses pra eles viverem.” Cristiane Palumbo, mãe de Giulia e Rafael

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

“Torço para eles alcançarem os sonhos e conseguirem se realizar na vida, no trabalho ou em outras frentes, e é isso que importa.”

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TÁ NO AR

O que aconteceu de mais bacana nas nossas redes sociais

CARNAVAL I O esquenta para o Carnaval começou cedo na Pais&Filhos. Desde o meio de fevereiro estamos falando de cuidados, ideias, acessórios e fantasias para pular com saúde e alegria. Nesta galeria, separamos e sugerimos fantasias, enfeites de cabeça, chapéus, protetor solar e muito mais. Tudo para a folia ser divertida sem deixar efeito colateral. paisefilhos.com.br/especiais/carnaval/36-produtospara-a-familia-inteira-se-preparar-para-o-carnaval/

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

BATEU O SINAL

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E as aulas (finalmente!) voltaram. O que tinha de pai e mãe comemorando o retorno dos filhotes à escola, vocês não imaginam. Quando a gente brincou com isso no site e no Facebook, muitos comentaram que adoram as férias, que curtem viajar e ficar mais tempo com as crianças, que adoram ver a casa cheia de amigos e sobrinhos. Foi o caso da Alexandra Leite: “Acho que sou um das poucas que não ficam felizes com a volta às aulas. Fico muito triste no 1o dia, sinto muito a falta dos meus filhos. A casa fica num silêncio terrível! Nos dias seguintes também fico triste, mas me distraio fazendo trabalhos domésticos e outras atividades. Mas não vejo a hora dos meus amores chegarem de volta da escola”. E outros tantos completaram que, por outro lado, se amarram na rotina da casa e da família depois que as aulas recomeçam. A Rita Santana, por exemplo, comentou que “Cansa e muitoooooooooooo. Sentimos falta, claro isso é obvio, mas atire a primeira pedra qual mãe/mulher não quer ter o seu momento de relaxar, ficar um pouco sozinha para fazer o que quer?? Me poupe quem vai começar a julgar”. No post do Face, até o fechamento desta edição, 223 mil pessoas foram alcançadas; 2.775 pessoas curtiram; 145 amaram; 795 riram; 13 se espantaram; 1 ficou triste; e 5 ficaram bravos. Desse monte de gente aí, 262 comentaram e 218 compartilharam. Um barulhão bom. facebook.com/paisefilhos/posts/10155096354599470

CARNAVAL II A gente pediu fotos das crianças fantasiadas no site e no Facebook e os pais e mães imediatamente responderam: começou a chover aquelas imagens engraçadas de piratas, princesas, heróis, personagens de filmes, monstros e fantasias 100% inventadas. Dá só uma olhadinha aqui no nosso desfile... m.facebook.com/story.php?story_ fbid=10155164813584470&id=141071304469


paisefilhos@paisefilhos.com.br facebook.com/paisefilhos twitter.com/revpaisefilhos youtube.com/paisefilhostv instagram.com/paisefilhosoficial

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VISITAS Pais & Filhos esteve por aí em fevereiro. Na terça, dia 7, conhecemos o espaço da Chicco no Mídia Date da Ferraz Moda, onde vimos em primeira mão a coleção outono/inverno da marca. Tudo tem uma pegada retrô e clássica, com cores elegantes e delicadas ao mesmo tempo. A quinta, 16/2, começou cedo e com o pé na estrada. Viajamos até Leme, no interior de São Paulo, para conhecer a fábrica da Cia. do Móvel. É uma empresa familiar que produz móveis e vende carrinhos e cadeiras de segurança, entre outros produtos. E, como ninguém é de ferro, marcamos presença no Happy Hour Folia das Mães Amigas (@ maesamigas), na quarta, 15/2, porque mãe também é gente e merece cair no samba; e também estivemos no Bloquinho da Casa Bossa, no sábado, 18/2. Crianças e adultos na maior gandaia, fazendo jus ao reinado de momo. As fotos não nos deixam mentir. Vai vendo a farra!

COMO É O NOME DELE? Nosso guia de nomes segue fazendo sucesso. A gente posta um “Alice”, ou um “Julia”, e começa a brotar homônimos. Se põe “Arthur” ou “Miguel”, vem mais gente que conhece um bebezinho ou uma criança bochechuda com esses lindos nomes. É muito divertido acompanhar e marcar os amigos que são pais ou mães de “Edite” ou “Heitor”. Se você ainda não é nosso seguidor no Instagram, está perdendo. instagram.com/paisefilhosoficial/?hl=pt-br

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É um vídeo lindo, sobre o desejo de mudar e realizar. E sobre a força que move para a frente mesmo que as condições não ajudem, mesmo que riam da gente, mesmo que todo mundo faça do mesmo jeito. A história de um menino gordinho que quer ganhar os céus para encontrar um pássaro tocou o coração dos internautas que visitaram o site da Pais&Filhos. Entre site e Facebook, foram mais de 1,4 milhões de pessoas impactadas; cerca de 360 mil visualizações do vídeo; 23 mil curtidas, mais de 3 mil “amei”; e 8,4 mil compartilhamentos. Não dá para não ver. facebook.com/paisefilhos/videos/vb.141071304469/10155128020844470/?type=3&theater

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

MUDAR SEMPRE

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SEU RETRATO

PÉ NA LAMA Chegaram as águas de março pra fechar o verão e, para sair preparado e enfrentar essa chuva, nada melhor do que... GALOCHAS! Bora sujar os sapatos!

Laís, 5 anos, filha de Fernanda

Bernardo, 5 anos, filho de Carla

Michaela, 2 anos, filha de

Anna Liz, 3 anos,

Ar thur, 3 anos,

Lorena, 3 anos, filha de Dayene

Théo, 1 ano, filho de Paulo

Enzo, 6 anos, Allana, 5, e Miguel,, 1, filhos de Yara

Guilherme, 6 anos,

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

filha de Pollianne

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filho de Viviane

Rachel e Naoki

filho de Andrea


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SEÇÃO

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HISTÓRIA DE CRIANÇA

COM A PALAVRA... Basta abrir os ouvidos para começar a pescar as conversas mais divertidas e inusitadas vindas das bocas mais miúdas

É PRA JÁ! João Arthur estava assistindo TV quando a mãe, Marcilene, passou por ele. O menino, com urgência, pediu para a mãe parar o que estava fazendo. Havia algo mais importante a ser feito: “Vamos logo ao mercado comprar um irmãozinho!”.

CONTANDO AS OVELHINHAS Todos estavam dormindo na casa de Alice, menos a menina, que não conseguia pregar os olhos. Aí, a melhor solução foi ir até a mãe e pedir: “Me ensina a dormir?”.

João Arthur, 4 anos, filho de Marcilene

Alice, 2 anos, filha de Camilla

DILEMA DAS REFEIÇÕES

PALAVRA DE HONRA O primeiro dia de aula é sempre emocionante! Quando foi a vez de Luana, a menina disse à mãe: “Você promete que não vai chorar? Vou ficar lá só um pouco e depois você me busca!”.

Daniella orientou a filha Ana Júlia a lavar as mãos antes de se sentar à mesa. A menina não entendeu a lógica daquilo e retrucou: “Mas eu vou comer com a colher!”. Ana Júlia, 7 anos, filha de Daniella e Pedro

TODO MUNDO GANHA

Luana, 3 anos, filha de Ana Keila e Ivan

EM QUILOS OU EM HORAS? Enquanto Ana lavava o banheiro, a filha Vitória aproveitou a oportunidade para invadir o cômodo e ir em direção à balança portátil. A menina, então, subiu no aparelho e declarou: “Mãe, estou com 7 horas!”.

Um forte temporal foi o responsável por acabar com a energia na casa do Paulo. O pai dele, brincando, agradeceu por não ter que assistir a mais uma maratona de desenhos animados. Paulinho, por sua vez, não deixou barato: “E eu também não preciso assistir ao jornal!”. Paulo, 4 anos, filho de Denie

Vitória, 2 anos, filha de Ana e Fernando

VAI COM CALMA

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

COM QUE BIQUÍNI EU VOU?

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Mariana e a tia estavam envolvidas numa conversa sobre o verão e acabaram chegando ao assunto dos biquínis! De repente, o modelo fio-dental virou assunto. Mariana, na inocência, não perdeu a oportunidade de dizer: “Eu uso às vezes, mas gosto mesmo é de escovar os dentes!”. Mariana, 6 anos, filha de Andressa

Fernanda deu a mão ao irmão mais novo, que estava aprendendo a andar. A avó dela, observando a cena, disse para o menino ir mais devagar para não correr o risco de se machucar. A pequena Fernanda respondeu: “Ele vai devagar, mas ele chega lá!”. Fernanda, 3 anos, filha de Gabrielly e Wilder


PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

HISTÓRIA DE CRIANÇA

A

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DR. CLAUDIO RESPONDE

Tire suas dúvidas com o Dr. Claudio Len, pai de Fernando, Beatriz e Silvia, pediatra e nosso megaconsultor, médico do departamento Materno Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein

Danielle Nogueira, mãe da Alice

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

PNEUMONIA

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Febre, tosse e, principalmente, dificuldade para respirar. Esses são os sintomas mais frequentes da pneumonia, uma infecção nos pulmões que pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos. A intensidade da doença varia de leve a muito grave. Como na maior parte das infecções, os grupos que apresentam maior vulnerabilidade são os idosos e as crianças. Por isso a atenção deve ser redobrada sempre que o filho apresentar sintomas como febre alta e persistente, falta de ar, chiado no peito e tosse persistente. A boa notícia é: a maior parte das pneumonias é leve e responde bem aos tratamentos, desde que diagnosticada rapidamente, e não costuma deixar sequelas.

O bebê prematuro é mais suscetível a infecções, entre elas a pneumonia. Isso ocorre porque seu sistema imunológico é imaturo e ele passou algum tempo internado no hospital e ficou exposto a bactérias. Felizmente, os prematuros são monitorados pelos médicos, que dispõem de ferramentas para surpreender infecções rapidamente. Como diferenciar bronquite de pneumonia? Joice Oldiges, mãe do Nicolas

A bronquite, mais corretamente chamada de asma, é uma doença alérgica desencadeada por fatores externos, como mofo, ácaro ou umidade do ar. A asma atinge pessoas com predisposição genética, pode ir e voltar várias vezes. Os sintomas são falta de ar, chiado no peito e tosse. Já a pneumonia é causada por bactéria ou vírus e vem acompanhada de febre alta e persistente e tosse com secreção. A asma pode aumentar a secreção nas vias aéreas, o que favorece a infecção por bactéria. O tratamento da bronquite é com broncodilatadores (que abrem as vias aéreas) e da pneumonia é com antibiótico.

Prevenção com nebulização ou algo natural resolve? Quais as melhores formas de prevenção? Emilia Ambrosio, mãe do Bento

A nebulização, as vitaminas e os remédios naturais não previnem a infecção no pulmão. Alguns cuidados ajudam a diminuir o contágio: ficar longe de doentes e lavar frequentemente as mãos. Não há vacinas contra a pneumonia bacteriana, mas a vacina da gripe pode reduzir o número de casos de infecções pulmonares causadas pelo vírus influenza. No caso da bronquiolite, uma infecção viral nos brônquios, comum em nenéns de 2 a 18 meses, há um tratamento preventivo com um medicamento que pode ser utilizado por prematuros ou bebês com doenças congênitas. É fundamental o diagnóstico precoce feito pelo pediatra, com início imediato do tratamento. Por que alguns bebês não têm febre quando têm a doença? Raissa Miura, mãe do Lucca

A maioria das crianças com infecção pulmonar tem febre, geralmente alta e persistente. Entre 5% e 10% das pneumonias são atípicas, porque vêm sem febre. Nesses casos, a ausculta pulmonar é normal, dificultando o reconhecimento. O diagnóstico é clínico e com radiografia.

FOTO MARIANA MARQUES, FILHA DE JOSÉ E SILVIA

Bebê prematuro tem mais probabilidade de ter?


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PREVENÇÃO APOIO

VISITAS AO RECÉM-NASCIDO Maternidade não é hotel, e a mãe do bebê pode estar cansada. Mas caso os pais estejam com disposição para receber visitas tome as providências necessárias para não prejudicar o bebê

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

A chegada de um bebê é sempre uma alegria e a empolgação para conhecê-lo é devidamente proporcional. Visita na maternidade, no entanto, é um assunto que merece atenção. Alguns pais, mesmo cansados e apreensivos, gostam de ter amigos e familiares por perto nos primeiros dias com o filho recém-nascido. Outros preferem mais intimidade nesse momento. Então, é recomendado perguntar para os novos pais como eles se sentem em relação às visitas depois do nascimento do bebê. O pediatra neonatologista da Unimed Paulo André Ribeiro, pai de Marcella e Paulo Victor, diz que o ideal é que somente pessoas muito íntimas ao casal conheçam o recém-nascido nos primeiros dias de vida. “A maternidade não é um ambiente social e, portanto, se as visitas acontecerem com a aprovação dos pais, devem ser de curta duração (no máximo 15 minutos) e sempre em pequenos grupos, de 2 a 3 pessoas”, indica o pediatra que também coordena a UTI Neonatal do Centro Hospitalar Unimed Joinville. Além de prestar atenção ao tempo e à quantidade de pessoas, também é preciso se comportar de forma adequada durante a estada no quarto do hospital. Isso inclui evitar fazer barulho e ter contato íntimo com bebê, já que

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eles são mais suscetíveis a infecções. “Beijos em qualquer lugar do corpo do recém-nascido devem ser evitados, porque existe o risco de transmissão de infecções por germes que estão presentes na cavidade oral dos adultos e das crianças, mesmo aqueles aparentemente saudáveis”, explica Ribeiro. Outro item comum nas visitas à maternidade são os presentes para mãe e bebê. Mesmo lindas, as flores são proibidas na maioria dos hospitais pelo risco de contaminação do ambiente e de alergia ao pólen. Doce também não é uma alternativa, pois algumas pacientes podem ter restrições na dieta. “Se quiser presentear o recém-nascido e a mãe, é melhor optar por roupinhas, brinquedos apropriados para bebês, ou objetos de higiene”, sugere o médico. Em casa, os cuidados são quase os mesmos. As visitas devem continuar com precaução, já que o recém-nascido ainda está se acostumando com a casa, com os pais e com a nova rotina. Vale lembrar aos candidatos a visitante que se houver qualquer sinal de coriza, tosse, febre ou problemas estomacais, é melhor evitar ainda mais o contato com o bebê. E, para todos os casos, lavar as mãos antes de pegar o neném no colo é obrigatório.

PRESTA ATENÇÃO! Caso os pais do bebê aprovem o encontro, siga estas recomendações médicas para correr tudo bem: • Evite ir acompanhado de muita gente • Não pegue o bebê no colo • Não beije o recém-nascido • Evite o contato se estiver doente • Não leve flores, nem chocolate de presente

15 minutos é o tempo máximo para não cansar nem a mãe nem o bebê. Aqui menos é mais! se

liga


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SEÇÃO

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FALOU E DISSE A gente ama saber o que você pensa. Por isso, selecionamos aqui um pouco dessa nossa conversa diaria através do site e das redes sociais para continuar o papo, que não acaba nunca!

@AnaAlinePrado

@TerezinhaGoes

@MayanneCristina

@AlexandradaLeite

“Fiz sete ultrassons, e em todos deu menina. Fiquei a gravidez toda esperando a Jamily Vitória. Na hora que o bebê nasceu, a médica deu parabéns e disse que era um menino lindo! Rsrs! Não tive reação nenhuma, fiquei surpresa! Meu garotão é lindo e se chama Eduardo Henrique.”

“O importante na hora de ensinar o filho a falar a verdade é explicar o que ele fez de errado para poder assumir os erros... Fazendo isso, ele terá uma boa índole quando já estiver maior, e os pais não terão problemas. Filho se educa desde quando nasce, eles são muito espertinhos e capazes de absorver aquilo que lhes é ensinado. Tenho um ditado que sempre digo: não existem crianças burras,

“As crianças estão brincando dentro de casa, limitadas por muros por causa de segurança, que anda em falta... Foi-se o tempo de brincar livre na rua. Uma pena.”

