Cinema IMS-RJ - Folheto Novembro/2013

as praias de agnÈs RETRATOS DE FAMÍLIA

instituto moreira salles

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Cinema

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novembro 2013

AGNÈS VARDA

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meus 80 Anos

“Com 78 anos, quase chegando aos 80, eu via os números 8 e 0 que avançavam em minha direção como uma zoom ou como um trem e comecei a me dizer: ai, meu Deus! Tenho que fazer qualquer coisa para os meus 80 anos. Lembrei que Montaigne, no fim de sua vida, escreveu: ‘creio que meus próximos, que vão me perder, gostariam de saber um pouco mais do que eu conheci’. Pensei mais ou menos isso com relação a meus filhos e netos. Não temos o hábito de perguntar tais coisas aos nossos parentes. Decidi então contar para eles como tudo começou, o que tinha na cabeça quando comecei a fazer filmes, falar dos amigos, das pessoas que encontrei, falar das coisas que fiz e falar também das pessoas que me fizeram. Só podemos falar do que vivemos, do que existe bem perto de nós. E eu tive muitas vidas. Fui fotógrafa. Fui cineasta. E depois, uma jovem artista contemporânea aos 72 anos.

Gosto muito dessa terceira parte de minha vida, que me permitiu tentar outros encontros, noutros lugares, criar outras relações com os espectadores. O melhor de tudo é poder experimentar diferentes formas de criação.

Ao lado, trechos de depoimentos de Agnès Varda sobre As praias de Agnès, no programa de novembro em três sessões, – na sexta 15, no sábado 16 e no domingo 17, às 20h00 – para assinalar o lançamento do filme na coleção dvd | ims Mais informações em www.ims.com.br

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Agnès Varda

Mas, então: eu me aproximava dos 80 anos. Achei que deveria fazer algo. Nos lembramos sempre de passar por algum zero, mas quando era jovem jamais imaginei passar pelos 80. Oito e zero. Quando jovem eu achava que pessoas com 40 anos já eram velhas e os que tinham 50 então... Lembro que não me interessava por pessoas com mais de 50 anos e imaginava: acho que vou viver até os 45. Achava poético morrer jovem.

Jacques Demy tinha uma forte ligação com sua infância, eu não. Ele me contou sua infância, as memórias de sua infância, até a decisão de entrar para uma escola de cinema, e eu transformei as memórias dele em filme: Jacquot de Nantes (1991) e L’ Univers de Jacques Demy (1995). Já Les Plages d’Agnès é um espécie de passeio em torno da ideia de fazer um autorretrato aos 80 anos – com algum humor e com um certo distanciamento: aqui e ali eu faço uma palhaçada. Há uma cena divertida no filme, aquela em que reunimos os troféus de Jacques e os meus, a Palma de Ouro de Cannes (por Os guarda chuvas do amor / Les Parapluies de Cherbourg , 1964), o Leão de Ouro de Veneza (por Sem teto nem lei / Sans toit ni loi, 1985). Eles são colocados sobre a areia, vem uma tempestade e eles desaparecem... Existe uma espécie de vazio na ideia de vitórias, recompensas, prêmios. Ao contrário, existe um valor na escolha de viver uma vida de artista, de resistir firme numa vida de artista.

Jamais baixar a cabeça e cruzar os braços. Meu trabalho consiste em buscar formas cinematográficas, procurar criar todo o tempo um cinema que tenha uma escrita própria, um pouquinho diferente, um pouquinho nova. Filmei em digital. Poderia ter usado 35mm, mas queria fazer uma série de pequenos truques na imagem e se

tivesse filmado com película de 35mm teria sido mais complicado. Com o digital, quando sentia falta de algo, ía com minha câmera até o jardim, até a entrada de minha casa. Filmava e cinco minutos mais tarde a imagem estava no filme.

Minha ficção se alimenta do documentário. Trabalho como uma jornalista antes de começar um filme de ficção. E, ao contrário, como uma ficcionista quando vou fazer um documentário. Em Les Glaneurs et la glaneuse (2000), filmei pessoas tão extraordinárias que parecem personagens de ficção. Existe uma dimensão ficcional no que consegui arrancar deles, no que eles queriam contar para mim. Les plages d’ Agnès é um documentário, mas os depoimentos foram escritos previamente.

Muita coisa foi planejada como numa ficção. Escrevi a narração antes de começar a filmar. Na filmagem muitas vezes surgia uma ideia nova e eu dizia um novo texto para a câmera. Como mudei muito do que estava planejado, a montagem foi um processo longo – nove meses. Queria usar uma técnica de colagem, como a da pintura – como, por exemplo, a de Rauschenberg: uma colagem que não se limita a cortar em pedaços a imagem de uma pessoa de verdade, ou de uma paisagem de verdade, para depois recompor a figura. A colagem pensada não como um quebra-cabeças. Colagem só como uma colagem. Não quero definir meu Les plages d’Agnès como uma colagem. Acho que ele está mais perto de um disco voador, um objeto não identificado, porque pertence, e ao mesmo tempo não pertence, ao cinema documentário. Porque tem coisas encenadas, mas não pertence à ficção, pois, afinal, fala de gente de verdade: é a minha vida. São meus 80 anos”.

As praias de Agnès é o décimo título da coleção dvd | ims. Com o filme, um livreto com o ensaio Autoficções e cinema: Varda e a tecnologia transformadora do eu, em que Claire Boyle, da Universidade de Edimburgo, propõe uma análise desse filme “que narra em primeira pessoa a história de vida de sua diretora, a partir das teorias literárias de autoficção que se desenvolveram na França” e do que Michel Foucault chama de tecnologia do eu. Esses dois pontos de apoio permitem “a compreensão de como o cinema trata e produz individualidade e também como as transformações autoficcionais moldadas em Les plages d’Agnès servem a algo mais do que um propósito diretamente lúdico ou desconstrutivo”. O processo de filmar de Varda, conclui, “contribui para melhora do bem-estar do eu da diretora, de forma que corresponde ao conceito de Foucault de um conjunto de práticas benéficas e transformadoras desenvolvidas para melhorar a relação do eu com ele mesmo”.

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DOKU.ARTS

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Imagens recicladas

| Andreas Lewin

Um cinema de “segunda mão”, ou um cinema que reutiliza material cinematográfico já existente, representa uma tendência do documentário contemporâneo e oferece, além de novas perspectivas de transmissão cultural e artística, também filmes altamente criativos. A livre utilização de material de arquivo, desencadeada pela cultura audiovisual na internet, onde a todo instante são feitas citações e comentários de imagens, sinal característico desse começo do século 21, ressuscitou uma antiga forma da criação de documentários cinematográficos: o filme de compilação, feitos exclusivamente da montagem de materiais de arquivo. Pela segunda vez o Doku.Arts dedicou-se este ano, a este “cinema reciclado”, apresentando, em setembro último, em Berlim, o programa Second Hand Cinema – Perspectivas para os documentários sobre arte com filmes novos feitos da montagem de filmes antigos.

Cinco programas do recente festival de documentários sobre arte de Berlim, Doku. Arts – exibidos na sexta 1, no sábado 2 e no domingo 3 de novembro – são apresentados ao lado pelo diretor da mostra Andreas Lewin.

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Harry Dean Stanton

A preservação dos direitos autorais sobre materiais históriocos parece atrapalhar a transmissão de nossa memória audiovisual. Como queremos transmitir a história da arte e do cinema no futuro? O documentário, forma de expressão que se apoia no tempo, está predestinado a reter e reconstruir a história da criação artística.

Os filmes escolhidos comentam e testemunham, ao mesmo tempo, o desenvolvimento desse gênero e a sua origem. Através de um tratamento inquestionável e apaixonado, estes filmes tratam da essência da arte sem precisar de uma cultura secundária, como definida por George Steiner, e sem o cinismo do pós-modernismo.

A rica variedade de estilos é talvez a característica principal do documentário. Em especial quatro filmes – Quarto 237, Tudo isto pode acontecer, Harry Dean Stanton, em parte ficção e Lucien Hervé, fotógrafo, poderiam ser descritos como reconstituições cinematográficas, como documentários ficcionados, como ensaios, como retratos. Mas como sempre, os limites não são claros.

O principal critério usado para o reconhecimento de um clássico é a existência de vários e simultâneos significados – a obra clássica não permite uma decifração rápida. Esse é o ponto de partida de Quarto 237 (Room 237), de Rodney Ascher, sobre o famoso filme de horror de Stanley Kubrick, O iluminado (The Shining, 1980). Ascher deixa que cinco comentaristas apresentem suas diferentes visões do filme. Somos convidados a comparar essas diferentes formas de leitura, nos deparamos com um turbilhão de interpretações excitantes e divertidas. Um labirinto de símbolos para uma meditação lúdica sobre a obra de Kubrick. Ao contrário de uma sequência convencional de talking heads, os argumentos se apresentam nesse documentário numa forma visual concreta. Ascher se revela um atento conhecedor da história do cinema, e a utilização de cenas de outros de filmes, como por exemplo o Fausto (Faust, 1926) de F. W. Murnau, explicita de forma fascinante a relação de Kubrick com a tradição europeia do misterioso e do sublime.

No conto O passeio (Der Spaziergang, 1917) do escritor suíço Robert Walser, o narrador redescobre, por caminhos sinuosos, numa floresta, a vontade de viver. A coreógrafa Siobhan Davies e o cineasta David Hinton mergulharam em arquivos e transformaram uma montanha de materiais cinematográficos numa obra de arte que nos abre um novo acesso ao conto de Walser. Tudo isto pode acontecer (All This Can Happen) é constituído de centenas de pedaços de filmes mudos do tempo em que se passa o relato. A cuidadosa montagem parece dançar ao ritmo do texto de Walser. A elegante composição de sons de Chu-Li Shewring e o comentário recitado de forma sensível pelo ator John Heffernan contribuem para uma composição bem sucedida. Essa visão ágil e suave dos anos de chumbo da Primeira Guerra Mundial fascina pelas suas observações antropomórficas.

Harry Dean Stanton alcançou fama internacional como ator coadjuvante em produções hollywoodianas. Seu único papel principal digno de ser mencionado parece ser o do inesquecível Travis de Paris Texas de Wim Wenders. Como nos aproximar de um ator fechado, que se nega a falar do seu passado? Atriz suíça baseada em Los Angeles, Sophie Huber conhece Stanton há 20 anos e conseguiu algo extraordinário, uma espécie de road movie musical, que deixa o ator manter seu segredo e, ao mesmo tempo, en passant, arranca dele visões de vida por meio de formas cinematográficas. Fotografado de forma excelente por Seamus McGarvey, Harry Dean Stanton - Partly Fiction mostra o ator cantando músicas folclóricas americanas, e mostra ainda trechos de filmes para definir a atmosfera – melancólica, percebemos pelo canto dos olhos – da viagem cinematográfica de Stanton pela nova Hollywood de Wenders, David Lynch, Sam Shepard, Kris Kristofferson, Debbie Harry. Como ponto alto, o barman de Stanton.

Lucien Hervé (1910-2007) é considerado um dos mais influentes fotógrafos de arquitetura do mundo. Seu trabalho inspirarou fotógrafos e arquitetos.Produziu fotos famosas, as quais, às vezes, irradiavam uma poesia maior do que o prédio fotografado. Com Le Corbusier, que via nele a “alma do arquiteto“, Hervé viajou pelo mundo. Fotografou para arquitetos como Marcel Breuer, Oscar Niemeyer e Alvar Aalto, e para artistas como Henri Matisse e Fernand Léger. Lucien Hervé, photographe malgré lui, de Gerrit Messiaen, nos aproxima do mundo artístico do fotógrafo e pintor, seu trabalho com a técnica de montagem, e lança um olhar retrospectivo para uma vida movimentada. Em 1940, Laszlo Elkán, nascido na Hungria, fugiu de um campo de prisioneiros de guerra do leste da Prússia e juntou-se, em 1941, à resistência em Grenoble. Ele foi, entre outras coisas, designer de moda. E, após o fim da guerra, suas inúmeras outras atividades testemunham uma vida social e artística extraordinárias.

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OS RETRATOS DE FAMÍLIA E OS ANEIS DA SEQUOIA

Organizadora dos programas da mostra Retratos de família, série de documentários autobiográficos ou dedicados à família do realizador, Maria Ramia propõe ao lado uma introdução aos filmes. são apresentados.

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Pulsações

| María Campaña Ramia

“Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz a seu modo”. Assim Leon Tolstoi começa Anna Karênina. São tantos os meios tons entre felicidade e infelicidade, entre sorte e azar, quanto inúmeras e intermináveis são as histórias​​ por contar. Talvez daí a força da abertura do romance russo: a felicidade é fácil de contar, sugere Tolstoi, mas quantas histórias podem ser contadas quando a vida torna-se mais complicada? O sofrimento não é o denominador comum dos filmes que compõem Retratos de família. Em todos eles é possível perceber uma relação carinhosa entre os personagens, mas a verdade é que um pouco de dor, desconforto ou segredo familiar se encontra por trás desse carinho. E se é verdade que cada família infeliz é infeliz a seu modo, também é verdade que nas famílias dos filmes dessa mostra existe algo da família de cada espectador. “Essa casa pode ser a casa de qualquer um de nós”, disse um amigo depois de ver 51, Birch Street de Doug Block. Como filmar a família? E para quê filmar a família? Deixemos em branco a primeira pergunta. Cada um dos filmes que compõem a mostra pode ser considerado uma resposta válida – e ao mesmo tempo provocadora de outras questões: Como se distanciar? Qual é o espaço da mãe, do filho, da neta, da irmã? Qual é o espaço o cineasta? Onde situar-se? Já para que filmar a família? permite respostas mais precisas. Penso em Philippe Lejeune e no que ele define como a “função reparadora da autobiografia”, visível naqueles filmes que, numa certa medida terapêuticos, nascem de uma necessidade urgente para o realizador de encerrar um capítulo de sua vida, de encontrar respostas que só podem ser alcançadas pelo processo cinematográfico. Um exemplo dessa urgência é Elena de Petra Costa. Ela filma a família, mas seu olhar está voltado para ela mesma e para o que suicídio de sua irmã provocou nela. Talvez seja inevitável quando se faz um retrato de uma pessoa ausente: Petra termina por fundir-se com o fantasma de Elena.

A morte, tema dominante do filme, longe de ser um elemento obscuro é uma presença quase sedutora, assim como também o é para Yulene Olaizola, jovem cineasta que no filme de graduação na escola de cinema, Intimidades de Shakespeare e Víctor Hugo, revela uma certo parentesco com El diablo nunca duerme de Lourdes Portillo. São duas investigações, histórias de detetives. Na primeira, a sobrinha investiga o que de fato ocorreu com o tio encontrado morto com um tiro na cabeça. Na segunda, a neta procura investigar as pistas deixadas por um misterioso inquilino da casa de sua avó Rosa. Como o filme de Olaizola, os curtos O jardim de Raul e Luna e Cinara são outros bem logrados trabalhos de escola. O primeiro é um retrato do pai da mexicana Sarasvati Herrera num momento crucial de sua vida; o segundo, uma crônica gentil e carinhosa da relação entre Luna, a avó da realizadora, e sua empregada Cinara.

Avôs e Com o meu coração em Yambo, dois bem sucedidos documentários equatorianos, têm muito em comum: narram histórias familiares entrecortadas por horrores, da ditadura o primeiro, e da extrema direita do tempo de Febres Cordero o segundo. Avôs conta em paralelo a história dos avôs da diretora. Remo, o avô paterno, desaparecido político na ditadura de Pinochet, e Juan, o avô materno, médico autodidata que dedicou sua vida à pesquisa. Com meu coração em Yambo relata um caso de violação de direitos humanos que traumatizou o Equador, o dos irmãos da realizadora María Fernanda Restrepo (Santiago, de 17 anos, e Andrés, de 14), desaparecidos em mãos da policía em 1988. Este é um exemplo de filme que só poderia ser feito a partir do olhar da irmã das vítimas. María Fernanda trabalha num espaço íntimo, que é dela e de mais ninguém, sem se descuidar do componente histórico e político em torno do desaparecimento de Santiago e Andrés.

Embora possam ser encontradas em todo o mundo famílias em que o pessoal e o político não podem ser separados, existe hoje um lugar no mundo em que o político vai além de uma atitude ou de uma escolha individual. Na Palestina tornou-se impossível ser uma pessoa apolítica. E assim, com estilos muito diferentes entre si, 5 câmeras quebradas e Porto da memória (filmes feitos na fronteira, entre Palestina e Israel, entre o documentário e a ficção) propõem uma reflexão sobre a construção de uma memória familiar e a perda de raízes num território constantemente em perigo. Diario de Sintra de Paula Gaitán é um filme livre e introspectivo. Mais de vinte a os depois da morte de seu marido, Glauber Rocha, a cineasta retorna a Sintra, cidade portuguesa, aos últimos momentos em que a família esteve reunida. A viagem, mais do que a um espaço físico, leva Gaitán ao reencontro de uma ausência. Nesse mesmo terreno livre e autobiográfico em As praias de Agnès Varda passeia por sua vida, sua família e pelas imágenes que foi reunindo durante sua trajetória. Pulsações, desde sua sensibilidade e recato, é um filme sobre temas mais amplos, sobre a memória familiar, sobre os espaços pessoais que habitamos. É um filme que ao nos aproximar da vida dos outros procura demonstrar que é assim é a vida de todos nós.

Há um certo tempo, em visita a um bosque de sequoias, árvores altíssimas de madeira avermelhada que vivem mil, dois mil anos. O tronco de uma árvore estava exposto ali com seus 1900 aneis, quer dizer com seus 1900 anos. Diante de todos os acontecimentos que ocorreram em torno dessa árvore, e diante de sua magnitude, nossas histórias parecem nada. Talvez por isso podemos imaginar cada filme deste programa como um dos arcos do tronco de uma sequoia. Vendo a vida da perspectiva de uma árvore milenária torna-se possível compreender a vida como batidas intermitentes, instantes, pulsações.

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OS FILMES DE NOVEMBRO

SEXTA 1 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Narração inspirada em obras de J.G. Ballard –The Voices of Time, 1960; Prisoner of the Coral Deep, 1964; Robert Smithson as Cargo Cultist, 1997 – e em sua correspondência com a diretora. “Embora as ideias por trás deste projeto tenham se iniciado 15 anos atrás, o importante é que o filme foi feito agora. Aprendi a confiar nesse processo de adiamento e resgate. Começou com um comentário espontâneo, em Nova York, no verão de 1997” – esclarece a artista no catálogo da exposição A medida das coisas.

“A espiral subscreve a natureza, que subscreve a vida em todas as suas formas. Ao procurar por uma no cosmos, encontrei uma referência à estrutura espiral em que orbita uma gigante estrela vermelha e moribunda chamada R Sculptoris, que nos dará pistas sobre o fim de nossa própria vida solar (...) JG precisava ser feito agora porque sua mídia e sua forma são a equação subjacente de nosso universo, e ele está se rompendo e dizendo adeus”.