“Acho que sou uma das poucas mães que não ficam felizes com a volta às aulas. Fico muito triste no primeiro dia, sinto muito a falta dos meus filhos. A casa fica num silêncio terrível! Nos dias seguintes, também fico triste, mas me distraio fazendo trabalhos domésticos e outras atividades. Mas não vejo a hora de os meus amores chegarem de volta da escola...”

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mas existem pais ignorantes”.

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“O diálogo que leva ao amor, que dá a cada um a vontade de se arriscar, não surge da sedução e do charme, mas da coragem de nos apresentarmos por nossas falhas, feridas e perdas.”

― Contardo Calligaris

@LourdesXavier

@KarinaSardenberg

@DianaMenezes

“Meus afilhados são filhos pra mim... Amo intensamente! Obrigada, Fabi Alex, por confiar tanto em mim, por ter me dado esse presente, dividindo comigo tudo o que vier pela frente. Mil vezes obrigada!”

“E quando você chega em uma loja e seu filho não fica no carrinho... Você fica correndo atrás dele carregando carrinho-bolsa-bolsa de mágico e desiste do que queria comprar. Também não consegue nem ir ao banheiro. Melhor voltar pra casa logo! Exausta!”

“Atualmente, não trabalho fora... Cuido de minhas duas filhas pequenas integralmente, mas o que escuto é: você tem vida de madame, não faz nada em casa. Queria que ele ficasse no meu lugar de ‘madame’ só por uma semana. Ingratidão é a pior coisa.”


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LIVROS PARA OS FILHOS

Livros servem de palco onde o medo e a coragem, a alegria e a tristeza, uma vida nova e a saudade se enfrentam. Nestas histórias, os personagens se aventuram em desafios inéditos. E a gente adorou

1. Imigrantes e Mascates Autor: Bernardo Kucinski Ilustrações: Maria Eugênia Editora: Companhia das Letrinhas

O autor ainda era pequenino quando teve de sair da Polônia para fugir dos nazistas que invadiram aquele país em 1939. Enquanto a Segunda Guerra Mundial estourava, a família judaica chegava ao Brasil e vivia uma série de desafios e superações. Kucinski conta tudo isso com uma emoção delicada e verdadeira em Imigrantes e Mascates.

Autor: Eve Ferreti e Fabiola Werlang Ilustrações: Eve Ferreti Editora: Peirópolis

Tire o bicho de onde ele está e coloque no lugar certo. O jacaré sai do couro da bolsa e volta para a lagoa. O tigre deixa de ser tapete e volta para a floresta. Manipulando transparências, as crianças salvam os animais.

3. Hilda e o Troll

5. Lampião e Lancelote

Autor: Patrick George Editora: Carochinha

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4. A Menina que Organizava Com um texto delicado e ilustrações sublimes, a história deste livro toca o leitor de maneira bem singular. A menina que organizava, limpava, esfregava, alinhava... se isolava do mundo por não conseguir relaxar perante a bagunça, sujeira, desorganização. Até que ponto era saudável? Vale a leitura e reflexão. 3

2. Resgate Animal

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Autor: Luke Pearson Editora: Companhia das Letrinhas

Autor e Ilustrador: Fernando Vilela Editora: Pequena Zahar

Hilda é uma garota aventureira. Durante uma expedição pelas colinas, ela encontra uma pedra estranha, que de dia é apenas uma rocha, mas de noite vira um troll. Num dado momento, o troll desaparece e a menina terá de enfrentar uma floresta assustadora, além de um gigante, um homem de madeira e muito mais.

Veja que inusitado: um encontro entre Lancelote e Lampião! O destemido cavaleiro da Távola Redonda do Rei Arthur e o cangaceiro mais temido do Brasil. O diálogo entre figuras tão diferentes só podia dar numa mistura rica de linguagem. Bem escrito, muito bem ilustrado. Uma boa leitura para os pequenos!

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LIVROS PARA OS PAIS

Tem livro que faz a gente comer melhor, tem livro que faz o leitor somar uma porção de fantasia ao cotidiano. Nesta seleção, vamos das lembranças do passado à vida no futuro

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1. A Cozinha Encantada dos Contos de Fada Autor: Katia Canton Ilustrações: Katia Canton, Juliana Vidigal e Carlo Giovani Editora: Companhia das Letrinhas

Prepare seu caldeirão. Misture o lanche da Chapeuzinho Vermelho, as frutas da Cinderela, o sorvete da Rainha da Neve e... cabum! Este livro saboroso tem a magia dos livros de receita e o encanto de fazer a família passar um tempo junta, se divertindo e criando. São 23 receitas fáceis, rápidas, saudáveis e saborosas.

2. Para Entender Pai & Mãe 3

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Autor: Carlos Urbim e Claudia Tajes Ilustrações: Fábio Zimbres Editora: Projeto

Se tem uma conversa que vai longe é quando pais e filhos se juntam para lembrar como eram as coisas e a vida quando a criança era bebê, ou quando ainda nem tinha nascido. A ideia deste livro aqui é fazer um inventário como foi o processo, passo a passo, da gestação ao parto. Emoções, mudanças no corpo e no humor. Aprendizados.

3. A Dieta Smartfood Autor: Eliane Liotta Editora: Rocco

A ideia da autora é provar que com as escolhas certas, que Eliana Liotta chama de bússola para distinguir o bom, o não tão bom e o mau, é possível estimular a longevidade. Ela selecionou pesquisas do mundo inteiro que avaliam os componentes químicos que ajudam a viver mais e a melhorar a saúde.

4. De Flor em Flor Autores: Jon Arno Lawson e Sydney Smith Editora: Livros Horizontes

Com destaque total para as ilustrações, o livro conta a história de uma menina muito atenta e seu pai distraído, que vão caminhando pelas ruas movimentadas. Cada flor que encontra no caminho, a menina colhe e entrega a alguém e lembra a importância das pequenas delicadezas. A obra foi recomendada pelo Plano Nacional de Leitura.


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ELA DIZ, ELE DIZ

A partir deste mês, Ana Cardoso e Marcos Piangers estarão aqui, dividindo com a gente, suas visões de mundo e crenças na hora de educar as criancas. Dois pontos de vistas riquíssimos, que nem sempre se encontram. E essa que é a graça.

ela

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O CONTRATURNO

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ANA CARDOSO, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga e autora dos livros ‘A Mamãe é Rock’, ‘Natal, Férias e Outras História’ e ‘Quando Falta Ar’. Ama suas filhas mais que tudo, mas não esquece jamais de si.

“Mãe, posso brincar só mais um pouquinho?”, me implora 3 vezes a Aurora enquanto mofo plantada na porta do jardim III. Criança gosta de criança, gosta de brincar. Nada como uma professora bem querida e experiente para direcionar aquela cápsula de energia cinética e potencial ambulante. Por isso, eu não fico nem triste, nem chateada, que ela não venha correndo e se jogue nos meus braços, às 18h10 (já desisti de ir às 18 em ponto). Mesmo depois de ter passado 9 (!) horas na instituição educacional. Falando assim, parece um presídio, mas não, é uma escola, que escolhi a dedo. Em casa, o cenário é o seguinte: eu, no computador, escrevendo, pesquisando, fazendo reunião à distância. A cada item riscado da lista de trabalho, algo me lembra que a casa não se auto-arruma. É a música da máquina de lavar roupa avisando que está na hora de pendurar, é a poeira se acumulando na minha mesa, é a falta de copo limpo no armário quando quero tomar água. Passar um aspirador na sala entre um texto e um podcast não é o que eu chamo de hobby. É o que eu chamo de vida, ou de rotina. Coloca uma criança pequena exigindo (e merecendo) atenção nesse cenário e temos um princípio entrópico de caos. Sempre fui contra essa palavra, rotina. Principalmente na criação das meninas.

A gente nunca teve muita hora pra dormir, nem pra tomar banho e faltar aula também não era problema na minha agenda de mãe educadora e de pais viajantes. Mas, eu falhei nisso. Tive que ouvir da professora, da coordenadora e finalmente da psicóloga da Anita, minha filha mais velha, para entrar na minha cabeça: criança gosta de rotina e de saber o que vem depois. Isso constrói a segurança emocional delas. Este ano, mudei minha vida. Mesmo trabalhando em casa e viajando esporadicamente a trabalho, me organizei para ter a minha “agendinha”. E ela envolve levar a Aurora, todos os dias de manhã. E trabalhar sem me preocupar com as filhas no meu horário “comercial”. No contraturno da escola ela tem natação, yôga, tem oficina de bonecos e até uma prática de relaxamento pós-almoço chamada Trenzinho da massagem. Não parece demais? Ela tem acordado às 7, toma café, conversa, brinca um pouco (nada de televisão!) e caminhamos até a escola. Às nove começa a aula diária de inglês. Almoça na escola, tem aula a tarde toda e temos das 18 às 22 para comer juntas, brincar, tomar banho e contar histórias. Nada de computador. Assim, quando estou com elas, estou COM elas e não fazendo sinal para ficarem quietas porque estou num call, que é como esse povo pijamudo como eu, que trabalha em casa, chama as reuniões não-presenciais. Me julguem, pra mim, a escola é uma super aliada. E quando meu marido fala em ‘home schooling’, ou seja, ensinar elas em casa, eu logo aviso: tô fora! Nessa empreitada eu não forneço nem o lanche.”


ele

A CRECHE DO PAPAI “Temos todo nosso amontoado de assuntos mal resolvidos com relação à criação dos filhos, posso notar quando uma mulher diz que desmamou cedo ou que fez uma cesariana. Seus olhos se entristecem, sua boca faz um biquinho e o tom é sempre de: “Desculpem-me. Não consegui etcetera”, onde etcetera é ter um parto natural, dar o peito até os dois anos, ficar sem trabalhar depois da licença maternidade. Mesmo um pai que passou anos fazendo terapia tem culpa ao falar de seus fracassos. Meu amontoado de assuntos mal resolvidos tem no seu cume mais evidente minha relação com a escola das minhas filhas. Nunca consegui deixar as meninas na creche, se choravam eu trazia de volta pra casa ou levava pro meu trabalho. No primeiro dia de aula da mais velha enfiei um celular velho (na época não tinha iphone) pra ela poder me ligar caso algo ruim acontecesse. Trocamos nossas filhas de escola o tempo todo, trocamos até de creche, sempre por não encontrar o colégio perfeito, aquele em que elas estejam felizes e aprendam a explorar suas maiores potencialidades. Este parágrafo sou eu, olhos entristecidos e boca fazendo biquinho, pedindo desculpas para o mundo. Não consigo achar a escola perfeita. Porque ela não existe. Escolas são o lugar onde as crianças se descobrem fora de casa. Não temos controle sobre o que ouvirão, quais palavrões irão aprender, se sofrerão

bullying na aula de educação física, se começarão a falar sobre sexo sem terem ainda todos os dentes permanentes. E não estou nem falando do método de ensino de cada escola, que muitas vezes é parecido com a forma com que a minha mãe aprendeu trigonometria: uma apostila, giz e quadro negro. Mas o que me preocupa é o resto: minhas filhas, coitadas, estão na escola expostas a toda a maldade da construção social infantil. Quero protegê-las de tudo. Quero fazer home schooling, onde serei o pai, o professor e o diretor, todos amorosos e atenciosos, em uma bizarra reunião e pais e professores onde tudo é elogio e amor pelas alunas. E esquizofrenia. Sei que, no fundo, a relação mal resolvida com a escola das minhas filhas é uma relação mal resolvida com minha própria história. O gordinho que apanhava no recreio, o repetente que desrespeitava professores, o professor de quem eu discordava sobre religião. Ouço por aí que existem escolas incríveis, atenciosas e onde as crianças se formam brilhantes, mas tenho receio que meu perfeccionismo seja também decepcionado. MARCOS PIANGERS, Não poderei proteger minhas filhas de tudo, pai de Anita e Aurora, é essa é uma constatação dolorosa. jornalista, palestrante e Só peço ao mundo que as trate bem.” autor dos livros O Papai é Pop 1 e 2. Comprometido com a paternidade presente e amorosa, tem inspirado milhares de pessoas com seus vídeos, textos e palestras.

No fim das contas, o idealismo do pai todos queremos a escola ideal - teve se dobrar ao realismo da mãe. A escola é um ambiente mais bacana para a criança que a casa quando os pais usam a sala e o sofá para trabalhar

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

MORAL DA HISTÓRIA

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24 HORAS

COM ADRIANA CRAVO Esta é a rotina dessa relações públicas, designer e diretora do Instituto Mario Cravo Neto: prioridade absoluta na convivência com as filhas, Stella, Sophia e Helena

começa aqui

21h

7h

Pulo da cama enquanto as meninas dormem e todos os dias faço exercícios com o Christian, meu companheiro da vida e das corridas

E, abraçadinhas, lemos e nos divertimos um pouco, até o soninho chegar. A Sophia muitas vezes participa dessa parte da história, mas às vezes diz que está “grande” demais para isso. Sabemos que faz parte!

8h

O dia das crianças começa preguiçosamente e com o leitinho na cama para as pequenas.

9h30

20h30

Três dias na semana temos aula de natação. Optamos por uma professora que vem a nossa casa para otimizar o tempo, já que são 3 crianças com idades diferentes (2, 4 e 13 anos).

Amo livros e tento passar esse amor para minhas filhas. Escolhemos juntas o livro que será lido (dependendo da língua, inventamos histórias a partir das ilustrações).

12h

A hora do almoço é cedo. Juntamos todos na mesa antes de sair para escola e trabalho.

14h

Hora do trabalho. Nesse período em que as crianças estão na escola, foco ao máximo nas demandas do trabalho e fico disponível durante todo o dia graças à tecnologia, que nos permite estar mais presentes na vida dos filhos.

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

19h

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Após o banho sobra tempo para a Stella e a Helena brincarem. Enquanto isso, a Sophia faz lição de casa em seu quarto.

18h

Sophia adora jazz e duas vezes na semana vai para a aula de dança após a escola.

17h

Na volta da escola “as baterias” são recarregadas... rsrsrsrs


PAIS&FILHOS MODA | 2016

SEÇÃO

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AS PAIXÕES DA PAIS&FILHOS

Inspirações, pirações referências, produtos engraçados, fofos, lindos, coloridos, que fazem a nossa cabeça e nos deixam com aquela vontade de “quero agora”

LIMPADOR DE MICRO-ONDAS

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Objetos de cozinha podem e devem ser divertidos, certo? Este limpador de micro-ondas da Doural que dispensa o desinfetante é um ótimo exemplo que humor pode frequentar e levantar o astral do nosso dia a dia. Você deposita água e vinagre nesse recipiente simpático, coloca no equipamento por 5 minutos e, da cabeça da boneca, sai um vapor que amolece a sujeira. Passe um pano e fim. O produto custa em média R$ 39,90.

EXPO FRIDA KAHLO

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Toda idealizada para as crianças, a exposição Frida e Eu, que já foi sucesso na França, México, Inglaterra e Rio de Janeiro, chega agora em SP. Não se trata de uma mostra do acervo da pintora mexicana. A ideia é, com muita interatividade, colocar os meninos e meninas em contato direto com as cores, a arte e o pensamento de Frida Kahlo. vivenciando a experiência de superação que a artista viveu em sua vida. Em cartaz até 30 de junho, na Unibes Cultural. Os ingressos custam entre R$ 12,00 e R$ 30,00 e devem ser comprados no site www.sympla.com.br.

GUARDA-CHUVA DE BICHINHO Não tem bico que resista às capas de chuva e guarda-chuvas da Dulelis Kids. Algumas têm estampas de bichinhos da Skip Hop, que as crianças adoram. O guarda-chuva custa R$ 115 e a capa de chuva, R$ 260.

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Lindos e muito fofos, com as novas estampas da Tigresse, de Renata Figueiredo, os bonecos de 75cm custam R$ 335. O menorzinho, em forma de chaveiro de 25cm, sai por R$ 270. A Tigresse é associada à ONG Orientativa, que ajuda a melhorar a renda de famílias carentes. Parte do valor de venda dos bonecos vai para a instituição.