Exibição em versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : arte institute, ny: novos curtos portugueses O Portuguese Short Film Festival de Nova York, criado em 2011, foi a primeira mostra de filmes curtos portugueses organizado nos Estados Unidos. A edição inaugural revelou uma nova geração de cineastas portugueses em Nova York, Lisboa e Rio de Janeiro. A partir desta terceira edição, a mostra se realiza também no Reino Unido. A seleção de novos curtos do Arte Institute de Nova York desse ano, exibida em maio em Lisboa, apresentou-se em seguida em Nova York e Londres, e completa o seu circuito internacional com a presente mostra no Rio de Janeiro O mundo cai aos bocados (e ainda assim as pessoas apaixonam-se) de Henrique Pina e Francisco Baptista (Portugal, 2013. 21’) Ele é um assassino profissional. Ela é casada com o contrabandista mais poderoso do país.

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M de Joana Bartolomeu (Portugal, 2012. 10’) Animação. Uma gota d’ água, desperta sozinha numa superfície branca e ofuscante. Conseguirá descobrir a que pertence? Conseguirá por fim a sua solidão?

The Buffalo Kid de Pedro Marnoto Pereira (Portugal, 2012. 18’) Ainda perseguido pelo fantasma de um amor que partiu há pouco, um jovem trompetista exprime o seu desespero tocando numa esquina em Nova Iorque.

Vil de António Pinhão Botelho (Portugal, 2012. 13’) Dois tempos da vida do protagonista: a violência do seu passado ganha propósito com o objetivo do seu presente.

Falha do sistema de José Miguel Moreira (Portugal, 2012. 16’) Numa sociedade controlada pelo Sistema, uma variante nazi do Big Brother: João tem um encontro amoroso com uma judia perseguida. O Inspetor que vigia o par descobre que a mulher era sua neta.

Forever de Pedro Resende (Portugal, 2012. 7’) Uma viagem sobre amor, transformação e eternidade um videoclip transformado em curta-metragem.

O sol nasce sempre do mesmo lado de Nuno Matos (Portugal, 2012. 18’) Um homem perturbado, três amigos adolescentes e um casal uma noite de Carnaval que irá marcar as suas vidas.

17h00 : Crazy horse (Crazy Horse) de Frederick Wiseman (EUA, França, 2011. 134’) Para fazer esse filme Wiseman passou dez semanas no Le Crazy Horse de Paris para documentar as performances da equipe técnica e das dançarinas na criação de um novo show, batizado Désirs, e também as atividades administrativas, a reserva de mesas, a preparação dos baldes de champanhe e o meticuloso trabalho da direção de arte e figurinos do clube que se orgulhava de ter “o melhor show de dança nu no mundo” desde a sua criação, em 1951.

20h00 : doku.arts Lucien Hervé, fotógrafo (Lucien Hervé, photographe malgré lui) de Gerrit Messiaen (Inglaterra, 2008. 74’) Considerado um dos fotógrafos mais influentes do mundo da arquitetura, as imagens de Hervé (1910-2007) inspiraram fotógrafos e arquitetos. Amigo de Le Corbusier, suas fotografias se tornaram famosas e, às vezes, revelam uma poesia própria, quase independente dos edifícios fotografados. Viajou o mundo com Le Corbusier, que via nele “a alma de um arquiteto”. Fotografou também para os arquitetos Marcel Breuer, Oscar Niemeyer e Alvar Aalto e para artistas como Henri Matisse e Fernand Léger.

SABADO 2 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : arte institute, ny: novos curtos portugueses Rhoma Acans de Leonor Teles (Portugal, 2012. 15’) Numa viagem de autodescoberta, a realizadora analisa a história da sua família e sua relação com o peso da tradição cigana a que outrora pertenceu.

Entropia de Renata Ramos (Portugal, 2012.15’) Um momento na vida de um jovem perseguido por memórias da infância. Intrigado pelas lembranças da misteriosa morte do seu pai, ele adapta uma tecnologia desenvolvida por sua mãe que lhe permite viajar no tempo.

Playday de Victor Santos (Portugal, 2012. 6’) Numa tarde de sol quatro amigos jogam bola. Entre sonhos e brincadeiras a bola foge para uma casa habitada por um velho homem solitário.

Aqui jaz a minha casa de Rui Pilão (Portugal, 2011.13’) Acordar, sentir que este vai ser o seu último dia e que não existe ninguém para o seu funeral. Um olhar sobre a atualidade do território Transmontano, as recordações e ilusões de outrora de um povo deixado ao abandono na sua terra.

16h00 : doku.arts Tudo isto pode acontecer (All This Can Happen) de Siobhan Davies e David Hinton (Inglaterra, 2012. 50’) O conto Um passeio do escritor suíço Robert Walser foi escrito em 1917. Nele um homem decide abandonar tudo para uma viagem pela floresta, e enquanto descreve sua aventura – de maneira descosturada, por meio de várias digressões – redescobre a vontade de viver. Como contar essa experiência num filme? Davies e Hinton escolheram voltar-se para o imaginário do período em que a novela foi escrita. Tudo isto pode acontecer resulta da montagem de um sem número de fragmentos de filmes mudos, organizados meticulosamente para espelhar com perfeição a narrativa de Walser.

17h00 : doku.arts Lucien Hervé, fotógrafo (Lucien Hervé, photographe malgré lui) de Gerrit Messiaen (Inglaterra, 2008. 74’) Considerado um dos fotógrafos mais influentes do mundo da arquitetura, as imagens de Hervé (1910-2007) inspiraram fotógrafos e arquitetos. Amigo de Le Corbusier, suas fotografias se tornaram famosas e, às vezes, revelam uma poesia própria, quase independente dos edifícios fotografados. Viajou o mundo com Le Corbusier, que via nele “a alma de um arquiteto”. Fotografou também para os arquitetos Marcel Breuer, Oscar Niemeyer e Alvar Aalto e para artistas como Henri Matisse e Fernand Léger.

18h30: doku.arts Harry Dean Stanton: em parte ficção (Harry Dean Stanton: Partly Fiction) de Sophie Huber (Suiça, 2012. 77’) Conhecido como ator coadjuvante de inúmeras produções de Hollywood, Harry Dean Stanton tornou-se realmente famoso pelo personagem Travis do Paris Texas de Wim Wenders, seu único papel de protagonista. Como chegar perto de um ator taciturno que se recusa a falar de seu passado? A atriz suíça Sophie Huber, que vive em Los Angeles, conhece Stanton há mais de 20 anos e conseguiu algo extraordinário: uma espécie de road movie musical em que o ator mantém seus segredos e, ao mesmo tempo, cinematograficamente, sugere episódios da vida do ator.

20h00 : doku.arts Quarto 237 (Room 237) de Rodney Ascher (Estados Unidos, 2012. 104’) Um dos principais sinais de uma obra clássica é o fato de todos concordarem com o fato dela conter vários e mesmo contraditórios significados, de não se esgotar num único sentido, de não se esgotar numa única visão.

O documentário de Rodney Ascher sobre o clássico filme de terror de Kubrick O iluminado (The Shining, 1980) parte desta suposição. Ele reúne cinco comentaristas com diferentes interpretações do filme. Cada um deles nos dá uma visão sutilmente diferente sobre o filme. Somos convidados a acompanhar estas leituras diferentes, e decidir, caso a caso, em quê estamos de acordo, com o quê não concordamos

Programa sujeito a alterações.

Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br ou pelo telefone 3206 2500

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DOMINGO 3 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : doku.arts Kippenberger (Kippenberger - Der Film) de Jörg Kobel (Alemanha 2005. 75’) Retrato do artista Martin Kippenberger, sua vida e seus trabalhos, documentados ao longo de uma exposição em Dusseldorf. O diretor investiga as diferentes atividades do artista, pintor, organizador de happenings e editor de livros, mostrando e comentando seus trabalhos e ouvindo o que companheiros, admiradores e críticos têm a dizer.

17h00 : doku.arts Tudo isto pode acontecer (All This Can Happen) de Siobhan Davies e David Hinton (Inglaterra, 2012. 50’) O conto Um passeio do escritor suíço Robert Walser foi escrito em 1917. Um homem decide abandonar tudo para uma viagem pela floresta, e enquanto descreve sua aventura – de maneira descosturada, por meio de várias digressões – redescobre a vontade de viver. Como contar essa experiência num filme? Davies e Hinton escolheram voltar-se para o imaginário do período em que a novela foi escrita. Tudo isto pode acontecer resulta da montagem de um sem número de fragmentos de filmes mudos, organizados meticulosamente para espelhar com perfeição a narrativa de Walser.

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18h00 : doku.arts Quarto 237 (Room 237) de Rodney Ascher (Estados Unidos, 2012. 104’) Um dos principais sinais de uma obra clássica é o fato de todos concordarem com o fato dela conter vários e mesmo contraditórios significados, de não se esgotar num único sentido, de não se esgotar numa única visão.

O documentário de Rodney Ascher sobre o clássico filme de terror de Kubrick O iluminado (The Shining, 1980) parte desta suposição. Ele reúne cinco comentaristas com diferentes interpretações do filme. Cada um deles nos dá uma visão sutilmente diferente sobre o filme. Somos convidados a acompanhar estas leituras diferentes, e decidir, caso a caso, em quê estamos de acordo, com o quê não concordamos

20h00: doku.arts Harry Dean Stanton: em parte ficção (Harry Dean Stanton: Partly Fiction) de Sophie Huber (Suiça, 2012. 77’) Conhecido como ator coadjuvante de inúmeras produções de Hollywood, Harry Dean Stanton tornou-se realmente famoso pelo personagem Travis do Paris Texas de Wim Wenders, seu único papel de protagonista. Como chegar perto de um ator taciturno que se recusa a falar de seu passado? A atriz suíça Sophie Huber, que vive em Los Angeles, conhece Stanton há mais de 20 anos e conseguiu algo extraordinário: uma espécie de road movie musical em que o ator mantém seus segredos e, ao mesmo tempo, cinematograficamente, sugere episódios da vida do ator.