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PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

MICKEY DO BEM

BANHO QUENTE

Banhão para o papai, banhinho para o filhinho. A empresa Doka fabrica a banheira Vitoriana Slipper em versão normal e pequena. Custa R$ 12.045 e a infantil R$ 1.200. Caro, mas superobjeto de desejo!


HEADPHONE IRADO Este fone de ouvido da OEX Kids é radical, mas é de responsa. A potência do equipamento não passa de 15mW e nunca vai prejudicar a audição das crianças. São dois modelos: Dino e Boo. Cada headphone tem plug de 3.5mm e cabo de 1,2m e custa em média R$ 49.

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MUSEU PARA BEBÊ

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REVISTA FLOW

O Museu do Futebol, em São Paulo, inaugurou uma nova sala voltada especialmente para bebês. Chamado de “Espaço Dente de Leite”, o local foi adaptado para receber os pais e seus filhos de até 3 anos e abre todo terceiro final de semana de cada mês. Ali, todo mundo brinca bastante, ensaia uns passes e experimenta na pele e desde cedo a paixão nacional.

Quem gosta de trabalhos manuais, de papel, de artesanato chique, vai pirar na Flow, revista holandesa criada pelas amigas Irene Smit e Astrid van der Hulst. O barato da Flow é falar sobre tudo que rodeia o mundo do papel (estampas, gramaturas, cores) para quem ama papel. Tem uma versão em inglês, internacional, que você pode assinar, mas aqui no Brasil se encontra a publicação em distribuidoras de revistas importadas por R$ 140. Pra pirar mais, veja o site: flowmagazine.com.

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A HERMIONE VIROU BELA

O desenho que a gente amava ganhou versão “live action” e chega às telonas em 16 de março. A aposta é que a protagonista, Emma Watson, supere sua Hermione Granger, da saga Harry Potter. A pré-venda dos ingressos já começou nos cinemas.


QUEM É ELE

STAN LEE, O CRIADOR DO HOMEM-ARANHA O trabalho deste roteirista é um marco para as histórias dos super-heróis nos gibis e no cinema

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

POR LÍVIA VITALE, FILHA DE NANCY E HORÁCIO

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Um homem com poder de lançar teias pelas próprias mãos após ser picado por uma aranha geneticamente alterada. Um cientista atingido por raios gama com a aparência esverdeada inconfundível. Um quarteto que, após experimentos científicos, desenvolve características de rocha e fogo, ou ganha poderes de invisibilidade e elasticidade. A gente não precisa nem dizer o nome dos super-heróis para você adivinhar que são, pela ordem, Homem-Aranha, Hulk e Quarteto Fantástico. Isso porque esses personagens marcaram gerações e, pelo que andamos vendo, continuarão no imaginário de crianças e adultos.

Por trás de todas essas figuras, cenários e tramas tão diferentes, está o mesmo artista: Stan Lee, uma usina de imaginação e dedos hábeis para passear entre os papéis de roteirista, escritor, empresário e até de ator! Mesmo que você não adore ler histórias em quadrinhos, certamente já ouviu falar dele, ou acompanhou suas histórias no cinema. Doutor Estranho (direção Scott Derrickson), por exemplo, estreou no Brasil no final do ano passado e conseguiu uma bela audiência. Agora tente se lembrar de todos os momentos em que comentou com o seu filho: “Na minha época era bem

diferente...”. Com certeza, foram muitos! Por isso, quando nos deparamos com algo que é compartilhado por gerações, nos admiramos! E Stan Lee consegue essa proeza através dos personagens criados, que compõem a imaginação dos pais, dos filhos e dos netos, como uma forma de herança cultural. Somos incapazes de imaginar a infância sem ter esses superheróis como bons companheiros dos meninos e meninas. Stanley Martin Lieber, o seu nome de batismo, nasceu em 1922, em Manhattan, Nova York, nos Estados Unidos. Não cresceu em berço de ouro: o pai, Jack, era alfaiate, e a mãe, Celia, dona de casa. Lee não foi o único da família a herdar o dom pelos quadrinhos. O caçula, Larry, também seguiu os passos do irmão mais velho. Ainda criança, ele descobriu a paixão pela escrita e, na adolescência, não escondia de ninguém o sonho de escrever um romance. Mas, antes que o sucesso batesse à porta, ele trabalhou como lanterninha de tea-

FOTO GAGE SKIDMORE

Seus personagens compõem a imaginação dos pais, dos filhos e dos netos, como uma forma de herança cultural.


equipamento para...

cuidar das unhas da criança

Kit higiene Multikids BebeStore, R$ 66,41

Cortador de unha com Lupa Safety 1st, Brasbaby, R$ 20,99

Cortador macaco Sassy BebeStore, R$ 37,91

Tesoura com proteção Lillo, R$ 19,90

Kit 10 lixas de unha Safety 1st Brasbaby, R$ 15

Chicco, R$ 34,90

Kit higiene Animais da Floresta Sassy BebeStore, R$ 160,55

PAIS&FILHOS | MARÇO DE 2017

tro, office boy e entregador. O mais próximo das palavras que conseguiu chegar foi no trabalho como escritor de obituários em jornais. A virada na vida de Lee aconteceu com um convite de Martin Goodman, dono da Timely Comics, que mais tarde conheceríamos por Marvel Comics. Mal sabia o desenhista que dali a um tempo, ele ocuparia o posto de presidente da empresa. Antes disso, entretanto, começou a escrever histórias em quadrinhos pioneiras, em que os heróis tinham dificuldades humanas, erravam e, ao mesmo tempo, faziam o impossível e o bem acontecer. O mais legal sobre o trabalho de Lee é que ele inovou o jeito de fazer quadrinhos. O método dele, basicamente, começava com a escrita de um roteiro bem simples. A partir disso, o ilustrador desenhava as passagens da revista. O resultado chegava então às mãos de Lee e ele era o responsável por acrescentar os diálogos. Apesar de inovador, o método criou polêmicas: se era um trabalho colaborativo, por que Stan Lee ganhou todo o crédito? Lee não se contentou somente em criar personagens memoráveis. Ele resolveu também se aventurar como ator. Suas participações são pequenas, mas fazem o coração dos fãs baterem mais forte só pela expectativa de ver o ídolo nas telonas. A primeira vez aconteceu no filme X-Men, em 2000, e até hoje ele continua fazendo aparições, como no filme Deadpool, lançado no Brasil em 2016. Seus 94 anos de história parecem pouca coisa se comparados a tudo aquilo que ele ainda pode acrescentar ao mundo.

Tesoura Animais Floresta Sassy BebeStore, R$ 37,91

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O MUNDO EM NÚMEROS

A cada

24 horas

os brasileiros produzem 240 mil toneladas

de lixo.

Contando com higiene pessoal e todas as nossas necessidades diárias

Fonte: Associação Empresarial para Reciclagem

110 LITROS DE

ÁGUA

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

são suficientes em 1 dia, segundo a ONU.

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Uma criança nasce com

350 ossos. Fonte: Núcleo de Informática Biomédica da UNICAMP

aproximadamente

180 crianças nascem por minuto no mundo. Fonte: ONU


♥♥

♥ ♥ ♥ ♥

NO PRIMEIRO ANO DE VIDA as crianças crescem em média

25cm.

1,1 milhão de casais se uniram em matrimônio em 2014. Fonte: IBGE

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

O número de gêmeos no Brasil AUMENTOU 28,5% ENTRE 2004 E 2014. Fonte: IBGE

1.825

fraldas por ano. De acordo com a nossa calculadora de fraldas

PAIS&FILHOS | MARÇO DE 2017

Um bebê de 1 ano com 10kg usa aproximadamente

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O MUNDO DELES

QUEM SE LEMBRA DA VILA SÉSAMO?

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

O programa já foi sucesso nos anos 1970, teve reedição no final da década de 2000 e agora volta com pique total para encantar novas crianças

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Depois de quase dez anos, Garibaldo, Come Come, Groover, Elmo, Beto e tantos outros personagens estão de volta. Se você estava com saudade, pode comemorar: o programa reestreia no dia 6 de março, na TV Cultura e na TV Brasil. A primeira novidade desta temporada é que o nome do programa agora é só Sésamo. “A Sesame está presente em muitos outros países e nós alteramos o nome para criar um conteúdo que possa circular no mundo inteiro”, explica Júlia Tomchinsky, diretora educacional da Sésamo. Ela contou que retomar o projeto já era um sonho antigo tanto da TV Brasil quanto da TV Cultura e que, em 2014, as emissoras decidiram colocar o plano em prática. E essa não é a única mudança. A produção terá novos blocos, novos personagens, novas músicas e novos cenários. “O programa foi pensado para assistir em família, não queremos alcançar só as crianças, mas reunir todo mundo na frente da TV”, comenta Júlia.

A grande jogada do Sésamo é juntar educacional com entretenimento

Uma coisa que a gente já pode adiantar – um spoiler só não faz mal, vai! – é um quadro que traz figuras brasileiras famosas, como a culinarista Palmirinha, o ator Gregório Duvivier e a cantora Gaby Amarantos. A cada programa, um famoso vai interagir com os personagens do Sésamo. Júlia explicou para a gente que a ideia era dar uma cara mais brasileira para o seriado e também garantir a diversidade de personalidades, ideias e histórias no programa. O objetivo dos idealizadores da série é trabalhar três grandes áreas. A primeira é chamada por eles de desenvolvimento pessoal. “Temos esquetes que vão abordar linguagem, raciocínio e solução de problemas”, exemplifica a diretora. O segundo eixo é relacionado ao desenvolvimento socioemocional, que será abordado nos conflitos enfrentados pelos personagens em cada episódio. Já a última área busca incentivar os hábitos saudáveis. A grande jogada do Sésamo é juntar educacional com entretenimento, abordando os temas com assuntos que as crianças vivenciam no cotidiano. Pode estourar a pipoca, convocar a molecada e reunir a família inteira para ver e reviver os momentos do Sésamo, um programa para pais e filhos (com o perdão do trocadilho, Elmo).


QUEM ESPERA

A atriz Zooey Deschanel e o marido, o produtor Jacob Pechenik, esperam o segundo filho Natalie Portman e o marido, Benjamin Millepied, esperam o segundo filho A atriz francesa Marion Cotillard e o namorado, Guillaume Caner, esperam o primeiro bebê Ciara, cantora e atriz norte-americana, e o jogador de futebol americano Russell Wilson estão grávidos do segundo filho A atriz Bruna Hamú e o empresário Diego Moregola estão esperando o primeiro bebê A atriz Thaís Fersoza e o cantor Michel Teló esperam o segundo bebê

QUEM NASCEU

Madonna adotou irmãs gêmeas, Stella e Esther, do Malauí

A atriz Katherine Heigl e o marido, Josh Kelley, tiveram o terceiro filho, Joshua Bishop Jr.

FOTOS INSTAGRAM

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A repórter Rafa Brites e o apresentador Felipe Andreoli tiveram Rocco, primeiro filho do casal

conversa de homem por André Galiano, pai de Lorena, Rafael, Leonardo, Helena e Sofia. Músico e consultor de empresas

TER CINCO FILHOS “Uma das curiosidades de ter tantos filhos, trabalhar como consultor, o que me mantém viajando pela América Latina numa frequência bastante intensa, ser músico, com ensaios e shows que muitas vezes invadem as madrugadas, é ouvir sempre a mesma pergunta: ‘Como você consegue?’. Inevitável pensar se quem pergunta está mesmo interessado em descobrir alguma eventual fórmula secreta, fugaz a todos nós, ou se o que querem é entender suas próprias limitações e dificuldades. Seja lá qual for a motivação, respondo logo de início que depende da interpretação que cada um tem para a palavra ‘conseguir’. Ser pai de cinco filhos é uma dádiva, um presente, uma responsabilidade ímpar e uma dedicação integral multiplicados por cinco e tudo-ao-mesmo-tempo-agora. É verdade, não é pra todo mundo! Mas parte do que torna isso possível, ao menos para mim, é abrir mão desse ideal de perfeição e de um insistente complexo de culpa – disfarçado de autocobrança – que assolam muitos pais por aí. Até porque, convenhamos, simplesmente não dá pra ser perfeito! Quem aqui nunca comeu chocolate antes do almoço quando era criança? Não enfiou esponja no nariz, dormiu fora de hora, fingiu que fez lição, engasgou com bala Soft, viu desenho politicamente incorreto ou qualquer outra desventura que vier à mente? Eu fiz tudo isso, e estou aqui. Com os acertos e erros de meus pais, em suas melhores intenções, cheguei aos meus 40 anos e cinco filhos inaugurando meu próprio repertório de acertos e erros, orquestrado pelo amor que tenho por eles. É claro que procuro me aprimorar, lendo artigos, aberto a novos conhecimentos. Mas não faço disso uma busca exacerbada, sôfrega, pra ser o melhor pai do mundo. Quem disse que tem que ser assim? Em casa, isso fica evidente nas coisas corriqueiras. A hora do banho é como uma linha de produção. Bem desmontada. Entro na banheira e minha esposa me entrega um filho enquanto eu devolvo outro. Já aconteceu de dar banho duas vezes no mesmo! Ou colocar a roupa da minha filha no meu filho. E quantas vezes não dei a mamadeira errada? ‘Pai, essa não é minha mamadeira.’ E nos divertimos, todos. É com esse espírito, mais leve, um pouco mais acolhedor talvez (para mim e para eles), mais possível e menos idealista, que exerço minha apaixonante missão. E a melhor medida do sucesso é algo muito simples: está na facilidade que eles têm para sorrir. Vivo para isso. E é isso, no fim, que me faz sorrir também.”

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Carol Castro e Felipe Prazeres esperam o primeiro filho

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LÁ EM CASA É ASSIM

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A VIDA, SEGUNDO OS PIMENTEL

Domingo costuma ser dedicado à família. Pais&Filhos acompanhou de perto o desenrolar desse dia na casa da Telma e do Luiz. Como o time é grande, todo mundo coopera e se organiza para ter um dia bem gostoso POR JESSICA DOS ANJOS, FILHA DE ADRIANA E MARCELO FOTOS GUSTAVO MORITA, PAI DE MADALENA


Nutella estreia da

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No ritual de domingo não pode faltar a rega das plantas com Gael e o café da manhã em família. A novidade naquela manhã foi o caçula ser liberado para comer Nutella. As marcas de chocolate espalhadas no rosto do bebê deixam claro que ele adorou! Uma das marcas dos Pimentel é a quantidade de fotos espalhadas por todas as paredes. Retratos de tamanhos, cores e estilos diferentes decoram o apartamento e dão um ar vintage para o espaço

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Escovar os dentes depois do café da manhã é bem mais divertido quando feito em equipe. Antes de ir para o clube, as meninas Nina e Lola aproveitam para brincar no quarto com os ursinhos preferidos, Ted e Bolinha, ou soltam a imaginação com os livros. Já Gael adora travar uma longa conversa, na sua própria língua, claro, com suas pecinhas de Lego

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a quem escov nido... u s te n e d s o

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apturar o momento e guardá-lo com carinho. Basta cruzar o batente da porta de entrada da casa para perceber como essa é a marca do grupo que vive ali. As fotos, muitas, muitas mesmo, estão espalhadas pelas paredes e lembram aos moradores e visitantes o que é importante para aquela família. E o que mais aparece nas fotografias, ao contrário do que a gente tende a acreditar, são os registros do cotidiano. Telma e Luiz gostam mesmo da rotina e, por isso, não abrem mão de hábitos nem aos domingos. A gente foi até a casa deles para acompanhar de perto o que a dupla e os três filhos, Nina, 9 anos, Lola, 6 anos, e Gael, de um 1 ano e 5 meses, costumam fazer juntos nesse dia. Logo que chegamos, as crianças já estavam sentadas e preparadas para o café da manhã. Pães, pão de queijo, frios, leite e achocolatado compunham a mesa. Telma, que hoje se dedica integralmente aos pequenos, está sempre atenta ao que eles precisam. E, como toda mãe ligadona, enquanto cumpre as tarefas consegue responder tranquilamente às nossas perguntas. Aquele domingo foi dia de estreia: a mãe liberou Nutella para o caçula e todos nós pudemos testemunhar o quanto ele gostou. Nina e Lola contaram que acordam bem cedo. “A Lola levantou primeiro, e para onde você foi mesmo, filha?”, perguntou Telma, e Lola respondeu “Para a sua cama!”, com um sorriso maroto no rosto. Foi quando o Luiz chegou. Para desligar da rotina agitada que vive como jornalista no Portal R7, o pai costuma correr nos domingos de manhã, mas sempre chega a tempo de tomar o café com a família. Senta e se junta ao grupo. Quando todos estão devidamente abastecidos, cada um vai para o seu canto se arrumar para o passeio. O destino é o clube que fica no final da rua. “É ótimo ter um lugar para se divertir com as crianças bem perto de casa”, comenta Luiz. As meninas foram para o quarto brincar um pouco e, antes de entrar, encontramos um aviso que parece importante na porta: “Não perturbe, estou falando sério!”. Você pode até pensar que essa advertência é para os pais, mas não. A pessoinha que não deve perturbar o espaço das meninas é Gael. Lola e Nina têm um quarto de princesas, as camas são altas e parecem duas casinhas, com ursinhos de pelúcia espalhados pelo colchão. Cada uma tem seu favorito. Nina gosta do Ted e Lola só dorme com o Bolinha. Ao lado do quarto das meninas, Gael conversava com seus brinquedos. Muito concentrado, ele batia altos papos, em sua própria língua, com as pecinhas de Lego, sem se incomodar com a nossa presença.

Alinhados nas paredes, os retratos saltam aos olhos. São muitas fotos expostas com molduras de diversos desenhos, cores e estilos. Tudo tende ao vintage. “Dá para perceber que eu nem gosto de fotografia, né?”, comenta Telma rindo. Guardar e cuidar também é o passatempo de Luiz. Na casa, ele tem um lugar favorito, onde estão as relíquias da família. “Aquela mesa e aquele espelho eu herdei da minha mãe”, comenta o pai. Os móveis ficam perto da porta de entrada do apartamento. “Brincamos com as crianças que aquele espelho é uma máquina do tempo, nossos antepassados conseguem nos enxergar através dele”, conta Telma. Todos prontos, partiu clube. O lugar tem um clima bem família. E a primeira parada foi o parquinho. Mas logo Nina começou a sentir calor. “Mãe, quero sorvete!”, disse. Cada irmão pediu seu sabor preferido, a mais velha escolheu tangerina, a do meio preferiu uva e o caçula, como já vimos, ama chocolate, e esse foi o sabor escolhido, claro. E então chegou o momento mais esperado pelas crianças: piscina! Os pais costumam ficar um tempo com os pequenos na água quando não está muito sol e, por volta das 12h30, almoçam todos no restaurante do clube. Passam a tarde ali e, na volta para casa, mais uma tradição. Eles ficam coladinhos e assistem às videocassetadas do programa Domingão do Faustão. Seguindo a ordem do dia, ou melhor, da noite, às 21h30 o quinteto já está na cama, porque o dia seguinte começa cedo e as crianças têm escola. O domingo foi assim, cheio de diversão e muitos momentos especiais em família, entre tradições e chamegos.

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Telma e Luiz gostam mesmo da rotina e, por isso, nao abrem mão de hábitos nem aos domingos. A gente foi até a casa deles para acompanhar de perto o que a dupla e os três filhos, Nina, 9 anos, Lola, 6 anos, e Gael, de um 1 ano e 5 meses, costumam fazer juntos nesse dia

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no l e a G o ã d e u q brin be u l c o d

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As meninas foram para o quarto brincar um pouco e, antes de entrar, encontramos um aviso que parece importante na porta: “Não perturbe, estou falando sério!”. Você pode até pensar que essa advertência é para os pais, mas não. A pessoinha que não deve perturbar o espaço das meninas é Gael.


pausa para o sorvete. Oba!

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No caminho para o clube, Gael gosta de explorar a “floresta” do condomínio, afinal tudo se torna enorme e curioso para uma criança de 1 ano. O menino também gosta de ver o desenho da Peppa Pig no celular. Quando a família chega ao clube não pode faltar parquinho, piscina e sorvete. Nesse dia, Nina pediu tangerina, Lola escolheu uva e Gael preferiu chocolate

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COMPORTAMENTO

quando o

certo é

ABANDONE UM POUCO AQUELE SEU MODELO DE PERFEIÇÃO E SAIBA: A MATURIDADE E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA SEMPRE VÊM ACOMPANHADOS DE ERROS. É BOM VOCÊ APRENDER LOGO A LIDAR COM ISSO POR CAROLINA PISCINA, FILHA DE ANA MARIA E OSVALDO

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errando que se aprende”, diz o velho ditado popular. Está certo que todas essas antigas sabedorias têm algum fundamento e viraram tradição porque fazem sentido. Mas, na prática, nenhum pai ou mãe quer ver o seu filho errando, ficando chateado, ou se arrependendo. Nessa ânsia de não deixar as crianças cometerem seus próprios deslizes, acabamos por fazer com que elas vivam em uma redoma de vidro, protegidas de todos os enganos. Afinal, se os pais estão sempre ali para decidirem por elas, que tipo de esforço será necessário para analisar, entender e agir? Quase nenhum! Está aí um dos maiores motivos para dizermos: Deixe o seu filho errar. Assim, sem medo de ser feliz e sem medo de que ele arrisque e se machuque. O bom senso, claro, faz parte do processo. Você não vai deixá-lo sozinho e desamparado nas decisões da vida, mas também não vale tomá-las pela criança. O caminho do meio está aí justamente para isso. O papel dos pais é, desde muito cedo, apoiar e orientar, para que a criança

possa desenvolver seu senso crítico e seja capaz de tomar suas próprias decisões, estando elas certas ou não. Isso vai torná-la mais independente e também irá prepará-la para o futuro. Lá na frente Quando a criança é estimulada a explorar o mundo ao seu redor de maneira mais independente, ela cresce de forma diferente daquela criança que não pôde tomar decisões sozinha e aprender com as consequências dos seus atos. “Com o apoio dos pais essa criança se torna um adulto mais consciente, com maior responsabilidade e maior habilidade para lidar com adversidades e para tomar de decisões”, explica Mariana Bonsaver, psicóloga da Pro Matre Paulista, filha de Tullio e Isabel. Tudo o que fazemos na infância dos nossos filhos afeta o futuro deles. Uma criança que explora possibilidades, testa e tem a chance de aprender com seus erros está muito mais propensa a se tornar um adulto que sabe lidar com problemas.


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Mas nem precisa ir tão longe assim para entender a importância de apoiar os filhos a tomarem suas próprias decisões. Em muitos momentos, a criança estará sozinha, como na escola ou na casa dos amigos, e precisará encarar as mais variadas situações. É aí que ela precisa se sentir segura e preparada para poder tomar decisões sem medo de errar ou depender de outras pessoas.

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Começa quando? Normalmente, a primeira dúvida que surge na cabeça dos pais é: quando eu posso deixar meu filho começar a tomar decisões? E a resposta é mais simples do que parece. Não precisa começar com decisões complexas e importantes. Mas escolhas simples do dia a dia são o início perfeito, ainda mais para crianças pequenas. “A idade ideal varia conforme a escolha. Por exemplo, a partir dos 4 anos os pais podem apresentar duas opções de trocas de roupas e permitir que a criança escolha a que mais gostar. A partir dos 8 anos, ela já pode escolher entre muitas opções direto do armário. Depois dos 10 anos, ela pode fazer várias escolhas, como o esporte que deseja praticar, a língua que deseja estudar, um lugar que gostaria de visitar, mesmo que a decisão final seja dos pais”, afirma Viviane Helena Ferreira Rossi, mãe de Luis Felipe e João Pedro, psicóloga clínica infantil e adolescente. Vale lembrar que cada criança se desenvolve de um jeito, então você deve proporcionar as escolhas para o seu filho conforme ele apresentar a maturidade necessária para aquilo. No começo, o importante é apresentar um número limitado de opções, para que a criança não fique confusa com tantas possibilidades. Começar aos poucos e com decisões simples é o ideal. Mas se você reparou que seu filho já consegue, por exemplo, escolher entre duas opções de roupa com tranquilidade, aumente o desafio. Coloque mais opções ou então até mesmo faça com que ele escolha entre as peças do armário. Colocar novas propostas e gerar dúvidas também faz parte do desenvolvimento.

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O famoso limite Certo, até aqui você já entendeu a importância de deixar que a criança faça suas próprias escolhas e, a partir delas, possa errar, aprender e tentar novamente. Então você também deve estar se perguntando onde entra o limite entre deixar errar e proteger e como alcançar esse caminho do meio.

Vale lembrar que cada criança se desenvolve de um jeito, então você deve proporcionar as escolhas para o seu filho conforme ele apresentar a maturidade necessária para aquilo “Muito difícil, o foco principal dos pais é a segurança do filho. Logo, há sempre o receio de que ele se machuque, em todos os sentidos. Uma boa comunicação pode proporcionar um equilíbrio”, diz Deborah Moss, mãe de Ariel, Patrick e Alicia, neuropsicóloga e mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela USP. Os pais devem olhar para a criança como uma pessoa capaz de fazer determinadas escolhas sozinha e confiar! Não é fácil, mas esse processo só faz bem ao desenvolvimento durante a infância. Além disso, para quem encontrar mais dificuldades, seguir o exemplo da escola é uma boa dica. Nas escolas é comum que as crianças ganhem mais liberdade de escolha e independência. Então procure estar antenado no que o seu filho pode decidir enquanto está nesse espaço, e reproduzir isso em casa pode ser uma boa. Mas não se acomode! Lembre sempre de dificultar e propor novos desafios.


FOTOS SHUTTERSTOCK

Dá para atrapalhar? Sim, é possível entrar no caminho do desenvolvimento do seu filho de forma que ele não seja ajudado, mas que você acabe atrapalhando o processo. Mas não esquente a cabeça! Basta ter em mente que o fundamental é o diálogo, sempre. “Proteger em todas as situações sem explicações pode ser um erro, em que os pais não mostram por que está ocorrendo aquilo, mas já agem evitando alguma coisa ruim”, explica Yuri Busin, filho de Walnei e Tales, psicólogo. Ou seja, quando você impede que o seu filho tome decisões porque, de fato, você sabe o que é melhor para ele e também não explica o motivo da sua escolha, ele não tem a oportunidade de experimentar. Assim, a criança acaba sendo privada de ter uma maior autonomia e vai sempre depender dos pais para qualquer coisa que desejar fazer. Lidar com o erro Se por um lado é importante orientar, deixar que a criança escolha e aceitar que ela pode errar, por outro é fundamental saber como lidar com esse erro. Vamos então aos fatos: você vai orientar, vai cuidar, vai falar e vai fazer de tudo para que o seu filho entenda a melhor opção, mas ele vai escolher e fazer o oposto. Normal! Não significa que o seu filho seja um rebelde ou que ele queira te desrespeitar, mas que aquela decisão fez sentido para ele e, em uma próxima oportunidade, ele vai ponderar melhor. Porém, depois de tantos avisos e recomendações, é normal que os pais fiquem bravos e irritados com o erro. É justamente aí que os pais erram junto com os filhos. “O que gera frustração na criança são atitudes exageradas dos pais, como, por exemplo, apagar as respostas do filho na lição de casa para que ele refaça toda a atividade”, esclarecem Roberta e Taís Bento, mãe e filha, sócias no projeto Socorro, Meu Filho Não Estuda e nossas embaixadoras.

EU QUERO É SER FELIZ Um dos maiores sonhos dos pais é que seus filhos sejam felizes. Pois bem, uma pessoa feliz é capaz de lidar com limites e frustrações, rir de si mesma e pedir ajuda. Possibilitar que a criança aprenda com seus próprios erros ajuda a desenvolver todas essas habilidades, para um futuro mais feliz!

DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL “A frustração e o deixar errar são processos importantes para o desenvolvimento da maturidade cognitiva e emocional da criança”, diz Mariana Bonsaver. Os pais precisam dar apoio, incentivar e orientar. Quando a criança errar, o importante é acolhêla e, assim, possibilitar o aprendizado mesmo com as dificuldades.

Em vez de surtar e apontar o erro da criança, respire e procure manter a calma. Por exemplo, no caso da lição de casa errada, Roberta e Taís recomendam que os pais ajudem a encontrar ou identificar o erro, mas a criança é quem deve apagar as suas próprias respostas. O importante é não se estressar com o erro das crianças. Quando elas exploram, experimentam e descobrem, muitos processos novos e distintos passam por seus cérebros. Todos esses estímulos, em conjunto, são formadores de novas memórias no cérebro, que, no futuro, serão usadas para novos aprendizados. Então deixa errar, sim!

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“Nunca conseguiremos proteger nossos filhos de tudo, então, a cada escolha que eles fazem, a proximidade e confiança que construímos durante todo o processo facilita a nossa credibilidade e comunicação com eles”, afirma Regiane Silva, mãe de Rafaela e Luana, coach master em programação neurolinguística, hipnose e neurossemântica. Dessa forma podemos identificar o limite entre a liberdade e a proteção mais facilmente. Então lembre-se que o segredo é uma boa comunicação, aliada de confiança, fundamental para qualquer relação funcionar, até mesmo entre pais e filhos!

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tar... Pode aper


REPORTAGEM

olha que coisa mais

linda! E

m 21 de março se comemora o Dia Internacional da síndrome de Down, e muito do conteúdo desta edição da Pais&Filhos é para falar sobre esse assunto. A data escolhida não foi à toa: as pessoas com síndrome de Down têm uma quantidade maior de material cromossômico. Em vez de dois cromossomos 21, as pessoas com a síndrome têm três: 21/3. Essa alteração no DNA – e é importante começar por aqui – não provoca uma doença, mas uma condição. É proibido, então, falar de cura ou tratamento. Apelido carinhoso? Melhor não Também não é indicado, de acordo com a psicóloga especialista em neuropsicologia e psicopedagogia Elciane Lipski, filha de Islei e Davi, chamar as crianças por apelidos pretensamente carinhosos, como downlindo ou downadinho, ou mesmo de especiais. Outra denominação que tem de

ser evitada é “ele é Down”. A pediatra Ana Claudia Brandão, mãe de Pedro, Georgia e Rafael, confirma: “Essa postura não colabora em nada para que o filho seja visto como qualquer outra criança, coisa que toda família quer”, explica a especialista, responsável pelo Programa de Síndrome de Down do Hospital Israelita Albert Einstein. Ele é uma pessoa e uma das suas características é ter síndrome de Down. “Parece uma tentativa de compensar a deficiência, que não precisa ser compensada. Quem tem síndrome de Down tem qualidades, independentemente das dificuldades intelectuais”, ressalta a pediatra. Então vamos lá: além das questões ligadas à cognição, a condição – também chamada de trissomia do 21 – causa algumas características físicas específicas. Nariz menor e achatado, cabeça chata na parte de trás, cabelos mais lisos e finos, dedos curtos e olhos amendoados são algumas delas.

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OS RECURSOS PARA MELHORAR O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN ESTÃO CADA VEZ MAIS CONHECIDOS. A GAROTADA ESTÁ AÍ SEM MEDO, OCUPANDO SEU ESPAÇO NO MUNDO LÁ FORA

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Em algum momento da vida esses traços vão começar a chamar a atenção da própria criança. Geralmente, essa percepção vem lá pelos 5 anos. É quando os pais devem começar a deixar tudo bem claro, segundo a psicóloga Elciane. A melhor maneira é que o tema vá naturalmente aparecendo no cotidiano. “Sentindo que ela já está preparada para entender as diferenças, é importante começar a explicar, na medida do possível, conforme surgirem os questionamentos sobre suas características físicas e suas diferenças na parte cognitiva”, acrescenta a psicóloga. Mesmo antes de a criança perguntar, existem várias oportunidade de falar sobre a síndrome. É o que pensa a pediatra Ana Claudia, ela própria mãe de um filho com síndrome de Down, o Pedro. Quando a criança está na clínica, por exemplo, e encontra outra ou mesmo um adulto com síndrome de Down, a mãe já pode falar da síndrome e relacionar com o filho. “Serve para ir se familiarizando com o termo e é até uma maneira de justificar para a criança por que ela precisar ir na fonoaudiologia e na fisioterapia, por exemplo”, explica a pediatra. Nessa hora, não há frases censuradas. O que é proibido mesmo é a desvalorização da criança pelas dificuldades. Se a menina ou o menino continuarem o assunto e perguntarem mais, ótimo! Se não, tudo bem. Já é um começo. O importante é as coisas acontecerem com clareza e naturalidade.