TERÇA 5

14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : arte institute, ny: novos curtos portugueses O mundo cai aos bocados (e ainda assim as pessoas apaixonam-se) de Henrique Pina e Francisco Baptista (Portugal, 2013. 21’) Ele é um assassino profissional. Ela é casada com o contrabandista mais poderoso do país.

M de Joana Bartolomeu (Portugal, 2012. 10’) Animação. Uma gota d’ água, desperta sozinha numa superfície branca e ofuscante. Conseguirá descobrir a que pertence? Conseguirá por fim a sua solidão?

The Buffalo Kid de Pedro Marnoto Pereira (Portugal, 2012. 18’) Ainda perseguido pelo fantasma de um amor que partiu há pouco, um jovem trompetista exprime o seu desespero tocando numa esquina em Nova Iorque.

Vil de António Pinhão Botelho (Portugal, 2012. 13’) Dois tempos da vida do protagonista: a violência do seu passado ganha propósito com o objetivo do seu presente.

Forever de Pedro Resende (Portugal, 2012. 7’) Uma viagem sobre amor, transformação e eternidade um videoclip transformado em curta-metragem.

Falha do sistema de José Miguel Moreira (Portugal, 2012. 16’) Numa sociedade controlada pelo Sistema, uma variante nazi do Big Brother: João tem um encontro amoroso com uma judia perseguida. O Inspetor que vigia o par descobre que a mulher era sua neta.

17h00 : O menino dos cabelos verdes (The Boy with Green Hair) de Joseph Losey, com Dean Stockwell, Pat O’Brien e Robert Ryan. (EUA, 1948. 82’) A observação sobre o primeiro longa-metragem de Losey é do roteirista Ben Barzman: “uma parábola um pouco feérica, mas cuja moral surpreende por sua atualidade: é dirigida contra a guerra, e sobretudo contra a ameaça atômica. É a história de um garoto que a sociedade rejeita porque seus cabelos mudaram de cor, justamente por causa da guerra”.

19h30 : Crazy horse (Crazy Horse) de Frederick Wiseman (EUA, França, 2011. 134’) Para fazer esse filme, Wiseman passou dez semanas no Le Crazy Horse de Paris. “Não fiz pesquisa antes. A filmagem, para mim, foi uma pesquisa. Na montagem é que encontro os temas e o ponto de vista de um documentário. Não faço roteiros. Tudo é descoberto na montagem, num processo que costuma levar muito tempo”.

QUARTA 6 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : arte institute, ny: novos curtos portugueses O sol nasce sempre do mesmo lado de Nuno Matos (Portugal, 2012. 18’) Um homem perturbado, três amigos adolescentes e um casal uma noite de Carnaval que irá marcar as suas vidas.

Rhoma Acans de Leonor Teles (Portugal, 2012. 15’) Numa viagem de autodescoberta, a realizadora analisa a história da sua família e sua relação com o peso da tradição cigana a que outrora pertenceu.

Sob de Nuno Prudêncio (Portugal, 2012.15’) Ele traduz o que os outros dizem. Viriato foge de pessoas reais, através da legendagem de filmes vive outras vidas.

Entropia de Renata Ramos (Portugal, 2012.15’) Um momento na vida de um jovem perseguido por memórias da infância. Intrigado pelas lembranças da misteriosa morte do seu pai, ele adapta uma tecnologia desenvolvida por sua mãe que lhe permite viajar no tempo.

Playday de Victor Santos (Portugal, 2012. 6’) Numa tarde de sol quatro amigos jogam bola. Entre sonhos e brincadeiras a bola foge para uma casa habitada por um velho homem solitário.

Aqui jaz a minha casa de Rui Pilão (Portugal, 2011.13’) Acordar, sentir que este vai ser o seu último dia e que não existe ninguém para o seu funeral. Um olhar sobre a atualidade do território Transmontano, as recordações e ilusões de outrora de um povo deixado ao abandono na sua terra.

O candeeiro e a ventoinha de Filipe Fonseca (Portugal, 2012. 3’) Filme de animação. Um candeeiro apaixonado faz tudo para estar perto da sua amada, uma bela ventoinha.

17h00 : Eva (Eve) de Joseph Losey.

Com Jeanne Moreau, Stanley Baker, Virna Lisi e Giorgio Albertazzi. Roteiro de Evan Jones e Hugo Butler, baseado no romance de James Hadkey Chase.

(França, Itália, 1962. 100’) A observação é do diretor, no lançamento do filme: “Quantos casais vão até o momento em que o casamento provoca uma destruição mútua?” Eu queria examinar as razões desse estado de coisas, mas sob um ângulo diferente, por meio de um casal que não pode se rejeitar imediatamente. São coisas muito desagradáveis de examinar. Eva mostra um dos aspectos mais totalmente destrutivos de nossa sociedade. Todo ser humano aspira, pelo menos uma vez, à plenitude em sua vida, mas se esta não se realiza no casal ela não se realizará em outro lugar.

Você pode muito bem ser filósofo, moralista ou ter sucesso, se não tiver amores nem desejos, se a sua vida não é uma longa e confusa batalha íntima, você não encontrará a plenitude. Nunca. Para mim não existe problema mais importante (...) A história é tão banal, tão clássica em seu gênero, tantas vezes já contada, que não há necessidade de dizer ao público o que acontece – ele já sabe. Assim, é possível desligar-se da história e, utilizando-a como uma espécie de moldura, contar uma outra história, a de duas pessoas. Na verdade, o filme não deveria chamar-se Eva, pois não é a história de Eva, mas a de Eva e Tyvian. Se eu tivesse tido a liberdade de escolher o título, eu o teria tomado de um romance de Sherwood Anderson, Many Marriages. O assunto desse romance é muito parecido com o do filme que eu queria fazer a partir de Eva”.

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19h30: Crazy horse (Crazy Horse) de Frederick Wiseman (EUA, França, 2011. 134’) Para fazer esse filme Wiseman passou dez semanas no Le Crazy Horse de Paris para documentar as performances da equipe técnica e das dançarinas na criação de um novo show, batizado Désirs, e também as atividades administrativas, a reserva de mesas, a preparação dos baldes de champanhe e o meticuloso trabalho da direção de arte e figurinos do clube que se orgulhava de ter “o melhor show de dança nu no mundo” desde a sua criação, em 1951.

“Não fiz pesquisa antes. A filmagem, para mim, foi uma pesquisa. Na montagem é que encontro os temas e o ponto de vista de um documentário. Não faço roteiros. Tudo é descoberto na montagem, num processo que costuma levar muito tempo”.

QUINTA 7 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : A vida de Galileo (Galileo) de Joseph Losey, com Topol, Edward Fox, Colin Blakely, Georgia Brown, John Gielgud, Michel Londsdale. Roteiro de Losey e Barbara Bray com a participação de Charles Laughton e Margarete Steffin, baseado na peça de Bertold Brecht Leben des Galilei (EUA, 1975. 145’) Diretor da primeira encenação teatral da peça de Brecht nos EUA, em 1947, Losey manteve nessa adaptação cinematográfica, várias soluções adotadas no teatro, entre elas o uso de um coro de jovens para comentar as ações antes delas serem vistas e o desenho de luz para a cena em que Galileo se retrata: uma enorme sombra de Galileo é projetada numa tela branca. Desde a cena de abertura, uma vista aérea do estúdio, Losey destaca a teatralidade dessa produção feita para a série de adaptações cinematográficas de textos teatrais, produzida pelo American Film Theater.

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De sexta 8 a quinta 15 Constelações: mostra de cinema espanhol contemporâneo com filmes de Gracia Querejeta, Isabel Coixet, Agustí Villalonga, Iciar Bollaín, Miguel Courtoix, Enrique Urbizu, Daniel Monzón e Jaime Rosales

SEXTA 8 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00, 17h00 e 19h00 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Quinze anos e um dia (15 años y un día) de Gracia Querejeta. Com Maribel Verdú, Boris Cucalón, Bernat Grau, Belén López, Arón Piper, (Espanha, 2013. 96’) Um adolescente e seu avô, militar aposentado que vive em uma vila afastada. Expulso da escola, ele é enviado pela mãe para a casa do avô. O adolescente prefere contornar os perigos. O ex-soldado é um homem de disciplina rígida.

Os dois terão de enfrentar suas limitações e seus medos. O filme de Querejeta é a indicação espanhola para concorrer ao Oscar de Filme Estrangeiro em 2014.

SABADO 9 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00, e 20h00 : constelaçõe. cinema espanhol contemporâneo Operação E (Operación E) de Miguel Courtois.

Com Luis Tosar, Martina García, Gilberto Ramírez.

(Espanha, França, 2012. 108’) José Crisanto, um camponês que vive com sua família na selva colombiana, recebe um bebê dos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (farc).

Crisanto é forçado a fugir da violência da guerrilha e dos paramilitares para salvar a vida da família e do bebê.

Anos mais tarde, os guerrilheiros que lhe deram o bebê reaparecem para levar a criança, que faz parte de um plano de troca de reféns.

17h30 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Pão negro (Pa negre) de Agustí Villaronga, baseado no livro de Emili Teixidor. Com Francesc Colomer, Nora Navas, Roger Casamajor, Marina Comas, Laia Marull, Eduard Fernández, Sergi López. (Espanha, 2010. 108’) Década de 1940. Durante os anos difíceis ao fim da guerra civil espanhola, em uma área rural da Catalunha, um menino chamado Andreu encontra no bosque os corpos de um homem e seu filho. As autoridades suspeitam de seu pai, mas Andreu tentará encontrar o culpado. Nestas circunstâncias, o jovem Andreu adquire uma consciência moral que se opõe à mentira do mundo dos adultos.