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Comer bem As características fisiológicas das crianças com síndrome de Down também precisam de atenção. E algumas delas devem ser levadas em conta na hora da alimentação. É o caso da hipotonia, ou diminuição da força muscular, que pode levar a um atraso no desenvolvimento motor, em comparação com o desenvolvimento-padrão das crianças. O intestino, que também é um músculo, tem uma movimentação natural chamada peristaltismo, fundamental para a digestão dos alimentos. Em pessoas com síndrome de Down, também tem sua força reduzida. E como essa mobilidade é menor, o conteúdo alimentar fica mais tempo por ali e, portanto, é mais aproveitado pelo organismo. A hipotonia ainda faz com que o gasto energético das pessoas com essa condição seja menor, já que os exercícios e a atividade muscular são menos intensos. Quem explica é o pediatra Zan Mustacchi, pai de Fernanda e Roberta e presidente do Departamento de Genética da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Como se gasta menos e se absorve mais, as pessoas com síndrome de Down têm uma tendência maior ao excesso de

Estes alimentos são ricos em nutrientes importantes para o desenvolvimento das crianças com síndrome de Down: ✓ Berinjela ✓ Couve-flor ✓ Abacate ✓ Melão ✓ Frutas vermelhas ✓ Frutas cítricas ✓ Vegetais e legumes verdes-escuros (principalmente) ✓ Ovo ✓ Alga-marinha ✓ Sardinha ✓ Grão-de-bico ✓ Atum

peso e à prisão de ventre”, conclui. É por esse motivo que a alimentação saudável é imprescindível. Além disso, ensina dr. Zan, todo o desenvolvimento de crianças com síndrome de down melhora com a nutrição correta. A colina, por exemplo, presente na gema do ovo, é muito importante para o sistema nervoso central, assim como a nicotina, presente na berinjela e na couve-flor. Essa nicotina que o pediatra cita não é a do cigarro, claro. A substância também presente em leguminosas verdes é útil para melhorar a concentração e a velocidade nas respostas. “Abacate e melão são ricos em luteína, que melhora muito a capacitação visual”, acrescenta o pediatra. A vitamina C também é muito necessária para as crianças com síndrome de Down por ter antioxidante. De acordo com Zan Mustacchi, a oxidação gera envelhecimento precoce e as pessoas com a síndrome têm esse processo cerca de 50% maior. Terapias Outra coisa que pode ajudar no processo de autopercepção da síndrome de Down e também de desenvolvimento é terapia ocupacional. Por meio de música, brincadeiras e práticas sensoriais, a terapia ocupacional engloba parte motora e de atividades de vida diária. Apesar de estimular a criança em vários sentidos, como tato, olfato, visão e autonomia, a terapia ocupacional funciona melhor quando complementada com fonoaudiologia, fisioterapia e com as consultas com o pediatra. “Uma equipe multiprofissional de estimulação precoce é indis-

FONTE BOX: ZAN MUSTACCHI, PEDIATRA E PRESIDENTE DO DEPARTAMENTO DE GENÉTICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA

JÁ PRA LISTA!


PARA LER COM CARINHO Nossa colunista e embaixadora Ana Castelo Branco, mãe de Helena e Mateus, que tem síndrome de down, indica:

Para o futuro Autonomia e independência também são palavras poderosas quando se fala em escola e mercado de trabalho para pessoas com síndrome de Down. Muitos pais acham que precisam proteger demais os filhos por terem a ideia equivocada de que eles não são capazes. Não é bem assim. Essas crianças são totalmente capazes de estudar em escolas regulares e também trabalhar. Há pelo menos 20 anos, se fala em educação inclusiva aplicada tanto para escolas públicas quanto para privadas. Existem muitas atividades próprias de capacitação para colégios, mas muitos não procuram essa saída. Ana Claudia afirma que, mesmo sem o curso de capacitação, é possível que uma escola regular atenda todos os tipos de aluno, se os funcionários estudarem, falarem sobre o assunto, tiverem comprometimento e criatividade para gerar estratégias que possibilitem o aprendizado de todas as crianças. “Os alunos não aprendem todos da mesma maneira, tendo síndrome de Down ou não. Professores e coordenadores têm que estar abertos para essa diversidade nas salas de aula”, afirma a pediatra. O mesmo acontece com o mercado de trabalho. Muitas pessoas acreditam que há restrição de funções indicadas para pessoas com síndrome de Down, mas não é por aí. Depende da vocação, da oportunidade e, claro, da vontade. “Essa transição para o trabalho tem muito a ver com a vida adulta, principalmente para as pessoas com deficiência intelectual”, afirma Ana. Por isso, é tão relevante! Então, da mesma maneira que a escola, o empregador deve ter esse comprometimento e acreditar que toda pessoa tem direito de trabalhar. “O empregador precisa ter uma afinidade no contato. Tem que ter tempo de conversar, esperar a pessoa responder, dar um treinamento adequado.

→ Downtown, Noel Lang, Editora Revan

→ Mude Seu Falar Que Eu Mudo Meu Ouvir., Carolina Yuki Fijihira, Ana Beatriz Pierre Paiva, Beatriz Ananias Giordano, Carolina de Vecchio Maia, Carolina Reis Costa Golebski, Claudio Aleoni Arruda e Thiago Rodrigues, Editora Carpe Diem

→ Longe da Árvore, Andrew Solomon Editora Companhia das Letras

→ O Livro de Julieta, Cristina SánchezAndrade, Editora Paralela

Tem que ser um ambiente acessível.” Não basta que a pessoa com síndrome de Down esteja empregada para apenas cumprir horário. A empresa tem que ter a responsabilidade de tratar o funcionário como qualquer outro. Esse é mais um grande passo em busca da autonomia e de responsabilidade.

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pensável nos primeiros anos de vida”, de acordo com a pediatra Ana Claudia. Algumas crianças podem precisar da ajuda de outros profissionais, como um oftalmologista. De qualquer forma, a recomendação para todas as famílias de crianças com síndrome de Down é sempre estimular a socialização. “Atividades no condomínio, no clube, na igreja... Tudo é importante para que a criança participe ativamente da vida social da família”, confirma a pediatra. Ana Claudia também comenta que hoje existem várias pesquisas em busca de medicações que possam melhorar o desenvolvimento das crianças com síndrome de Down. Os estudos se voltam principalmente para descobrir como se pode melhorar ainda mais a parte cognitiva e desempenho no cotidiano.

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PAPO RETO

É NORMAL? Você vai amar ler este texto da Ana Castelo Branco, que poderia facilmente ser a autora da expressão “papo reto”. É assim que ela trata as coisas, é assim que ela nos ensina a sermos pais melhores. Se joga!

ANA CASTELO BRANCO, mãe de Mateus e Helena. Redatora publicitária e Embaixadora Pais&Filhos

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MARCELO VALLANT, marido da Ana

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“Em 2012, tive meu primeiro filho. Só isso já é suficiente para transformar a vida de qualquer um. Mas eu tive uma surpresinha a mais. Meu filho nasceu com síndrome de down. E não vou mentir, foi punk. (Quem me conhece sabe que nunca escrevo o nome da danada em letras maiúsculas. É meu pequeno protesto pessoal, um jeito de mostrar que não dou grande importância a ela.) Mas o tempo foi passando, eu e meu marido fomos digerindo a história toda e o que ficou foram dois grandes medos: do preconceito e do futuro. Sobre o preconceito, posso dizer que, durante um bom tempo, não tive do que reclamar. Minha fé na humanidade ia bem, obrigada. Não passamos por nenhuma situação chata, não ouvimos nada de desagradável. Até o fim de 2015, quando chegou a hora de procurarmos uma escola e tudo mudou de figura. Em três escolas, a história foi exatamente a mesma. Eu ia conhecer o lugar, conversava, tirava dúvidas e perguntava sobre as vagas. Tem? Não tem? Sempre tinha. Tinha. Até eu fazer a grande revelação: meu filho tem síndrome de down. A partir daí, o roteiro se repetia. Começava com um ‘veja bem’ e terminava mais tarde com uma ligação dizendo que havia acontecido um engano e que não havia mais vagas para o Mateus. Ah, e nem para a Helena. Ainda não contei que tenho uma filha caçula com apenas 1 ano de diferença. E não tenho dúvidas que, por vergonha de admitir que não aceitariam apenas o Mateus, eles acabavam não aceitando a Helena também. Ah, tem também as duas escolas ‘superinclusivas’ que visitei. Nelas não tive problema para conseguir vagas. Tive

problema foi para entender o conceito que elas têm de inclusão. Já que as crianças com necessidades especiais estudam em turmas separadas das outras. Se é que dá para chamar de ‘estudar’ o que eu vi essas crianças fazendo naquelas salas de ‘aula’. Em uma delas, foi simplesmente sensacional, a diretora ficou se gabando meia hora de ser pioneira em inclusão no Brasil. Disse que foi a primeira a aceitar ‘esse tipo de criança’ e tal, tal, tal. Mas... que, depois de anos insistindo, percebeu que inclusão não funciona. Que só serve para atrasar a turma e frustrar a criança ‘especial’. Aí, ela resolveu parar com essa história e separar todo mundo de novo. Dá para acreditar? Se tem uma coisa que aprendi desde que o Mateus nasceu é que tem bem menos ‘normalidade’ rolando por aí do que eu imaginava. Uma em cada 600 crianças tem síndrome de down. Uma em cada 80 tem autismo. Não sei o número de crianças com paralisia cerebral. Nem o número de crianças que não escutam, que não enxergam, que têm dislexia. E muito menos sei o número de crianças com dificuldades misteriosas.

Se tem uma coisa que aprendi desde que o Mateus nasceu é que tem bem menos “normalidade” rolando por aí do que eu imaginava


Mateus e Helena A de alguém que não falava, de alguém que tinha uma carência enorme de contato com outras pessoas. Hoje sei que isso é passado. Que, se a irmã da Ângela tinha todas aquelas dificuldades, a culpa não era da síndrome de down. Mas daquele quarto escuro. Do fato de ela nunca descer para brincar com a gente. Isso era fim dos anos 70, começo dos 80. De lá pra cá, a coisa mudou muito. Vemos jovens com síndrome de down casando, trabalhando, entrando nas universidades. Tenho uma lista com 30 nomes de jovens com síndrome de down que hoje estão cursando ou acabaram de concluir o ensino superior. Dois novos nomes foram adicionados a essa lista hoje mesmo. Mas, mesmo assim, muita coisa ainda precisa evoluir. Por mais que nós, pais de crianças com dificuldades em geral, não tenhamos mais vergonha de exibir nossos filhos para o mundo – o Facebook que o diga –, o sistema educacional ainda tenta mantê-los na escuridão. Não de um quarto fechado. Mas da falta de um ensino de qualidade, que confie neles e que esteja preparado para recebê-los e ajudá-los a chegar aonde eles quiserem. O pediatra do meu filho é um especialista em síndrome de down que respeito muito. Bom, não só eu. Ele é respeitado no mundo todo. E ele conta uma história bem bacana. Quando chega um casal com o filhinho pequenininho no consultório dele, quase sempre a pergunta é a mesma: Até onde meu filho pode ir? E a resposta dele é também sempre a mesma: Só seu filho vai poder dizer.”

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É. Depois que comecei a fazer parte desse universo, depois que passei a escrever sobre meu filho, conheci um número enorme de casos muito difíceis sem nome, sem explicação e sem tratamento. Tem criança que simplesmente não aprende a falar. Tem gente que teve um desenvolvimento padrão até o começo da adolescência e, aí, começou a ter dificuldade no aprendizado, nos relacionamentos. Tudo assim, do nada. Então, pensa: se a gente for somar tudo isso, será que não chegaremos à conclusão que temos muito mais pessoas fora do padrão do que dentro? Não vou nem entrar no mérito de que deveríamos questionar o que exatamente consideramos ‘padrão’. Vou apenas perguntar como as escolas podem ainda não estar preparadas para receber uma parcela gigante de nossas crianças. Ou, pior do que não estarem preparadas, como podem simplesmente se recusar a receber. Antes de ter meu filho, eu só tinha tido contato com uma criança com síndrome de down. Era a irmã de uma amiguinha, minha vizinha. Nós tínhamos uns 10 anos. E era nítido que os pais delas não gostavam muito que a gente fosse na casa deles. Como a nossa turminha toda morava na mesma quadra, em Brasília, era comum vivermos indo nas casas uns dos outros. Mas não na casa da Ângela. Aí, não sei por quê, um dia eu apareci lá. E conheci a irmã da Ângela. Eu nem sabia que ela tinha uma irmã. Não tenho a menor ideia do nome dela. Ela era um pouco mais velha que a gente. E, sem exagero, vivia dentro de um quarto escuro. Lembro apenas daquele leve cheiro de quarto fechado, lembro da insistência dela em beijar minhas mãos, lembro dos lábios descascando e da pele muito ressecada (a pessoa com síndrome de down tem essa tendência, a gente precisa sempre caprichar no hidratante). E foi essa a imagem que veio na minha cabeça quando recebi a notícia sobre meu filho.

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MODA

pra deitar PENSOU EM ROUPA DE CRIANÇA, A CHANCE DE LOGO PENSAR EM MACACÃO É MEIO ÓBVIA... MACACÃO, MACAQUINHO, PIJAMA MACACÃO, VALE TUDO PARA FICAR CONFORTÁVEL, GOSTOSO E LINDO! FOTOS: LILA BATISTA, MÃE DE MADALENA STYLING: ANA LAURA VILLEGA, MÃE DE CATHARINA, E MARIANA GALLO, FILHA DE MARIANICE

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ROTINA NÃO É SINÔNIMO DE CHATICE. ORGANIZAÇÃO É FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS

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arefas e atividades marcadas no relógio e seguindo uma lógica diária podem ser vistas como algo tedioso, mas não deveria ser assim. A rotina faz sentido em todas as fases da nossa vida e é ainda mais fundamental para os nossos filhos. A importância vai além do planejamento eficiente do dia a dia para atender às necessidades dos pais. Rotina é essencial para a saúde! Primeiro porque, quando a criança se acostuma a fazer cada coisa em um horário predeterminado, ela já espera por aquele momento. As refeições, por exemplo, precisam ocorrer a cada três horas para a criança ter energia para brincar, estudar e se desenvolver corretamente. Sabendo que todos os dias ele almoça ao meio-dia, seu filho vai aprender a não pular a refeição. Vai assimilar, inclusive, que aquele momento é para comer junto com a família, sem nada que tire a atenção. Todo dia, sem escapar. O sono é outro ponto que tem ligação direta com a rotina. As crianças precisam dormir a quantidade certa (veja a tabela para cada idade no box), e não só isso: dormir e acordar cedo faz toda a diferença. A criança tem que brincar ao ar livre para aproveitar os benefícios do Sol, fundamental no processo de absorção de vitamina D dos alimentos. “Se a criança acorda às 11 da manhã, já não pode sair para brincar no Sol por causa do risco de queimaduras solares”, explica a pediatra do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica Natasha Slhessarenko, mãe de Marina e Maria Eduarda. O sono é importante também por questões hormonais. O cortisol, conhecido por ser responsável pela sensação de prazer e de bem-estar, tem o ritmo de liberação mais alto pela manhã e depois vai caindo durante o dia. Além disso, quando as crianças dormem pouco, elas ficam mais cansadas durante o dia, o que prejudica nas brincadeiras e até no aprendizado. “Elas não vão ter a produtividade esperada na escola

e podem ter um baixo rendimento”, acrescenta a pediatra. A rotina também é um quesito valoroso para a saúde mental das crianças. O psicólogo Breno Rosostolato, pai da Sofia e professor da Faculdade Santa Marcelina (FASM), explica que a criança organiza o pensamento a partir das repetições. “Ela passa a se organizar mentalmente e começa a elaborar sozinha novas repetições”. Manter a rotina é, portanto, manter um nível de informação adequado para a criança, que se sente segura sabendo o que virá a seguir no seu dia e nos dias seguintes. É complexo, mas é necessário. Além da segurança, à medida que vai crescendo, a criança internaliza regras, o sistema da casa e as leis que existem na família, segundo o psicólogo. “Tem que respeitar essas normas e entender que em outra família pode ter outras regras”. Se na infância os pais conseguem fazer os filhos entenderem o sistema de regras da família e fora dela, no futuro, o adolescente e o adulto terão menos dificuldades com isso. Hora marcada pra tempo livre, sim! Não pense que é porque a rotina é importante que a agenda dos pequenos deve ser lotada de afazeres. “Criança precisa de horário para brincar e para ficar sem fazer nada”, confirma a pediatra. Uma quantidade muito grande de atividades durante o dia pode estressar as crianças. O momento de ficar com a família também deve estar entre os hábitos principais. Quando chega um bebê, todos da casa devem se adaptar a uma rotina adequada para o novo membro. “A rotina faz parte do processo de educação. As crianças precisam se sentir amadas e seguras dentro de um ambiente”, afirma a pediatra. E é justamente a repetição dos hábitos do dia a dia que dá a segurança necessária. Flexibilidade com moderação Já está claro que rotina é vital por vários motivos, mas também vale a pena dizer que sair do combinado de vez em quando é tolerável, e até bom. Não devemos perder um aniversário só porque ele foi marcado no meio da semana, por exemplo. Nessa mesma linha, é recomendado que a criança almoce sempre no mesmo horário, mas não precisa ser sempre arroz e feijão, entende? Essas escapadas da rotina, no entanto, devem ser explicadas para as crianças como algo que realmente não acontecerá todos os dias. “A partir de 3 anos de idade elas já têm condições de entender”, diz a pediatra.


A rotina faz com que as crianças se sintam amadas e seguras dentro de um ambiente se

Cada família, uma rotina É importante lembrar também que não existe uma fórmula única ou uma rotina ideal que deve ser seguida igualmente em todas as casas. De acordo com a médica Iracema Benevides, filha de Electra e Wilson e presidente da Sociedade Brasileira de Antroposofia, as crianças são muito sensíveis e abertas aos estímulos sensoriais e externos. Portanto, os pais ou cuidadores devem estabelecer uma rotina que respeite o jeito da criança e seus diversos momentos da vida. A antroposofia estuda a natureza do ser humano e do universo. A individualidade deve ser priorizada nos tratamentos, de acordo com a médica especialista nessa doutrina. Isso quer dizer que, antes de definir uma rotina ideal para os filhos, os pais devem analisar o comportamento deles. Uma criança mais sensível aos estímulos externos, que chora mais e acorda com qualquer barulho, por exemplo, precisa de uma rotina mais calma. “Evitar lugares barulhentos e receber mais estímulos motores, como caminhar descalça na grama, são atitudes mais recomendadas para essas crianças”, indica Iracema. Já a garotada mais ativa, que chora pouco, dorme bem e gosta de comer bastante, precisa ter na rotina mais atividades que a façam gastar energia para que se possa ter equilíbrio no sono e na alimentação. Também existem os meninos e meninas que são mais tranquilos e introspectivos. Esses devem receber estímulo para se movimentar mais, brincar e falar. A brincadeira é muito importante também, de acordo com a médica, para a medicina antroposófica. Iracema cita a famosa frase do filósofo e educador Rudolf Steiner para explicar a relevância de incluir a brincadeira na rotina: “Se a criança é capaz de se entregar por inteiro ao mundo ao seu redor em sua brincadeira, então em sua vida adulta será capaz de se dedicar com confiança e força a serviço do mundo.”

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SONO NA MEDIDA QUANTIDADE IDEAL DE SONO POR DIA DE ACORDO COM A IDADE DA CRIANÇA. DÁ UMA OLHADA: ✓ 4 a 12 meses: 12 a 16 horas ✓ 1 a 2 anos: 11 a 12 horas ✓3 a 5 anos: 10 a 13 horas ✓6 a 12 anos: 9 a 12 horas Essa quantidade inclui as sonecas do meio do dia.

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FONTE BOX ACADEMIA AMERICANA DE MEDICINA

Quando a mudança é relacionada a algo mais relevante, como a hora de dormir ou das refeições, ela precisa ser feita devagar. “Tem que ser gradativo, até que a criança consiga se equilibrar com o novo horário, mas as mudanças ajudam a família a não estagnar e aprender a se adaptar às adversidades”, explica o psicólogo.

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ESPECIAL TECNOLOGIA

manual, SIM! E SABER O “MODO DE USAR” DOS FILHOS É FUNDAMENTAL PARA LIDAR COM A OVERDOSE DE TECNOLOGIA, QUE INFLUENCIA – E MUITO – O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS

Pode isso?

osso mundo é completamente digital, e os pequenos usam dispositivos, aplicativos, videogames e internet todos os dias, cada vez mais cedo. Isso está influenciando diretamente no comportamento e relacionamento das famílias. Uma pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) e o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (Cetic.br) constatou que, do universo de 29,7 milhões de crianças entre 9 e 17 anos no país, 23,7 milhões são usuários assíduos da internet e 83% deles têm o celular como principal dispositivo. Apesar de os dispositivos facilitarem na busca de pesquisas e na comunicação, o uso desenfreado pode causar danos à saúde. “Por falta ou excesso de alimentação sem padrões de horários, as crianças estão desenvolvendo problemas corporais, como sedentarismo e obesidade”, explica a pediatra Evelyn Einsensteis, secretária do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, mãe de Domenica e Matheus.

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“Dos 6 aos 12 anos, o tempo de uso das telas (inclusive TV) deve ser de no máximo 2 horas”

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O sono e desempenho nos estudos também podem ser afetados. “Ficar até altas horas no celular ou assistindo a uma série na TV pode bagunçar os horários de sono da criança, isso influencia diretamente nos estudos”, explica Claudio Len, pediatra do Departamento Materno-Infantil do Hospital Albert Einstein, pais de Fernando, Beatriz e Silvia. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem recomendações específicas sobre o tempo de uso desses dispositivos para cada faixa etária. Isso está diretamente relacionado à necessidade de desenvolvimento de acordo com a fase. “Essas orientações são resultado de estudos científicos e observações diárias no atendimento às crianças e adolescentes que apresentam alterações de comportamento”, compartilha Evelyn.

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Bula por idade Segundo a pediatra, com menos de 2 anos, o pequeno precisa de interação social com seus pais e cuidadores para que possam desenvolver habilidades cognitivas, motoras, de linguagem e socioemocionais. “As imagens bidimensionais das telas não são recomendadas, pois a criança não consegue transferir as visões, os ruídos e os movimentos para a experiência real”, explica. A partir dos 2 anos, aprendendo as primeiras palavras e compreendendo os significados das coisas, pode ser permitido (em um curto tempo) o uso de Skype ou Facetime. Já de 3 a 5 anos pode deixar brincar por mais tempo ou assistir a vídeos e filmes para a idade deles. “Mas não mais que uma hora contínua. Crianças precisam estar ativas e a interação e conversas com os pais é fundamental”, comenta a especialista. “Minhas filhas têm tempo limitado para usar o computador ou celular na hora de fazer pesquisas. Mas às vezes permito que elas assistam algumas coisas no YouTube”, diz Marcos Piangers, jornalista e pai da Anita e Aurora. Lá na casa do Marcos e da Ana Emília não tem videogame nem iPad, e eles estão sempre atentos ao que as meninas estão vendo na internet. “O que o pai sempre deve fazer, e na maioria das vezes negligencia, é estar ao lado da criança enquanto ela está online”, afirma o jornalista.

Nessa fase os pais devem evitar usar a tecnologia para acalmar ou distrair as crianças, principalmente antes da hora do sono e durante as refeições. “De olho na tela, seu filho tende a aceitar com mais facilidade a ordem de abrir a boca sem nem encarar a comida. Hipnotizado pelo desenho, ele engole a papinha no automático. Sem se preocupar com textura, sabor, cor ou calor”, afirma Alda Elizabeth Azevedo, presidente do Departamento Científico de Adolescência da SBP, mãe de Thiago, Monica e Gustavo. “Dos 6 aos 12 anos de idade, o aconselhável é limitar o tempo de uso das telas (inclusive TV) para no máximo duas horas diárias”, diz Evelyn. Mesmo assim é necessário fazer intervalos e equilibrar com atividades recreativas ou esportivas ao ar livre. Conversar sobre as regras para o uso da internet e os valores familiares entre família é uma das recomendações do Manual de Orientação do Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Os pais também precisam aprender as regras de segurança e privacidade online e saber que o tempo de convívio com seus filhos não pode ser intermediado pelas telas”, diz Evelyn. As crianças têm os adultos como referência. Elas imitam os pais, então a melhor forma de reforçar suas orientações é pelo exemplo. “Nós sugerimos que os responsáveis analisem a quantidade de horas investidas em atividades escolares, físicas e recreativas e então entre em um acordo com as crianças sobre o tempo de uso das tecnologias”, afirma Nelson Barbosa Jr., engenheiro de segurança da Norton, pai de Ana Clara. Incentivando a conversa Algumas empresas começaram a desenvolver plataformas que incentivam os pais a conversarem com seus filhos sobre o mundo digital. A Vivo criou o Dialogando, um site que reúne especialistas em internet, comportamento digital, educadores e usuários comuns para estimular a reflexão sobre uso, segurança e futuro das tecnologias. “Até agora conseguimos impactar 5 milhões de pessoas e vimos que cada vez mais existe uma necessidade de promover o diálogo”, explica Joane Ribas, diretora de Sustentabilidade da Vivo e mãe do Gustavo. A Norton desenvolveu uma cartilha de ciberbullying para alertar a família sobre os possíveis perigos da internet. De acordo com uma pesquisa da empresa, mais da metade dos pais tem medo que seus filhos sofram bullying online. “Pensando nisso a empresa desenvolveu esse material para explicar o que caracteriza ciberbullying, como identificar e a melhor forma de iniciar uma conversa sobre o tema”, explica Nelson.


ESPECIAL TECNOLOGIA

Segundo a pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet e o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação, 8,8 milhões de crianças e adolescentes já foram expostos a discursos de ódio, intolerância e violência na internet. “Mais de 42 milhões de brasileiros foram afetados por crimes virtuais no ano passado, por isso as crianças precisam entender que as ameaças virtuais são reais”, declara o engenheiro. Alguns aplicativos oferecem segurança para as crianças, livres de ameaças como vírus e conteúdo inapropriado. “A Playkids desenvolveu um produto para os pais utilizarem junto com os filhos. Cada conteúdo é criado de acordo com a faixa etária e as necessidades de aprendizado de cada fase”, revela Breno Mais, gerente-geral da Playkids, pai da Bruna, Clara e Alice. Marcos Piangers contou para a gente um episódio quando ele e a filha Anita faziam um bolo. Os dois estavam empolgados, sujos de farinha, e ele sugeriu que aquilo daria ótimas fotos para o instagram. “Então, minha filha me disse: ‘Pai, vamos tirar menos fotos e aproveitar mais a vida real’”, lembra ele. Que tal todos nós seguirmos o conselho da Anita?

NO SEU TEMPO SUGESTÕES PARA O SEU FILHO APROVEITAR O CONTEÚDO DIGITAL E ONLINE DE FORMA DIVERTIDA E EDUCATIVA

0 a 2 anos Não é pra ver nada, absolutamente nada.

3 a 4 anos Em uma hora dá para seu filho assistir quatro episódios de Let’s Move*, quatro de O mundo de Elmo* e um de Masha e o Urso*.

6 a 12 anos Em duas horas seu filho pode assistir a três episódios da Turma da Mônica*, quatro de O Show da Luna* e três episódio de Os Smurfs*. * Assista no aplicativo Play Kids

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FOTOS SHUTTERSTOCK

A melhor forma de reforçar suas orientações é através do exemplo

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Pop stars ALIMENTAÇÃO PARENTS

Quando seu filho pedir sorvete, dê a ele uma destas delícias geladas, saudáveis e fáceis de fazer FOTOS CHRISTOPHER BAKER

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CHÁ CÍTRICO

Faça duas xícaras de chá de menta. Misture com uma xícara de limonada. (10 calorias, 0 gordura por picolé)

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MECÂNICA POP

Siga estes passos para todas as receitas: Despeje a mistura em oito forminhas de picolé (de 85g); insira palitos de plástico ou de madeira. Congele por 3 ou 4 horas, até ficar completamente sólido. Deixe descansar de 5 a 10 minutos antes de remover. Se estiver difícil tirar os picolés, coloque as formas em água morna por 10 segundos.

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MELÃO MELADO

Retire a polpa de um melão médio maduro. Bata no liquidificador, em duas etapas se necessário. (45 calorias, 0 gordura por picolé)


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CACAU GELADO

Misture 2 colheres de sopa de cacau em pó não adoçado e 2 colheres de sopa de açúcar. Adicione 2 colheres de sopa de água e misture até formar uma pasta. Misture então com 3 xícaras de leite desnatado. (51 calorias, 2g de gordura por picolé)

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PÊSSEGO ROXO

Pressione 3 fatias de pêssego congelado contra as laterais das formas de picolé. Complete com suco de uva roxa. (71 calorias, 0 gordura por picolé)

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SMOOTHIE DE FRUTA

Em um liquidificador, bata 1 e 1/2 xícara de morangos fatiados, 1 banana e uma xícara de iogurte desnatado de baunilha. Fatie outra banana bem fininha. Pressione as fatias de banana contra as laterais da forma; complete com a mistura de morango. (54 calorias, 0 gordura por picolé)

CUPCAKE

Salpique granulado em oito forminhas para cupcake de silicone ou papel-alumínio. Espalhe 2 ou 3 colheres de chá de Nutella no fundo e um pouco nas laterais de cada forminha. Congele de 1 a 2 horas, até endurecer. Complete com iogurte desnatado de banana. Cubra com papel-alumínio, faça um corte e insira um palito de madeira. Congele por 3 ou 4 horas, até ficar sólido. Remova as forminhas, deixe descongelar um pouco e sirva. (124 calorias e 5g de gordura por picolé)

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TESOURO DE FRUTAS VERMELHAS

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Encha copos plásticos de 180ml (como os descartáveis mais comuns), ou formas de picolé, com iogurte (de baunilha, ou de morango) e frutas vermelhas picadas. Cubra com papelalumínio, faça um corte e insira um palito de picolé. Deixe congelando entre 3 e 4 horas ou até ficar sólido. (46 calorias, 1g de gordura por picolé)

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COLHERADAS

Bata 1/3 de xícara de leite com 1/3 de xícara de suco de laranja. Divida em quatro copinhos de papel de 180ml. Cubra com papel-alumínio, faça um corte e insira uma colher de bebê. Congele de 1 a 2 horas, até começar a ficar sólido. Tire do congelador, descubra. Complete até o topo do copinho com suco de cenoura. Volte a cobrir e deixe congelar de 2 a 3 horas, até endurecer. (27 calorias, 0 gordura por picolé)


TORTA GELADA DE BLUBERRY

Espalhe com 3 xícaras de iogurte desnatado sobre uma massa de torta ( feita com um pacote de biscoito maisena e meio pacote de manteiga sem sal) em uma assadeira descartável de alumínio. Despeje em espiral meio vidro de geleia de bluberry, ou frutas vermelhas. Cubra com papel-alumínio e congele por 2 horas até estar firme mas não completamente sólido. Tire do congelador, com uma faca, corte a torta em 8 pedaços. Use uma faca para fazer incisões através da assadeira e da lateral da torta e enfie os palitos. Congele por 2 horas. Tire do congelador, corte completamente as fatias e use tesouras para cortar a assadeira. (220 calorias, 7g de gordura por picolé)

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GRAVIDEZ

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BARRIGA

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melhor e maior efeito que a gravidez provoca na nossa vida, sem dúvida, são nossos filhos. Não são todas as marcas, no entanto, que nos deixam tão felizes quanto as crianças propriamente ditas. A diástase, por exemplo, é uma dessas lembranças da gestação que costumam incomodar. Comum em qualquer mulher, não só para as grávidas, a diástase se caracteriza pelo afastamento da musculatura da barriga. De acordo com a fisioterapeuta Fernanda Saltiel Barbosa Velloso, professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Belo Horizonte, em Minas Gerais (UniBH), essa distensão acontece por causa do crescimento do útero e das alterações hormonais e posturais, que podem acabar afastando as fibras musculares nessa região do abdômen. Essa condição pode ser transitória ou permanente. “É mais comum em pessoas obesas, em mulheres que tiveram várias

gestações e aquelas com gestação de gêmeos. Afeta ainda as mães de bebês grandes, ou com excesso de líquido amniótico”, diz a fisioterapeuta, que é mãe de Henrique e Laura. Nossa leitora Sabrina Brito, de Minas Gerais, ficou grávida dos gêmeos Pedro e Guilherme aos 24 anos e sofreu de diástase. “Descobri no pós-parto, quando fiz uma ultrassonografia que apresentou o resultado”, conta. No entanto, o problema pode não ser só interno. Quando a mulher apresenta a diástase, uma linha afundada que vai da região do peito até o abdômen pode se formar. Em alguns casos, o espaço é tão aberto entre os músculos que é possível enfiar os dedos entre as paredes abdominais. Foi o que aconteceu com Sabrina. “Sentia dor e fraqueza no abdômen. Dava para ver que se formava uma saliência quando eu fazia força. Também não conseguia mais deitar de bruços, porque doía”, lembra.