DOMINGO 10 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 e 20h00 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Também a chuva (También la lluvia) de Icíar Bollaín, roteiro de Paul Laverty. Com Luis Tosar, Gael García Bernal, Karra Elejalde, Juan Carlos Aduviri, Raúl Arévalo, Cassandra Ciangherotti, Carlos Santos, Dani Currás, Vicente Romero (Espanha, México, França, 2010. 104’) Sebastian e Costa decidem fazer um filme sobre Cristóvão Colombo e a descoberta da América. Enquanto Sebastian, o diretor, tenta desmistificar o personagem, apresentando-o como um homem ambicioso e sem escrúpulos, Costa, o produtor, só se preocupa em ajustar o filme ao modesto orçamento disponível, e precisamente por isso escolheu filmar na Bolívia, onde os custos são menores e a população indígena maior. Enquanto filmam em Cochabamba, a população reage contra a privatização dos serviços de fornecimento de água a uma empresa multinacional.

Quinhentos anos depois da descoberta da América, paus e pedras novamente enfrentam o aço e a pólvora de um exército.

18h00 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Pão negro (Pa negre) de Agustí Villaronga, baseado no livro de Emili Teixidor. Com Francesc Colomer, Nora Navas, Roger Casamajor, Marina Comas, Laia Marull, Eduard Fernández, Sergi López, Lluïsa Castell, Mercè Arànega, Marina Gatell, Elisa Crehuet, Joan Carles Suau, Jordi Pla, Pep Tosar (Espanha, 2010. 108’)

TERÇA 12 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 e 20h00 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Mapa dos sons de Tóquio (Mapa de los sonidos de Tokyo) de Isabel Coixet. Com Rinko Kikuchi, Sergi López, Min Tanaka, Manabu Oshio, Takeo Nakahara, Hideo Sakaki (Espanha, 2009. 109’) A história de uma assassina de aluguel em Tóquio, que se esconde sob o disfarce de empregada de um mercado.

Rinko Kikuchi, nomeada para um Oscar por sua atuação como a jovem surda de “Babel”, interpreta a assassina e Sergi Lopez faz o dono de uma loja de vinhos em Tóquio.

17h30 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Cela 211 (Celda 211) de Daniel Monzón, baseado no livro de Francisco Pérez Gandul. Com Luis Tosar, Alberto Ammann, Antonio Resines. (Espanha, França, 2009. 110’) No dia em que começa a trabalhar como funcionário de uma prisão, Juan termina envolvido numa rebelião no presídio. Decide então se passar por um prisioneiro para salvar sua vida e para tentar acabar com a revolta. O que ignora é que o destino preparou-lhe uma armadilha.

QUARTA 13 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Narração inspirada em obras de J.G. Ballard –The Voices of Time, 1960; Prisoner of the Coral Deep, 1964; Robert Smithson as Cargo Cultist, 1997 – e em sua correspondência com a diretora.

Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

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15h00 e 20h00 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Os maus não terão paz (No habrá paz para los malvados) de Enrique Urbizu. Com José Coronado, Rodolfo Sancho, Helena Miquel, Juanjo Artero. (Espanha, 2011. 104’) Um inspetor de polícia, voltando para casa embriagado, se envolve em um triplo assassinato. No dia seguinte, dá início a uma investigação para localizar e eliminar uma testemunha que poderia incriminá-lo. Ao mesmo tempo, o juiz responsável pelo caso descobre algo mais, por trás da aparência de um acerto de contas entre traficantes.

17h30 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Cela 211 (Celda 211) de Daniel Monzón, baseado no livro de Francisco Pérez Gandul. Com Luis Tosar, Alberto Ammann, Antonio Resines. (Espanha, França, 2009. 110’) No dia em que começa a trabalhar como funcionário de uma prisão, Juan termina envolvido numa rebelião no presídio. Decide então se passar por um prisioneiro para salvar sua vida e para tentar acabar com a revolta. O que ignora é que o destino preparou-lhe uma armadilha.

QUINTA 14 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00, 17h30 e 20h00 : constelações. cinema espanhol contemporâneo Sonho e silêncio (Sueño y silencio) de Jaime Rosales.

Com Yolanda Galocha, Oriol Roselló, Jaume Terradas, Laura Latorre, Alba Ros Montet, Celia Correas.

(Espanha, 2012. 112’) Oriol e Yolanda vivem em Paris com as suas duas filhas.

Ele é arquiteto; ela, professora. Durante um período de férias no delta do Ebro, um acidente transforma suas vidas. A narrativa começa e termina com Miquel Barceló executando duas pinturas que se transformam aos olhos do espectador e revelam significados que os primeiros traços não deixavam adivinhar. Tais imagens antecipam e concluem o que o diretor diz ter buscado nesse filme em que, filmando atuações improvisadas com intérpretes não profissionais, os planos e os movimentos de câmera não se submetem ao drama em cena.

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SEXTA 15 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Narração inspirada em obras de J.G. Ballard –The Voices of Time, 1960; Prisoner of the Coral Deep, 1964; Robert Smithson as Cargo Cultist, 1997 – e em sua correspondência com a diretora. Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas.

Entrada franca.

16h00 : retratos de família Um passaporte húngaro de Sandra Kogut (Brasil, 2001.72’) No começo, uma conversa ao telefone. Quem fala é Sandra, ao mesmo tempo a realizadora e a personagem central deste documentário em torno do processo que ela inicia para conseguir um passaporte húngaro. O filme se propõe a discutir o que é e como se constrói uma identidade, passando aqui e ali, por pessoas radicalmente jogadas para um espaço não identificado no final da década de 1930, com uma letra K carimbada em seus passaportes.

18h00 : retratos de família Elena de Petra Costa (Brasil, 2012. 80’) Lembra a diretora que, quando começou a fazer esse documentário “eram poucos os filmes brasileiros com enfoque familiar. Sabia da existência de 33, do Kiko Goifman, de Um passaporte húngaro, de Sandra Kogut, Person, de Marina Person, e de Diário de Sintra, de Paula Gaitán. Acho que foram o começo dessa safra, que hoje parece mais consolidada com os recentes exemplos de Otto, de Cao Guimarães, e Os dias com ele, de Maria Clara Escobar. Pensando em filmes estrangeiros, os que mais me tocaram foram As praias de Agnès, da Agnès Varda, e O nome dela é Sabine, da Sandrine Bonnaire. Todo artista coloca muito de si em sua obra, mesmo que não trate de uma pessoa da família. Mas, num filme sobre alguém da família, essa delicadeza e essa subjetividade ficam ainda mais aguçadas. Creio que a tendência é termos mais e mais filmes desse tipo, e que isso venha a ampliar a reflexão sobre temas universais de afeto, luto e perda. Partindo de experiências pessoais temos a possibilidade de mergulhar com maior profundidade nesses temas, e o cinema ganha muito com isso”.

20h00 : retratos de família As praias de Agnès (Les plages d’Agnès) de Agnès Varda (França, 2008. 110’) “Com 78 anos, quase chegando aos 80, eu via os números 8 e 0 que avançavam em minha direção como uma zoom ou como um trem e comecei a me dizer: ai, meu Deus! tenho que fazer qualquer coisa para os meus 80 anos”, comenta Agnès. “Lembrei que Montaigne, no fim de sua vida, escreveu: ‘creio que meus próximos, que vão me perder, gostariam de saber um pouco mais do que eu conheci’. Pensei mais ou menos isso com relação a meus filhos e netos. Não temos o hábito de perguntar tais coisas aos nossos parentes. Decidi então contar para eles como tudo começou, o que tinha na cabeça quando comecei a fazer filmes, falar dos amigos, das pessoas que encontrei, falar das coisas que fiz e falar também das pessoas que me fizeram. Só podemos falar do que vivemos, do que existe bem perto de nós. E eu tive muitas vidas. Fui fotógrafa. Fui cineasta. E depois, uma jovem artista contemporânea aos 72 anos. Gosto muito dessa terceira parte de minha vida, que me permitiu tentar outros encontros, noutros lugares, criar outras relações com os espectadores. O melhor de tudo é poder experimentar diferentes formas de criação. Mas, então: eu me aproximava dos 80 anos. Achei que deveria fazer algo. Nos lembramos sempre de passar por algum zero, mas quando era jovem jamais imaginei passar pelos 80. Oito e zero. Quando jovem eu achava que pessoas com 40 anos já eram velhas e os que tinham 50 então... Lembro que não me interessava por pessoas com mais de 50 anos e imaginava: acho que vou viver até os 45. Achava poético morrer jovem”.

SABADO 16 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Narração inspirada em obras de J.G. Ballard –The Voices of Time, 1960; Prisoner of the Coral Deep, 1964; Robert Smithson as Cargo Cultist, 1997 – e em sua correspondência com a diretora. Versão original, sem legendas.

Entrada franca.

15h00 : retratos de família Diário de Sintra de Paula Gaitán (Brasil, 87’) “O filme propõe um percurso da memória involuntária, das experiências sensíveis que remetem ao passado. Imagens que ultrapassam a memória e comunicam apenas uma parte

de seu segredo, transformam o tempo perdido em tempo redescoberto” – diz a realizadora. “Retorno a Portugal 25 anos depois. Retorno ao passado extinto, real e imaginário.

As fotos de Glauber Rocha permanecem no tempo... Mas os acontecimentos são fluxos: o fluxo do rio, da árvore e do ar”.

17h00 : retratos de família Com meu coração em Yambo (Con mi corazón en Yambo) de María Fernanda Restrepo (Equador, 2011. 135’) Um caso de violação de direitos humanos que traumatizou o Equador, o desaarecimento dos irmãos da realizadora María Fernanda Restrepo (Santiago, de 17 anos, y Andrés, de 14) em mãos da policía em 1988. O documentário transformou-se num acontecimento muito além das fronteiras do cinema e a partir dele a investigação judicial foi reaberta. A diretora trabalha num espaço íntimo, que é dela e de mais ninguém, sem se descuidar do componente histórico e político: “Em 8 de janeiro de 1988, quando eu tinha 10 anos, meus pais decidiram sair de férias e me deixaram sob os cuidados de meus irmãos Tiago, de 17 anos, e André, de 14. Naquele dia eu tinha uma festa infantil e eles deviam me buscar na parte da tarde. A noite chegou, veio a manhã seguinte, e eu continuei na janela, esperando. Nunca chegaram”.

20h00 : retratos de família As praias de Agnès (Les plages d’Agnès) de Agnès Varda (França, 2008. 110’) Uma autobiografia da diretora, do tempo de criança na Bélgica até Paris, a descoberta do cinema, a Nouvelle Vague, o casamento e a vida depois da morte de Jacques Demy. “Queria usar uma técnica de colagem, como a da pintura. Fazer um objeto não identificado”, explica Agnès, “porque o filme pertence, e ao mesmo tempo não pertence, ao cinema documentário; tem coisas encenadas, mas não pertence à ficção, pois, afinal, fala de gente de verdade: é a minha vida”.

De sexta 15 até a quinta 28, em torno do lançamento do décimo título da coleção dvd ims, As praias de Agnès, de Agnès Varda, a mostra Retratos de família reúne 21 documentários autobiográficos ou sobre familiares dos realizadores

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DOMINGO 17 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

16h00 : retratos de família Avôs (Abuelos) de Carla Valencia Dávila (Equador, Chile, 2010. 93’) Uma jornada pessoal em busca dos avôs. Duas histórias, uma próxima a outra enterrada. Remo, o avô paterno, desaparecido político na ditadura de Pinochet, e Juan, o avô materno, médico autodidata que dedicou sua vida à pesquisa. A paisagem árida do deserto chileno dialoga com os rios e o verde dos Andes. Um filme rico em metáforas visuais e em calorosos testemunhos. Dois sonhos que se refletem em duas paisagens, uma de montanhas verdejantes, a outra árida e desolada.

16h00 : retratos de família Construção de Carolina Sá (Brasil, 2011. 71’) A observação é de Yvonne Maggie: “A história começa com uma menininha, Branca, que está em Cuba para conhecer a família de seu pai, músico cubano. Cuba estava comemorando os cinquentenário da revolução. Não é fácil viver em Cuba e Carolina descreve isso com muita perspicácia, com a câmera passeando pelas ruas, pelas casas e seus interiores, pela família do pai da menina. Bastava ter descrito esse encontro de Branca com seu meio-irmão cubano, sua avó cubana, os amigos de seu pai cubano e o cotidiano em Havana, e já teria feito um lindo filme. Mas Carolina quis mais: quis também falar de seu pai, Marcos Vasconcelos arquiteto, poeta, contista e compositor. O espectador se identifica com a fragilidade das relações porque Carolina transforma sua história pessoal em tema universal”.

18h00 : retratos de família Porto da memória (Port of Memory) de Kamal Aljafari (Alemanha, França, EUA, 2009. 63’) A história do abandono de Jaffa, cidade portuária da Palestina de antes de 1948, e de seus habitantes. Os rastros da família de Salim, que recebeu ordem de despejo da sua casa em Ajami. Tornados ilegítimos em sua própria terra, essas pessoas foram demitidas, diminuídas e submetidas à repetição de gestos cotidianos. Uma reflexão sobre o absurdo de estar presente e ausente ao mesmo tempo.

O jardim de Raul (El jardin de Raul) de Sarasvati Herrera (México, 2013. 28’) Sonho e realidade se entrelaçam na vida do pintor Raul, pai da realizadora, que depois de quase perder a vida num acidente decide restabelecer a relação com a filha que não via há mais de dez anos.

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TERÇA 19

20h00 : retratos de família As praias de Agnès (Les plages d’Agnès) de Agnès Varda (França, 2008. 110’) “Se você abrir uma pessoa, irá achar paisagens. Se me abrir, irá achar praias” – assim a cineasta apresenta seu documentário autobiográfico. Através das praias que marcaram sua vida, ela revisita o passado. O filme nos leva a um afetivo passeio pela história de uma cineasta que, aos oitenta anos, mantém sua curiosidade de jovem em relação ao mundo.

18h00 : retratos de família Diário de Sintra de Paula Gaitán (Brasil, 87’) A observação é de Maria Campaña Ramia: “Mais de vinte a os depois da morte de Glauber, a cineasta retorna à cidade portuguesa em que viveu os últimos momentos com ele e seus filhos. Filmes em super 8, fotos do álbum de família, fragmentos de seus filmes, trechos dos livros do cineasta, funcionam como pequenos sinais do que existiu um dia, como pedaços de memória.

20h00 : retratos de família Pulsações de Manoela Ziggiatti (Brasil, 2011. 73’) Em encontros com a família e amigos, uma delicada narrativa sobre o sentido de estar vivo.

Luna e Cinara de Clara Linhard (Brasil, 2012. 14’) A relação de poder e afeto entre Luna, a avó da realizadora e a empregada, Cinara. Clara se pergunta se é possível uma amizade entre aquelas duas mulheres.

QUARTA 20

QUINTA 21

14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : retratos de família Pulsações de Manoela Ziggiatti (Brasil, 2011. 73’) Em encontros com a família e amigos, uma delicada narrativa sobre o sentido de estar vivo.

16h00 : retratos de família 5 câmeras quebradas (5 Broken Cameras) de Emad Bornat e Guy Davidi (França, Holanda, Israel, Palestina, 2011. 94’) Em 2005, uma pequena cidade na Cisjordânia foi dividida por um muro construído pelo governo israelense. Com o argumento de proteger um povoado das redondezas, eles prepararam o terreno para a tomada de posse de 150 mil judeus israelenses. O agricultor Emad, morador da região, decidiu armar-se de uma câmera e de formas pacíficas de protesto para tentar conservar suas terras.

16h30 : retratos de família Diário de uma busca de Flavia Castro (Brasil, 2010. 104’) “O filme começa com a morte de meu pai”, diz a diretora. “É uma tentativa de descobrir o que aconteceu, como ele morreu depois do exílio, em 1984. A busca é quase uma história policial. Mas ao longo do filme ela se torna uma busca da vida também. As viagens que faço ao longo da busca são para contar do meu ponto de vista, e com as cartas de meu pai, o que eu e meu irmão vivemos quando crianças”.

18h30 : retratos de família 33 de Kiko Goifman (Brasil, 2003. 74’) Kiko sempre soube que era filho adotivo, e aos 33 anos, e por um prazo de 33 dias, se aventura numa experiência em que sua vida pessoal e de seus familiares passa a ser investigada: o diretor se propõe a encontrar a sua mãe biológica. Descobrindo pistas e levantando provas sobre a sua origem, o filme é como um diário que revela as iniciativas, angústias e incertezas do diretor. Misturando diversos gêneros cinematográficos – entre eles o film noir – trata do universo peculiar dos detetives, que atuam num terreno movediço entre o legal e o ilegal, o público e o privado.

20h00 : retratos de família Um passaporte húngaro de Sandra Kogut (Brasil, 2001.72’) No começo, uma conversa ao telefone. Quem fala é Sandra, ao mesmo tempo a realizadora e a personagem central deste documentário em torno do processo que ela inicia para conseguir um passaporte húngaro. O filme se propõe a discutir o que é e como se constrói uma identidade, passando aqui e ali, por pessoas radicalmente jogadas para um espaço não identificado no final da década de 1930, com uma letra K carimbada em seus passaportes.

18h00 : retratos de família A música do pai (Nach der Musik) de Igor Heitzmann (Alemanha, 2007. 105’) Pouco depois da queda do Muro de Berlim, o maestro austríaco Otmar Suitner foi obrigado a por um fim em sua longa carreira na Alemanha Oriental: suas mãos começaram a tremer por causa do parkinson. O condutor de fama mundial não podia mais controlar a batuta. A queda do muro trouxe também mudanças em sua vida familiar. Durante décadas Suitner teve duas vidas privadas, uma com sua esposa em Berlim Oriental e outra com a sua amante e seu filho, Igor, no outro lado da cidade dividida pelo muro. Nesse documentário Heitzman conta a história de uma reaproximação: com seu pai, com um país que desapareceu, e com os caminhos excepcionais de seus pais.

19h30 : retratos de família Com meu coração em Yambo (Con mi corazón en Yambo) de María Fernanda Restrepo (Equador, 2011. 135’) “Em 8 de janeiro de 1988, eu tinha 10 anos, meus pais decidiram sair de férias e me deixaram sob os cuidados de meus irmãos Tiago, de 17 anos, e André, de 14. Eu fui a uma festa infantil e eles deviam me buscar na parte da tarde. A noite chegou, veio a manhã seguinte, e eu continuei na janela, esperando. Nunca chegaram. Depois de um ano sem notícias descobri que meus irmãos tinham sido sequestrados, torturados, assassinados. Seus corpos foram jogados na lagoa de Yambo, nunca encontrados”.

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SEXTA 22 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : retratos de família País de Outubro (October Country) de Michael Palmieri e Donal Mosher (EUA, 2009. 80’) Uma família americana lutando para conseguir estabilidade, em meio aos fantasmas da guerra, de uma gravidez na adolescência, assistência social e abuso infantil.