FOTO SHUTTERSTOCK

A GRAVIDEZ MUDA O ORGANISMO DA MULHER POR INTEIRO E PODE DEIXAR TRAÇOS INDESEJÁVEIS, COMO A DIÁSTASE. MAS, CALMA, TEM PREVENÇÃO E SOLUÇÃO


POR CAUSA DELA A CANTORA SANDY PASSOU PELA DIÁSTASE E SUPEROU

Dá para curar Alimentação saudável e orientada por um nutricionista é consenso. Mas, quando o emagrecimento e o fortalecimento dos músculos não melhoram a diástase, é possível pensar em cirurgia plástica. Nesse caso, a intervenção não é apenas estética. Dependendo do grau do afastamento dos músculos abdominais, existe o risco da formação de uma hérnia, que acontece quando parte de um órgão, por exemplo o intestino, se desloca e atravessa o orifício deixado pelo afastamento dos músculos. Parece uma coisa pavorosa, mas – calma – não é preciso se desesperar. Hérnias são pouco comuns na diástase. O mais frequente mesmo são as dores na lombar e na barriga, além da incontinência urinária, porque “os músculos ajudam, de forma indireta, no suporte da uretra e bexiga”, lembra a fisioterapeuta. Se o seu medo, no entanto, for a intervenção plástica, o cirurgião Wendell Uguetto, pai da Paola e da Pietra, garante que não é tão doloroso assim. O médico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que para o procedimento é necessário fazer um corte parecido com o da cesariana, bem na área onde o biquíni costuma cobrir.

✓ Se nos consultórios médicos a distensão dos músculos abdominais é assunto frequente, na vida real ele andava bem esquecido. Quem jogou luz sobre a condição foi a cantora Sandy. Numa entrevista à jornalista Fernanda Gentil, da TV Globo, a artista relatou que teve o afastamento das fibras musculares depois da gravidez do filho, Theo, que hoje tem 2 anos. Ela atribui a diástase a ser pequena e o filho ter nascido grande. Sandy fez ginástica e não engordou muito durante a gestação. As atividades físicas ajudaram a cantora a aguentar o peso da barriga e a não ter dor nas costas. Para resolver a separação dos músculos, ela continuou nos treinos, adicionou boxe aos exercícios do pós-parto e fez uma dieta regrada. Os cuidados facilitaram a perda dos 7,5 kg que Sandy ganhou na gravidez e minimizaram os efeitos da diástase.

A pele da parede do abdômen é solta e se faz uma espécie de costura para aproximar os músculos afastados. Essa correção pode ser feita de forma isolada ou associada a uma outra cirurgia, em que é realizada a retirada de pele para diminuir a flacidez”, complementa o cirurgião. Na faca Outra boa notícia é que a maioria dos planos de saúde cobrem a cirurgia para correção das diástases, de acordo com Wendell. Depois do procedimento, há necessidade de uso de cintas pós-cirúrgicas de um a dois meses. E, a gente não pode esconder, a paciente talvez precise andar curvada por um tempo, quando as duas cirurgias são feitas junto. Mas também isso passa. “Dá para voltar a dirigir e fazer caminhadas leves após 20 dias”, tranquiliza o médico. Esportes intensos e abdominais devem ser evitar por um a dois meses. A leitora mineira Sabrina Brito corrigiu a diástase com intervenção cirúrgica e ficou bem satisfeita com o resultado. “Estou muito feliz! Além da parte estética, as dores acabaram. Agora posso voltar para a academia e ter minha vida normal sem incômodos”, comemora.

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Além dos incômodos no abdômen, alguns sintomas, como dores na lombar, nádegas, coxas, incontinência urinária e dificuldade em realizar movimentos, também são comuns, de acordo com o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, pai de Giulia. “Quanto menos atividade física, menor o fortalecimento da musculatura abdominal. Consequentemente, maior a chance de ter diástase”, explica. Daniela Canto, mãe da Sara e da Helena, acredita que essa foi a origem do seu caso. Ela não fazia exercícios físicos e teve diástase na última gravidez, aos 31 anos. Daniela não sentia dor, mas sabia que seu corpo estava diferente. “Parecia anestesiada.” Depois do parto, a complicação ficou visível, e ela foi orientada pelo médico a procurar um cirurgião plástico. Alimentação adequada e atividades físicas não resolveriam. A diástase de Daniela só será resolvida com plástica, mas não é sempre assim. “Com o estímulo correto, os músculos reto abdominais podem retornar ao lugar em até seis meses após o parto”, garante o ginecologista. Agora, atenção, fazer exercícios sem orientação ou de maneira errada pode até aumentar o afastamento dos músculos reto abdominais. Os exercícios abdominais clássicos, por exemplo, não são recomendados pela fisioterapeuta Fernanda Velloso, mãe do Henrique e da Laura, nos três meses após o parto e principalmente quando a diástase for grande, pois pode aumentar ainda mais a distensão.

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SUA CASA

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ADINHO D

entro do berço, sua majestade, o bebê, acordou incomodado. Algo ali perto do bumbum não vai bem, está fora de lugar. Sem conhecer outro caminho, ele chora para alguém salvá-lo daquela situação chata. Como nas histórias em quadrinhos, a mãe ou o pai (eles são especialistas nessa arte) aparece e, seja pela cara de desconforto do filho, seja pelo aroma característico no ambiente, descobre o que está rolando. Começa a missão trocar fraldas. Congela a cena, corta para o trocador, que, depois do berço, é o espaço que mais denuncia a presença de

um neném em qualquer casa. No entanto, o trocador – ao contrário do berço – tem um proceder, precisa estar organizado, bem resolvido para ser um bom parceiro nas milhares de demandas que um bebê tem. Por isso, a gente foi atrás das baby planners Andressa Isola e Carol Baldin, do Instituto Mãe. A dupla entende tudo de organização e planejamento para a chegada e a rotina do bebê e são elas que vão contar como arrumar o trocador, como organizar as fraldas e os acessórios e como usar o móvel de forma eficiente para ser útil por muitos anos.

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ESTA É UMA TAREFA MUITO, MUUUUITO GOSTOSA: ARRUMAR AS COISAS DO SEU BEBÊ COM TODO O CARINHO E AMOR QUE ELE MERECE

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DICAS DA

luz de led

LANNERS P S

tes os po Todos ser fáceis , só am precis m uma mão ando o u eg r rir c de ab cê estará s kit deve o v e a. O porqu com a outr lado que o o ê d o beb sicionado r tem mais a o c p o r r t a ai e for est que v eito, s adulto ade. O dir rdo se habilid o; o esque destr r canhoto. fo

etiquetas

O que é frescura útil?

✓ luz de led na gaveta: para não precisar

bandeja e divisor de plástico

acender a luz do quarto à noite. É legal para não despertar o bebê, que pode voltar a dormir sem muita dificuldade. E é muito útil para quem divide o quarto com um irmão maior, já que a luz de led não incomoda o filho mais velho, que segue no soninho sem atribulações.

✓ aquecedor de lenço umedecido:

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divisor de madeira

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se na sua cidade faz frio, é uma boa, porque o bebê não vai gostar nada daquele geladinho lá no bumbum.

✓ e tiquetar as gavetas: indicar o que tem e o que deve ter em cada espaço é excelente para a organização. Se alguém ajuda o pai e a mãe na arrumação da casa, vai dispor os objetos no lugar certo sem dificuldade, o que é um tremendo adianto.

✓ divisores de gavetas ✓ pano de secar o bumbum


O que é fundamental ter? ✓ c ômoda: o móvel com gavetas que

vai abrigar todos os outros apetrechos. É importante que ela tenha ao menos 50cm de profundidade para acomodar tudo com segurança.

✓ trocador: base de espuma, de preferência com côncavo. É onde o bebê vai deitar.

✓ kit higiênico: conjunto de garrafa térmica, recipiente para água, recipiente para algodão e cotonete e bandeja para organizar tudo.

✓álcool em gel

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ganchos para pendurar tralha

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1 ªa gaveta

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DIC A

3 ªa gaveta

Dep de cad ois organ a troca, tudo q izar e repor u no troc e está em fa lta ador, p o mome nto de rque no troc criança tudo d ar a eve estar à mão.

S

2 ªa gaveta

AS PLANNER D S

Como o trocador pode acompanhar o crescimento da criança? ✓ enquanto o bebê usa fralda:

a primeira gaveta vai ser sempre aquela com itens de troca mais fáceis.

✓depois do desfraldamento: a primeira gaveta muda para roupas do dia a dia ou roupas da escola.

✓o kit higiênico da criança mais velha: saem os itens de troca de fralda, entra perfume, hidratante, pente, algum medicamento que ela esteja usando.

✓mantém: cotonete, algodão, álcool em gel.

O que colocar nas gavetas? ✓fraldas: não deixe ao ar livre por questão de higiene. ✓ na primeira gaveta: coloque os itens de trocas imediatas, coisas fáceis de pegar: pano de secar bumbum, body, pano de boca, babador, fraldas e meias. que sejam de uso diário.

✓ na terceira gaveta: pijamas e roupas fora da estação, mas não muito pesadas.

✓ nas gavetas mais de baixo: roupas de uso não frequente (roupa de banho, gorros e luvas, etc.) ou roupas grandes demais para a criança

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✓ na segunda gaveta: roupas da estação

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LIÇÃO DE VIDA

GANHAR OS SETE MARES Depois de ralar por 20 anos no mundo corporativo, Rodrigo e Raquel hastearam as velas do barco e partiram pelo mundo com os filhos

RODRIGO, RAQUEL e os filhos, BRUNO E LUCCA, vivem o sonho da família de ganhar o mundo num veleiro

“Eu sempre amei veleiros, apesar de não conhecer nada deles e de estarem muito distantes da minha vida e do meu bolso anos atrás. Quando moleque, eu acampava na beira da praia e via os bichões de asas brancas flutuando lá longe e sonhava em ter um. Mas na época não tinha dinheiro nem para colocar gasolina no velho carro, e o sonho ficou hibernando por anos. A coisa apontou para essa direção tempos depois, quando já morávamos em São Paulo e fomos com as crianças em uma feira de barcos. Ao entrarmos em um veleirão, todos jogaram no ar: ‘Vamos morar em um desses e andar pelo mundo’. Meu sonho de moleque começou a se materializar. Virou projeto e colocamos no papel tudo que tínhamos de fazer para nos lançar ao mar. O plano também previa quanto dinheiro tínhamos de guardar, o que cada um precisava aprender, etc. Foram seis anos nesse processo. De cortinas a sofás, fomos esvaziando a casa.

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É indescritível a sensação de liberdade quando percebemos que a maioria das coisas materiais são descartáveis e que a vida pode ser bem mais simples

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Vendemos quase tudo, porque cada real fazia diferença. No fim, sobramos nós e oito caixas em um apartamento vazio. É indescritível a sensação de liberdade quando percebemos que a maioria das coisas materiais são descartáveis e que a vida pode ser bem mais simples. Para entender o que nos levou a tomar essa decisão radical, é preciso explicar que vivi inten-

samente o mundo e a carreira corporativa por 20 anos com tudo de bom e ruim que tem nela. Eu acordava cedo, colocava meu terno e corria apressado para o trabalho, ficava de 10 a 12 horas atrás de metas e estrelas no peito. Na verdade, desde cedo, aprendi que a morte faz parte da vida e que ela vem de todas as formas possíveis, das mais óbvias às mais precoces e inesperadas. Me deparei com a morte cedo, quando meu pai se foi aos 44 anos, vítima de enfarte fulminante, jogando bola no meu colégio. A vida me acertou no nariz, me forçando a virar adulto rápido. Tive de começar a trabalhar para viver e me coloquei uma meta: em 20 anos eu largaria a vida corporativa e ganharia o mundo. Aprendi muito e passei a acreditar que a vida tem um propósito muito maior que os objetivos óbvios como estudar, trabalhar, crescer na carreira e acumular patrimônio. Isso tudo faz parte, mas devemos correr atrás dos sonhos, porque a vida deve ser cheia de experiências, histórias e amizades sinceras. Afinal, tudo pode mudar em um sopro. Hoje a vida é bem diferente. Moramos a bordo do Itacaré há quase nove meses. A vida desacelerou. Percebemos o vento, observamos os diferentes tons de azul do mar, um dia por vez. Nosso quintal é imenso. A cada nova ancoragem o contador zera, abrindo um novo mundo a ser descoberto. Dizem que somos corajosos por largar a carreira, a segurança e conforto da cidade para viver um sonho. Achamos justamente o contrário, pois corajoso seria seguir a vida antiga, mesmo infelizes. Por fim, fica a lembrança do que escrevi na parede do meu quarto, aos 17 anos: ‘Nunca leve a vida muito a sério, ok?! Senão você corre o risco de morrer sem nunca ter vivido!”


PET PAI, PET FILHO

Esta coisa peluda e fofa aqui é o gato siberiano. A raça é originária da Rússia, mais precisamente dos bosques da Sibéria. Certamente vêm daí as suas duas características mais marcantes: o tamanho e a quantidade de pelos. Mas a coisa mais legal nos siberianos é o humor deles. A fama de blasé dos felinos não tem vez com esta raça. Sociáveis e carinhosos, eles gostam muito de ficar em casa, aprendem rápido e, principalmente, gostam de atividade e de interação.

E, antes que você se arrepie com o tamanho e a quantidade de pelos desse gatão, com medo de possíveis alergias, relaxe, ele não costuma cair muito não. E, ainda no terreno das boas-novas, os siberianos têm menos quantidade de proteína Fel D1, que costuma provocar reações alérgicas em humanos. Trocando em miúdos, o gato siberiano é muito legal para quem tem criança que curte brincar bem de perto com o mascote.

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FOTO SHUTTERSTOCK

Miau

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NUTRIÇÃO

BATATA-DOCE Pra comer sem culpa

Ela se tornou a rainha dos cardápios fitness, mas a batatadoce pode ir muito além da combinação com peito de frango grelhado. Versátil e nutritiva, ela pode ser consumida pura ou como ingrediente em receitas doces e salgadas

Chip BatataDoce Bem Orgânico, R$ 5,30

Chip BatataDoce Roots To Go R$ 7,49

DEU SOPA Depois de cozida, bata no liquidificador com 1 cenoura, creme de leite, cheiro verde e sal.

CORES Tem rosa por fora e esverdeada por dentro, amarela por dentro e por fora, roxa, e até laranja. Um festival colorido no prato.