Graças à colaboração entre o cineasta e um membro da família, o documentário examina as forças que inquietam os trabalhadores pobres e a violência que se esconde sob a superfície de tranquilidade da vida americana. Toda família tem seus fantasmas, mas a família Mosher tem mais do que qualquer outra.

16h30: retratos de família Papirosen (Papirosen) de Gastón Solnicki (Argentina, 2011. 74’) Um retrato de família ao mesmo tempo épico e intimista construído com a organização de cerca de 200 horas de filmagens feitas ao longo de mais de uma década. Quatro gerações filmadas em feriados, reuniões de família e em pequenos momentos do dia a dia. Escavando os arquivos familiares e incorporando as experiências de sua avó Pola, sobrevivente do Holocausto, Solnicki produz uma afetiva meditação sobre o significado da família e o peso da história.

18h00 : retratos de família Histórias que contamos (Stories We Tell) de Sarah Polley (Canadá, 2012. 108’) Nesse documentário Sarah é tanto cineasta quanto detetive enquanto investiga os segredos de uma família de contadores de histórias. Descontraidamente ela entrevistas e interroga um grupo de personagens de variável confiabilidade, obtendo respostas simpáticas, sinceras, mas sobretudo contraditórias para as mesmas questões.

Como cada um relata sua versão da mitologia da família, as lembranças surgem tingidas de nostalgia, saudades da sua mãe que partiu cedo demais, deixando um rastro de perguntas sem resposta.

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20h00 : retratos de família O diabo nunca dorme (El diablo nunca duerme) de Lourdes Portillo (EUA, México, 1994. 82’) No início de uma manhã de domingo, a cineasta recebe um telefonema informando que seu tio, Oscar Ruiz Almeida, foi encontrado morto com um tiro na cabeça em Chihuahua, México. A viúva diz que ele se suicidou.

A maior parte de sua família, no entanto, acredita que ele foi assassinado e aponta para um número de suspeitos, entre eles a própria viúva. Portillo retorna à terra natal para levantar a história de seu tio era e investigar as circunstâncias de sua morte. Velhas histórias de traição, paixão, luxúria surgem enquanto seguimos a cineasta mergulhando na vida da família.

SÁBADO 23 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : retratos de família País de Outubro (October Country) de Michael Palmieri e Donal Mosher (EUA, 2009. 80’) Uma família americana lutando para conseguir estabilidade, em meio aos fantasmas da guerra, de uma gravidez na adolescência, assistência social e abuso infantil.

Graças à colaboração entre o cineasta e um membro da família, o documentário examina as forças que inquietam os trabalhadores pobres e a violência que se esconde sob a superfície de tranquilidade da vida americana. Toda família tem seus fantasmas, mas a família Mosher tem mais do que qualquer outra.

17h00 : retratos de família Intimidades de Shakespeare e Victor Hugo (Intimidades de Shakespeare y Victor Hugo) de Yulene Olaizola (México, 2008. 83’) Na esquina das ruas Shakespeare e Victor Hugo, na Cidade do México, encontra-se a casa de hóspedes de Rosa Carbajal, um abrigo que esconde uma história íntima e apaixonada. Vinte anos atrás, Rosa conheceu Jorge, um jovem inquilino com quem desenvolveu uma estreita amizade. Durante oito anos, ele morou na casa e conquistou a simpatia de todos, mas só depois de sua morte repentina veio à tona os traços mais escuros de sua personalidade.

18h30 : retratos de família Papirosen (Papirosen) de Gastón Solnicki (Argentina, 2011. 74’) Um retrato de família ao mesmo tempo épico e intimista construído com a organização de cerca de 200 horas de filmagens feitas ao longo de mais de uma década. Quatro gerações filmadas em feriados, reuniões de família e em pequenos momentos do dia a dia. Escavando os arquivos familiares e incorporando as experiências de sua avó Pola, sobrevivente do Holocausto, Solnicki produz uma afetiva meditação sobre o significado da família e o peso da história.

20h00 : retratos de família Rua Birch, 51(51 Birch Street) de Doug Block (Alemanha, EUA, 2005. 90’) Doug tinha todos os motivos para acreditar que o casamento de 54 anos dos seus pais era feliz. Mas quando sua mãe morre inesperadamente e seu pai rapidamente se casa com a ex-secretária, ele descobre que seus pais tiveram uma vida mais problemática do que ele poderia imaginar.

Nesse documentário, uma questão humana universal: quanto queremos realmente saber sobre nossos pais?

18h30: retratos de família País de Outubro (October Country) de Michael Palmieri e Donal Mosher (EUA, 2009. 80’) Uma família lutando para conseguir estabilidade, em meio aos fantasmas da guerra, de uma gravidez na adolescência,e de abuso infantil. Graças à colaboração entre o cineasta e um membro da família, o documentário examina as forças que inquietam os trabalhadores pobres e a violência sob a superfície de tranquilidade da vida americana. Toda família tem seus fantasmas, mas a família Mosher tem mais do que qualquer outra.

20h00: retratos de família Histórias que contamos (Stories We Tell) de Sarah Polley (Canadá, 2012. 108’) Sarah é tanto cineasta quanto detetive enquanto investiga os segredos de uma família de contadores de histórias.

Descontraidamente ela entrevistas e interroga um grupo de personagens de variável confiabilidade, obtendo respostas simpáticas, sinceras, mas sobretudo contraditórias para as mesmas questões. Como cada um relata sua versão da mitologia da família, as lembranças surgem tingidas de nostalgia, saudades da sua mãe que partiu cedo demais, deixando um rastro de perguntas sem resposta.

DOMINGO 24 TERÇA 26 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

15h00 : retratos de família Intimidades de Shakespeare e Victor Hugo (Intimidades de Shakespeare y Victor Hugo) de Yulene Olaizola (México, 2008. 83’) Esse filme revela um certo parentesco com El diablo nunca duerme de Lourdes Portillo. São duas investigações, duas histórias de detetives. Na de Portillo, a sobrinha investiga o que de fato ocorreu com o tio encontrado morto com um tiro na cabeça. Na de Olaizola, a neta investiga as pistas deixadas por um misterioso inquilino da casa de sua avó.

17h00 : retratos de família O diabo nunca dorme (El diablo nunca duerme) de Lourdes Portillo (EUA, México, 1994. 82’) Numa manhã de domingo, a cineasta recebe um telefonema informando que seu tio Oscar foi encontrado morto com um tiro na cabeça em Chihuahua, México.

14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

16h30 : retratos de família Pulsações de Manoela Ziggiatti (Brasil, 2011. 73’) A realizadora sai a procura do que inspira e motiva nossas vidas. Em encontros com sua família e amigos, constrói uma delicada narrativa sobre o sentido de estar vivo.

Luna e Cinara de Clara Linhard (Brasil, 2012. 14’) A relação de poder e afeto entre Luna, a avó da realizadora e a empregada, Cinara. Clara se pergunta se é possível uma amizade entre aquelas duas mulheres.

18h00 : retratos de família 33 de Kiko Goifman (Brasil, 2012. 74’) Kiko sempre soube que era filho adotivo, e aos 33 anos, e por um prazo de 33 dias, se aventura numa experiência em que sua vida pessoal e de seus familiares passa a

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ser investigada: o diretor se propõe a encontrar sua mãe biológica. Descobrindo pistas, o filme é um diário que revela as iniciativas, angústias e incertezas do diretor. Misturando diversos gêneros cinematográficos – entre eles o film noir – trata do universo peculiar dos detetives, que atuam num terreno movediço entre o legal e o ilegal, o público e o privado.

20h00 : retratos de família Os dias com ele de Maria Clara Escobar (Brasil, 2013. 105’) A certa altura, na tela, uma cadeira vazia. Fora de quadro a realizadora discute com o pai, que se recusa a ler e comentar o mandado de prisão expedido contra ele em abril de 1973.

Maria Clara filma o pai, Carlos Henrique, em seu exílio voluntário em Portugal. A imagem da cadeira vazia é longa.

Cinco ou seis minutos até que a diretora, num impulso (mais de filha diante do pai que de cineasta diante do entrevistado?) entra em cena para ler o texto.

da memória quanto 5 câmeras quebradas (filmes feitos na fronteira, entre Palestina e Israel, entre o documentário e a ficção) propõem uma reflexão sobre a construção de uma memória familiar e sobre a perda de raízes num território constantemente em perigo”.

20h00 : retratos de família Elena de Petra Costa (Brasil, 2012. 80’) A observação é de Eduardo Escorel: “O lamento de Petra é composto de belas imagens, muitas vezes abstratas que exprimem impressões, pensamentos e lembranças.

Mencionada apenas uma vez, a discreta referência a Ofélia é reiterada nas imagens recorrentes de água, concentradas no início e no fim do filme. Elena é retratada como tendo sido uma menina sonhadora – romântica e dada a depressão. Como em Hamlet, em meio à vegetação, mulheres flutuam. E em certo momento, uma emerge e respira, voltando à vida. Para Petra, conforme ela diz na narração, ‘as dores viram água, e pouco a pouco viram memória’. ”.

QUARTA 27 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas.

Versão original, sem legendas. Entrada franca.

16h00 : retratos de família Avôs (Abuelos) de Carla Valencia Dávila (Equador, Chile, 2010. 93’) Uma jornada pessoal em busca dos avôs. Duas histórias, uma próxima a outra enterrada. Remo, o avô paterno, desaparecido na ditadura de Pinochet, e Juan, o avô materno, médico autodidata que dedicou sua vida à pesquisa. A paisagem árida do deserto chileno dialoga com os rios e o verde dos Andes.