Chip BatataDoce Fhom R$ 6,79

Chip BatataDoce Tika R$ 11,50

Chip BatataDoce Qpod R$ 12,90

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL

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em 100 gramas

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Calorias: 86 Kcal Gorduras e colesterol: 0g Carboidratos: 20g; Fibra alimentar: 3g Proteína:s 1,6g Tem: vitamina A; vitamina C, cálcio, ferro, vitamina D, vitamina B6, vitamina B12 e magnésio.

COZIDA

NO BROWNIE

Basta água, sal e fogo na panela.

ASSADA

FRITA Irresistível!

Depois de cozinhar, leve ao forno por 30 min com sal, pimenta-do-reino e azeite (e as ervas que estiverem à disposição).

Uma batata-doce cozida + 1 ovo + 2 colheres de sopa de cacau em pó + 1 xícara de aveia + 1 xícara de água + mel para adoçar. Mistura tudo e leva ao forno por 25 min.


COMIDA DE ALMA

PÃO CASEIRO IMPOSSÍVEL NÃO GOSTAR E TER VONTADE DE FAZER VOCÊ MESMO, NA SUA CASA, PARA SEUS FILHOS. MÃO NA MASSA! FOTO LILA BATISTA, MÃE DE MADALENA

Claudia Rezende é formada em Comunicação Social e sempre trabalhou na área. Atende até hoje grandes clientes. Acontece que, entre um texto e outro, começou a brotar o sonho de virar cozinheira e sair por aí de dólman e chapéu de mestre-cuca. Foi assim que Claudia colocou o rolo de macarrão sob o braço, entrou num curso de chef internacional e, antes que pudesse se dar conta, conheceu as aulas de panificação e se encantou definitivamente. “Comecei a fazer pão porque via ali um mistério que queria decifrar”, conta. “Sei que é química pura, mas tem algo de magia. É farinha e água e, de repente, alguma coisa acontece!”, brinca. Claudia optou pela fermentação natural e é na casa dela mesmo que faz o fermento que se chama levain: farinha de trigo, água e a sagrada e incontrolável contribuição dos micro-organismos do ambiente. “Cada levain é diferente do outro, e você usa sempre um pouquinho do primeiro para fazer o próximo. Por isso existe a lenda de fermentos milenares nos mosteiros e padarias do mundo, e isso é uma boa história”. A chef padeira demorou para chegar à receita que considera mais acertada. E só conseguiu alcançá-la quando usou uma panela de ferro. “O pão cresce e depois é assado dentro da panela, aí fica do jeito que a gente adora”. Lindo, cheiroso, crocante por fora e macio por dentro. Ostenta uma pestana (a casquinha que sobe, motivo de orgulho entre os padeiros) irresistível e um cheiro arrebatador.

Claudia Rezende, mãe de Camile e dos gêmeos Rafael e Michele

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Confira a receita em: http://bit.ly/2mtD6k8

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ESCOLA por Taís e Roberta Bento, mãe e filha

ASSIM NASCE UM CIENTISTA Investigar o mundo é um impulso natural. Mas estimular a curiosidade é fundamental para o desenvolvimento da criança Os dedinhos curtos levantam, com muito cuidado, a pedra num canto do jardim. Ato contínuo, a boca se abre e os olhos não acreditam nos insetos que foram descobertos ali. Se você já surpreendeu seu filho numa situação assim, é bom saber: ele está fazendo ciência. E não é exagero dizer isso. Toda criança é naturalmente cientista, porque já vem com ânimo para conhecer, desbravar e investigar o mundo. Quem garante isso é a educadora Beatriz Ferraz, mãe do Pedro, CEO na Escola de Educadores e consultora no Banco Mundial. Meninos e meninas “são curiosos e buscam conhecer e entender o ambiente em que vivem. Querem descobrir o “como” e o “porquê” das coisas, dos “fenômenos da natureza e fatos da sociedade”, defende. No campo das humanidades, as crianças investigam enquanto brincam com os papéis sociais: como são os adultos? O que fazem quando não estão em casa? Como é o trabalho deles? “Quando são envolvidas em experiências de interação, exploração e brincadeira sobre pessoas, culturas, sobre o mundo natural e físico, os tempos, os eventos, as invenções e a tecnologia, elas adquirem habilidades importantes como observar, comparar, classificar, sequenciar, fazer perguntas, tomar decisão, resolver problemas, prever, refletir, raciocinar, recordar e comunicar”, ensina a educadora. Investigar a vida não é apenas divertido. É importante que a criança se veja e se reconheça como um pequeno cientista, porque assim ganha autonomia e segurança para “observar, registrar suas observações, fazer previsões, formular perguntas,

fazer comparações e desenhar conclusões, colocando em práticas habilidades de resolução de problemas”, explica Beatriz. No entanto, se o impulso natural empurra para a pesquisa, atitudes dos adultos e posturas da escola podem minar essa vocação. Às vezes, os filhos fazem perguntas interessantes e os pais, em vez de responder com outras perguntas – o que botaria em prática a postura investigativa sobre o mundo –, respondem com um ponto final na conversa. Na escola, vale o mesmo. Ambientes que não instiguem a curiosidade e a exploração, ou respostas definitivas demais, dificultam a formação do cientista-mirim. Desde a educação infantil já é possível compreender conceitos científicos. “Elas podem aprender sobre a propriedade física dos materiais, como água líquida e vapor d’água; sobre os fenômenos naturais, como a chuva e a seca; sobre como cuidar do meio ambiente economizando água, ou reciclar lixo. E até usando máquinas simples, como computador e celular”, sugere a especialista. O resumo da ópera é que, quando eles têm oportunidade, exploram o mundo e a vida a todo o momento. E no futuro terão repertório para reinterpretar toda essa bagagem de maneira lógica e abstrata.

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Investigar a vida não é apenas divertido. É importante que a criança se veja e se reconheça como um pequeno cientista

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PARA ESTIMULAR O PEQUENO CIENTISTA, OS PAIS PODEM ✓ Favorecer o contato com animais e plantas; ✓F azer perguntas, responder com perguntas; ✓ Ter paciência para deixar a criança explicar os porquês de suas conclusões; ✓ L evar para a praia, para o zoológico e outros lugares que ofereçam contato com a natureza.

E OS PROFESSORES PODEM ✓ Criar experiências práticas; ✓E ncorajar as crianças a experimentar novas ideias e assumir riscos calculados; ✓ Fazer perguntas e incentivar as crianças a se comunicar; ✓D ar tempo para as investigações das crianças; ✓O rganizar atividades em ambientes internos e externos; ✓ Escutar as crianças; ✓O uvir as explicações das crianças sobre suas conclusões.


BRINCADEIRA

Juntando o vir tual e o real

Cake Design – 30 Peças, Chicco. Valor sugerido R$ 99,99

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FOTO LILA BATISTA

As mãozinhas esticadas e ansiosas recebem a caixa, abrem com pressa e começam a montar os blocos, ou a desenhar personagens com os objetos que estavam ali dentro. Então a criança para, pede o celular para o pai ou o tablet para a mãe, aponta a câmera do equipamento para o brinquedo e a mágica acontece. Os blocos dançam na tela, o dinossauro construído pede comida, as figuras desenhadas ganham vida na tela. Vários brinquedos hoje vêm com as peças físicas, bem reais, e com um algo a mais, um aplicativo para baixar em smartphones e brincar com a realidade aumentada. Depois de curtir o mundo concreto, meninos e meninas gastam, assim, um tempinho no mundo virtual, explorando outras possibilidades. Desde que se respeite o limite de tempo sugerido pela Sociedade Brasileira de Pediatria para uso de telas (de 0 a 2 anos, nenhuma exposição; de 2 a 3 anos, poucos minutos; de 3 a 5 anos, 60 minutos; de 6 anos para cima, até 2h), não há contraindicações para esse novo padrão de brincadeira.

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PERGUNTAS PARA

MARIA RITA

Mãe de Antonio e Alice, é cantora e produtora musical, filha de Elis Regina e do arranjador e pianista César Camargo Mariano

✓ O melhor de ser mãe é...

Poder ver essas pessoinhas dormindo.

✓ O pior de ser mãe é...

Exaustão... exaustão... exaustão!!!

✓ Melhor ser mãe ou ser filha? No meu caso, ser mãe!

✓ Sua “culpa” como mãe é...

Trabalhar finais de semana.

✓ Você não tem culpa nenhuma quando...

Erro a receita do biscoito favorito deles.

✓ Qual a sua definição de felicidade? ✓ O papel do pai é...

Equilíbrio.

Me obedecer! Tô brincando. Passar segurança no dia a dia.

✓ Você sente que seu companheiro está arrasando totalmente quando... Ajuda com as menores coisas: escovar os dentes, por exemplo, Sem que seja pedido!

✓ Qual o seu estado de espírito agora? ✓ Mãe também é gente se....

Preocupada.

Se permitir dar uma piradinha de vez em quando.

✓ Você tem uma heroína na vida real? Sim... minha mãe. ✓ Se você não fosse você, quem gostaria de ser? Frida Kahlo ✓ Qual foi o livro que marcou a sua vida? Cartas a um Jovem Poeta, de Rainer Maria Rilke (estou lendo pela 8ª vez no momento).

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✓ O paraíso é.... Uma praia deserta. ✓ O inferno é... A violência psicológica. ✓ Minha família é... Uma graça. ✓ O que mais aprendi com meus pais?

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Honestidade, honra, lealdade, merecimento e que trabalhar é bom demais.

✓ O que quero deixar para meus filhos?

O mesmo que aprendi com meus pais.

✓ Onde quero estar daqui a 10 anos...

Tenho uma dificuldade enorme em projetar tanto tempo na frente... mas aquela praia deserta ali da pergunta do paraíso não seria nada mal.


Abaixe essa tampa! Você colocou tela em todas as janelas da casa, trava nas portas, não deixa seu filho chegar nem perto da cozinha, tudo isso para garantir mais segurança. No entanto, a maioria dos pais deixa escapar um detalhe que pode fazer diferença nos perigos que a vida oferece. O vaso sanitário precisa estar sempre sempre sempre fechado. E não é questão de estética, feng shui, nem de higiene. A curiosidade natural leva crianças pequenas, de 2 ou 3 anos, a explorar todos os espaços da casa. Um poço em miniatura, com água no fundo, pode ser muito convidativo. Uma olhadela para o fundo e, ops!, o pequeno se desequilibra e cai

com a cabeça na água. No Brasil, afogamentos representam a segunda causa de morte de crianças e bebês (24% delas. Só perde para acidente de trânsito). Embora não existam dados específicos para afogamentos na privada, os dados do DataSus referentes a 2014 apontam que pelo menos 429 meninos e meninas passaram por acidentes assim e não escaparam. É um assunto horrível, mas a gente tem de falar. A parte legal é que a prevenção é fácil e eficaz: tampa do vaso sempre abaixada, de preferência com aquele dispositivo que trava mesmo o assento. Na dúvida, porta do banheiro sempre fechada.

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CONSULTORIA ONG CRIANÇA SEGURA | FOTO SHUTTERSTOCK

SEMPRE SEMPREALERTA ALERTA

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DEU ERRADO MAS DEU CERTO

A CONQUISTA DAS ÁGUAS Do pânico de olhar para a piscina à animação para ir às aulas de natação, este peixinho mostrou como dar um caldo no medo e dominar todas as ondas POR RENATA MALHEIROS

“Sou mãe do Joaquim, um menino de 5 anos e meio que fica bem animado nas manhãs de segundas e quartas quando acorda para a aula de natação. Mas esse gosto pelo esporte aquático foi conquistado aos poucos, bem aos poucos. Joaquim começou a fazer natação com uns 3 anos e meio (me arrependo, deveria ter colocado ele antes, porque nessa idade as crianças ficam um pouco mais ‘medrosas’ com o novo). Na primeira aula, ele estava super à vontade, sem mãe junto e sem boia, apenas com a professora. Tudo parecia bem até que em uma das brincadeiras acabou mergulhando, e odiou. Não estava preparado pra engolir água e nem pra aquele ardor que dá quando entra água no nariz...

Comecei a entrar junto na piscina, ele agarrado em mim. Aos poucos foi se soltando, aula após aula

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

Renata e Joaquim

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O peixinho Joaquim

Voltamos ‘dez casas’. Joaquim não queria voltar para as aulas. Assim, começamos um longo processo de convencimento de que natação é bacana, fundamental pra sobrevivência e ainda faz bem à saúde. Dizia pra ele na tentativa de convencê-lo: ‘Filho, é legal aprender a nadar pra aproveitar quando estiver de férias na praia...’. Nem isso adiantava. Ele chorava dizendo que não queria ir. E eu focada na certeza de que valia insistir, com calma, porque sabia que uma hora ele deslancharia na piscina. E assim foram uns sete meses de persistência. Eu e a professora, que entendeu que, depois daquele mergulho precoce, teríamos de ir com calma. Comecei a entrar junto na piscina, ele agarrado em mim. Aos poucos foi se soltando, aula após aula. Meses se passaram e decidimos que era hora de a mãe sair da água. Joaquim passaria a ficar na piscina com boia. Ele topou, mas não deixava de dizer: ‘Cabeça na água não!’. Respeitamos. Mais algumas aulas se passaram e, finalmente, Joaquim, no tempo dele, começou a brincar de soltar bolinhas na água, até que mergulhou. A partir dessa conquista, foi rápida a retirada da boia. Feliz, no tempo dele, tomou gosto pela natação! Nestas férias, já super à vontade com a água, passou 15 dias na praia com sua primeira prancha (aquelas de isopor clássico da nossa infância). Mergulhou no mar e pegou seus primeiros jacarés. Feliz da vida e seguro com sua conquista. Agora não para de dizer: ‘Nas próximas férias quero fazer aula de surf ’. O menino receoso virou peixe!”


PAIS&FILHOS MODA | 2016

SEÇÃO

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FRESCURA

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Uma das coisas mais prazerosas que existem é pegar um álbum da família e relembrar momentos percorrendo as imagens. Isso é unir os nossos laços às nossas histórias de vida! Agora, imagine ter em casa um quadro lindo, feito com algodão cru, delicadamente bordado, que representa as pessoas da sua família. A artista Luciana Moraes teve essa ideia justamente para presentear os pais na comemoração

de Bodas de Ouro do casal. Mais do que uma lembrança carinhosa, o trabalho artesanal em formato de árvore genealógica deixa registrado para sempre a trajetória e as relações familiares. Para os mais novos, será bem mais fácil entender de onde eles vêm. O preço depende do tamanho da família: até 20 pessoas, o valor cobrado é de 200 reais. Você pode pedir o seu pelo e-mail marisluciana@hotmail.com.

FOTO LILA BATISTA

PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

Bordado da árvore genealógica


PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

TENDÊNCIA

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MÃE DE PRIMEIRA VIAGEM

MELHOR QUE CLEÓPATRA Grávida, sim, e, justamente por isso, mais perua que nunca! Os óleos para gravidez ajudam num monte de coisa, mas principalmente nos fazem sentir mil vezes mais bonitas e gostosas

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1. Óleo Vegetal Corporal Orgânico Souvie, R$ 92 2. Óleo de Amêndoa L’Occitane en Provence, R$ 225 3. Óleo Antiestrias Mustela, R$ 80,86 4. Elastcream Adcos R$ 189; 5. Bath Oil Lime Basil&Mandarin Jo Malone London, R$ 280 6. Óleo Vegetal Boti Mammy, R$ 62,90 7. Emulsão Mamãe e Bebê Natura, R$ 64,80 8. Óleo Paixão, R$ 16 9. Pur Confort Body Oil Clinique Deep, R$ 159 10. Óleo Corporal Bio-Oil, R$ 34,90


PAIS&FILHOS MODA | 2016

SEÇÃO

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PAIS&FILHOS | MARÇO 2017

MATÉRIA É GENTE MÃE TAMBÉM

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Voltar para cama Exatamente isso. Levantar, acordar, trocar fralda de filho, levar para a escola, providenciar café, dar café, enfim... A lida matinal é aquela loucura que a gente conhece beeeeeeem. Mas, como mãe também é gente, o lance é se permitir voltar para a cama depois desse

trânsito todo. Sem medo de ser feliz! Nem que seja para um cochilinho de 15 minutos. O prazer que dá essa volta, entrar na cama gostosinha, dar aquela desligada básica para só depois retomar.... Olha, não tem preço!


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