18h00 : retratos de família Porto da memória (Port of Memory) de Kamal Aljafari (Alemanha, França, EUA, 2009. 63’) A observação é de Maria Campaña Ramia: “Embora possam ser encontradas em todo o mundo famílias em que o pessoal e o político não podem ser separados, em que a militância se transmite de geração em geração, existe hoje um lugar no mundo em que o político vai além de uma atitude ou de uma escolha individual. Na Palestina o político se impõe. Tornou-se impossível ali ser uma pessoa apolítica.

E assim, com estilos muito diferentes entre si, tanto Porto

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QUINTA 28 14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Exibição em complemento à exposição A medida das coisas. Versão original, sem legendas. Entrada franca.

14h30 : retratos de família A música do pai (Nach der Musik) de Igor Heitzmann (Alemanha, 2007. 105’) Durante décadas Suitner teve duas vidas privadas, uma com sua esposa em Berlim Oriental e outra com a sua amante e seu filho, Igor, no outro lado da cidade dividida pelo muro. Nesse documentário, pouco depois da queda do Muro de Berlim, Heitzman conta a história de uma reaproximação: com seu pai, obrigado a por um fim em sua longa carreira – suas mãos começaram a tremer por causa do parkinson – e com um país que desapareceu.

Sexta 29 uma comemoração dos 80 anos de Ganga bruta de Humberto Mauro, organizada pela Cinédia, pela Cinemateca do MAM do Rio de Janeiro e pela Cinemateca Brasileira de São Paulo

16h30 : retratos de família Diário de uma busca de Flavia Castro (Brasil, 2010. 104’) “O filme começa com a morte de meu pai”, diz a diretora. “É uma tentativa de descobrir o que aconteceu, como ele morreu depois do exílio, em 1984. A busca é quase uma história policial. Mas ao longo do filme ela se torna uma busca da vida também. As viagens que faço ao longo da busca são para contar do meu ponto de vista, e com as cartas de meu pai, o que eu e meu irmão vivemos quando crianças”.

18h30 : retratos de família Construção de Carolina Sá (Brasil, 2011. 71’) “A história começa com uma menininha, Branca, que está em Cuba para conhecer a família de seu pai, músico cubano”, observa Yvonne Maggie. Mostra “o encontro com seu meio-irmão cubano, sua avó cubana, os amigos de seu pai cubano e o cotidiano em Havana”. O filme fala também do pai de Carolina “arquiteto, poeta, contista e compositor.

Carolina transforma sua história pessoal em tema universal”.

20h00 : retratos de família Os dias com ele de Maria Clara Escobar (Brasil, 2013. 105’) A certa altura, na tela, uma cadeira vazia. Fora de quadro a realizadora discute com o pai, que se recusa a ler e comentar o mandado de prisão expedido contra ele em abril de 1973.

Maria Clara filma o pai, Carlos Henrique, em seu exílio voluntário em Portugal. A imagem da cadeira vazia é longa.

Cinco ou seis minutos até que a diretora, num impulso (mais de filha diante do pai que de cineasta diante do entrevistado?) entra em cena para ler o texto.

trilogia em torno dos sentidos de lei e dos esforços para o estabelecimento de um diálogo entre sociedade civil e Estado numa tentativa de construção de uma nova noção de justiça e cidadania.

17h30 : Mulher de Octavio Gabus Mendes. Roteiro de Gabus Mendes e Adhemar Gonzaga. Fotografia de Humberto Mauro, assistente de fotografia Afrodísio Castro. Com Carmen Violeta, Celso Montenegro, Ruth Gentil, Alda Rios e Luiz Soroa (Brasil, 1931. 70’) Em um bairro pobre do Rio de Janeiro, Carmen é expulsa de casa depois de resistir à investidas amorosas de seu padrasto. Conhece um jovem rico, Flávio, torna-se amante dele, passa a frequentar a alta sociedade. Mas ao perceber a curiosidade sobre sua origem, temendo prejudicar Flávio, ela o abandona. Exibição de cópia restaurada 19h30: Ganga Bruta de Humberto Mauro. Roteiro de Mauro e Gabus Mendes. Fotografia de Afrodísio Castro.

Câmeras Paulo Morano e Edgar Brasil. Com Durval Bellini, Dea Selva, Lu Marival, Andrea Duarte e Alfredo Nunes (Brasil, 1933. 76’) Marcos, rico engenheiro, assassina a esposa na noite do casamento. Absolvido do crime, parte para uma cidade do interior, a pretexto de acompanhar a construção de uma usina. Conhece uma jovem alegre e sensual, Sônia, e pouco a pouco apaixona-se por ela e se vê obrigado a enfrentar o noivo dela. Exibição de cópia restaurada.

Sessão com a presença de Hernani Heffner, da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio, e de Carlos Roberto de Souza, da Cinemateca Brasileira de São Paulo, para comentar os 80 anos de Ganga bruta e a correspondência entre Mauro e Paulo Emílio Salles Gomes.

SEXTA 29 14h00, 15h30 : Morro dos prazeres de Maria Augusta Ramos (Brasil, 2013. 90’) Crônica do cotidiano de uma comunidade um ano depois da instalação de uma upp – Unidade de Polícia Pacificadora. Durante quatro meses, entre abril e julho de 2012, a cineasta e sua equipe acompanharam o cotidiano da favela que dá nome ao filme, em Santa Teresa, observando o processo do ponto de vista de seus protagonistas: de um lado, os moradores da comunidade, que experimentam uma nova rotina a partir da expulsão do tráfico de drogas, e de outro, os policiais, presença da lei em um espaço até então marcado por sua ausência, depois de anos de abandono público e agressão policial. Com Justiça (2004) e Juízo (2007), longas anteriores da realizadora, o filme forma uma

SABADO 30 14h00 : Morro dos prazeres de Maria Augusta Ramos (Brasil, 2013. 90’)

DEZEMBRO DOMINGO 1 14h00 16h00, 18h00 e 20h00 : Morro dos prazeres de Maria Augusta Ramos (Brasil, 2013. 90’)

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dvd coleção ims Shoah La Luna Cerimônia de casamento Memórias do cárcere São Bernardo à venda nas principais livrarias e na loja do site do ims: O emprego Conterrâneos velhos de guerra Vidas secas Cerimônia secreta As praias de Agnès 22

http://www.lojadoims.com.br/ims/

Instituto Moreira Salles Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea.

Telefone: (21) 3206-2500 www.ims.com.br Aberto ao público de terça a domingo das 11h às 20h Acesso a portadores de necessidades especiais.

Estacionamento gratuito no local. Café wifi Fundado em 1992, o ims é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais. A sede do Rio de Janeiro (o ims tem centros culturais em São Paulo e Poços de Caldas) abriga espaços expositivos, sala de cinema, sala de aula, biblioteca, cafeteria, loja de arte e ateliê.

O programa de cinema de novembro conta com o apoio da Fundación Autor de Madrid do Instituto de la Cinematografía y de las Artes Audiovisuales do Instituto Cervantes do Festival Doku.Arts de Berlim do Arte Institute de Nova York da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro da Cinemateca da Embaixada da França e com a parceria da Videofilmes e do Espaço Itaú de Cinema.

Ingressos para todas as sessões de terça a domingo:

O ims possui um acervo de fotografia, com mais de 550 mil imagens, de música, com cerca de 28 mil gravações, de literatura e de artes plásticas, instalado em reservas técnicas com padrões e tecnologia para a conservação e a restauração. Entre as coleções destacam-se as fotografias de Marc Ferrez, Marcel Gautherot e José Medeiros, desenhos de Millor Fernandes, as discotecas de Humberto Franceschi e José Ramos Tinhorão, os arquivos pessoais de Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Elizeth Cardoso e Mário Reis, e as bibliotecas dos escritores Ana Cristina César, Rachel de Queiroz, Otto Lara Rezende e Carlos Drummond de Andrade. No site do ims está hospedada a Rádio Batuta, um ponto de seleção, entretenimento e análise da música popular brasileira. O Instituto edita uma revista quadrimestral de ensaios, Serrote, e uma revista semestral de fotografia, Zum.

R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia)

Em outubro de 2012 o Instituto inaugurou uma coleção dvd. Os dez títulos já editados são: Shoah de Claude Lanzmann, La Luna de Bernardo Bertolucci, Cerimônia de casamento de Robert Altman, Conterrâneos velhos de guerra de Vladimir Carvalho, Vidas secas e Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos, São Bernardo, de Leon Hirszman, O emprego, de Ermanno Olmi, Cerimônia secreta, de Joseph Losey e, lançamento desse mês, As praias de Agnès, de Agnes Varda.

As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao ims:

O cinema do ims recebeu o prêmio O Melhor do Rio de Janeiro 2012 / 2013 da revista Época.

Superintendente Executivo : Flávio Pinheiro Coordenação do ims - rj : Elizabeth Pessoa Curadoria de cinema : José Carlos Avellar Produção de cinema e dvd : Amanda Amorim

Passaporte : Com validade para 10 sessões, podem ser adquiridos na recepção passaportes no valor de R$ 40,00 Capacidade da sala: 113 lugares.

Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.

Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7417

158 – Central - Gávea (via Praça Tiradentes, Flamengo, São Clemente) 170 – Rodoviária - Gávea (via Rio Branco, Largo do Machado, São Clemente) 537 – Rocinha - Gávea 538 – Rocinha - Botafogo 539 – Rocinha - Leme Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea Capa: Agnès Varda em As praias de Agnès, lançamento da coleçao dvd do ims Quarta capa: Shelley Duvall numa cena de O iluminado, tema do documentário Quarto 237 de Rodney Ascher

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QUARTO 237 DOKU.ARTS

15 ANOS E UM DIA CINEMA ESPANHOL